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14 julho 2009

Links

Significância estatística não é uma métrica, não mede a importância de uma relação

Finanças Públicas: A situação financeira da Califórnia

Uso estratégico da Contabilidade

Valor da educação na recessão

Teste #109

Faça uma associação entre o local do nascimento e a figura contábil correspondente;

a) Borgo, Toscana, região central da Itália
b) Florença, cidade italiana
c) Harran, atualmente uma cidade turca, mas no passado um importante centro comercial da Mesopotânia
d) Tus, localizada no atual Irã

1) Abū Ḥāmid Muḥammad ibn Muḥammad al-Ghazālī (1058-1111), classificou a economia como uma ciência
2) Frei Luca Bartolomeo de Pacioli (1446/7–1517), primeiro a descrever as partidas dobradas
3) Giovanni di Bicci de' Medici (1360 – February 20/28, 1429), banqueiro
4) Taqi ad-Din Ahmad ibn Taymiyyah (1263 – 1328) - detalhou o sistema contábil dos muçulmanos

Resposta do Anterior: 2

Por favor não comprem minhas ações

Parece que isto é algo inédito. Segundo o excelente blog Footnoted, especializado nas demonstrações contábeis de empresas, em especial a parte narrativa, a GM aconselhou os investidores a não comprarem suas ações (GM: Please don’t buy our stock!)

No press release que acompanhou a divulgação das informações trimestrais a empresa faz a seguinte afirmação:

A administração da GM notou a persistência de volumes elevados de negociação das ações ordinárias da GM a preços superiores a US $ 1. A administração da GM continua lembrando os investidores da sua forte convicção de que não haverá um valor para os acionistas ordinários no processo de falência, mesmo sob o mais otimista dos cenários. Acionistas de uma empresa no capítulo 11 geralmente só recebem valor se todas as obrigações da empresa, credores com ou sem garantia, estiverem plenamente cumpridas. Neste caso, a administração da GM acredita firmemente que todas esses reivindicações não serão totalmente preenchidas, o que leva a conclusão de que as ações ordinárias da GM não terão qualquer valor.

Tailândia e IFRS

Conforme notícia da agência Thai News Service (Thailand: IFRS international accounting standards will be implemented by Thai listed companies from 2011, 14/7/2009), a Tailândia deverá adotar as normas internacionais de contabilidade. A data, para empresas listadas na bolsa, é 2011, para as empresas do SET50. Para as empresas do SET100 o prazo é 2012.

Segundo a CVM da Tailândia, através do diretor de supervisão contábil, Thawatchai Kiatkwankul, a adoção da IFRS irá ajudar as empresas a competir no mercado global de capitais.

Achado

Achado não é roubado!

Você é honesto? Vamos ver uma experiência realizada na Escócia sobre carteiras:

Foto de bebê aumenta chances de carteira ser devolvida, diz estudo
Um estudo na Escócia deixou 240 carteiras "perdidas" pelas ruas da capital, Edimburgo, para observar quantas delas seriam devolvidas aos seus "donos".
Várias das carteiras guardavam "informações pessoais" diferentes – entre outros, fotos de um bebê, cãozinho de estimação, um casal idoso, cartões comprovando doações recentes à caridade.

Ao todo, 42% das carteiras foram devolvidas, entre elas, principalmente (88%) as que continham a foto de um neném. Em segundo lugar nas mais devolvidas estavam as que guardavam a foto do animal de estimação.
De acordo com o psicólogo Richard Wiseman, que supervisionou o experimento, as fotos despertaram sentimentos de empatia com os donas das carteiras e fizeram com que as pessoas se sentissem compelidas a tentar devolve-las.

"O que não é surpreendente, do ponto de vista evolucionário" , afirmou Wiseman, da Universidade de Hertfordshire.

Menos de metade (48%) das carteiras que levavam um retrato de família foram devolvidas, enquanto só 28% das que guardavam a foto do casal idoso.

Em último lugar na lista das mais devolvidas ficaram as carteiras com cartões de doação a instituições beneficentes (20%) e as que não nenhuma informação pessoal além do endereço.

As carteiras - sem dinheiro - foram abandonadas aleatoriamente em Edimburgo, distantes cerca de 800 metros umas das outras, para evitar que a mesma pessoa encontrasse duas.

As fotos e outras informações foram inseridas em janelas de plástico transparente.
Os pesquisadores afirmam que ficaram "impressionados" com a quantidade de carteiras devolvidas.

BBC Brasil.

Detalhes tão pequenos são importantes

Até que ponto fornecer mais informações para o usuário ajuda ou atrapalha? Esta é uma questão crucial para contabilidade financeira e para o estudo da evidenciação. De uma maneira geral acreditamos que a regra do "quanto mais, melhor" vale para a evidenciação. Mas será que é verdade mesmo?

Existem algumas pistas que mostram que isto pode ser verdade, mas a conclusão não é tão simples assim. O livro Idéias que Colam, de Chip Heath e Dan Heath, tem um relato interessante de uma experiência de dois pesquisadores a Universidade de Michagan, Jonatha Shedler e Melvin Manis (p. 124 e seguintes).

Foi simulado um julgamento onde os jurados eram solicitados a avaliar o mérito de uma mãe que estava pedindo a custódia do seu filho. Neste julgamento fictício, oito argumentos favoráveis e oito contrários a solicitação foram apresentados. Com uma diferença no nível de detalhamento dos argumentos. Num grupo, por exemplo, foi considerado a favor da mãe que ela verificava se o filho tomava banho e escovava o dente antes de dormir. Para outro grupo, informou-se que a criança usava a escova de Guerra nas Estrelas. Ou seja, os detalhes não possuiam relevância para o que estava sendo avaliado.

O surpreendente é que os jurados consideraram os detalhes na avaliação, mesmo que as informações dos mesmos fossem irrelevantes. O texto dos irmãos Heath prosseguem (p. 125-126):

O que devemos aprender com lendas urbanas e com o julgamento da Sra. Johnson? Detalhes claros aumentam a credibilidade. Mas deve-se acrescentar que precisamos saber aproveitar a verdade, os detalhes essenciais. Precisamos identificar detalhes tão convincentes e humanos quanto a "escova de dentes Darth Vader"; porém, mais significativos - detalhes que simbolizem e sustetem nossa idéia essencial.

Contabilidade e demissão na SRF

Governo queria Lina fora da CPI
Adriana Fernandes e Edna Simão
O Estado de São Paulo - 14/7/2009

O governo federal começou a se armar para enfrentar a CPI da Petrobrás com a demissão da secretária da Receita Federal, Lina Vieira. A avaliação é que Lina não era a mais indicada para defender o governo na CPI. Mesmo com a queda da arrecadação, ela só ficou “queimada” no Palácio do Planalto por causa do episódio da Petrobrás.

Lina foi surpreendida com a sua demissão nas páginas do jornal O Globo, sábado, e administra agora outra crise: os superintendentes ameaçam pedir demissão em solidariedade. Todos foram indicados por ela. Até o início da noite de ontem, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, evitava comentar o assunto. “Isso não é o assunto da conversa. Não tenho que confirmar nada”, disse, após sair da reunião ministerial na Granja do Torto. Se não confirmou, Mantega tampouco desmentiu.

A falta de comunicação oficial da demissão de Lina, segundo assessores, impôs um desgaste a Mantega e seu secretário executivo, Nelson Machado. Machado, que indicou Lina e nos bastidores era quem comandava a Receita, é um dos cotados para o posto. Outro nome é o do presidente do Conselho de Contribuintes, Carlos Alberto Barreto, remanescente da equipe do ex-secretário Jorge Rachid.

A secretária sofria pressões do governo e do corporativismo da casa. Ela assumiu há 11 meses e deu início a um desmonte do comando de postos-chave da Receita. A estratégia gerou insatisfação na corporação e disputa de poder, afetando as atividades do órgão, como a fiscalização. As metas e a Estratégia Nacional de Fiscalização, com resultados que seriam alcançados nos próximos anos, foram deixados de lado, sem que se repassasse uma nova orientação.

A demissão de Lina, segundo assessores, explicita a crise institucional que abateu o órgão, considerado um dos mais importantes do setor público federal e com papel decisivo para economia e o equilíbrio das contas públicas. A situação de caos no atendimento dos contribuintes, apontado pela própria secretária alguns dias depois da sua posse, também não foi solucionada. Ao contrário, agravou-se com o retorno dos servidores do Ministério da Previdência que não quiseram permanecer no quadro da Receita, depois da absorção da Secretaria de Arrecadação Previdenciária.

Especializados na cobrança das contribuições previdenciárias, esses servidores fizeram falta no atendimento, na avaliação dessas fontes.

Não bastassem os problemas internos, o cenário de crise financeira, retração da atividade econômica e queda da arrecadação amplificaram as distorções na condução do dia a dia das atividades da Receita Federal.

Segundo uma fonte graduada do governo, Mantega demorou a perceber que o órgão estava se desestruturando. O ministro, de acordo com a mesma fonte, estaria mais envolvido na discussão e anúncio das medidas anticrise. Ele teria subestimado o tamanho da crise interna na Receita e agora foi pressionado pelo Palácio do Planalto a demitir Lina. Há alguns dias, assessores do gabinete do ministro ainda insistiam na versão de que o bombardeio público contra a secretária partia do grupo de servidores ligados ao ex-secretário Jorge Rachid.

Outro foco de resistência seriam as instituições financeiras, que, nos bastidores, reagiam ao aparelhamento da Delegacia de São Paulo, que deveria intensificar a fiscalização das atividades dos bancos. Essa versão, no entanto, não prospera. Isso porque o reforço na delegacia da Receita em São Paulo só recentemente foi concluído, com a remoção dos últimos servidores. Portanto, como ponderou um assessor, não houve tempo para que a fiscalização surtisse efeito.

“É mais uma espécie de saída honrosa para a secretária”, reconheceu uma fonte do Ministério da Fazenda. Ninguém questiona a necessidade de renovação do comando da Receita, remanescente do governo Fernando Henrique Cardoso. A questão foi o momento do processo e a forma de condução, considerados inadequados porque os sinais da crise já estavam evidentes. “Não deu certo, foi um problema de má gestão”, admitiu um assessor de Mantega.

Em meio à desarticulação das atividades, a crise aberta com a decisão da Petrobrás de compensar créditos tributários de R$ 4 bilhões só agravou a insatisfação com Lina. À revelia do próprio Mantega, ela teria orientado a divulgação de uma nota contestando a estatal, daí a avaliação de que seu afastamento seria uma forma de o governo não respaldar um eventual depoimento de Lina na CPI da Petrobrás.

A oposição já anunciou que vai convocar a secretária para esclarecer a mudança de contabilidade da estatal e a forma como foram classificados como créditos tributários cerca de R$ 4 bilhões utilizados para compensar o pagamento de impostos.


Grifo meu.

13 julho 2009

Rir é o melhor remédio



New Yorker

Teste #108

Um comerciante comprou um estoque a R$5, vendeu a R$6, recomprou a R$7 e revendeu a R$8. Qual o lucro das operações?

Resposta do Anterior: 1) sim, May faleceu em 1961 e a TV colorida surgiu em 1954; 2) sim, ele nasceu em 1892 e a primeira transmissão foi em 1906; 3) não. Trueblood morreu em 1974 e o Super NES foi criado em 1990

Teoria dos Jogos, Racionalidade e Michael Jackson

Antes de falecer, Michael Jackson tinha firmado um contrato para fazer uma série de shows. Muitos fãs (além dos milhares) compraram o ingresso para o show assim que foi anunciado. Com a morte, abre-se a possibilidade de devolução do ingresso, recebendo o dinheiro de volta.

Uma questão que diz respeito a racionalidade da decisão humana é saber quantos irão fazer isto. Se todos devolverem, menos um, o ingresso não devolvido passa a ter um valor de mercado significativo. Temos aqui uma aplicação interessante da Teoria dos Jogos, onde a decisão de um indivíduo - e sua recompensa - depende da decisão de terceiros.

Mas o inverso pode acontecer: se todos os fãs resolverem ficar com um ingresso, menos um deles, o valor de mercado do ingresso será menor. Entretanto, esta situação pode encontrar um equilíbrio - típico de alguns jogos estudados na Teoria dos Jogos - onde deverá existir uma "estratégia mista".

Mas existe uma questão de racionalidade (ou melhor, irracionalidade) nesta situação, conforme ressalta Tim Harford (Dear Economist: Michael Jackson: ticket or refund? , 4 de julho de 2009, Financial Times). Em geral a Teoria dos Jogos pressupõe racionalidade, o que não se aplica aos fãs.

Para saber mais sobre Teoria dos Jogos, recomendo GARDNER, Juegos para Empresarios Y Economistas.

Partidas Dobradas

Alguns autores defenderam que, ao tempo do império Romano, essa civilização já conheceria e praticaria o método das partidas dobradas. No entanto, face às atuais provas documentais, não seja de se aceitar tal hipótese. Isto é, tanto os documentos contabilísticos que foram estudados como a opinião dos diversos estudiosos e especialistas dessas matérias apontam num único sentido: o método das partidas dobradas nunca foi utilizado na civilização romana, não obstante o desenvolvimento registrado nesta.

Por fim, podemos aferir a enorme importância da Contabilidade na sociedade romana a partir das diferentes versões de documentos contabilísticos e controles existentes, para além do fato de as informações contabilísticas serem importantes componentes da civilização romana.


LIRA, Miguel Maria Carvalho. A utilização do método das partidas dobradas na civilização romana. Revista Brasileira de Contabilidade, março/abril 2009, n. 176, p. 28-31


Grifo meu. Um artigo para quem gosta de estudar a História da Contabilidade.

Aquisição de empresas: quem ganha?

As pesquisas empíricas na área de finanças mostram que nos processos de aquisição os grandes ganhadores são as empresas adquiridas. Em geral o preço pago neste processo está acima do mercado. Este é o caso, por exemplo, da compra do grupo Ipiranga, ocorrida recentemente no Brasil, onde o preço determinado na operação ficou acima do preço de mercado.

A razão para que isto ocorra é simples: a aquisição é considerado vital pela gestão da empresa e oferecer um preço acima do mercado consegue quebrar as resistências na empresa adquirida. Para os acionistas da compradora resta escutar a balela da sinergia.

Entretanto esta regra geral admite exceções relevantes. Um trabalho recente publicado no Journal of Finance de junho de 2009, Do Stock Mergers Create Value for Acquirers?, de Pavel Savor (University of Pennsylvania) e Qi Lu (Northwestern University) analisam este processo.

O processo de aquisição pode ser vantajoso para a compradora, conforme constatam Savor e Lu, quando, em lugar de dinheiro, a operação ocorre através de ativos menos líquidos. Em especial através de troca de ações. Um exemplo conhecido ocorreu no acordo da America Online com a Time Warner. Esta transação aconteceu durante a bolha da internet. No acordo, a AOL pagou um prêmio elevado (48% em relação ao preço de fechamento). Inicialmente, o acordo pareceu ser favorável aos acionistas da Time Warner, que receberam ações cujo valor de mercado estava acima do preço da ação da Time Warner. Entretanto, com o tempo, as ações da America Online cairam de preço. Ou seja, o acordo foi amplamente favorável aos acionistas da AOL no longo prazo em razão do preço elevado de suas ações no mercado.

Como o número de operações de aquisição envolvendo ações é significativo - em alguns anos no passado foi maior que as operações com caixa - os resultados são relevantes por contradizer a crença generalizada de que os ganhadores são, em geral, os acionistas da empresa adquirida.

12 julho 2009

Rir é o melhor remédio


Fonte: Flickr

Explicando a queda excessiva do mercado

Para explicar o comportamento dos investidores nós teremos que voltar para disciplina de economia comportamental. Em 1979, os psicólogos Daniel Kahneman e Amos Tversky sugeriram que as pessoas sentem a dor se sustentar uma perda supera o prazer que sentem quando se tornar um ganho da mesma magnitude. Estima-se que a dor tende a ser duas e meia vez mais intensa que o prazer.

Like a doe caught in the headlights
Sanjay Kr Singh
22 June 2009
Indian Express

11 julho 2009

Rir é o melhor remédio


Fonte: New Yorker

Custos Administrativos do Medicare

Uma discussão interessante surgiu nos blogs sobre o custo administrativo do Medicare (sistema de previdência do governo dos EUA) versus instituições privadas. Tudo iniciou com um trabalho de Robert Book que compara as duas medidas. Book afirma que não é possível usar o percentual do custo administrativo sobre o custo total (6% a 8% do Medicare versus 14 a 22% dos planos privados). A razão é simples: o Medicare está concentrado em pacientes idosos, com um custo médio mais elevado. Neste sentido, usar o custo administrativo como percentagem do custo total não é adequado pois o denominador são diferentes.

Gelman (Does Medicare actually have higher administrative costs than private insurers?) apoia este ponto. Entretanto, Gelman lembra que também não é possível comparar custos de diferentes grupos potenciais. Assim, a comparação do custo médio administrativo (US$509 do Medicare versus US$453 dos planos privados) também estaria incorreto. Os pacientes do Medicare são diferentes e possuem custos administrativos mais elevados.

Já o blog Marginal Revolution faz uma comparação entre os dois setores. O setor público é financiado por verbas de impostos e não deve preocupar-se com marketing e outras despesas associadas a obtenção de receita. Isto representa uma economia de custos. Mas o setor público dedica menos esforços em monitorar suas atividades, inclusive seus gastos.

Mais sobre o assunto, aqui

Conselho Administrativo de Recursos Fiscais

Novo Conselho de Contribuintes
O Estado de São Paulo - 11/7/2009

A reforma do Conselho de Contribuintes do Ministério da Fazenda, que desde dezembro de 2008 tem o nome de Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, foi finalmente concluída com a publicação do novo regimento interno do órgão, que é encarregado de julgar os recursos administrativos impetrados por cidadãos e empresas contra autuações da Receita Federal. A surpresa é a derrota do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que, sob forte oposição de entidades empresariais e de escritórios de advocacia, tentou aproveitar a oportunidade para ampliar as prerrogativas da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN).

As novas regras de funcionamento do Conselho resultam da conversão em lei da polêmica Medida Provisória (MP) nº 499, baixada há sete meses para, entre outros objetivos, impor novas regras para compensações de crédito tributário, perdoar dívidas fiscais inferiores a R$ 10 mil vencidas há mais de cinco anos, autorizar o parcelamento dos débitos superiores a esse valor em até 15 anos e permitir que devedores excluídos dos programas de parcelamento anteriores, como o Refis, o Paes e o Paex, pudessem renegociar débitos acumulados - inclusive os que já estavam inscritos na dívida ativa da União ou em fase de execução na Justiça.

Na época, o ministro da Fazenda e o procurador-geral da Fazenda incluíram no texto da MP nº 499 várias mudanças relativas ao processo administrativo tributário, todas elas introduzidas com o objetivo de favorecer o Fisco e restringir o direito de defesa dos contribuintes, especialmente nos casos que envolvem planejamento fiscal por parte das empresas, com o objetivo de reduzir a carga tributária. Uma dessas medidas reduzia para a metade o prazo para apresentação dos recursos especiais à Câmara Superior do Conselho, onde há cerca de 4 mil processos administrativos aguardando julgamento. Outra medida mantinha um recurso exclusivo - criado por um decreto da época do regime militar - para os advogados da PGFN, rompendo com isso o princípio da igualdade entre as partes nas disputas tributárias.

As alterações introduzidas pela Câmara dos Deputados no texto da MP nº 499 e os vetos apostos pelo presidente da República ao texto parecem ter reforçado o equilíbrio de representação e asseguraram a imparcialidade do Conselho. Pelas regras antigas, os conselheiros que representavam os contribuintes eram escolhidos a partir de uma lista tríplice feita por entidades patronais, com a palavra final da Receita Federal. Pelas novas regras, esses conselheiros agora serão escolhidos por lista tríplice feita não só por entidades patronais, mas também por centrais sindicais. Um comitê de seleção, formado por representantes do Fisco e das confederações patronais, seleciona e avalia a escolha dos novos conselheiros e os submete a uma prova de direito tributário e contabilidade.

A inovação mais importante é a revogação da prerrogativa exclusiva da PGFN de recorrer à Câmara Superior nos casos de decisão das turmas e câmaras em que não houve unanimidade entre os conselheiros. Como os conselheiros indicados pelo Fisco sempre foram estimulados a assumir uma posição anticontribuinte, qualquer que fosse o processo, essa prerrogativa desequilibrava os julgamentos. No projeto de conversão da MP nº 499, o Legislativo estendeu esse recurso aos contribuintes. Mas, alegando que essa medida levaria uma enxurrada de recursos à Câmara Superior e atrasaria o julgamento definitivo dos processos, o presidente da República vetou a utilização desse recurso tanto pelos advogados da PGFN quanto pelos advogados dos contribuintes. “A medida é positiva porque em diversos casos a Fazenda conseguia reverter decisões favoráveis ao contribuinte por meio do recurso privativo”, diz o advogado Luiz Felipe Ferraz.

De fato, a revogação desse recurso valoriza as decisões das turmas e das câmaras que compõem o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, desestimula a apresentação de recursos protelatórios e permite que a Câmara Superior passe a ser um órgão uniformizador da jurisprudência. Isso deve agilizar a tramitação dos processos administrativos e tornar as decisões do Conselho mais previsíveis, reforçando a segurança jurídica, em matéria de direito tributário.

Segredos de investimento 2


Postei anteriormente sobre Sergey Aleynikov (foto), que está sendo processado pela Goldman Sachs por roubar códigos secretos do sistema de avaliação da instituição.

O Financial Times apresenta mais informações sobre Sergey, incluíndo uma carta de recomendação da Goldman para seu ex-funcionário!

10 julho 2009

Rir é o melhor remédio


Fonte: The American President is an Ass Man, Apparently

Teste #107

No teste anterior falamos do The Accounting Hall of Fame. Vamos usar três dos premiados e você irá responder se a afirmativa é verdeira ou não:

1. George Oliver May, o primeiro a ser premiado (juntamente com Montgomery e Patton) poderia ter assistido televisão a cores?
2. Eric Kohler viveu parte de sua vida sem conhecer o rádio (meio de comunicação)?
3. Robert Trueblood, do famoso relatório Trueblood - que originou no Fasb, poderia ter jogado videogame no Super NES?

Resposta do Anterior: i b; ii c; iii a