Translate

28 julho 2011

Orçamento dos Estados Unidos

O gráfico acima traduz muito a discussão do orçamento dos Estados Unidos. Mostra o déficit/superavit dos últimos governos, de Clinton a Obama. Até Clinton, o governo tinha um orçamento superavitário. Com Bush o deficit real (de vermelho escuro) distancia da projeção de superavit. As projeções são que o déficit irá persistir nos próximos anos.

Rating dos Estados Unidos

Existe uma ameaça de rebaixar a nota da dívida dos Estados Unidos, que atualmente tem um ranking máximo de AAA. O que poderia acontecer? Alguns acreditam que isto irá afetar profundamente o mercado financeiro. Mais alguns consideram que os efeitos serão reduzidos. 

O gráfico abaixo mostra a distribuição dos títulos de governos com nota AAA, segundo o país. Quase 60% são títulos dos Estados Unidos. França, Alemanha e Inglaterra possuem 27% e os outros países 14%. Mas os três países europeus não possuem uma liberdade para emissão de novas dívidas, sem um acordo com seus parceiros políticos da Comunidade Européia. 
Aqui uma posição parecida (mas nem tanto) do Financial Times.

Empresas privadas mais observadas

A SecondMarket, um mercado online para a compra de ações de empresas privadas, acabou de publicar seu relatório do segundo trimestre de 2011.

Esse ano a empresa completou US$ 298 milhões em transações com ações de empresas privadas – o que equivale a 75% de aumento quando esse valor é comparado ao do mesmo período no ano passado.

No relatório a SecondMarket lista as empresas privadas mais acompanhadas. Pelo 4º trimestre consecutivo o Facebook está em primeiro lugar.

Veja a lista:

10º LivingSocial: empresa de comércio eletrônico especializada em encontrar descontos diários em cerca de 20 países.

9º Gilt Groupe: empresa de varejo online que disponibiliza ofertas temporárias de itens de luxo (roupas de grife, pacotes turísticos para lugares paradisíacos).

8º Dropbox: empresa com aplicativo de armazenamento e compartilhamento online. Leia mais em postagem anterior do blog: aqui.

7º Yelp: empresa que criou um aplicativo que disponibiliza resenhas de estabelecimentos variados.

6º Skype: empresa de comunicação via internet (voz e vídeo).

5º Foursquare: Segundo a descrição da Wikipédia, é uma rede social e de microblogging que permite ao utilizador indicar onde se encontra, e procurar por contactos seus que estejam próximo desse local. O aspecto lúdico vem do fato de ser possível acumular distintivos relativos a lugares específicos, um pouco como os autocolantes dos anos 70.

4º Zynga: empresa que desenvolve jogos para redes sociais.

3º Groupon: empresa de compras coletivas.

2º Twitter.

1º Facebook.

Leia mais aqui.

27 julho 2011

Rir é o melhor remédio

A diferença entre dado, informação, apresentação e conhecimento:


Fusão farmaceutica

Fusão farmaceutica - Postado por Isabel Sales

Drogasil e Droga Raia confirmaram que vêm mantendo tratativas para a fusão das duas empresas, segundo comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

"No contexto dessas tratativas, as duas companhias vêm estudando alternativas de estrutura para a operação, bem como negociando um acordo de associação, para regular seus termos e condições", diz o comunicado.

Além disso, os acionistas que exercem o controle das duas companhias vêm negociando um acordo de acionistas.

Devido aos rumores sobre a possível associação durante o dia, as ações das empresas dispararam. Os papéis ON da Drogasil (DROG3) subiram 10,9%, a R$ 11,92, e os da Droga Raia avançaram 5,26%, a R$ 28,00.


Fonte: Drogasil e Droga Raia confirmam tratativas para fusão | Thais Folego | Valor

Hábitos financeiros que fazem mal à saúde

Hábitos financeiros que fazem mal à saúde

Existem hábitos que prejudicam diretamente a saúde financeira da conta bancária e ainda da saúde do seu corpo. Comer fora de casa com frequência é exemplo de hábito que pode, além de belo rombo no orçamento, trazer sérias consequências para a saúde. Existem, no entanto, outros gastos que podem impactar negativamente na saúde, mental e física, de uma pessoa. Em reportagem sobre o assunto, o Moneywatch.com conversou com especialistas da área da saúde e listou 9 hábitos financeiros que são prejudiciais à saúde de qualquer pessoa e deu soluções de como contornar o problema sem ter que parar no pronto-socorro ou no divã do analista.

1. Ter dívida no cartão de crédito
Problemas no casamento? Saiba que o tamanho da dívida que carrega no cheque especial pode ser a grande culpada por isso. Uma pesquisa conduzida na Inglaterra, por uma entidade de aconselhamento aos consumidores, revelou que 37% dos participantes citaram “dívidas” como cartão de crédito, pelos problemas nos relacionamento. [...]

2. Guardar recibos e comprovantes na carteira
Notas de dinheiro são sujas e cheias de germes. E sabe quem pode ser a grande fonte de contaminação? Um estudo encontrou evidências de que recibos e comprovantes detém altos níveis de uma substância chamada de BPA, bisfenol A, uma substância química que está ligada a doenças do coração, câncer e infertilidade. O BPA pode migrar dos recibos para as notas, e das notas diretamente para a pele de quem estiver com ela em mãos. Guarde todos os recibos em um envelope, longe do dinheiro. E sempre lave as mãos depois de manipular tanto o dinheiro quanto os comprovantes de compras.

3. Comprar embalagens tamanho “família”
Embalagens enormes podem significar aumento de peso na balança, segundo Brian Wansik, autor do livro "Why We Eat More Than We Think?" (Por que comemos mais do que imaginamos?). Em um dos estudos citados na obra, participantes que se serviram diretamente de embalagens tamanho família comeram até 25% a mais. “Você pode até economizar mais dinheiro ao comprar pacotes maiores. No entanto, pode comer mais que o necessário”, explica o autor. Nunca coma direto da embalagem e tente controlar suas porções sempre servindo em pratos menores. Mantenha pequenas porções do produto em embalagens de tamanho menor.

4. Comprar guloseimas com cartão de crédito
Quem paga a conta do supermercado com cartão de crédito tem maiores chances de colocar no carrinho comidas pouco saudáveis como biscoitos, chocolates e congelados. “As pessoas são menos racionais com as compras quando pagam com cartão de crédito”, diz Kit Yarrow, professora de psicologia e marketing da Golden Gate University. [...]

5. Ganhar pouco
Ter dinheiro diminui as chances de um ataque cardíaco ou doença no coração, pelo menos nas mulheres. Um estudo acompanhou um grupo de mulheres durante cinco anos e percebeu que aquelas com renda acima 100.000 dólares estavam livres de doenças no coração ao contrário de 78% das mulheres com renda inferior a 20.000 dólares. E o que o dinheiro pode comprar? Melhores serviços de saúde complementar. “Mulheres com renda baixa têm menos acesso a serviços de convênios de saúde e menos dinheiro para adquirir medicamentos para problemas cardíacos”, pontua Leslee Shaw, professora de medicina da Emory University. Mulheres com renda mais baixa não devem deixar de lado contratar um plano de saúde e podem aproveitar programas do governo que oferecem medicamentos a preços mais baixos ou mesmo gratuitos.

6. Ser pão duro na compra de presentes
Não participar do rateio do presente daquele colega de trabalho ou “esquecer” o aniversário do melhor amigo pode impactar diretamente na saúde mental de uma pessoa. Uma pesquisa da University of British Columbia revelou que pessoas que gastam mais com elas mesmas que com os outros, são menos felizes que aqueles que gastam. [...]

7. Habituée da mesa de jogos
Perder dinheiro em Las Vegas pode causar dores emocionais em quem tem de deixar as fichas na mesa. Um estudo registrou quais os níveis de atividade em uma região do cérebro humano conhecido como “corpo estriado”, e que é onde o sentimento de dor se manifesta, naqueles que perderam dinheiro na jogatina. E concluiu que a pessoa pode não sentir dores agudas no estômago quando perde, no entanto, perder dinheiro desencadeia sensações similares às da dor física. [...]

8. Gastar com bens materiais
Vários estudos já mostraram que pessoas que gastam com bens materiais, como artigos eletroeletrônicos ou artigos de luxo, são menos felizes que aqueles que optam por gastar em experiências como uma viagem, por exemplo. Mas é bom tomar cuidado, pois da mesma maneira, outros estudos revelam que experiências negativas, como serviços ruins em hotéis ou empresas aéreas, podem trazer sentimentos de insatisfação para a experiência. [...]

9. Viver em uma casa que custa mais do que se pode pagar
Com o estouro da bolha imobiliária nos Estados Unidos, percebeu-se um tempo depois que os impactos atingiram também, não apenas o bolso dos americanos, mas a sua saúde mental. Estudos revelaram que proprietários de casas com hipotecas mais caras do que podem bancar deram sinais de depressão grave, com sintomas de insônia e irritabilidade, por exemplo. “A crise das hipotecas também é uma crise de saúde”, escreveu Craig E. Pollack, líder de um grupo de pesquisas da Universidade da Pensilvânia e que entrevistou mais de 250 proprietários em todo o país. Caso esteja buscando uma casa para comprar, capriche o quanto puder no valor da entrada e financie o mínimo possível. Para a reportagem o ideal é que não se gaste mais de 30% da renda mensal para as parcelas.


Fonte: Gabriela Ruic, Exame.com

Postado por Isabel Sales. Indicado por Ednilto Tavares Júnior, a quem agradeço.

A aderência dos CPC às Normas Internacionais de Contabilidade

A convergência para os padrões contábeis internacionais têm se tornado tema relevante, com agenda definida para sua adesão em muitos países ao redor do mundo. No Brasil, coube ao Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) a responsabilidade de emitir pronunciamentos contábeis de acordo com o International Financial Reporting Standard (IFRS), conforme a Lei nº 6.404/76 (alterada pelas Leis 11.638/07 e 11.941/09). Cada documento emitido pelo CPC corresponde a uma norma internacional de contabilidade emitida pelo International Accounting Standards Board (IASB). Este trabalho tem como objetivo comparar os pronunciamentos do CPC com as normas do IASB e verificar a existência de diferenças entreos mesmos. Para tanto, realizou-se uma pesquisa documental aos pronunciamentos técnicos do CPC e às normas do IASB. Utilizou-se a técnica da análise de conteúdo, tendo o tema como unidade de significação. O universo de análise compreendeu os pronunciamentos técnicos que foram utilizados nas demonstrações contábeis das companhias brasileiras em 2010, emitidos pelo CPC nos anos de 2007, 2008, 2009 e 2010. Os resultados apontaram para a existência de diferenças entre os pronunciamentos emitidos pelo CPC e as normas emitidas pelo IASB, as quais foram agrupadas em quatro categorias de análise. Após análise, concluiu-se que as diferenças apontadas não prejudicam a declaração de que as demonstrações contábeis consolidadas brasileiras preparadas de acordo com os CPCs estão de acordo com as normas internacionais de contabilidade emitidas pelo IASB.

A aderência dos Pronunciamentos Contábeis do CPC às Normas Internacionais de Contabilidade. Jorge Andrade Costa; Marina Mitiyo Yamamoto; Carlos Renato Theóphilo. 11º Congresso USP de Controladoria e Contabilidade, São Paulo, 2011.

Soros anuncia que administrará só recursos de sua família

Soros anuncia que administrará só recursos de sua família - Postado por Isabel Sales

O bilionário investidor George Soros afirmou nesta terça-feira que vai administrar investimentos somente para si e sua família com a adoção de novas regras que ameaçam o setor de hedge funds que o tornou famoso.

O investidor octogenário – conhecido tanto por ganhar 1 bilhão de dólares em apostas de câmbio quanto por doar milhões de dólares a causas liberais – vai devolver até o final do ano aproximadamente 1 bilhão de dólares a clientes e transformar a Soros Fund Management em um escritório familiar. A soma representa apenas uma pequena porção dos 25 bilhões de dólares que ele gerencia atualmente.

Keith Anderson, vice-presidente de investimentos da firma de Soros desde 2008, vai deixar a empresa.

Desde que lançou o Quantum Fund há quase 40 anos, Soros, que emigrou da Hungria para os Estados Unidos, teve um dos desempenhos mais invejados do mercado, com ganho de cerca de 20% por ano. Recentemente, a volatilidade do mercado prejudicou suas operações, com perdas de 6% no primeiro semestre e ganho de 2,5% no ano passado.
[Veja]

Agora vem a pergunta: ele tem netos solteiros? ;)

Soros foi também considerado o sexto maior doador para caridade em 2009, segundo postagem anterior do blog. Ele doou $100 milhões para o Fund for Policy Reform e $50 milhões para a Central European University.

26 julho 2011

Rir é o melhor remédio

O cartoon abaixo foi capa da The Economist em 1997 e também eleita uma das melhores capas da revista nos últimos anos.Alguém fala "excel", o próximo entende "sell" (vender) que gerar uma corrida para venda de ações. Na segunda parte alguém fala "good bye", o próximo entende "buy" (comprar) e nova corrida. 


Links

Partícula divina somente em 2012

Existe relação entre a ideologia de direita e Breivik?

Fotografias dos aeroportos do mundo inteiro

Brasil fora do acordo sobre genéricos para Aids (dica de Anailson, grato)

Livro: Coisas que devemos saber sobre a internet

As melhores capas da The Economist

Eventos esportivos e seu custo

Planejou o crime para receber atendimento médico na prisão

O relatório do teste de stress dos bancos europeus

Finanças pessoais: reduzir o consumo

Gráfico sobre a reforma Dodd-Frank

Livro sobre Dodd-Frank

Teste 504

Quando você faz uma pesquisa no Google, os primeiros resultados são propagandas. Ou seja, o Google recebe para colocar aquele endereço no primeiro lugar da lista. A palavra mais cara para quem deseja anunciar é:

Advogado
Empréstimo
Seguro


Resposta do Anterior: CPC. Fonte aqui

Belo Monte e BNDES

Belo Monte e BNDES - Por Isabel Sales

A Norte Energia S.A. informou que recebeu na sexta-feira (22/7) a última parte do empréstimo-ponte concedido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) de R$ 1.087.812 mil, para a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte.

Segundo o site da empresa, a Norte Energia é composta por empresas estatais e privadas do setor elétrico, empreiteiras, fundos de pensão e de investimento e empresas autoprodutoras. A concessão para a construção da hidrelétrica, no município de Vitória do Xingu, foi objeto de leilão realizado no dia 20 de abril de 2010. A outorga coube à Norte Energia S.A por um prazo de 35 anos.

Convergência, Endosso e Condorsement


No princípio o termo mais usado era padronização. Posteriormente, substituiu este termo por harmonização. Mais recentemente tem-se usado “convergência”. Entretanto, o movimento no sentido da existência, no futuro, de uma única norma contábil no mundo é muito mais complicado para se enquadrar nos termos citados anteriormente.

Em Beyond Convergence, Matthew Lamoreaux discute novos termos para esta questão. Este assunto é interessante já que em maio deste ano a SEC deixou de usar o termo “convergência” para tratar do processo de criação, em conjunto com o Iasb, de um corpo único de normas contábeis. Em lugar de convergência, a SEC usou “condorsement”. Em postagem de janeiro de 2011 explicamos que este termo é a junção de convergência com endosso:

Na prática isto significaria preservar os US GAAP e a IFRS ao longo do tempo, enquanto a convergência ocorre ao longo do tempo. Depois da convergência, o Fasb aprovaria um a um as IFRS, num processo semelhante ao da Comunidade Européia e do CPC, no Brasil. Isto manteria um controle dos padrões que seria adotados nos Estados Unidos. 

Posteriormente, a posição da SEC foi considerada, pela CFO, como uma redução gradual do papel do Fasb, onde existiria um período de transição:

A questão de uma possível diminuição do papel do FASB,caso os EUA decidam adotar as normas internacionais, surgiu recentemente na esteira de um documento de 26 de maio da SEC, que olhou para um possível framework para a adoção das IFRS. Este documento descreveu um modelo de "condorsement" (combinação das palavras convergência e endosso) às IFRS. Durante o período de transição ,o FASB continuaria com sua autonomia sobre as normas. No entanto, uma vez que a convergência fosse feita,o FASB iria apenas endossar os padrões desenvolvidos que IASB .O documento da SEC afirma que: " O FASB iria participar no processo de desenvolvimento IFRS, em vez de servir como o principal órgão responsável pelo desenvolvimento de novas normas contábeis ou modificar padrões existentes no US- GAAP.

Lamoreaux considera que a convergência significa que o país manteria seus padrões locais, mas faria esforços no sentido de adotar as normas internacionais do Iasb com o tempo.

Neste sentido, sob certos aspectos, podemos dizer que a convergência representa a posição brasileira, já que algumas regras não foram adotadas no país. De qualquer forma, a convergência implicaria num movimento de um país em direção as normas já existentes. Mas convergência não significa a adoção das IFRS, já que os países mantém seus padrões locais, apesar dos esforços no sentido de adoção plena. (O Brasil não admite reavaliação, que consta das normas internacionais. Isto representa um exemplo que estamos neste grupo)

Observe que isto é diferente do endosso. Neste caso, o país adota a norma exatamente da forma como foi emitida pelo Iasb. Corresponderia a tradução das IFRS para a língua local. Entretanto, como a tradução não consegue reproduzir exatamente a norma do Iasb, o processo de adoção pode gerar uma aplicação diferente daquela em língua inglesa. (Lembre-se do ditado “tradução, traição”, que ressalta a dificuldade do processo de traduzir um texto). O endosso ocorreu, por exemplo, no Chile e em alguns países europeus.

Mas os Estados Unidos não querem endossar as normas existentes ou convergir. O processo escolhido é ajudar no sentido de criar e ajustar as normas. Após um período de transição, onde as principais normas seriam aprovadas conjuntamente entre o Fasb e o Iasb, o Fasb exerceria o papel de “endosso”, para garantir que as mudanças das IFRS atendem as necessidades das empresas locais. Assim, o condorsement representa incorporar a convergência e o endosso.

Por isto o novo termo. Em alguns temas, o assunto seria resolvido através do esforço conjunto atual; mas em outros assuntos poderia existir a incorporação das IFRS.

Dívida

Os países mais endividados do mundo, em termos proporcionais, são, na ordem,

 Japão
Saint Kitts e Nevis
Líbano
Zimbabue
Grécia.

 Os menos endividados são

 Líbia
Guiné Equatorial
Oman
Azerbaijão
Chile.

Tendência a vícios? Você pode ser um líder!

Tendência a vícios? Você pode ser um líder! Por Isabel Sales

O professor de neurociências David Linden, autor do livro “O compasso do prazer: como a nossa inteligência faz com que comidas calóricas, orgasmo, exercício, maconha, generosidade, vodca e jogatina nos façam sentir tão bem” (tradução literal) afirma aqui que quando pensamos nas qualidades de líderes visionários, ponderamos sobre inteligência, criatividade, sabedoria e carisma, mas também empenho para ter sucesso, apetite por inovação, disposição para desafiar ideias e prática pré-estabelecidas. A verdade é que o perfil psicológico obrigatório a um líder – pense nos pioneiros da tecnologia como Jeff Bezos, Larry Ellison e Steven Jobs – também é o de um tomador de riscos, alguém com um alto grau comportamental de busca por novidades. De forma resumida, o que buscamos em líderes é frequentemente o mesmo tipo de personalidade encontrado em viciados, independente de ser em jogos, álcool, sexo ou drogas.

Como pode ser assim? Nós tipicamente enxergamos os viciados como fracos enquanto presidentes e empresários são pessoas com disciplina e fortaleza. Para entender essa aparente contradição, Linden afirma que temos que olhar no capô do cérebro, em especial nas funções relacionadas a prazer e recompensa.

Como motivador-chave, o prazer é fundamental para o aprendizado; se não achássemos alimento, comida e sexo recompensadores, não teríamos sobrevivido e não teríamos filhos. O prazer evoca sinais neurais que se convergem em um pequeno grupo de áreas interconectadas no cérebro, onde os neurotransmissores da dopamina exercem papel fundamental.

Esse circuito de prazer que utiliza a dopamina, refinado através de anos de evolução, também pode ser ativado artificialmente por algumas, mas não todas, substâncias psicoativas que carregam um risco para a dependência, como cocaína, heroína, nicotina ou álcool. Os circuitos de prazer do nosso cérebro também são programados para serem ativados por recompensas imprevistas: enquanto a roleta está girando ou os cavalos estão na pista, temos prazer mesmo se não recebermos a recompensa no final. A incerteza, em si, pode ser recompensadora – claramente um atributo útil para altos tomadores de riscos e recompensas em especulações nos negócios.

Então porque algumas pessoas se tornam viciadas em drogas, álcool, jogatina ou sexo enquanto outras podem tolera-los de uma forma moderada e não compulsiva? Uma hipótese, segundo Linden, é de que os viciados sentem prazer de forma incomunmente forte e são motivados a busca-lo mais atentamente. É razoável, mas forte. Evidências encontradas em tomografias de experimentos feitos no cérebro de animais e humanos indicam que o oposto é verdadeiro: viciados querem mais os seus prazeres, mas gostam menos deles que os demais.

Linden afirma que estamos começando a entender a biologia além do prazer entorpecente dos viciados. Em estudos comparando gêmeos idênticos, estima-se que os fatores genéticos contam de 40% a 60% da variação no risco para o vício. Mas estamos apenas nos estágios iniciais do entendimento do papel dos genes no vício.

Crucialmente, variantes genéticos que suprimem a sinalização de dopamina no circuito do prazer aumentam o comportamento busca-por-prazer-e-novidades – seus condutores devem buscar altos níveis de estímulo para alcançar o mesmo nível de prazer que outros podem alcançar com indulgência moderada. Esses abruptos variantes genéticos são associados a um aumento substancial do risco de dependência de uma série de substâncias e comportamentos.

Existe uma margem clara para a personalidade com tendência ao vício? Lindem aponta que alguns de nossas figuras históricas mais reverenciadas eram viciados – não apenas os tipos criativos mais óbvios tipo Charles Baudelaire (haxixe e ópio) e Aldous Huxley (álcool e LSD), mas também cientistas como Sigmund Freud (cocaína), Alexandre o Grande (álcool), Winston Churchill (álcool), Otto von Bismarck (álcool e morfina).

Líderes na América raramente admitem publicamente, mas um exemplo recente é Henry T. Nicholas III, fundador da Broadcom, uma empresa multibilionária que fabrica microchips para celulares, controles de videogames, fones wireless e outros dispositivos eletrônicos. Com um investimento inicial de US$ 10.000, Nicholas e seus parceiros criaram uma companhia que hoje possui 9.000 empregados e 5.100 patentes. Ao longo do caminho, Nicholas lutou com seu vício em álcool, cocaína e ecstasy. Em 2008 ele entrou em um programa de reabilitação.

A personalidade obsessiva, tomadora de riscos, perseguidora de novidades frequentemente encontrada em viciados pode ser aproveitada para torná-los muito efetivos no ambiente de trabalho. Para muitos líderes, a questão não é terem sucedido apesar de seus vícios, mas sim o fato de que mesma “fiação” e química que os tornam viciados, também os concede o trato comportamental que os serve bem.
Então, quando procurar pelo próximo líder da sua organização, procure por alguém com uma função dopamínica acentuada: alguém que nunca está satisfeito com o seu status quo, alguém que quer a sensação de sucesso mais que outros – mas gosta menos dela.

Lavagem de Carro

A empresa Monza Lidar Ultimate and Protection está no negócio de lavagem de automóveis. A empresa possui algumas diferenças para seus concorrentes. Em primeiro lugar, o foco são automóveis de luxo (Ferrari, Maserati, Rolls Royce etc). Segundo, utiliza um técnica de limpeza baseada na nanotecnologia, que evita qualquer contato humano com o veículo, evitando impressões digitais dos funcionários. Terceiro, para operar esta tecnologia e lidar com sua clientela, os funcionários recebem treinamento de seis meses. Quarto, no serviço utiliza microscópios para descobrir e eliminar manchas de sujeiras invisíveis a olho nu. Por todos este motivos, a empresa, localizada em Dubai, cobra de cada lavagem a módica quantia de 15 mil dólares. E o serviço leva uma semana para ficar pronto. Fonte: Aqui

Futebol

Você ficou chateado com os nossos jogadores quando eles resolveram chutar a bola para o espaço contra o Paraguai? Poderia ser pior. Eis um lance entre LA Galaxy e Manchester City, onde o jogador Mario Balotelli tentou uma jogada fantástica. O técnico, Mancini, não gostou e trocou o jogador.

Ficar desempregado é melhor do que sofrer no trabalho

Ficar desempregado é melhor do que sofrer no trabalho – Postado por Isabel Sales

Sabe aquele seu vizinho que não trabalha, mas vive sorrindo? A explicação pode estar num estudo realizado por cientistas australianos, que acompanharam 7.155 homens e mulheres entre 20 e 55 anos de idade e concluíram: ficar desempregado, seja por vontade própria, seja por demissão, pode aumentar o nível de felicidade das pessoas.

Ao longo de sete anos os pesquisadores aplicaram questionários para medir o grau de felicidade dos voluntários, cujos empregos também foram analisados em quatro aspectos: nível de desafio, grau de autonomia, salário e perspectivas de carreira. O objetivo era determinar quais empregos eram bons ou ruins.

As pessoas que estavam trabalhando, em bons empregos, eram sempre as mais felizes – marcando em média 75,1 pontos na escala criada pelos cientistas. Em seguida vinham os desempregados e os trabalhadores com empregos ruins, ambos com 68,5 pontos. Empate. Então desemprego é a mesma coisa que emprego ruim, certo?

Errado: o desemprego é melhor. Ao longo do estudo, quem trocou o desemprego por um emprego ruim viu sua felicidade cair ainda mais, perdendo seis pontos a cada ano. Já quem continuou sem fazer nada perdeu apenas um ponto.

Ou seja; ficar sem emprego é ruim, mas sofrer no trabalho é ainda pior: “O emprego ruim faz a pessoa perder saúde mental”, diz Peter Butterworth, psiquiatra da Universidade Nacional da Austrália e coordenador da pesquisa.


Fonte: Fernando Badô e Bruno Garratoni, Superinteressante, ed. 294, ago. 2011.