A Marfrig ganhou a primeira batalha travada com a casa de análise independente Empiricus. A Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec) avaliou como inadequada a conduta dos analistas da instituição, quando acusaram o frigorífico de divulgar os resultados financeiros com inconsistências, e os condenou. (...)
A decisão da Apimec baseou-se, única e exclusivamente, no conteúdo dos relatórios de análise divulgados pelos analistas no final do ano passado. Segundo a associação, os profissionais utilizaram o relatório de análise “para fim outrem que não auxiliar no processo da tomada de decisão de investimento.” A Apimec, no acórdão publicado sobre o julgamento, cita trechos dos relatórios da Empiricus, que se dirigem a Marcos Molina e Ricardo Florence, respectivamente diretor presidente e diretor de planejamento e de relações com investidores (RI) da companhia. (...)
O imbróglio começou no final do ano passado, quando a Empiricus publicou carta aberta a clientes e à imprensa detalhando o que seriam inconsistências no balanço do frigorífico, negadas pela empresa em seguida. O clima ficou ainda mais tenso entre ambos poucos dias depois, durante encontro anual do frigorífico com analistas e investidores, levando Amstalden a solicitar esclarecimentos à CVM e ao órgão regulador do mercado de capitais americano, a Securities Exchange Commission (SEC). (...)
Fonte: Aqui
05 novembro 2012
Segredo do Sucesso: Controle de Custos
Um texto da Isto É Dinheiro analisa algumas boas empresas do setor de construção civil:
Em comum, elas possuem comando familiar que mantém, entre os seus princípios de negócios, um controle de custos bastante rígido. Costumeiramente, cada detalhe passa pelo crivo da família.
Em comum, elas possuem comando familiar que mantém, entre os seus princípios de negócios, um controle de custos bastante rígido. Costumeiramente, cada detalhe passa pelo crivo da família.
Contabilidade e Capital dos Bancos
Um texto do The Telegraph (British banks face new crisis as a result of accounting rules, 3 de novembro de 2012) chama atenção para o fato de que os bancos britânicos terão que aumentar o capital em razão da mudança de regras contábeis. Estas regras referem-se a questão da baixa dos empréstimos ruins dos balanços.
Além do efeito de mostrar melhor a qualidade dos empréstimos dos bancos, a nova regra irá aumentar a provisão para crédito de liquidação duvidosa entre 30 a 100%, dependendo da instituição financeira. Uma estimativa apresentada pelo jornal fala em 27 bilhões de libras a mais.
Esta questão gerou também uma discussão entre o ex-presidente do Iasb, David Tweedie, e Andrew Haldane, responsável pela estabilidade financeira na Inglaterra. Tweedie disse que as regras contábeis não é um impeditivo a formação de provisão adequada nos bancos. Já Haldane afirmou que as normas valorizou os ativos em excesso.
Além do efeito de mostrar melhor a qualidade dos empréstimos dos bancos, a nova regra irá aumentar a provisão para crédito de liquidação duvidosa entre 30 a 100%, dependendo da instituição financeira. Uma estimativa apresentada pelo jornal fala em 27 bilhões de libras a mais.
Esta questão gerou também uma discussão entre o ex-presidente do Iasb, David Tweedie, e Andrew Haldane, responsável pela estabilidade financeira na Inglaterra. Tweedie disse que as regras contábeis não é um impeditivo a formação de provisão adequada nos bancos. Já Haldane afirmou que as normas valorizou os ativos em excesso.
Entidade na ViaVarejo
O Pão de Açúcar está insatisfeito, e não é de hoje, com os rumos tomados pela Viavarejo sob a gestão de Raphael Klein e seu pai, Michael, presidente do conselho de administração. Apesar de ter vendido o controle para o Pão de Açúcar, a família Klein se manteve no comando da operação graças a um acordo de acionistas. Desde então, as queixas vêm se acumulando. Uma das fontes de insatisfação é a percepção de que os Klein, apesar de terem vendido o controle e de administrarem hoje uma empresa de capital aberto, tratam a Viavarejo como se fosse da família. No passado, eles eram donos das empresas que prestavam serviços para a Casas Bahia — como limpeza, segurança, call center e transportes. Após a associação com o Pão de Açúcar, tudo permaneceu como estava, para ira dos controladores, que suspeitam que os contratos sejam lesivos à Viavarejo.
Também causou polêmica o faro de os Klein comprarem imóveis que depois seriam alugados pela Viavarejo (os Klein alegam que seus sócios fazem a mesma coisa). Recentemente, o Pão de Açúcar passou a reclamar também da fábrica de móveis Bartira, controlada pelos Klein. A Bartira produz exclusivamente para a Viavarejo. O contrato segue um modelo conhecido como cost plus — ou seja a Viavarejo paga o custo de produção mais uma margem de lucro. Como o custo da empresa é bancado pela Viavarejo, é do interesse do Pão de Açúcar que a Bartira seja tão enxuta quanto possível. Recentemente. veio à tona o fato de Michael Klein ganhar da Bartira um salário considerado alto por seus sócios. A assessoria de Klein afirma que a remuneração anual é 2,5 milhões de reais. Executivos ligados ao Pão de Açúcar alegam, sob condição de anonimato, que o valor é pelo menos duas vezes maior. Em abril, Enéas Pestana pediu uma revisão formal nos contratos da Viavarejo com as empresas da família Klein.
Tinha tudo para dar errado. E deu. - 4 de Novembro de 2012 - Revista Exame - TIAGO LETHBRIDGE E JOÃO WERNER GRANDO
Também causou polêmica o faro de os Klein comprarem imóveis que depois seriam alugados pela Viavarejo (os Klein alegam que seus sócios fazem a mesma coisa). Recentemente, o Pão de Açúcar passou a reclamar também da fábrica de móveis Bartira, controlada pelos Klein. A Bartira produz exclusivamente para a Viavarejo. O contrato segue um modelo conhecido como cost plus — ou seja a Viavarejo paga o custo de produção mais uma margem de lucro. Como o custo da empresa é bancado pela Viavarejo, é do interesse do Pão de Açúcar que a Bartira seja tão enxuta quanto possível. Recentemente. veio à tona o fato de Michael Klein ganhar da Bartira um salário considerado alto por seus sócios. A assessoria de Klein afirma que a remuneração anual é 2,5 milhões de reais. Executivos ligados ao Pão de Açúcar alegam, sob condição de anonimato, que o valor é pelo menos duas vezes maior. Em abril, Enéas Pestana pediu uma revisão formal nos contratos da Viavarejo com as empresas da família Klein.
Tinha tudo para dar errado. E deu. - 4 de Novembro de 2012 - Revista Exame - TIAGO LETHBRIDGE E JOÃO WERNER GRANDO
Bancos Públicos
Segundo um estudo do instituto [Instituto dc Bancos Públicos, organismo internacional que estuda o setor], a participação dos bancos públicos é inversamente proporcional à maturidade de um sistema financeiro. Quando os bancos oficiais se sobressaem, o dinheiro da poupança nacional migra não necessariamente para os melhores projetos, mas para aqueles que o governo escolhe. No caso da Caixa, a interferência política é visível. A maior parte da cúpula é formada por profissionais colocados no cargo por indicação política — como o ex-deputado federal Geddel Vieira Lima, do PMDB, nomeado vice-presidente de empresas em 2011.
(...) Não foram poucos os bancos públicos que passaram por problemas financeiros por emprestar demais, aqui e no exterior. Em 2008, o Tesouro americano gastou cerca de 300 bilhões de dólares para resgatar as companhias hipotecárias Fannie Mae e Freddie Mac — que, viu-se depois, concediam financiamento imobiliário fazendo uma análise rasteirado histórico dos clientes. No Brasil, 32 bancos públicos, estaduais e federais, passaram por dificuldades na década de 90 e tiveram de ser socorridos pelo governo, a um custo estimado de 90 bilhões de reais. A própria Caixa e o BB viveram apuros. Eles só limparam seus balanços em 2001, depois de transferir carteiras de crédito de inadimplentes para uma empresa pública vinculada ao Ministério da Fazenda. Ninguém em sã consciência pode ter saudade disso. (...)
Caixa de Pandora - 4 de Novembro de 2012 - Revista Exame - MARIA LUÍZA FILGUEIRAS
(...) Não foram poucos os bancos públicos que passaram por problemas financeiros por emprestar demais, aqui e no exterior. Em 2008, o Tesouro americano gastou cerca de 300 bilhões de dólares para resgatar as companhias hipotecárias Fannie Mae e Freddie Mac — que, viu-se depois, concediam financiamento imobiliário fazendo uma análise rasteirado histórico dos clientes. No Brasil, 32 bancos públicos, estaduais e federais, passaram por dificuldades na década de 90 e tiveram de ser socorridos pelo governo, a um custo estimado de 90 bilhões de reais. A própria Caixa e o BB viveram apuros. Eles só limparam seus balanços em 2001, depois de transferir carteiras de crédito de inadimplentes para uma empresa pública vinculada ao Ministério da Fazenda. Ninguém em sã consciência pode ter saudade disso. (...)
Caixa de Pandora - 4 de Novembro de 2012 - Revista Exame - MARIA LUÍZA FILGUEIRAS
Commodities agrícolas, câmbio e inflação
Não é segredo que o Banco Central trata o recente aumento do preço internacional de commodities agrícolas como um “choque de oferta”, com implicações fortes para a política monetária. Pressupõe-se que seja um fenômeno semelhante à elevação das tarifas de serviços públicos, ou dos preços de petróleo, que tendem a elevar a inflação e reduzir a renda, limitando a propagação do aumento inicial de preços.
[...] A questão é saber se podemos caracterizar a seca nos EUA, que contraiu a produção agrícola naquele país, como um choque de oferta do ponto de vista do Brasil? Tenho dito que não. Os preços se elevaram, mas, como o Brasil é exportador líquido destas commodities, o efeito sobre a renda nacional é positivo: não há plantador nacional de soja chorando pela quebra da safra americana. Na perspectiva deste fazendeiro o que houve foi um aumento na demanda por seu produto, levando a preços internacionais mais elevados.
Na verdade, na visão do fazendeiro brasileiro o motivo para alegria é ainda maior. Não houve apenas aumento dos preços em dólar, mas também um aumento dos preços medidos em reais, elevando adicionalmente sua renda às expensas dos consumidores nacionais, em particular a fração mais pobre da população, cujo gasto com alimentos compromete parcela maior do seu orçamento (argumento algo demagógico, sim, mas não menos verdadeiro).
Alguém poderia imaginar que isto é inevitável: se os preços aumentam lá fora devem também subir por aqui e que, portanto, nada poderia ser feito, mas a evidência sugere precisamente o contrário.
Começo notando que de 2006 a 2010, a despeito de uma elevação considerável dos preços internacionais de commodities (em torno de 35%), os preços em reais subiram consideravelmente menos (9%). O motivo é claro: a elevação dos preços das commoditiescorresponde a um aumento dos preços das exportações brasileiras relativamente às importações. Tal melhora de termos de troca tende a fortalecer a moeda, atenuando o impacto dos preços.
Em contraste, a recente elevação de preços internacionais de commodities se traduziu integralmente sobre preços domésticos porque a taxa de câmbio, ao contrário do ocorrido anteriormente, foi mantida fixa.
[...] Foi, portanto, a política brasileira de manipulação do câmbio que implicou a elevação dos preços domésticos de commodities. Caso a moeda flutuasse de verdade, o real provavelmente teria de apreciado em linha com as demais e estaria hoje entre R$ 1,70-1,80/US$. Neste caso os preços domésticos de commodities seriam em torno de 15% mais baratos e a inflação consideravelmente mais baixa.
Este resultado traz duas conclusões relevantes. Em primeiro lugar que, conforme argumentado, a elevação de preços domésticos de commodities nada tem de choque de oferta. Revela, além disso, os limites muito claros da possibilidade de manter a inflação na meta quando o BC tem como um de seus objetivos principais fixar a taxa de câmbio. Nada que não soubéssemos; apenas o que nossas autoridades resolveram ignorar.
04 novembro 2012
Sistema Hidroeólico
Um sistema interligado hidroeólico para o Brasil
Leia mais em:
http://www.ihu.unisinos.br/noticias/515112-um-sistema-interligado-hidroeolico-para-o-brasilO Brasil dispõe de potenciais hidrelétrico e eólico que lhe abrem a possibilidade de produzir, de forma renovável e sustentável, toda a energia elétrica que consome - e consumirá, quando a população estiver estabilizada em 215 milhões de habitantes, o que, segundo o IBGE, deverá acontecer por volta de 2050.
A interligação dos parques eólicos com a rede hidrelétrica, visando a estruturar um sistema hidroeólico, contribuirá para suavizar a intermitência dos ventos, pois isso permite que se firme a energia eólica mediante a sua "acumulação", por assim dizer, nos reservatórios hidrelétricos, nas épocas de ventos abundantes, para ser usada nas temporadas secas. A interligação dos parques eólicos entre si também contribui para contornar o problema da intermitência dos ventos, por meio do chamado "efeito portfólio", pelo qual, à semelhança de uma carteira de ações na bolsa de valores, a produção conjunta de todos os parques varia menos do que as produções individuais de cada um.
Graças ao seu imenso potencial hidrelétrico - e à possibilidade, ainda existente, de se implantarem grandes reservatórios de acumulação - o Brasil tem uma extraordinária vantagem comparativa em relação à maioria dos países europeus e asiáticos, que são obrigados a apelar para as onerosas e poluentes usinas termelétricas convencionais ou para as antieconômicas centrais nucleares que, ademais, expõem as populações a inaceitáveis riscos de acidentes catastróficos.
Naturalmente - além de se orientar por critérios técnico-econômicos e ambientais - a implantação de parques eólicos e, principalmente, de novos reservatórios hidrelétricos deve respeitar o direito das populações regionais, particularmente as ribeirinhas, mediante a execução de programas de reassentamento, planejados em cooperação com as lideranças locais.
Entretanto, determinados segmentos da sociedade têm a percepção de que a geração hidrelétrica é invariavelmente deletéria, por causar a "artificialização das bacias hidrográficas". Devido a essa percepção equivocada, o Brasil corre o risco de ser obrigado a imitar países que, não dispondo de vantagens como as brasileiras, têm que apelar para usinas termelétricas convencionais ou nucleares.
Na verdade, os reservatórios hidrelétricos podem ser aproveitados para múltiplas finalidades, tais como regularização de vazões, transporte fluvial, irrigação de grandes áreas visando à produção agrícola, pesca interior, turismo ecológico, etc.
Todos esses usos requerem a preservação das matas ciliares e são ambientalmente benéficos, ao contrário do que supõem os adversários emocionais dos reservatórios hidrelétricos.[...]
Petrobras e controles
A revista Época traz uma reportagem sobre a distribuição de recursos da Petrobras para eventos culturais. Mais especificamente, sobre o hábito de um dos seus funcionários destinar recursos para amigos. (vide em O diretor da Petrobras que libera dinheiro público para amigos, 1 de Novembro de 2012, Época Negócios Online, Murilo Ramos)
Ao final do texto, publica-se uma resposta da Petrobras contestando a informação da revista. Eis um trecho da resposta da empresa:
Além de omitir de forma arbitrária as informações enviadas pela Petrobras, a reportagem ignorou o fato de a companhia ser submetida a instrumentos de controle interno e externo, como auditorias da Corregedoria-Geral da União, do Tribunal de Contas da União, da Comissão de Valores Mobiliários e da Securities and Exchange Comission, dos Estados Unidos.
Nem a CVM nem a SEC verificam a forma como a empresa distribui seus recursos para eventos culturais. A empresa usou o nome das duas entidades - de maneira incorreta - mas esqueceu dos auditores.
Ao final do texto, publica-se uma resposta da Petrobras contestando a informação da revista. Eis um trecho da resposta da empresa:
Além de omitir de forma arbitrária as informações enviadas pela Petrobras, a reportagem ignorou o fato de a companhia ser submetida a instrumentos de controle interno e externo, como auditorias da Corregedoria-Geral da União, do Tribunal de Contas da União, da Comissão de Valores Mobiliários e da Securities and Exchange Comission, dos Estados Unidos.
Nem a CVM nem a SEC verificam a forma como a empresa distribui seus recursos para eventos culturais. A empresa usou o nome das duas entidades - de maneira incorreta - mas esqueceu dos auditores.
03 novembro 2012
Teste da Semana
Este é um teste para verificar se você acompanhou de perto
os principais eventos do mundo contábil. As respostas estão nos comentários.
1 – Esta empresa está rompendo o grande contrato de
publicidade depois de surgirem notícias sobre pagamentos “pouco ortodoxos”. As
notícias não foram comentadas num fato relevante ao mercado:
Anbev
Oi
TAM
2 – Com respeito a anterior, o contrato foi realizado com
uma entidade sem fins lucrativos:
CBF
COI
UNICEF
3 – Por 4 bilhões de dólares a Disney comprou, nesta semana,
um estúdio de cinema de um famoso diretor:
Garamont
Lucas Film
Universal Studios
4 – Esta empresa pagou, só neste ano, 75 milhões de reais
para uma das famílias que possuem suas ações:
Globo
Grupo Pão de Açúcar
Via Varejo
5 – Algumas empresas brasileiras foram classificadas e
pontuadas no Carbon Disclosure Project. As empresas BM&FBovespa,
Braskem, CPFL Energia, EDP - Energias do Brasil, Itaúsa, JBS, Marfrig,
Petrobras, Santander Brasil e Vale foram consideradas:
Com altas notas na evidenciação ambiental
Com altas notas na prática de redução dos gases de efeito
estufa
Como as mais poluentes entre as respondentes
6 – Uma análise comparativa entre o custo por assento, em
dólares, dos estádios de futebol do Brasil que estão sendo construídos para
Copa do Mundo e de outros países mostraram que:
O custo é muito mais elevado no caso brasileiro
O custo está dentro do padrão internacional
O custo está muito abaixo
7 – Em relação a adequação das normas internacionais com a
questão fiscal, comentou-se esta semana que a Receita Federal estaria:
Adotando o Livro de Ajustes da Convergência
Desenvolvendo uma versão renovado do Lalur
Não adotaria nenhum ajuste no lucro contábil apurado pelas
IFRS
8 – Este banco é conhecido por emprestar muito dinheiro para
clubes de futebol. Uma estimativa pessimista contou 250 milhões de reais neste
tipo de empréstimo
BMG
BVA
Cruzeiro do Sul
9 – A Via Varejo, empresa de comércio, reduziu seu resultado
em razão:
Da redução da taxa de juros
Do aumento da inadimplência dos clientes
Do aumento de provisão e contingências
10 – A empresa INDG mudou o nome para Falconi Consultores de
Resultado, indicando o nome do seu consultor mais famoso. Além da fama como
consultor, Falconi estava no conselho de administração da seguinte empresa:
Aracruz
Banerj
Sadia
Fato da Semana
Fato: A adoção de
normas internacionais para Pequenas e Médias Empresas
Qual a relevância
disso? O número de pequenas e médias empresas é muito elevado em qualquer
país do mundo. Para o profissional de contabilidade, representa um grande
mercado de trabalho, principalmente para os escritórios de contabilidade.
Quando da adoção das normas internacionais de contabilidade no Brasil para as
grandes empresas imaginou-se ser possível que as empresas menores pudessem
adotar uma versão simplificada da norma. Entretanto, o CPC para as pequenas e
médias empresas parece não ser suficientemente simples para entusiasmar os
empresários a adotarem, de livre e espontânea vontade, tal norma. Ou seja, a
relação custo-benefício aparentemente é desfavorável. Textos publicados no blog
durante esta semana mostram (aqui,
aqui e aqui)
que pouco foi feito neste sentido.
Um aspecto adicional é que as empresas não serão punidas,
mas os profissionais contábeis sim.
Positivo ou negativo?
– É negativo para os órgãos reguladores, para as empresas de consultorias e
softwares que imaginavam ganhar dinheiro com a adoção e para os conselhos, que
terão que decidir sobre o que fazer com os profissionais.
Desdobramentos – É
difícil imaginar os conselhos regionais de contabilidade punindo os
profissionais por não seguir a norma do CPC. Afinal, são seus eleitores; mais,
os escritórios de contabilidade possuem muita influencia nos conselhos. É mais
provável uma prorrogação de prazo para adoção ou a suspensão da norma do que
ver milhares de contadores sendo multados pelos conselhos regionais. A forma
para que a norma venha ser usada é: receita federal.
Petrobras: ativos à venda
A piora de seu desempenho operacional e a queda de sua produção devem tornar ainda mais complicada para a Petrobrás a venda de ativos no exterior, que a empresa considera essencial para assegurar o equilíbrio financeiro do plano de negócios dos próximos cinco anos, que envolvem investimentos vultosos em exploração, produção e refino. Mas as persistentes dificuldades financeiras e operacionais da Petrobrás, que, no segundo trimestre deste ano, registrou seu primeiro prejuízo em muitos anos, vêm sendo acompanhadas pelos investidores, e, muito provavelmente, os interessados na compra dos ativos colocados à venda pela empresa estão aguardando que, com o agravamento de seus problemas, seus preços caiam. O balanço do terceiro trimestre deve ter reforçado a resistência desses interessados, pois mostrou que a empresa continua com problemas de baixa eficiência, altos custos e dificuldades para obter recursos.
Entre os ativos à venda estão 175 blocos de exploração de petróleo no Golfo do México, refinarias nos EUA e no Japão e negócios na Argentina. Em alguns casos, como o da refinaria de Pasadena, no Texas, a venda poderá implicar pesadas perdas para a Petrobrás, que pagou US$ 1,18 bilhão (incluídos os US$ 820,5 milhões desembolsados em junho, na compra das ações que estavam em mãos de outros investidores) por uma unidade avaliada em menos de um décimo desse valor.
O Plano de Negócios 2012-2016 prevê receita de US$ 14,88 bilhões com a venda desses ativos, a maior parte da qual deveria entrar no caixa da empresa neste ano. O diretor financeiro da Petrobrás, Almir Barbassa, prefere não fixar datas. Em encontro com investidores e analistas, Barbassa prevê que o plano de desinvestimento, como ele designa o programa de venda de ativos, será concluído na primeira metade do período 2012-2016. "Temos que ter um parceiro do outro lado e ele tem que ter seu tempo também", justificou.
O tempo tem ajudado os interessados nos ativos da Petrobrás, pois eles veem que os problemas persistem, quando não, se agravam. Embora tenha alcançado lucro líquido de R$ 5,567 bilhões no terceiro trimestre de 2012, que representa uma melhora substancial em relação ao trimestre anterior, quando teve prejuízo de R$ 1,346 bilhão, a empresa continua a mostrar ineficiências que corroem a já abalada confiança dos acionistas.
O lucro do terceiro trimestre é 12,1% menor do que o de igual período de 2011. O resultado acumulado nos nove primeiros meses de 2012, embora positivo (lucro de R$ 13,435 bilhões), é 52% menor do que o de janeiro a setembro de 2011. Num período em que o consumo interno de combustível cresce contínua e rapidamente, graças aos estímulos oferecidos pelo governo para a compra de automóveis, a produção da Petrobrás está estagnada - rigorosamente, há um declínio, pois a produção média diária de 2012 é de 2,592 milhões de barris, contra 2,605 milhões de barris em 2011. Sem conseguir aumentar a produção nem sua capacidade de refino, a empresa está importando cada vez mais, e exportando cada vez menos, derivados de petróleo para atender ao crescimento da demanda interna. As importações aumentaram 7% nos nove primeiros meses do ano, na comparação com 2011, e as exportações diminuíram 5%.
Por interesse político do governo, o preço interno dos combustíveis, especialmente gasolina e diesel, não acompanha o preço internacional. Assim, a Petrobrás importa derivados em volumes crescentes, a preços que variam constantemente, mas os vende a preços autorizados pelo governo. O reajuste concedido no primeiro semestre não foi suficiente para eliminar o problema. Quanto mais a Petrobrás importa derivados, mais cresce sua dívida, como reconheceu seu diretor financeiro. Sobre a defasagem de preços dos combustíveis, a presidente da empresa, Maria das Graças Foster, diz apenas que o aumento virá "certamente, em algum momento".
Até la, é inútil esperar resultados melhores da Petrobrás, mesmo que consiga conter seus custos - o que até agora não vem conseguindo, apesar das seguidas promessas de sua diretoria.
Cruzeiro do Sul
Eis um exemplo de valor de liquidação:
Em busca da recuperação pelo menos parcial do rombo de R$ 2,2 bilhões, uma série de bens do Cruzeiro do Sul está sendo colocada à venda. Liquidado pelo Banco Central em setembro, o banco vai fazer na próxima semana um leilão da sua plataforma de cartão pré-pago voltado para viagens ao exterior, batizada de Star Cash.
(...) Diversos outros bens do Cruzeiro do Sul já foram vendidos nas últimas duas semanas. Três helicópteros usados pela alta cúpula do banco - entre eles os controladores Luis Felippe e Luis Octavio Indio da Costa - já foram leiloados por R$ 25 milhões. É um preço mais baixo do que a instituição esperava levantar. Em um leilão feito em agosto, o lance mínimo estava em R$ 35,4 milhões, mas não houve interessados.
Sete veículos vendidos, entre eles carros das marcas Land Rover e Mercedes, também levantaram ontem outros R$ 800 mil. Os automóveis eram usados pela diretoria do banco.
Com o desmonte do banco, os móveis do Cruzeiro do Sul também estão sendo leiloados pelo site Sold, do grupo Zukerman. Em um anúncio, a empresa informa que são 1.500 itens à venda, entre mesas, cadeiras e armários. Um lance mínimo para a compra de um lote de dez cadeiras com rodinhas é de R$ 50. A mesa de reunião sai por R$ 20. O lance mínimo mais caro é de R$ 100, para uma estação de trabalho de 14 lugares.
"São produtos de qualidade, não é de madeira compensada, não. É maciça", diz Elaine de Castro, responsável pelo marketing do site de leilões Sold. Se todos os móveis do Cruzeiro do Sul fossem vendidos pelo lance mínimo, renderiam R$ 5.005.
Segundo o Valor apurou, os móveis estão saindo do escritório do banco na Vila Olímpia, em São Paulo. Lá, o Cruzeiro do Sul ocupava quatro andares e meio. Hoje, dois deles já foram desocupados. Dos 750 funcionários, restam pouco mais de 200.
Plataforma de cartão do Cruzeiro do Sul vai a leilão - 1 de Novembro de 2012 - Valor Econômico - Carolina Mandl
Em busca da recuperação pelo menos parcial do rombo de R$ 2,2 bilhões, uma série de bens do Cruzeiro do Sul está sendo colocada à venda. Liquidado pelo Banco Central em setembro, o banco vai fazer na próxima semana um leilão da sua plataforma de cartão pré-pago voltado para viagens ao exterior, batizada de Star Cash.
(...) Diversos outros bens do Cruzeiro do Sul já foram vendidos nas últimas duas semanas. Três helicópteros usados pela alta cúpula do banco - entre eles os controladores Luis Felippe e Luis Octavio Indio da Costa - já foram leiloados por R$ 25 milhões. É um preço mais baixo do que a instituição esperava levantar. Em um leilão feito em agosto, o lance mínimo estava em R$ 35,4 milhões, mas não houve interessados.
Sete veículos vendidos, entre eles carros das marcas Land Rover e Mercedes, também levantaram ontem outros R$ 800 mil. Os automóveis eram usados pela diretoria do banco.
Com o desmonte do banco, os móveis do Cruzeiro do Sul também estão sendo leiloados pelo site Sold, do grupo Zukerman. Em um anúncio, a empresa informa que são 1.500 itens à venda, entre mesas, cadeiras e armários. Um lance mínimo para a compra de um lote de dez cadeiras com rodinhas é de R$ 50. A mesa de reunião sai por R$ 20. O lance mínimo mais caro é de R$ 100, para uma estação de trabalho de 14 lugares.
"São produtos de qualidade, não é de madeira compensada, não. É maciça", diz Elaine de Castro, responsável pelo marketing do site de leilões Sold. Se todos os móveis do Cruzeiro do Sul fossem vendidos pelo lance mínimo, renderiam R$ 5.005.
Segundo o Valor apurou, os móveis estão saindo do escritório do banco na Vila Olímpia, em São Paulo. Lá, o Cruzeiro do Sul ocupava quatro andares e meio. Hoje, dois deles já foram desocupados. Dos 750 funcionários, restam pouco mais de 200.
Plataforma de cartão do Cruzeiro do Sul vai a leilão - 1 de Novembro de 2012 - Valor Econômico - Carolina Mandl
Lucro no Terceiro Setor
Quando fundou o Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), em 1995, o engenheiro agrônomo Luís Fernando Guedes Pinto tinha como desejo trazer ao Brasil o universo das certificações socioambientais, um terreno inexplorado à época. Não demorou muito para que a sigla FSC (Forest Stewardship Council), que certifica produtos florestais com manejo sustentável, se tornasse conhecida por aqui. Hoje o selo verde estampa de lápis a papel higiênico, passando pela madeira extraída de forma controlada na Amazônia - e ajuda a fortalecer a renda de 30 mil trabalhadores em 500 comunidades, de pequenos agricultores a ribeirinhos e indígenas.
(...) O esforço de mostrar que é possível produzir com baixo impacto ambiental e alto ganho social rendeu ao engenheiro agrônomo e seu Imaflora um lugar na lista de seis finalistas do Prêmio Empreendedor Social, iniciativa promovida no Brasil pela Fundação Schwab - organização com sede na Suíça, criada por Klaus Schwab, idealizador do Fórum Econômico Mundial - em parceria com o jornal " Folha de S.Paulo ".
(...) Uma tendência, porém, se destaca: o aumento da participação dos negócios sociais, que visam o lucro como qualquer outro negócio, mas acreditam que sua função primordial é causar impactos positivos na sociedade. (...)
Para especialistas, a eclosão dos negócios sociais aponta uma nova etapa na gestão das questões socioambientais no mundo empresarial. Agora, a responsabilidade social e a filantropia corporativa deixam de ser os principais canais de atuação e as ações individuais ganham espaço. "É uma nova visão da responsabilidade socioambiental. Há um modernismo de atitude na criação dos negócios sociais, uma capacidade ímpar de gerir os recursos para gerar um benefício maior", afirma Sheila Villas Boas Pimentel, presidente do Instituto Humanitare, organização que busca aproximar a sociedade civil dos temas propostos pela ONU e fez parte júri do Prêmio Empreendedor Social.
Empresa social também pode lucrar - 1 de Novembro de 2012 - Valor Econômico - Andrea Vialli
(...) O esforço de mostrar que é possível produzir com baixo impacto ambiental e alto ganho social rendeu ao engenheiro agrônomo e seu Imaflora um lugar na lista de seis finalistas do Prêmio Empreendedor Social, iniciativa promovida no Brasil pela Fundação Schwab - organização com sede na Suíça, criada por Klaus Schwab, idealizador do Fórum Econômico Mundial - em parceria com o jornal " Folha de S.Paulo ".
(...) Uma tendência, porém, se destaca: o aumento da participação dos negócios sociais, que visam o lucro como qualquer outro negócio, mas acreditam que sua função primordial é causar impactos positivos na sociedade. (...)
Para especialistas, a eclosão dos negócios sociais aponta uma nova etapa na gestão das questões socioambientais no mundo empresarial. Agora, a responsabilidade social e a filantropia corporativa deixam de ser os principais canais de atuação e as ações individuais ganham espaço. "É uma nova visão da responsabilidade socioambiental. Há um modernismo de atitude na criação dos negócios sociais, uma capacidade ímpar de gerir os recursos para gerar um benefício maior", afirma Sheila Villas Boas Pimentel, presidente do Instituto Humanitare, organização que busca aproximar a sociedade civil dos temas propostos pela ONU e fez parte júri do Prêmio Empreendedor Social.
Empresa social também pode lucrar - 1 de Novembro de 2012 - Valor Econômico - Andrea Vialli
Economia e Empresa Estatal
Um exemplo claro de como as empresas estatais são usadas pelo governo com finalidade de ajudar na política econômica:
O Orçamento da União - com a previsão de receita muito maior do que aquela que está se concretizando - e o ritmo fraco da economia fizeram de 2012 um ano difícil principalmente para as empresas estatais, que mesmo com este cenário tiveram que ajudar as contas públicas. O resultado disso é que essas companhias tiveram que procurar os bancos para ter de bancar o custeio de sua máquina pública e a do setor público consolidado.
(...) De acordo com os dados mais recentes, divulgados pelo Banco Central (BC), as estatais estaduais são as maiores devedoras aos bancos. Em setembro, esse valor era de R$ 11,719 bilhões. No caso das empresas federais (exceto Petrobras e Eletrobras), esse endividamento atingiu R$ 110 milhões. E nas municipais, R$ 244 milhões. "O endividamento dos estados e municípios aumentou devido à frustração da arrecadação de impostos por conta da desaceleração do PIB [Produto Interno Bruto]. Como o Orçamento previa uma receita maior do que realmente está sendo registrada, somando ao fato de que é ano de eleições, os gastos não poderiam ser cortados e a estatais também entraram nessa situação", explica o professor.
Estatais elevam dívida com bancos para salvar governo - 1 de Novembro de 2012 - DCI
O Orçamento da União - com a previsão de receita muito maior do que aquela que está se concretizando - e o ritmo fraco da economia fizeram de 2012 um ano difícil principalmente para as empresas estatais, que mesmo com este cenário tiveram que ajudar as contas públicas. O resultado disso é que essas companhias tiveram que procurar os bancos para ter de bancar o custeio de sua máquina pública e a do setor público consolidado.
(...) De acordo com os dados mais recentes, divulgados pelo Banco Central (BC), as estatais estaduais são as maiores devedoras aos bancos. Em setembro, esse valor era de R$ 11,719 bilhões. No caso das empresas federais (exceto Petrobras e Eletrobras), esse endividamento atingiu R$ 110 milhões. E nas municipais, R$ 244 milhões. "O endividamento dos estados e municípios aumentou devido à frustração da arrecadação de impostos por conta da desaceleração do PIB [Produto Interno Bruto]. Como o Orçamento previa uma receita maior do que realmente está sendo registrada, somando ao fato de que é ano de eleições, os gastos não poderiam ser cortados e a estatais também entraram nessa situação", explica o professor.
Estatais elevam dívida com bancos para salvar governo - 1 de Novembro de 2012 - DCI
02 novembro 2012
Relação com Investidores: Disney e LucasFilm
Eu já fiquei super contente quando li, aqui no blog, que a Disney comprou a LucasFilm. (Ah!!! O potencial!!!) Hoje eu estava conversando com o Ednilto Júnior (amigo e leitor do blog) sobre como será legal se eles dedicarem uma área à LucasFilm nos parques (afinal, a Disney Hollywood Studios criou uma parte dedicada à Pixar. Nada mais justo). Atualmente existe o simulador “Star Tours”... mas né! Dá pra dar uma investida mais considerável!
Desligamos o telefone e como toda Disneyana-Star-Wars-Fanatic fui dar uma olhada pelo espaço cibernético a procura de mais alguma informação sobre a aquisição... Sim! A primeira coisa que eu li foi: “Star Wars fará parte de Parque Temático”. Ah!!! Ok, a gente já sabia. Mas é tão bom poder ler ali, aquelas belas letrinhas que nos permitem sonhar com o mundo mágico Disney preparando um Império Galáctico. Ah!!! Suspiro.
Mas fui na página de relação com investidores da The Walt Disney Company e, olha que legal:
- Inicialmente, para quem não sabia (e não foi meu aluno porque eu vivo dando um jeito de falar sobre as informações financeiras da Disney em sala de aula), além da LucasFilm, a Disney inclui em seu portfolio a ESPN, a Pixar, a Marvel e a ABC.
- Nos termos do acordo e com base no préço acionário das ações da Disney em 26 de outubro de 2012, o valor da transação é US$ 4,05 bilhões, com a Disney pagando aproximadamente metade do montante em dinheiro e emitindo aproximadamente 40 milhões de ações. A consideração final será sujeita a ajustes costumeiros pós fechamento de balanço.
- A Aquisição combina "duas marcas de entretenimento familiar extremamente compatíveis e reforça o duradouro relacionamento entre elas", que já inclui a integração com sucesso de conteúdos de “Star Wars” nos parques da Disney em Anaheim, Orlando, Paris e Tóquio.
Por hoje valeu, querida The Walt Disney Company. Mas aguardamos mais informações!
Corrupteca
Fruto de parceria inédita entre a Universidade de São Paulo e o jornal O Estado de S. Paulo, a partir desta quinta-feira, 1, todo cidadão brasileiro com acesso à internet poderá frequentar a Corrupteca - traduzindo, a maior biblioteca digital especializada em corrupção do mundo.
E não só: ao ingressar via online na biblioteca, o usuário poderá acessar tudo o que foi publicado sobre o tema corrupção no Estado desde a fundação do jornal, em 1875. Além da parceria entre universidade e o jornal, o terceiro pilar deste acervo documental é a Open Archives Initiative (OAI), entidade que se dedica a interligar conteúdos digitais do meio acadêmico, subvencionada por instituições americanas como a Andrew W. Mellon Foundation, a Coalition for Networked Information, a Digital Library Federation e a National Science Foundation.
Voltada para um fenômeno de alta incidência no Brasil e em várias partes do mundo, a Corrupteca nasceu em discussões acadêmicas no Núcleo de Pesquisas em Políticas Públicas da USP (Nupps), por sua vez ligado à reitoria da universidade e dirigido pelo cientista político José Alvaro Moisés. Portanto, será por meio do endereço eletrônico do núcleo -nupps.usp.br/corrupteca - que o ingresso será feito, a partir desta quinta. Ao entrar no site, o usuário da biblioteca também poderá ser direcionado ao Acervo Estadão, com acesso irrestrito para assinantes.
Fonte: aqui
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Nome de proa na ciência política da Universidade de São Paulo (USP), José Álvaro Moisés lançará em breve A desconfiança política e o seu impacto na democracia (Edusp), fruto de pesquisa sobre a evolução da polícia e do Judiciário no quadro institucional brasileiro. Dedica pelo menos quatro capítulos do livro à análise da corrupção. Na entrevista a seguir, o professor conta como concebeu a ideia de criar um acervo digital sobre o tema.
Marcio Fernandes/Estadão
Corrupção custa ao País R$ 10 bi ao ano, avalia Moisés
O que o levou a investigar a qualidade da nossa democracia?
O Brasil se consolidou, nos últimos 25 anos, como uma das maiores democracias de massas do mundo. Ciclos eleitorais se sucedem normalmente, garantindo a alternância do poder. Somos mais livres hoje, com direitos políticos e sociais mais garantidos. Ainda assim, distorções continuam afetando o funcionamento da democracia. O abuso do poder e a corrupção são os exemplos mais visíveis. A competição eleitoral sob forte influência do poder econômico, dando origem ao caixa 2, é outro aspecto a considerar. Mulheres ainda têm menos de 10% da participação no parlamento e nos partidos. O executivo domina a agenda do parlamento e este, por sua vez, encontra-se limitado em suas funções de fiscalização e controle. Contabiliza-se 1 milhão de pessoas assassinadas no País nos últimos 27 anos. E continuamos a ser um dos países mais desiguais do mundo. Tudo isso mostra que temos democracia no Brasil, mas a sua qualidade está em questão.
Qual seria a amplitude da corrupção na sociedade brasileira?
Embora esteja se consolidando no País um sistema mais rigoroso de fiscalização, como demonstra a atuação do Ministério Público, da Polícia Federal, da Controladoria-Geral da União e também do Supremo Tribunal Federal, a nossa conclusão é a de que a corrupção perpassa todas as esferas da vida política e administrativa no Brasil. Hoje calcula-se que o ônus anual da corrupção no País esteja na casa dos R$ 10 bilhões. O que, por si só, já dá uma ideia das políticas sociais que deixam de ser realizadas por causa disso.
Por que montar uma Corrupteca a partir do Brasil?
Há tempos vínhamos considerando que, para avaliar o impacto da corrupção na vida política do País, seria necessário ampliar a base de conhecimento empírico do fenômeno. Nas últimas décadas, os escândalos se sucederam, mas nem sempre a mídia e a academia conseguiram acompanhar o desenvolvimento dos inúmeros casos, a sua natureza, os processos judiciais e o seu desfecho. Na medida em que a corrupção afeta, por exemplo, os investimentos do Estado em políticas públicas, é importante saber o que aconteceu nos diferentes episódios, se houve condenações, se os responsáveis estão devolvendo o dinheiro roubado, enfim, tudo isso é fundamental para qualificar as escolhas do cidadão e assegurar que ninguém está acima da lei. Por isso tivemos a ideia de criar uma ferramenta capaz de municiar pesquisadores, jornalistas e formadores de opinião, com dados e análises. Já existem exemplos de casos de corrupção no Brasil que passaram por apuração, investigação, julgamento, condenação e resultaram no retorno de boa parte dos recursos subtraídos, como aquele vinculado à construção de um tribunal em São Paulo e o desvio de milhões do INSS, anos atrás. Mas em geral não se sabe que tais casos foram apurados até o fim e que os desvios estão sendo corrigidos. Fica sempre a impressão da impunidade total.
Fonte: aqui
Desenvolvimentistas, ex-alcoólatra e cerveja
Os desenvolvimentistas ficaram longe do comando da política econômica no país da volta das eleições livre até o fim do governo Lula, com exceção do relâmpago governo Itamar e suas políticas pró-fusquinhas.
Nesse período, talvez justamente por causa disso, o país conseguiu realizar dois importantes avanços: econômico, com a estabilidade macroeconômica, e social, com uma melhora na distribuição de renda e no padrão de vida do brasileiro médio.
Mas, no governo Dilma, infelizmente eles voltaram. Não é difícil entender como conseguiram, mas é fácil ver que é algo a se lamentar.De fato, com a crise mundial, vários governos passaram a adotar políticas impensáveis há pouco tempo.
O governo suíço estabeleceu um piso para a sua moeda. O Fed (banco central americano) escolhe setores a serem beneficiados através da compra de papéis diretamente no mercado. O governo americano assumiu a gestão de empresas para evitar a falência. O governo argentino persegue consultorias com previsões de inflação diferentes das oficiais, expropria empresas e impõe controles comerciais e cambiais.
Parece que, de repente, todos os experimentos econômicos, por mais esdrúxulos, são permitidos para substituir o fracasso do mercado. No Brasil, os desenvolvimentistas voltaram com o seu receituário para resolver os problemas do país.
Eis: basta desvalorizar a moeda, reduzir a taxa de juros para padrões internacionais e com isso obter maiores taxas de crescimento, mesmo com a inflação mais alta. Basta escolher os setores da indústria a serem beneficiados com crédito subsidiado, aumento das alíquotas de importação, redução selecionada de impostos, estabelecimento de um mínimo de conteúdo nacional na compra governamental.Voltar com essa mesma combinação de políticas fracassadas no passado é esquecer as lições da história.
Em primeiro lugar, o Banco Central do Brasil deveria continuar com um único mandato: baixa inflação. Num país com tradição de taxas de inflação elevadas, brincar com a inflação é um crime. É oferecer uma cervejinha para um ex-alcoólatra. É arriscar com a volta da indexação da economia, com consequências nefastas para os ganhos sociais dos últimos anos. Política monetária simplesmente não é capaz de gerar crescimento econômico sustentado.
O argumento de que até o país mais desenvolvido do mundo, os EUA, tem um duplo mandato para a política monetária (e que portando deveríamos imitá-lo) é um equívoco.
Os EUA estão em guerra contra a depressão econômica. Numa guerra vale muita coisa. Mas essa certamente não é a situação brasileira.
Desenvolvimentistas se inspiram nas experiências asiáticas para justificar a escolha de setores prioritários da indústria. Mas mesmo os burocratas considerados mais competentes do mundo, os japoneses, escolheram, em geral, empresas "losers" em vez de "winners" na implantação da sua política industrial. Na Coreia, os setores beneficiados não registraram taxas de crescimento da produtividade maiores do que os demais, e várias empresas beneficiadas simplesmente faliram. Uma leitura mais apropriada é que os países foram bem sucedidos apesar da intervenção dos seus burocratas.
Mesmo que burocratas asiáticos soubessem escolher os setores de forma apropriada, os nossos não sabem. A nossa experiência atesta que quem se beneficia das benesses governamentais, em geral, são empresas grandes, com poder de pressão e lobby, e em setores com déficit comercial, sem relação com eficiência.
Quem paga a conta são os consumidores e os produtores (que se tornam ineficientes), obrigados a comprar, respectivamente, produtos e insumos caros e de baixa qualidade.
O peruano Álvaro Vargas Llosa escreveu os livros "Manual do Perfeito Idiota Latino-Americano" (Bertrand Brasil) e "A Volta do Idiota" (Odisseia), este se referindo ao retorno do velho populismo na região, com Hugo Chávez, Evo Morales e Néstor Kirchner. O termo é ofensivo, talvez apropriado para os políticos. No caso dos desenvolvimentistas, cabe lamentar a volta do perfeito fracassado brasileiro.
EDUARDO DE CARVALHO ANDRADE, 45, doutor em economia pela Universidade de Chicago, é professor da faculdade Insper
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