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02 outubro 2013

Rir é o melhor remédio

Moral de 'Breaking Bad': pague mais os professores.

Estrutura Conceitual: Ativo - Parte 5

Reconhecimento
O reconhecimento de um ativo refere-se à decisão de uma entidade considerar um recurso econômico no balanço patrimonial. Para isto, existem regras que são estabelecidas pelo órgão regulador. Em outras palavras, a decisão do reconhecimento é a decisão de fazer o lançamento contábil, incluindo a data, as contas e o valor. Em razão da importância do valor, o mesmo é discutido à parte, na mensuração do evento.

O Iasb propõe também o termo desreconhecimento do ativo: ocorre quando um recurso econômico é removido do balanço patrimonial. Iremos discutir sobre o desreconhecimento mais adiante.

Na atual estrutura conceitual um “elemento” é reconhecido quando se enquadra na definição de ativo e quando tiver condição de ser mensurado com confiabilidade. Além disto, o Iasb também considera a materialidade. Em razão do método das partidas dobradas, a decisão do reconhecimento do ativo pode gerar o reconhecimento de uma receita, um passivo ou de um ativo. Adicionalmente, é necessário levar em consideração a probabilidade em razão da incerteza dos benefícios econômicos.

A proposta de mudança da estrutura conceitual, em análise pelo Iasb, pretende que uma entidade reconheça todos os ativos, exceto se a informação não for relevante para justificar o seu custo ou não resulta numa representação fiel. É bom lembrar que nas características qualitativas da informação contábil, já aprovada pelo Iasb e o CPC, existem duas características fundamentais: a relevância e a representação fidedigna. Mas ambas estão sujeitas a restrição do custo (Vide, Niyama e Silva, 2013, p. 107). Ou seja, a mudança da estrutura conceitual no que diz respeito ao reconhecimento (item 4) tenta manter uma coerência interna com as características da informação contábil (item 3 do CPC 00).

Como regra geral, a proposta de estrutura conceitual indica que tudo deverá ser reconhecido. A razão é simples: uma vez que o usuário usa as demonstrações para tomada de decisão, a maneira mais adequada de ajuda-lo é fornecendo todas as informações. Isto é inclusive coerente com a representação fidedigna, que pressupõe que a informação seja completa.

Apesar das restrições do Iasb quanto à questão da probabilidade (que discutimos anteriormente), caso não exista probabilidade de um ativo ter qualquer benefício econômico o mesmo não deve ser reconhecido. Se no trecho sobre a incerteza o Iasb parecia estar deixando de lado a discussão sobre a probabilidade, quando comenta a questão da probabilidade no reconhecimento, o Iasb volta a destacar este aspecto. Parece existir uma questão não resolvida aqui: afinal, a probabilidade de ocorrência é importante ou não? A resposta parece um sim, apesar de o Iasb negar isto num primeiro momento.


Para o Iasb existindo um grau elevado de incerteza numa estimativa, como ocorre com a mensuração do goodwill gerado internamente, pode não ser apropriado não reconhecer, pois a informação não será relevante para o usuário. Mais do que isto, podemos afirmar que a informação não satisfaz as características fundamentais da informação. Na verdade, o texto da estrutura conceitual é até certo redundante em relação das características qualitativas da informação, o item três da própria estrutura. Talvez em nome da concisão, o Iasb deveria ter resumido a questão do reconhecimento aos aspectos da figura. Isto evitaria confusões, como a questão da probabilidade ou a necessidade da confiabilidade da informação, que o Iasb resgata em alguns pontos do documento.

Relatório de Capital Humano: Brasil 57o

Países da Amostra

O Fórum Econômico Mundial publicou o primeiro Relatório de Capital Humano. Foram avaliados 122 países, tendo a Suíça ficado em 1o lugar. O Japão ficou em 15o, Estados Unidos em 16o, França em 21o, Espanha em 29o, Portugal em 30o, China em 43o, Grécia em 55o e, finalmente, o Brasil em 57o.

O conselheiro do Fórum Econômico Mundial, Klaus Schwab, declara que a chave para o futuro de qualquer país e qualquer instituição está no talento, aptidão e capacidade do seu povo. Com a projeção da escassez de talento se demonstrando severa tanto no mundo desenvolvido, quanto no em desenvolvimento, e imperativo voltar as atenções para como essa escassez pode ser suprida em curto prazo e prevenida a longo termo.

O arquivo, disponível em .pdf, é caprichoso, rico, interessante, informativo, assustador e um tanto deprimente. Acredito que várias pesquisas possam nascer dali. Não há só a classificação dos países, como também um perfil de cada nação, assim como a metodologia utilizada. Recomendo a leitura, ou ao menos uma olhada por alto. Salvem em seus computadores. Quem sabe a sua próxima pesquisa não brote dali?

Em rankings detalhados, o Brasil ficou em:

Geral: 57o
Educação: 88o  Ծ_Ծ
Saúde e bem-estar: 52o
Empregabilidade e força de trabalho: 45o
Ambiente estrutural: 52o

BRICS

Banco do Vaticano divulga balanço

O Banco do Vaticano ou IOR publicou suas demonstrações contábeis anuais (Aqui, em PDF). O total do ativo quase chega a 5 bilhões de euros. O lucro aumentou de 20,3 milhões de euros, em 2011, para 86,6 milhões, em 2012.

Segundo Quartz, a principal razão foi as taxas de juros. E o seu principal ativo está relacionado com títulos de dívida. Segundo o Vaticano, o IOR não é um banco tradicional, pois está centrado na gestão de fundos religiosos e de caridade. Segundo a AFP:

Pela primeira vez, o banco divulgou seus resultados em um relatório anual publicado em seu novo site na internet, uma demonstração da nova política de transparência que o Vaticano deseja para um banco muito criticado por sua opacidade no passado.

O IOR administra milhares de contas, principalmente de sacerdotes, religiosos, bispos, congregações, que atualmente são controladas por consultores externos.

O banco também serve para fazer circular os fundos necessários para as obras da Igreja no mundo. Mas a falta de transparência permite que o dinheiro sujo, especialmente o da máfia, seja lavado no IOR.


Atualização: Aqui o relatório de 2014.

Estatística e dança

(Via Boeing Boeing)

Deloitte é a maior

A Deloitte obteve uma receita de 32,4 bilhões de dólares. Como a PwC gerou receita de 32,1 bilhões, isto coloca a Deloitte como a maior empresa de auditoria do mundo. Informação do WSJ (via aqui)

OGX decide não pagar

A petroleira OGX, do empresário Eike Batista, optou por não pagar juros sobre bônus no exterior que venceriam nesta terça-feira, no primeiro passo do que pode vir a ser o maior calote da história por uma empresa latino-americana.

(...)O não pagamento dos juros referentes à dívida de US$ 1,1 bilhão em bônus com vencimento em 2022 já era amplamente esperado, diante da crítica situação de caixa da petroleira.

O bônus possui, entretanto, cláusula que dá ao emissor prazo de 30 dias para honrar o compromisso, como havia antecipado reportagem do Broadcast com fontes, ontem. Depois desse prazo, a empresa está sujeita à aceleração do pagamento de outras dívidas, especialmente as bancárias, e pode ser levada à falência. No final de junho, a dívida da OGX com bancos somava R$ 8,7 bilhões, de acordo com o balanço da companhia.


Fonte: Estadão

Basileia 3 está chegando

O acordo da Basileia refere-se a um acerto entre os bancos centrais de várias nações do mundo. Lida basicamente com regras para determinar o nível mínimo de capitalização. Começa hoje uma mudança importante:

A mudança diz respeito à aceitação, pelo Banco Central, de dívidas subordinadas como parte do Patrimônio de Referência (PR) das instituições, conceito de capital usado para efeitos de cobrança e cumprimento do mínimo regulamentar. Os bancos terão de retirar gradualmente do cômputo do PR as dívidas que foram admitidas como parte dele com base nas regras antigas, vigentes até fevereiro.

No primeiro momento, 90% do saldo de dívidas equiparadas a capital próprio com base nas velhas regras poderá continuar sendo computado, depois de considerados os abatimentos que já eram obrigatórios. De 2014 em diante, o limite cairá mais 10% ao ano, sempre em 1º de janeiro, até ser zerado em janeiro de 2022. Assim, no máximo até lá, todos os instrumentos de dívida usados para reforçar capital regulatório do sistema financeiro do Brasil estarão de acordo com as novas exigências.

A principal dessas exigências é a inclusão, nos contratos com credores, de cláusula prevendo extinção permanente da dívida em determinadas situações. Esse critério já vale desde 1º de março deste ano para a consideração de novos instrumentos de dívida na composição do PR. O credor precisa concordar de antemão em desistir do seu crédito sem possibilidade de contestação, caso as situações previstas no contrato se configurem.


Fonte: Valor Econômico / Mônica Izaguirre - 01.10.13 - via aqui

01 outubro 2013

Rir é o melhor remédio



Mais aqui

Estrutura Conceitual: Ativo - Parte 4

Controle

Na atual definição de ativo a questão de controle está presente quando afirma que se trata de um “recurso controlado pela entidade”.  Segundo Niyama e Silva (2013, p. 120) somente a entidade possui a habilidade de exercer os direitos dos benefícios econômicos. O Iasb evita usar o termo propriedade, optando pela essência sob a forma.

Entretanto, não existe na estrutura conceitual uma definição do termo controle. Mas alguns padrões isolados lidaram com este aspecto. Merece destaque a minuta sobre receita. Nesta minuta controle está associado à capacidade de usar e obter as vantagens de um ativo.

A proposta de estrutura conceitual propõe uma definição próxima a esta: uma entidade controla um recurso econômico quando tem a capacidade de determinar como será seu uso, de modo a obter benefícios econômicos que fluem do ativo. O Iasb pretende que esta definição seja ampla suficiente para incluir os casos onde uma entidade “controla” somente um pedaço do benefício econômico. Por exemplo, se uma entidade possui uma participação no benefício econômico gerado pelo ativo, isto caracterizaria o controle, mesmo que a participação seja reduzida.

Mas não se enquadra como ativo os direitos que qualquer entidade pode ter acesso. Este é o caso dos direitos autorais de uma obra literária que já caiu em domínio público. Isto não pode ser considerado um ativo, já que qualquer pessoa pode reproduzir esta obra. É também o caso do peixe num rio, onde todos podem pescar.


O Iasb, de maneira perigosa, faz uma analogia entre a questão do controle e da relação entre agente e principal. Quando a entidade atua como principal numa relação agente-principal, os benefícios econômicos podem ser considerados como ativo para entidade. Quando atual como agente, não seriam ativo. 

Referência
NIYAMA, Jorge Katsumi; SILVA, César Augusto Tibúrcio. Teoria da Contabilidade. São Paulo: Atlas, 2013. 

Número do Jogo

Existe uma relação entre o esporte e os métodos quantitativos. Recentemente o sucesso do filme Moneyball chamou atenção para o uso de dados na determinação da melhor estratégia no baseball. Mas isto também é possível em outros esportes, inclusive no futebol.

As transmissões das partidas de futebol mais recentes enfatizam o percentual de posse de bola, o número de faltas cometidas, a quantidade de chutes a qual, os quilômetros percorridos por um jogador, entre outros dados. Os números chegaram ao jogo. O livro Soccernomics foi o primeiro a tentar justificar a importância de entender o futebol a partir dos números.

O livro “Os números do Jogo” segue nesta trajetória. Usando pesquisas realizadas pelos autores e por outros pesquisadores, o livro se propõe a informar que “tudo o que você sabe sobre futebol está errado”, conforme consta do subtítulo. Em doze capítulos, os autores discutem sobre o gol, a importância do técnico, a relação entre desempenho e dinheiro, entre outros aspectos.

Para quem gosta de futebol e de números, o livro é interessante. Entretanto, particularmente achei alguns capítulos confusos. Por exemplo, a discussão sobre a importância dos técnicos parece conduzir a conclusão de que não são relevantes. Mas a medida que o capítulo sobre o assunto se desenvolve, os autores conduzem alguns inferências no sentido contrário.

Existem algumas tiradas boas, mas no geral o livro decepciona.

Algumas conclusões interessantes:
=> os escanteios possui pouca chance de resultar em gol;
=> quando comparado com handebol, basquete, futebol americano e beisebol, o futebol é o esporte onde existe maior chance do favorito perder. Ou seja, é o esporte mais imprevisível;
=> o número de chutes a gol não garante vitória;
=> não existe muita diferença no futebol praticado nas principais ligas do mundo;
=> o gol mais valioso é o segundo, pois aumenta a previsão de pontos para uma equipe em 0,99;
=> nem sempre o time que marca mais gols vence um campeonato, nem o que sofre menos gols;

=> mais importante que o melhor jogador é o pior jogador de uma equipe, ou o elo fraco do time.

Leia Mais Os Números do Jogo. Chris Anderson e David Sally, Paralela, 2013

Marcas valiosas

O gráfico mostra a evolução recente das marcas mais valiosas. A Coca-Cola que dominou o ranking durante os últimos anos agora está em terceiro. A Microsoft que ficou durante anos em segundo, está em quinto. O ano trouxe as marcas Apple e Google nos primeiros lugares.

Patrocínio no Futebol

Sobre o patrocínio nos clubes de futebol:

O Corinthians foi o time brasileiro que mais arrecadou recursos com patrocínio em 2012, aponta o levantamento feito pelo consultor esportivo Amir Somoggi. O clube paulista arrecadou R$ 64,6 milhões com patrocínios, seguido pelo Santos que levantou R$ 70,3 milhões. No geral, os clubes nacionais arrecadaram R$ 767 milhões. Segundo Somoggi, crescimento em patamar bastante inferior ao registrado em anos anteriores.

Os maiores contratos de patrocínio do futebol brasileiro estão com a CBF, que sozinha representa quase um terço do mercado. Em 2003, essa fonte de receita gerava R$ 80 milhões e em 2012 atingiu R$ 236 milhões, evolução de 194%, ou 119% acima da inflação do período.


Aqui a relação dos maiores times por patrocínio:

1) Corinthians - R$ 64,6 milhões
2) Santos - R$ 50,3 milhões
3) Palmeiras - R$ 44,2 milhões
4) Flamengo - R$ 34,4 milhões
5) Internacional - R$ 32,3 milhões
6) Vasco - R$ 26,9 milhões
7) São Caetano - R$ 26,5 milhões
8) Grêmio - R$ 25 milhões
9) Atlético - R$ 21,9 milhões

É realmente estranho a presença do São Caetano. Mas este o valor que consta do balanço do clube. O clube é patrocinado pela Universo Tintas.

Mensagens

Uma pesquisa e um resultado surpreendente: as mensagens on-line não atrapalham na criação de amizades off-line
Os resultados mostram que o uso de mensagens instantâneas dos adolescentes aumentaram sua capacidade de iniciar amizades off-line ao longo do tempo. Além disso, o uso de mensagens instantâneas aumentou indiretamente a capacidade dos adolescentes para iniciar amizades off-line através da diversidade de seus parceiros de comunicação on-line. Estes resultados sugerem que os adolescentes podem praticar habilidades sociais on-line e aprender a se relacionar com uma variedade de pessoas que, ao longo do tempo, pode aumentar a sua capacidade de iniciar amizades off-line.

(via aqui)

Pirateando artigos acadêmicos

A polícia chinesa está combatendo um novo tipo de crime: produção de artigos acadêmicos falsos, incluindo versões falsificadas de revistas médicas com os artigos.

O cliente que compra este produto está interessado em promoção no seu trabalho.

Enap

A Enap completou recentemente 25 anos. Para comemorar este evento, foi convidado para uma palestra o professor Gileno Marcelino. Marcelino (foto) apresentou o tema “A Reforma Administrativa no contexto da Reforma Política”.

Com enfoque na evolução da administração pública no país, a palestra abordou o papel da reforma administrativa como elemento viabilizador da iminente reforma política debatida na Câmara dos Deputados. Para o professor, o contexto político atual mostra a necessidade de se discutir em profundidade o tema, aproveitando a oportunidade para dar resposta ao clamor da sociedade brasileira. “Precisamos propor um novo modelo de Administração Pública, repensá-la, que colabore com o êxito da reforma política, processo mais amplo e indissociável de mudanças estruturais no Estado brasileiro”, comentou.
O download da palestra na íntegra pode ser feito aqui

30 setembro 2013

Rir é o melhor remédio



História da Contabilidade: Convenção Nacional dos Contabilistas

Durante os anos 40 diversos congressos ocorreram no Brasil. Em 1940, o Rio de Janeiro recebeu novamente representantes de diversos estados para discutir contabilidade pública. O foco deste encontro foi a padronização do plano de contas do orçamento da união, estados e municípios (1). A base legal foi o decreto 1804, de 24 de novembro de 1939, que tratou das normas de contabilidade e orçamento nos estados e municípios (2)

Nove anos depois ocorre a III Conferência de Contabilidade Pública e Assuntos Fazendarios (3), também no Rio de Janeiro. Em ambos os encontros esteve na presidência Valentim Bouças.

Valentim Bouças. Fonte: Estado de S Paulo, 1940, ed. 21685.

Neste texto gostaria de destacar a I Convenção Nacional dos Contabilistas. Esta convenção realizou-se no Rio de Janeiro, então capital do país, em outubro de 1945. Antes da realização da convenção, o presidente do Sindicato de Contabilistas do Rio de Janeiro encaminhou o seguinte telegrama ao Ministro da Educação:

Exmo. Sr. Dr. Gustavo Capanema, Ministro da Educação – Rio
O Sindicato de Contabilistas do Rio de Janeiro, representando mais de seis mil profissionais do Distrito Federal, vem hipotecar a Vossa Excelência irrestrita solidariedade pela redação de inclusão do curso de ciências contábeis e atuárias na Faculdade de Ciências Econômicas como ensino de grau universitário. Tanto este órgão de classe como congêneres em todos os Estados, aguardam apenas a publicação do Decreto a fim de promoverem a convenção nacional dos contabilistas, nesta capital, a fim de consagrar publicamente essa importante reforma do ensino que virá satisfazer uma velha aspiração dos profissionais de Contabilidade” (4).

Como é possível perceber, a convenção aguardava a aprovação de uma lei para ser realizada. Com efeito, através do Decreto Lei 7988, de 22 de setembro de 1945, o governo cria o curso de ciências contábeis e atuariais (5).

Esta convenção foi iniciativa do sindicato dos Contabilistas do Rio de Janeiro e trataram de diversos assuntos: a data e o local do Quinto Congresso de Contabilidade, o salário mínimo profissional, a articulação do curso de contador na Universidade do Brasil, entre outros assuntos (6). A convenção foi realizada na Associação dos Empregados no Comércio e contou com a participação do Sindicato dos Economistas e da Associação Profissional dos Atuários (7). Na instalação da convenção, o então ministro da educação, Gustavo Capanema (8). Este mesmo Capanema foi presidente de honra da solenidade de encerramento, realizada nos salões do Automóvel Clube (9).

No dia 12 de outubro os congressistas foram recebidos pelo Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio do governo Vargas. O presidente da Comissão Executiva da Convenção, Morais Junior, agradeceu o governo à equiparação do ensino contábil ao ensino universitário (10). E pediu a criação do Conselho Nacional de Contabilidade (10). Morais Junior também destacou a atuação do Ministro. Este, por sua vez, agradeceu a visita e exaltou a convenção e convidou os contabilistas para visitarem a “Galeria Presidente Vargas” (11).

Mas o principal assunto da Convenção, e por este fato tornou-se histórica, refere-se à criação do Conselho Federal de Contabilidade. Na realidade, durante a Convenção, defendeu-se a criação do Conselho Nacional de Contabilidade (12), com o objetivo de fiscalizar o exercício profissional. Neste sentido, é interessante que a convenção “propugnará pela sua decretação imediata, tendo em vista, que já foi aprovado, por todos os Sindicatos da classe, um trabalho nesse sentido, o qual foi encaminhado aos Poderes Públicos, onde o respectivo processo está em andamento” (13).

Posteriormente, a denominação do Conselho Nacional muda para Conselho Federal (14).

(1) Estado de S Paulo, 18 de maio de 1940, p. 2, ed. 21685.
(2) Estado de S. Paulo, 12 de maio de 1940, p. 2, ed. 21680.
(3) Estado de S Paulo, 25 de agosto de 1949, p. 1, ed. 22784.
(4) Gazeta de Notícias, 19 de setembro de 1945, ed 219, p. 5.
(6) Diario de Noticias, 3 de outubro de 1945, ed. 7039, p. 5. Vide também Tribuna Popular, 7 de outubro de 1945, ed. 120, p. 5.
(7) Diário de Notícias, 10 de outubro de 1945, ed 7045, p. 5.
(8) Diário de Notícias, 11 de outubro de 1945, ed 7046, p. 2.
(9) Correio da Manhã, 14 de outubro de 1945, ed 15631, p. 2.
(10) Estado de S Paulo, 13 de outubro de 1945, p. 1 ed. 23329.
(11) Ironia do destino, dias depois Vargas é deposto e encerra o Estado Novo.
(12) Diário de Notícias, 10 de outubro de 1945, ed 7045, p. 5.
(13) Correio da Manhã, 10 de outubro de 1945, ed 1280, p. 6. Texto parecido também foi publicado no Tribuna Popular, 7 de outubro de 1945, ed. 120, p. 5.
(14) Estado de S Paulo, 24 de maio de 1946, ed. 21788, p. 8. Vide também Diário de Notícias, 17 de março de 1946, p. 5 ed 7184.

Fim das Bibliotecas?

Existem centenas de bibliotecas em São Paulo, de instituições públicas e privadas, cujo acesso é livre. Entretanto, muitas delas são praticamente desconhecidas da população - e permanecem quase vazias na maior parte do tempo.

É o caso da que funciona na Assembleia Legislativa, na frente do Parque do Ibirapuera. São 14 mil livros que ficam à disposição tanto dos funcionários e deputados quando da população em geral - o espaço funciona de segunda a sexta, das 9h às 20h. "Mas muito pouca gente vem", comenta a bibliotecária responsável, Patricia Ide.


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Messi e o Fisco Espanhol 2

Conforme divulgamos anteriormente no blog, o jogador de futebol Lionel Messi está envolvido numa disputa com o fisco espanhol. Na sexta ele teve uma audiência com o juiz. O seu advogado falou com a imprensa e afirmou que não havia a intenção de cometer a fraude, existindo uma grande vontade em normalizar a situação com o fisco.