
Redução de custo
Sobre débitos e créditos da vida real
Os governos são inventidos quando o assunto é criar impostos. Da lista abaixo, diga qual situação não é verdadeira:
Imposto sobre Alma - Mesmo se você não acredita na existência da alma, você deveria pagar
Imposto sobre tatuagem
Imposto sobre vendas de substâncias ilegais
Resposta do Anterior: 100 libras por dois autores em dez anos. Isto significa dizer que para cada ano de trabalho os autores pagaram 5 libras esterlinas. Fonte: Aqui
Em contabilidade, a palavra débito corresponde a um termo neutro. Quando uma empresa compra uma mercadoria, debita estoques e credita bancos, indicando que uma aplicação dos recursos em estoques. Quando se paga uma dívida com o banco, debita empréstimos e credita bancos, mostrando que recursos foram destinados a redução da dívida. Se a empresa obteve receita, debita bancos e credita receita, indicando que valores apareceram na conta corrente da empresa em razão das receitas geradas. Assim, no método das partidas dobradas, o termo é uso de uma maneira neutra, referindo o destino dos recursos. (Para uma explicação mais detalhada, vide o livro de minha co-autoria "Contabilidade Básica".)
Entretanto no senso popular é comum as pessoas falarem: "estou em débito com você". Neste caso, indica que estaria em dívida com alguém. O sentido do termo débito é negativo na linguagem popular. Qual a razão para que isto ocorra?
O dicionário registra que a origem do termo deve-se ao latim debitum que corresponde a uma dívida especial de dinheiro. Do latim existe a palavra debere que corresponde a dever, estar obrigado a alguma coisa. O Houaiss informa que o termo aparece na língua portuguesa em 1485, nove anos antes da publicação do livro de Luca Pacioli. Isto indicaria que o termo já existia antes de ser incorporado pela contabilidade. Assim, talvez o problema esteja no fato da contabilidade ter usado uma palavra errada para referir-se a destino.
Mas o fato de ainda hoje permanecer usando "débito" com o sentido negativo pode ter uma explicação. As pessoas geralmente usam conta corrente numa instituição financeira. Quando um banco retira dinheiro da conta corrente do cliente, em virtude de um pagamento feito com um cheque, aparece no extrato um débito. Observe que neste caso o banco está informando a transação sob sua ótica: saiu dinheiro da conta corrente do cliente e conseqüentemente saiu dinheiro do banco. Assim, as pessoas quando retiram seu extrato observam que ocorreu um "débito" quando o dinheiro saiu da sua conta, que é um evento negativo.
Escrever sobre as preocupações com as provas pode ajudar nas notas
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Foreign Policy lista Thaler e Sendhil Mullainathan como pensadores do ano
O conceito de information cascade (próximo ao do efeito manada)
A forma do pedido influencia na quantidade doada
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Tabela periódica do irracional
Fontes mais rebuscadas podem ajudar a reter mais informação
A morte dos pais traz poucos efeitos cognitivos para os filhos
As pessoas talvez não sejam avessas ao risco: Las Vegas
Steve Jobs, da Apple, anunciou seu afastamento da empresa e, como conseqüência, as ações da empresa caíram 8,3%. Isto significa que o anúncio trouxe uma perda de 26,5 bilhões de dólares em valor da empresa. Como Jobs tem um salário de 1 dólar, isto mostraria que o trabalho do executivo na empresa é uma grande barganha para os acionistas.
Mas sabemos que nem todos os executivos trazem, na sua remuneração, um valor adequado para seu trabalho. Existem diversos exemplos de elevadas remunerações e baixo nível de retorno para os acionistas.
O blog Stumbling and Mumbling lembra uma forma interessante de mensurar se a remuneração dos executivos está superestimada ou subestimada: verificando como o mercado reagem quando aparece uma notícia súbita da morte do administrador. Recentemente, no Brasil, tivemos o caso do presidente da Copel, onde o mercado acionário trouxe um aumento na cotação das ações nos dias seguintes à notícia.
As pesquisas mostram que esta parece ser a regra geral. Ou seja, quando subitamente um executivo morre, ocorre uma valorização das ações. Mas o blog Stumbling and Mumbling lembra que este tipo de pesquisa deve ser considerado com ressalvas pois a amostra é reduzida e existem outras questões envolvidas.
107 trilhões - O número de e-mails enviados pela Internet em 2010.
294 000 000 000 - número médio de mensagens de e-mail por dia.
1 880 000 000 - O número de usuários de e-mail em todo o mundo.
480 milhões - os novos usuários de e-mail desde o ano anterior.
89,1% - A proporção de e-mails que eram spam.
262 000 000 000 - O número de spams por dia (supondo que 89% são spam).
2 900 000 000 - O número de contas de e-mail em todo o mundo.
25% - Percentagem de contas de email que são corporativos.
Sites
255 milhões - O número de sites em dezembro de 2010.
21 400 000 - Novos sites em 2010.
Os nomes de domínio
88 800 000 - nomes de domínio .COM no final de 2010.
13 200 000 - nomes de domínio .NET no final de 2010.
8,6 milhões - nomes de domínio .ORG no final de 2010.
Usuários da Internet
1 970 000 000 - usuários da Internet no mundo inteiro (junho 2010).
14% - Aumento de usuários da Internet desde o ano anterior.
825 100 000 - Usuários da Internet na Ásia.
475 100 000 - Usuários da Internet na Europa.
266 200 000 - usuários de Internet na América do Norte.
204 700 000 - Usuários da Internet na América Latina / Caribe.
110 900 000 - Usuários da Internet na África.
63 200 000 - usuários de internet no Oriente Médio.
21 300 000 - usuários de Internet na Oceania / Austrália.
As mídias sociais
152 milhões - O número de blogs na internet.
25 000 000 000 - Número de tweets enviados no Twitter em 2010
100 milhões - Novas contas adicionadas no Twitter em 2010
175 000 000 - Pessoas no Twitter a partir de setembro 2010
7 700 000 - Pessoas seguintes @ ladygaga (Lady Gaga, a maior conta seguida no Twitter).
600 milhões - Pessoas no Facebook, no final de 2010.
250 milhões - Novas pessoas no Facebook, em 2010.
30 000 000 000 - Pedaços de conteúdo (links, notas, fotos, etc) compartilhada no Facebook por mês.
Vídeos
2 000 000 000 - O número de vídeos vistos por dia no YouTube.
35 - Horas de vídeos enviados ao YouTube a cada minuto.
84% - Percentagem de usuários da Internet que assistem vídeos on-line (EUA).
2 + bilhões - O número de vídeos vistos por mês no Facebook.
20 milhões - Os vídeos enviados ao Facebook por mês.
Imagens
5 000 000 000 - Fotos hospedado pelo Flickr (setembro 2010).
3 000 + - As fotos enviadas por minuto para o Flickr.
Fonte: aqui
O banco suíço UBS acredita que a primeira impressão é a que fica. Para seus funcionários, o UBS fez um código de 43 páginas sobre como se comportar. Isto inclui como seus funcionários devem vestir, preferindo roupas cinza escuro, azul, preto ou azul marinho. Para as mulheres, as saias devem chegar no joelho. Os homens devem guardar o terno de forma adequada para preservar o vinco e cortar regularmente o cabelo.
Além do que se deve fazer, o código inclui o que não fazer: comer alho e cebola, fumar, vestir camisas de manga curta, meias curtas que mostram a pele quando sentado, pintar o cabelo entre outras coisas.
Leia mais em Dress to Impress, UBS Tells Staff – Wall Street Journal – 14 dez 2010 – Elena Berton
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) decidiu levar a julgamento a empresa de auditoria Deloitte Touche Tohmatsu e seu sócio e responsável técnico José Carlos Monteiro no caso ligado à perda de cerca de R$ 2 bilhões sofrida pela Aracruz Celulose em 2008, por causa de operações com derivativos cambiais.
O caso discute a responsabilidade dos envolvidos sobre o negócio que pôs em risco a própria sobrevivência da empresa e gerou prejuízo a seus acionistas. As operações escolhidas pela empresa eram mais baratas do que outras opções no mercado, mas dependia de estabilidade cambial. Com a crise de 2008 e a valorização súbita do dólar em relação ao real, a empresa teve perdas bilionárias.
Monteiro e a Deloitte, responsáveis pela auditoria das contas, tentaram um acordo com a autarquia para encerrar processo, sem presunção de culpa, mas tiveram sua proposta negada pelo comitê da CVM responsável por avaliar a questão. Ontem, a Deloitte esclareceu ter desistido da negociação por achar excessivo e desproporcional o valor sugerido pela autarquia. Disse ainda acreditar que seus procedimentos foram adequados e que levou em consideração exclusivamente o tempo e os custos advocatícios envolvidos na defesa para formular uma proposta. Monteiro e a Deloitte chegaram a oferecer R$ 150 mil e R$ 300 mil, respectivamente.
Mas o comitê inicialmente considerou os valores baixos, dado o "contexto em que se verificaram as infrações imputadas aos proponentes, a especial gravidade das condutas consideradas ilícitas e o histórico de ocorrências da empresa de auditoria". O comitê propôs então elevar os valores para R$ 800 mil a Monteiro e R$ 1,7 milhão à Deloitte. "A contraproposta financeira feita pela CVM foi considerada excessiva e desproporcional ao questionamento em si, razão pela qual decidimos não aceitá-la", disse a Deloitte em nota. A CVM então sorteou um relator para o caso, o que significa que a discussão segue para julgamento, ainda sem data marcada.
Deloitte vai a julgamento na CVM pelo caso Aracruz - Por Agência Estado
A CVM já sinalizou que irá endurecer com os problemas do mercado. A Deloitte, diante dos seguidos problemas, sabe que capitular agora poderá indicar que estaria disposta a aceitar multas maiores no outros casos que estava envolvida. Apesar da melhoria no papel da CVM, ainda é longo o tempo em que um processo leva para ser finalizado.
O Fundo Partidário será, em 2011, de R$ 301 milhões. Isso porque, foi aprovado a nove dias do fim do ano o reforço de R$ 100 milhões. Deste valor, R$ 265 milhões são oriundos do Orçamento da União e R$ 36 milhões referentes à arrecadação de multas previstas na legislação eleitoral.
Mas, afinal, qual a razão para se aumentar de forma tão extraordinária a dotação dos partidos? Muito simples: a necessidade de eles pagarem as dívidas de campanha.
Evidentemente, R$ 300 milhões é um custo irrisório para a consolidação da democracia. No entanto, a questão é mais complexa. O fundo partidário é utilizado de forma pouco transparente e, algumas vezes, desviado dos propósitos originais de fortalecimento do partido.
Murillo Aragão – Brasil Econômico – 18 jan 2010
Os jornais anunciaram que a Índia está pensando em não adotar as normas internacionais de contabilidade:
a Federação das Câmaras de Comércio e Indústria Indianas, um dos lobbies empresariais mais poderosos no país, pediu recentemente que a data de efetivação seja adiada, argumentando que o momento era "extremamente inviável e injusto".
(...) a maior participação das universidades [no registro de patentes] indica uma nova postura das instituições de ensino. "As universidades perceberam que poderiam ganhar dinheiro com as patentes, que antes eram registradas individualmente pelos próprios pesquisadores", diz [Ricardo Camargo Mendes, sócio da Prospectiva Consultoria].
Por outro lado, a perda de participação da iniciativa privada reflete retração da cultura inovadora no país. "A aversão a risco leva ao baixo número de patentes. Há poucas empresas que apostam no modelo de negócios baseado na inovação pura" afirma Mendes.
Universidades superam empresas em patentes - Paulo Justus – Brasil Econômico – 18 jan 2011-01-18
Observe que o número de patentes registradas no Brasil é, proporcionalmente ao tamanho da nossa economia, reduzido. Assim, um aumento, mesmo que reduzido, tende a gerar um efeito expressivo no valor total. Mas acrescento o texto outra justificativa em decorrência do período de tempo analisado (1992 a 2000 versus 2001 a 2009): o crescimento de entidades vinculadas as instituições de ensino, como as fundações de apoio, que trouxe uma visão mais empresarial para universidade (apesar do mau humor dos órgãos de controle e do judiciário.
As obrigações de uma entidade são denominadas de "passivo". Mas na linguagem popular o termo "passivo" diz respeito a algo "sem ação". Certamente os credores da empresa estão longe de serem indiferentes ao que ocorre com o seu dinheiro. Outro significado do termo, derivado da filosofia, é "possuído pela paixão". Novamente é difícil imaginar uma instituição financeira ou um fornecedor apaixonado pela empresa.
Em gramática, o termo passivo aproxima-se da concepção original: refere-se de quem não pratica a ação do verbo. Observe que o termo já está mais próximo da concepção contábil: o governo não pratica a ação de gerir a empresa, mas as obrigações tributárias existem. Aqueles que emprestaram dinheiro para empresa, após aportarem os recursos, ficam pacientemente aguardando que a gestão da entidade faça bom uso do mesmo e possa, ao final do contrato, devolver os seus recursos. Agem assim de forma paciente, de maneira passiva, sem intrometer nos negócios da empresa.
A origem da palavra refere-se ao latim, conforme explica o dicionário Houaiss de "suscetível de paixão". Além disto, o verbo está associado ao "sofrer".
Cinco desafios das novas regras de contabilidade
Dar valores a árvores, bois e outros "ativos vivos" é um dos desafios das empresas para adotar o padrão internacional, o IFRS
Olívia Alonso, iG São Paulo | 18/01/2011 05:15
Como medir o valor de uma árvore que está envelhecendo, ou de um bezerro que está engordando? O cálculo desses itens, que são chamados ativos biológicos, está entre os principais desafios do padrão internacional de contabilidade, o IFRS, que começa a ser obrigatório este ano para empresas brasileiras. Outros pontos que estão gerando discussões no momento, segundo especialistas, são contratos de construção imobiliária, bens de concessões do governo, instrumentos financeiros e os chamados ativos imobilizados, bens tangíveis que empresas necessitam para realizar suas atividades, como máquinas.
Das 100 maiores companhias brasileiras com ações em bolsa de valores, 28 já reportaram resultados referentes ao terceiro trimestre ou outros períodos de acordo com as novas normas, mesmo não sendo obrigatório ainda. Entre elas, estão Vale, Petrobras, Klabin, Cielo, OGX, Suzano e Net. A partir de agora, todas as empresas listadas em bolsa, ou que tenham faturamento superior a R$ 300 milhões (ou ativos que superem R$ 240 milhões), precisam se adequar ao padrão internacional quando reportarem seus números fechados referentes ao ano passado.
A partir dos problemas já apontados pelas companhias – tanto por aquelas que se anteciparam, como por diversas outras que estão preparando suas demonstrações - consultores da Ernst&Young identificaram cinco principais desafios. Com a ajuda desses consultores e outros especialistas, o iG mostra abaixo exemplos e pontos críticos de cada um.
Ativos Vivos
Os chamados ativos biológicos, que são bens "vivos" detidos pelas empresas, estão entre os principais desafios apontados pelos especialistas. A nova norma exige que florestas, gado, cana-de-açúcar, entre outros itens biológicos ou agrícolas sejam avaliados periodicamente e contabilizados nos balanços das companhias de acordo com o valor de mercado ("valor justo") que possuem, ou seja, o "preço" pelo qual seriam vendidos na data atual.
A grande dificuldade é a mensuração desses ativos, pois as empresas precisam seguir parâmetros, que muitas vezes não existem e ainda precisam ser criados.
"Imagine que uma empresa, como um frigorífico, por exemplo, tenha comprado um bezerro, que foi engordando ao longo do tempo, mas ainda não foi abatido. Pela nova contabilidade, será preciso avaliar a valorização do animal periodicamente, o que as companhias ainda não têm costume de fazer", diz Bruno Salotti, professor de contabilidade da Universidade de São Paulo (USP).
Outro setor afetado é o de papel e celulose. Pela nova regra, as companhias precisam medir o valor de uma árvore que está crescendo, por exemplo. "O padrão deixa de ser o quanto a empresa pagou pela árvore e passa a ser o valor de mercado do ativo", diz Reginaldo Alexandre, presidente da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais de São Paulo (Apimec SP).
Apesar do desafio, Paul Sutcliffe, sócio-líder de mercado de IFRS da Ernst&Young, afirma que o Brasil deverá se tornar referência mundial neste quesito, pois diversas empresas brasileiras lidam com ativos biológicos. Salotti concorda. "No começo, as empresas devem buscar avaliadores externos, mas a tendência é que passem a desenvolver maneiras de fazer os cálculos internamente e que passem a ser referência", diz o professor.
Segundo a Ernst&Young, as empresas que possuem ativos biológicos e que já apresentaram dados nos novo padrão tiveram mudanças significativas em seus resultados. Metalúrgica Gerdau e da Klabin, por exemplo, viram seu patrimônio líquido crescer 80%. Fibria e Suzano Papel e Celulose tiveram o patrimônio aumentado em cerca de 70% em função das novas regras.
Instrumentos financeiros
O desafio mais complexo na visão dos especialistas está ligado a mudanças em instrumentos financeiros, como derivativos e contratos de câmbio. As novas regras trazem uma série de modificações envolvendo a maneira de contabilizar esses ativos. Sutcliffe afirma que as normas para instrumentos financeiros já eram as mais complexas antes do IFRS. Agora, as dificuldades são multiplicadas. "São centenas e centenas de páginas de alterações que estão dando trabalho às empresas."
De todas, o ponto mais crítico é a atribuição do valor de mercado ("valor justo") a esses instrumentos, ou seja, o "preço" pelo qual seriam vendidos na data no mercado. Antes do IFRS, os ativos financeiros eram contabilizados a custo histórico, que é o valor pago por eles quando foram adquiridos. Agora, passa a ser necessária a avaliação periódica dos valores para nova marcação, mesma exigência dos ativos biológicos.
Alexandre lembra, porém, que diversas mudanças relacionadas aos instrumentos financeiros ainda estão em discussão e muitas delas só estarão vigentes a partir de 2013. A sugestão dos especialistas é que as companhias busquem a ajuda de profissionais com profundos conhecimentos das regras que envolvem esses ativos, pelo menos para a elaboração dos primeiros balanços com os novos padrões.
Ativos imobilizados
Os ativos imobilizados são o conjunto de bens e direitos que as empresas precisam ter para manter suas atividades. São bens tangíveis, ou seja, que podem ser tocados, como edifícios e máquinas. Também entram nos balanços como imobilizado os custos de melhorias feitos em bens alugados ou arrendados.
Na regra antiga, as empresas atribuíam os valores de ativos imobilizados de acordo com o custo, ou seja, o quanto pagaram por eles. Além disso, a depreciação dos bens era calculada de uma forma chamada "regra fiscal", que considera que o item "envelhece" após dez anos de vida. Com o IFRS, tudo muda. A partir de agora, as companhias precisam avaliar o quanto o ativo depreciou a cada ano. Esse novo valor é chamado "custo atribuído".
"O IFRS corrige um erro", diz Salotti. Como as regras fiscais estabeleciam que a vida útil de uma máquina era de dez anos, passado este período, a empresa considerava que o ativo valia zero. "No entanto, o maquinário ainda está funcionando e tem seu valor", afirma o professor.
O grande desafio neste ponto é a avaliação constante dos ativos. "As empresas têm que verificar sempre se seus bens continuam capazes de gerar valores ou não", diz Alexandre. Caso sejam, é preciso atribuir o valor que merecem. Caso contrário, as companhias têm que fazer uma reavaliação para baixo, que é chamada de "impairment", segundo o presidente da Apimec SP. Como exemplo, ele cita a Cesp, que no ano passado reavaliou várias de suas usinas. "A empresa fez um ajuste para baixo dos valores de várias unidades, e a diferença foi um número considerável."
Contratos imobiliários
Outro desafio que vem gerando discussões são os contratos do setor imobiliário. Diante de recorrentes dúvidas das empresas, o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), a entidade brasileira criada para adequar as normas à realidade do País, elaborou em dezembro de 2010 uma orientação para ajudá-las a entender as novas regras. Antes disso, as companhias tinham grande dificuldade para interpretar as leis, que não deixavam claro como as receitas com venda de imóveis devem ser contabilizadas.
A dúvida das construtoras era o momento em que a receita deveria ser contabilizada: na hora da entrega das chaves ou antes? Uma possível interpretação da nova norma era de que a ocasião certa é aquela em que o imóvel é recebido pelo novo dono. Mas uma outra leitura da norma levava à conclusão de que a receita deveria ser reconhecida durante o andamento da obra. Os especialistas dizem que as duas interpretações eram possíveis. Mas, segundo eles, após a orientação, as empresas passaram a entender que o correto é a contabilização da receita enquanto o projeto está em andamento.como é o brasileiro?
Apesar dos desafios, o presidente da Apimec SP acredita que as companhias vão conseguir apresentar seus resultados de acordo com as novas regras este ano, sem atrasos. Sutcliffe, por sua vez, diz que a partir do segundo trimestre deste ano as empresas terão maior facilidade, pois poderão comparar suas demonstrações financeiras com as das concorrentes. "Elas passarão a ter referências, o que vai ajudá-las", afirma.
Concessionárias
As empresas que possuem concessões do Estado, como de transmissão e distribuição de energia elétrica, também estão diante de um grande desafio: a mudança da classificação dos chamados "bens de concessão", que são conjuntos de ativos que as empresas recebem do governo para realizar suas atividades.
Antes do IFRS, esses bens eram considerados "ativos imobilizados", cuja depreciação era calculada de acordo com a vida útil. A partir das novas regras, as companhias precisam apresentar esses itens em seus balanços de forma diferente: como "ativos intangíveis" ou "ativos financeiros", dependendo de alguns critérios, como a atividade da empresa, o uso do bem e o retorno que ele traz. Mas, para essas duas categorias, a depreciação é calculada de uma forma mais complexa, que depende do chamado "teste de recuperabilidade", que identifica o valor real de um ativo.
"As empresas não têm que apenas depreciar o bem, mas precisam também amortizar pelo prazo da concessão e fazer o teste para avaliar o valor deste bem", diz Joanília Neide de Sales, professora de Contabilidade da Universidade de São Paulo (USP) e da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi). Segundo ela, a mudança traz uma dificuldade a mais, pois o cálculo da depreciação dos ativos financeiros e intangíveis exige do contador mais conhecimentos de finanças e do negócio da empresa.

A figura mostra uma página do livro Principia Mathematica, de B. Russell e Alfred N Whitehead. Os dois matemáticos ingleses levaram dez anos para escrever um livro que pretendia transformar a matemática em lógica pura. O volume I da primeira edição teve uma tiragem de 750 cópias. Em razão do número de páginas e da complexidade da obra, a editora estimava uma perda de 600 libras para publicar a obra. Os editores fixaram uma perda máxima de 300 libras; Russell e Whitehead conseguiram 200 libras de doação da Royal Society. A diferença teve que ser paga do próprio bolso dos autores. Qual o prejuízo anual que os cientistas tiveram?
Resposta do Anterior: o governo da Bolívia diz que irá fazer uma auditoria para verificar a razão do aumento de preço da Coca-Cola, de 12%.
Coca-Cola, Bolíva e Auditoria. O que faz com que estas três palavras estejam vinculadas? É uma notícia recente.
Resposta do Anterior: Os deputados ingleses são pouco gananciosos. Chaytor pediu reembolso de 22 mil euros, somente. Fonte: Antigo Deputado Condenado a 18 meses de prisão. Diário de Notícias, 7 de janeiro de 2011
Você já percebeu que toda vez que ocorre uma batida policial e o servidor da lei encontra um caderno com anotações dos "clientes" do traficante, diz-se que encontrou a "contabilidade" do tráfico. Qual a razão para isto ocorrer?
Tenho duas possíveis explicações. Primeiro lugar, a palavra contabilidade é muito usada como sinônimo de conta. Mas isto não muito sentido quando verificamos o significado da palavra num dicionário: além da ciência, do curso, da atividade do contador (escrituração no meu dicionário Houaiss), do local numa empresa onde o contador faz seu trabalho o dicionário traz dois significados próximos. O primeiro: conjunto de documentos e dos livros para o contabilista fazer a escrituração; o segundo: cálculo e planejamento de despesas e ganhos. Mas é difícil imaginar que sejam estes os significados já que os "livros" apreendidos geralmente são muito mais próximos de listas dos clientes e dos estoques dos produtos do que uma escrituração. Ou seja, a minha primeira possível explicação não é adequada.
A segunda possível explicação eu denomino de "meliante". Um delegado, em lugar de chamar um suspeito de "traficante" e "bandido", utiliza o termo "meliante" ou algo próximo. A palavra "meliante" demonstra muito mais cultura do que usar o termo "suspeito" ou algo do gênero. De igual forma, falar em "listagem de clientes" ou "anotações" é muito simplório; já o termo "contabilidade do tráfico" possui um poder de impressionar maior.