Translate

01 agosto 2008

Empreendedores Brasileiros são destaques


Na The Economist de 2 de agosto de 2008, numa reportagem sobre empreendedores (Entrepreneurship: Spreading the gospel, Number 950) o destaque para o Brasil. O texto começa com o caso da rede Spoleto:

EARLIER this year Mario Chady faced a crucial decision. Having built up Spoleto, his chain of casual Italian restaurants, to 150 outlets in Brazil, and opened in Mexico and Spain, the time had come for Mr Chady, based in Rio de Janeiro, to choose between expanding into America or putting the idea on hold for at least 18 months. To help make up his mind, he asked for help from an organisation called Endeavor, which had chosen him as a potential "high-impact entrepreneur" in 2003.

Endeavor is a non-profit group based in New York dedicated to promoting entrepreneurship in emerging economies. It had already supplied three teams of students from the Massachusetts Institute of Technology to help Mr Chady craft a strategy for America. But as he spoke to members of the Endeavor network, ranging from leading Brazilian business tycoons to fellow up-and-coming entrepreneurs, he became convinced that it was the right strategy but the wrong time. Mr Chady decided to concentrate on expanding even faster in Brazil, and leave America for later. "The US economy is not at a very good stage, whereas Brazil is very hot now. Endeavor helped me see this," he says.


Educação contábil do IFRS

A Deloitte, empresa de auditoria, informou que 100 colleges e universidades tornaram-se membros do seu International Financial Reporting Standards (IFRS) University Consortium, lançado há dois meses.

A idéia da Deloitte é melhorar a educação contábil sobre o IFRS nos Estados Unidos com material didático e experiência.

Aqui o endereço do consórcio. Fonte da notícia: Deloitte Llp; Academia Pursuing IFRS Information and Curricula Materials Vigorously, Science Letter

Como reduzir o custo do chocolate

Chocolate ganha mais gordura e indústria economiza
Valor Econômico - 01/08/2008

A indústria de chocolates no Brasil resolveu aderir à estratégia do "põe mais água no feijão". Para reduzir custos - só o cacau teve alta de 45% neste ano, até ontem - os fabricantes aumentam o teor de gordura na formulação das guloseimas. Por definição do Ministério da Agricultura, o chocolate produzido e comercializado no Brasil deve ter, no máximo, 5% de gordura vegetal e 25% de cacau, no mínimo. (...)

O que assusta a indústria agora é a alta das commodities. "Do início do ano para cá o preço da tonelada do cacau passou de US$ 2,2 mil para US$ 2,8 mil, chegando a um pico de US$ 3,2 mil em junho", diz Thomas Hartmann, produtor e um dos principais consultores do segmento cacaueiro. (...)

Para fugir do cacau mais caro, empresas como a Nestlé, anunciaram mudanças na fórmula de seus chocolates. No caso da multinacional suíça, toda linha de tabletes de 100 a 200 gramas mudou de fórmula. A Nestlé, por meio de sua assessoria de imprensa, nega que a causa seja reduzir custos. Mas para o mestre chocolateiro Arlindo Pinheiro, a mudança tem sim a ver com o barateamento da produção. "Quando a empresa tira o leite 'in natura' e a lactose da fórmula de um chocolate e os substitui por leite em pó integral, soro de leite e gordura anidra de leite, está deixando o produto com menos cacau e mais gordura. É como se diluísse o chocolate", afirma ele, comparando os ingredientes de um produto da marca antes e depois da mudança. "Se o chocolate tem mais leite, necessariamente fica com menos cacau", endossa o consultor Hartmann. Mas não é só mais leite que as novas fórmulas têm. A indústria achou uma nova maneira de interpretar a norma do nível máximo de 5% de gordura vegetal nos tabletes: a adição da gordura anidra de leite. O ingrediente, que antes não era usado no preparo das guloseimas, agora soma-se à gordura vegetal. (...)

Nova lei e auditores

Nova lei das S.A. aumenta mercado para as auditorias
Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 10 - Henrique Ribeiro - 01/08/2008

São Paulo, 1 de Agosto de 2008 - A reforma da Lei 10.638/07, a lei das S.A., em vigor desde 1º de janeiro deste ano, está causando impacto positivo nos grupos de auditoria brasileiros. A nova legislação obriga empresas que faturem mais de R$ 300 milhões por ano ou possuam ativos que ultrapassem R$ 240 milhões a terem suas demonstrações auditadas regularmente.(...)

"O grande impacto causado pela nova lei começa a partir de agora, que é quando as empresas irão fechar suas contas e algumas delas vão perceber que precisam de uma auditoria para não infringir a lei", vislumbra Wagner Muradian, diretor-comercial da Boucinhas. "A nova regulamentação vai trazer um aumento nos negócios que deve ser sentido até o final do primeiro trimestre do ano que vem", projeta.(...)

A reforma da Lei das S.A. foi realizada de forma a aproximar a legislação brasileira da International Financial Reporting Standards (IFRS), padrão internacional de contabilidade, que fortalece o emprego de auditorias pelas empresas de capital aberto. "A nova lei brasileira está totalmente alinhada à IFRS", avalia Muradian.

Outros fatores

Além da expansão da obrigatoriedade da contratação de auditorias, outros fatores contribuem para o crescimento da área, como a febre das operações de IPO (abertura de capital). "Para ir à bolsa, as empresas têm que apresentar à CVM os balanços dos três últimos anos, e eles precisam estar auditados", lembra Mudarian.

A própria competitividade entre as empresas as faz perceber que um serviço de auditoria pode ser um diferencial para a melhoria das práticas internas e a conquista de espaço no mercado. "As corporações precisam, principalmente, de validação fiscal e econômica. Acrescentando a isso as novas leis de governança corporativa, aparece a percepção de que a presença de uma auditoria é importante", explica Raul Corrêa, presidente da RCS Brasil Auditores Independentes, que cresceu 48% em 2007 e projeta novo salto de até 50% para este ano. (...)

31 julho 2008

Mercado é tudo



O blog Marginal Revolution traz regularmente uma coluna denominada “Mercado é tudo”.

Mostra situações onde o “mercado” é responsável por situações absurdas. A última do blog: Playboy em Braille (aqui).

Neste blog a notícia deveria estar no item “Rir é o melhor remédio”, não?

P.S. A foto é para mostrar que a notícia é verdadeira.

Links

1) Dicas para preparação do IASB

2) IFRS sobre segmento

3) Os endereços mais antigos da internet

4) Fasb atrasa a redução do fora do balanço atendendo a pressão

5) Ex-Executivo da Enron paga 31 milhões de dólares para encerrar o processo de uso de informação privilegiada

Armas


O gráfico mostra os maiores exportadores de armas do mundo e o destino das exportações. Fonte: Aqui

Vida privada numa empresa aberta

A recente doença de Steve Jobs levantou uma questão interessante para a contabilidade: qual o limite para divulgação de informação sobre a vida privada de um executivo de uma empresa. O caso de Jobs é interessante, pois esse executivo tem sua vida vinculada a Apple, e vice-versa.

Até que ponto isso é importante? Em alguns casos é sabido que a presença (ou ausência) de um executivo pode ser crucial para o desempenho futuro de uma entidade. Informar ao mercado sobre a doença de Jobs faz com que a informação deixe de ser assimétrica.

Para ler mais, clique aqui

Gravata

Quase ninguém usa gravata hoje em dia, reparou nisso?
(...) Pesquisa recente feita pelo Gallup nos EUA mostrou que o número de homens que usa gravata todos os dias no trabalho chegou a apenas 6%, o mais baixo percentual em toda a história desse item de vestuário. Em 2002, há 6 anos portanto, esse índice era bem melhor chegava a 10%. (...) A gravata era um símbolo de poder e autoridade até bem pouco tempo atrás. Mas o surgimento da sociedade do conhecimento fez com que essa autoridade fosse melhor representada por outros produtos, como, por exemplo, os relacionados com alta tecnologia. Por isso mesmo, as gravatas vao saindo de cena discretamente, obrigando as empresas que produzem e vendem esse acessório a rever suas estratégias.

Passivo e Valor justo

Em Fair valuation of own debt is counter-intuitive
(23/07/2008), Jennifer Hughes, reporter do Financial Times especializada em contabilidade, comenta a aplicação do valor justo para a situação do passivo e a sua aparente contradição.

A idéia é que uma entidade com dificuldades econômicas deveria avaliar seu passivo a valor justo. Nessa situação, o valor justo do passivo é menor. É como se a entidade pudesse comprar de volta o passivo por um preço menor, já que o risco é maior.

A questão é que uma entidade com problemas dificilmente irá comprar a dívida de volta, mas sim tentará encontrar mais recursos (dinheiro) para suas operações.

Hughes faz uma analogia interessante com uma pessoa que possui dívida com cartão de crédito. Como existem dúvidas sobre o pagamento da dívida, o valor justo do passivo seria menor. Mas será que terei condições de encontrar recursos para reduzir minha dívida por um valor menor que o histórico? Além disso, mesmo que use o valor justo, ainda existirá uma dívida.

Além disso, quanto maior o aumento nos problemas com meu passivo maior o ganho que irá para resultado. Contraditório?

Em outras palavras, na prática, a teoria é outra.

Banco Central (Diagnóstico SFN x IFRS)

O Banco Central disponibilizou seu diagnóstico sobre a Convergência das normas contábeis brasileiras do Sistema Financeiro Nacional para normas internacionais. De acordo com o texto de apresentação, objetivo é divulgar as ações e estudos desenvolvidos pelo Departamento de Normas do Sistema Financeiro no âmbito do processo de convergência de que trata o Comunicado 14.259, de 10 de março de 2006.

O Comunicado 14.259 divulga procedimentos para a convergência das normas de contabilidade e auditoria aplicáveis às instituições financeiras e às demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil com as normas internacionais promulgadas pelo International Accounting Standards Board (IASB) e pela International Federation of Accountants (IFAC)

Acesse aqui o diagnóstico do BACEN


Fonte: Alexandre Alcantara

Neuroeconomia

Na The Economist da semana uma extensa reportagem sobre a Neuroeconomia (Do economists need brains?)

O texto lembra que a neuroeconomia é uma tentativa de usar o Homo sapiens no lugar do homo economicus da teoria econômica. A origem está nas finanças comportamentais (que o texto denomina de behavioural economics):

Desde a década de 1980 pesquisadores neste ramo da disciplina utilizaram a psicologia para desenvolver idéias mais "realistas" dos modelos de tomada de decisões individuais, nas quais muitas vezes as pessoas fizem coisas que não representam seus melhores interesses. Mas a neuroeconomia tinha o potencial que alguns acreditavam de ir mais longe e incorporar a economia em processos químicos que ocorrem no cérebro.


Um exemplo citado é o ultimatum game, onde uma pessoa recebe uma quantia em dinheiro para dividir com um desconhecido. O segundo jogador pode aceitar ou não a oferta, mas se rejeitar ambos não recebem nada. Pela teoria econômica tradicional, qualquer valor proposta para o segundo jogador seria racionalmente interessante.

Suponha que o primeiro jogador proponha ficar com $99 e o segundo com $1. Esta proposta seria interessante para o segundo jogador, que ficaria $1 mais rico. No entanto, nas pesquisas empíricas, o segundo jogador tende a recusar essa proposta. A recusa é uma forma de punição para uma proposta que é considerada injusta.

Usando uma máquina chamada MRI, a neuroeconomia tenta verificar o que passa no cérebro dos jogadores através da visão do fluxo do sangue. Já foi encontrado que a rejeição do ultimatum game ocorre numa parte do cérebro onde as decisões de premiação e punição é realizada.

O texto lembra as críticas que a neuroeconomia (e as finanças comportamentais) estão sujeitas. Para Faruk Gul e Wolfgang Pesendorfer (The Case for Mindless Economics), o que ocorre dentro do cérebro é irrelevante para economia. O que importante são as preferências das pessoas.

Para outros, a razão da racionalidade nos modelos econômicos era a inexistência de ferramentas para entender o comportamento humano.

Os 100 atletas para as Olimpíadas

Se você acha que o Brasii- iillll irá fazer um bom papel na Olimpíadas, este link mostra a aposta da revista Time nos astros dos jogos. Dos cem citados, uma brasileira: Marta, no futebol. (É bem verdade que a revista indica Djokovic no tênis, mas não Nadal).

Auditoria e crise

Nesse artigo, a ausência de auditoria é considerada como uma das responsáveis pela crise financeira nos Estados Unidos

Há séculos existem leis que norteiam a boa prática bancária. A primeira diz: "um faz e outro confere"; a explicação é que a atividade dos bancos é altamente vulnerável a fraudes, erros de avaliação, pressões e distrações. Há versões mais modernas da lei, chamadas de controles internos, segregação de funções, auditoria, fiscalização e supervisão. Apesar das novas nomenclaturas e da sofisticação das operações, a lei na sua versão primitiva vigora para bancos individualmente e para sistemas financeiros. Se a lei tivesse sido observada com rigor, a crise americana teria sido evitada.

A origem dos problemas lá está em empréstimos imobiliários concedidos a mutuários em condições incompatíveis com sua capacidade de pagamento. A demora em verificar os detalhes dos créditos permitiu um crescimento exponencial dessas operações sem lastro real. Era uma riqueza falsa e o valor das perdas será consideravelmente superior ao dos empréstimos predatórios que originaram a quebra de confiança. (...)

Roberto Luis Troster - Leis bancárias - Valor Econômico - 31/07/2008

Auditoria não é sinal de separação de função, apesar de existir uma ligação. Além disso, mesmo que existisse a separação de função e a conferência do trabalho do outro, se o instrumento para concessão de crédito não for adequado nada disto é relevante.

30 julho 2008

Contabilidade Básica: 3a. edição


Saiu a terceira edição do livro Contabilidade Básica, com as adaptações da nova Lei 11.638. Quando escrevemos a obra ousamos em acrescentar, num livro texto introdutório, conteúdo sobre o que denominamos Fluxo do Disponível.

Com a nova lei, o Fluxos de Caixa tornou-se realidade. O livro passou por algumas adaptações para se adequar a esta nova legislação.

Rir é o melhor remédio

Links

1) Dissertação de Tiago sobre educação em contabilidade internacional

2) Novo número da RCO com artigo sobre Custo Perdido

3) A tinta invisível usada na planilha fraudulenta. Hilário (vide link anterior)

4)Kleber: A history of violence (sobre futebol e Palmeiras)

5) Blog sobre Departamento de Pessoal

6) Bolsa Família: um novo momento

Efeito do Custo Perdido

EFEITO DO CUSTO PERDIDO: A INFLUÊNCIA DO CUSTO PERDIDO NA DECISÃO DE INVESTIMENTO
César Augusto Tibúrcio Silva, Francisca Aparecida de Souza, Naiára Tavares Domingos

Resumo

A decisão de continuar ou não um projeto, ou mesmo de iniciar um novo investimento que exige continuamente a alocação de recursos, não deve ser influenciada pelos custos passados, uma vez que estes não sofrerão alterações qualquer que seja a decisão futura. Quando a decisão é afetada por investimentos feitos no passado, manifesta-se o “efeito do custo perdido”. No entanto, de acordo com a Moderna Teoria de Finanças, os custos perdidos são totalmente irrelevantes para decisão de eventos futuros. Este trabalho constitui uma pesquisa empírica, realizada por meio de aplicação, de forma aleatória, de questionários a alunos de graduação de uma universidade. Buscou-se verificar se, realmente, os indivíduos não consideram os custos perdidos na tomada de decisão. Foi utilizado o teste estatístico do qui-quadrado para testar a significância da diferença entre as respostas dos alunos aos diferentes cenários trabalhados, reforçando assim, a idéia de que o efeito do custo perdido na decisão de alocação de recursos independe da evidenciação ou não dos valores investidos. De acordo com a pesquisa e tendo em vista suas limitações, a evidenciação do valor do custo perdido não influencia a decisão dos gestores. O resultado corrobora estudos anteriores nos quais o efeito do custo perdido foi observado.

Proposta de tributação de lucros e dividendos distribuídos

A proposta de tributação de lucros e dividendos distribuídos esquece que sobre esses valores já incide o imposto de renda. Seria um caso de bi-tributação.

Vide a respeito disto, uma discussão interessante no livro de Teoria da Contabilidade no capítulo sobre Patrimônio Líquido.

IFRS: vantagens e desvantagens

Recebi o seguinte e-mail:

Sou estudante do nono periodo de contabilidade e hoje vi seu comentário do dia 02 de junho de 2008 sobre as empresas de auditoria e o IFRS.
Tenho estudado muito sobre o assunto nos últims meses e também notei nas fontes que consultei (Jorge Niyama, Marcelo Almeida e Elionor Welffort) muitos elogios e poucas críticas. Somente no Dicionário de Contabilidade do Professor Lopes de Sá vi críticas um pouco mais contondentes sobre o assunto.

Quais argumentos e fontes fundamentam seu ponto de vista?


Minha resposta:

Você tem razão. Existem poucas críticas e sempre que posso estou postando algumas delas no blog Contabilidade Financeira. Na minha opinião dois pontos são relevantes:

a)O grande interesse das empresas de auditoria
b)A questão da soberania interna (O CPC será um mero tradutor de normas? Então contrate tradutores para a tarefa)

Existiria uma terceira crítica, mas que talvez não seja pertinente para o Brasil: troca de normas melhores por outras piores. Acho que algumas críticas do prof. Lopes de Sá pertinentes, mas só algumas.

Quanto a fundamentação das críticas, observe o grande interesse das auditorias em defender a reforma. Veja para isso o primeiro capítulo do livro de Teoria da Contabilidade. O segundo (e terceiro) ponto tem sido discutido fortemente nos EUA.