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19 dezembro 2012

1 bilhão

Desde que assumiu a presidência da Petrobras, em fevereiro, a engenheira Maria das Graças Foster, ou Graça, como é conhecida, já teve de vir a público admitir o fiasco em dezenas de perfurações de poços ao longo dos últimos oito anos e ainda dobrar-se diante da alarmante queda no nível de eficiência de suas plataformas. Agora, o incômodo é um daqueles esqueletos escondidos no armário pela gestão anterior que, uma vez descobertos, tiram o sono. O esqueleto em questão é uma refinaria comprada pela Petrobras em Pasadena, no estado americano do Texas. O negócio é um dos mais malsucedidos da história da estatal. Em 2006, a Petrobras comprou 50% da refinaria, ficando a outra metade com a trading belga Astra Oil. A parceria foi desfeita em junho passado depois de acirrada disputa judicial. A Petrobras, então, adquiriu as ações da Astra Oil e ficou como única dona da refinaria. Não se entende por que pagou um preço tão alto por uma refinaria velha e defasada, que só dá prejuízo e dor de cabeça. A estatal brasileira já enterrou em Pasadena cerca de 1,18 bilhão de dólares. Quando, há seis meses, finalmente decidiu livrar-se dela, pondo-a à venda, entendeu o tamanho do rombo. A única oferta recebida — da multinacional americana Valero — foi de cerca de 180 milhões de dólares, pouco mais de um décimo do valor pago. Obviamente, Graça hesita em aceitar a oferta, o que a forçaria a assumir publicamente o rombo bilionário [1], mexendo em um vespeiro cujas reais dimensões estão sendo investigadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Os detalhes do negócio, aos quais VEJA teve acesso, ajudam a esclarecer por que, dentro da própria estatal, pairam suspeitas de que o caso Pasadena pode não ser um erro de cálculo, um mau passo de gestão, a que todas as empresas estão sujeitas. Nada disso. A compra da refinaria tem o DNA para se tomar um escândalo. (...)

o prejuízo sendo arcado, como sempre, pelos sócios da Petrobras, entre eles, o maior, o governo brasileiro — ou seja, a conta foi mandada para os cidadãos brasileiros


1 BILHÃO PELO RALO - 17 de Dezembro de 2012 - Revista Veja - MALU GASPAR

[1] Ou seja, iria para resultado US$1 bilhão

Deficit da Previdência

Um pequeno grupo de aposentados e pensionistas é responsável por um rombo nas contas públicas duas vezes maior do que o provocado por mais de 28 milhões de aposentados pelo INSS. O regime de previdência dos servidores federais, que atende 953,5 mil aposentados, vai fechar o ano com um déficit superior a R$ 62 bilhões. Já o regime geral deve registrar resultado negativo de R$ 35 bilhões.

Os dados apontam, segundo técnicos do governo federal, para um cenário que tende a piorar, pelo menos, pela próxima década. Até 2025, o déficit produzido pelo funcionalismo federal aposentado continuará crescendo exponencialmente, num ritmo muito superior ao registrado pelo regime geral.

"O buraco vai começar a fechar em 15 anos, e estará zerado entre 2045 e 2050 [1]", afirmou Ricardo Pena, eleito na quinta-feira como diretor-presidente da Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal (Funpresp), vinculado ao Ministério do Planejamento.

"Do ponto de vista fiscal, a Funpresp é um ganho importante para as contas públicas, ainda que diluído no tempo", disse Pena ao Estado.

Aprovada no início do ano no Congresso Nacional, a Fundação entrará em vigor em fevereiro de 2013.

Reforma. A reforma do regime de previdência dos servidores começou em 1996, na primeira metade do governo Fernando Henrique Cardoso, avançou no início da presidência de Luiz Inácio Lula da Silva, quando os servidores deixaram de receber seu salário integral como benefício previdenciário, e terminou neste ano, com a criação da Funpresp.

"Nove dos dez maiores fundos de pensão do mundo são de servidores", disse Pena, que comandará até o início de 2015 a Funpresp dos servidores do Executivo, do Legislativo e do Ministério Público. Pela lei 12.618, sancionada por Dilma em abril deste ano, o Poder Judiciário têm até junho de 2013 para criar a sua Fundação.

Gigante. Os dois fundos, somados, constituirão em dez anos o maior fundo de pensão da América Latina, com cerca de 400 mil cotistas. A Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil que detém esse posto atualmente, conta com cerca de 100 mil cotistas.

De acordo com Pena, a Funpresp iguala o servidor, do ponto de vista previdenciário, aos demais trabalhadores brasileiros [2]. O servidor que ingressar na União a partir do ano que vem terá sua aposentadoria limitada pelo teto do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), hoje em R$ 3.916,00.

Caso deseje receber mais ao se aposentar, o servidor, tal qual os demais trabalhadores do País, deverá contribuir para seu fundo de pensão, a Funpresp, com a parcela do salário que superar o teto do INSS. O Tesouro Nacional vai contribuir em igual proporção em até 8,5%.

Caixa. Dos 37 mil funcionários públicos que o governo federal deve contratar em 2013, Pena estima que 25 mil ingressem no fundo de pensão da União. Além disso, ele afirma que cerca de 5% do total de servidores hoje na ativa devem migrar do regime atual para o novo [3], isto é, vão se tornar cotistas da Funpresp. Ao todo, Pena avalia que a fundação deve terminar 2013 com R$ 300 milhões em caixa.

"Estamos construindo um importante braço para investimentos no Brasil, que pode auxiliar em grandes empreendimentos de infraestrutura, títulos públicos, debêntures privadas", afirmou o executivo, para quem os rendimentos da Funpresp devem render ao servidor um benefício previdenciário superior ao obtido hoje.


Déficit da previdência do setor público chega a R$ 62 bilhões - 17 de Dezembro de 2012 - O Estado de São Paulo - JOÃO VILLAVERDE

[1] Não é tão simples assim. As estimativas são imprecisas e existe um claro otimismo na frase de Pena.
[2] Não é verdade. Existem diferenças ainda, mas realmente ocorreu uma redução no gap entre a previdência do servidor público e o regime geral.
[3] Novamente muito otimismo. Nenhum servidor racional migraria para este Fundo.

O governo ainda precisa resolver a questão dos pensionistas.

Gastos Sociais

As dez empresas do Ibovespa consideradas as mais sustentáveis pela consultoria Management & Excellence (M&E) gastaram R$ 1,1 bilhão em projetos sociais em 2011. Mas nem todo dinheiro investido é bem empregado. Estudo da M&E divulgado com exclusividade ao BRASIL ECONÔMICO mostra que Vale, Embraer e Natura são as que melhor usaram os recursos investidos no campo social entre 2009 e 2011, revertendo os gastos em ganhos efetivos aos seus acionistas.

(..) Vale, por exemplo, gerou no período R$ 214,9 de receitas líquidas por cada R$ 1 investido em projetos sociais. A BRF Foods conseguiu R$ 8,1 mil por cada R$ 1 investido — portanto, mais do que a Vale. No entanto, na BRF Foods essa relação se revelou mais frágil a longo prazo, ou seja, tem risco de não se repetir, enquanto a da Vale é mais consistente, segundo a M&E.

Gastos sociais da Vale dão ganho a acionistas - Léa De Luca - Brasil Econômico

Educação x Tecnologia

Claudia Goldin e Lawrence Katz (The Race between Education and Technology) analisam a evolução da estrutura educacional e de salários nos EUA durante o século 20, que chamam de século do capital humano. O sistema educacional fez dos EUA a nação mais rica do mundo, pois já em 1900 seus governantes - insatisfeitos com a universalidade apenas da educação primária - tornaram obrigatório o nível secundário. Inovações tecnológicas e educação se arremessaram numa corrida. De 1900 a 1980, o rápido crescimento dos trabalhadores qualificados aumentou a renda da maioria das pessoas e diminuiu desigualdades. Mas o reverso vem ocorrendo desde 1980: a desaceleração do progresso educacional fez-se acompanhar do aumento da desigualdade. O ritmo inadequado de crescimento da educação de nível superior reduziu a capacidade de competição americana nos mercados globais.

Fonte: Capitalismo o bom e o mau - Eliana Cardoso

18 dezembro 2012

Rir é o melhor remédio


Contabilidade nacional: evolução dos estoques


Com a publicação do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre, consolidou-se a sensação de que o país vive numa espécie de "armadilha do pibinho". O modelo de crescimento está esgotado e o investimento não deslancha, a despeito de todos os incentivos monetários e fiscais colocados em ação pelo governo. Um observador arguto como Delfim Netto concluiu que a verdadeira tragédia é que o investimento permanece em queda nos últimos dois anos. Não faltam agora especialistas e curiosos para explicar que o problema é o excesso de intervencionismo do governo, que está aumentando a incerteza e inibindo os espíritos animais do empresariado.
Economistas vivem num mundo de modelos teóricos que muitas vezes têm relação tênue com a realidade. Em geral, o contato dos modelos com o mundo real é intermediado por bases de dados produzidas por diversas instituições públicas ou privadas, mas nem sempre há a preocupação em entender exatamente o que está sendo medido. Pouco adianta ter boa metodologia se informações brutas adequadas não estão disponíveis.
No Brasil, um problema particularmente grave é a quase total inexistência de informações sobre a evolução dos estoques. O IBGE simplesmente não calcula a componente de variação de estoques nos números do PIB trimestral. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) publica uma sondagem sobre estoques industriais, mas somente a partir de 2011, tendo infelizmente descontinuado suas séries mais antigas.
Apesar da carência de dados, nosso acompanhamento da conjuntura nos convenceu de que a economia brasileira passou por oscilações inusitadamente intensas nos estoques industriais nos últimos anos. Primeiro, ao longo de 2008, consolidou-se a percepção de que a crise americana seria realmente séria e que poderia sim nos contaminar, inclusive com restrições de crédito e problemas de liquidez. A partir do final do ano, empresas e cadeias de distribuição produziram forte queda na produção de modo a reduzir ao máximo os níveis de estoque. Esse movimento começou a ser revertido em meados de 2009 e, como consequência, a reposição de estoques produziu rápido crescimento da indústria no primeiro semestre de 2010. Por exemplo, nos quatro trimestres terminados em março de 2010, o crescimento da indústria de transformação foi de 18%. No junho seguinte foi de 14% e essas taxas excepcionais constituem a principal explicação para o Pibão de 2010, com crescimento médio anual de 10% para a indústria de transformação e de 7,5% para o PIB total.
O problema é que a partir de 2010 os gestores e planejadores das empresas, assim como o distinto público dentro e fora do país, resolveram acreditar que o Brasil se transformara em tigre asiático. A crença foi estimulada pela forte expansão do crédito. O resultado foi que o aumento planejado na produção se mostrou excessivo, particularmente tendo em vista que em meados de 2011 já estava claro que o ritmo de crescimento sustentável seria muito menor. Isto iniciou uma nova fase de correção para baixo nos estoques, que perdura até agora. Como a correção agora está sendo mais gradual, também é mais alongada no tempo.
Alguma evidência para essa interpretação da evolução recente da economia pode ser obtida se compararmos os dados de produção industrial do IBGE com os dados de faturamento real da CNI. Esses dados mostram que nos últimos sete trimestres desde o início de 2011 o faturamento real da indústria de transformação aumentou 8,3%, enquanto que a produção caiu 4,9%. Essa diferença de 13 pontos percentuais sugere uma redução continuada nos estoques: a indústria contraiu a produção, mas seguiu aumentando as vendas, o que só é possível quando o volume de estoques está caindo.
Esses movimentos fortes e inusitados nos estoques, que em última análise são ainda reflexo da crise de 2008, podem explicar boa parte da aparente armadilha do pibinho. Explicam também porque os dados de produção mostram dois anos de queda enquanto as vendas, em todos os níveis de comercialização, continuam evoluindo muito bem, obrigado. Por exemplo, na pesquisa mensal do comércio do IBGE, a taxa de variação em 12 meses do volume de vendas no varejo foi de 6% em dezembro de 2011 e de 9% em setembro de 2012.
Na realidade, os números de faturamento real da CNI mostram outro resultado muito importante. Enquanto nos sete trimestres a partir do início de 2011 a produção medida pelo IBGE para a indústria de máquinas e equipamentos caiu 8%, o faturamento real dessa mesma indústria, medido pelo CNI, aumentou 25%. Isto significa um crescimento médio anual do faturamento da ordem de 13%, contra uma queda média anual da produção de menos 4%. Aqui também tudo indica que há um processo de ajustamento para baixo nos estoques. Números semelhantes resultam quando usamos dados da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) ou da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg).
É verdade que essa diferença poderia resultar de a indústria estar vendendo e faturando máquinas e equipamentos importados, sem impacto, portanto, sobre a produção nacional. Isto, porém, não combina com o dado da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex) que mostra que o quantum da importação de bens de capital caiu cerca 3% no período. Também não vale o argumento de que a diferença resultou de algum movimento no preço médio das máquinas, já que no período esse preço caiu tanto em relação ao Índice de Preços por Atacado (IPA) da indústria de transformação como em relação ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
O que não se pode ignorar é que nos últimos dois anos as vendas reais de máquinas e equipamentos cresceram fortemente, acima de 10% ao ano. Simplesmente não há como conciliar isso com a noção de que o espírito animal dos empresários está deprimido e que a economia perdeu sua capacidade de investir. Afinal se os vendedores estão entregando mais máquinas, os compradores só podem estar comprando essas máquinas para aumentar sua capacidade de produção, isto é, para investimento. A falta de um entendimento correto dessa fase conjuntural do pibinho, que é em grande parte explicada por violentas oscilações nos estoques industriais, parece estar levando a uma avaliação totalmente equivocada do que se passa na economia brasileira.
Fonte: O pibinho desacelerou o investimento?  - Valor Econômico -12/12/12 -Francisco Lafaiete Lopes é Ph.D. em economia pela Universidade de Harvard e ex-presidente do Banco Central.

Como citar o blog


(Agradecemos a ajuda do professor Cláudio Moreira Santana):

Postagens escritas pelo César Tibúrcio:
SILVA, C. A. T. Endividamento (16 mar. 2012). In Contabilidade Financeira (blog). Disponível em http://contabilidadefinanceira.blogspot.com.br/2012/03/endividamento.html Acesso em: 17 dez. 2012.

SILVA, C. A. T. Grau de alavancagem operacional (31 mar. 2010). In Contabilidade Financeira (blog). Disponível em http://contabilidadefinanceira.blogspot.com.br/2010/03/grau-de-alavancagem-operacional.html Acesso em: 17 dez. 2012.

SILVA, C. A. T. Giro do ativo (22 mar. 2012). In Contabilidade Financeira (blog). Disponível em http://contabilidadefinanceira.blogspot.com.br/2012/03/giro-do-ativo.html Acesso em: 17 dez. 2012.

Postagens escritas pela Isabel Sales:
SALES, I. C. H. Desenvolvimento da contabilidade norte-americana (6 ago. 2011). In Contabilidade Financeira (blog). Disponível em: http://contabilidadefinanceira.blogspot.com.br/2011/08/desenvolvimento-da-contabilidade-norte.html. Acesso em: 17 dez. 2012.

Postagens escritas pelo Pedro Correia:
BEZERRA, P. C. S. Congestionamentos e pedágio urbano (7 dez. 2012). In Contabilidade Financeira (blog). Disponível em: http://contabilidadefinanceira.blogspot.com.br/2012/12/congestionamentos-e-pedagio-urbano.html. Acesso em: 17 dez. 2012.


O Hobbit: Trivialidades


Peter Jackson dirigiu todos os três filmes do Hobbit* na Nova Zelândia (assim como ocorreu com a trilogia Senhor dos Anéis). No entanto, como apenas o “Hobbit: Uma Jornada Inesperada” foi lançado, ainda é cedo para saber exatamente a soma final dos custos de toda a série. Há, contudo, estimativas de que o primeiro filme tenha chegado à casa dos US$ 300 milhões.

Apesar de “O Hobbit” ser ambientado em muitas locações abertas, foram construídos 99 sets de filmagens. Para isso ocorreram gastos de USS 9.180 mil em materiais para a construção. Ademais, sabe-se que US$ 1,5 milhão do orçamento foi destinado para alimentação (foram gastos US$ 380 mil especificamente com café).

Ainda:
Ao todo foram realizados 6.750 voos domésticos.
Desde meados de 2009, quando começou a pré-produção para o filme, 93 mil diárias de hotéis foram utilizadas.
Atores neozelandeses trabalharam por 16.000 dias durante a produção (foram 226 dias de filmagem).
Entre 600 e 700 perucas foram produzidas para o filme;
Quatro toneladas de silicone foram usadas para as próteses faciais – praticamente todos os atores as utilizaram.
Os treze anões carregavam um total de 547 armas. Essas eram transportadas pela Nova Zelândia aonde quer que os anões fossem.

*A trilogia é composta pelos filmes: “Hobbit: Uma Jornada Inesperada”, “A Desolação de Smaug” e “Lá e De Volta Outra Vez”.

17 dezembro 2012

Rir é o melhor remédio

Papai Noel e Pedidos de Amizade

The Great Crash of 1929

“In many ways the effect of the crash on embezzlement was more significant than on suicide. To the economist embezzlement is the most interesting of crimes. Alone among the various forms of larceny it has a time parameter. Weeks, months, or years may elapse between the commission of the crime and its discovery. (This is a period, incidentally, when the embezzler has his gain and the man who has been embezzled, oddly enough, feels no loss. There is a net increase in psychic wealth.) At any given time there exists an inventory of undiscovered embezzlement in — or more precisely not in — the country’s businesses and banks. This inventory — it should perhaps be called the bezzle — amounts at any moment to many millions of dollars. It also varies in size with the business cycle. In good times people are relaxed, trusting, and money is plentiful. But even though money is plentiful, there are always many people who need more. Under these circumstances the rate of embezzlement grows, the rate of discovery falls off, and the bezzle increases rapidly. In depression all this is reversed. Money is watched with a narrow, suspicious eye. The man who handles it is assumed to be dishonest until he proves himself otherwise. Audits are penetrating and meticulous. Commercial morality is enormously improved. The bezzle shrinks.

[...]

Just as the boom accelerated the rate of growth, so the crash enormously advanced the rate of discovery. Within a few days, something close to a universal trust turned into something akin to universal suspicion. Audits were ordered. Strained or preoccupied behavior was noticed. Most important, the collapse in stock values made irredeemable the position of the employee who had embezzled to play the market. He now confessed.”

John Kenneth Galbraith, The Great Crash of 1929

Frase

"Eu sempre digo ao meu contador: se você está em dúvida sobre os impostos, pague a mais".

Arnold Schwarzenegger

IFRS

A CFO traz uma discussão sobre as consequências da aceitação mundial das normas contábeis emitidas pelo IASB.

Apesar de a SEC tem sinalizado que a convergência das normas internacionais (IFRS) como princípios contábeis geralmente aceitos nos Estados(GAAP) não ser a maior prioridade da SEC, o resto do mundo não está parado. Na verdade, novas iniciativas podeam trazer desafios para muitos CFOs que trabalham para as multinacionais dos EUA.

A Fundação IFRS, por exemplo, está propondo a criação de um Accounting Standards Advisory Forum (Fórum Consultivo de Normas de Contabilidade), que será composto por organismos de normatização contábil e representantes regionais que podem fornecer conselhos e feedback para o International Accounting Standards Board (IASB) (...)


Assim, os diretores financeiros das empresas dos EUA, que até o momento estão aguardando ou a convergência dos EUA ou o desaparecimento das IFRS, estão num dilema: ao invés de acabar, as IFRS estão ganhando força, segundo a CFO.

Outra consequência é uma visão de que o Iasb deveria se preocupar não com a convergência com os EUA mas em focar os países que usam as IFRS.

Mais ainda, a participação crescente de outros países tende a diminuir a influência dos EUA. E o número de assentos que este país possui começa a incomodar os países que adotam as normas.

Leia mais em: SEC Stands Pat as Global Accounting Forges Ahead, Kathleen Hoffelder, CFO

Imposto, Margem e Automóveis

O texto a seguir discute a questão do elevado preço dos automóveis no Brasil. É um bom exemplo para discutir a questão do custo Brasil, da margem praticada pela indústria e do peso dos impostos:

Os dirigentes das montadoras disseminam há décadas a tese de que a causa do alto preço do carro no Brasil é o imposto. O mantra pegou e é quase senso comum que a carga tributária é que faz o brasileiro pagar o carro mais caro do mundo.

Outro fator que costuma ser citado é o custo Brasil, um conjunto de dificuldades estruturais e burocráticas, destacando-se a falta de qualificação profissional e uma estrutura logística cara, insuficiente e arcaica.

As enormes dificuldades que o empresário enfrenta para produzir no Brasil explicam, em parte, o alto preço praticado --não apenas do carro, mas de em qualquer produto.

Mas impostos nem o custo Brasil justificam os US$ 37.636 que o brasileiro para por um Corolla, enquanto o seu colega americano paga US$ 15.450. Na Argentina, país mais próximo tanto geograficamente quanto em relação às dificuldades e problemas, o Corolla também custa mais barato: US$ 21.658.

No Paraguai, o consumidor paga pelo Kia Soul US$ 18 mil, metade do preço no Brasil. Ambos vêm da Coreia. Não há imposto que justifique tamanha diferença. O Volkswagen Jetta custa R$ 65 mil no Brasil, menos de R$ 40 mil no México e R$ 30 mil nos EUA (...)
(...) A chegada dos chineses desvendou o mistério. Equipados e baratos, ameaçaram as marcas tradicionais.

O QQ, da Chery, chegou recheado de equipamentos, alguns inexistentes mesmo em carros de categoria superior, como airbags, freio ABS, sistema de som e sensor de estacionamento. Preço: R$ 22.990. Mas daria pra vender por R$ 19,9 mil, segundo uma fonte da importadora, não fosse a pressão dos concessionários por uma margem maior.

Em março de 2011, a também chinesa JAC Motors começou a vender no Brasil o J3 por R$ 37,9 mil. Reação imediata: a Ford reposicionou o Fiesta hatch, passou a vender o carro pelos mesmos R$ 37,9 mil e instalou nele alguns dos equipamentos que o chinês trazia de série, mas apenas em São Paulo, Rio e Brasília --onde o J3 ameaçava o concorrente.

Mesmo assim, as montadoras instaladas no Brasil se sentiram ameaçadas e, argumentando a defesa do emprego na indústria nacional, pediram socorro ao governo, sendo prontamente atendidas: medida editada em setembro de 2011 impôs super IPI às empresas que não têm fábrica no país. Pela primeira vez, a Anfavea (associação das montadoras), cujos associados não foram atingidos pelo imposto extra, não se rebelou contra nova carga tributária. (...)


O "lucro Brasil" das montadoras - JOEL SILVEIRA LEITE - Folha de S Paulo

Fibria e Receita

A Receita Federal autuou a Fibria em 1,666 bilhão de reais em um caso relacionado a um acordo de troca de ativos acertado em 2007 com a International Paper, informou a companhia no final da quinta-feira.

A punição envolve recolhimento de imposto de renda e contribuição social sobre o lucro, num valor de 556 milhões de reais em principal mais 1,11 bilhão de reais em multa e juros, segundo a Fibria.

Antes da formação da companhia em 2009, a partir da união da Aracruz Celulose com a Votorantim Celulose e Papel, a VCP tinha acertado dois anos antes um acordo de permuta de ativos com a International Paper, assumindo o Projeto Horizonte, no Mato Grosso do Sul.

Pelo acordo, a VCP transferiu à International Paper a unidade de produção de celulose e papel e base florestal em Luiz Antonio (SP) e recebeu ativos referentes a uma planta de celulose em construção em Três Lagoas (MS), além de terras e florestas plantadas no entorno.

"No entendimento de nossos consultores, a permuta foi rigorosamente legal e seus resultados comprovados para a Receita Federal do Brasil, com a construção e entrega em Três Lagoas", afirmou a Fibria no comunicado.

"Apesar da autuação não trazer qualquer impacto financeiro para a companhia no curto e médio prazo, considerando o valor elevado, a companhia entende adequado comunicar este fato ao mercado", acrescentou a maior produtora mundial de celulose de eucalipto.

A Fibria afirmou que não tomará nenhuma medida por enquanto, "a não ser apresentar a defesa administrativa no prazo legal".

Na quinta-feira, o conselho de administração da companhia ratificou um acordo de 37,5 milhões de dólares com investidores dos Estados Unidos que tinham aberto uma ação coletiva contra e empresa após a crise de 2008.


Fonte: Aqui

Beatbox + Bach = Música de qualidade



A união da música de Bach, executada por Kadar Quian, e o beatbox de Kevin Olusola é magnífica.
 O trecho tocado é uma parte da obra Variações de Goldeberg, originalmente composto para cravo  e publicado em 1741. É magnífico , pois é a junção do hip-hop e de música de barroca. Nunca tinha pensado nessa possibilidade musical. Infelizmente, são menos de 2 minutos.

PME e Bolsa

Pereira [presidente da CVM] falou ainda sobre a perspectiva de a CVM emitir um parecer orientando o mercado sobre como deverão ser contabilizados os ativos das empresas de energia após decisão sobre aderência ou não à antecipação da renovação das concessões do setor elétrico. "A forma de contabilização está sendo analisada", afirmou. Questionado sobre um prazo para a emissão do parecer, o executivo disse que é possível que isso ocorra ainda este ano.

Fonte: Aqui

Isto não deveria ser tarefa do CPC? Ou será que o processo no CPC é lento demais para uma situação como esta? Ou a questão é política, não técnica?

Impostos e Dividendos

As incertezas sobre as negociações políticas para evitar o abismo fiscal estão levando as empresas americanas [dos EUA] a acelerar a distribuição de lucros. Nada menos que 160 grandes empresas, como Oracle, Walmart e Dillard's, anunciaram nos últimos dias que vão antecipar a distribuição de resultados ou criaram um dividendo especial para distribuir até o fim do mês.

A estratégia das empresas não é ilegal e tem como objetivo evitar um aumento de taxas sobre a distribuição de lucro, que pode ocorrer a partir de janeiro. Por isso, as companhias correm para distribuir lucros até o dia 31. A empresa de tecnologia Oracle, por exemplo, antecipou para este mês três pagamentos de dividendos que faria em 2013. (...)

Temor de impostos faz empresas dos EUA anteciparem dividendos - Estado de S Paulo - 15 de dez 2012

Aumente o potencial do seu cérebro

- Pesquisadores descobriram que adultos tiveram um desempenho em um teste criativo muito melhor após passar quatro dias desconectados da tecnologia moderna e curtindo a natureza’
- Isso pode melhorar o poder do cérebro em até cerca de 50%
- Adultos na Inglaterra passam cerca de 3,5 horas assistindo televisão (15% de suas vidas).

Da próxima vez que você se deparar com um problema complexo, não se preocupe ^.^ - a resposta pode estar no meio do seu jardim. Deixar seu notebook em casa, desligar o smartphone e dar uma caminhada meio a natureza pode ajudar a aumentar o poder do cérebro em até 50%. Pesquisadores concluíram que o desempenho dos adultos era superior em testes criativos após quatro dias meio a natureza, desconectados da tecnologia moderna.

Acho que todo mundo sabe disso, mas ao mesmo tempo prefere ignorar - e conformismo é o inimigo do seu crescimento. É extremamente saudável sair de casa sem celular, tablets e demais eletrônicos. Ainda, o excesso do uso desses dispositivos está ligado à doenças cardiovasculares, obesidade e diabetes. Sim, você já sabia disso.

Excesso de algo bom, não é bom. Para que a criatividade floresça, é necessário se desconectar da tecnologia e se reconectar com o mundo natural. Não se sabe se o que ajudou foi o aumento da exposição à natureza ou a redução da exposição à tecnologia, mas é provável que tenha sido a mistura. No “mundo real” é difícil fazer uma imersão nas duas realidades – ligar-se à natureza ficando em frente a um computador ou conseguir prestar atenção em um aparelho eletrônico quando se está no meio de um parque.

A pesquisa foi publicada em 12 de dezembro no periódico PLOS ONE. Leia mais aqui (em inglês).

16 dezembro 2012

Rir é o melhor remédio


Demanda por PhDs


Em comum, Gustavo Manso, Newton Campos e Sandra Jovchelovitch têm o fato de lecionar em renomadas escolas de negócios fora do Brasil. Além disso, os três, nascidos no país, também são PhDs e fizeram parte dos estudos no exterior. Essas duas características, aliás, parecem ser essenciais para quem quer dar aulas em instituições de primeira linha nos Estados Unidos e na Europa. "É raro alguém que não tenha esse perfil lecionar nas melhores escolas", diz Gustavo Manso, hoje professor associado de finanças na Haas School of Business, da Universidade da Califórnia, em Berkeley.

Os três brasileiros preenchem requisitos que nem sempre as escolas de negócios encontram facilmente para completar seus quadros. Em uma recente entrevista ao Valor, Arnoud de Meyer, presidente da Singapore Management University, afirmou que não há professores suficientes para atender a demanda por ensino de qualidade para os jovens que estão entrando no mercado. "Não temos gente com PhD que possa, de fato, elevar o nível de ensino", disse ele.

A AACSB, associação que reúne aproximadamente 1.200 escolas de negócios de 70 países, tem números que corroboram a percepção de Meyer. Dados coletados entre 2011 e 2012 mostram que os membros da AACSB reportaram 1.350 vagas para professores com doutorado que não foram preenchidas no período. Essas mesmas escolas informaram que 2.704 acadêmicos doutores devem se aposentar nos próximos cinco anos. "Com a desaceleração das contratações e o crescente número de aposentadorias, a demanda por professores com PhD está aumentando", disse um porta-voz da AACSB. Entre as áreas que mais sofrem estão contabilidade, finanças, economia e gestão.

[...]

Poder passar boa parte do ano debruçada sobre pesquisas é uma das características que agradam a professora da London School of Economics (LSE) Sandra Jovchelovitch em sua atividade profissional. Na escola britânica, ela passa entre 60 e 70 horas por ano lecionando. Ela ressalta que enquanto no Brasil o foco é a sala de aula, nas escolas de elite do Reino Unido e dos Estados Unidos o ensino é dirigido pela pesquisa. "A condição de trabalho para o acadêmico que tem ambição de desenvolver conhecimento é excelente nesses países", diz. Isso não quer dizer que os professores sejam menos cobrados ou sofram menos pressão. Eles são avaliados constantemente e o avanço na carreira é centrado na produção de pesquisa.

Com quatro livros publicados e diversos papers e artigos, Sandra já está no Reino Unidos há 21 anos. Depois de cursar psicologia e concluir o mestrado na PUC do Rio Grande do Sul, ela deu aulas na instituição antes de fazer um doutorado na LSE. "Escolhi o Reino Unido porque eles tinham os maiores centros de produção de conhecimento na minha área", diz. A intenção dela, no entanto, era voltar para o Brasil após o curso. "Mas acabei me casando com um suíço em Londres e fiquei", conta.

Com o título de PhD, Sandra participou de processos seletivos para lecionar no Reino Unido. Foi chamada por Cambridge também, mas escolheu a LSE. Ela acredita que o fato de ter feito doutorado na instituição britânica ajudou a conseguir a vaga. "Quando as escolas de elite buscam pesquisadores, elas avaliam as instituições de formação desses profissionais", diz. Hoje com uma função de acadêmica sênior, Sandra é diretora do mestrado em psicologia social e cultural e dá aulas nesse mesmo programa.

Newton Campos, professor na IE Business School, da Espanha, ainda não se considera um acadêmico - como Manso e Sandra -- embora dê aulas no MBA de uma das melhores escolas de negócios do mundo. Isso porque ele ainda não consegue se dedicar à pesquisa como gostaria. "É o próximo passo na minha carreira", diz. Campos deixou o Brasil em 2000 para fazer um MBA no IE, logo após ter concluído a graduação em contabilidade na PUC de São Paulo. Parte do programa executivo foi cursada na Índia, no Indian Institute of Management.

Foi durante o curso que ele se interessou mais pelo empreendedorismo em economias emergentes, disciplina que leciona hoje no IE. Antes de dar início à carreira de professor, no entanto, Campos trabalhou na Telefónica em Madri e, pouco depois, foi convidado pelo IE para divulgar a escola no Brasil. Assim, foi country manager da instituição no país entre 2003 e 2010. Alguns anos depois de difundir o nome e os programas da escola por aqui, achou que o trabalho poderia ser feito em meio-período. Proposta aceita pelos espanhóis, ele começou um doutorado na Fundação Getulio Vargas e, após obter o título de PhD, começou a dar aulas no IE. Ali, também passou a ser diretor de admissões dos programas de MBA "blended", com aulas presenciais e on-line.

Segundo ele, uma das maiores qualidades das escolas de negócios mais bem posicionadas nos principais rankings de ensino executivo é a diversidade em sala de aula. "Tenho 54 alunos de 44 países diferentes. Isso eleva o nível dos debates e traz uma dinâmica muito diferente", afirma. Campos acredita que seu vínculo com o IE o ajudou a conseguir uma vaga como professor. Martin Boehn, vice-reitor dos programas de MBA da escola, afirma, no entanto, que muitos não estudaram na instituição. "Temos o objetivo de recrutar os melhores ao redor do mundo e nem todos se formaram na IE", diz. Em sua opinião, o fundamental é que o profissional combine expertise em pesquisa e prática docente. "Isso assegura que nossos alunos não aprendam apenas sobre as novas pesquisas, mas também sobre a aplicação dessas teorias."

A diversidade cultural no quadro de professores também é relevante para o IE. Boehn ressalta que ser exposto a diferentes visões de mundo estimula o aprendizado e ajuda a desenvolver uma mente aberta. "Além disso, um quadro de professores internacional pode oferecer aos estudantes uma perspectiva global de como fazer negócios em um mundo cada vez mais conectado". Já na LSE, 45% dos professores vêm de fora do Reino Unido. Essa mistura de nacionalidades, segundo um porta-voz da instituição, ajuda a criar um ambiente estimulante intelectualmente.

Fonte: Novos horizontes para PhDs - Valor Econômico - Adriana Fonseca -13/12/12