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04 agosto 2009

Minoritários

Controladores e minoritários terão de equilibrar interesses
Por Graziella Valenti, de São Paulo - Valor Econômico - 3/8/2009

A reação dos especialistas aos limites criados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para as operações de incorporações, mais novo formato para aquisições e associações de empresas, deixa evidente a diferença de interesses da base acionária de uma companhia. E traz a mensagem de que quando controladores e minoritários não forem atendidos, haverá queda de braço antes de uma transação se concretizar.

Ao avaliar a operação entre Duratex e Satipel, que resultará na maior companhia de painéis de madeira do Hemisfério Sul, o colegiado da autarquia decidiu que quando uma incorporação, ainda que entre companhias de donos independentes, atribuir condições diferentes entre espécie e classes de ações, a fatia que tiver o pior tratamento terá condições de vetar a operação ou negociar melhor valor para seus ativos. Para tanto, a parte que receber a melhor condição fica impedida de votar na assembleia que avaliar a operação.

Antes das empresas de construção, o modelo foi usado na criação da Brasil Foods (BRF), resultado da união de Perdigão e Sadia. Na prática, a estrutura mistura os conceitos legais de venda de controle com os de incorporação.

Entretanto, como a decisão do regulador foi para o caso da Duratex, Sadia e Perdigão consultarão a CVM ao longo da semana para saberem se terão que seguir o mesmo entendimento, segundo apurou o Valor.

A companhia de painéis de madeira já informou, na sexta-feira, que o controlador não votará na assembleia, em atendimento à decisão do regulador.

As incorporações são, em geral, recebidas com desconfiança pelo mercado por serem compulsórias para os minoritários, especialmente quando há controle definido na empresa. Como dependem apenas do crivo da assembleia de acionistas e como o dono tem maioria, a aprovação é certa nesses casos.

Para reduzir esse descontentamento, as operações em questão ofereceram aos acionistas fora do controle 80% ou pouco mais que isso da condição atribuída ao dono, para detentores de ordinárias e preferenciais. Basearam-se no direito que esse grupo tem em caso de venda do controle, estabelecido pela Lei das Sociedades por Ações, conhecido como tag along.

Mas a decisão da CVM deixa claro que não há como estabelecer tal relação, considerada, inclusive, indevida para incorporações. Dois diretores do regulador foram além na análise do caso: consideraram ilegal atribuir direito econômico diferente às ações ordinárias do dono e do investidor, o que não seria permitido pela Lei das S.As.

Pedro Rudge, sócio da gestora de recursos Leblon Equities, acredita que as operações em questão não eram economicamente ruins, mas tinham potencial danoso, como exemplo. "Foi uma decisão muito importante, especialmente, olhando para frente, para o que poderia vir."

Régis Abreu, diretor da comissão técnica da Associação de Investidores no Mercado de Capitais (Amec), alerta que essas transações transformaram um direito (tag along) numa obrigação. "A posição da CVM foi emblemática. Acendeu a luz de alerta para as próximas negociações."

Já para banqueiros de investimento que desenvolvem as estruturas junto com advogados, a posição da CVM não foi positiva. Ao contrário, o ambiente de negócios ficaria muito mais difícil. Para eles, a incorporação é o meio mais adequado, por facilitar o aproveitamento das sinergias operacionais. O resultado prático de uma operação desse tipo é que ou a empresa se torna uma subsidiária integral ou é completamente absorvida ao ser incorporada. E isso facilitaria a gestão após uma aquisição ou fusão, tornando-a mais eficiente.

Na prática, segundo um dos banqueiros consultados pelo Valor, a decisão coloca os minoritários das empresas envolvidas na mesa de discussão, tornando a negociação mais complexa e o consenso dos interesses mais difícil. Seria, assim, perda de eficiência.

O debate da questão na CVM, conforme apontam as atas da reunião do colegiado em que a decisão foi tomada, indica que foi justamente essa a intenção: dar ferramentas para que todos negociem sobre sua condição, de forma a evitar que algum grupo específico seja beneficiado em relação a outro.

Em seu voto, o diretor da autarquia e relator do caso, Marcos Pinto, afirma ser "óbvio que a incorporação beneficia o controlador de modo distinto dos demais, o que é suficiente para caracterizar o benefício particular". A Lei das S.As determina que caso haja alguma vantagem desse tipo, o beneficiado não pode votar na assembleia sobre a questão. "Embora cada acionista tenha interesse em definir uma relação de troca mais favorável para si próprio, apenas o controlador está recebendo tratamento especial", escreve ele. Daí, a conclusão do colegiado.

Pinto enfatiza, em seu voto, ser natural que a preocupação da incorporadora seja com o valor total do negócio e não com sua divisão. Já os controladores também tendem a, naturalmente, buscar um preço melhor para sua posição, enquanto que os minoritários podem ficar de fora do debate.

O ex-presidente da CVM Luiz Leonardo Cantidiano é um crítico do argumento do benefício particular. Por isso, vê com ressalvas a decisão, numa avaliação preliminar. Contudo, acredita que há espaço para debater, especialmente, a diferença de tratamento entre as ordinárias dos controladores e dos minoritários.

Embora a decisão da autarquia atenda às queixas recentes, os investidores sabem que os conflitos não terminarão. "Criatividade sempre vai existir. Não dá para o regulador fazer regra pensando em quem não vai cumprir", pondera Rudge, da Leblon.

A linha do tempo das regras para operações mostra o equilíbrio das forças ao longo do tempo. No começo dos anos 2000, muitos controladores faziam ofertas pelas preferenciais no mercado, em busca de preço médio. Veio, então, a instrução regulando ofertas por ações e essas transações tornaram-se mais raras. Surgiram, então, as incorporações de controladas. Em setembro do ano passado, a CVM emitiu um parecer, com orientações para dar mais equilíbrio a tais transações. Na sequência, surgiram as incorporações como aquisições. A diferença é que, desta vez, a definição veio antes da concretização dos negócios.

Conselheiros

Enquanto muitos executivos viram sua remuneração encolher com a redução dos bônus e até com a renegociação de contratos de trabalho este ano, os conselheiros de grandes companhias no Brasil conseguiram um aumento médio de 13% em seus salários mensais, em comparação com 2008. Um presidente de conselho, hoje, pode receber mais de R$ 56,5 mil por mês e um diretor acima de RS$ 17,2 mil.

Essa constatação aparece em pesquisa realizada pela consultoria Towers Perrin com 25 empresas listadas na Bovespa. "O salário dos conselheiros subiu mais que a inflação e a remuneração dos executivos", diz Felipe Rebelli, sócio-gerente da área de remuneração da Towers Perrin para a América Latina.

A própria crise, segundo ele, trouxe mais trabalho para os conselheiros. "Eles ficaram mais expostos, mas também mais valorizados", diz Rebelli. A pesquisa mostrou, por exemplo, que 32% das empresas no Brasil já oferecem como benefício, o seguro de responsabilidade civil de administradores (D&O). Ele cobre custos de defesa e indenizações relativos a reclamações dirigidas aos segurados, como ações judiciais, processos administrativos.

Segundo o estudo, houve um aumento também na presença de consultores independentes, contratados no mercado e sem vínculos societários com a empresa. Quase metade das empresas pesquisadas possui um mix de conselheiros internos, com diretores executivos ou acionistas e conselheiros profissionais. "A Bovespa exige que as empresas tenham no mínimo 20% de independentes para que possam ingressar no Novo Mercado. Isso está contribuindo para esse aumento", afirma Rebelli. Especula-se, inclusive, que esse percentual suba para 30%. Para o consultor, isso deve acirrar a disputa pelos executivos mais qualificados daqui para frente.

A remuneração dos independentes, em média, aparece no levantamento como 40% superior à dos demais conselheiros. Segundo Rebelli, os conselheiros internos, em todo o mundo, estão vendo que existe um certo conflito em ser remunerado como executivo e membro do conselho, assim como o acionista que já recebe dividendos da companhia.

Outra constatação da pesquisa é o aparecimento de mais comitês dentro dos conselhos. "O cenário externo complicado e os problemas com derivativos no Brasil acenderam a luz amarela para a necessidade de se dar mais atenção a assuntos específicos", diz Rebelli. Isso fez aumentar a pressão nas companhias de capital aberto que possuem investidores estrangeiros para que criassem comitês de auditoria e remuneração.

Nos Estados Unidos e na Europa esses comitês são obrigatórios. No Brasil, os conselhos fiscais, presentes em 65% das empresas pesquisadas, costumam cumprir esse papel. Agora, entretanto, com a necessidade das empresas buscarem o alinhamento às novas práticas internacionais, os comitês começam a ganhar espaço dentro dos conselhos de administração. Quase 56% das companhias pesquisadas já possuem um de auditoria e 44% outro para tratar exclusivamente de remuneração.

A maioria das empresas pesquisadas remunera os conselheiros com salários fixos. Nos Estados Unidos, é comum existir a combinação de uma parte fixa e outra variável na forma de ações. "Eles estão tentando simplificar isso, porque a grande questão é: um conselheiro pode ter isenção e independência tendo uma remuneração variável?", diz o consultor. "É uma situação conflitante".

O que se discute hoje, segundo Rebelli, é um modelo onde o executivo só poderá exercer as ações depois de 3 a 4 anos de sua saída do conselho. "Ele não poderia induzir a venda de um ativo, por exemplo, para fazer subir o preço da ação próximo a sua saída", explica. Vale lembar que os conselhos são responsáveis pela gestão dos planos de stock options. "O conselheiro não pode ser ao mesmo tempo gestor e elegível a esses programas", diz.

Valorizados com a crise, conselheiros recebem até aumento de salário
Por Stela Campos, de São Paulo - Valor Econômico - 3/8/2009

Adoção da IFRS

(...) Um novo artigo examinou as consequências econômicas da obrigatoriedade de usar IFRS no mundo. Ele analisou os efeitos na liquidez do mercado, no custo de capital e no valor de mercado de uma ação de uma empresa comparado com o valor patrimonial em 26 países usando uma amostra de 3100 empresas que foram obrigadas a adotar a IFRS. (...) O estudo apresentou fraca evidência nos beneficios da comparabilidade. (...)


Fonte; aqui

03 agosto 2009

Rir é o melhor remédio


Fonte: Aqui

Convergência entre os países de língua portuguesa

Finanças: Novo presidente da CNC quer diminuição dos custos para empresas que operam no exterior
Agência Lusa - Serviço Economia - 30/7/2009

Lisboa, 30 Jul (Lusa) - O ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, deu hoje posse a Domingos Cravo como presidente da Comissão de Normalização Contabilística (CNC), que assumiu o objectivo de baixar os custos das empresas que têm operações no estrangeiro.

"Um dos grandes desafios do novo sistema de normalização contabilística é o desenvolvimento de cooperação bilateral, com os principais parceiros comerciais de Portugal e com os países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), de forma a diminuir os custos [provocados pelos diferentes sistemas de contabilidade] para as empresas que desenvolvem actividades lá fora", sublinhou Domingos Cravo.

Teixeira dos Santos, por seu turno, destacou a larga experiência ao nível "da docência e da prática" do novo presidente da CNC, frisando que a comissão a partir de hoje liderada por Domingos Cravo "é uma unidade tecnicamente independente, apesar de financeiramente englobada no Ministério das Finanças".

"Vamos dar início a um novo ciclo em matéria de normalização contabilística, cuja primeira fase foi lançada em 1975 e a segunda por ocasião da adesão de Portugal à União Europeia", sublinhou o presidente do CNC.

"É preferível procurar normalizar à 'priori' do que resolver à 'posteriori'" as questões contabilísticas, defendeu Domingos Cravo, acrescentando que "as normas [de contabilidade] nunca são neutras e influenciam os resultados económicos das empresas".

O novo presidente da CNC disse ainda que, no que toca às "pequenas entidades [empresas], a sua protecção advém do sistema contabilístico simplificado", mas salientou que "é importante avaliar se [a simplificação contabilística a que estão sujeitas] não causa reduções na qualidade da informação".

Bancos e Crise

Um artigo interessante de Floyd Norris, especialista em contabilidade que escreve nos jornais dos EUA. Os grifos são do blog.

Em busca da saída
Folha de São Paulo - 3/8/2009
Países agora fogem dos bancos globais
FLOYD NORRIS

A era da globalização financeira pode estar chegando ao fim.

A aversão virtualmente universal aos erros e excessos dos gigantes financeiros não levou a qualquer consenso real sobre o que fazer. Em vez disso, os países estão protegendo seus interesses ou, simplesmente, discutindo.

Recriminações estão na moda, seja contra os reguladores que permitiram grandes pacotes de benefícios aos banqueiros salvos pelo resgate, seja contra instituições financeiras que já eram impopulares em alguns países muito antes da crise financeira.

Samuel Johnson certa vez disse que "quando um homem sabe que será enforcado em duas semanas, concentra sua mente maravilhosamente". Ele deveria ter acrescentado que ser poupado da pena de morte pode fazer a mente divagar. Essa divagação pode ser vista no Reino Unido, onde o governo trabalhista montou uma reforma regulatória que a oposição conservadora prometeu revogar se vencer a próxima eleição, conforme se prevê.

Ela é vista em Washington, onde o Federal Reserve (Banco Central americano) e o Tesouro estão sendo açoitados no Congresso por causa de ações que teriam sido necessárias para evitar o colapso do ano passado na economia global.

O Instituto das Finanças Internacionais, que reúne grandes instituições financeiras globais -justamente as mais afetadas por um eventual recuo acentuado na globalização financeira-, recentemente divulgou um relatório apelando por cooperação internacional e manifestando particular temor com os esforços nacionais para aplicar regras diferentes aos afiliados locais de bancos internacionais.

"Estamos operando em um mundo globalmente interconectado, onde precisamos fortalecer a capacidade do sistema para minimizar os riscos e maximizar os benefícios do mercado global interconectado", disse Josef Ackermann, executivo-chefe do Deutsche Bank e presidente do instituto.

Os grandes bancos estão especialmente preocupados com uma proposta da Autoridade de Serviços Financeiros do Reino Unido para "cercar" o patrimônio das subsidiárias britânicas de firmas financeiras estrangeiras. Outros países indicam que podem seguir o exemplo, citando a forma como o Lehman Brothers repatriou patrimônio antes de falir.

Para qualquer país, disse o grupo, poderia parecer prudente. "Mas isso pode apenas frear a recuperação global, a capacidade financeira global e a habilidade de reagir a problemas globais de liquidez."

Mas o que era global antes da crise rapidamente virou local. Os países que mais sofreram foram os que não tinham um sistema bancário de propriedade local -como no Leste Europeu- e os que tinham sistemas bancários muito maiores do que a nação era capaz de resgatar -como a Islândia.

Para muitos, a crise demonstrou os perigos para os países anfitriões de dependerem de bancos estrangeiros, que são supervisionados por reguladores de seus países-sede. Quando os resgates foram necessários, os países-sede relutaram em deixar que o dinheiro fosse usado no exterior.


Charles Dallara, diretor-gerente do instituto, citou um dirigente de Banco Central que lhe teria dito, reservada e tristemente, que "estamos voltando a um mundo de bancos nacionais". Dallara acha que isso seria desastroso para a eficiência e o crescimento globais.

Poderia haver um debate saudável sobre tal questão. Nos últimos 30 anos, a globalização financeira parecia crucial para o aumento da prosperidade global. Será que esse histórico não merece respeito, ou não há formas de manter os benefícios sem evitar uma nova crise?

Mas esse debate não está ocorrendo. Líderes dos principais países são unânimes quanto à necessidade de um sistema regulatório global coordenado -mas demonstram pouca disposição para criá-lo. Falam globalmente quando o G20 se reúne e agem localmente quando voltam para casa. Os bancos admitem que fizeram uma bagunça, mas imploram por um novo sistema regulatório que seja consistente fronteiras afora e suficientemente flexível para permitir a inovação.

Na Europa, há muito mais hostilidade às agências de avaliação de crédito e aos fundos de "hedge" do que nos EUA. Então, regras mais rígidas podem ser aplicadas por lá.

Nos EUA, as propostas do governo Obama podem estar claudicando no Congresso. Os banqueiros, tendo sobrevivido aos resgates, recuperaram o suficiente para elevarem novamente seus próprios salários e pressionarem políticos na Europa e nos EUA a forçarem um relaxamento nas regras de contabilidade. Isso significa permitir que os bancos divulguem lucros maiores, ao custo de congelar alguns bens. Se houvesse um mercado ativo de títulos podres, os bancos poderiam ter de reconhecer prejuízos que agora podem fingir que irão sumir se forem ignorados.

Essa batalha, na qual os bancos têm tido pelo menos o apoio discreto de alguns reguladores, demonstra os riscos de depender dos reguladores bancários para cumprir outras tarefas, como proteger os consumidores ou regulamentar o risco sistêmico.

O primeiro dever dos reguladores bancários é proteger o sistema bancário. Isso normalmente significa manter os bancos saudáveis, o que é do interesse de todos. Mas, se os bancos são fracos, pode parecer boa a ideia de ocultar parte dessa fraqueza, para ganhar tempo até que os bancos recuperem sua saúde. É preciso resistir a essa tendência ao sigilo, particularmente porque ela pode ajudar a obscurecer as falhas regulatórias que criaram o problema. Podemos ter certeza de que o Federal Reserve colocaria a proteção do consumidor acima dos lucros bancários num momento de estresse?

É incrível que hoje em dia o Fed esteja sendo atacado não por suas falhas pré-crise, mas pelos passos que deu para conter com sucesso a crise de meses atrás.

Todos deveriam lembrar-se de como o mundo financeiro esteve perto do desastre -e da necessidade de fazer o sistema financeiro voltar a funcionar, sem garantias públicas para tudo que estiver à vista, e com suficientes salvaguardas e regulamentos para evitar uma nova crise.

02 agosto 2009

PME e Iasb

(...) As empresas estadunidenses são livres para usar as regras das PME [Pequenas e Médias Empresar] desde que o American Institute of Certified Public Accountants reconheceu o Iasb como um padronizador contábil.

(...) Na União Européia, onde os padrões contábeis estão fragmentados numa multitude de padrões contábeis nacionais, as economias de custos podem ser mais significativa.(...)

Simplificações:
=> Eliminação de itens não usado por empresas fechadas – lucros por ação, demonstrações trimestrais, relatórios por segmentos.
=>Métodos mais simples de contabilidade – instrumentos financeiros, terrenos, máquinas e equipamentos, ativos intangiveis, investimentos em joint ventures, planos de benefícios e outros
=> Evidenciação reduzida

Fonte: IFRS Lite

31 julho 2009

Rir é o melhor remédio


Fonte: aqui

Teste #130

Um curiosos resolve usar o Yahoo para saber sobre o desempenho de uma empresa. Encontrou os seguintes termos:

Débitos correntes
Declaração de rendimentos
Folha de Balanço
Gastos Operativos
Rendimento Total

Você saberia "traduzir" estes termos?

Resposta do Anterior: Figura 1 = Vale; Figura 2 = Aracruz; Figura 3 = Inbev

Aluguel e Preço em Amsterdam

Uma pesquisa sobre aluguéis em Amsterdam consegui estabelecer um série histórica de 355 anos - entre 1650 a 2005. Os autores demonstraram que os dados são cointegrados, o que permite estudar o movimento do aluguel versus preço ao longo do tempo.

Mais detalhes aqui

Orgânicos

Estudo inglês desmistifica orgânicos
Cláudia Collucci e Rachel Botelho
Jornal do Commércio do Rio de Janeiro - 30/7/2009

Os alimentos orgânicos não apresentam benefícios nutricionais superiores aos alimentos comuns, concluiu a maior revisão de estudos já feita sobre o assunto, com 162 artigos científicos publicados nos últimos 50 anos. O trabalho foi encomendado pela agência de alimentos do governo britânico.

Para os autores da pesquisa, não há evidências que fundamentem a escolha de orgânicos em detrimento dos alimentos produzidos convencionalmente, com base na superioridade nutricional de uns sobre outros. A pesquisa foi publicada ontem no American Journal of Clinical Nutrition. "Existe um número mínimo de diferenças em teor de nutrientes entre os alimentos orgânicos e os convencionais, sem relevância em termos de saúde pública”, disse Alan Dangour, um dos autores do estudo.

Para ele, os consumidores estão pagando preços mais altos por alimentos orgânicos devido a seus supostos benefícios para a saúde, criando um mercado global de orgânicos que movimentou US$ 48 bilhões em 2007. No Brasil, a estimativa do governo federal é que os orgânicos movimentem R$ 500 milhões por ano e envolvam 15 mil produtores, com uma área de cultivo de 800 mil hectares.

Embora reconheçam a semelhança do valor nutritivo dos orgânicos e dos alimentos convencionais, médicos ouvidos pela reportagem defendem que os primeiros continuam em vantagem por não serem cultivados com agrotóxico. "Nutricionalmente, o orgânico não tem diferença em termos de composição, mas se difere em termos de preservação de solo, de forma de cultivo e uso de agrotóxico”, afirma o nutrólogo Daniel Magnoni, do Hospital do Coração.

30 julho 2009

Futebol, Evidenciação e Desempenho

Qual o nível da evidenciação das informações contábeis geradas pelos clubes de futebol no Brasil? Usando uma abordagem de checklist, eu, Higor Teixeira e Jorge Katsumi fizemos uma pesquisa em 19 clubes de futebol no Brasil - todos da série A ou B do campeonato brasileiro de 2007. Os clubes que participaram do estudo foram os seguintes:

Atlético Mineiro; Barueri; Atlético Paranaense; Coritiba; Corinthians; Gama; outro de Minas; Ponte Preta; Flamengo; Santo André; Fluminense; São Caetano; Grêmio;
Internacional; Palmeiras; Paraná; Santos; São Paulo; e Vasco.

A tabela a seguir mostra a evidenciação dos itens recomendados pela Lei 6404. O único clube que não divulgou todas as demonstrações do artigo 176 da lei foi o Gama - publicou apenas o Balanço e a DRE. O Gama também não publicou o parecer de auditoria. Mas somente 6 redigiram o Relatório de Administração.



A tabela a seguir mostra os itens de menor evidenciação. Somente um clube divulgou o balanço social, por exemplo.


O gráfico a seguir mostra a relação entre receita e evidenciação. Em outras palavras, quanto maior o clube (ou seja, maior receita) maior a evidenciação contábil. Existe um ponto fora do padrão (outlier) que é o Vasco, com receita de R$51 milhões e baixa evidenciação.


O ponto mais interessante encontra-se a seguir. A relação entre evidenciação e desempenho é positiva. Ou seja, os clubes com melhores desempenho em campo foram aqueles que evidenciaram mais suas informações. A relação não é muito forte (R2 de 0,23 indica que 23% da evidenciação poderia ser explicada pelo desempenho), mas é significativa.



Este trabalho será apresentado no Congresso USP de Iniciação Científica, no dia 31 de julho, as 16:30. Estão todos convidados a participar.

Teste #120

Você seria capaz de ligar os gráficos das cotações anuais, em bolsas dos EUA, de três empresas brasileiras: Aracrzu, Inbev e Vale



Figura 1


Figura 2


Figura 3

Resposta do Anterior: a = iii; b = i; c = ii

Manipulações do mercado publicitário

Formatura casa com propaganda online?
Ethan Smith e Sabrina Shankman, The Wall Street Journal
The Wall Street Journal Americas - 29/7/2009

Mês passado, Kenya Mejia, de 18 anos, encerrou seu discurso de formatura na Escola de Ensino Médio Alexander Hamilton, de Los Angeles, com um recado surpreendente: declarou abertamente a paixão por um colega.

"Não posso deixar passar esta oportunidade", disse Mejia, que vai estudar no Instituto de Tecnologia de Massachusetts, o MIT. "Eu te amo Jake Minor!"

A audiência se empolgou. Minor se levantou e comemorou a declaração. E, poucos dias depois, Mejia descontou um cheque de US$ 1.800.

A comoção criada por Mejia foi na verdade parte de uma jogada elaborada por executivos e consultores de marketing para o estúdio de cinema Twentieth Century Fox, cuja sede se localiza a uns 3 quilômetros da Alexander Hamilton.

O objetivo da armação, que incluiu uma empresa de marketing chamada Intelligence Group e pelo menos outra firma, era criar burburinho "viral" na internet para a comédia romântica "I Love You, Beth Cooper" (sem previsão de lançamento no Brasil), em que o protagonista usa um discurso de formatura para declarar seu amor pela garota mais popular da escola. A Fox e seus consultores conceberam o plano para recriar a cena antes da estreia do filme nos Estados Unidos, em 10 de julho, dizem pessoas a par da questão, na esperança de provocar discussões online sobre como o filme supostamente inspirou imitadores.

O incidente é um exemplo de uma tática cada vez mais comum em Hollywood: encenar eventos que parecem espontâneos para inspirar burburinho na internet.

"Brüno", uma comédia da Universal Pictures que estreou no mesmo dia que "Beth Cooper", usou métodos parecidos. Na cerimônia do prêmio de cinema da MTV, em maio, o astro do filme, Sacha Baron Cohen, foi jogado abruptamente por fios sobre o rapper Eminen numa aparente falha técnica que deixou os dois numa posição sugestiva.

Depois de dias de especulação sobre se o episódio foi realmente um acidente, o rapper reconheceu que ele havia sido encenado pelos realizadores do filme.

Em 2007, a Hollywood Records, gravadora da Walt Disney Co., ajudou a cantora Marie Digby a produzir vários vídeos de aparência caseira para divulgação na internet. Só depois que os vídeos começaram a atrair milhões de visitantes é que a gravadora divulgou um comunicado anunciando que tinha contratado "o novo fenômeno do YouTube" — embora as duas partes já tivessem um contrato desde 2005. Mas a carreira de Digby acabou não decolando.

Algumas semanas antes da temporada de graduações, um empregado da Intelligence Group pediu a membros de um grupo de estudos que ajudassem a encontrar formandos. A empresa, divisão da Creative Artists Agency, faz pesquisas regulares com milhares de adolescentes para identificar tendências de consumo. Um participante era amigo de Mejia e a abordou com a proposta da empresa: ela receberia de US$ 1.000 a US$ 1.500 se mencionasse o filme e dissesse que o trailer a inspirara a fazer sua própria confissão.

Mejia, que se descreve como "tipo assim, a pessoa mais introvertida do mundo", diz que ainda não consegue acreditar que participou da trama. "Não sei o que me deu na cabeça", disse Mejia ao Wall Street Journal por telefone de Cambridge, no Estado de Massachusetts, onde ela está matriculada em diversas aulas preparatórias de ciências antes de começar o primeiro ano de faculdade.

A Fox contratou outra firma para filmar o episódio num estilo que imitasse o de um vídeo caseiro. A empresa então o colocou no YouTube — uma tática empregada por um número cada vez maior de marqueteiros interessados em criar vídeos aparentemente amadores que parecem mais autênticos do que anúncios convencionais.

Infelizmente para o estúdio, a jogada não deu frutos. "I Love You, Beth Cooper" foi um fracasso numa temporada em que os filmes andam faturando bem. O filme, de produção estimada em US$ 19 milhões, arrecadou apenas US$ 13,4 milhões nos EUA nas primeiras três semanas, segundo o site Hollywood.com. Nem Mejia o viu.

Um porta-voz da Fox, filial do conglomerado de comunicação News Corp., que também controla a Dow Jones & Co, editora do Wall Street Journal, disse: "Contratamos uma empresa externa para pesquisar oportunidades de publicidade viral, e essa foi uma das oportunidades que eles encontraram." Uma porta-voz da Creative Artists Agency se negou a comentar.

Mejia diz que planeja usar os US$ 1.800 que ganhou para pagar despesas no MIT. Pessoasa par da transação confirmam a quantia, mas não está claro por que ela recebeu mais do que a oferta inicial.

Vale

Vale: lucro líquido cai 81,5% no 2º trimestre para R$ 1,46 bi
AE Conjuntura e Finanças

O lucro líquido da mineradora Vale caiu 81,5% no segundo trimestre deste ano, para R$ 1,46 bilhão. Pelo padrão de contabilidade norte-americano, o lucro líquido da Vale caiu 84,2% em relação ao mesmo período do ano passado, somando US$ 790 milhões. A receita líquida da empresa no segundo trimestre teve queda de 53,3%, recuando para US$ 4,948 bilhões. O lucro antes de despesas financeiras, impostos, depreciação e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) foi de US$ 1,72 bilhão no segundo trimestre, queda de 72,3%.

De acordo com o balanço financeiro divulgado hoje pela Vale, o volume de vendas de minério caiu 28,5% ante o segundo trimestre de 2008. O preço médio do minério foi 31,48% inferior na mesma comparação. Já as vendas de níquel ficaram estáveis.

Rir é o melhor remédio


Fonte: Aqui

EMH, Finanças Comportamentais e Crise

A crise de 2007 foi devastadora não somente para os bancos, mas também para uma disciplina acadêmica inteira de economia financeira, afirma a The Economist (Efficiency and beyond, 16/7/2009). A idéia que predomina é que os economistas financeiros ajudaram a começar a festa dos banqueiros. Apesar disto, existem defensores da EMH (efficient-markets hypothesis). Myron Scholes, que venceu o Nobel de Economia em 1997 e ajudou a criar a indústria de modelagem financeira - afirmou que "existem modelos e existem aqueles que usam os modelos". Segundo a The Economist, Scholes sabe o que fala: ele participou do Long-Term Capital Management (LTCM), um fundo hedge que faliu em 1998.

Dois trabalhos anteriores, no entanto, já apontavam uma contração nas EMH. Em 1980 Sanford Grossman e Joseph Stiglitz mostraram que se todos os preços refletissem todas as informações disponíveis não haveria incentivos para os investidores. Ou seja, é necessário que o sistema funcione com um pouco de ineficiência.

Mais recentemente, os pesquisadores começaram a investigar as chamadas “institutional frictions” dos mercados. Entre estes pesquisadores, aqueles que se dedicam as finanças comportamentais. O texto destaca o livro de Shiller e Akerlof, Animal Spirits. E o trabalho de Thaler, que afirma que os pesquisadores da área são menos arrogantes.

Mas existe uma convergência entre ambas as teorias já que elas estão perguntando as mesmas questões.

Balanço ou Balancete

Com respeito a postagem Este Seria um Bom Teste recebo a seguinte contribuição do Alexandre Alcantara:

Dizer que balancete "não segue as normas contábeis vigentes" é um absurdo cometido pelo advogado que não sabe que balancete é levantado antes do encerramento das contas de resultado.

É claro que se o balancete é fruto da falta de observancia de normas o balanço idem.

Um abusrdo mesmo. Algumas pessoas que leram este mesmo post em meu blog tb perceberam.

Concordo com o mesmo que se o Edital pede Balanço, somente Balanço pode ser aceito. O problema que algumas comissões de licitação não entendem de contabilidade (então para que pedem balanço?) e pedem o Balanço do último mês, pensando que tudo é a mesma coisa.

Capital Social

Uma única inovação ocorrida no século XV teve enorme influência para o progresso, a inclusão social e a redução da pobreza. Foi a invenção [sic] do conceito de capital social pelo frei Luca Paccioli, o criador da contabilidade. Esse conceito perdura até hoje em todos os contratos sociais e balanços das empresas brasileiras. (...) O conceito de capital social permitiu a criação da empresa de responsabilidade limitada. Depois de Paccioli, se você montasse um negócio, sua responsabilidade, ou "desgraça", ficaria limitada ao capital social, e não abrangeria a totalidade de seus bens pessoais, como antes.


O Capital Social -Kanitz - Dica de Alexandre Alcantara