Há consenso de que a crise financeira de 2008 foi em boa medida resultado de uma combinação de política monetária e ambiente regulatório excessivamente relaxados nas economias maduras, em especial nos Estados Unidos.
Os Estados Unidos, por sinal, não praticavam nem praticam o regime de metas para a inflação, e atribuem um mandato amplo à política monetária, que, além da estabilidade de preços, deve também zelar pelo crescimento/emprego, bem como conter as taxas de juros de longo prazo. Dessa forma, fica difícil atribuir ao regime de metas a responsabilidade pela crise.
Não obstante, o pós-crise tem ensejado um aumento do experimentalismo entre os bancos centrais, inclusive os que praticavam o regime de metas para a inflação. Isso deriva de cobranças da sociedade por ações que mitiguem os efeitos da crise, o que tende a se intensificar à medida que a margem de manobra da política fiscal se estreita.
Uma das características gerais desse experimentalismo é a maior tolerância para com a inflação. Certos bancos centrais, aparentemente abstraindo as lições do desastre macroeconômico dos anos 1970, parecem crer que vale a pena aceitar taxas de inflação mais altas por mais tempo, no afã de evitar maiores declínios da atividade.
Isso é verdade mesmo em economias como o Reino Unido, nas quais problemas setoriais, como a falta de competitividade de segmentos do setor industrial, parecem bem impermeáveis aos efeitos da política monetária. A propósito, o modelo britânico combina certo grau de leniência na política monetária com um genuíno e severo ajuste fiscal, implementado por um governo que visa reduzir o tamanho do Estado.
Um dos experimentos mais curiosos ocorre na Turquia. Naquele país, o banco central, ainda que nominalmente continue implementando um regime de metas para a inflação, aproveitou a crise para alterar profundamente o arcabouço da política monetária.
Em especial, o Banco Central turco adicionou a doses robustas de leniência inflacionária uma estratégia de redução “estrutural” das taxas de juros. Estas, que estavam em 16,75% ao ano em outubro de 2008, encontram-se em 5% ao ano (para depósitos no BC) e 8% (para empréstimos) atualmente, com expectativas de inflação de 6,8% para os próximos 12 meses. Com isso, a taxa de juros real, que era de 7,4%, passou para algo entre -1,7% e 1,1% ao ano. O controle da demanda tem sido conduzido basicamente por meio de uma bateria de medidas de controle de crédito.
A política do BC turco tem sido bem-sucedida em reduzir a taxa real de juros -por quanto tempo, não se sabe. Tal posição, que certos analistas atribuem às preferências políticas do atual governo, de orientação religiosa, tem contribuído para reduzir a atratividade dos investimentos denominados em liras turcas.
De fato, a moeda teve depreciação de 15% neste ano -mesmo assim, as elevações de custos têm erodido os potenciais ganhos de competitividade daí derivados.
De resto, os resultados do experimento turco têm deixado bastante a desejar.
Do ponto de vista da situação econômica interna, apesar dos expressivos cortes das taxas de juros na crise, o PIB teve crescimento médio de apenas 1,4% em 2008-10, com contração de quase 5% em 2009.
Por sua vez, a inflação média foi de 7,7% entre 2008 e 2010, e deve mostrar aceleração no corrente ano, segundo as projeções do FMI (Fundo Monetário Internacional). No que se refere ao setor externo, o deficit em conta-corrente, que havia baixado de 5,7% para 2,3% do PIB entre 2008 e 2009, voltou a se ampliar nos últimos anos, e, segundo os economistas do FMI, pode chegar a 8% do PIB em 2011 -embora esse resultado seja muito influenciado pelas importações de energia.
Não será surpresa se os resultados do experimentalismo turco se mostrarem decepcionantes.
Afinal, a maioria dos economistas há de reconhecer que não existem soluções macroeconômicas para problemas estruturais, como investimento insuficiente na qualificação da mão de obra e treinamento, logística deficiente e taxa de poupança baixa.
Fonte: MARIO MESQUITA, 45, doutor em economia pela Universidade de Oxford, escreve às quartas-feiras, a cada 14 dias, para a Folha de S.Paulo
07 setembro 2011
Editoras privadas de journals
Por Pedro Correia
Muito interessante esta discussão sobre as revistas acadêmicas, que exigem a compra de papers:
(...)Reading a single article published by one of Elsevier's journals will cost you $31.50. Springer charges €34.95, Wiley-Blackwell, $42. Read 10 and you pay 10 times. And the journals retain perpetual copyright. You want to read a letter printed in 1981? That'll be $31.50.
Of course, you could go into the library (if it still exists). But they too have been hit by cosmic fees. The average cost of an annual subscription to a chemistry journal is $3,792. Some journals cost $10,000 a year or more to stock. The most expensive I've seen, Elsevier's Biochimica et Biophysica Acta, is $20,930. Though academic libraries have been frantically cutting subscriptions to make ends meet, journals now consume 65% of their budgets, which means they have had to reduce the number of books they buy. Journal fees account for a significant component of universities' costs, which are being passed to their students.
06 setembro 2011
Smartphone: telefone, GPS, bússola...
Os aplicativos para smartphones (como iPhone ou Android) substituem aparelhos tradicionais como calculadoras, câmeras fotográficas, GPS e até bússola. A economia de ter um celular com programas desse tipo em vez dos aparelhos fisicamente é imensa. Um cálculo simples, que considera um smartphone com apenas cinco aplicativos mostra que a economia chega a R$ 533.
Quanto mais aplicativos forem instalados no celular, maior vai ser a economia comparativamente com a compra dos aparelhos tradicionais.
Os aplicativos têm os mais variados preços. Vários deles são gratuitos, outros custam a partir de US$ 0,49.
O designer Paulo César Ribeiro, por exemplo, calcula que já economizou pelo menos R$ 2 mil optando por baixar os programas e usá-los no seu Android. "São infinitas possibilidades", diz ele. "Consigo checar e-mails, tirar fotos. Além da possibilidade de andar com tudo isso em um só aparelho, e que está no meu bolso."
Entre os aplicativos que Ribeiro usa estão o GPS, um de culinária, além de outros que servem para tratar imagens - que ele usa para o trabalho. "Há um aplicativo também que gera uma economia imensa na minha conta telefônica. Chama-se WhatsAPP e serve para eu me comunicar gratuitamente com pessoas que têm o mesmo aplicativo."
Fonte: Aqui
Quanto mais aplicativos forem instalados no celular, maior vai ser a economia comparativamente com a compra dos aparelhos tradicionais.
Os aplicativos têm os mais variados preços. Vários deles são gratuitos, outros custam a partir de US$ 0,49.
O designer Paulo César Ribeiro, por exemplo, calcula que já economizou pelo menos R$ 2 mil optando por baixar os programas e usá-los no seu Android. "São infinitas possibilidades", diz ele. "Consigo checar e-mails, tirar fotos. Além da possibilidade de andar com tudo isso em um só aparelho, e que está no meu bolso."
Entre os aplicativos que Ribeiro usa estão o GPS, um de culinária, além de outros que servem para tratar imagens - que ele usa para o trabalho. "Há um aplicativo também que gera uma economia imensa na minha conta telefônica. Chama-se WhatsAPP e serve para eu me comunicar gratuitamente com pessoas que têm o mesmo aplicativo."
Fonte: Aqui
Contabilidade chinesa
A Sino-Forest, empresa de produtos florestais chinesa que enfrenta alegações de fraude, passou por mais uma situação difícil na sexta-feira com a suspensão de suas ações, depois de seu diretor-executivo ter renunciado no início da semana.
A companhia, cujos papéis são negociados no mercado canadense, é a maior entre várias empresas chinesas com ações em bolsas de valores estrangeiras que foram acusadas de enganar seus investidores nos últimos meses. A Sino-Forest nega todas as acusações.
A maioria dessas empresas, como a Sino-Forest, entrou nas bolsas por meio da aquisição de uma empresa “casca” já listada – uma operação conhecida como fusão reversa -, o que lhes permitiu driblar o escrutínio associado a uma oferta pública inicial. (...)
CVM canadense suspende ação da chinesa Sino-Forest. - 5 DE SETEMBRO DE 2011 - Fonte: Valor Econômico
Em postagens anteriores (aqui e aqui), a empresa já tinha sido notícia. A ação da empresa estava sendo negociada em torno de $20 dólares canadenses até junho. Com as notícias, a ação caiu abaixo de 5.
Sem o auditor
A seguir, uma situação interessante de uma empresa que pensou em publicar suas demonstrações sem o parecer do auditor.
A Trisul não conseguiu o aval dos conselheiros fiscais para colocar em prática sua ideia de divulgar uma versão não auditada do balanço do segundo trimestre, documento que já acumula atraso de 21 dias. Com isso, a administração da incorporadora imobiliária vai deliberar de novo sobre o tema.
Devido a um processo de revisão no orçamento de obras, as demonstrações contábeis trimestrais da Trisul não foram apresentadas dentro do prazo - até o dia 15 de agosto - estipulado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
A própria empresa assume que não conseguiu entregar o demonstrativo em tempo hábil para que a auditoria independente, a Ernst & Young Terco, fizesse o seu trabalho. (...)
Pressionado pelos investidores, o conselho de administração da Trisul aprovou a apresentação do balanço trimestral mesmo sem a checagem da auditoria. Os números ficariam disponíveis ao mercado tão logo fosse concedido o aval do conselho fiscal. No entanto, isso não aconteceu. Em reunião realizada na semana passada, os conselheiros "lavaram as mãos" e se abstiveram de deliberar sobre o tema, defendendo que isso cabia à administração da empresa.
Fonte: Valor Econômico - Trisul vai reavaliar publicação de balanço não auditado - Marina Falcão
O legado de 11/9
Por Pedro Correia
Joseph Stiglitz fez excelente síntese sobre as consequências dos atentados terroristas de setembro de 2001 para os EUA:
The September 11, 2001, terror attacks by Al Qaeda were meant to harm the United States, and they did, but in ways that Osama bin Laden probably never imagined. President George W. Bush’s response to the attacks compromised America’s basic principles, undermined its economy, and weakened its security.
The attack on Afghanistan that followed the 9/11 attacks was understandable, but the subsequent invasion of Iraq was entirely unconnected to Al Qaeda – as much as Bush tried to establish a link. That war of choice quickly became very expensive – orders of magnitude beyond the $60 billion claimed at the beginning – as colossal incompetence met dishonest misrepresentation.
Indeed, when Linda Bilmes and I calculated America’s war costs three years ago, the conservative tally was $3-5 trillion. Since then, the costs have mounted further. With almost 50% of returning troops eligible to receive some level of disability payment, and more than 600,000 treated so far in veterans’ medical facilities, we now estimate that future disability payments and health-care costs will total $600-900 billion. But the social costs, reflected in veteran suicides (which have topped 18 per day in recent years) and family breakups, are incalculable.
Even if Bush could be forgiven for taking America, and much of the rest of the world, to war on false pretenses, and for misrepresenting the cost of the venture, there is no excuse for how he chose to finance it. His was the first war in history paid for entirely on credit. As America went into battle, with deficits already soaring from his 2001 tax cut, Bush decided to plunge ahead with yet another round of tax “relief” for the wealthy.
Today, America is focused on unemployment and the deficit. Both threats to America’s future can, in no small measure, be traced to the wars in Afghanistan and Iraq. Increased defense spending, together with the Bush tax cuts, is a key reason why America went from a fiscal surplus of 2% of GDP when Bush was elected to its parlous deficit and debt position today. Direct government spending on those wars so far amounts to roughly $2 trillion – $17,000 for every US household – with bills yet to be received increasing this amount by more than 50%.
Moreover, as Bilmes and I argued in our book The Three Trillion Dollar War, the wars contributed to America’s macroeconomic weaknesses, which exacerbated its deficits and debt burden. Then, as now, disruption in the Middle East led to higher oil prices, forcing Americans to spend money on oil imports that they otherwise could have spent buying goods produced in the US.
Fonte:The Price of 11/9
Estudo sugere que chefes tiranos chegam mais longe em suas carreiras
Chefe adorado ou temido? Qual traz melhores resultados para as empresas? Aparentemente o segundo. Estudo publicado pela “Harvard Business Review” sugere que as companhias promovem mais aqueles profissionais que não são tão bonzinhos.
Os quatro autores americanos responsáveis pelo estudo, de diferentes escolas de negócios, separaram a pesquisa em duas partes: estudo de laboratório e entrevistas com tomadores de decisão e funcionários de empresas. Em laboratório, observadores foram convidados a avaliar a interação entre gestor e funcionário quando o chefe fala de sua decisão sobre recompensa. As palavras usadas foram exatamente as mesmas, mas em um grupo o chefe deu a notícia de forma ríspida. No outro, com respeito. Os observadores avaliaram melhor o gestor rude.
Os pesquisadores citam um exemplo de mercado. Em 2001, a Pfizer tinha que escolher seu novo CEO. Havia dois candidatos: Hank McKinnell e Karen Katen. McKinnell foi diretor financeiro da companhia nos anos 90 e era conhecido por seu estilo de negociação assertivo e prático, desgastante algumas vezes. Karen, por sua vez, comandou a unidade de operações da farmcêutica por muitos anos e tratava seus subordinados e colegas sempre com respeito. O escolhido foi McKinnell. Na época, um analista disse à “Bloomberg”: “McKinnell é o cara certo para esse trabalho... ele tem resistência para isso.”
Depois das pesquisas, os autores do estudo chegaram à seguinte conclusão: “Nós observamos esse tipo de atitude em diversas indústrias”, escreveram eles. “Decisões sobre promoções em níveis mais altos estão mais centradas na percepção de poder do que em justiça.”
Para concluir, os pesquisadores afirmam que os gestores veem respeito e poder como características que não podem ser combinadas e, normalmente, preferem a última.
Fonte: Adriana Fonseca Valor
Os quatro autores americanos responsáveis pelo estudo, de diferentes escolas de negócios, separaram a pesquisa em duas partes: estudo de laboratório e entrevistas com tomadores de decisão e funcionários de empresas. Em laboratório, observadores foram convidados a avaliar a interação entre gestor e funcionário quando o chefe fala de sua decisão sobre recompensa. As palavras usadas foram exatamente as mesmas, mas em um grupo o chefe deu a notícia de forma ríspida. No outro, com respeito. Os observadores avaliaram melhor o gestor rude.
Os pesquisadores citam um exemplo de mercado. Em 2001, a Pfizer tinha que escolher seu novo CEO. Havia dois candidatos: Hank McKinnell e Karen Katen. McKinnell foi diretor financeiro da companhia nos anos 90 e era conhecido por seu estilo de negociação assertivo e prático, desgastante algumas vezes. Karen, por sua vez, comandou a unidade de operações da farmcêutica por muitos anos e tratava seus subordinados e colegas sempre com respeito. O escolhido foi McKinnell. Na época, um analista disse à “Bloomberg”: “McKinnell é o cara certo para esse trabalho... ele tem resistência para isso.”
Depois das pesquisas, os autores do estudo chegaram à seguinte conclusão: “Nós observamos esse tipo de atitude em diversas indústrias”, escreveram eles. “Decisões sobre promoções em níveis mais altos estão mais centradas na percepção de poder do que em justiça.”
Para concluir, os pesquisadores afirmam que os gestores veem respeito e poder como características que não podem ser combinadas e, normalmente, preferem a última.
Fonte: Adriana Fonseca Valor
A juventude na gestão de empresas
Entre todos os tipos de atrito que costumam ocorrer entre chefe e subordinado, o mais emblemático do atual momento de mercado é aquele em que o subordinado é mais velho ou mais experiente que seu líder. Essa situação tem se tornado bem mais frequente nas empresas. Com a escassez de mão de obra qualificada, muitas companhias optam por promover a cargos de gestão profissionais com pouca experiência, a fim de retê-los na organização. A prática funciona assim: um coordenador recebe uma proposta de emprego e avisa o chefe. Como falta gente no mercado, a empresa sabe que repor esse profissional levará tempo. Para não perdê-lo, a companhia oferece uma posição mais alta, de gerente, por exemplo.
O profissional fica por estar satisfeito com a promoção. Mas, em muitos casos, está assumindo uma função precocemente. Isso pode se transformar num problema. Uma pesquisa da consultoria americana Randstad mostra que um quinto dos profissionais americanos empregados é mais velho que seu chefe. Porém, apenas metade dos profissionais acima dos 55 anos declara se relacionar bem com colegas mais jovens e 77% dos trabalhadores maduros dizem que os jovens não reconhecem sua experiência. No Brasil, essa mesma realidade se repete, afirmam os consultores e gestores de RH. "Os profissionais estão chegando jovens e despreparados aos cargos de chefia", diz a coach Vicky Bloch.
A questão, portanto, é saber como lidar com a situação. "Você sempre será testado por ser jovem", diz Ricardo Gelain, de 32 anos, diretor comercial e de marketing da TNT, empresa de transporte de carga. Em sua equipe de oito gerentes, apenas um é mais novo que ele. A situação não é nova para ele, que assumiu seu primeiro cargo de gestor aos 23 anos. Recordando- se de algumas situações pelas quais passou na carreira, Ricardo admite que às vezes lhe faltou a experiência, mas que em outras ocasiões foi vítima de preconceito.
Sua receita é se impor pela competência. "O essencial é demonstrar o seu conhecimento e capacidade para obter o respeito", diz.
ESCOLHA A ATITUDE CERTA
O líder jovem precisa gastar um tempo analisando qual deve ser sua atitude diante de um profissional mais experiente. Uma reação possível, mas errada, é impor respeito à base da força. Pode funcionar logo no início, mas o desgaste é inevitável em pouco tempo. Outra reação possível é exatamente a contrária: o profissional aceita a promoção para ser líder, mas não se considera plenamente preparado.
Aí, predomina a insegurança e acaba se fechando, quando o certo seria se comunicar muito. A maior recomendação para um jovem líder é conversar muito e de maneira sincera com a equipe, mostrando seu conhecimento e suas limitações. E, acima de tudo, construir um relacionamento profissional, baseado na busca por resultados para a companhia. "O líder deve deixar claro para os subordinados quais são os objetivos esperados de cada um", diz Antonio Luiz Mendes, diretor da Dale Carnegie Training, empresa de treinamento corporativo. A reação típica de um profissional maduro diante de um chefe mais jovem é a resistência. Por orgulho, por julgar-se mais capaz, ele só vê defeitos na atuação do chefe garotão.
A partir daí, cria-se um círculo em que o profissional só vê defeitos no gestor e questiona todas as suas decisões. Em poucos meses, ele vira um peso — e nenhum chefe tolera isso por muito tempo. A resistência pode também gerar falta de motivação. "Talvez os piores sejam os que não expressam claramente o que sentem. Eles ignoram o líder e seguem fazendo as coisas com indiferença", afirma o coach Renato Ricci, autor do livro Liderando na Crise (Editora Qualitec NewBook). Como, então, gerenciar um chefe mais novo?
A melhor resposta se aplica a líderes de qualquer idade: no lugar de resistir, coloque-se à disposição e procure colaborar. É o que faz Sandra Pons, de 50 anos, supervisora administrativa da SH Formas, do Rio de Janeiro, que tem um chefe 17 anos mais novo. Sua receita é oferecer o conhecimento que acumulou, mas sem transformá-lo em verdade única.
"Sei que minha experiência é reconhecida e que tenho liberdade para expor ideias", diz Sandra. Um lembrete: não se preocupe com a tarefa de convencer a outra parte de que você é bom. Em vez disso, invista no relacionamento, procurando pontos de convergência e interesses mútuos. Desse jeito fica mais fácil encontrar um caminho para o diálogo.
PARA JOVENS E EXPERIENTES VEJA ABAIXO AS DICAS PARA SE DAR BEM COM SEU JOVEM GESTOR E COMO LIDERAR UMA EQUIPE MAIS EXPERIENTE CONSELHOS PARA UM LÍDER JOVEM...
1. Entenda que os mais velhos detêm conhecimentos e experiências muito importantes para o sucesso de sua liderança.
2. Saiba ouvir e debater com clareza suas posições.
3. Invista no conhecimento. Geralmente, os mais velhos isolam líderes jovens por falta de preparo ou de conhecimento.
4. Demonstre com resultados práticos suas ideias e planos. Prove por meio de resultado seu mérito.
5. Coloque-se numa posição de humildade e vontade de aprender.
E PARA UM FUNCIONÁRIO MAIS VELHO
1. Entenda que ter um chefe mais novo é um processo natural e uma tendência.
2. Procure ajudar o novo líder com toda sua experiência.
3. Evite resistir e procurar erros nas decisões do chefe.
4. Pense da seguinte forma: "E se fosse eu? Como eu gostaria de ser tratado pelos mais velhos?". 5. Seja aberto e paciente.
Postado por Isabel Sales. Indicado por Vanda Luz, a quem agradeço.
Fonte: Aqui.
O profissional fica por estar satisfeito com a promoção. Mas, em muitos casos, está assumindo uma função precocemente. Isso pode se transformar num problema. Uma pesquisa da consultoria americana Randstad mostra que um quinto dos profissionais americanos empregados é mais velho que seu chefe. Porém, apenas metade dos profissionais acima dos 55 anos declara se relacionar bem com colegas mais jovens e 77% dos trabalhadores maduros dizem que os jovens não reconhecem sua experiência. No Brasil, essa mesma realidade se repete, afirmam os consultores e gestores de RH. "Os profissionais estão chegando jovens e despreparados aos cargos de chefia", diz a coach Vicky Bloch.
A questão, portanto, é saber como lidar com a situação. "Você sempre será testado por ser jovem", diz Ricardo Gelain, de 32 anos, diretor comercial e de marketing da TNT, empresa de transporte de carga. Em sua equipe de oito gerentes, apenas um é mais novo que ele. A situação não é nova para ele, que assumiu seu primeiro cargo de gestor aos 23 anos. Recordando- se de algumas situações pelas quais passou na carreira, Ricardo admite que às vezes lhe faltou a experiência, mas que em outras ocasiões foi vítima de preconceito.
Sua receita é se impor pela competência. "O essencial é demonstrar o seu conhecimento e capacidade para obter o respeito", diz.
ESCOLHA A ATITUDE CERTA
O líder jovem precisa gastar um tempo analisando qual deve ser sua atitude diante de um profissional mais experiente. Uma reação possível, mas errada, é impor respeito à base da força. Pode funcionar logo no início, mas o desgaste é inevitável em pouco tempo. Outra reação possível é exatamente a contrária: o profissional aceita a promoção para ser líder, mas não se considera plenamente preparado.
Aí, predomina a insegurança e acaba se fechando, quando o certo seria se comunicar muito. A maior recomendação para um jovem líder é conversar muito e de maneira sincera com a equipe, mostrando seu conhecimento e suas limitações. E, acima de tudo, construir um relacionamento profissional, baseado na busca por resultados para a companhia. "O líder deve deixar claro para os subordinados quais são os objetivos esperados de cada um", diz Antonio Luiz Mendes, diretor da Dale Carnegie Training, empresa de treinamento corporativo. A reação típica de um profissional maduro diante de um chefe mais jovem é a resistência. Por orgulho, por julgar-se mais capaz, ele só vê defeitos na atuação do chefe garotão.
A partir daí, cria-se um círculo em que o profissional só vê defeitos no gestor e questiona todas as suas decisões. Em poucos meses, ele vira um peso — e nenhum chefe tolera isso por muito tempo. A resistência pode também gerar falta de motivação. "Talvez os piores sejam os que não expressam claramente o que sentem. Eles ignoram o líder e seguem fazendo as coisas com indiferença", afirma o coach Renato Ricci, autor do livro Liderando na Crise (Editora Qualitec NewBook). Como, então, gerenciar um chefe mais novo?
A melhor resposta se aplica a líderes de qualquer idade: no lugar de resistir, coloque-se à disposição e procure colaborar. É o que faz Sandra Pons, de 50 anos, supervisora administrativa da SH Formas, do Rio de Janeiro, que tem um chefe 17 anos mais novo. Sua receita é oferecer o conhecimento que acumulou, mas sem transformá-lo em verdade única.
"Sei que minha experiência é reconhecida e que tenho liberdade para expor ideias", diz Sandra. Um lembrete: não se preocupe com a tarefa de convencer a outra parte de que você é bom. Em vez disso, invista no relacionamento, procurando pontos de convergência e interesses mútuos. Desse jeito fica mais fácil encontrar um caminho para o diálogo.
PARA JOVENS E EXPERIENTES VEJA ABAIXO AS DICAS PARA SE DAR BEM COM SEU JOVEM GESTOR E COMO LIDERAR UMA EQUIPE MAIS EXPERIENTE CONSELHOS PARA UM LÍDER JOVEM...
1. Entenda que os mais velhos detêm conhecimentos e experiências muito importantes para o sucesso de sua liderança.
2. Saiba ouvir e debater com clareza suas posições.
3. Invista no conhecimento. Geralmente, os mais velhos isolam líderes jovens por falta de preparo ou de conhecimento.
4. Demonstre com resultados práticos suas ideias e planos. Prove por meio de resultado seu mérito.
5. Coloque-se numa posição de humildade e vontade de aprender.
E PARA UM FUNCIONÁRIO MAIS VELHO
1. Entenda que ter um chefe mais novo é um processo natural e uma tendência.
2. Procure ajudar o novo líder com toda sua experiência.
3. Evite resistir e procurar erros nas decisões do chefe.
4. Pense da seguinte forma: "E se fosse eu? Como eu gostaria de ser tratado pelos mais velhos?". 5. Seja aberto e paciente.
Postado por Isabel Sales. Indicado por Vanda Luz, a quem agradeço.
Fonte: Aqui.
Custo Brasil
Companhias mundialmente conhecidas hesitam em adentrar o complexo mercado nacional – que, mesmo em franca expansão, ainda é preterido devido ao custo Brasil.
Em plena crise e ante a ameaça de recessão nas economias desenvolvidas, seria lógico pensar que, para lucrar, multinacionais teriam de ir aonde o dinheiro está. Hoje, este destino preferencial responde pelo nome de mercados emergentes, dentre os quais se destaca o Brasil. O próprio autor do termo BRIC, o economista do Goldman Sachs (ex-JP Morgan) Jim O’Neill, afirma que o país é o lugar para se estar na atualidade. Porém, nem todos concordam com a afirmação. Há grandes empresas que, por razões distintas, resolveram não surfar nessa onda. O site de VEJA fez uma seleção de companhias mundialmente famosas – e que tem fãs ardorosos entre os brasileiros – que fizeram essa opção e tentou entender seus motivos. São elas: H&M, Ikea, Best Buy, Abercrombie & Fitch, Vodafone, Tesco, J.C. Penney, Metro AG, além dos hotéis Ritz-Carlton e Four Seasons.
É fato que, para cada caso, há uma razão específica para não se estar no Brasil: desde a estratégia de expansão focada em outros locais até a escassez de capital para investir em tempos de crise. O problema é que o país, tampouco, facilita este cenário. No caso do varejo de vestuário, a alta carga tributária, a valorização imobiliária, o custo para importar peças da China, ou produzi-las internamente, fazem com que as empresas tenham de mobilizar um capital muito grande para entrar no mercado nacional. Para conseguirem margens satisfatórias, acabam praticando preços muito superiores aos vigentes em outras praças e correm o risco de errarem na estratégia e fecharem as portas, como ocorreu com marcas como Ralph Lauren e Miss Sixty.
Leia a reportagem na íntegra
Em plena crise e ante a ameaça de recessão nas economias desenvolvidas, seria lógico pensar que, para lucrar, multinacionais teriam de ir aonde o dinheiro está. Hoje, este destino preferencial responde pelo nome de mercados emergentes, dentre os quais se destaca o Brasil. O próprio autor do termo BRIC, o economista do Goldman Sachs (ex-JP Morgan) Jim O’Neill, afirma que o país é o lugar para se estar na atualidade. Porém, nem todos concordam com a afirmação. Há grandes empresas que, por razões distintas, resolveram não surfar nessa onda. O site de VEJA fez uma seleção de companhias mundialmente famosas – e que tem fãs ardorosos entre os brasileiros – que fizeram essa opção e tentou entender seus motivos. São elas: H&M, Ikea, Best Buy, Abercrombie & Fitch, Vodafone, Tesco, J.C. Penney, Metro AG, além dos hotéis Ritz-Carlton e Four Seasons.
É fato que, para cada caso, há uma razão específica para não se estar no Brasil: desde a estratégia de expansão focada em outros locais até a escassez de capital para investir em tempos de crise. O problema é que o país, tampouco, facilita este cenário. No caso do varejo de vestuário, a alta carga tributária, a valorização imobiliária, o custo para importar peças da China, ou produzi-las internamente, fazem com que as empresas tenham de mobilizar um capital muito grande para entrar no mercado nacional. Para conseguirem margens satisfatórias, acabam praticando preços muito superiores aos vigentes em outras praças e correm o risco de errarem na estratégia e fecharem as portas, como ocorreu com marcas como Ralph Lauren e Miss Sixty.
Leia a reportagem na íntegra
05 setembro 2011
Vai ter um filho? Livro ensina a poupar
Como resistir à tentação de roupinhas fofas, brinquedos e apetrechos high-tech para bebês, existentes no mercado? Pensando na necessidade de preparar também o bolso para a chegada de um filho, a jornalista Maria Fernanda Delmas lança o livro “Olha quem está poupando” (Editora Campus, 121 páginas, R$30). Colunista de Economia, a autora escreve com leveza sobre o tema, que aborda as diferentes fases da maternidade. A publicação inclui gastos com enxoval, despesas médicas, planilhas e informações importantes para investir no futuro da criança.
Gastar faz parte
O livro mostra, na prática, o que uma mãe pode fazer para evitar o estouro do orçamento, sem abrir mão da felicidade da família. Maria Fernanda relaciona despesas realmente necessárias, desde o início da gravidez, como roupas que acompanhem o crescimento da barriga, a escolha do carrinho e de móveis funcionais para o quarto do bebê. Também há orientações úteis para o dia-a-dia, como o local ideal para amamentar, a seleção da babá, a organização da festa de aniversário, outras questões. A seguir, confira as dicas extraídas do livro:
Brinquedos
“Em aniversários e Natais, em vez de dar um brinquedo que ficará perdido na multidão, pense em aplicar mais dinheiro na poupança do bebê, por exemplo. Mais tarde, será inevitável gastar com brinquedos, pois seu filho vai começar a pedir coisas caras que os outros não vão dar”.
Livros
“Tem uma coisa que sempre valerá a pena comprar: livros. É sensacional ver um bebê se interessar por eles, mesmo que seja por causa do bonequinho que faz barulho ou porque é gostoso de mastigar. Um amigo ouviu, não me lembro onde, que o que faz uma criança realmente gostar de ler é ver os pais lendo sempre. Mas não custa transformar o livro em um brinquedo amigável desde cedo”.
Música
“CDs, DVDs e canções compradas por download também são interessantes para incentivar o gosto musical. E ainda bem que existe a internet para você apresentar a seu filho os bons clipes da sua infância, como daqueles especiais de Vinicius de Moraes. Há também coleções de CDs de clássicos do rock para bebês, como Beatles, Madonna e U2. As músicas são só instrumentais, com arranjos do tipo caixa de música e xilofone. Nem você vai querer tirar do CD player do carro.”
Fonte: Aqui
Gastar faz parte
O livro mostra, na prática, o que uma mãe pode fazer para evitar o estouro do orçamento, sem abrir mão da felicidade da família. Maria Fernanda relaciona despesas realmente necessárias, desde o início da gravidez, como roupas que acompanhem o crescimento da barriga, a escolha do carrinho e de móveis funcionais para o quarto do bebê. Também há orientações úteis para o dia-a-dia, como o local ideal para amamentar, a seleção da babá, a organização da festa de aniversário, outras questões. A seguir, confira as dicas extraídas do livro:
Brinquedos
“Em aniversários e Natais, em vez de dar um brinquedo que ficará perdido na multidão, pense em aplicar mais dinheiro na poupança do bebê, por exemplo. Mais tarde, será inevitável gastar com brinquedos, pois seu filho vai começar a pedir coisas caras que os outros não vão dar”.
Livros
“Tem uma coisa que sempre valerá a pena comprar: livros. É sensacional ver um bebê se interessar por eles, mesmo que seja por causa do bonequinho que faz barulho ou porque é gostoso de mastigar. Um amigo ouviu, não me lembro onde, que o que faz uma criança realmente gostar de ler é ver os pais lendo sempre. Mas não custa transformar o livro em um brinquedo amigável desde cedo”.
Música
“CDs, DVDs e canções compradas por download também são interessantes para incentivar o gosto musical. E ainda bem que existe a internet para você apresentar a seu filho os bons clipes da sua infância, como daqueles especiais de Vinicius de Moraes. Há também coleções de CDs de clássicos do rock para bebês, como Beatles, Madonna e U2. As músicas são só instrumentais, com arranjos do tipo caixa de música e xilofone. Nem você vai querer tirar do CD player do carro.”
Fonte: Aqui
Mestrado e Doutorado - UnB, UFPB e UFRN 2
Por Isabel Sales
Eu estive ausente por alguns dias porque estava me preparando para a defesa da minha dissertação. Tenho o orgulho de compartilhar que fui aprovada! E assim, uma etapa maravilhosa da minha vida se encerrou. Exigente, desafiadora e cansativa, mas maravilhosa. Sou apaixonada pelo meu Programa, tive professores fantásticos e por isso hoje insisto mais uma vez: faça uma pós graduação. No futuro ela será tão demandada quanto a graduação. Então porque não investir logo nisso? O prazo para as inscrições para o Programa Multi UnB/UFPB e UFRN se encerrará amanhã [06/09]. Essa é uma ótima oportunidade! Por ser mestrado e doutorado acadêmico em universidades federais, não há mensalidade. Ademais, quem não está trabalhando pode solicitar uma bolsa de pesquisador à CAPES. Isso mesmo. Você receberá para estudar! E, repito, com professores fantásticos.
Clique aqui para ter acesso ao edital.
Eu estive ausente por alguns dias porque estava me preparando para a defesa da minha dissertação. Tenho o orgulho de compartilhar que fui aprovada! E assim, uma etapa maravilhosa da minha vida se encerrou. Exigente, desafiadora e cansativa, mas maravilhosa. Sou apaixonada pelo meu Programa, tive professores fantásticos e por isso hoje insisto mais uma vez: faça uma pós graduação. No futuro ela será tão demandada quanto a graduação. Então porque não investir logo nisso? O prazo para as inscrições para o Programa Multi UnB/UFPB e UFRN se encerrará amanhã [06/09]. Essa é uma ótima oportunidade! Por ser mestrado e doutorado acadêmico em universidades federais, não há mensalidade. Ademais, quem não está trabalhando pode solicitar uma bolsa de pesquisador à CAPES. Isso mesmo. Você receberá para estudar! E, repito, com professores fantásticos.
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04 setembro 2011
Links
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Narcóticos virtuais
Como todo mundo, eu comecei pelo e-mail. Algumas vezes por dia, no meio de um texto, minimizava o Word e abria o Outlook. Não é que eu estivesse à espera de alguma mensagem importantíssima. Como percebi com o tempo, importa menos a mensagem do que a expectativa em relação a ela, o milionésimo de segundo em que vemos surgir aquela linha em negrito e pensamos: quem será? O que dirá? É como a bolinha girando na roleta, a carta deslizando sobre o feltro verde em sua direção, o futuro numa compota, o porvir num grão de areia.
Percebi que a coisa estava fugindo ao meu controle quando me peguei, diante da caixa de entrada vazia, clicando ansiosamente no ícone "enviar e receber" – uma, duas, três vezes seguidas. Como todo viciado, inventava justificativas para não encarar a situação. Dizia a mim mesmo: se clico tanto é porque pode ter algum e-mail preso ali, em algum gargalo eletrônico, precisando apenas de uma chacoalhada pra cair. Ou: vai que alguém me escreveu justamente um segundo depois da primeira clicada? É preciso tentar de novo, e de novo, e...
Enquanto fiquei apenas no e-mail, a vida seguiu sua marcha – um pouco mais lenta, claro. O e-mail, agora sei, é a maconha do mundo digital. Viciante, sim, mas não muito nocivo. A droga que iniciaria minha derrocada, a cocaína do mundo virtual, ainda estava para ser inventada: o Orkut.
Quando ele apareceu, em 2006, eu caí de nariz. Abandonava trabalho, família, interrompia sexo e refeições no meio só para percorrer, eufórico, as catacumbas sem fim daquele inferno azul bebê. Brotava conhecido de tudo quanto era lado: primo que você não via desde 83, namoradinha da terceira série, a turma inteira do segundo B se comunicando: "Não acredito, o Luba virou veterinário!", "Nossa, a Vanessinha ficou gostosa!"
Quando a moda passou e percebi que, se não via todos aqueles conhecidos havia duas décadas, era por não termos mais patavinas em comum, já era tarde: estava completamente viciado em rede social.
Tentei me salvar. Saí do Orkut e disse a mim mesmo: vou me curar. Vou tirar os olhos da tela e recolocá-los no mundo. Veio o Myspace, eu ignorei. Vieram o Linkedin e o Flicker, não dei bola. Mesmo diante do Facebook, a rede de todas as redes, evitei a recaída. Até que surgiu o Twitter. "Que mal tem?", me perguntaram os falsos amigos. "São só 140 caracteres! Experimenta, todo mundo usa: o Obama, o Tom Waits, a Xuxa! Vai!" Eu fui.
Se o e-mail era a maconha e o Orkut a cocaína, o Twitter é o crack. Nos dois meses seguintes, eu fingi que trabalhava, eu fingi que conversava, eu fingi que vivia, mas minha cabeça estava todo o tempo pensando em sacadinhas para tuitar. Ouço um trovão, penso: "chuva, raio, São Pedro... O que pode haver de engraçado e curto, aí?" Panetones surgem no mercado, começo: "panetones, natal, mercado. Vamos lá, Antonio, o que dá pra escrever em 140 toques sobre o assunto?" Nos últimos meses, vi jogos de futebol, debates e a reprise de Vale Tudo com o laptop no colo, tuitando, retuitando, checando retuites, até minha cabeça dar tilt.
Foi no salvamento dos mineiros chilenos que me dei conta da gravidade da situação. Ao vê-los ali, nas entranhas da Terra, e ter o sentimento de solidariedade solapado pelo desejo de tuitar piadinhas, percebi que era eu quem estava no fundo do poço. Como o drogado que rouba a mãe para alimentar o vício, eu estava prestes a abrir mão da dignidade em troca de 140 caracteres engraçadinhos. Nas 24 horas seguintes, enquanto a Phoenix trazia os mineiros da escuridão da caverna para as luzes dos flashes, eu viajava de avião, barco e canoa para um vilarejo isolado, às margens do rio Tapajós, onde agora me encontro. Aqui não há computador, luz, nem mesmo caneta esferográfica. Escrevo esta crônica com um toco de carvão, num pedaço de papel de embrulho. Seu Leôncio, um garimpeiro amigo meu, é quem a enviará a Wish, por telex, em São Nonato do Caribó, cidade mais próxima. Espero que o isolamento funcione, pois do twitter, assim como do crack, só existem duas saídas: a cura ou a morte. Seja o que Deus quiser.
Postado por Isabel Sales. Crônica de Antônio Prata originalmente publicada na revista Wish Report #43.
Percebi que a coisa estava fugindo ao meu controle quando me peguei, diante da caixa de entrada vazia, clicando ansiosamente no ícone "enviar e receber" – uma, duas, três vezes seguidas. Como todo viciado, inventava justificativas para não encarar a situação. Dizia a mim mesmo: se clico tanto é porque pode ter algum e-mail preso ali, em algum gargalo eletrônico, precisando apenas de uma chacoalhada pra cair. Ou: vai que alguém me escreveu justamente um segundo depois da primeira clicada? É preciso tentar de novo, e de novo, e...
Enquanto fiquei apenas no e-mail, a vida seguiu sua marcha – um pouco mais lenta, claro. O e-mail, agora sei, é a maconha do mundo digital. Viciante, sim, mas não muito nocivo. A droga que iniciaria minha derrocada, a cocaína do mundo virtual, ainda estava para ser inventada: o Orkut.
Quando ele apareceu, em 2006, eu caí de nariz. Abandonava trabalho, família, interrompia sexo e refeições no meio só para percorrer, eufórico, as catacumbas sem fim daquele inferno azul bebê. Brotava conhecido de tudo quanto era lado: primo que você não via desde 83, namoradinha da terceira série, a turma inteira do segundo B se comunicando: "Não acredito, o Luba virou veterinário!", "Nossa, a Vanessinha ficou gostosa!"
Quando a moda passou e percebi que, se não via todos aqueles conhecidos havia duas décadas, era por não termos mais patavinas em comum, já era tarde: estava completamente viciado em rede social.
Tentei me salvar. Saí do Orkut e disse a mim mesmo: vou me curar. Vou tirar os olhos da tela e recolocá-los no mundo. Veio o Myspace, eu ignorei. Vieram o Linkedin e o Flicker, não dei bola. Mesmo diante do Facebook, a rede de todas as redes, evitei a recaída. Até que surgiu o Twitter. "Que mal tem?", me perguntaram os falsos amigos. "São só 140 caracteres! Experimenta, todo mundo usa: o Obama, o Tom Waits, a Xuxa! Vai!" Eu fui.
Se o e-mail era a maconha e o Orkut a cocaína, o Twitter é o crack. Nos dois meses seguintes, eu fingi que trabalhava, eu fingi que conversava, eu fingi que vivia, mas minha cabeça estava todo o tempo pensando em sacadinhas para tuitar. Ouço um trovão, penso: "chuva, raio, São Pedro... O que pode haver de engraçado e curto, aí?" Panetones surgem no mercado, começo: "panetones, natal, mercado. Vamos lá, Antonio, o que dá pra escrever em 140 toques sobre o assunto?" Nos últimos meses, vi jogos de futebol, debates e a reprise de Vale Tudo com o laptop no colo, tuitando, retuitando, checando retuites, até minha cabeça dar tilt.
Foi no salvamento dos mineiros chilenos que me dei conta da gravidade da situação. Ao vê-los ali, nas entranhas da Terra, e ter o sentimento de solidariedade solapado pelo desejo de tuitar piadinhas, percebi que era eu quem estava no fundo do poço. Como o drogado que rouba a mãe para alimentar o vício, eu estava prestes a abrir mão da dignidade em troca de 140 caracteres engraçadinhos. Nas 24 horas seguintes, enquanto a Phoenix trazia os mineiros da escuridão da caverna para as luzes dos flashes, eu viajava de avião, barco e canoa para um vilarejo isolado, às margens do rio Tapajós, onde agora me encontro. Aqui não há computador, luz, nem mesmo caneta esferográfica. Escrevo esta crônica com um toco de carvão, num pedaço de papel de embrulho. Seu Leôncio, um garimpeiro amigo meu, é quem a enviará a Wish, por telex, em São Nonato do Caribó, cidade mais próxima. Espero que o isolamento funcione, pois do twitter, assim como do crack, só existem duas saídas: a cura ou a morte. Seja o que Deus quiser.
Postado por Isabel Sales. Crônica de Antônio Prata originalmente publicada na revista Wish Report #43.
Planejamento tributário : Elisão x Evasão
Por Pedro Correia
O planejamento tributário consiste num conjunto de medidas contínuas que visam a economia fiscal. O indivíduo pode fazer ou deixar de fazer com seu patrimônio o que bem entender, pois os direitos constitucionais de propriedade e liberdade possibilitam isso.Destarte, o sistema jurídico brasileiro não obriga ninguém a fazer ou deixar de fazer atos ou negócios que acarretem em incidência tributária. O planejamento tributário é lícito,pois possui vasta proteção constitucional.
A elisão fiscal é o resultado do planejamento tributário, onde o indívíduo- ainda não contribuinte- pratica atos ou omissões, ou não pratica, que não infrinjam a lei e que sejam revelados formalmente em documentação, antes do fato gerador.A legislação não obriga o indivíduo adentrar nas hipóteses de fato gerador previstos na lei. A ocorrência do fato gerador é necessária e suficiente para o nascimento da obrigação tributária. Portanto, o indivíduo tem a total liberdade para fazer ou deixar de fazer o que não está vedado pela lei.
O parágrafo único do artigo 116 do CTN é denominado por muitos de "norma antielisiva". Não obstante, acredito que essa denominação seja absolutamente incorreta.Como já foi dito, a CF/88 garante o direito de elidir qualquer obrigação tributária. Desse modo, denominar "norma antielisa" e transformar algo lícito em ilícito. Este artigo, apesar de não estar regulamentado, tem como objetivoprecípuo levantar o véu da verdade e ir de encontro ao real fato gerador. Ou seja, visa eliminar a evsão fiscal, que é a fuga da obrigação tributária. A norma afirma que a autoridade administrativa pode desconsiderar a dissimulação do fato gerador. Assim, tem como meta desconsiderar a disssimulação para encontrar o real fato gerador. Para isso, a autoridade administrativa deve provar que o fato gerador ocorreu de fato. Posteriormente, deverá proceder de acordo com o que será determinado or lei ordinária para desconsiderar a dissimulação do fato gerador.
Está em voga debate acerca da regulamentação do parágrafo único do art. 116 do CTN, já que não está definido de fato como os agentes fiscais devem proceder para desconsiderar a dissimulação do fato gerador. Inúmeras das propostas apresentadas visam no meu entender eliminar a possibilidade do indivíduo utilizar o planejamento tributário para a proteção de seu patrimônio.Assim, o Fisco buca de qualquer modo aumentar a arrecadação tributária.
Acredito que a regulamentação do art. 116 não deve ser tratada de forma a eliminar a evasão fiscal, mas deve focar no combate à evasão fiscal. Conforme Luciano Amaro, como um soldado caminhando por um campo minado, que procura o melhor caminho para desviar das minas , os cidadãos têm o direito de procurar brechas na lei, para desviar de prática de atos ou negócios, que acarretem a incidência tributária ou majoração de tributos.
EUA processarão bancos por enganar investidores
O governo dos Estados Unidos irá abrir um processo de “bilhões de dólares” contra vários dos bancos mais importantes do país por enganar os investidores sobre a qualidade dos valores baseados em hipotecas vendidas durante a “bolha” imobiliária, informou o jornal “The New York Times”.
A Agência Federal de Financiamento de Casas (FHA, na sigla em inglês), encarregada que observar as enormes instituições hipotecárias Fannie Mae e Freddie Mac, apresentará o processo contra uma lista de “mais de uma dúzia” de bancos, entre os quais Bank of America, JPMorgan Chase, Goldman Sachs e Deutsche Bank.
Segundo os “três indivíduos informados a respeito” que foram citados pelo “New York Times”, a ação será interposta nesta própria sexta-feira ou na próxima terça, pouco antes do fim do prazo limite para a apresentação de processos por parte da FHA.
No processo, a FHA argumentará que os bancos, ao agrupar hipotecas para poder emitir valores baseados nesses ativos, não averiguaram devidamente a confiabilidade dos contratos hipotecários, como exigem as leis das bolsas de valores.
Quando a “bolha” imobiliária explodiu no final de 2008, diante da falta de pagamento das hipotecas por parte de muitos prestatários, a cotação destes títulos hipotecários caiu muito.
Como consequência, Fannie Mae e Freddie Mac perderam mais de US$ 30 bilhões, perdas que foram cobertas sobretudo pelos cofres federais.
Segundo as fontes do “New York Times”, a ação que será interposta pela FHA será muito parecida com a formulada em julho contra o banco UBS por US$ 900 milhões.
Fonte: Folha de S.Paulo
A Agência Federal de Financiamento de Casas (FHA, na sigla em inglês), encarregada que observar as enormes instituições hipotecárias Fannie Mae e Freddie Mac, apresentará o processo contra uma lista de “mais de uma dúzia” de bancos, entre os quais Bank of America, JPMorgan Chase, Goldman Sachs e Deutsche Bank.
Segundo os “três indivíduos informados a respeito” que foram citados pelo “New York Times”, a ação será interposta nesta própria sexta-feira ou na próxima terça, pouco antes do fim do prazo limite para a apresentação de processos por parte da FHA.
No processo, a FHA argumentará que os bancos, ao agrupar hipotecas para poder emitir valores baseados nesses ativos, não averiguaram devidamente a confiabilidade dos contratos hipotecários, como exigem as leis das bolsas de valores.
Quando a “bolha” imobiliária explodiu no final de 2008, diante da falta de pagamento das hipotecas por parte de muitos prestatários, a cotação destes títulos hipotecários caiu muito.
Como consequência, Fannie Mae e Freddie Mac perderam mais de US$ 30 bilhões, perdas que foram cobertas sobretudo pelos cofres federais.
Segundo as fontes do “New York Times”, a ação que será interposta pela FHA será muito parecida com a formulada em julho contra o banco UBS por US$ 900 milhões.
Fonte: Folha de S.Paulo
03 setembro 2011
Canal de Suez x PIB
Por Pedro Correia
Segundo a The Economist, quantidade de carga que passa pelo Canal de Suez pode ser utilizado como um indicador antecedente das condições econômicas, pois em torno de 8% do fluxo comercial do mundo atravessa o canal egípcio. Em dezembro de 2010, o aumento médio do peso total de carga que passa através do canal foi de 9,5%, no entanto, de maio a junho deste ano, foi de apenas 5,7%. De acordo com a análise simplista da revista, esse indicador sugere que o PIB mundial cairá de 3,8% no primeiro trimestre para 3,3% no segundo.
Imprensa estrangeira especula sobre ingerência no BC
A decisão do Banco Central do Brasil de reduzir em meio ponto percentual a taxa básica de juros (Selic) – quando especialistas esperavam manutenção ou mesmo elevação – virou assunto em três das mais influentes publicações de economia do mundo, a saber, a revista britânica “The Economist”, o jornal também do Reino Unido “Financial Times” e o diário americano “The Wall Street Journal”. Uma coisa que os três textos apresentam em comum é a referência a uma suposta ingerência de outras áreas do governo.
A “Economist” desta semana publica uma análise segundo a qual a decisão do BC marca uma “mudança de direção” na política econômica do governo. Durante anos, o Brasil ficou com um pé no freio (juros altos definidos pelo BC) e outro no acelerador (gastos públicos em alta), segundo a revista, que toma essa opinião emprestada de um analista do BNP Paribas.
A atual decisão do BC, de baixar os juros logo depois de o governo definir um aperto da política fiscal, inverte essa ordem, na opinião da “Economist”. De uma situação de política fiscal frouxa e política monetária ortodoxa, o Brasil ensaia uma fase de aperto fiscal e relaxamento monetário.
Sobre a possibilidade de ter havido pressão para baixar a Selic, a “Economist” afirma: “Ainda que nos últimos anos o Banco Central tenha sido amplamente livre para definir as taxas de juros sem interferência do governo, ele não é formalmente independente. O presidente da instituição, Alexandre Tombini, é mais próximo do ministro da Fazenda do que o seu antecessor, Henrique Meirelles.
Ainda no Reino Unido, o “Financial Times”, mesmo já tendo publicado um editorial sobre o Brasil ontem (quarta-feira, 1), colocou em seu site hoje [2/09] uma análise que deve ser publicada na coluna Lex da versão impressa amanhã [3/09]. O diário afirma que a decisão do BC brasileiro inspira “admiração , medo e ciúme”.
Admiração porque mostra a “coragem” do BC em “responder bravamente à súbita deterioração da economia global”. Mas há motivos para medo, na opinião do jornal. Primeiro, porque o corte nos juros pode ser decorrência de ingerência política no BC. Segundo, porque a redução da Selic pode ter ocorrido por “impotência” da autoridade monetária em ao mesmo tempo controlar a inflação e não acabar com o crescimento econômico.
Mesmo assim, a situação do Brasil ainda desperta inveja de outros bancos centrais, diz a revista, porque mostra que no País ainda há “espaço para manobra”, ou seja, os juros podem baixar mais se necessário – diferentemente das nações ricas, em que o juro básico está hoje zerado.
A reportagem do “Wall Street Journal” afirma que o corte de 0,5 ponto na Selic pode ser o início de uma “ampla campanha para conter os efeitos da crise internacional”.
Para o “Journal”, a decisão representa uma tentativa de uma ação coordenada entre o Banco Central e o Ministério da Fazenda. O diário americano afirma que as negativas de que o governo teria feito pressão para o BC cortar juros “pode não ser suficientes para os investidores”, que buscarão respostas na ata da reunião de ontem, a ser divulgada no dia 8.
Fonte: Sílvio Guedes Crespo, aqui.
A “Economist” desta semana publica uma análise segundo a qual a decisão do BC marca uma “mudança de direção” na política econômica do governo. Durante anos, o Brasil ficou com um pé no freio (juros altos definidos pelo BC) e outro no acelerador (gastos públicos em alta), segundo a revista, que toma essa opinião emprestada de um analista do BNP Paribas.
A atual decisão do BC, de baixar os juros logo depois de o governo definir um aperto da política fiscal, inverte essa ordem, na opinião da “Economist”. De uma situação de política fiscal frouxa e política monetária ortodoxa, o Brasil ensaia uma fase de aperto fiscal e relaxamento monetário.
Sobre a possibilidade de ter havido pressão para baixar a Selic, a “Economist” afirma: “Ainda que nos últimos anos o Banco Central tenha sido amplamente livre para definir as taxas de juros sem interferência do governo, ele não é formalmente independente. O presidente da instituição, Alexandre Tombini, é mais próximo do ministro da Fazenda do que o seu antecessor, Henrique Meirelles.
Ainda no Reino Unido, o “Financial Times”, mesmo já tendo publicado um editorial sobre o Brasil ontem (quarta-feira, 1), colocou em seu site hoje [2/09] uma análise que deve ser publicada na coluna Lex da versão impressa amanhã [3/09]. O diário afirma que a decisão do BC brasileiro inspira “admiração , medo e ciúme”.
Admiração porque mostra a “coragem” do BC em “responder bravamente à súbita deterioração da economia global”. Mas há motivos para medo, na opinião do jornal. Primeiro, porque o corte nos juros pode ser decorrência de ingerência política no BC. Segundo, porque a redução da Selic pode ter ocorrido por “impotência” da autoridade monetária em ao mesmo tempo controlar a inflação e não acabar com o crescimento econômico.
Mesmo assim, a situação do Brasil ainda desperta inveja de outros bancos centrais, diz a revista, porque mostra que no País ainda há “espaço para manobra”, ou seja, os juros podem baixar mais se necessário – diferentemente das nações ricas, em que o juro básico está hoje zerado.
A reportagem do “Wall Street Journal” afirma que o corte de 0,5 ponto na Selic pode ser o início de uma “ampla campanha para conter os efeitos da crise internacional”.
Para o “Journal”, a decisão representa uma tentativa de uma ação coordenada entre o Banco Central e o Ministério da Fazenda. O diário americano afirma que as negativas de que o governo teria feito pressão para o BC cortar juros “pode não ser suficientes para os investidores”, que buscarão respostas na ata da reunião de ontem, a ser divulgada no dia 8.
Fonte: Sílvio Guedes Crespo, aqui.
Mestrado e Doutorado - UnB, UFPB e UFRN
O prazo para inscrição no processo seletivo de 2012 para turmas de mestrado e doutorado do Programa Multiinstitucional e Inter-regional de Pós Graduação em Ciências Contábeis da Universidade de Brasília, Universidade Federal da Paraíba e Universidade Federal do Rio Grande do Norte se encerra no dia 6 de setembro, nesta terça-feira. Entre outros requisitos, é necessário estar inscrito no Teste ANPAD, edição de setembro.
Acesse aqui o edital.
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A vez dos artigos
Os periódicos científicos, onde pesquisadores publicam seus estudos, têm ganhado em importância. A tal ponto que, no Brasil, seguindo países como Holanda e EUA, alguns programas de pós-graduação já substituem a obrigação de escrever uma tese por artigos científicos.
O aluno pode defender, em banca, três trabalhos publicados ou aceitos para publicação em revistas científicas. Pelo menos dois deles devem estar em periódicos de "alto impacto", ou seja, aqueles que são muito citados por pesquisadores.
A substituição da tese pelos artigos é feita com aval da Capes (Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), que avalia a pós-graduação no país. No Instituto de Biociências da USP, por exemplo, os alunos podem escolher entre a tese "padrão" ou os artigos.
"Ninguém lê tese, [1] a não ser os membros da banca. Se o trabalho não for publicado, vai ficar jogado numa biblioteca", diz a geneticista Mayana Zatz, uma das entusiastas do formato. "Juntar papers já publicados é o melhor que pode ser feito. Na Holanda, eles já fazem isto há muito tempo", afirma.
"A publicação prévia é importante, mas não podemos deixar nas mãos das revistas a titulação dos alunos. A defesa da tese tem de ser mantida", alerta Rogério Meneghini, coordenador científico do Projeto SciELO, que reúne publicações da América Latina com acesso livre.
Além de disseminar as informações acadêmicas mais facilmente, os artigos dão mais visibilidade à produção científica do país. Hoje, o Brasil está em 13º lugar no mundo em quantidade de artigos publicados. [2]
MAIS RANKINGS
Mas os artigos não podem ser publicados em quaisquer revistas. Gestores têm criado rankings de periódicos para classificá-las.
No Brasil, o Qualis, da Capes, cumpre esse papel e classifica, por área de conhecimento, cerca de 17 mil títulos. Quem publicar mais nos melhores periódicos, ganha nota mais alta. E quem tiver as notas mais altas, recebe mais recursos, como bolsas.
A ligação direta entre a publicação de artigos e distribuição do dinheiro público para ciência tem tirado o sono dos pesquisadores, principalmente daqueles cujas revistas correspondentes à sua área não estão no topo.
"No meu campo de estudo, administração de empresas, o ranking não reflete a realidade", diz Ross Thomas, editor do "Journal of Educational Administration" e professor da Universidade de Wollongong, na Austrália.
Naquele país, o governo distribui R$ 2,8 bilhões para pesquisas de acordo com a "qualidade" da revista em que os trabalhos são publicados. Como não ocupa os primeiros lugares no ranking, que reúne 22 mil revistas do país, a área de Thomas fica com uma fatia pequena.
É isso também que acontece com as ciências humanas, cuja produção aparece mais em livros do que nas revistas. "É preciso adequar a metodologia [de avaliação] para essa área", diz Isidro Aguillo, do Laboratório Cybermetrics, do CSIC (Conselho Nacional de Pesquisa da Espanha).
A distribuição de recursos de acordo com as áreas que mais publicam causa o que a sociologia da ciência chama "efeito Mateus". O nome é uma alusão à passagem bíblica que diz "a quem tudo tem, tudo lhe será dado".
"Quem mais publica artigos continua recebendo mais recursos", diz Maria Conceição da Costa, socióloga da ciência da Unicamp.
Postado por Isabel Sales. Indicado por Glauber Barbosa, a quem agradeço.
Fonte: Folha de São Paulo, 15 de agosto.
1: Leiam a postagem “uma tese é uma tese”: aqui.
2: Quantidade não significa qualidade. Provavelmente o Brasil está entre os que mais publicam frente às exigências da Capes. Mais: aqui.
Em Ciências Contábeis um fator a ser considerado é o tempo que leva desenvolver a pesquisa, enviar para um periódico e o artigo ser publicado. Isso se transforma em um processo que envolve mais que um ano. Talvez não seja viável publicar três ótimos artigos nos quatro anos em que se cursa o doutorado. Talvez não seja desejável. O principal objetivo é a qualidade do ensino e a tese, apesar de ser realmente lida integralmente por poucos, é um processo que desenvolve o aluno até que se torne um bom pesquisador.
O aluno pode defender, em banca, três trabalhos publicados ou aceitos para publicação em revistas científicas. Pelo menos dois deles devem estar em periódicos de "alto impacto", ou seja, aqueles que são muito citados por pesquisadores.
A substituição da tese pelos artigos é feita com aval da Capes (Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), que avalia a pós-graduação no país. No Instituto de Biociências da USP, por exemplo, os alunos podem escolher entre a tese "padrão" ou os artigos.
"Ninguém lê tese, [1] a não ser os membros da banca. Se o trabalho não for publicado, vai ficar jogado numa biblioteca", diz a geneticista Mayana Zatz, uma das entusiastas do formato. "Juntar papers já publicados é o melhor que pode ser feito. Na Holanda, eles já fazem isto há muito tempo", afirma.
"A publicação prévia é importante, mas não podemos deixar nas mãos das revistas a titulação dos alunos. A defesa da tese tem de ser mantida", alerta Rogério Meneghini, coordenador científico do Projeto SciELO, que reúne publicações da América Latina com acesso livre.
Além de disseminar as informações acadêmicas mais facilmente, os artigos dão mais visibilidade à produção científica do país. Hoje, o Brasil está em 13º lugar no mundo em quantidade de artigos publicados. [2]
MAIS RANKINGS
Mas os artigos não podem ser publicados em quaisquer revistas. Gestores têm criado rankings de periódicos para classificá-las.
No Brasil, o Qualis, da Capes, cumpre esse papel e classifica, por área de conhecimento, cerca de 17 mil títulos. Quem publicar mais nos melhores periódicos, ganha nota mais alta. E quem tiver as notas mais altas, recebe mais recursos, como bolsas.
A ligação direta entre a publicação de artigos e distribuição do dinheiro público para ciência tem tirado o sono dos pesquisadores, principalmente daqueles cujas revistas correspondentes à sua área não estão no topo.
"No meu campo de estudo, administração de empresas, o ranking não reflete a realidade", diz Ross Thomas, editor do "Journal of Educational Administration" e professor da Universidade de Wollongong, na Austrália.
Naquele país, o governo distribui R$ 2,8 bilhões para pesquisas de acordo com a "qualidade" da revista em que os trabalhos são publicados. Como não ocupa os primeiros lugares no ranking, que reúne 22 mil revistas do país, a área de Thomas fica com uma fatia pequena.
É isso também que acontece com as ciências humanas, cuja produção aparece mais em livros do que nas revistas. "É preciso adequar a metodologia [de avaliação] para essa área", diz Isidro Aguillo, do Laboratório Cybermetrics, do CSIC (Conselho Nacional de Pesquisa da Espanha).
A distribuição de recursos de acordo com as áreas que mais publicam causa o que a sociologia da ciência chama "efeito Mateus". O nome é uma alusão à passagem bíblica que diz "a quem tudo tem, tudo lhe será dado".
"Quem mais publica artigos continua recebendo mais recursos", diz Maria Conceição da Costa, socióloga da ciência da Unicamp.
Postado por Isabel Sales. Indicado por Glauber Barbosa, a quem agradeço.
Fonte: Folha de São Paulo, 15 de agosto.
1: Leiam a postagem “uma tese é uma tese”: aqui.
2: Quantidade não significa qualidade. Provavelmente o Brasil está entre os que mais publicam frente às exigências da Capes. Mais: aqui.
Em Ciências Contábeis um fator a ser considerado é o tempo que leva desenvolver a pesquisa, enviar para um periódico e o artigo ser publicado. Isso se transforma em um processo que envolve mais que um ano. Talvez não seja viável publicar três ótimos artigos nos quatro anos em que se cursa o doutorado. Talvez não seja desejável. O principal objetivo é a qualidade do ensino e a tese, apesar de ser realmente lida integralmente por poucos, é um processo que desenvolve o aluno até que se torne um bom pesquisador.
Jogo: Supercrise
O jornal Estadão on line publicou um jogo interessante intitulado "supercrise". Nele você aposta indicadores econômicos (PIB, inflação) contra as cartas do computador. São utilizados os dados de 30 países para simular o jogo e há os níveis inicial, médio e avançado.
Entenda o jogo:
Seu objetivo é tomar todas as cartas do computador. Para tanto, você deve escolher o critério de desempenho que lhe parece mais favorável à sua carta.
Na sua vez de jogar: basta clicar sobre o critério escolhido.
Na vez do computador: você deve esperar por um tropeço da máquina.
Modos de jogo: no modo “Contra o Mundo”, você começa jogando e deve tomar todas as cartas da máquina. No modo “Contra o Tempo”, a máquina começa jogando. Quando a máquina perde a vez, o jogador tem 90 segundos pra conseguir a maioria das cartas. Se falhar, perde o jogo.
A ordem das cartas: a partir do sorteio inicial, as cartas seguirão uma ordem definida: a cada rodada, as cartas vão para o fim do monte.
Sobre os critérios: Em geral, o menor número vence. As únicas exceções são PIB e Rating.
Rating: em ordem decrescente de importância (os sinais de + ou – também contam):
AAA > AA > A > BBB > B > CCC > CC > R
Para jogar: aqui
Entenda o jogo:
Seu objetivo é tomar todas as cartas do computador. Para tanto, você deve escolher o critério de desempenho que lhe parece mais favorável à sua carta.
Na sua vez de jogar: basta clicar sobre o critério escolhido.
Na vez do computador: você deve esperar por um tropeço da máquina.
Modos de jogo: no modo “Contra o Mundo”, você começa jogando e deve tomar todas as cartas da máquina. No modo “Contra o Tempo”, a máquina começa jogando. Quando a máquina perde a vez, o jogador tem 90 segundos pra conseguir a maioria das cartas. Se falhar, perde o jogo.
A ordem das cartas: a partir do sorteio inicial, as cartas seguirão uma ordem definida: a cada rodada, as cartas vão para o fim do monte.
Sobre os critérios: Em geral, o menor número vence. As únicas exceções são PIB e Rating.
Rating: em ordem decrescente de importância (os sinais de + ou – também contam):
AAA > AA > A > BBB > B > CCC > CC > R
Para jogar: aqui
02 setembro 2011
Teste 523
Considere o seguinte texto, publicado num jornal de grande circulação nacional:“A nova forma de análise dos balanços é coerente com a mudança em curso da legislação contábil brasileira, cujo objetivo é alcançar a convergência com o padrão IFRS (International Financial Reporting Standards), adotado pela Comunidade Europeia e um conjunto importante de países, entre eles Japão, China e Índia”.
Encontre o erro.
Resposta do Anterior: Máquina de datilografar. Fonte: aqui
Cade investiga BB
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), do Ministério da Justiça, acaba de abrir processo para investigar os contratos de exclusividade na concessão de empréstimos consignados. O órgão antitruste proibiu a assinatura de acordos desse tipo e determinou a suspensão imediata dessas cláusulas no mercado. A decisão foi tomada numa representação da Fesempre, uma entidade que representa servidores de 11 Estados, contra o Banco do Brasil.
Pelos empréstimos consignados, os bancos deduzem os valores dos empréstimos diretamente da folha de pagamento dos servidores públicos. O problema, segundo o Cade, é que o BB estaria exigindo a exclusividade desse serviço nos contratos para a administração da folha de pagamentos de servidores públicos. O processo pode levar à aplicação de multa de 1% a 30% do faturamento do banco.
Segundo o relator do processo, o conselheiro Marcos Paulo Veríssimo, o mercado de empréstimos consignados movimenta R$ 140 bilhões.
O Banco do Brasil informou por meio de sua assessoria de imprensa que entende que a competência para julgar as condutas das instituições no mercado financeiro é do Banco Central e não do Cade.
“O Banco acompanha o entendimento da AGU de que cabe apenas ao BC a análise do caso”, informou a assessoria do BB. O banco vai aguardar a publicação da decisão no Diário Oficial para analisar as medidas jurídicas cabíveis.
Fonte:
Cade investiga Banco do Brasil em contratos de empréstimo consignado
Juliano Basile Valor Economico -01/09/11
Pelos empréstimos consignados, os bancos deduzem os valores dos empréstimos diretamente da folha de pagamento dos servidores públicos. O problema, segundo o Cade, é que o BB estaria exigindo a exclusividade desse serviço nos contratos para a administração da folha de pagamentos de servidores públicos. O processo pode levar à aplicação de multa de 1% a 30% do faturamento do banco.
Segundo o relator do processo, o conselheiro Marcos Paulo Veríssimo, o mercado de empréstimos consignados movimenta R$ 140 bilhões.
O Banco do Brasil informou por meio de sua assessoria de imprensa que entende que a competência para julgar as condutas das instituições no mercado financeiro é do Banco Central e não do Cade.
“O Banco acompanha o entendimento da AGU de que cabe apenas ao BC a análise do caso”, informou a assessoria do BB. O banco vai aguardar a publicação da decisão no Diário Oficial para analisar as medidas jurídicas cabíveis.
Fonte:
Cade investiga Banco do Brasil em contratos de empréstimo consignado
Juliano Basile Valor Economico -01/09/11
IPO do Zynga
Por Pedro Correia
O Zynga, empresa que produz os aplicativos mais populares do Facebook ( Farmville, CityVille , Empires & Alliese e Zynga Poker ) , entrou com pedido para levantar US $ 1 bilhão em um IPO.A companhia afirma que os recursos serão utilizados para a o desenvolvimento de jogos, atividades de marketing, e novas aquisições. A empresa informou que opera em 166 países e vende 38 mil itens virtuais a cada segundo. Ela possui 62 milhões de usuários ativos por dia e 232 milhões de usuários ativos mensais. Surpreendentemente, as pessoas jogam dois bilhões de minutos por dia.
A empresa foi fundada, em 2007, por Mark Pincus,é um fenômeno de rápido crescimento e sucesso nas redes sociais. Recentemente, fechou contrato de 5 anos com o Facebook, que proporciona a utilização dos créditos da maior rede social do mundo para a compra de bens virtuais por parte de seus jogadores.Os itens dos jogos são comprados diretamente no Facebook ou através de cartões de presente comprado em lojas.O Zynga também ganha dinheiro com publicidade e jogos para celular, mas essas receitas são bem menores.
O Zynga será a primeira empresa americana a realizar a abertura de capital , com sua riqueza oriunda da venda de bens digitais. Este IPO irá criar uma série de novos problemas para os reguladores, pois existem diversas dificuldades no reconhecimento da receita da venda de bens digitais. A SEC e outros órgãos ainda não chegaram a definir um método legal para o registro contábil da venda de bens virtuais. Isso faz com que as empresas contabilizem da forma com que acham que seja mais adequado.
É interessante observar a nota de rodapé referente ao reconhcimento da receita do Zynga:
“We derive revenue from the sale of virtual goods associated with our online games and the sale of advertising within our games… We operate our games as live services that allow players to play for free. Within these games, players can purchase virtual currency to obtain virtual goods to enhance their game-playing experience.”
Outra parte curiosa:
“The proceeds from the sale of virtual goods are initially recorded in deferred revenue. We categorize our virtual goods as either consumable or durable. Consumable virtual goods represent goods that can be consumed by a specific player action. For the sale of consumable virtual goods, we recognize revenue as the goods are consumed, which approximates one month. Durable virtual goods represent virtual goods that are accessible to the player over an extended period of time. We recognize revenue from the sale of durable virtual goods ratably over the estimated average playing period of paying players for the applicable game, which represents our best estimate of the estimated average life of durable virtual goods.”
Um pouco mais detalhado em 11 de agosto de 2011:
“We recognize revenue from the sale of durable virtual goods ratably over the estimated average playing period of paying players for the applicable game, which represents our best estimate of the average life of our durable virtual goods. If we do not have the ability to differentiate revenue attributable to durable virtual goods from consumable virtual goods for a specific game, we recognize revenue from the sale of durable and consumable virtual goods for that game ratably over the estimated average period that paying players typically play our games. We determine our estimated average playing period of paying players for each significant game beginning with the time a player first purchases a virtual good. For the three months ended March 31, 2011, the estimated average playing period of paying players for our games ranged from ten to 25 months.”
Em suma,a correlação entre o mundo de fantasia dos jogadores do Zynga e o desempenho da receita é totalmente espúria. Provavelmente, a empresa está subestimando suas receitas para evitar potencias problemas de competição.
Em 2010, as receitas da empresa totalizaram 597,5 milhões de dólares americanos, em comparação com 121,5 milhões dólares em 2009. Nos três primeiros meses de 2011, a receita totalizou 235,4 milhões dólares americanos.Em 2010, os lucros totalizaram US $ 27,9 milhões, revertendo uma perda de 2009 de US $ 52,8 milhões.
O EBITDA ajustado aumentou de US $ 4,5 milhões em 2009, para 392,7 milhões dólares, em 2010. Segundo o Zynga, o EBITDA ajustado, é calculado desconsiderando-se a partir do lucro operacional não só os juros, impostos, depreciação e amortização, mas também prejuízos jurídicos, remuneração baseada em ações, e as mudança na receita diferida. Quase sempre, as empresas que exaltam os números do EBITDA, o fazem, porque seu lucro não é atraente e seus fluxos de caixa são negativos. O Zynga é uma exceção. Como o EBITDA é uma medida de desempenho operacional questionável, é mais adeaquado verificar o fluxo de caixa. Ademais, é estranho pensar que juros, impostos, as perdas legais, remuneração baseada em ações, e as mudanças na receita diferida não têm implicações no fluxo de caixa.
Joseph Menn no Financial Times aponta para alguns riscos do modelo de negócio do Zynga. A empresa, por exemplo, é vulnerável a hackers,e seu CEO Mark Pincus poussui partes de uma classe especial de ação, que lhe daria o controle da empresa. Christopher Zinsli no The Wall Street Journal ,aponta para outros riscos,além da total dependência do Facebook.
Em conclusão, é preciso levar em conta todos esses fatores no momento de precificar a ação do Zynga.
Mais informações : aqui, aqui, aqui, aqui
Perdas nos supermercados
Produtos vencidos, abertos e danificados durante a compra ou furtados por funcionários e clientes foram os principais culpados pelas perdas de 2,3% da receita operacional bruta dos supermercados brasileiros no ano passado. O prejuízo superou a margem de lucro média do setor, de 1,9% em 2010. Foram R$ 4,64 bilhões que deixaram de entrar nos caixas dos varejistas. (Supermercados fecham 2010 com perdas de R$4,6 bi - Luciana Seabra - Valor Econômico - 17 Ago 2011)
Este texto precisa que lido com bastante cuidado. Em primeiro lugar, a ocorrência de produtos vencidos, abertos, danificados ou furtados sempre ocorre no comércio varejista. É algo recorrente, cuja política de prevenção pode reduzir os efeitos sobre o lucro. Segundo, utiliza-se o termo "perdas" e depois "prejuízo" quando, pelas características, são despesas. Terceiro, comparar esta despesa com a margem [líquida] do setor é incoerente: são itens distintos. Quarto, se a estimativa estiver a valor de entrada, ou seja, pelo custo de aquisição, o total deve exceder aos 4,64 bilhões já que falta a margem neste valor. Quinto, a manchete induz o leitor a acreditar que os supermercados tiveram um prejuízo (ou perdas, como gostam os repórteres) no ano.
TAM e Gol
Um texto publicado no Valor Econômico (Balanço de TAM e Gol têm rotas opostas, Alberto Komtsu, 15 Ago 2011) há duas semanas traz uma análise muito interessante sobre o comportamento da TAM e da Gol:
Enquanto a TAM reverteu prejuízo de R$ 174,8 milhões para lucro de R$ 60,3 milhões na comparação anual, a Gol multiplicou por sete suas perdas [prejuízo], ao divulgar prejuízo líquido de R$ 358,7 milhões de abril a junho.
A explicação estaria no mercado internacional:
"É o mercado internacional que faz a diferença. Tem crescido o número de brasileiros que fazem viagens de longo curso com o dólar desvalorizado. E a Gol só opera na América do Sul", acrescenta o especialista. A receita de passageiros da TAM no mercado internacional somou R$ 865,4 milhões, o que representou uma expansão de 18,2% na comparação com o mesmo período de 2010.
Carrefour
O executivo do Carrefour francês afirmou que
"Ao mesmo tempo que não íamos tão bem, nós descobrimos um problema contábil no Brasil no ano passado", disse. "Descobrir isso foi desapontador. Houve uma quebra de confiança ali[1]. Era hora de mudar", conta.
"Quando eu tenho que passar a cuidar de problemas contábeis e deixo de ver estratégia, eu estou perdendo tempo [2]". Em 2010, a rede apurou perdas de €550 milhões na operação local por erros na contabilidade, ou pela "contabilidade criativa", como disse Olofsson.
[1] É óbvio quando isto ocorre haverá uma quebra de confiança.
[2] Percebi que o executivo associou contabilidade a perda de tempo. É isto mesmo?
"Ao mesmo tempo que não íamos tão bem, nós descobrimos um problema contábil no Brasil no ano passado", disse. "Descobrir isso foi desapontador. Houve uma quebra de confiança ali[1]. Era hora de mudar", conta.
"Quando eu tenho que passar a cuidar de problemas contábeis e deixo de ver estratégia, eu estou perdendo tempo [2]". Em 2010, a rede apurou perdas de €550 milhões na operação local por erros na contabilidade, ou pela "contabilidade criativa", como disse Olofsson.
[1] É óbvio quando isto ocorre haverá uma quebra de confiança.
[2] Percebi que o executivo associou contabilidade a perda de tempo. É isto mesmo?
FMI e Balanços dos Bancos Europeus
Anteriormente comentamos que o Iasb estava questionando os balanços dos bancos europeus. Agora, segundo o Financial Times (publicado no Valor Econômico, 1 Set 2011), o FMI também apresenta suas dúvidas:
Embora a análise do FMI possa ser revista, dois técnicos disseram que uma estimativa mostrou que a marcação a mercado de títulos soberanos reduziria o capital comum tangível - indicador básico da base de capital - dos bancos europeus em cerca de €200 bilhões (US$ 287 bilhões), ou seja, uma redução de 10% a 12%. O impacto poderá crescer substancialmente, talvez para o dobro, devido ao efeito dominó que a posse de ativos de bancos europeus por outros bancos europeus pode provocar. (...)
"A remarcação a mercado envolve reduções relativamente brutais, mas essas são as estimativas que os fundos hedge estão utilizando, atualmente", disse um técnico. Isso vai de encontro às críticas aos bancos europeus divulgadas pela Diretoria de Normas Contábeis Internacionais (IASB, na sigla em inglês), que define regras de contabilidade bancária à Diretoria de Normas Contábeis Internacionais (IASB, na sigla em inglês), agência fiscalizadora dos mercados na União Europeia.
Embora a análise do FMI possa ser revista, dois técnicos disseram que uma estimativa mostrou que a marcação a mercado de títulos soberanos reduziria o capital comum tangível - indicador básico da base de capital - dos bancos europeus em cerca de €200 bilhões (US$ 287 bilhões), ou seja, uma redução de 10% a 12%. O impacto poderá crescer substancialmente, talvez para o dobro, devido ao efeito dominó que a posse de ativos de bancos europeus por outros bancos europeus pode provocar. (...)
"A remarcação a mercado envolve reduções relativamente brutais, mas essas são as estimativas que os fundos hedge estão utilizando, atualmente", disse um técnico. Isso vai de encontro às críticas aos bancos europeus divulgadas pela Diretoria de Normas Contábeis Internacionais (IASB, na sigla em inglês), que define regras de contabilidade bancária à Diretoria de Normas Contábeis Internacionais (IASB, na sigla em inglês), agência fiscalizadora dos mercados na União Europeia.
Riqueza Mineral
A tabela a seguir apresenta os países mais ricos em termos de minérios. O valor das reservas está em bilhões de dólares. Assim, a Guiné possui reservas (de bauxita) com valor de 222 bilhões de dólares. No ritmo atual, estas reserva irão esgotar em 444 anos.
O Brasil é o quinto em riqueza mineral, mas em 31 anos este valor será consumido.
Fonte: Aqui
O Brasil é o quinto em riqueza mineral, mas em 31 anos este valor será consumido.
Fonte: Aqui
01 setembro 2011
Teste 522
Este item foi muito importante para os contadores do passado. Sua produção encerrou-se em 2009, mas ainda existem 500 exemplares da Godrej Prima, o último modelo produzido, em estoque. Cada um pode ser adquirido por 416 Reais, na cotação de hoje. Hoje, sem dica. Você saberia dizer que produto é este?
Resposta do Anterior: 16 bilhões de dólares. Tentei fazer uma comparação com a Petrobras, mas não consegui os dados da receita.
Resposta do Anterior: 16 bilhões de dólares. Tentei fazer uma comparação com a Petrobras, mas não consegui os dados da receita.
Links
Ex-presidente do clube Guarani é condenado pela gestão
Taxa de desconto do fundo de pensão
Conta Conjunta
Admissão de culpa quando existe falsa confissão
Coordenadas de 17 lugares para você curtir com o Google Earth
15 minutos de exercícios físicos diariamente ajudam
Laudo de Avaliação da Ultrapar tem a independência questionada pela CVM
Aumento dos gastos com pessoal do serviço público no horizonte
Crescimento econômico não melhora o caixa dos governos do Nordeste
Letras
Num recente estudo publicado na revista "Cognition", psicólogos de Princeton e da Universidade de Indiana fizeram 28 homens e mulheres ler sobre três espécies de alienígenas --cada um com sete características, como "possui olhos azuis" e "se alimenta de pétalas e pólen".
Metade dos participantes estudou o texto na fonte Arial tamanho 16, e a outra metade em Comic Sans MS ou Bodoni MT tamanho 12. As duas últimas são relativamente desconhecidas e mais difíceis para o cérebro processar.
Após uma rápida pausa, os participantes fizeram uma prova. Aqueles que haviam estudado nas fontes de leitura difícil obtiveram resultados melhores do que os outros --em média, 85,5% a 72,8%.
Para testar o conceito na sala de aula, os pesquisadores conduziram um grande experimento, envolvendo 222 alunos numa escola pública de Chesterland, Ohio.
Um grupo recebeu todo seu material complementar para os cursos de inglês, história e ciência alterado para uma fonte incomum, como a Monotype Corsiva. Os outros estudaram com o material de sempre.
Após o término das aulas, os pesquisadores avaliaram os exames relevantes de cada sala. Conclusão: alunos que usaram o material com letras estranhas tiveram resultados significativamente melhores do que os outros, em todas as disciplinas --particularmente em física.
Fonte: folha de São Paulo. Imagem, aqui
Carteiras de crédito
Apesar de o Brasil não apresentar uma estrutura de crédito que fomenta uma bolha, há um enfraquecimento da qualidade das carteiras das instituições financeiras nacionais. A afirmação é da agência de classificação de risco Standard em Poor’s, que se junta ao coro de instituições e analistas que não acreditam que exista uma estrutura corrosiva de empréstimos perigosos no país.
Em análise divulgada esta tarde e assinada pelo escritório de São Paulo, a S&P elenca uma série de fatores que sustentam a defesa da estrutura de crédito nacional, a começar pela própria definição de bolha.
“Uma bolha implica que consumidores se beneficiem de taxas de juros baixas para comprar ativos, especulando que poderão lucrar com apreciações contínuas. Este certamente não é o caso do Brasil, onde as taxas de juros estão entre as mais altas do mundo”, diz o relatório.
Segundo a agência, o sistema bancário nacional se depara com uma série de novos clientes que nunca tiveram acesso formal ao crédito e a serviços bancários, o que leva a um consequente aumento dos gastos das próprias instituições com provisões para devedores duvidosos (PDD).
Mas o cenário não é totalmente de bonança. As analistas que assinam a nota, Milena Zaniboni e Regina Nunas, escrevem que “se preocupam com a potencial deterioração na carteira de crédito dos bancos após anos de rápido crescimento”, especialmente ante taxas de crescimento de crédito entre 20% e 25% ao ano, diz a nota.
Os principais temores expostos no estudo são relativos à proporção do tamanho da dívida das famílias brasileiras, de 22,5% da renda mensal, cuja característica é basicamente para o pagamento de bens de consumo, sem contar gastos com aluguel.
“As instituições que mais seriam pressionadas por um cenário de crise seriam justamente aquelas com maior exposição de crédito ao consumo e a pequenas e médias empresas”, diz Milena. “Já foi possível reconhecer taxas de inadiplência mais altas nos balanços dos bancos do segundo trimestre”, disse.
A agência afirma esperar índice de inadimplência para concessões acima de 90 dias mais alto em 2011, acima do patamar de 5,7% atingido em dezembro de 2010, mais ainda assim inferiores ao pico recorde de 8,4% em junho de 2009.
Apesar deste aumento da inadimplência previsto, a S&P considera que as instituições financeiras nacionais estão preparadas para absorvê-la, com base principalmente em três pontos: altos níveis de provisionamento, níveis suficientes de capital e altos spreads aplicados em concessões consideradas de risco.
“Em última análise, nós acreditamos que o sistema financeiro brasileiro pode administrar a esperada deterioração na qualidade do crédito”, explicam as analistas. Foi dado destaque para o papel do banco central brasileiro, que tem tomado medidas prudentes para evitar a disseminação de riscos no sistema.
As analistas consideram que o crescimento real da renda e o aquecimento do mercado de trabalho são pontos positivos para a mitigação dos riscos de não pagamento das dívidas.
Fonte: Piora da qualidade das carteiras de crédito dos bancos preocupa S&P -
Filipe Pacheco Valor Economico-31/08/11
Em análise divulgada esta tarde e assinada pelo escritório de São Paulo, a S&P elenca uma série de fatores que sustentam a defesa da estrutura de crédito nacional, a começar pela própria definição de bolha.
“Uma bolha implica que consumidores se beneficiem de taxas de juros baixas para comprar ativos, especulando que poderão lucrar com apreciações contínuas. Este certamente não é o caso do Brasil, onde as taxas de juros estão entre as mais altas do mundo”, diz o relatório.
Segundo a agência, o sistema bancário nacional se depara com uma série de novos clientes que nunca tiveram acesso formal ao crédito e a serviços bancários, o que leva a um consequente aumento dos gastos das próprias instituições com provisões para devedores duvidosos (PDD).
Mas o cenário não é totalmente de bonança. As analistas que assinam a nota, Milena Zaniboni e Regina Nunas, escrevem que “se preocupam com a potencial deterioração na carteira de crédito dos bancos após anos de rápido crescimento”, especialmente ante taxas de crescimento de crédito entre 20% e 25% ao ano, diz a nota.
Os principais temores expostos no estudo são relativos à proporção do tamanho da dívida das famílias brasileiras, de 22,5% da renda mensal, cuja característica é basicamente para o pagamento de bens de consumo, sem contar gastos com aluguel.
“As instituições que mais seriam pressionadas por um cenário de crise seriam justamente aquelas com maior exposição de crédito ao consumo e a pequenas e médias empresas”, diz Milena. “Já foi possível reconhecer taxas de inadiplência mais altas nos balanços dos bancos do segundo trimestre”, disse.
A agência afirma esperar índice de inadimplência para concessões acima de 90 dias mais alto em 2011, acima do patamar de 5,7% atingido em dezembro de 2010, mais ainda assim inferiores ao pico recorde de 8,4% em junho de 2009.
Apesar deste aumento da inadimplência previsto, a S&P considera que as instituições financeiras nacionais estão preparadas para absorvê-la, com base principalmente em três pontos: altos níveis de provisionamento, níveis suficientes de capital e altos spreads aplicados em concessões consideradas de risco.
“Em última análise, nós acreditamos que o sistema financeiro brasileiro pode administrar a esperada deterioração na qualidade do crédito”, explicam as analistas. Foi dado destaque para o papel do banco central brasileiro, que tem tomado medidas prudentes para evitar a disseminação de riscos no sistema.
As analistas consideram que o crescimento real da renda e o aquecimento do mercado de trabalho são pontos positivos para a mitigação dos riscos de não pagamento das dívidas.
Fonte: Piora da qualidade das carteiras de crédito dos bancos preocupa S&P -
Filipe Pacheco Valor Economico-31/08/11
31 agosto 2011
Teste 521
Um analista chamou o lucro da Gasprom, empresa de petróleo da Rússia, de ridículo. O resultado da empresa, em dólares, foi de:
abaixo de 5 bilhões
acima de 5 bilhões e abaixo de 15 bilhões
acima de 15 bilhões de dólares
(Para se ter um ideia, o lucro da Petrobras foi de 15,5 bilhões)
Resposta do Anterior: Martinho da Vila. Fonte: aqui
abaixo de 5 bilhões
acima de 5 bilhões e abaixo de 15 bilhões
acima de 15 bilhões de dólares
(Para se ter um ideia, o lucro da Petrobras foi de 15,5 bilhões)
Resposta do Anterior: Martinho da Vila. Fonte: aqui
Caixa 2
Ainda sobre o caixa das empresas, veja este texto recente do Wall Street Journal:
Empresas de setores que não o financeiro e que integram o índice de 500 ações da Standard & Poor's acumulavam US$ 1,12 trilhão em dinheiro e investimentos líquidos nos balanços mais recentes, 59% a mais que os US$ 703 bilhões do terceiro trimestre de 2008. Tanto caixa está servindo para proteger as empresas em meio à turbulência na economia e no mercado. [1]
Mas o conservadorismo [1] dessas empresas pode acabar sendo uma má notícia para a economia. A turbulência recente confirma a cautela dos executivos e pode levar alguns deles a coibir os gastos e aumentar as já inchadas pilhas de dinheiro poupado.(...) As reservas das grandes empresas já estão enormes e têm aumentando ainda mais. AMicrosoft Corp. informou que tinha dinheiro, ativos líquidos e investimentos de curto prazo da ordem de US$ 52,8 bilhões em 30 de junho, uma alta de 43% em relação a um ano antes, enquanto o Google Inc. informou que tinha US$ 39 bilhões em dinheiro, ativos e ações líquidas em 30 de junho, uma alta de 30% frente um ano antes. Nenhuma delas quis comentar (...).
Empresas dos EUA engordam o caixa, para azar da economia - The Wall Street Journal - Por VIPAL MONGA DANA MATTIOLI, EMILY CHASAN(Colaborou Ellen Byron.)
[1] É o motivo precaução de guardar dinheiro.
Imagem, Flickr
Valor e Lucro
Petrobras, Vale, Bradesco, Itaú e Banco do Brasil fecharam a segunda-feira, dia 8, com valor de mercado próximo ao que atingiram pela primeira vez em meados de 2007. De lá para cá, os lucros somados dessas empresas mais do que dobrou, de R$ 55 bilhões para R$ 116 bilhões. E elas continuam valendo a mesma coisa.Empresas valem o mesmo, mas com o dobro do lucro - Fernando Torres | Valor Econômico - 10/08/2011
Dois pontos que justificam o fato do lucro ter dobrado e o valor ainda ser o mesmo. Em primeiro lugar, a taxa de desconto agora reflete um risco mais elevado. Consequentemente, mais lucro será descontado por uma taxa menor, que reduz o valor. Em segundo lugar, o lucro é uma medida específica no tempo. Apesar de ser possível usar o lucro para apurar o valor da empresa, enquanto o lucro reflete o desempenho presente de uma empresa, o valor é reflexo das perspectivas futuras. (Fonte da Imagem: Flickr)
Efeito manada
(...) O bom e velho efeito manada, com os investidores vendendo ações a qualquer preço. Mas para ganhar dinheiro na bolsa não é interessante comprar papéis justamente num momento de baixa? Ao se desfazer dos ativos, o investidor pode até estar cometendo um erro, mas errar em companhia da maioria é menos estressante, diz Aquiles Mosca, estrategista de investimentos pessoais da Santander Asset Management e especialista em finanças comportamentais. Já conviver com as consequências de um erro em virtude de um posicionamento oposto ao do grupo é um constrangimento que a maioria evita.
Segundo Mosca, existem quatro elementos principais que definem um movimento de manada. O primeiro é exatamente a necessidade que as pessoas têm de agir como a maioria; outro é a percepção de que as pessoas que estão a sua volta possuem uma boa razão para fazer o que estão fazendo, no caso, vendendo as ações. O terceiro elemento é a vontade de não ser o último a entrar ou sair do mercado e, por fim, a necessidade de fazer parte do grupo, independentemente deste estar certo ou errado.
A prova de que o investidor está se deixando levar muito mais pela emoção do que pela razão é que ele vendeu suas ações, ignorando qualquer notícia positiva que saísse. "O mundo não foi apenas desgraça nos últimos dias, saíram dados positivos da economia americana, o Banco Central Europeu voltou a injetar liquidez nos países e o investidor não colocou nada disso na balança na hora de decidir o que fazer com os papéis", diz Mosca. (...)
O velho efeito manada amplifica as perdas - Daniele Camba - Valor Econômico - 08/08/2011
É interessante notar que o efeito manada não tem sido considerado relevante pelos teóricos de finanças comportamentais. Wilkinson, em An Introduction to Behavioral Economics, não aborda este conceito.
Segundo Mosca, existem quatro elementos principais que definem um movimento de manada. O primeiro é exatamente a necessidade que as pessoas têm de agir como a maioria; outro é a percepção de que as pessoas que estão a sua volta possuem uma boa razão para fazer o que estão fazendo, no caso, vendendo as ações. O terceiro elemento é a vontade de não ser o último a entrar ou sair do mercado e, por fim, a necessidade de fazer parte do grupo, independentemente deste estar certo ou errado.
A prova de que o investidor está se deixando levar muito mais pela emoção do que pela razão é que ele vendeu suas ações, ignorando qualquer notícia positiva que saísse. "O mundo não foi apenas desgraça nos últimos dias, saíram dados positivos da economia americana, o Banco Central Europeu voltou a injetar liquidez nos países e o investidor não colocou nada disso na balança na hora de decidir o que fazer com os papéis", diz Mosca. (...)
O velho efeito manada amplifica as perdas - Daniele Camba - Valor Econômico - 08/08/2011
É interessante notar que o efeito manada não tem sido considerado relevante pelos teóricos de finanças comportamentais. Wilkinson, em An Introduction to Behavioral Economics, não aborda este conceito.
Reavaliação
Não são apenas os laudos para incorporações que são polêmicos. No passado, havia discussão semelhante sobre os laudos de reavaliação de ativos, utilizados muitas vezes para ampliar o patrimônio das companhias sem que houvesse substância para tanto. A questão era tão problemática que a solução - radical - encontrada pela CVM e pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) foi proibir essas reavaliações nas mudanças de regras que colocaram o Brasil na rota do padrão internacional IFRS - a despeito de a reavaliaçao ser uma figura reconhecida e validade pela contabilidade internacional.Julgamento poderia trazer jurisprudência - Por Graziella Valenti | Valor Econômico - 8 Ago 2011 (Foto: Flickr)
Na realidade não foi esta a razão da proibição da reavaliação de ativos no Brasil. Além disto, na adoção inicial das IFRS permitiu uma espécie de reavaliavação, através do custo atribuído.
Iasb, Marcação a Mercado e Banco Europeu
Segundo notícia, o IASB encaminhou correspondência ao Banco Central da Europa questionando as práticas contábeis bancárias. Mais especificamente, a adoção da marcação a mercado por parte de algumas instituições.
Algumas delas fizeram baixas por conta da crise grega. Mas o Iasb considera que "embora o nível de atividade comercial em títulos do governo grego tenha diminuído, as operações ainda estão acontecendo".
30 agosto 2011
Banco Rural
A primeira página do balanço do banco Rural, publicado na semana passada, mostra que a instituição teve um lucro líquido de cerca de R$ 3 milhões no primeiro semestre deste ano. Magro, mas ainda assim azul. Mas quem tiver fôlego para chegar até a última página, a de número nove, verá que, para os auditores, a instituição mineira teve um prejuízo de R$ 26,5 milhões.
A diferença de R$ 29,5 milhões a menos no resultado do Rural é alvo de uma ressalva da firma de auditoria que revisou os números do banco, a Ernst & Young. Uma ressalva equivale a dizer que os auditores encontraram um erro na contabilidade da instituição.
O balanço do Rural teve três ressalvas e outros dois parágrafos de ênfase, que são os pontos considerados como incertos pelos auditores. Há muito tempo, segundo dois especialistas em contabilidade de bancos consultados pelo Valor, instituições financeiras não publicavam balanços com ressalvas.
A origem da discrepância dos números está no fato de o banco Rural ter decidido parcelar dívidas tributárias, em vez de discuti-las na Justiça, por considerar que os benefícios da renegociação dos impostos seriam mais vantajosos. Ao fazer isso, porém, o banco teve de reconhecer o pagamento de R$ 29,5 milhões ao governo.
E onde encaixar essa despesa no balanço? Segundo as normas contábeis, esse valor deveria representar um gasto [1] do semestre, o que, portanto, reduziria o tamanho da última linha da demonstração de resultados - aquela que determina a distribuição dos lucros [2]. Se isso tivesse sido feito, o banco teria ficado com um prejuízo de R$ 26,5 milhões, ante R$ 17,3 milhões no vermelho registrados um ano antes.
A opção do Rural foi por descontar os R$ 29,5 milhões diretamente de outra conta, a patrimonial. Dessa forma, o resultado do semestre não foi afetado, o que determinou, ao fim, um lucro líquido de R$ 2,9 milhões do banco.
"Tecnicamente, achamos que temos razão porque o parcelamento se refere a ações judiciais de muitos anos atrás. Não está relacionado a este ano", diz João Heraldo dos Santos Lima, presidente do banco Rural, que tem um ativo total de R$ 4,5 bilhões, o 47º maior do sistema financeiro do Brasil.
A discussão em torno do parcelamento de tributos, entretanto, não é o único ponto dos números do Rural em discordância com as regras contábeis. A Ernst & Young registrou outras duas ressalvas no balanço do banco.
Uma delas se refere a uma acusação feita pelo Banco Central de fraude em operações de câmbio em 1994. O processo, que agora corre na Justiça, foi considerado pelos advogados do banco como de perda "possível", o que não requer provisão pelas normas de contabilidade. Mesmo assim, o banco reservou R$ 27 milhões para arcar com o custo do processo, reduzindo seu patrimônio.
Lima diz que o banco decidiu ser mais conservador, por isso optou por já fazer a provisão. No balanço, o banco diz que as provisões foram feitas por determinação do Banco Central, em abril de 2010. Procurados pela reportagem, a Ernst & Young e o Banco Central informaram que não se pronunciariam sobre o assunto.
Outro ponto ressalvado pela auditoria se refere a R$ 130 milhões que o banco tem em provisões e em depósitos judiciais. Por falta de documentação, a auditoria não conseguiu checar esse valor.
Além disso, a Ernst & Young ainda acrescentou ao balanço do Rural dois parágrafos de ênfase - pontos considerados de incerteza pelos auditores -, em relação ao ganho de créditos tributários.
As ressalvas dos auditores vieram em um semestre em que o Rural sofreu perdas com as operações de crédito com desconto direto na folha de pagamento. O chamado consignado trouxe uma perda de R$ 11,8 milhões para o banco [3]. Já as transações com o crédito para empresas e com câmbio geraram ganhos de R$ 14,7 milhões. O resultado operacional do banco ficou negativo em R$ 15,3 milhões.
Rural foge da norma contábil e tem lucro - Por Carolina Mandl - Valor Econômico - 29 Ago 2011
[1] Despesa
[2] determina o resultado. A determinação dos dividendos depende da assembleia.
[3] Conseguir perder com o consignado...
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Mudanças no Parecer
Sobre a proposta de mudança do parecer de auditoria nos Estados Unidos:
O PCAOB estuda, por exemplo, passar a exigir que os pareceres incluam uma análise do auditor, parágrafos de ênfase ampliados e garantia do auditor em relação a veracidade das informações fora das demonstrações financeiras.
Além dessas, outras exigências que forem abordadas na mesa-redonda poderão ser incluídas na proposta original. “Qualquer melhora na comunicação sobre o processo de produção das demonstrações financeiras e outras informações sobre as companhias seria destinada a fornecer elementos valiosos para a tomada de decisão dos investidores e qualquer outra pessoa que usa os dados contábeis", diz Martin F. Baumann, auditor-chefe e diretor de padrões profissionais do PCAOB.
EUA vão debater mudança em parecer dos balanços - Valor Econômico - 26 Ago 2011
O PCAOB estuda, por exemplo, passar a exigir que os pareceres incluam uma análise do auditor, parágrafos de ênfase ampliados e garantia do auditor em relação a veracidade das informações fora das demonstrações financeiras.
Além dessas, outras exigências que forem abordadas na mesa-redonda poderão ser incluídas na proposta original. “Qualquer melhora na comunicação sobre o processo de produção das demonstrações financeiras e outras informações sobre as companhias seria destinada a fornecer elementos valiosos para a tomada de decisão dos investidores e qualquer outra pessoa que usa os dados contábeis", diz Martin F. Baumann, auditor-chefe e diretor de padrões profissionais do PCAOB.
EUA vão debater mudança em parecer dos balanços - Valor Econômico - 26 Ago 2011
Negócios de alta frequência e a crise
O aumento dos negócios nos primeiros dez dias de agosto sobre a média de 2011 foi de mais de 80% no volume de ações nos Estados Unidos, mostrando que os operadores de alta frequência foram responsáveis pela maior parte dos negócios do mercado durante a queda, diz Gary Wedbush, vice-presidente executivo e diretor de mercados de capitais da Wedbush Securities.
Os negócios de alta frequência são uma técnica que se apoia na apresentação rápida e automatizada de ordens de compra e venda, muitas das quais são imediatamente atualizadas ou canceladas, como parte de estratégias como formação de mercado e arbitragem estatística, e táticas baseadas no momento. Eles responderam por cerca de 53% dos negócios no começo do ano, contra 61% em 2009, segundo a Tabb Group, uma consultoria financeira de Nova York. Em 2006 eles foram 26% do mercado, segundo da Tabb. (...)
Os algoritmos, ou estratégias que executam grandes ordens desmembrando-as em grupos pequenos e enviando-os para diferentes bolsas, também usam técnicas de alta frequência. Fundos mútuos, de pensão e hedge empregam os algoritmos elaborados por corretoras para automatizar parte de seus negócios, em vez de apresentar manualmente ordens nos mercados ou recorrer a corretores humanos para comprar ou vende lotes de ações.
Gary Wedbush diz que os profissionais que lançam ordens de compra e venda nas bolsas tornam os negócios mais eficientes e reduzem os custos para os investidores em ações. "A maioria dos operadores de alta frequência está agregando liquidez ao mercado", diz Wedbush. "Os operadores automatizados empregam uma variedade de estratégias que buscam lucrar com a volatilidade de curto prazo de uma ação, mas a maior parte dos operadores de alta frequência está proporcionando liquidez ao estar nos dois lados do mercado, ou fazendo criação/resgate de arbitragem para os operadores de alta frequência." (...)
Negócios de alta frequência triplicam na crise
Por Nina Mehta - Valor Econômico - 26 Ago 2011. Sobre o assunto, veja este cartoon:
Caixa forte
As empresas brasileiras nunca tiveram tanto dinheiro em caixa como em junho deste ano [1]. A mais recente turbulência nos mercados pegou as companhias abertas locais com R$ 252 bilhões na conta ou em aplicações de curto prazo. O volume é 43% maior que os R$ 176 bilhões que elas tinham em setembro de 2008, quando estourou a crise financeira internacional.
Os números, compilados em levantamento do Valor, referem-se a um grupo de 253 empresas não financeiras de capital aberto, com dados disponíveis no sistema da Economática desde 2007. Os valores antigos foram corridos pela variação da inflação, no caso o IPCA.
Com recursos à mão deve ser mais fácil a travessia das companhias por esse momento de turbulência nos mercados financeiros [2], principalmente se houver piora das condições econômicas e aperto de crédito. Entre as empresas ouvidas, nenhuma pretende frear, ao menos por enquanto, os projetos de investimento ou aquisição previstos. (...)
No levantamento feito pelo Valor com dados da Economática, as duas maiores empresas do país, Petrobras e Vale, despontam com folga na lista daqueles com mais dinheiro disponível. A petroleira, que tem plano de investimento de US$ 224 bilhões para os próximos cinco anos, tinha R$ 59,7 bilhões em caixa e aplicações financeiras.
A mineradora fechou junho com R$ 21,3 bilhões na conta e depois disso anunciou um programa de recompra de ações de US$ 3 bilhões e alocou a mesma quantia para pagamento adicional de dividendos.
Caixa Forte - Fernando Torres e Marina Falcão - Valor Econômico - 26 Ago 2011
[1] Existe uma tendência de longo prazo nos Estados Unidos em aumentar o volume de recursos em caixa. Parte do aumento poderia ser explicado por esta tendência.
[2] Existem três razões para uma empresa manter volume em caixa: fazer negócios, precaver de evento inesperado ou especular, aproveitando uma oportunidade. Aqui, o motivo precaução.
Os números, compilados em levantamento do Valor, referem-se a um grupo de 253 empresas não financeiras de capital aberto, com dados disponíveis no sistema da Economática desde 2007. Os valores antigos foram corridos pela variação da inflação, no caso o IPCA.
Com recursos à mão deve ser mais fácil a travessia das companhias por esse momento de turbulência nos mercados financeiros [2], principalmente se houver piora das condições econômicas e aperto de crédito. Entre as empresas ouvidas, nenhuma pretende frear, ao menos por enquanto, os projetos de investimento ou aquisição previstos. (...)
No levantamento feito pelo Valor com dados da Economática, as duas maiores empresas do país, Petrobras e Vale, despontam com folga na lista daqueles com mais dinheiro disponível. A petroleira, que tem plano de investimento de US$ 224 bilhões para os próximos cinco anos, tinha R$ 59,7 bilhões em caixa e aplicações financeiras.
A mineradora fechou junho com R$ 21,3 bilhões na conta e depois disso anunciou um programa de recompra de ações de US$ 3 bilhões e alocou a mesma quantia para pagamento adicional de dividendos.
Caixa Forte - Fernando Torres e Marina Falcão - Valor Econômico - 26 Ago 2011
[1] Existe uma tendência de longo prazo nos Estados Unidos em aumentar o volume de recursos em caixa. Parte do aumento poderia ser explicado por esta tendência.
[2] Existem três razões para uma empresa manter volume em caixa: fazer negócios, precaver de evento inesperado ou especular, aproveitando uma oportunidade. Aqui, o motivo precaução.
Corinthians
O Sport Club Corinthians Paulista é o único time de futebol do país a ter um Relatório de Sustentabilidade. E o único no mundo a lançar este documento de acordo com as diretrizes da Global Reporting Initiative (GRI), uma organização não governamental sediada na Holanda, respeitada mundialmente pela elaboração de indicadores de ética e transparência, com foco nas questões financeiras, sociais e ambientais.(...)
O relatório foi divulgado em junho deste ano e corresponde às atividades de 2010, incorporando ainda fatos ocorridos até 30 de abril de 2011. Os dados econômico-financeiros tiveram auditoria da BDO Trevisan e verificação da PriceWaterhouse Coopers. O documento teve ainda o apoio da ReportComunicação, empresa de consultoria especializada em comunicação e sustentabilidade.
"Só corintianos trabalharam no documento. Fizemos um relatório da fiel para a fiel, com uma linguagem simples e acessível", diz o diretor de Finanças do Corinthians, Raul Corrêa da Silva. "Fiel" é o nome dado aos torcedores, que mesmo em períodos de má fase do time nunca deixam de ir aos estádios. Em uma provocação de torcedor, o diretor afirma que a cor verde não foi permitida. Mas nas 68 páginas do relatório, a cor da camisa do Palmeiras, o histórico arqui-rival do Timão, aparece em algumas fotos do gramado e também da fachada arborizada na entrada do clube. Já a tradicional cor verde do selo do Conselho Brasileiro de Manejo Florestal (FSC Brasil), indicando que o papel utilizado foi "produzido a partir de fontes responsáveis", deu lugar ao preto. (...)
Corinthians joga pela sustentabilidade - Valor Econômico - 25 Ago 2011
Observe que o relatório não atendeu a neutralidade da informação contábil, já que foi produzido somente por corintianos.
Perdas com Gatos
O desperdício de energia no Brasil começa no caminho entre a fonte de geração e o consumo final. Além das perdas técnicas nas linhas de transmissão, que podem chegar a 10% em regiões nas quais as distâncias de distribuição são maiores, é significativo o prejuízo comercial em função do furto de energia, popularmente conhecido como "gato". Em alguns Estados, como o Amazonas, o problema atinge 40% da energia fornecida. No Sudeste, a média é de 2%, embora no Rio de Janeiro, o consumo irregular atinja 18%. (...)
Em sua análise, "com a prática do furto não há incentivo à eficiência energética, porque o consumo não pesa na conta". Ele adverte que o resto do país acaba pagando a conta, que é cara, da energia indevidamente consumida. No boleto recebido mensalmente pelo consumidor nas demais regiões está embutido um encargo criado pelo governo para compensar os custos das perdas na Região Norte, a mais problemática.
Consumidor paga as perdas com "gatos" - Sergio Adeodato - Valor Econômico - 25 Ago 2011
29 agosto 2011
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