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17 agosto 2012

Auditoria da Sony

Nos Estados Unidos existe uma entidade que fiscaliza as empresas de auditoria. Trata-se do Public Company Accounting Oversight Board (PCAOB), que foi criado após os escândalos contábeis do início do milênio.

O PCAOB faz inspeção nas empresas de auditoria e nos seus trabalhos realizados. Esta inspeção é publicada, mas no relatório não se informa o nome da empresa auditada.

Esta semana o PCAOB divulgou um relatório sobre uma filial da PwC, uma das Big Four, as maiores empresas de auditoria do mundo. A filial inspecionada foi a do Japão. E o relatório de inspeção revela que a auditoria da PwC Aarata, a filial japonesa da PwC, possui sérias deficiências.

Apesar do PCAOB não divulgar o nome da empresa onde a auditoria da PwC Aarata foi inadequada, o jornalista Jonathan Weil, da Bloomberg, descobriu que se trata da Sony. Entre os problemas da auditoria encontrados pelo PCAOB estão falhas nos testes de receitas e investimento. Segundo o relatório, os problemas são tão expressivos que não existe competência suficiente para dar o parecer opinativo sobre a qualidade da contabilidade da Sony. Como diz Weil, "Caramba".

A Sony pagou cerca de 52,6 milhões de dólares para a auditoria de 2010.

Costa do Sauípe

Segundo informações da imprensa, o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil irá investir 14 milhões de reais para construção de um novo centro de eventos na Costa do Sauípe. A Costa do Sauípe é um complexo turístico perto de Salvador que desde que foi concebido é um grande elefante branco. Além deste valor, a Previ está investindo 21,8 milhões para preparar o complexo para venda. A Previ espera que este ano "o balanço financeiro (?) feche com resultado positivo".

Em 2011 o prejuízo foi de 11,5 milhões e em 2010 foi de 17,9 milhões.

O investimento anunciado revela que o fundo de pensão não conhece um conceito elementar: custo perdido. A decisão pode aumentar o valor futuro de venda - se ocorrer - mas provavelmente não irá agregar muito em termos do preço de negociação.

Lucro do Trimestre 2

Compare o texto do Estado de S Paulo e do Valor (publicado aqui ontem) com o seguinte, da Folha:

O segundo trimestre foi marcado por anúncios de prejuízos -alguns bilionários- em várias empresas do país.

Só ontem, sete entre as maiores companhias que divulgaram seus balanços tiveram resultado negativo no período. Embora não haja uma causa comum apontada para as perdas, juntas, elas somaram ontem R$ 3,6 bilhões.

A Braskem teve prejuízo R$ 1 bilhão, por causa do impacto de R$ 2,1 bilhões do resultado financeiro, prejudicado pela apreciação do dólar, disse a empresa. A CSN teve perda de R$ 1 bilhão, afetada pela reclassificação contábil, segundo a companhia.

A OGX, empresa de petróleo do grupo EBX, do empresário Eike Batista, teve prejuízo líquido de R$ 398,6 milhões no período.

No mesmo grupo, a MPX, de energia, encerrou o trimestre com prejuízo de R$ 135,2 milhões. A MMX, de mineração, teve perda de R$ 391,6 milhões, devido a quedas na produção e nas vendas das duas minas. A LLX, de logística, fechou o período com R$ 6,89 milhões negativos.

O prejuízo da Gol dobrou, impactado pela desvalorização do real e pelos custos altos com combustível.

Dias atrás, outras empresas já haviam registrado perdas no segundo trimestre.

A da Petrobras foi de R$ 1,3 bilhão. Outras foram TAM, PanAmericano, Usiminas, HRT, OSX e CCX.


MARIA PAULA AUTRAN E RICARDO SCHWARZ - Empresas anunciam prejuízos bilionários - 15 Agosto de 2012 - Folha de S Paulo

Lucro do Trimestre

A safra de balanços do segundo trimestre mostra que a crise econômica refletiu nas empresas brasileiras. O lucro líquido das 241 companhias não financeiras que divulgaram seus resultados até ontem de manhã diminuiu 61,8% em relação ao registrado no segundo trimestre de 2011, segundo levantamento da consultoria Economática. A queda nos ganhos das empresas reflete a desvalorização do real e a desaceleração da economia.

As empresas somaram um lucro líquido de R$ 13,7 bilhões, uma redução de R$ 22 bilhões em relação aos R$ 35,9 bilhões registrados no segundo trimestre do ano passado. Os balanços ruins de Vale e Petrobrás, que concentram cerca de um terço da receita das 241 empresas avaliadas, impactaram o resultado.

A Petrobrás registrou no segundo trimestre seu primeiro prejuízo líquido em dez anos, de R$ 1,3 bilhão, revertendo o lucro de R$ 10,9 bilhões que alcançou entre abril e junho de 2011. A Vale ainda ficou no azul, mas seus ganhos no segundo trimestre deste ano - de R$ 5,3 bilhões - foram metade dos registrados no mesmo período de 2011.

A queda nos lucros, no entanto, foi generalizada. Sem Vale e Petrobrás, as empresas não financeiras que já divulgaram seus balanços lucraram 33,6% menos no segundo trimestre deste ano, segundo a Economática.

Câmbio. O maior impacto no resultado foi provocado pela valorização do dólar no período. A moeda americana se apreciou 10,9% ante o real entre abril e junho e essa variação cambial pesou no resultado financeiro das empresas: as 241 companhias avaliadas perderam R$ 25 bilhões no segundo trimestre, 29 vezes mais do que no mesmo período de 2011. "Muitas empresas têm dívida em dólar e a mudança cambial fez com que ela ficasse maior", disse o presidente da Economática, Fernando Exel.

A conta financeira é considerada "contábil" e não significa desembolso de caixa. Mas, se o câmbio se mantiver estável, o endividamento em dólar pode se tornar um problema para as empresas, disse o economista-chefe do banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves. "Muitas companhias aproveitaram o dólar baixo entre 2010 e 2011 para captar crédito no exterior. Agora, terão de gastar mais reais para pagar a mesma dívida em dólar."

O que preocupa os economistas é que o lucro operacional também foi ruim no segundo trimestre. O lucro operacional das 241 companhias avaliadas caiu para R$ 40,5 bilhões, 20,8% menos do que no segundo trimestre de 2011, segundo a Economática.

"Quase todos os indicadores de atividade econômica estão ruins. As empresas estão sentindo a desaceleração da economia", disse Gonçalves.

Os piores resultados operacionais no trimestre estão nos setores de construção (87% de queda), petróleo (-61%) e siderurgia (-29%). Já as empresas com melhor desempenho estão nos setores têxtil (41%), de varejo (18%) e alimentos e bebidas (14%).

"As empresas mais dependentes do mercado externo e ligadas a commodities tendem a sofrer mais do que as que são alimentadas pelo consumo interno", disse o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini. Para ele, os balanços do segundo semestre ainda devem carregar números negativos. "Vamos continuar a ver lucros menores e mais empresas com prejuízos", disse.

As empresas já começam a traçar planos para enfrentar um cenário externo que deve continuar adverso nos próximos meses. Empresas como Usiminas, CSN e Gerdau vão recorrer a medidas como redução de custos e disciplina de alocação de capital, para melhorar a rentabilidade.

O pacote de estímulo a economia divulgado ontem pelo governo deve começar a surtir efeito só em 2013. "No curto prazo, há uma melhora na confiança das empresas. Mas há um 'delay' até gerar um investimento que aqueça a economia", diz Agostini. / COM AGÊNCIA ESTADO


Lucro de empresas de capital aberto cai 61,8% no trimestre - 16 de Agosto de 2012 - O Estado de São Paulo - MARINA GAZZONI

Negociação e governança

Um estudo realizado pelo professor Antonio Zoratto Sanvicente, do Insper - Instituto de Ensino e Pesquisa, mostra que o chamado "custo total de negociação" das ações, que envolve desde os gastos com corretagem até os prêmios ou descontos exigidos pelos aplicadores nas transações, vem caindo ao longo dos anos. E o principal motivo é o nível de governança de um grupo de companhias, que se reflete em menor volatilidade para determinados papéis.

Sanvicente avaliou dados diários relativos a dez anos, de 1999 a 2009, intervalo no qual o custo médio total de transação recuou de 2,95% para 1,22%. O acompanhamento revela que o efeito se acentuou a partir de 2004, ano que marca o início de um período fértil para o mercado de capitais, que teve seu ápice em 2007, quando uma forte onda de estreias no Novo Mercado deu novos contornos para a bolsa paulista.

"Fica claro que as ações de empresas listadas em segmentos de governança (níveis 1 e 2 e Novo Mercado da BM&FBovespa), nos quais se exige maior transparência na divulgação de informações, são negociadas a custos mais baixos", destaca o especialista. Segundo ele, as conclusões gerais valem para os dias de hoje, pois mesmo computando dados dos dois últimos anos não haveria mudanças estatísticas relevantes. No acompanhamento, foram considerados somente papéis com transações em pelo menos 100 dos cerca de 250 pregões existentes a cada ano. (...)

Sanvicente explica que o cálculo do custo de transação de ações abrange uma série de gastos. Ele classifica como "explícitos" aqueles decorrentes de despesas com taxas de corretagem e da bolsa, além de impostos, como o IOF (incidente sobre operações financeiras). São considerados também custos resultantes da assimetria de informações entre compradores e vendedores, refletidos no prêmio ou desconto exigido por uma das partes para fechar a transação. Estes últimos, no entanto, não são diretamente observáveis, portanto o acadêmico os caracteriza como "implícitos". A combinação dos dois gera a média final. (...)

Nível de governança reduz custo de negociação na bolsa - 16 de Agosto de 2012 - Valor Econômico - Márcio Anaya

CVM

A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) aceitou proposta de pagamento de R$ 70 mil do ex-diretor financeiro e de Relações com Investidores do frigorífico Minerva, Carlos Watanabe, para encerrar processo na autarquia.

O executivo foi acusado de ser o responsável de elaborar e divulgar, no balanço anual de 2008, informações indevidas relativas a créditos de PIS/Cofins.

Segundo a CVM, estas informações referiam-se ao ativo contingente contabilizado oriundo de "atualização monetária referente à taxa Selic" sobre estes créditos.

Fonte: Aqui

16 agosto 2012

Dicas para o fim de semana


A cultura está com uma promoção em que a cada 48h são ofertados 50 livros com 50% de desconto e frete grátis – até o dia 19/8. (Lembrem-se: fazemos parte do programa Espalhe Cultura).

Já comentei aqui que adoro o C. S. Lewis e não pude deixar de dar a dica (em promoção por mais 30 horas):
Crônicas de Nárnia – Versão Normal (R$ 49,50) ou Ilustrada (R$ 56,05).
A Abolição do Homem (R$ 15,40).

"Quando o homem disse Isto é sublime, ele parecia fazer um comentário sobre a cachoeira... Na verdade... ele não estava falando da cachoeira, mas dos seus próprios sentimentos. O que ele realmente disse foi Eu tenho um sentimento que minha mente associa à palavra 'Sublime'... Essa confusão está sempre presente na nossa linguagem. Aparentamos dizer algo muito importante sobre alguma coisa, e na verdade estamos apenas dizendo algo sobre nossos próprios sentimentos". [A Aboliçào do Homem, C. S. Lewis]

Rir é o melhor remédio

O primeiro vídeo é da música Call Me Maybe


Aí a Price de Cingapura decidiu fazer um clique para convocar potenciais auditores para a empresa. Eis como ficou:


Isto não poderia ficar assim. Abaixo uma paródia da propaganda



Rir ou chorar?

AICPA e a Convergência

Numa palestra em Orlando, Florida, o chairman da AICPA, Gregory Anton, afirmou não esperar nenhuma novidade até as eleições presidenciais, quando o assunto é a convergência dos EUA às normas internacionais.

Anton destacou que a AICPA apoia a opção de usar as IFRS, mas que a adoção deve levar no mínimo cinco anos.

Balanços Trimestrais 2

Sempre que o dólar registra fortes variações de curto prazo - o que não é raro no Brasil [1] -, a história se repete: o câmbio afeta de forma significativa o resultado financeiro de diversas grandes empresas que não usam instrumentos de proteção para o passivo em moeda estrangeira - ou ao menos não totalmente.

Nesse grupo estão companhias como Petrobras, Vale, Braskem, Fibria, Suzano e Marfrig.

Como no segundo trimestre o dólar subiu 11%, apenas essas seis empresas tiveram despesa financeira somada de R$ 16,3 bilhões.

Mas a companhias que sofrem esse efeito têm a prática recorrente de minimizar essas perdas decorrentes do câmbio. E os três argumentos usados por elas são: a despesa que derruba o lucro não significa desembolso de caixa [2]; a dívida em dólar é de longo prazo [3]; e a companhia está naturalmente protegida, por ter receita atrelada ao dólar [4].

Isso de fato é verdadeiro, mas não significa que a alta do valor contábil da dívida não tenha consequências negativas.

Quando as variações são bruscas e rápidas, a dívida das empresas sobe de forma imediata após a alta do dólar, enquanto as receitas dolarizadas só aumentam o resultado operacional ao longo dos trimestres, num prazo mais dilatado.

Esse descasamento afeta um dos principais índices de endividamento observados pelo mercado, que é a razão entre a dívida líquida e o Ebitda [5] de uma empresa. (Ebitda é a sigla em inglês para o lucro antes do resultado financeiro, dos impostos sobre o lucro, da depreciação e da amortização) (...)

Dólar caro provoca efeito bilionário - Valor Econômico - 15/08/2012

[1] Não somente. Isto é normal em qualquer economia.
[2] No longo prazo o regime de competência é igual ao regime de caixa.
[3] Mas o efeito é agora. Além disto, a falta de instrumento de proteção pode sinalizar, para o mercado, uma gestão financeira ruim. Além de maior risco.
[4] Para algumas empresas, como a Vale, isto está correto.
[5] Mas o Ebitda seria influenciado positivamente. Bom, de qualquer forma, o Ebitda não é um índice a ser levado a "sério" por uma analista, certo? Além disto, este índice é esdruxulo demais para ser considerado.

Balanços trimestrais

Uma tempestade perfeita que combinou variação cambial, crise externa e desaceleração interna transformou o segundo trimestre em um dos piores da história recente das companhias de capital aberto brasileiras [1].

Nem nos piores momentos de 2008, quando o dólar também disparou depois da quebra do Lehman Brothers, as empresas sentiram tanto o efeito na última linha de seus balanços.

Das 153 companhias com ações em bolsa que divulgaram seus resultados até ontem, 43 fecharam o trimestre no prejuízo, o dobro em relação ao mesmo período do ano passado. Foram R$ 6,11 bilhões de perdas, com a Petrobras, a petroquímica Braskem, a companhia aérea Gol, a fabricante de celulose Fibria e a construtora PDG no topo da lista.

A safra de balanços do segundo trimestre foi a pior dos últimos tempos. Entre 153 companhias abertas não financeiras que haviam divulgado seus números até a manhã de ontem, 43 amargaram prejuízo no período, o que equivale a quase 30% do total e mais do que o dobro do verificado no mesmo período de 2011.

O maior estrago nos balanços foi causado pelo efeito da alta de 11% do dólar sobre a dívida das empresas. [2]

Mas diferentemente do que ocorreu no terceiro trimestre de 2011, quando o dólar tinha subido quase 20%, ou mesmo no auge da crise de 2008, desta vez o lado operacional não compensou o efeito cambial negativo.

Pelo contrário. Embora a receita desse grupo de 153 empresas tenha crescido 10,6% na comparação anual, para R$ 275 bilhões de abril a junho, o lucro bruto das companhias recuou 4,7%, para R$ 80 bilhões, e o lucro operacional diminuiu 27%, para R$ 37 bilhões. [3]

A margem bruta, que é a relação entre o lucro bruto e a receita, caiu de quase 35% para 29%, o que é um sinal de perda força competitiva. Já a margem operacional (antes do resultado financeiro [4]), que é uma medida de eficiência e sofre bastante impacto da alta de gasto com pessoal, teve redução de 7 pontos, para 13,4%.

Não bastasse o desempenho fraco na operação, o resultado financeiro líquido das companhias - fortemente afetado pelo câmbio - saiu de um ganho [5] de R$ 1,78 bilhão no segundo trimestre de 2011 para uma despesa de R$ 23,98 bilhões de abril a junho deste ano.

Isso fez com que a última linha do balanço das empresas tenha ficado em R$ 12,16 bilhão, com queda de 67% em um ano.


UM TRIMESTRE PARA ESQUECER - Fernando Torres e Silvia Fregoni - Valor Econômico - 15/08/2012

[1] Talvez exista outra explicação: a base de comparação anterior está muito acima do padrão normal. O desempenho trimestral pode ser um fenômeno de reversão à média
[2] Acho difícil comprovar isto facilmente. Seria necessário verificar se as empresas não tinha nenhuma operação de hedge cambial.
[3] Isto geralmente ocorre quando as unidades fabris estão no ponto máximo da capacidade, o que não parece ser o caso das empresas. Outra possível explicação é que as empresas estão vendendo mais em termos de quantidade, mas com valor unitário pior.
[4] O correto seria após o resultado financeiro.
[5] O correto seria "receita"

Fotografias de cientistas

O rosto de uma pessoa transmite informação emocional. Sabe-se que o lado esquerdo do rosto é mais expressivo do que o lado direito. Assim, quando queremos expressar emoção usualmente colocamos o lado esquerdo na frente.



Analisando quase seis mil imagens de acadêmicos nas páginas de diversas universidades, uma pesquisa procurou verificar se a área de atuação dos pesquisadores estava vinculado a esta tentativa de expressar - ou não - a emoção. Assim, os cientistas de artes, por exemplo, deveriam usar o lado esquerdo - da emoção - enquanto o cientista da área de exatas teria uma tendência de usar o lado direito. Os autores encontraram que os psicólogos usam mais o lado emotivo, o que faz com que eles pareçam mais próximo das "artes" do que "ciência".


Mais informação, aqui

Direção perigosa




Uma campanha contra motoristas que dirigem e digitam mensagens no celular

Ainda Petrobrás

Sobre a questão contábil da Petrobras, que já comentamos diversas vezes aqui nos últimos dias, o ex-presidente da empresa, Gabrielli, concedeu uma entrevista para o Estado de S Paulo (15 Ago 2012 B14)

A percepção é que a presidente Graça Foster está, aos poucos, revelando "esqueletos" deixados por sua gestão.

Isso é absurdo. Não tem nada de "esqueleto". Na questão dos poços secos, por exemplo. Poço seco é algo que ocorre ao longo do tempo. Ele é resultado de um processo de contabilidade dos investimentos realizados em exploração, com expectativa de retorno econômico. No momento que não há mais essa expectativa, esses investimentos vão a resultado [1]. Isso é clássico. Não há nada de novo nisso.

Mas existe algum motivo para que o balanço da empresa tenha lançado 41 poços secos, explorados em sua gestão, de uma só vez?

Não conheço o detalhe de cada um dos poços, não estou mais na Petrobrás, mas a decisão de levar a resultado poços secos é uma decisão contábil universal [2]. Não é específica da Petrobrás, não tem nada de especial. Nesse balanço, quatro grandes poços afetaram o resultado da Petrobrás, dos quais três eram em terra. Mas os dois grandes elementos que afetaram o balanço foram a variação do câmbio - que afetou em quase R$ 7 bilhões o resultado - e a diferença dos preços da gasolina e do diesel na comparação com o mercado internacional. São fenômenos que estão existindo há algum tempo.

Esses "fenômenos" poderiam ser mais bem gerenciados?

Não vou discutir Petrobrás. Estou falando genericamente. Eu saí da Petrobrás em 9 de fevereiro. O trimestre divulgado é posterior à minha saída.

Em entrevistas, o senhor se referiu à "inabilidade" da presidente Graça Foster nas apresentações feitas pela empresa...

Não disse isso. Não é uma questão de inabilidade, ou descuido. O problema é que você tem uma mudança que ocorre na maturação de um conjunto de mais de 600 projetos - que compõem o plano de negócios da Petrobrás -, que vai evoluindo. E a nova gestão tem de administrar essa nova realidade. Eu acho, e disse isso a ela pessoalmente, que alguns dos slides que ela apresentou não seriam os mais adequados. Ao representar a visão do mercado sobre a Petrobrás, na posição dela, ela traz para si algo que ela quer comprovar o contrário. Por exemplo: no que se refere a ajustes no processo de produção, a própria apresentação dela mostra que a produção vem sendo ajustada ao longo do tempo. No entanto, o que parece é que houve um ajuste de produção instantâneo, o que não é verdade. Ao dizer que os processos de definição dos projetos de investimentos nas refinarias têm uma forma de aprendizado, também. Isso já vinha sendo feito.

As apresentações trouxeram novas metas de produção, revisadas para baixo. Elas ficaram mais realistas?

Não vou comentar sobre isso. Deixei de ser presidente da Petrobrás em fevereiro.

Mas houve perda de eficiência operacional. Na Bacia de Campos, por exemplo, caiu de 90% para 71%. Um dos motivos apontados é a má gestão dos recursos na exploração...

Olha a interpretação. Há três grandes fases na produção de petróleo, a de exploração, a de desenvolvimento - implantar as plataformas, oleodutos, gasodutos, sistemas de controle, infraestrutura de transporte - e a de produção. Em todas elas você precisa de equipamentos. Se há uma fase de grandes descobertas, com prazos para desenvolver, você precisa fazer escolhas. Por exemplo: cinco anos atrás, a Petrobrás tinha duas sondas para mais de 2 mil metros de profundidade. Agora, ela vai ter 30, no fim do ano. Mas você tinha de optar. Ou eu usava essas sondas para fazer perfuração exploratória ou para desenvolver a produção. E essas coisas não acontecem no mesmo lugar. Eu tenho atividades exploratórias nas novas fronteiras e tenho as atividades mais antigas, em áreas como a Bacia de Campos, produzindo há muitos anos. Evidentemente, a eficiência no uso desse maquinário no desenvolvimento da produção, se eu tenho uma fase de mudança em quantidade de sondas, no tempo vai mudar. O que faz com que isso tenda a se acelerar quando você vai maturando os campos. Na medida em que isso vai acontecendo, o declínio da produção se acelera. Portanto, as intervenções necessárias nos campos mais maduros são maiores, com a necessidade de mais sondas. Quando se fala em perda de eficiência, não quer dizer que foi algo que não foi feito certo, foi que face a uma realidade de escassez de recursos críticos (as sondas), a opção de investir na exploração afeta a produção.

Ainda sobre gestão, há o caso das novas refinarias, que estão atrasadas e vão custar de três a seis vezes mais do que as similares no exterior. O que houve?

Quando as quatro refinarias em questão - a Abreu e Lima (PE), as Premium I (MA) e II (CE) e a Clara Camarão (RN) - foram pensadas, elas foram planejadas para o Nordeste porque a região era a que tinha menos áreas de refino da Petrobrás e a que estava mais bem posicionada, geograficamente, em relação à Europa e aos Estados Unidos. Naquele momento, o mercado brasileiro estava estável havia mais de dez anos, em termos de consumo de combustível. Como a perspectiva de produção era grande, a lógica era atender o mercado internacional. Essa equação mudou muito nos últimos seis, sete anos. O Brasil passou a crescer no mercado de consumo e hoje tem uma taxa de crescimento extraordinária. A demanda por gasolina cresceu mais de 40% nos últimos seis anos no País. Não há mercado no mundo com crescimento tão grande. As refinarias, pensadas para atender o mercado externo, tiveram de ser replanejadas para atender o mercado interno. Ou seja, mudou completamente a lógica. E esse processo se deu ao mesmo tempo em que a experiência da Petrobrás no processo de construir uma refinaria, algo que não fazia desde 1980, foi se maturando. A experiência de construir a Abreu e Lima foi a de sair de mais de 30 anos sem construir uma refinaria. A Petrobrás tentou fazer o projeto por si só, tentou fazer a estimativa de custo com base em seus próprios dados, e, consequentemente, errou. [3]

Mas é explicável que elas custem de três a seis vezes mais do que as do exterior?

Acho que a diferença é possível [4]. Se o Brasil tivesse um mercado decadente em termos de consumo de combustível, como os dos Estados Unidos, da Europa ou do Japão, nos quais o consumo per capita cai e há disponibilidade de refinarias velhas e baratas, talvez não se pudesse justificar. Mas essa não é a realidade do mercado brasileiro, que é um mercado pujante, em crescimento, como o chinês e o indiano. E o que está acontecendo na Índia e na China? Construção de refinarias. Além disso, o custo de se levar um barril de petróleo para os EUA, para refinar, e trazer de volta só traz prejuízos à Petrobrás e para a população brasileira. Só o diferencial de logística já justifica a construção.

Outra coisa muito comentada é a ingerência política na empresa, sob sua administração. Chama a atenção, na atual administração da Petrobrás, a troca dos diretores. Do seu tempo, só ficou o diretor financeiro, Almir Barbassa. O que se fala é que os indicados politicamente estão sendo trocados por técnicos...

E antes não havia técnicos? Na época em que eu era presidente da Petrobrás, o único não petroleiro, o único "terceirizado", era eu. Todos tinham 30 anos, 35 anos na Petrobrás, inclusive (a atual presidente) Graça. Interpretação, quem quiser fazer tem o direito de fazer. O fato é que a diretoria é constituída de técnicos, nos últimos nove anos [5].

E na gestão da empresa, em questões como os preços praticados pela Petrobrás no mercado, como foi a interferência do governo nas decisões?

Eu sempre defendi a política de preços da Petrobrás, na lógica de que não há necessidade de repassar para o mercado brasileiro as flutuações de preço do mercado internacional. As características do mercado brasileiro, com grande concentração de refino na mão da grande produtora de petróleo do País, com um mercado crescente, com o álcool como alternativa, não são adequadas para flutuar o preço na refinaria a cada momento que há variação internacional. Agora, evidentemente que, se caracterizada uma tendência clara no preço internacional, não há como a Petrobrás ficar isolada. Não só por uma razão política, mas por uma razão econômica. O mercado brasileiro é aberto. Então, se o preço dos combustíveis no Brasil ficarem acima do mercado por muito tempo e com a expectativa de que vão continuar altos, as importações de outros players vão existir.


[1] A frase é estranha e de difícil entendimento. A questão, que será discutida mais adiante, não é o fato do poço seco ir para resultado (não "investimento"); é a quantidade de poços, que o repórter não deixa escapar.

[2] Correto. A questão é o tempo: quando você deve levar a resultado. É universal que isto deveria ocorrer assim que isto fosse constatado.

[3] Não respondeu a pergunta.

[4] Não é possível, exceto se existirem custos "ocultos" nos projetos.

[5] Existem casos de políticos.  Um exemplo: José Eduardo Dutra.

15 agosto 2012

Rir é o melhor remédio

Zezão parou o caminhão na frente da loja do Seu HANNA e falou:

- Seu HANNA tem aqui um caminhão de arroz, sem nota, pela metade do preço, o senhor aceita?
- Claro que HANNA aceita - e vira-se para o sobrinho ELIAS JALLIS:  vai bra esquina e se abarecer fiscal vem corendo avisar babai.

Começam a descarregar e, no meio, aparece ELIAS JALLIS
- Babai!... Fiscal vem vindo!!!
- Bára tudo e volta caregar - grita HANNA.

Chega o fiscal:

- Venda grande não é seu HANNA ?
- Ôh ôh, melhor venda do ano que HANNA feiz...
- E isso aí tem nota?
- Ainda num tem nota borquê HANNA está esberando carega bra ver quanto mercadoria cabe na caminhon... daí, HANNA tira nota.
- Não pode! diz o fiscal. A nota fiscal tem de ser emitida antes de carregar!
- Ah!.... Antão bára tudo, que HANNA non qué brobrema com receita!..Volta, volta, descarega tudo caminhón e guarda lá dentro do loja.

(Enviado por Alexandre Alcantara, grato)

Teste 577

No teste 575 falamos dos problemas tributários do candidado a presidência dos EUA. A mulher do candidato a vice, pelo partido Republicano, tem um vínculo com a contabilidade. Durante anos, antes de se casar, Janna Ryan trabalho como lobista para:

para o FASB
para o Iasb
para uma das quatro grandes empresas de auditoria

Resposta do Anterior: desde 2011 as normas internacionais podem cair no exame para CPA dos EUA. Fonte: Aqui

Automóvel

O gráfico a seguir, da Folha de S Paulo, é interessante por mostra os custos envolvidos na decisão de adquirir um automóvel.
O automóvel de 70 mil reais traz custos totais anuais de R$45 mil, incluindo gasolina. O automóvel de 30 mil tem custos mensais de R$20 mil

Brasil x Desempenho em inglês para negócios

Vivian Soares, de São Paulo, Jornal "Valor Econômico" 09/08/2012

O Brasil é o país com o desempenho mais fraco em inglês para negócios entre os emergentes. A constatação é de uma pesquisa realizada com 108 mil profissionais em 156 países pela Global English e que avaliou o nível do idioma em empresas nacionais e multinacionais. Em uma escala que vai de 0 a 10, os brasileiros obtiveram a nota 2,95, segundo o levantamento. De acordo com José Ricardo Noronha, diretor da GlobalEnglish no Brasil, o país ficou classificado em 67º lugar em um ranking que contou com a participação de 76 dos países pesquisados. "Além dos Brics, perdemos também para México, República Dominicana, Venezuela entre outros", afirma. O Brasil teve também uma redução de seu desempenho em relação ao ano passado, em que conquistou a nota 3,45.

Segundo Noronha, o desempenho do país é preocupante. "Muitas empresas no Brasil têm suas estratégias voltadas para o mercado interno e não se preocuparam em qualificar sua mão de obra nesse quesito", afirma. A nota obtida pelo Brasil não chega nem mesmo a atingir o nível básico de fluência. "A qualidade de comunicação dos brasileiros é muito baixa. Em média, eles não conseguem nem mesmo fazer uma conversa corriqueira por telefone, algo que é obrigatório no cotidiano das empresas", afirma.

A pesquisa revelou que 92% dos profissionais em todo o mundo acreditam que o inglês é crítico ou importante para suas carreiras. Apenas 7%, no entanto, afirmam que possuem o nível de fluência adequado às necessidades da profissão. O índice de desempenho é baixo até mesmo em países onde o inglês é a língua nativa, como nos Estados Unidos (5,09) e no Reino Unido (5,24). "Nesses mercados, é comum que as multinacionais atraiam um grande número de profissionais não-nativos, especialmente em funções qualificadas como engenharia e ciência", diz. Esses especialistas preenchem a demanda técnica das empresas, mas ainda estão abaixo da expectativa em seus conhecimentos sobre o idioma.

O diretor acredita que, pelo menos no Brasil, há espaço para melhoras - a proximidade dos eventos esportivos no país deve fazer com que as empresas aumentem seus investimentos em formação de mão de obra. "Algumas companhias já incluíram a qualificação em idiomas em seu planejamento estratégico há muito tempo. Outras estão acordando para o problema somente agora". Ele acredita que o nível de exposição internacional do país deve aumentar muito nos próximos anos e isso será determinante para a competitividade das empresas. "Quem não se atentar à importância de ter profissionais com um bom nível de inglês vai perder mercado, dinheiro e talentos", afirma.

UFSC Mestrado

O Programa de Pós-Graduação em Contabilidade da UFSC encontra-se com seu processo seletivo para alunos da turma de mestrado de 2013 em aberto até dia 11 de outubro de 2012.

O Mestrado em Contabilidade da UFSC é um programa totalmente gratuito, com aulas ministradas principalmente nas segundas e terças e tradicionalmente dispõe de seis a dez bolsas da Capes para cada turma, concedidas aos alunos pelo seu mérito no processo seletivo e disponibilidade de dedicação ao curso.

O candidato interessado em prestar o processo seletivo deve apresentar comprovante de que realizou o Teste ANPAD, após Janeiro de 2011, e de que obteve pontuação mínima de 250 pontos no somatório geral.

Para a turma de 2013 serão oferecidas até 20 vagas.

Cruzeiro do Sul

O presidente do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), Celso Antunes, disse que o rombo no Banco Cruzeiro do Sul chegou a R$ 3,1 bilhões. O patrimônio líquido, após ajustes, ficou negativo em R$ 2,23 bilhões.

Em coletiva à imprensa realizada em São Paulo na noite desta terça-feira, o presidente do FGC informou que essa diferença será "socializada" entre credores locais e externos e o FGC. Segundo Antunes, o FGC fará proposta aos credores locais e externos para recompra desses títulos com um deságio médio de 49,3%. Os credores externos têm R$ 3,3 bilhões em papéis do banco, enquanto os credores locais, R$ 430 milhões. O FGC cobrirá o passivo relativo a linha DPGE e depósitos de até R$ 70 mil.
Em 4 de junho, o Banco Central decretou regime de administração especial temporária para o Cruzeiro do Sul.

A proposta de compra título do Cruzeiro do Sul pelo FGC, com a aplicação de deságio médio de 49,3%, considera o prazo de maturação de cada uma das séries das emissões, sua participação relativa no passivo do Cruzeiro do Sul e sua senioridade.

O FGC contratou os Bancos HSBC e Bank of America Merrill Lynch como coordenadores da operação. Para a finalização da oferta existem duas condições cumulativas: a adesão de no mínimo 90% dos valores dos papéis objeto das ofertas e a obtenção de proposta firme de compra do controle da instituição por parte de outra instituição já autorizada a funcionar no mercado pelo Banco Central. Caso qualquer das condições não seja cumprida, a operação será automaticamente cancelada, situação na qual o FGC recomendará ao Banco Central a imediata liquidação extrajudicial da instituição.

A oferta tem prazo de encerramento previsto para o dia 12 de setembro. O FGC está ofertando também a possibilidade de aquisição do controle acionário do banco às instituições ou conglomerados financeiros já em funcionamento no pais e que preencham determinados requisitos.

Dessa forma, a soma dos deságios aplicados a todos os credores, caso se obtenha sucesso nas operações, será de valor equivalente ao patrimônio líquido negativo apurado no balanço especial de abertura, ou seja, R$ 2,236 bilhões, a ser acrescido dos custos incorridos na operação.

Assim, diz o FGC, o ônus pela eliminação do patrimônio liquido negativo será equitativamente distribuído entre credores externos, credores internos não garantidos ou garantidos parcialmente e o fundo.


FGC conclui que rombo do Cruzeiro do Sul é de R$ 3,1 bi - Cynthia Decloedt -

Cruzeiro do Sul

O banco Cruzeiro do Sul vai apresentar hoje um balanço com um passivo a descoberto de cerca de R$ 2 bilhões, segundo o Valor apurou. O rombo total do banco, que está sob intervenção do Banco Central desde 4 de junho, chega a quase R$ 3 bilhões, mas o patrimônio líquido, de R$ 900 milhões, ajuda a cobrir parte disso.

O volume de créditos que pode ter sido falsificados [1] pelos controladores do banco - Luiz Felippe e Luiz Octavio Indio da Costa - ficará dentro das estimativas iniciais do BC, em R$ 1,3 bilhão. A diferença, de cerca de R$ 1,7 bilhão, vem de uma lista supostas irregularidades [2] de mais de 50 itens encontradas pela auditoria. O BC, o Fundo Garantidor de Créditos e a PwC comandam a revisão dos números.

Entre as supostas irregularidades [2] encontradas estão, por exemplo, a concessão de empréstimos para empresas de fachada, que indicaram não ter capacidade de honrar com os empréstimos tomados - todas localizadas no Rio de Janeiro, onde fica parte do banco. (...)

Cruzeiro deu crédito a empresas de fachada - 14 de Agosto de 2012 - Valor Econômico - Carolina Mandl

[1] É interessante a postura da jornalista. Geralmente os textos falam de forma a não se comprometer.
[2] Aqui o tom já é mais ameno.

Redes sociais e lucro

Os atletas estão voltando para casa depois da Olimpíada de Londres, esperando estender seu período de exposição pública para obter ganhos com acordos de "endorsement" (endosso) por meio da popularidade que ganharam na mídia social.

Muitos atletas viram seu potencial de ganho disparar durante os jogos - até mesmo nomes já conhecidos como Michael Phelps, o nadador americano que se tornou o atleta olímpico com o maior número de medalhas de todos os tempos, e Usain Bolt, o homem mais rápido do mundo.

Os atletas poderão ganhar cerca de US$ 50 milhões por ano [1] em acordos de apoio a marcas se conseguirem ampliar seu tempo em evidência além dos louros colhidos durante os jogos. A afirmação é da SponsorHub, uma companhia que atua na intermediação de acordos de endosso.

O número de seguidores de um atleta no Twitter, Facebook ou outros sites de mídia social passa rapidamente a determinar isso. "As marcas sempre perguntam quantos seguidores um atleta tem", afirma Ricky Simms, diretor da Pace Sports Management, a agente mundial de Usain Bolt. "Para muitas companhias, esta é a maneira com que elas querem atingir seus consumidores." [2]

Tradicionalmente, os atletas olímpicos têm um período de tempo curto para capitalizar seu desempenho nos jogos, porque eles saem rapidamente do olhar do público, segundo afirmam executivos de marketing. Mas a mídia social vem permitindo aos atletas estender suas relações com os fãs por meio do compartilhamento de mensagens, fotografias e vídeos. (...)


Redes sociais ampliam potencial de ganho dos atletas com marketing - Por Emily Steel | Financial Times, de Nova York - Publicado no Valor Econômico - 14 de Agosto de 2012


[1] Um pouco exagerado, já que são raros (dois ou três) atletas que ganham isto. Observe que a estimativa é de uma empresa que faz o trabalho de intermediação: fonte não confiável.
[2] Não somente: a origem dos seguidores também é relevante.

Mantenha-se conectado!


14 agosto 2012

Olimpíadas

O gráfico mostra quanto tempo você gasta para ver o desempenho de uma medalha de ouro. Para assistir Bolt ganhar os cem metros, menos de um minuto. A medalha de Phelps no borboleta, um pouco mais de dois minutos. Mas assistir o volei de praia serão quatro horas. Se você gosta de futebol, você gastou mais de dez horas para ver Hope Solo (foto) ganhar a medalha de ouro.

Rir é o melhor remédio

ORLANDO - O medalhista olímpico e principal atração do SeaWorld, Michael Phelps voltou ao seu tanque de água de sete milhões de litros na quarta-feira para retomar sua agenda normal de realização de seis shows por dia no parque marinho todos os dias da semana.

Teste 576

O exame de CPA é a condição necessária para que o profissional de contabilidade possa exercer sua profissão nos EUA. Já se sabe que os Estados Unidos não irão adotar as normas internacionais de contabilidade tão cedo. O CPA:

não cobra conteúdo sobre as IFRS
cobra conteúdo sobre as IFRS desde 2011
cobra conteúdo sobre as IFRS desde 2008

Resposta do Anterior: Romey é o personagem político que está sendo criticado por não ser adepto do pagamento de imposto de renda. Um exemplo desagradável para quem pretende ser o futuro presidente dos EUA. Fonte: Aqui

Lembrete: Teste ANPAD

Para quem participará de processos seletivos que necessitam da Teste ANPAD, segue o lembrete:

Hoje, dia 14/08/2012, é o prazo limite para geração e impressão do boleto referente à taxa de inscrição da prova ANPAD no valor de R$ 235,00 (desconto de R$ 40,00) e com vencimento no dia 15/08/2012. Após o dia 14/08/2012, o valor da inscrição será integral (R$ 275,00), com vencimento em 24/08/2012.

Rihana

Conforme testamos nossos leitores no passado, a cantora Rihana demitiu seus contadores, alegando prejuízo de milhões de dólares. Seus ex-contadores revidaram, informando que a cantora perdeu dinheiro por culpa própria e que a comissão que eles levaram - de 22% - está baseada em documentos legais.

Desempenho

Veja a figura a seguir:

O desempenho das olimpíadas é apresentado de maneira relativa. O Brasil teve um desempenho próximo ao da China. O Brasil precisa de 135 bilhões de PIB (em PPP) para cada medalha conquistada. Este número é próximo ao desempenho da China e melhor que dos Estados Unidos!

Quando se compara com o número de habitantes, são necessários 11 milhões de pessoas para produzir uma medalha olímpica. Ou seja, a população de São Paulo. Este valor é melhor que a China, onde com 15 milhões de chineses se produziu uma medalha. Mas é pior que os outros países. Os melhores desempenho foram da Rússia e Grã-Bretanha (anfitriã, que tende a levar mais medalhas).

(Adaptado daqui)

Por que ensinar o Esporte?


Interessante a questão apresentada pelo blog Stumbling and Mumbling:
 Eles [os políticos] descobriram que o esporte é popular e querem agora serem associados a ele (...)
Existem outras razões. Uma delas, apontado por Shuggy, é que a carreira desportiva é uma ambição adequada  para as classes mais baixas.
Quero sugerir outro motivo. Ele começa a partir do fato de que há evidências de que crianças que praticam  esporte passam a ganhar mais do que aqueles que não o fazem.  (...)

O outro lado vem a seguir:

[Jeremy Celse] ressalta que o esporte não apenas promove virtude. Além disso, promove o vício da inveja. Ele estimula as pessoas a se tornarem mais ferozes e mais dispostas a ferir os outros (...)

Ao mesmo tempo em que o esporte cria Zanettis, também aparecem os Brunos. 

Desindustrialização: O Que Fazer?


Depois de se dedicar a debates como o combate à inflação, o economista Edmar Bacha, 70, quer saber por que a indústria brasileira está encolhendo. Um dos formuladores do Plano Real, Bacha reuniu 35 especialistas para ir além da explicação câmbio & juros, que, segundo diz, não são o problema verdadeiro. O resultado será publicado no livro "Desindustrialização: O Que Fazer?", organizado com a também economista Mônica de Bolle. Nesta entrevista, Bacha antecipa à Folha parte do diagnóstico sobre a desindustrizalização.


Quando o Brasil começou a se desindustrializar?

De 1980 até 2004/2005, houve um processo paulatino de perda da participação da indústria no PIB. E isso não preocupa. Porque, quando se comparava o Brasil com outros países, a participação da indústria era muito maior. Havia um excesso de indústria. O que discutimos é o que ocorre a partir de 2005, com especial preocupação a partir de 2010.

O que mudou?
A partir de 2005, o Brasil foi beneficiado por uma enorme entrada de dólares, provinda da melhoria dos preços das commodities que o Brasil exporta e de uma entrada muito forte de capitais. É uma grande bonança externa. E o efeito colateral dessa bonança é a desindustrialização.

É como uma doença?
Eu não acho que, necessariamente, seja uma doença. Você apenas alterou o padrão de produção da economia. Não tem ninguém doente. Veja o Brasil de hoje. A mão de obra está muito bem, superempregada e com salários muito altos, como nunca teve. Só quem não está empregando é a indústria. A indústria realmente vai mal, mas o Brasil vai muito bem.

Mas economistas sustentam que o crescimento está travado porque o setor industrial está em crise.

A economia está em pleno emprego. Por que a popularidade da Dilma está tão alta? Do ponto de vista do bem-estar, as pessoas estão muito bem. Há um problema que a economia não cresce. Mas o estrangulamento do crescimento ocorre porque os investimentos dos setores competitivos estão travados.

Que setores poderiam crescer e estão parados?

A construção civil, todo o complexo agromineroindustrial. Mas esses setores dependem muito de infraestrutura, e o que ocorre é que estamos travados por falta de infraestrutura, por falta de mão de obra qualificada.

Não vale a pena o governo tentar recuperar a indústria?

Não através do protecionismo, do crédito subsidiado, nem de medidas pontuais.
Estamos falando de recuperar a capacidade de concorrer e de termos uma indústria produtiva. Afora imposto, e de fato os impostos são extremamente elevados, uma das maiores travas para recriar a indústria é a política do conteúdo nacional. O governo, em vez de resolver, está ampliando. Eu sou a favor de acabar com a política de conteúdo nacional.

Mas o governo diz querer incentivar produtores locais.
É uma política míope, que resolve o problema localizado à custa de criar danos maiores para a economia. No pré-sal, por exemplo, a consequência dessa política, será que a gente não vai chegar ao pré-sal. Pergunta ao Carlos Ghosn, da Renault, por que ele não produz carro de boa qualidade no Brasil. Tendo que comprar tudo aqui dentro não dá. Protegem a indústria de componentes para criar o que chamam de "densificação da estrutura produtiva". O que é preciso é se integrar às cadeias produtivas internacionais.

Como?

Não tem que fazer todas as partes do produto aqui. O comércio internacional é crescentemente intrafirmas -multinacionais exportando para elas mesmas-, intrassetorial -exporta-se seda e importa-se algodão- e intraproduto -cada componente é feito num local e a montagem é feita noutro.É assim que a Ásia está se estruturando e é assim que o México está crescendo.

Qual o efeito para o Brasil?
Aqui, esse suposto nacionalismo fez com o Brasil se tornasse o país mais colonizado do mundo. A participação de multinacionais no PIB é extraordinariamente elevada. E por que elas não exportam? Porque é caro produzir aqui. E por que é caro? Porque têm que comprar tudo aqui dentro, não podem se integrar mundialmente, não podem fazer o que fazem na China. A gente não deixa.

Mas a China também paga salários mais baixos.
A indústria concorre com a natureza, e ela é pródiga. Portanto, nosso ponto de partida é mais alto. Somos como nos EUA. Eles sempre foram um país de salários elevados, têm agricultura e mineração pujante e conseguiram desenvolver sua indústria.

Mas eles também estão buscando retomar as indústrias que perderam.
A desindustrialização não é só brasileira. O mundo inteiro, exceto a China, está se desindustrializando. É como se de repente descobrissem a existência de Marte. A China é como se fosse Marte. Estava fechada, com um terço da população mundial, e agora se abriu. Temos que arrumar um lugar para ela.

Mas, se é um fenômeno mundial, por que o Brasil deveria atuar? E como teria êxito?
Não estamos dizendo para deixar a indústria cair. No Brasil, há um problema específico, a participação da indústria no PIB está caindo mais do que em outros países. Não é que não tenhamos que nos mexer. Ao contrário. Isso é um problema, mas o que está sendo feito é errado.
Temos sugestões, e uma delas é mudar a estrutura de importação, diminuindo os impostos para a compra de bens de capital e componentes. Tornar as indústrias mais produtivas para que se integrem à cadeia mundial, em vez de olharem apenas para o mercado interno. As avaliações sobre o problema são muito chã, é o câmbio, é não sei mais o quê...

Então não é câmbio valorizado e juros altos?
As pessoas acham que mexendo nisso vão resolver o problema. Isso é um equívoco. É preciso entender como isso ocorreu. Não é um monte de gente malévola que apreciou o câmbio e botou os juros na lua. Mas, ao focar juros e câmbio, perde-se a dimensão dos problemas reais e substantivos, que provocam a perda de competitividade.

Quais são esses problemas?
Quando houve a bonança, não teve jeito, houve muito ingresso de capital e o câmbio apreciou. O que fazer? Pôr uma barreira e não deixar entrar nenhum tostão? Fazer igual a Cristina Kirchner? Vai dizer isso para as empresas que precisam de capital e estão lançando ações.
Se existe uma bonança, vamos saber administrá-la. Frequentemente ela é tão boa que as pessoas deixam de fazer o dever de casa. E, quando acabam, só tem um buraco lá.

Economistas do governo afirmam que a bonança permitiu a emergência da classe C.

Poderia ter sido melhor. Mas eu não sou contra isso e não acho que o modelo foi apenas consumista. O investimento cresceu neste período. Mas também é fato que a reação à crise a partir de 2008 só aumentou o consumo.


A reação à crise agravou a desindustrialização?
A desindustrialização não veio porque as pessoas consumiram. Se, em vez de consumir, tivéssemos investido, importaríamos mais ainda. Não acho que veio daí.
As pessoas dizem que o investimento está fraco porque a indústria está fraca. Mas foi justamente quando a indústria enfraqueceu que o investimento aumentou, entre 2005 e em 2011, quando passou de 15% para 20% do PIB.

Qual é a sua explicação?
A indústria é só 15% do PIB. E os outros 85%, que vão muito bem? O Eike Batista deve ter investido.

Então, quais são os problemas reais da indústria?
A indústria é excessivamente tributada no Brasil, comparada com as indústrias estrangeiras. Isso é um problema. Outro é que a indústria tem pouca flexibilidade de comprar insumos de fora por causa dessa política de requisito nacional e das altas tarifas cobradas na entrada de bens de capital e insumos.

O governo está tentando manter um modelo de indústria que não funciona mais?
Eles têm uma mentalidade que talvez coubesse em 1950 e que já foi exagerado em 1970. Hoje é um absurdo. Querem pensar em indústria no país em função desse mercadinho interno que a gente tem, que é só 3% do PIB mundial. É também pensar pequeno a estratégia de curto prazo. Ficar tentando resolver o problema de cada setor, um a um. Está com problema o setor de componentes da indústria automobilística? Azar.


O governo não deveria salvar certos setores, como têxteis e calçados?

Existem muitas indústrias de tecidos no Brasil que vão bem. Muitos dizem: a indústria de calçados vai acabar. Mas nesse grupo tem uma empresa chamada Alpargatas [fabricante das Havaianas]. Há muitas empresas que dão a volta por cima. O processo de criação destrutiva é a maneira pela qual o capitalismo se desenvolve e permite a incorporação de novas formas de fazer as coisas. Essa política protecionista, de escolha de vencedores, constrange a capacidade produtiva a ficar aqui dentro, nesse rame-rame. É preciso olhar além da avenida Paulista [em alusão à Fiesp].

Custos do Rio 2016

O custo dos jogos, os críticos temem, poderia até exceder as estimativas iniciais de 29 bilhões de reais (US $ 14,4 bilhões).

O Prefeito do Rio, Eduardo Paes, disse em uma entrevista recente que um orçamento atualizado ainda não é possível.

Luis Fernandes, secretário executivo do Ministério do Esporte brasileiro, também evitou o assunto, dizendo a repórteres em Londres na segunda-feira: "Nós só podemos divulgar o custo das Olimpíadas, quando tudo estiver pronto."


Reuters

Economia e Contabilidade

Um texto interessante, de Nancy Folbre, faz uma comparação entre os problemas atuais da economia e da contabilidade.Para Folbre, assim como a contabilidade apresentou falhas graves, relacionadas com eventos fora de balanço, durante os problemas econômicos de 2001 e 2007, a economia também apresenta problemas semelhantes.

O PIB, a medida de desempenho de uma economia, não considera o trabalho não remunerado da dona de casa, considera os valores pagos com educação como consumo (não investimento) e despreza os efeitos da amortização dos recursos naturais. É bem verdade que existem algumas tentativas de soluções, mas isto ainda está longe de ser uma medida adequada da economia.

Nancy cita a indústria do carvão. No passado já se mensurou que os efeitos sociais deste setor - em termos de poluição e efeitos sobre a mortalidade - é muito maior que o valor agregado.

O título do texto de Folbre lembra uma frase celebre de Clinton:
It’s the Accounting, Stupid

13 agosto 2012

Rir é o melhor remédio

Adaptado GraphJam

Everything is a Remix

Kirby Ferguson acredita que os elementos básicos de um processo criativo estão na seguinte equação: Copy + Transform + Recombine =Remix. De Bob Dylan à Steve Jobs, os nossos mais célebres inventores : emprestam, roubam e transformam. Ou seja, tudo é remix e, portanto, essa é a melhor maneira de tratar a criatividade. Eis algumas frases da palestra:

“We are not self-made. We are dependent on one another. Admitting this to ourselves isn't an embrace of mediocrity and derivativeness, it's a liberation from our misconceptions.”

“You take existing songs, you chop them up, you transform the pieces, you combine them back together again. … These aren't just the components of remixing, I think these are the basic elements of all creativity.”

“Creative works may indeed be kind of like property, but it's property that we're all building on.”