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22 novembro 2011

Olympus

tinha comentado anteriormente (postagem de 12 de novembro) o texto de Weil sobre os escândalos contábeis. Na sexta saiu o texto traduzido no Valor Econômico (18 nov 2011, via aqui), que apresento abaixo:

Se você por acaso adora acompanhar escândalos contábeis, então possivelmente nunca viu um período tão bom como os últimos meses, encerrado com chave de ouro pelos desdobramentos do desastre na Olympus. Por outro lado, se você trabalha como auditor numa grande firma de contabilidade, ficou muito mais difícil justificar que a sociedade deva valorizar os seus serviços.


O golpe praticado na Olympus era simples, ainda que os meios tenham sido, por vezes, exóticos. A fabricante japonesa de câmeras e endoscópios ocultou prejuízos tratando-os como ativos. Segundo a companhia, assim foi desde os anos 1990. Isso poderia ter permanecido em segredo, caso o executivo da Olympus, um britânico chamado Michael C Woodford, não tivesse feito pressão internamente para resolver o assunto, em resposta a uma reportagem de uma revista japonesa sobre alguns dos negócios menos ortodoxos da companhia. O conselho de administração da Olympus reagiu demitindo Woodford, apenas seis meses no cargo. Agora, vemos que suas advertências sobre as finanças da empresa estavam certas.


Onde estavam os auditores? Embora ainda não conheçamos a plena extensão do que eles sabiam e quando, basta ver quem eram os auditores externos para saborear o fascínio da história.


A auditoria da Olympus na década de 1990 era a afiliada japonesa da Arthur Andersen, à época uma das chamadas "Cinco Grandes" firmas de contabilidade. Depois que a Andersen entrou em colapso em 2002, a KPMG adquiriu sua operação no Japão, que atuava sob o nome de Asahi & Co, e assumiu a auditoria da Olympus. A KPMG permaneceu como auditora até 2009. A Olympus passou a usar os serviços da Ernst & Young no fim daquele ano.


Desse ângulo, parece que os fantasmas de Andersen ainda estão assombrando os corredores empresariais. A firma foi indiciada em 2002 devido a sua conduta como auditora da Enron, empresa americana de energia, no que equivaleu a sua sentença de morte. Na esteira desses acontecimentos, grandes fraudes contábeis vieram à tona em muitos dos ex-clientes da empresa - uma lista de nomes onde compareceram a WorldCom, Dynegy, Qwest, Freddie Mac e Refco. A Olympus parece estar a caminho de entrar para a mesma lista. Foi necessária apenas cerca de uma década a mais para os problemas emergirem.


O "Financial Times" informou no mês passado que a KPMG efetivamente levantou em determinado momento algum questionamento sobre a contabilidade da Olympus. Nenhuma divergência entre a KPMG e a Olympus foi divulgada publicamente, embora saiba-se agora que houve divergências, segundo um artigo, em 4 de novembro, no jornal britânico "Daily Telegraph".


A Ernst & Young também não levantou quaisquer problemas.


O mais recente relatório de auditoria da E&Y, firmado em 29 de junho, observou que a firma auditou as demonstrações financeiras da Olympus apenas para os anos fiscais de 2010 e 2011, e que os livros da empresa referentes a 2009 foram examinados "por outros auditores", que apresentaram um parecer sem ressalvas". Agora, tanto a Ernst & Young como a KPMG estão numa saia justa.


Podemos ouvir ecos de escândalos passados também no colapso da MF Global Holdings, construído em parte por meio de uma aquisição dos ativos da Refco em 2005, depois que a corretora de futuros faliu naquele mesmo ano. Os espectadores do escândalo Enron podem recordar, por exemplo, que os executivos da empresa de Houston não tinham como controlar a quantidade de dinheiro que a companhia tinha em determinado momento. Após as falências da Enron e da WorldCom, o Congresso aprovou em 2002 uma lei exigindo que os altos executivos certificassem a eficácia dos controles internos de suas empresas sobre seus relatórios financeiros. Relatórios de auditores sobre os controles internos tornaram-se também uma exigência.


A PricewaterhouseCoopers, auditoria externa da MF Global, disse em maio, que os controles MF estavam em ordem, e que tudo estava bem também com Jon Corzine, à época executivo-chefe da MF. Se essas afirmações estavam corretas é algo agora em questão. Mais de uma semana após a MF ter pedido concordata, há ainda cerca de US$ 600 milhões de clientes desaparecidos sem causa definida.


Então, no mês passado, houve a implosão do Dexia, gigantesco banco franco-belga que recebeu um socorro do governo para evitar seu colapso. Em março, o Dexia recebeu um parecer positivo da afiliada belga da Deloitte & Touche. O mercado finalmente percebeu que seu balanço era uma farsa.


São tantas as grandes companhias que sofreram colapsos após terem sua contabilidade aprovada pelas Quatro Grandes firmas de auditoria que muita gente considera seus pareceres uma piada. Afinal de contas, é o cliente quem paga as auditorias. (Opa, nenhum conflito nisso!) Há décadas as agências fiscalizadoras vêm tentado descobrir maneiras de contornar essa falha fundamental no modelo de negócios do setor, colocando em vigor todo tipo de regras exigindo que os auditores sejam "independentes", por mais tola que essa noção possa, por vezes, parecer. Apesar disso tudo, continuam assomando novas ondas de escândalos contábeis,.


No entanto, o próximo passo lógico - tirar da profissão contábil a sua galinha de ouro, tornando as auditorias voluntárias, em vez de obrigatórias, para as empresas de capital aberto -, sempre pareceu uma péssima ideia, porque seria praticamente um convite para mais fraudes. Nem há muito apetite para que terceiros, como governos nacionais, paguem pelas auditorias nas empresas. Os resultados provavelmente não seriam melhores.


Pelo menos, o público pode deleitar-se com o valor de entretenimento em todos esses escândalos. Pode não haver fiapos de otimismo quando tanta riqueza e tantas vidas são destruídas, mas é algo capaz de nos distrair da conclusão óbvia de que estamos atados, por ora, a um sistema que, muito frequentemente, não funciona.


O maior temor para o cartel das Quatro Grandes deve ser que os investidores um dia fiquem tão fartos, que exijam uma mudança total no status quo, por concluir que nada têm a perder. Ainda não chegamos a esse ponto, mas poderemos. Se as auditorias não conseguirem descobrir uma forma de reincutir valor em seu produto mais básico, até mesmo soluções horríveis poderão começar a parecer melhorias substanciais.

Judiciário

Um estudo realizado por dois economistas derruba a tese de que as decisões do Judiciário são mais favoráveis ao devedor. A pesquisa "Pró-devedor ou Pró-credor? Medindo o Viés dos Juízes Brasileiros" analisou 1.687 decisões do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e mostra que em 53,6% dos casos os vencedores foram os credores. Em disputas contra empresas, por exemplo, as instituições financeiras saíram vitoriosas em 70% das decisões.


A pesquisa, dos economistas Luciana Luk-Tai Yueng e Paulo Furquim de Azevedo, avaliou decisões entre 1998 e 2008. Eles queriam verificar se realmente existiria uma tendência pró-devedor - apresentada sistematicamente como uma das causas dos spreads elevados no Brasil. Apesar de não haver esse favorecimento, outros dois problemas foram apontados como prejudiciais ao mercado de crédito: o tempo de tramitação do processo e as divergências de entendimentos entre as instâncias. Segundo a pesquisa, 54,3% das decisões foram reformadas total ou parcialmente pelo STJ. 


É interessante que a pesquisa concentrou na última instância, onde a atividade lobista talvez seja mais efetiva. Veja que as decisões contras as instituições financeiras representam 30% dos casos. Sabe-se que estas entidades possuem uma despesa significativa com bancas de advocacia de qualidade.

21 novembro 2011

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

Europa x Big Four

Segundo o The Telegraph, o relatório do comissário Michel Barnier sobre o setor de auditoria sofreu um atraso. Barnier tinha planos de divulgar na quarta um relatório sobre a quebra do oligopólio das quatro grandes empresas de auditoria (foto). O novo prazo é 30 de novembro e o atraso se deve a crise do euro.

Para as grandes empresas o atraso pode ser útil para tentar mudar o foco das reformas propostas. Segundo o presidente da Price, publicado no jornal inglês, as propostas poderiam aumentar os custos num momento onde existe muita turbulência financeira.

A ideia central de Barnier é dividir a auditoria em pelo menos duas empresas, a chamada auditoria especial conjunta.

Que economia está pior, a dos EUA, Europa ou China?

Ian Bremmer e Nouriel Roubini Especial para The Wall Street Journal

Não admira que os mercados globais estejam tão nervosos. As três maiores economias do planeta não podem continuar pelo mesmo rumo de suas trajetórias atuais, e todo mundo sabe disso. Os investidores procuram nervosamente sinais de que a China está caminhando para um desaquecimento brusco, que os Estados Unidos vão afundar de novo na recessão, e que a zona do euro vai simplesmente implodir.

Nos três casos, empurrar com a barriga tem mitigado o desastre até agora, mas a tarefa está cada vez maior e mais pesada. Qual economia será a primeira a tropeçar nos seus problemas?

Na Europa, as decisões mais difíceis foram adiadas porque os principais protagonistas não concordam sobre como e por que os problemas começaram. A Alemanha e outros países mais ricos põem a culpa na farra de gastos da Grécia, Portugal e Itália, e temem que um resgate concedido logo venha aliviar a pressão sobre esses perdulários para que mudem seu comportamento. Os países devedores, por sua vez, julgam que toda a zona do euro está fora de equilíbrio e que os países mais prósperos como a Alemanha deveriam exportar menos e consumir mais, para endireitar a situação.

Outros europeus dizem que uma moeda comum não pode sobreviver indefinidamente quando a política monetária é administrada por uma entidade central, mas cada governo decide quanto cobrar de impostos e quanto gastar. Outros ainda alertam que o acesso ao mercado de capitais exige algum tipo de seguro coletivo, de preferência sob a forma de um título em euros. Não surpreende que a Alemanha resista a essa solução, pois implica uma transferência gradual da riqueza das economias mais fortes para a periferia do euro, uma "união de transferência" dos países ricos para os mais pobres.

No entanto, outro ponto de vista europeu sustenta que os planos de austeridade agora concebidos pela Alemanha e o Banco Central Europeu são piores do que a própria doença. O continente precisa de crescimento, não apenas de reformas e de um aperto de cintos, argumentam eles, e apenas uma onda de estímulos em toda a área do euro pode conseguir isso.

Os 17 países e quatro instituições europeias agora enredados na crise do euro vão continuar empurrando com a barriga, mas essa procrastinação não pode ser sustentada. Os mercados já estão perdendo a confiança em uma reforma feita em pequenas etapas. As dúvidas sobre a Itália, uma economia grande demais para ser resgatada, só vão aumentar a volatilidade.

A Europa será a primeira a parar de procrastinar e empurrar com a barriga: espere uma moratória desordenada da Grécia, mais problemas para os bancos europeus e uma recessão acentuada em todo o continente.

Na China, a necessidade de reformas econômicas também é óbvia. Já são quatro anos desde que o premiê Wen Jiabao advertiu pela primeira vez que o modelo econômico do país é "instável, desequilibrado, descoordenado e, em última análise, insustentável", e os três anos desde que a crise financeira deixaram claro que o crescimento chinês continua perigosamente dependente das exportações para a Europa, Estados Unidos e Japão.

Para garantir a expansão econômica (e a estabilidade política) de longo prazo, o governo chinês tem que descobrir uma maneira de incentivar os consumidores do país a comprar mais produtos de fabricação local. Isto exigirá uma transferência maciça de riqueza do Estado e das empresas estatais para as famílias do país.

Mas Pequim está rumando para a direção oposta. A liderança reagiu à turbulência dos mercados ocidentais não impulsionando o consumo, mas sim aumentando as despesas estatais e privadas em investimentos fixos, que hoje respondem por quase a metade do crescimento da China. O resultado foi um boom no setor imobiliário residencial e comercial, maiores gastos governamentais em infraestrutura e mais empréstimos baratos dos bancos estatais para empresas estatais.

De fato, um sério obstáculo às reformas é o fato de que a China continua tão investida em seu modelo de capitalismo com gestão estatal. Das 42 firmas chinesas listadas na edição de 2010 da "Fortune 500", 39 eram estatais, e três quartos das 100 maiores empresas de capital aberto do país são controlados pelo governo. Dirigentes do partido que têm interesse no sucesso das estatais acumularam um poder considerável na liderança, e resistem ferozmente aos esforços para transferir a riqueza das estatais para as empresas privadas e os cidadãos comuns.

A China tem reservas disponíveis de caixa e moeda estrangeira para adiar a crise. Mas o crescimento do país já está encolhendo, as tensões financeiras estão aumentando, e há boas razões para temer que os dias em que a China ainda poderá empurrar com a barriga também já estão contados.

E com isso, sobram os Estados Unidos.

Ninguém pode restaurar a confiança na saúde fiscal americana de longo prazo sem um plano com credibilidade para cortar os gastos com benefícios governamentais e com a defesa, e ao mesmo tempo aumentar as receitas, que estão agora no ponto mais baixo em 60 anos como proporção do PIB. Mas que não se espere nenhuma solução imediata de Washington. A atual campanha presidencial só vai exacerbar o partidarismo mesquinho e o impasse político, ou seja, os problemas estruturais da economia norte-americana tendem a persistir.

Mas a longo prazo, o futuro parece muito mais brilhante para os EUA do que para a Europa ou China. Os Estados Unidos ainda são o líder em tecnologia de ponta, do tipo que expande o potencial econômico de um país a longo prazo, desde energias renováveis e aparelhos médicos até a nanotecnologia e computação na "nuvem". Com o tempo, essas vantagens trarão um crescimento econômico mais robusto.

Os EUA também têm uma vantagem demográfica. Na Europa, a queda nas taxas de natalidade e o crescente sentimento contra a imigração indicam que a população vai diminuir em até 100 milhões de pessoas até 2050. Na China, graças em parte à política do filho único, a população economicamente ativa já começou a se contrair. Em 2030, cerca de 250 milhões de chineses terão passado dos 65 anos, e proporcionar-lhes pensões e assistência médica será muito caro.

Apesar do debate sobre a imigração ilegal, a população americana provavelmente aumentará de 310 milhões para cerca de 420 milhões até meados do século. Entre 2000 e 2050, segundo cálculos de Mark Schill, do Praxis Strategy Group, a força de trabalho americana deve crescer 37%. Enquanto isso, a chinesa vai diminuir em 10% e a europeia em 21%.

Por fim, apesar da crescente exasperação do público americano, os EUA têm muito mais probabilidade do que a Europa ou a China de parar de empurrar as coisas com a barriga. Nada vai mudar muito em 2012, ano da eleição presidencial, mas 2013 abre a oportunidade de uma verdadeira reforma fiscal.

No próximo mês de novembro os republicanos provavelmente ganharão o controle das duas casas do Congresso. Se um republicano for eleito presidente, o Partido Republicano enfrentará uma enorme pressão pública para implementar as reformas prometidas. Mesmo se o presidente Obama for reeleito, a perspectiva de um grande acordo é promissora. Ele estará liberado das demandas políticas imediatas e, tal como outros presidentes em segundo mandato, Obama poderá começar a considerar o seu legado presidencial.

Que ninguém se engane: os desafios diante dos EUA são formidáveis, e um impasse político persistente pode atrasar as reformas fiscais e estruturais muito necessárias. Mas tudo é relativo, e neste momento a melhor aposta é sem dúvida os Estados Unidos.

Bremmer é presidente do Eurasia Group e autor de "The End of the Free Market" (O fim do livre mercado, em tradução livre). Roubini é presidente da Roubini Global Economics e professor da faculdade de Administração Stern, da Universidade de Nova York.

Pesquisas brasileiras publicadas em inglês

Recentemente terminei de ler o livro “Pérolas da Redação Científica”, de Gilson Volpato (ed. Cultura Acadêmica) que me foi indicado pelo professor Cláudio Santana, a quem agradeço.

As pérolas, como aponta Volpato, são equívocos transmitidos constantemente e que atrapalham ao pesquisador alcançar uma ciência de bom nível. Para desenvolver o assunto, o autor menciona as tais “pérolas”, quais as possíveis origens, equívocos teóricos que as envolvem, implicações na prática e a correção, ou qual seria a melhor forma de agir.

O livro é dividido em algumas etapas atrativas: Publicação; Concepção do Artigo; Autoria; Idioma; Estilo de Redação; Projeto de Pesquisa; Título; Resumo; Introdução; Material e Métodos; Resultados; Discussão; Conclusões; Citações; Agradecimentos. Considero que todo professor que orienta trabalhos de conclusão de curso e, especialmente, os que ensinam metodologia de pesquisa deveriam ler essa obra.

Sempre que pertinente comentaremos alguns tópicos. Hoje falaremos sobre um muito curioso, a pérola 28, que afirma que “estudos regionais devem ser publicados em português”. Essa é a pérola – a verdade é que ‘estudos regionais não precisam ser publicados em português’. Acho que muitos de nós sabemos disso, mas é raro encontrar artigos de pesquisadores da nossa área escritos em outras línguas. O mais interessante é que algumas universidades oferecem recursos que cobrem os custos de tradução – verifiquem na sua faculdade ou reitoria. Na UnB, por exemplo, existem editais publicados pelo Decanato de Pesquisa e Pós-Graduação (DPP) que cumprem essa e outras funções.

A CAPES exige que os professores publiquem certa quantidade de trabalhos, que o programa de pós-graduação alcance certo nível para que a avaliação seja boa. Todavia, é complicado publicar apenas no Brasil. Os periódicos são escassos, especialmente os que pontuam mais. O tempo de avaliação é longo, podendo chegar a dois anos entre o momento em que o trabalho é submetido até ser efetivamente publicado. Porque não investir na internacionalização das nossas pesquisas? Na disseminação do conhecimento que é desenvolvido aqui, mas que nunca chega aos maiores centros de discussão mundiais?

Cito um ótimo exemplo para nos inspirar (enviado por Luciana Ikuno, a quem agradeço):

Disclosure and cost of equity capital in emerging markets: The Brazilian case
Alexsandro Broedel Lopes, Roberta Carvalho de Alencar
The International Journal of Accounting 45 (2010) 443–464

Tenham uma ótima leitura!

Transformador

Abaixo, um trecho de um reportagem publicado domingo no Estado de S Paulo. Parece cômico, mas não é:

As três horas que os clientes da Light, no Rio, ficaram sem luz em dezembro do ano passado já custaram R$ 275 milhões aos consumidores do Sudeste e Centro-Oeste. Essa fatura, já repassada às contas de luz, é consequência da falta de um transformador na subestação do Grajaú, de Furnas, avaliado em R$ 12 milhões. Ou seja: o valor pago pelos clientes foi 23 vezes maior do que o investimento necessário para comprar o equipamento.


A falta desse transformador deixou o sistema que atende o Rio vulnerável, sobretudo no verão, quando aumenta a demanda de energia. Para evitar novos apagões por sobrecarga, foi ligada a termoelétrica Barbosa Lima Sobrinho, da Petrobrás. O custo médio mensal para acionar a usina é de R$ 25 milhões.


Levantamento do mercado obtido pelo Estado mostra que o maior valor mensal pago até agora foi em janeiro (R$ 45,7 milhões). Nos três primeiros meses do ano, a fatura chegou a R$ 104,8 milhões. A despesa total, que atingiu R$ 275 milhões em setembro, foi rateada na conta de luz dos consumidores do Sul e Centro-Oeste sob o nome de Encargos de Serviços do Sistema (ESS). E a fatura pode aumentar se o transformador não for reposto até dezembro.


O valor pago pelos ESS encarece o megawatt/hora em R$ 8, revela uma fonte do setor. "É um custo pela incompetência de uma empresa", critica a fonte. A conta é repassada a consumidores residenciais, comerciais e industriais. "Quando Furnas comunicou o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) o problema, foi ligada a termoelétrica Barbosa Lima Sobrinho e não desligaram mais", disse a fonte.

Dívida Externa do Brasil

O gráfico mostra a dívida externado Brasil, desde 2000, em bilhões de dólares. Desde 2007 a dívida vem crescendo de forma constante. Este crescimento decorre do financiamento externo do setor privado e transferências de fundos de investimentos.

Custo do Kindle


Para cada tablet Kindle Fire que vende, a Amazon recebe praticamente o mesmo valor que gastou para produzi-lo, estimou a consultoria IHS iSuppli, ressaltando a agressividade com a qual a empresa tenta controlar o custo de um dispositivo que encabeça a sua incursão no mercado de tablets.


O Fire, de US$ 199, é vendido por menos da metade do preço do iPad mais barato da Apple e tem o objetivo de ser uma "máquina de vendas" para músicas, vídeos e livros vendidos pela Amazon na internet.


O custo total de componentes do aparelho totaliza US$ 185,60. Somado ao custo de montagem, o preço sobe para US$ 201,70, estimou a IHS iSuppli.


Fonte; Folha de S Paulo

20 novembro 2011

Rir é o melhor remédio


Um domingo "escandalosamente feliz" para os leitores !
(Via aqui)

Natura integra projeto global para relatório mais transparente



A forma como a Natura se comunica com seus investidores será tomada como exemplo na criação de um modelo global de relatório que integre informações financeiras e não financeiras. A empresa é umas das 50 companhias, ao lado de Nestlé, Microsoft, Coca-Cola, Tata, entre outras, que farão parte de um projeto piloto do Comitê Internacional para Relatórios Integrados (IIRC, na sigla em inglês) para testar a nova abordagem, cujo principal objetivo é dar pistas sobre o futuro do negócio.

A Natura adota o relatório único, com dados financeiros e de sustentabilidade, desde antes da abertura de capital, em 2004, conta Roberto Pedote, o vice-presidente de finanças, jurídico e de tecnologia da informação. "Quando a empresa se comunica, ela procura abordar os diversos aspectos do negócio, não só os financeiros, como sua relação com a sociedade e o meio ambiente", diz.

Na visão do presidente do conselho do IIRC, Mervyn King, a Natura só faz isso porque a preocupação com a sustentabilidade do negócio está incorporada na gestão da companhia, desde o processo de produção. Pedote conta que toda decisão na companhia passa por uma avaliação de impacto não só financeiro, mas também na sociedade, como no caso da abertura de uma comunidades de fornecedores na Amazônia, ou no meio ambiente, quando da fabricação de uma nova linha de produtos.

Mas o trabalho não está terminado. Pedote cita, por exemplo, a necessidade de a comunicação das informações não financeiras ser feita com um olhar prospectivo. De maneira geral, diz, o relatório hoje trata do passado. Outro aspecto é integrar, de fato, os balanços financeiro e socioambiental, como pretende o IIRC. É aí que começa um dos desafios.

O primeiro passo é integrar as equipes, a fim de alinhar o discurso, segundo o professor Nelson Carvalho, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo, que também faz parte do IIRC. Enquanto o relatório financeiro é feito pela controladoria ou diretoria de finanças, o de sustentabilidade é feito pelo marketing, cujo mandato é vender a companhia. No relatório integrado, exemplifica, se o balanço financeiro mostrar um passivo ambiental ou trabalhista, a empresa vai ter de se explicar.

As companhias também poderão fazer conexões entre medidas gerenciais adotadas, por exemplo, para reduzir a emissão de poluentes e o reflexo disso no caixa. "Hoje, esse 'link' não é relatado", diz Carvalho. O professor conta ainda que a ideia é trabalhar não só com fatos, mas também com premissas - auditadas - e projeções para todas as atividades da empresa, incluindo as que afetam colaboradores, sociedade e ambiente. A nova contabilidade já incorpora uma visão prospectiva, porque traz o conceito do valor justo. Mas o desafio, diz o professor, é encontrar a ligação entre informações qualitativas e quantitativas.

"O valor contábil de uma empresa como a Natura nunca será igual ao valor econômico", afirma King, do IIRC. Segundo ele, não dá para colocar na conta ou avaliar ativos intangíveis, como boa reputação e governança, empregados orgulhosos e motivados. Mas King ressalta que a Natura tem consumidores satisfeitos e uma imagem de empresa que explora os recursos naturais de forma sustentável, o que tem impulsionado seu crescimento econômico.

Toda essa cultura da Natura, acrescenta Pedote, traduz-se numa marca valiosa. Mas colocar isso numa conta é perigoso, explica o executivo, uma vez que abre espaço para um "trade off" [negociação] de princípios. Do ponto de vista do investidor, diz, quando mais de uma empresa estiver adotando o relatório integrado, será possível compará-las para tomar uma decisão.

Pedote reconhece que a boa reputação da companhia não se reflete necessariamente no desempenho das ações da companhia. "Tem investidor que está conosco desde a abertura de capital, porque acredita no valor da empresa", diz. Para King, do IIRC, quem tem esse olhar não é operador, mas o investidor que aposta no negócio, na companhia e quer saber se ela vai sobreviver.

O relatório piloto da Natura, assim como o das outras empresas, servirá de base para um modelo padrão, juntamente com as sugestões que estão sendo colhidas em audiência internacional liderada pelo IIRC até o dia 14 de dezembro. A ideia, conta o professor Carvalho, é chegar no formato final até o fim de 2012 para então levar a proposta ao G-20, a fim de legitimá-la. "Mas isso é apenas o começo de uma jornada que pode levar 20 anos para se transformar em normas", diz.


Fonte: Alessandra Bellotto De São Paulo
Valor Econômico 14/11/11

Leia o post: Divulgação de informações não financeiras

19 novembro 2011

Rir é o melhor remédio

Diante dos prédios do Citi, Bank of America, Goldman Sachs e AIG, trocadilho com "Too Big to Fail" (Muito grande para falir) e "Too Big to Jail" (muito grande para prisão)

Home Equity



A notícia de que sua filha Camila havia sido aprovada para o doutorado em química na Universidade da Califórnia em Berkeley, nos EUA, chegou como uma grande alegria e uma preocupação para a enfermeira Monica Cases da Silveira, 47.

Embora a estudante fosse contar com uma bolsa de estudo, muitos gastos referentes à viagem e à estadia no exterior deveriam ser cobertos pela família, que, entretanto, não dispunha do dinheiro.

Depois de pesquisarem as alternativas de crédito disponíveis, Monica e o marido, Cid, optaram por usar o apartamento em que vivem, em São Paulo, como caução para emprestar R$ 50 mil.

“Nós ficamos apreensivos, porque se trata do nosso único bem. Mas vimos que os juros eram muito menores do que os cobrados nas demais opções. Pareceu-nos a melhor solução”, afirma a mãe, que em julho embarcou a filha para a temporada de estudos nos EUA.

Pouco conhecida no país, essa modalidade de empréstimo que aceita casas, terrenos e até salas comerciais em garantia está crescendo notavelmente como uma fonte mais barata de recursos para a realização de projetos pessoais e a abertura e a ampliação de pequenos negócios.

Enquanto os grandes bancos cobram juros mensais a partir de 2,5% no crédito pessoal, as taxas do empréstimo com garantia de imóvel vão de 1,4% a 1,6% (veja quadro).

Os clientes também recorrem a esse tipo de operação para dar entrada em imóvel na planta e, assim, esperar que fique pronto enquanto continua morando no antigo.

E todos aproveitam para incluir na quantia solicitada valores de outras dívidas caras, como a do cartão de crédito e a do cheque especial.

PRÓS E CONTRAS

“Esse produto não foi lançado exatamente como um substituto do crédito pessoal tradicional, e sim para permitir que o brasileiro usufrua do seu patrimônio sem precisar se desfazer dele”, explica Elyseu Mardegan Junior, diretor da BM Sua Casa, financeira especializada na ferramenta.

A carteira da empresa deve fechar 2011 em R$ 1,5 bilhão, um aumento de cinco vezes ante os R$ 300 milhões de dois anos atrás.

Contudo esse empréstimo não é adequado para todas as situações, levando-se em conta que a transação é de longo prazo -no mínimo cinco anos- e compromete uma propriedade importante.

“Não se recomenda quando se tem o objetivo de resolver uma emergência ou de custear despesas cotidianas”, alerta Humberto Teófilo, superintendente da Caixa Econômica Federal, que viu esse crédito se multiplicar por 20, passando de R$ 70 milhões para R$ 1,7 bilhão, entre o final de 2009 e este ano.

O interessado também precisa realizar um planejamento cuidadoso para se certificar de que terá condições folgadas de honrar as parcelas.

Em caso de falta de pagamento, não havendo acordo para um refinanciamento, o imóvel penhorado vai a leilão. Descontado o débito com o banco, a diferença fica com o inadimplente.

A fácil execução da pendência, por causa da mudança do gênero do contrato de hipoteca para alienação fiduciária -que dá a posse do bem para a instituição financeira até a quitação-, ajuda a explicar em parte o atual crescimento da modalidade.

Fonte: Denyse Godoy, Folha de S.Paulo



Só porque você dança bem

Você é competente naquilo que faz, mas por alguma razão outras pessoas são escolhidas em seu lugar? Você conhece seu produto melhor do que qualquer outro, mas vendedores aparentemente inexperientes vendem muito mais? Sua empresa, ou departamento, está implantando novas estratégias e táticas administrativas, mas uma concorrente, aparentemente menos organizada e frágil, está tomando o mercado e sendo muito mais bem sucedida?

Talvez seu problema seja o de estar confundindo ficção com realidade. Na ficção que nos contaram, o importante eram as coisas, estratégias, sistemas, produtos, planilhas, crenças. Na realidade, o importante são as pessoas. Não existe nada sem pessoas.

Não existem vendas – portanto, não existe economia de mercado – não existem casamentos, não existem famílias e, para ser franco, não existe sequer civilização.
Tudo o que você faz, começa e termina em pessoas. Se você tivesse que passar o resto da sua vida com todas as riquezas do universo... sozinho em uma ilha deserta, de que valeria qualquer sucesso?

Você – e eu – precisamos compartilhar o tempo, a vida e as experiências com outras pessoas.

Empresas que se esquecem deste fator, se concentrando somente no balanço do trimestre, acabam soterradas por guerrilheiros dos negócios ou sabotadas por inúmeros funcionários descontentes que, na melhor das hipóteses, entram em "operação padrão".

Você pode ser genial, mas as pessoas gostam de trabalhar com você? (Eu não perguntei se elas gostam de passear com você. Isso é fácil. Perguntei se elas gostam de trabalhar com você). Seus chefes, subordinados e colegas confiam em você como profissional e gostam de trabalhar com você? Se apenas uma dessas perguntas tiver como resposta "não", você ficará abaixo de onde pode chegar. Se não gostam de estar com você, se notam que você as vê somente como um instrumento (para gerar vendas, por exemplo), o primeiro vendedor "amigo" que aparecer vai tomar seu cliente. Para sempre. Seus funcionários veem você como um líder, ou como um analista, que corta pessoal sem se preocupar com a "moral" das tropas. Alguém em quem não podem confiar?

Agora, deixe-me esclarecer um ponto. Isso não significa que você deva ser "amigo" de todos, ou um bajulador. Seja você mesmo. Sempre. Dá menos trabalho!

Faça o que tem que ser feito. Mas, se você não é parte da solução na empresa, na família, no romance, no clube ou na sociedade, então você é parte do problema.
E se este é seu caso, cuidado: problemas não são convidados para subir na empresa. Problemas não são bem vindos ao casamento. Problemas não são eleitos. Problemas são e-v-i-t-a-d-o-s, mesmo que inconscientemente. '

Seja a solução, concentrando-se nas pessoas. O que elas realmente buscam? Do que precisam? O que querem?

Você deve buscar a competência técnica, claro. Mas não precisa ser perfeito como um robô, porque somente pessoas avançam. Robôs a gente constrói, ou desliga. E o único modo de pessoas avançarem com lastro duradouro é quando são apoiadas por outras pessoas. Você é apoiado por outras pessoas?

Em outras palavras, depois da sua competência técnica, seus relacionamentos são a fonte mais importante para o seu futuro, em todos os níveis.

Seja na carreira, na família ou na sociedade. Por isso, lembre-se do que disse Michael Leboeuf: só porque você dança bem, não significa que vai ser convidado para o baile. E o baile da vida é bem curto. Curto demais. Não espere a última música para entender isso. Tudo começa, e termina, nas pessoas.


Por Aldo Novak

18 novembro 2011

Rir é o melhor remédio

Evolução das Ferramentas

Teste 532


Considere a seguinte notícia sobre o Enem:

O modelo híbrido do Enem alavanca o número de interessados em realizar a prova - neste ano, chegou-se a um número recorde de 5,3 milhões -, mas resulta em um preço alto para a organização e aplicação. A abstenção em 2011 foi menor que a do ano passado, entretanto ainda representa mais de um quarto dos inscritos. Segundo o Ministério da Educação (MEC), 26,4% dos candidatos faltaram - como comparação, esse índice fica em torno de 6 % a 8% em um vestibular como o da Fuvest.


O custo com os faltosos este ano foi de R$ 63,7 milhões - quando calculado um valor de R$ 45 por aluno inscrito. O governo cobra R$ 35 para o aluno fazer a prova, mas 71% são isentos. O contrato de aplicação do Enem teve aumento de 190% em um ano: saltou de R$ 128,5 milhões, em 2010, para R$ 372,5 milhões.

Fonte: Estado de São Paulo

Com base nas informações:
a) Qual o valor da receita obtida pelo governo com o Enem?
b) Como foi obtido o custo dos faltosos?
c) Sabe-se que o contrato de aplicação é de 372,5 milhões. Qual o valor do contrato por aluno?
d) Como o governo cobra R$35 por aluno inscrito, isto significa que o subsídio corresponde ao contrato por aluno menos este valor?


Resposta do Anterior: a) $500 x 10 mil – 4,5 = 500 mil, margem de 10%; b) 1400x 10 mil – 4,5 = 9,5 (margem de 68%); c) 500 x 9 mil – 4,5 = 0; d) 600 x Q – 4,5 = 0 ou Q = 7500


Contas pagas: o que você deve guardar e o que pode jogar fora

Já aconteceu de você receber correspondência de um fornecedor cobrando uma despesa que você sabe que já pagou? Pois é, pagou mas não tem como provar, porque não guardou ou não sabe onde guardou o comprovante?

Para comprovar o pagamento você precisa achar o boleto, a fatura, o extrato bancário, seja qual for a forma de pagamento utilizada. São muitos os comprovantes e os recibos de contas pagas que vão se acumulando, desorganizadamente, em gavetas, envelopes, pastas, bolsas, em casa ou no escritório. Será que estamos guardando os documentos certos? Por quanto tempo temos que guardá-los?

Não há regra única nesse assunto. Alguns documentos devem ser mantidos por prazo bem longo; outros, não. Segundo o Código Civil, cada obrigação contratual tem prazo específico para o credor exigir seu cumprimento. Passado esse período, a dívida prescreve, ou seja, não poderá mais ser cobrada, mesmo que não tenha sido paga.

IMPOSTOS

Carnês de IPTU, declarações do IR e outros documentos devem ser guardados por cinco anos, contados do primeiro dia útil do ano seguinte ao do pagamento.

Significa, na prática, que o prazo pode chegar a seis anos. Esse é o prazo para a União, os Estados, o Distrito Federal e os municípios cobrarem os contribuintes.

Aluguel e condomínio

Guarde os recibos de pagamento de aluguel por três anos e os de condomínio por cinco anos. Vale a pena solicitar à administradora do condomínio, em intervalos de tempo, uma declaração de que você não possui débito.

CRÉDITO IMOBILIÁRIO

Para os imóveis, conserve os recibos de pagamento das parcelas até que seja feito o registro da escritura no Cartório de Registro de Imóveis. Depois disso, o comprador adquire a propriedade plena sobre o imóvel.

Os recibos de consórcio devem ser mantidos até que a administradora oficialize a quitação do pagamento do bem e este seja liberado.

Consórcios

Para os consórcios, deve-se manter os comprovantes até que seja dada a quitação. A liberação da alienação fiduciária é a prova de que o pagamento foi feito.

PLANO DE SAÚDE

Guarde por cinco anos os recibos de assistência médica. Quem tem contrato de seguro-saúde deve guardar os documentos por um ano.

CARTÃO DE CRÉDITO

Mantenha os comprovantes dos pagamentos do cartão de crédito por cinco anos. Para discussão dos juros aplicados, o prazo é de três anos.

GARANTIAS

Se adquirir um bem durável (eletrodomésticos, eletroeletrônicos ou veículos automotores), guarde a nota fiscal durante toda a vida útil do produto.

Assim, poderá garantir-se contra o chamado “vício oculto”, um defeito que pode aparecer após a garantia do fabricante e que não surge pelo desgaste natural do bem.

Em relação a produtos e serviços não duráveis (alimentos, por exemplo), preserve o documento pelo menos durante o prazo da garantia legal de 30 dias.

INSS

Para efeito de Previdência Social, profissionais autônomos devem guardar o carnê do INSS até o pedido do benefício da aposentadoria. Pelo mesmo motivo, trabalhadores devem guardar os contracheques.

QUITAÇÃO

De acordo com a lei nº 12.007/2009, as empresas prestadoras de serviços públicos ou privados são obrigadas a emitir e a encaminhar ao consumidor declaração de quitação anual de débitos.

Portanto, sempre que você receber uma declaração de determinado fornecedor afirmando a quitação de seus compromissos em determinado exercício, guarde apenas essa declaração e jogue fora todos os boletos e documentos relativos aos 12 pagamentos feitos durante o exercício considerado quitado.

ORGANIZE

Não basta guardar. Organize a papelada para que você saiba onde está e como pode achar determinado comprovante. Adote um método com o qual você se sinta confortável e no controle da situação. Separe por tipo de conta, ou por ordem de vencimento (meses) e por ano.

Aproveite a tecnologia dos tempos modernos e transforme os documentos em arquivos digitais que podem ser arquivados em uma pasta no seu computador.

Lembre-se de manter um arquivo “backup desse” e de outros arquivos digitais.

Conheça o Código de Defesa do Consumidor e consulte o site do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor).

Fonte: Marcia Dessen, Folha de S.Paulo

FAF

Em postagem anterior no dia de ontem mostramos que a FAF é a entidade maior no que diz respeito ao estabelecimento de normas contábeis nos Estados Unidos. Estão subordinadas à FAF tanto o Fasb quanto o Gasb, por exemplo.

Segundo o CFO, o presidente da FAF, John Brennan, escreveu uma correspondência à SEC sobre a eventual redução do papel do FASB nas normas contábeis dos Estados Unidos. Isto poderia "enfraquecer" a influência positiva das normas contábeis dos Estados Unidos na melhoria dos padrões contábeis dos investidores. Em lugar de um conjunto de normas internacionais, a FAF considera mais adequada alcançar normas comparáveis.

Bancos Brasileiros e Europa

O bancos brasileiros tem 16 bilhões em ativos vinculados a zona do Euro. Boa parte refere-se a relação do Santander com sua matriz.

Só com Portugal, Espanha e Itália, os bancos brasileiros tinham "a receber", respectivamente, US$ 1,542 bilhão, US$ 1,690 bilhão e US$ 525 milhões em junho deste ano, último dado do BIS. (...)


Com a Grécia, que terá calote de 50% de sua dívida, os bancos brasileiros têm só US$ 7 milhões. Somando todos os Piigs, os bancos do Brasil têm US$ 3,772 bilhões "a receber".

(Fonte: Folha de São Paulo) Isto representa 0,14% dos ativos dos bancos.

BRICs e Exportação

A figura mostra a participação das exportações na economia de cinco países: Brasil, China, Índia, Rússia e Coréia do Sul. Além disto, também mostra a participação dos produtos agrícolas (azul), mineração (cinza claro) e manufaturados (cinza escuro). A Coréia é o país que mais depende das exportações, seguida pela China e Rússia. Além disto, tanto a China quanto a Coréia estão exportando manufaturados. O Brasil depende pouco do comércio exterior e aparentemente sua exportação é diversificada.

17 novembro 2011

Rir é o melhor remédio



Tudo se copia. Cartazes de Filme

Links


Contabilidade


Problema de evidenciação na MF Global

Deloitte e MF Global

História das fraudes de auditoria

Os problemas contábeis do Groupon

Energisa irá recorrer da republicação do balanço

Modelos

As modelos com maiores receitas

O índice Gisele (foto), com ações de empresas que patrocinam Bunchen, cresceu mais que Dow Jones

Ciência

Nada de errado em gostar de trabalhar

Pessoas idosas compensam declinio cognitivo e tomam melhores decisões

O pensadores mais influentes

Futebol


Vídeo: um ator chamado Altintop

Coreia do Norte é campeã não oficial de futebol

Marca Neymar

Contabilidade e Economia

Será que a decisão contábil pode afetar os rumos da economia? O vínculo entre a contabilidade e economia sempre existiu. Mas recentemente uma discussão apresentada na University of Texas, de Austin, fez uma conciliação entre estes dois campos do conhecimento.

Michael Crawley estudou os efeitos do conservadorismo sobre as políticas macroeconômicas. Usando o modelo de Basu para mensurar o conservadorismo, muito conhecido dos pesquisadores contábeis, Crawley mensurou o lucro agregado das empresas dos Estados Unidos, no período de 1929 a 2007. Neste mesmo período, Crawley usou dados de contas nacionais para verificar a relação entre as variáveis. A ideia é a seguinte: o conservadorismo afeta os resultados mensurados das empresas. Estes resultados, por sua vez, fazem parte do cálculo das contas nacionais, que por sua vez são usadas pelos formuladores de políticas econômicas, em especial o Banco Central.

Crawley demonstrou que este vínculo ocorre e tem influencias relevantes. Segundo sua estimativa, entre 1963 a 2007, o lucro e o produto interno bruto seria em média 114 bilhões a mais por ano na ausência do conservadorismo.

Crawley chama a atenção que entre os usuários da informação contábil deveria ter um especial destaque os reguladores.

Fonte: Macroeconomic consequences of accounting: the effect of accouting conservatism on macroeconomic indicators and the Money supply.  Michael Crawley

Bancos chineses são sólidos, mas as vulnerabilidades trazem riscos



Os bancos chineses são sólidos, mas acumulam vulnerabilidades que podem criar riscos no futuro, alerta o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial (Bird) em documento conjunto que faz um amplo exame do sistema financeiro do país. Os principais riscos são a rápida expansão do crédito, altos preços de imóveis, desintermediação financeira e deficiências no monitoramento do sistema financeiro.

O FMI e o Bird fizeram um teste de estresse incluindo os 17 principais bancos chineses. Eles atravessariam muito bem cenários desfavoráveis como alta da inadimplência, queda nos preços dos imóveis, oscilações na curva de juros ou movimentos na taxa de câmbio. Mas se vários desses eventos ocorrerem ao mesmo tempo, afirmam os organismos, “o sistema bancário será severamente afetado”.

O FMI e o Bird, porém, fazem uma grande ressalva às suas conclusões – elas podem não ser as mais exatas porque seus técnicos não tiveram acesso a todos os dados de que precisavam. Alguns dados são imprecisos, insuficientes ou simplesmente inexistentes. Em alguns casos, a equipe que fez o relatório não teve acesso a informações que as autoridades chinesas consideram confidenciais.

O relatório expõe os desafios de fazer uma análise confiável da solidez do sistema bancário da China, que vem ganhando importância nas últimas décadas e, para muitos analistas econômicos, representa uma fonte relevante de risco à contínua expansão da segunda maior economia do mundo.

O documento, divulgado nesta madrugada, faz parte de uma iniciativa mais ampla do FMI e Bird para analisar a solidez dos bancos dos 25 países considerados sistemicamente importantes – ou seja, cuja quebra poderá repercutir na economia de outros países ou do mundo como um todo. O Brasil faz parte da lista, assim como o México, a Turquia e grande parte das economias desenvolvidas. “Acreditamos que os riscos são administráveis e podem ser gerenciados por reformas”, disse um dos principais autores do relatório, Jonathan Fiechter, do FMI. Ele ponderou que outros países, incluindo os Estados Unidos, deixaram de fornecer dados que consideram sigilosos para as equipes do FMI e do Bird.

As 17 instituições financeiras incluidas no teste de estresse representavam 83% dos bancos comerciais chineses e 66% do sistema bancário no fim de 2010, data que serve de base para os exercícios.

Se o índice de inadimplência, que estava em 1,1% das carteiras em 2010, subir 400%, nenhum dos bancos cairá abaixo dos requerimentos mínimos de capital, de 8%. Houve uma melhora considerável em relação a 2008, quando bancos que representam 25% dos ativos teriam capital abaixo dos níveis exigidos.

De lá para cá, o que melhorou foi basicamente a queda da inadimplência, que passou de 7,5% para 1,1% das carteiras. Esse é o resultado da limpeza no balanço de alguns bancos e também da rápida expansão do crédito. “O rápido crescimento do crédito, porém, poderá resultar numa deterioração na qualidade dos ativos nos próximos anos”, pondera o relatório.

Outra parte do teste de estresse investigou o impacto de uma possivel crise no mercado imobiliário. Foram construídos dois cenários, um deles supondo uma queda de 30% nos preços dos imóveis. O impacto seria relativamente modesto – queda menor que 1 ponto percentual no índice de requerimento de capital.

Segundo o FMI e o Bird, o aperto monetário recente feito na China conseguiu conter a expansão do crédito imobiliário e o avanço dos preços dos imóveis. Os empréstimos imobiliários respondem por apenas 20% dos ativos dos bancos, diz o relatório, índice relativamente pequeno quando comparado com percentuais nos Estados Unidos e Hong Kong, por exemplo.

Mas nesse número não estão considerados empréstimos que usam imóveis como colateral. Nos cinco maiores bancos chineses, eles correspondem por 30% a 45% das carteiras. “Uma grande correção nos preços dos imóveis poderá reduzir o valor dos colaterais e, dessa forma, a recuperação de valores no caso de imadimplência”, afima o relatório.

Os bancos chineses estão vulneráveis, porém, a choques macroeconômicos que afetem diferentes váriaveis ao mesmo tempo, como inadimplência, preços de imóveis, juros e câmbio. Se o crescimento cair a 4% ao ano, mostra o teste de estresse, cerca de 25% dos bancos cairiam abaixo dos níveis mínimos de capital. Para o FMI e o Bird, isso corrobora estimativa anterior feita pelo próprio organismo de que uma queda de um ponto percentual no crescimento da China leva a um aumento de pelo menos 1% na taxa de inadimplência.

Outro risco relevante, aponta o FMI e o Bird, é a crescente desintermediação financeira. A China implementa sua política monetária por meio de limites quantitativos para o crédito. Para driblar os limites, bancos criam veículos financeiros fora de seus balanços para conceder empréstimos.

O relatório aponta também fragilidades na regulação e supervisão. A China não tem, por exemplo, uma autoridade independente com mandato para monitorar o surgimento de riscos sistêmicos. Também falta um sistema de resolução de crises bancárias. A coleta de dados é outra área que precisa melhorar, segundo o FMI e o Bird, incluindo informações sobre o nível de alavancagem, descasamento de prazos entre captações e empréstimos, operações de crédito de grandes volumes e posições financeiras mantidas fora do balanço.

O relatório faz uma série de recomendações às autoridades chinesas, entre elas o uso de taxas de juros como principal instrumento de política monetária. Não há, porém, nenhuma obrigração para a China em implementá-las.

Fonte: Alex Ribeiro Valor Economico

Reconhecimento da Receita

Sobre o reconhecimento da receita (vide também postagem de ontem deste blog), o Valor Econômico também publicou um texto sobre o assunto:

O princípio básico da norma é que a receita deve ser reconhecida quando um bem ou serviço é transferido para o comprador, com a possibilidade de isso ocorrer em um único momento ou ao longo do tempo.

"Não tenho dúvida de que a nova redação resolve a questão das incorporadoras, de que há transferência continuada nos contratos usados no Brasil. A leitura da norma não permite outra interpretação" disse Alexsandro Broedel, diretor da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Ele já entendia que a regra atual provocava o mesmo entendimento, mas admitia que "o texto era ruim", o que permitia interpretações distintas.

Com o aval da CVM e do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), as incorporadoras brasileiras vêm fazendo a contabilização conforme o andamento das obras e dizendo que isso está de acordo com o IFRS, adotado de forma obrigatória no Brasil em 2010.


Mas os auditores dessas empresas pensam de outra forma e, para não ser obrigados a dizer simplesmente que os balanços estão incorretos, vinham afirmando que as informações estavam de acordo com o "IFRS brasileiro". Eles mencionam ainda, em um parágrafo de ênfase, que o Comitê de Interpretações do IFRS (Ifric) está analisando a questão e que, a depender da solução encontrada, as companhias podem ter que rever o método de reconhecimento de receita.

Para as principais firmas de auditoria brasileiras, dentro do padrão internacional de contabilidade conforme ele existe hoje, a receita de venda de um imóvel só seria registrada no momento da entrega das chaves. (...)

A nova norma divide os ativos em dois tipos, um mais parecido com um produto de prateleira e outro com uma encomenda específica, ou seja, que o vendedor não pode vender facilmente para outro cliente, sem ter outros custos.


No primeiro caso entra, por exemplo, um veículo. O comprador escolhe a marca, o modelo e os acessórios, mas a loja não tem a obrigação de entregar um carro com determinado chassi. Se o comprador desiste do negócio, ele pode facilmente ser vendido a outro cliente.


No caso de imóveis no Brasil, o mais comum é que o comprador escolha um apartamento específico, de um determinado bloco e andar. Por exemplo, a unidade 112 do bloco B. A incorporadora não pode entregar um apartamento de outro andar ou bloco ao cliente, mesmo que do mesmo tamanho e com as mesmas características.


Nessa segunda categoria, a proposta de norma diz que é preciso se cumprir apenas uma de três condições para que o reconhecimento da receita seja feito ao longo do tempo: que haja transferência dos benefícios ao comprador ao longo do tempo; que no caso de outra empresa ter que concluir o contrato a partir de determinado ponto ela não tenha que refazer o trabalho da primeira desde o início; que a empresa tenha direito de receber pelo serviço prestado até determinado momento.

Segundo Broedel, há consenso de que as duas primeiras condições existem no Brasil, ainda que bastasse que uma delas fosse atingida. Ao falar do benefício transferido, ele destaca que o comprador de um imóvel no Brasil pode vendê-lo durante a fase da construção e ficar com o lucro, caso ele exista.

FAF & Condorsement

O Financial Accounting Foundation (FAF) é a entidade responsável por estabelecer e melhorar os padrões de contabilidade nos Estados Unidos. Para as empresas de capital aberto, o FAF utiliza o Fasb. Isto significa dizer que o FAF estaria, numa escala hierárquica, acima do Fasb.

Agora o FAF encaminhou uma correspondência para SEC com algumas recomendações sobre o processo de adoção das normas internacionais pelos Estados Unidos, denominada de condorsement (aqui também). O FAF defende que os membros do Fasb possam acompanhar as deliberações do Iasb e participar do processo de implantação de todos os itens da agenda do Iasb.

“A new major international standard should be incorporated into U.S. GAAP if that standard improves the quality of financial reporting already in place in the U.S.,” the letter states. “Other international standards would be incorporated that maintain the quality of financial reporting in the U.S. but also advance global comparability of financial reporting.”

Empresa de Capital Fechado

Comentamos anteriormente no blog que os Estados Unidos estavam estudando a criação de uma entidade responsável pelas normas de contabilidade para empresas de capital fechado. A proposta envolve a participação do Fasb, que teria o comando da nova entidade.

Agora o AICPA resolveu lutar contra o domínio do Fasb, criando uma ferramenta online para que os CPAs encaminhe uma carta protestando contra a falta de dependência da nova entidade.

Estadio Nacional

Nesta semana a seleção da Costa Rica jogou contra a Espanha no novo Estadio Nacional. Este Estadio, com capacidade para 36 mil pessoas, possui dois telões, um museu, pista de atletismo e outras comodidades.

O custo do estádio foi de 105 milhões de dólares, com uma projeção inicial de custo de 88 milhões.

O estádio foi pago pelos chineses. Para isto, a construção foi realizada por trabalhadores e matéria-prima da China, sendo considerado um “presente” para o povo da Costa Rica. Na construção, as leis trabalhistas da Costa Rica não foram observadas pela empresa que construiu o estádio.

Como se diz em finanças, “não existe almoço grátis”. Em troca a Costa Rica cortou relações diplomáticas com Taiwan e assinou um acordo de livre comércio com a China, duas semanas após a inauguração.

16 novembro 2011

Rir é o melhor remédio



Crise na Itália. Fonte: Aqui

Universidades ignoram governança exigida

Menos de 3% das universidades brasileiras oferecem disciplina relacionada à Governança Corporativa nos cursos de contabilidade, segundo estudo realizado pelo pesquisador Angelo Davis, da FEA-RP/USP, em Ribeirão Preto. O levantamento aponta que, das 1.182 instituições brasileiras que podem ministrar o curso de contabilidade, só 33 têm a disciplina. A realidade nas universidades contrasta com a dinâmica do mercado acionário brasileiro, que, através da BM&FBovespa procura sofisticar cada vez mais os instrumentos de governança das empresas a partir de rigoroso regulamento.

O professor de Governança Corporativa da Trevisan Escola de Negócios, Roberto Gonzalez, lembra que a disciplina é sugerida pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC), mas não é objeto do exame de suficiência para os contadores que se formam. "Infelizmente o exame não cobra essa disciplina", diz, lamentando o fato de as universidades estarem formando profissionais que podem se tornar contadores, controladores ou auditores que não vão carregar esses conceitos na bagagem. Gonzalez entende que exigir questões sobre a matéria no exame oficial já seria um bom incentivo para aumentar a abrangência do tema nos cursos de contabilidade.

Davis, autor do estudo, lembra que a existência de uma disciplina específica de Governança Corporativa, além de ser uma solicitação do CFC e da Federação Internacional dos Contadores, também é sugerida pela UNCTAD (Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento).

O conteúdo programático dos cursos de contabilidade conta com um
a grade curricular que contempla atividades relacionas à governança como controle de fraudes, desempenhos operacionais e controladoria. No entanto, cada instituição decide como distribuir o conteúdo na própria grade e como aplicá-lo aos alunos, explica Antonio Miguel Fernandes, vice presidente de registro do CFC. "Não existe uma obrigação porque na verdade o assunto não está relacionado apenas ao curso de ciências da contabilidade. Economistas, administradores, entre outros profissionais também precisam conhecer as normas de governança", diz.

Desde junho de 2010, quando foi sancionada a Lei nº 2249, o CFC tem autonomia para avaliar e renovar autorização junto ao MEC das faculdades de contabilidade. Segundo Fernandes, a exigência com relação a grade curricular acontecerá de uma maneira evolutiva. "A partir do momento que houver uma revisão das grades, as universidades terão que se adequar", afirma.
O estudo também investigou o perfil de professores que ministram disciplinas onde a Governança Corporativa poderia estar inserida e aponta uma deficiência de profissionais capacitados para transmitir aos alunos a prática da matéria. Para Gonzalez, isso poderia ser corrigido com a contratação de professores que trabalham ou trabalharam no mercado.


Ao que parece os profissionais da contabilidade ainda não despertaram para a importância do tema, segundo João Verner Juenemann, coordenador da Comissão de Finanças, Contabilidade e Mercado de Capitais do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC). "A área de contabilidade ainda não acordou para o tema porque não imagina que seja uma atividade também do contador", diz Juenemann, destacando a importância do conselho fiscal, por exemplo, dentro de uma companhia que pretende manter um adequado nível de governança.

Fonte: aqui

Fraudes

Quase 40% das empresas que participou do estudo da consultoria Kroll apontou a complexidade da TI como principal causa da falsificação de dados.

As fraudes custaram às empresas 2,1% dos ganhos nos últimos 12 meses, o que em um ano equivale a uma semana de receita, de acordo com uma pesquisa mundial anual sobre fraudes, realizada pela consultoria Kroll, que envolveu mais de 1.220 executivos sêniores ao redor do mundo.

Essa pesquisa também traz dados positivos: o número de fraudes diminuiu no último ano. Entre os entrevistados, 75% relataram algum tipo de golpe, em contraste com os 88% em 2010.

Entretanto, as fraudes continuam sendo trabalhos internos e essa prática tem aumentado, segundo o estudo. Os dados deste ano mostram que 60% dos casos foram cometidos por funcionários das empresas, contra 55% na última pesquisa.

“É importante lembrar que esse número traz apenas os casos em que o responsável foi descoberto”, afirmou o diretor sênior de Bussiness Intelligence e Investigações da Kroll, Richard Plansky. “Acho que é justo dizer que a porcentagem é significativamente alta quando levamos em conta todos os casos. Pelo que temos observado nos últimos anos, esse número é um reflexo de uma economia que é cada vez mais baseada em informação.”

No geral, a preocupação com fraudes subiu 15% entre os executivos em todo o mundo, liderada pelo roubo de informações, corrupção e suborno. Metade das empresas entrevistadas disse que tem vulnerabilidade média ou alta ao roubo de informações, contra 38% em 2010. A complexidade da TI é a principal causa da exposição crescente das fraudes, citada por 36% dos entrevistados em comparação com 28% no ano passado.

“Em comparação com 10 anos atrás, cada vez mais o valor de uma empresa passa de coisas tangíveis para idéias, e elas tendem a viver em sistemas na forma de dados digitais”, declarou Plansky. “É aí que está o valor das companhias e os funcionários têm um acesso tremendo a essas informações. Este é um caso em que a tecnologia é verdadeiramente uma faca de dois gumes. Estes maravilhosos e sofisticados sistemas de TI dão fácil acesso a dados sensíveis a uma ampla gama de empregados. Isso é o lado positivo e também o negativo”.

De fato, as empresas relataram maior incidência de roubo de informações e dados eletrônicos, incluindo serviços financeiros (29%), tecnologia de mídia e telecomunicações (29%), saúde, produtos farmacêuticos e biotecnologia (22%) e serviços profissionais (23%).

Cerca de uma em cada quatro empresas reportaram ter sofrido roubos físicos de caixa (ativos e inventários ou roubo de informações), porcentagem menor que em 2010. Gestão de conflitos de interesse (21%); fraude de vendedor, fornecedor ou aquisição (20%) e fraude financeira interna (19%), todos apresentaram aumentos notáveis em relação ao ano passado. A incidência de corrupção e suborno quase dobrou, passando de 10% para 19%.


Fonte: Joan Goodchild, CSO (US

PanAmericano precisa de um aporte de R$ 600 milhões

O PanAmericano precisa de um aporte de R$ 600 milhões porque está em um nível considerado “baixíssimo” de capital próprio para manter seu ritmo de concessão de novos financiamentos.

O banco, que pertencia ao apresentador Silvio Santos, quase quebrou no fim de 2010 devido a um esquema de fraudes que o levaram a um rombo de R$ 4,3 bilhões. A Polícia Federal abriu inquérito para apurar as responsabilidades dos dirigentes, que foram afastados pelos controladores. Hoje, o comando é do BTG Pactual -que comprou a parte de Silvio Santos- e da Caixa Econômica Federal, que tem 36%.

Pelas regras do mercado, uma instituição financeira precisa de, pelo menos, 11% de capital próprio para fazer operações de crédito. O PanAmericano está com 11,99% e, por isso, o Banco Central exige um aporte dos sócios.Esse aumento de capital teria de ser feito ainda neste ano, mas há um problema.

A Caixa também é alvo da investigação da PF. O que se apura é se ela teria comprado os 36% do PanAmericano ciente do rombo, cedendo a supostas pressões políticas. O negócio foi fechado em dezembro de 2009 por R$ 740 milhões, um ano antes de o escândalo vir a público.


SAIA JUSTA

Há ainda outra “saia justa”. Márcio Percival, que comanda a CaixaPar -empresa criada em 2009 pela Caixa para compra e venda de ativos-, seria amigo de Rafael Palladino, ex-presidente do PanAmericano, já indiciado pela PF sob a acusação de seis crimes.

A Folha apurou que esses fatores dificultam a liberação de um aporte rápido.

Inicialmente, o BC queria que fosse injetado R$ 1 bilhão no banco, mas, diante da repercussão do caso, os atuais dirigentes do PanAmericano optaram por um aumento mais modesto, de R$ 600 milhões. Isso exigiria da Caixa menos de R$ 250 milhões.

O novo presidente do PanAmericano, José Luiz Acar Pedro, disse que o assunto não é tão urgente e é possível esperar mais algum tempo. Mas ele reconheceu que o tema é “olhado a todo o momento”. “Não podemos descuidar disso”, afirmou.

Para capitalizar o banco, os executivos estudam fazer uma oferta pública de ações no início de 2012. Acredita-se que, até lá, a PF já terá concluído o relatório final das investigações e a Caixa estará livre das atuais pressões internas. Além disso, aposta-se que a crise global vai ceder um pouco no próximo ano.

Apesar da necessidade de enquadramento às exigências de capital próprio, o PanAmericano é considerado uma “máquina de fazer empréstimos” -motivo que justifica a injeção de recursos.

Antes de as fraudes serem descobertas, ele gerava, em média, R$ 80 milhões em negócios por dia, somente com operações de crédito. Agora, são R$ 32 milhões.

Essa habilidade e a aquisição do controle pelo BTG Pactual fizeram as ações do banco subirem 77,3% em 2010, alta suficiente para colocar os papéis de volta ao patamar anterior ao estouro do escândalo. “Já recuperamos tudo”, disse Willy Jordan, diretor de Relações com Investidores.A Caixa Econômica Federal nega que tenha adquirido o PanAmericano ciente do rombo de R$ 4,3 bilhões e não comentou sobre o aporte.

Por meio de sua assessoria de imprensa, o banco afirmou que a compra dos 36% do PanAmericano foi feita com base na capacidade de geração de negócios do banco. “A Caixa reafirma sua convicção na capacidade de o Banco PanAmericano obter retornos financeiros e competitivos por meio da geração de sinergias entre as duas instituições”, diz a nota.

“O PanAmericano expressa parceria entre a Caixa e o BTG Pactual no sentido de garantir a ampliação de seus produtos, serviços e canais à disposição de seus clientes e de toda a sociedade brasileira, contribuindo cada vez mais para a democratização dos serviços bancários.”

Consultado, o diretor-presidente da CaixaPar, Márcio Percival, nega que seja amigo ou que tenha “qualquer ligação profissional ou pessoal” com o ex-presidente do PanAmericano Rafael Palladino.

Fonte: Toni Sciarretta, Julio Wiziack e Flávio Ferreira, Folha de S.Paulo

Contabilidade de bancos

Na Inglaterra cresce a pressão para uma norma mais rígida para os bancos.  Um texto do The Telegraph informa que as normas internacionais do Iasb para bancos (em particular o IAS 39) tem sido criticado até por instituições financeiras: agora o diretor financeiro do Barclays também pede alteração nas normas.

Dois problemas são apontados pelos críticos: o impairment, que permite que os bancos só reconheçam as dívidas podres no último caso, e o valor justo. O atraso do Iasb em discutir tais problemas não contribui para tranquilizar o mercado. Já se fala em adotar a norma anterior do ASB sobre o assunto.

Reconhecimento da Receita

O Iasb (International Accounting Standards Board) e o Fasb (Financial Accounting Standards Board) divulgaram um rascunho sobre as normas internacionais (e dos Estados Unidos) para receita. Segundo o comunicado, o rascunho procura dar uma maior robustez no reconhecimento da receita, eliminar incoerências, melhorar a comparabilidade, melhorar as informações apresentadas aos usuários e simplificar o volume de normas contábeis.

Segundo o comunicado conjunto, o rascunho segue a mesma proposta apresentada em 2010: a entidade deve reconhecer a receita de contratos com clientes quando transfere os bens.

Desde 2010 estas duas entidades receberam mais de mil sugestões e observações, sendo que o projeto original foi alterado, simplificando as questões sobre garantias e a determinação do preço de transação, incluindo o valor do dinheiro no tempo.

O rascunho apresentado pode ser discutido até 13 de março de 2012 e não deve entrar em vigor antes de 2015.

A KPMG, através de um dos seus executivos, afirmou que para algumas empresas a proposta não representa nenhuma novidade. Mas para alguns setores, como telecomunicações, software e engenharia, poderão sofrer alterações, sendo difícil precisar se o reconhecimento da receita será antecipado ou não.

A proposta possui 221 páginas e 26 exemplos.

Estatística

O texto acima, com a fota da Marilyn Monroe, comenta que a mulher é mensurada por coisas que não pode controlar, como idade. Por isto, se uma mulher está sendo medida, que seja por coisas que ela possa controlar. E finaliza, "como toda mulher sabe, as medições são apenas estatísticas e estatística mente"

Olympus

Um banqueiro do setor de investimentos despertou preocupações com a contabilidade dúbia da japonesa Olympus desde os anos 1990, após descobrir que a empresa usava fundos sediados nas Bermudas para "inventar" ativos e maquiar seu balanço fiscal, disse ele à Reuters. (...)


"O regimento contábil japonês naquele tempo era muito estranho", declarou o banqueiro, explicando ter feito questionamentos porque a Olympus explorava uma brecha nas regras contábeis que ludibriava investidores sobre sua verdadeira saúde financeira. (...)


A Olympus, outrora orgulhosa fabricante de câmeras e equipamentos médicos, admitiu na semana passada ter ocultado perdas desde os anos 1990 e usado parte de US$ 1,3 bilhão em pagamentos incomuns em fusões e aquisições para ajudar a acobertá-las. Mas a empresa ainda não disse o quanto escondeu ou como conseguiu fazê-lo durante tanto tempo.


Desde que o escândalo irrompeu um mês atrás, a empresa perdeu 80% de seu valor de mercado por conta das preocupações com seu futuro. A polícia e os órgãos reguladores do Japão estão investigando o caso ao lado do FBI norte-americano.

Fonte: Folha de S Paulo

Buffett

A figura mostra as principais empresas onde o bilionário Warren Buffett faz seus investimentos e o ano de fundação.  A empresa mais recente, a Wal-Mart, foi fundada em 1962, há quase 50 anos. A mais antiga, a Procter-Gamble, é de 1837.

15 novembro 2011

Rir é o melhor remédio

- Na minha cabeça, apenas 30% de vocês, contadores, são um tanto quanto bons.
- E quanto aos outros 60%?

Melhor local para estudar



Pode parecer irrelevante, mas a definição do local de estudos tem um papel fundamental na preparação de um estudante. Primeiramente, é importante que o aluno já tenha esta definição estabelecida de forma prévia, o que é determinante para a garantia de disciplina.

O candidato que sabe aonde vai estudar a cada dia, ao chegar o momento de estudo, já tem um destino a seguir, sendo que aquele que não conta com um local definido estará mais vulnerável ao furo.

Para definir o local de estudos geralmente existem duas opções, as quais correspondem à residência ou à biblioteca, ainda que seja possível a identificação de locais alternativos, como o ambiente de trabalho em horário no qual não exista expediente.

Considerando as duas principais opções existe uma lógica de custo-benefício a ser considerada. Em tese, a biblioteca consiste num local naturalmente adequado ao estudo, contando com diversos fatores que contribuem com a concentração, tal como a adequação do ambiente e o fato de outras pessoas estarem estudando, o que acaba por se traduzir num estímulo externo.

A concentração corresponde a uma função cognitiva primária, a qual se sujeita à lógica de seletividade de estímulos. Assim, se concentrar nos estudos significa ignorar todos os outros estímulos que não sejam os conteúdos estudados. Existem os fatores de desconcentração que se relacionam com o ambiente de estudo.

Neste sentido, teoricamente, a residência pode contar com diversos fatores de desconcentração, como o telefone, a perturbação de vizinhos ou familiares, a geladeira ou mesmo a cama.

No entanto, essa opção exigirá um custo de deslocamento, o que se traduz em tempo e possivelmente custo financeiro. Cada estudante se sente mais adaptado a determinado local, por isso, outro aspecto relevante a ser avaliado, ainda que a escolha se trate da residência, consiste na organização do ambiente.

No caso da biblioteca, teoricamente, isto não exigiria nenhuma intervenção ou cuidado do aluno, pois se trata de ambiente, por definição, voltado aos estudos.

Fonte: Aqui, com adaptações.