09 abril 2015
Curso de Contabilidade Básica: Lucro e Caixa
De uma maneira geral, o lucro e o caixa de uma empresa andam na mesma direção. Ou seja, os valores do lucro de um período devem ser coerentes com o fluxo de caixa gerado nas atividades operacionais. Mas nas situações práticas isto pode não ocorrer e uma empresa pode ter lucro, mas não está gerando caixa ou ter prejuízo e está gerando caixa. Nestes casos é sempre interessante que o usuário busque a explicação para esta divergência.
Vamos olhar o caso do Centrad ou Concessionário do Centro Administrativo do Distrito Federal. Esta empresa foi constituída em 2009 para fazer a construção, operação e manutenção do Centro Administrativo do Distrito Federal. O prazo de vigência do contrato é de 22 anos e a entidade tem a participação da Odebrecht e Via Engenharia. A empresa apresentou uma demonstração do resultado com um lucro de R$79 milhões:
Mas o fluxo de caixa das atividades operacionais foi negativo em 302 milhões de reais em 2014:
É também importante ressalvar que estes dois itens foram divergentes em 2013. Qual a razão da divergência? Observe que a DFC inicia com o lucro do exercício e que o principal item é o “ativo financeiro”, com valores acima de 100 milhões para o ano de 2014. Assim, o valor do lucro que era positivo em 120 milhões transforma-se num caixa negativo de 302 milhões. Eis o que diz uma nota explicativa da empresa:
Assim, a empresa adquiriu o direito a faturar do contrato com o governo do Distrito Federal que irá implicar em receber, em períodos futuros, quase um bilhão de reais. Este valor só irá entrar no caixa da empresa nos próximos anos, a partir de 2016.
Observe que em 2015 provavelmente ainda haverá um descasamento entre o lucro e o caixa da empresa, já que o ativo circulante é reduzido (31 milhões) e a grande parcela a receber é de longo prazo.
Vamos olhar o caso do Centrad ou Concessionário do Centro Administrativo do Distrito Federal. Esta empresa foi constituída em 2009 para fazer a construção, operação e manutenção do Centro Administrativo do Distrito Federal. O prazo de vigência do contrato é de 22 anos e a entidade tem a participação da Odebrecht e Via Engenharia. A empresa apresentou uma demonstração do resultado com um lucro de R$79 milhões:
Mas o fluxo de caixa das atividades operacionais foi negativo em 302 milhões de reais em 2014:
É também importante ressalvar que estes dois itens foram divergentes em 2013. Qual a razão da divergência? Observe que a DFC inicia com o lucro do exercício e que o principal item é o “ativo financeiro”, com valores acima de 100 milhões para o ano de 2014. Assim, o valor do lucro que era positivo em 120 milhões transforma-se num caixa negativo de 302 milhões. Eis o que diz uma nota explicativa da empresa:
Assim, a empresa adquiriu o direito a faturar do contrato com o governo do Distrito Federal que irá implicar em receber, em períodos futuros, quase um bilhão de reais. Este valor só irá entrar no caixa da empresa nos próximos anos, a partir de 2016.
Observe que em 2015 provavelmente ainda haverá um descasamento entre o lucro e o caixa da empresa, já que o ativo circulante é reduzido (31 milhões) e a grande parcela a receber é de longo prazo.
Curso de Contabilidade Básica - Editora Atlas - César Augusto Tibúrcio Silva e Fernanda Fernandes
Rodrigues (prelo)
Recepcionista
Lucy Kellaway comenta, na sua coluna semanal no Valor Econômico, sobre a arrogância das pessoas com os recepcionistas. Ela afirma que sempre achou que as recepcionistas são subutilizadas, já que elas testemunham o comportamento das pessoas nas situações que não estão sendo observadas. Assim, elas podem conhecer com mais precisão os desagradáveis, os mal educados, os falsos, etc. Kellaway aponta que, no entanto, algumas poucas empresas usam as informações das recepcionistas para contratar profissionais ou fazer promoção interna.
Tenho participado de muitos processos seletivos e geralmente a informação dos recepcionistas é realmente muito valiosa. No tipo de seleção que participo, para entrada de um aluno num curso ou contratação de um professor, a troca de informações com estas pessoas é muito valiosa. Em diversas oportunidades presenciei um candidato potencial sendo descartado pelo comportamento com os recepcionistas.
Recentemente presenciei numa seleção um candidato com chances reais de ser aprovado ter sido descartado pelo fato de “tratar mal” o pessoal administrativo. Isto foi suficiente para que o nome fosse deixado de lado. Em outra ocasião, antes da entrada do candidato, o recepcionista entrou na sala da seleção e informou a todos que o próximo candidato para entrevista tinha causado “problemas”. Naturalmente que as chances reduziram a zero antes que o candidato pudesse abrir sua boca.
Assim, se você deseja aumentar sua chance num processo seletivo, comece por tratar bem as pessoas, mesmo as que estão em baixo na escala hierárquica.
(P.S. Ao buscar selecionar uma foto para esta postagem, só encontrei mulheres. Preconceito ou realmente é uma profissão feminina?)
Tenho participado de muitos processos seletivos e geralmente a informação dos recepcionistas é realmente muito valiosa. No tipo de seleção que participo, para entrada de um aluno num curso ou contratação de um professor, a troca de informações com estas pessoas é muito valiosa. Em diversas oportunidades presenciei um candidato potencial sendo descartado pelo comportamento com os recepcionistas.
Recentemente presenciei numa seleção um candidato com chances reais de ser aprovado ter sido descartado pelo fato de “tratar mal” o pessoal administrativo. Isto foi suficiente para que o nome fosse deixado de lado. Em outra ocasião, antes da entrada do candidato, o recepcionista entrou na sala da seleção e informou a todos que o próximo candidato para entrevista tinha causado “problemas”. Naturalmente que as chances reduziram a zero antes que o candidato pudesse abrir sua boca.
Assim, se você deseja aumentar sua chance num processo seletivo, comece por tratar bem as pessoas, mesmo as que estão em baixo na escala hierárquica.
(P.S. Ao buscar selecionar uma foto para esta postagem, só encontrei mulheres. Preconceito ou realmente é uma profissão feminina?)
Links
Como o gênero musical influencia a expectativa de vida e o tipo de morte do músico
Os planos do Fasb para simplificar a contabilidade
Para ficar mais atraente, tome um drinque
A Finalidade de uma Empresa: empresas criadas pelo Estado e a resposta brasileira
A origem da desonestidade e a influencia do pai
Convergência: passado, presente e futuro
Ar condicionado e a mobilidade / migração
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08 abril 2015
Petrobras
Será mais uma fofoca? Segundo o Brasil Econômico, o Conselho de Administração da Petrobras irá analisar e votar as demonstrações financeiras auditadas no dia 17 de abril. A informação não diz se isto incluirá as informações anuais ou somente as do terceiro trimestre. Mas tudo leva a crer que seja ambas.
A fonte é a Reuters que obteve a informação de um conselheiro.
A fonte é a Reuters que obteve a informação de um conselheiro.
TelexFree
Segundo o jornal Boston Globe, um advogado representando diversos investidores que foram prejudicados ao investir na empresa TelexFree está incluindo no processo como réu o
Bank of America e a PwC. A TelexFree era um esquema de pirâmide que prometia um retorno bem atrativo para seus investidores.
As supostas 780 mil vítimas sofreram perdas nos valores investidos e tanto o Bank of America quanto a PwC fizeram negócios com a Telexfree mesmo sabendo do esquema. Segundo o jornal, a Telexfree seria a maior fraude da história em termos de número de vítimas.
Segundo o advogado, algumas empresas foram negligentes ou imprudentes e prestaram consultoria, o que configuraria uma participação na fraude. No caso da PwC, a empresa teria prestado serviços de consultoria e contabilidade e teria sido contratada em janeiro de 2014.
Bank of America e a PwC. A TelexFree era um esquema de pirâmide que prometia um retorno bem atrativo para seus investidores.
As supostas 780 mil vítimas sofreram perdas nos valores investidos e tanto o Bank of America quanto a PwC fizeram negócios com a Telexfree mesmo sabendo do esquema. Segundo o jornal, a Telexfree seria a maior fraude da história em termos de número de vítimas.
Segundo o advogado, algumas empresas foram negligentes ou imprudentes e prestaram consultoria, o que configuraria uma participação na fraude. No caso da PwC, a empresa teria prestado serviços de consultoria e contabilidade e teria sido contratada em janeiro de 2014.
Curso de Contabilidade Básica: Imobilizado destinado a Venda
O ativo imobilizado é um “ativo não circulante”, estando localizado no canto esquerdo embaixo no balanço patrimonial. Isto ocorre em razão da baixa liquidez deste ativo. Entretanto, quando a empresa pretende efetuar a venda de um imobilizado brevemente é natural que o mesmo seja reclassificado ou então destacado no balanço. Com isto, a empresa deixa bem claro que aquele ativo não irá participar da geração de caixa operacional nos próximos exercícios.
A empresa Marilan produz e vende biscoitos. Recentemente divulgou seu balanço anual onde aparece a conta “bens destinados a venda”, no valor de R$972 mil, como “ativo ativo não circulante”.
A empresa explica esta classificação:
Representa bem imóvel localizado na cidade de Macapá, Estado do Amapá. Este bem foi recebido como liquidação de transações comerciais e contabilizado pelo valor justo. A classificação da rubrica “Bens destinados à venda” no ativo não circulante deve-se ao fato de não haver a certeza por parte da Administração de alienar estes investimentos no curto prazo.
A empresa Marilan produz e vende biscoitos. Recentemente divulgou seu balanço anual onde aparece a conta “bens destinados a venda”, no valor de R$972 mil, como “ativo ativo não circulante”.
A empresa explica esta classificação:
Representa bem imóvel localizado na cidade de Macapá, Estado do Amapá. Este bem foi recebido como liquidação de transações comerciais e contabilizado pelo valor justo. A classificação da rubrica “Bens destinados à venda” no ativo não circulante deve-se ao fato de não haver a certeza por parte da Administração de alienar estes investimentos no curto prazo.
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Rodrigues (prelo)
Assinatura
Uma nova forma de medir a chance de uma demonstração contábil inadequada: o tamanho da assinatura do executivo. Um novo estudo mostrou que os diretores da área financeira mais narcisista tendem a estar mais envolvido com problemas nas demonstrações contábeis. E uma forma de verificar o narcisismo é o tamanho da assinatura:
A partir desta comparação, eles descobriram que "indivíduos com assinaturas maiores tendem a apresentar características associadas com narcisismo."
"Esses resultados destacam a importância das características de CFO no domínio das decisões de relatórios financeiros", conclui o estudo.
A partir desta comparação, eles descobriram que "indivíduos com assinaturas maiores tendem a apresentar características associadas com narcisismo."
"Esses resultados destacam a importância das características de CFO no domínio das decisões de relatórios financeiros", conclui o estudo.
07 abril 2015
Curso de Contabilidade Básica: Economia de Escala
Os custos podem ser classificados conforme a variação a atividade da empresa. Se os custos variam conforme a atividade eles são denominados de custos variáveis; permanecendo constantes recebem a denominação de custos fixos. Quanto mais uma empresa produzir e vender, os custos fixos por unidade irão reduzir. Este efeito é denominado de economia de escala.
A economia de escala é importante para uma empresa por permitir que a empresa possa, por exemplo, ganhar mercado.
A Eurofarma apresentou o gráfico acima no seu balanço anual do exercício de 2014. Compara o aumento do dissídio - aumento de salário, com o aumento dos preços medido pelo IPCA e o aumento nos preços dos produtos da empresa. Logo a seguir a explicação da empresa:
A combinação destes fatores poderia afetar negativamente as margens da companhia, mas isso só não vem ocorrendo, porque a empresa atingiu um alto crescimento em vendas, o que permitiu a diluição dos custos fixos.
Um exemplo prático e elegante do poder da economia de escala.
A economia de escala é importante para uma empresa por permitir que a empresa possa, por exemplo, ganhar mercado.
A Eurofarma apresentou o gráfico acima no seu balanço anual do exercício de 2014. Compara o aumento do dissídio - aumento de salário, com o aumento dos preços medido pelo IPCA e o aumento nos preços dos produtos da empresa. Logo a seguir a explicação da empresa:
A combinação destes fatores poderia afetar negativamente as margens da companhia, mas isso só não vem ocorrendo, porque a empresa atingiu um alto crescimento em vendas, o que permitiu a diluição dos custos fixos.
Um exemplo prático e elegante do poder da economia de escala.
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Rodrigues (prelo)
Dispersão
Em 1961 George Stigler escrevia, em The Economics of Information, que a dispersão do preço era a manifestação da ignorância do mercado.
Informação do jornal Estado de S Paulo indica que o valor da amortização que poderia ser feita na Petrobras: entre 20 a 40 bilhões de reais. Se esta notícia for verdadeira, seria a comprovação da medida da ignorância sobre os efeitos dos problemas que a empresa está passando.
Informação do jornal Estado de S Paulo indica que o valor da amortização que poderia ser feita na Petrobras: entre 20 a 40 bilhões de reais. Se esta notícia for verdadeira, seria a comprovação da medida da ignorância sobre os efeitos dos problemas que a empresa está passando.
06 abril 2015
Finanças Pessoais: Pirâmide
A pirâmide é um tipo de rendimento que oferece um elevado retorno. Parece ser extremamente atrativo, e é se você souber a hora de aplicar seus recursos e sair. Por suas características, a pirâmide está fadada a quebra: ou seja, se você mantiver seu dinheiro aplicado neste tipo de investimento, fatalmente irá perder tudo, ou quase tudo, em algum momento do futuro. Por este motivo, o conselho geral é não invista em investimento com a característica de pirâmide. E quais são as características de um investimento do tipo pirâmide? Em primeiro lugar, a promessa de elevados retornos para o seu dinheiro. Se uma proposta oferecer uma rentabilidade bem acima do normal, saiba que pode ser uma pirâmide. A oferta de uma elevada rentabilidade é apregoada pela comparação com outros investimentos ou depoimentos pessoais.
A segunda característica de uma pirâmide é que depende de um processo de captura de novos aplicadores. Assim, se você foi um dos primeiros a fazer a aplicação existe probabilidade de ganhar algum dinheiro; mas se você entrou no final, provavelmente irá perder seus recursos. Esta característica permite que o gestor da pirâmide pague os primeiros investidores com o dinheiro que está entrando dos novos. Se ele conseguiu muitas novas pessoas que acreditaram nas suas promessas, estas pessoas irão aplicar seus recursos e somente receber no futuro. Mas o dinheiro que entrar irá ser usado para o pagamento das promessas antigas. Se não conseguir muitas novas pessoas, o esquema irá ruir e muitos perderão.
O que leva uma pessoa a colocar seus recursos numa pirâmide? Existem várias explicações, como a ganância, o otimismo exagerado, a credulidade, a inveja, entre outras. Para não ser enganado faça sempre duas perguntas: O investimento está prometendo um retorno muito maior que uma aplicação comum?; Dependem de novos aplicadores para continuar? A segunda pergunta é mais difícil de ser respondida; talvez possa ser substituída por: meus conhecidos já sabem do esquema e estão aplicando seus recursos no esquema? Se a resposta for afirmativa, saia já, pois é melhor ser um desconfiado com dinheiro do que um ganancioso sem recursos para o futuro.
Nos últimos anos tivemos vários casos de pirâmide: o boi gordo, a avestruz e o Telex-free são alguns exemplos.
Campeonato mundial de xadrez feminino
Sessenta e quatro jogadoras de xadrez estiveram em Sochi, na Rússia, para disputar o título mundial de xadrez feminino. O sistema de disputa foi o famoso “mata-mata”, onde ao final de dois jogos, uma jogadora saía da disputa e outra continuava. Eram dois jogos e existindo empate eram disputadas partidas duplas rápidas até que prevalecesse a vantagem de uma das competidoras.
E o sistema mostrou que no sistema de mata-mata nem sempre a melhor jogadora vence. Em 2012 a ucraniana Anna Ushenina, atualmente somente a 21ª. mais forte jogadora, venceu a ex-campeã búlgara Stefanova (13ª.). Sem contar com a jogadora de maior pontuação no rating, a jovem chinesa Hou (rating de 2.686), o torneio iniciou com uma avassaladora participação de Humpy Koneru (rating de 2.581, jogadora mais forte do torneio). A indiana ganhou seis partidas seguidas, eliminando três jogadoras. Mas nas oitavas encontrou a ucraniana Mariya Muzychuk, vencendo o primeiro jogo e perdendo o segundo. No desempate, empatou o primeiro jogo, mas perdeu o quarto jogo, depois de cometer um erro, num jogo que estava favorável. Nas semi-finais disputavam uma ucraniana, Mariya (12º. No rating), outra indiana, Harika (16º), uma sueca, a veterana Pia Cramling (15ª) e uma russa, Pogonina (39ª). Mariya eliminou outra indiana, já no segundo desempate. E Pogonina eliminou a sueca, que anteriormente tinha eliminado a irmã de Mariya.
A final, em Sochi, Rússia, seria entre uma russa e uma ucraniana. A russa era a zebra, mas ela tinha superado diversos obstáculos. Sendo a 7ª. melhor jogadora da Rússia, o desafio era vencer Mariya, a segunda melhor jogadora da Ucrania (a sua irmã, Anna, é a melhor). Nenhuma delas possui o título de grande mestre internacional de xadrez, mas o rating de Mariya é de 2536, versus 2456. Mas Mariya tem somente 22 anos, enquanto Pogonina já está entrando na casa dos trinta anos. A ucraniana (fotografia) segurou dois empates, venceu o terceiro jogo e empatou a quarta partida, onde sempre esteve melhor.
Provavelmente no próximo ano teremos o encontro entre Mariya e Hou, a ex-campeã e melhor do mundo. Na última vez, Hou massacrou Ushenina por 5,5 a 1,5. Será que a chinesa repetirá a dose?
E o sistema mostrou que no sistema de mata-mata nem sempre a melhor jogadora vence. Em 2012 a ucraniana Anna Ushenina, atualmente somente a 21ª. mais forte jogadora, venceu a ex-campeã búlgara Stefanova (13ª.). Sem contar com a jogadora de maior pontuação no rating, a jovem chinesa Hou (rating de 2.686), o torneio iniciou com uma avassaladora participação de Humpy Koneru (rating de 2.581, jogadora mais forte do torneio). A indiana ganhou seis partidas seguidas, eliminando três jogadoras. Mas nas oitavas encontrou a ucraniana Mariya Muzychuk, vencendo o primeiro jogo e perdendo o segundo. No desempate, empatou o primeiro jogo, mas perdeu o quarto jogo, depois de cometer um erro, num jogo que estava favorável. Nas semi-finais disputavam uma ucraniana, Mariya (12º. No rating), outra indiana, Harika (16º), uma sueca, a veterana Pia Cramling (15ª) e uma russa, Pogonina (39ª). Mariya eliminou outra indiana, já no segundo desempate. E Pogonina eliminou a sueca, que anteriormente tinha eliminado a irmã de Mariya.
A final, em Sochi, Rússia, seria entre uma russa e uma ucraniana. A russa era a zebra, mas ela tinha superado diversos obstáculos. Sendo a 7ª. melhor jogadora da Rússia, o desafio era vencer Mariya, a segunda melhor jogadora da Ucrania (a sua irmã, Anna, é a melhor). Nenhuma delas possui o título de grande mestre internacional de xadrez, mas o rating de Mariya é de 2536, versus 2456. Mas Mariya tem somente 22 anos, enquanto Pogonina já está entrando na casa dos trinta anos. A ucraniana (fotografia) segurou dois empates, venceu o terceiro jogo e empatou a quarta partida, onde sempre esteve melhor.
Provavelmente no próximo ano teremos o encontro entre Mariya e Hou, a ex-campeã e melhor do mundo. Na última vez, Hou massacrou Ushenina por 5,5 a 1,5. Será que a chinesa repetirá a dose?
05 abril 2015
História da Contabilidade: Manoel José de Mello
Manoel José de Mello tem uma participação na história da contabilidade no Brasil: foi o primeiro a assinar um balanço divulgado que se tem notícia em terras brasileiras, o do Theatro de S. João (1).
Pouco sabe da vida desta pessoa, exceto que foi um rico comerciante, dono de embarcações e que viveu na cidade de Salvador. Mas também tinha uma função política, não somente por ter participação na luta de pela independência (2), mas pelos cargos de ocupou antes desta. Tudo leva a crer que Manoel José de Mello já habitava o país antes da chegada da família real, conforme noticia o livro Memórias Históricas, quando narrar à chegada em 1806 de uma esquadra francesa ao porto de Salvador (3). Em 1812 ajuda a biblioteca pública (4), então Livraria Pública, sendo seu tesoureiro (5). Mello foi, durante o governo do Conde dos Arcos, o tesoureiro da província da Bahia (6).
Sobre o Conde dos Arcos é necessário um adendo (7). Marcos de Noronha e Brito foi o último vice-rei do Brasil, no período de 1806 a 1808, quando a família real chegou ao Brasil. Com a chegada de João VI foi transferido para a Bahia, como governador. No cargo instalou uma tipografia onde imprimia o jornal Idade de Ouro, criou a biblioteca pública, o cais da alfandega e o Teatro. Foi posteriormente nomeado ministro da Marinha e Ultramar, transferindo para o Rio de Janeiro. Foi demitido por D. Pedro I logo depois do dia do Fico e enviado para Portugal.
Biblioteca Pública – A biblioteca pública foi criada em 1811 em Salvador por Pedro Ferrão. Na primeira administração faziam parte do padre Francisco Agostinho Gomes, secretario, Lúcio José de Matos, bibliotecário, José Avelino Balboa, administrador das subscrições, dois serventes e um pedreiro. Além do tesoureiro, posição ocupada pelo negociante Manoel José de Mello (8). A biblioteca pública é financiada por pessoas da cidade, que faziam “subscrições”. Em 1815 assume a direção o padre Francisco Agostinho Gomes, que busca no governo o financiamento através de uma loteria. Em 1821, Gomes é eleito deputado, deixando a direção para Manoel José de Mello, que acumula os cargos de administrador e secretário. A gestão de Mello irá durar até 1829. Neste período, a biblioteca não tinha como manter pela falta de subscrições e outros recursos. Caiu em decadência, sendo que o Visconde de Camamú fez uma intervenção, mas garantindo recursos públicos.
(1) Vide postagem anterior http://www.contabilidade-financeira.com/2013/04/1812-e-o-theatro-de-s-joao.html
(2) Citado em REBOUÇAS, Antonio Pereira. Recordações Patrióticas (1821-1838). Rio de Janeiro, G. Leuzinger&Filhos, 1879.
(3) SILVA, Ignacio Accioli de Cerqueira e. Memórias Históricas, e políticas de província da Bahia. Bahia, Tip. Do Correio Mercantil, 1835, p. 283.
(4) Idade D Ouro, 1812, ed 48, p 3.
(5) Idade De Ouro, 1814, ed 100, p. 2. É interessante notar que existe uma prestação de contas de Mello neste exemplar referente ao exercício de 8 de novembro de 1812 a 5 de dezembro de 1814.
(6) Almanach do Rio de Janeiro, 1817, ed 1 p. 159. Vide também a mesma publicação em 1816, ed. 1, p. 188.
(7) Conforme verbete da Wikipedia em http://pt.wikipedia.org/wiki/Marcos_de_Noronha_e_Brito. Existe também um blog sobre este Conde: http://condedosarcos.blogspot.com.br
(8) SOARES, Francisco S. M et alii. A Biblioteca Pública da Bahia: dois séculos de história. Salvador: Secretaria da Cultura, 2011.
Pouco sabe da vida desta pessoa, exceto que foi um rico comerciante, dono de embarcações e que viveu na cidade de Salvador. Mas também tinha uma função política, não somente por ter participação na luta de pela independência (2), mas pelos cargos de ocupou antes desta. Tudo leva a crer que Manoel José de Mello já habitava o país antes da chegada da família real, conforme noticia o livro Memórias Históricas, quando narrar à chegada em 1806 de uma esquadra francesa ao porto de Salvador (3). Em 1812 ajuda a biblioteca pública (4), então Livraria Pública, sendo seu tesoureiro (5). Mello foi, durante o governo do Conde dos Arcos, o tesoureiro da província da Bahia (6).
Sobre o Conde dos Arcos é necessário um adendo (7). Marcos de Noronha e Brito foi o último vice-rei do Brasil, no período de 1806 a 1808, quando a família real chegou ao Brasil. Com a chegada de João VI foi transferido para a Bahia, como governador. No cargo instalou uma tipografia onde imprimia o jornal Idade de Ouro, criou a biblioteca pública, o cais da alfandega e o Teatro. Foi posteriormente nomeado ministro da Marinha e Ultramar, transferindo para o Rio de Janeiro. Foi demitido por D. Pedro I logo depois do dia do Fico e enviado para Portugal.
Biblioteca Pública – A biblioteca pública foi criada em 1811 em Salvador por Pedro Ferrão. Na primeira administração faziam parte do padre Francisco Agostinho Gomes, secretario, Lúcio José de Matos, bibliotecário, José Avelino Balboa, administrador das subscrições, dois serventes e um pedreiro. Além do tesoureiro, posição ocupada pelo negociante Manoel José de Mello (8). A biblioteca pública é financiada por pessoas da cidade, que faziam “subscrições”. Em 1815 assume a direção o padre Francisco Agostinho Gomes, que busca no governo o financiamento através de uma loteria. Em 1821, Gomes é eleito deputado, deixando a direção para Manoel José de Mello, que acumula os cargos de administrador e secretário. A gestão de Mello irá durar até 1829. Neste período, a biblioteca não tinha como manter pela falta de subscrições e outros recursos. Caiu em decadência, sendo que o Visconde de Camamú fez uma intervenção, mas garantindo recursos públicos.
(1) Vide postagem anterior http://www.contabilidade-financeira.com/2013/04/1812-e-o-theatro-de-s-joao.html
(2) Citado em REBOUÇAS, Antonio Pereira. Recordações Patrióticas (1821-1838). Rio de Janeiro, G. Leuzinger&Filhos, 1879.
(3) SILVA, Ignacio Accioli de Cerqueira e. Memórias Históricas, e políticas de província da Bahia. Bahia, Tip. Do Correio Mercantil, 1835, p. 283.
(4) Idade D Ouro, 1812, ed 48, p 3.
(5) Idade De Ouro, 1814, ed 100, p. 2. É interessante notar que existe uma prestação de contas de Mello neste exemplar referente ao exercício de 8 de novembro de 1812 a 5 de dezembro de 1814.
(6) Almanach do Rio de Janeiro, 1817, ed 1 p. 159. Vide também a mesma publicação em 1816, ed. 1, p. 188.
(7) Conforme verbete da Wikipedia em http://pt.wikipedia.org/wiki/Marcos_de_Noronha_e_Brito. Existe também um blog sobre este Conde: http://condedosarcos.blogspot.com.br
(8) SOARES, Francisco S. M et alii. A Biblioteca Pública da Bahia: dois séculos de história. Salvador: Secretaria da Cultura, 2011.
04 abril 2015
Fato da Semana: O Balanço do BNDES (Semana 14 de 2015)
Fato da Semana: Num período em que centenas de empresas fazem sua evidenciação anual, o destaque da semana foi a divulgação do balanço do banco BNDES. A notícia foi o parecer de auditoria com ressalva e a baixa com o investimento da Petrobras. O banco oficial reconhece uma perda de quase 3 bilhões de reais.
O BNDES não é um parâmetro de evidenciação: afinal, está em atrito com o TCU por não divulgar os empréstimos. E existe uma grande suspeita de favorecimento a certos grupos empresariais.
Qual a relevância disto? O balanço do BNDES é um indicativo de que certamente haverá uma grande amortização na Petrobras. Mas uma análise da qualidade da gestão e dos mecanismos de controle, que inclui a auditoria do TCU e a composição do comitê de auditoria, deve ser objeto de preocupação. Quem sabe se isto não possa ser um alarme para o controlador último do BNDES, o contribuinte, protestar contra a nomeação de pessoas com baixa qualificação nestas entidades.
Positivo ou Negativo – Negativo. Para o contribuinte, o balanço mostra como o seu dinheiro tem sido tratado. Existem muitos profissionais de elevada qualidade no BNDES, mas os indícios do balanço ...
Desdobramentos – Tenho dúvidas se o TCU irá conseguir no curto prazo a lista dos empréstimos do BNDES. Talvez no médio prazo os holofotes se voltem para o banco, deixando de lado, um pouco, a Petrobras.
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