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08 abril 2009

Ford e seu Passivo

Ford renegocia dívida com dinheiro e ações
7/4/2009 - Valor Econômico
A Ford anunciou ontem que seus credores aceitaram trocar US$ 9,9 bilhões em dívidas por dinheiro e ações, aumentando assim a pressão sobre seus combalidos concorrentes americanos, que também tentam reduzir suas dívidas. A redução de 28% no endividamento total da Ford acontece enquanto as rivais General Motors e Chrysler não têm conseguido progredir em suas negociações com portadores de títulos e bancos.

Ambas estão tentando eliminar um montante significativo de dívidas nas próximas semanas, para atender às exigências do governo americano para levar adiante uma reorganização de peso em troca de mais suporte estatal.

O Tesouro dos Estados Unidos começou, na semana passada, a negociar com credores da
Chrysler a eliminação de mais de US$ 5 bilhões do total de US$ 6,8 bilhões em dívidas garantidas da Chrysler que vencem no fim de abril. Os credores, incluindo os bancos J.P. Morgan Chase e Goldman Sachs , contudo, se negaram, argumentando que o Tesouro quer concessões demais.

Na GM, as negociações estão voltadas para persuadir os credores sem garantia a trocar pelo menos dois terços das dívidas por ações e novos títulos de dívida, e assim reduzir o montante principal. Representantes dos portadores de títulos reclamaram que a força-tarefa do Tesouro para o setor automotivo não está aberta a se reunir com eles para negociar, mesmo com o governo afirmando que é preciso chegar a um acordo até junho.

Funcionários do Tesouro estão planejando se reunir com os detentores de dívida no futuro próximo, disse uma pessoa familiarizada com o departamento, que é o equivalente ao Ministério da Fazenda nos EUA. Os dois lados se reuniram pela primeira vez no início de março.

Uma das exigências mais importantes dos credores - que o governo garanta as novas emissões de dívida da GM com algum tipo de seguro - foi rejeitada pelas autoridades do Tesouro. É o indício mais recente de que o governo do presidente Barack Obama adotou uma postura mais rígida com os credores da GM e da Chrysler.

A primeira parte da oferta em dinheiro e ações da Ford, anunciada mês passado, foi melhor recebida pelos credores do que se esperava, mas acabou ficando abaixo dos US$ 10,4 bilhões em dívidas que a Ford afirmava que poderia ter eliminado. A oferta foi liderada pela Goldman Sachs e pela firma de private equity Blackstone Group.

O acordo pode ter mudado a opinião de muita gente em Wall Street que tinha questionado se a Ford conseguiria evitar empréstimos do governo. O analista automotivo do J.P. Morgan Himanshu Patel escreveu ontem a investidores que a reestruturação da dívida da Ford pode ser um sinal de que a diretoria da montadora "acredita que as vendas de carros caíram o máximo e (tem) esperança na sua própria capacidade de executar" seu plano sem o tipo de ajuda governamental. As ações da Ford subiram 16% na Bolsa de Nova York, para US$ 3,77 cada.

Ainda há quem continue reticente em relação ao futuro da Ford. "Com os fracos resultados operacionais esperados para 2009, a liquidez da Ford está ficando prejudicada", escreveu ontem Shelly Lombard, analista do setor automotivo da firma de pesquisa Gimme Credit.

Ontem, a Standard & Poor's rebaixou a avaliação de risco de crédito da Ford para "default seletivo", e certas emissões de dívida da montadora receberam avaliação "D". A S&P afirmou que considerava a operação da Ford o "equivalente a uma moratória, segundo nossos critérios". Mas a firma de avaliação acrescentou que vai reavaliar a Ford em meados de abril.

A Ford tinha US$ 35,8 bilhões em dívidas no fim de 2008, incluindo US$ 10,1 bilhões obtidos em janeiro de uma linha de crédito rotativo.

A montadora, que tem sede em Dearborn, Michigan, ainda precisa contribuir para a criação de um fundo que cobrirá os gastos com saúde de seus aposentados. A empresa é obrigada a pagar US$ 13 bilhões para esse fim nos próximos dez anos. Metade disso pode ser pago em ações da empresa, de acordo com um acordo fechado recentemente com o sindicato de metalúrgicos, reduzindo o montante devido para US$ 6,6 bilhões.
A Ford informou que sua financeira, a Ford Motor Credit, usará US$ 2,4 bilhões em dinheiro e ações para recomprar os títulos quando a oferta for concluída, amanhã. A Ford fez acordo para pagar aos investidores cerca de US$ 380 em dinheiro e ações para cada US$ 1.000 em título de dívida, segundo executivos da empresa.
"Isso reduzirá nossas despesas com juros entre US$ 500 milhões e US$ 600 milhões por ano", disse ontem o tesoureiro da Ford, Neil M. Scholls, numa entrevista ao Wall Street Journal.

Perguntando se está preocupado com o fato de que o swap de dívida por ações realizado pela Ford vai diluir substancialmente o investimento dos acionistas, Scholls disse: "Acho que os acionistas sabem que ainda temos muito chão pela frente" para melhorar as operações da montadora.

O acordo de recompra de dívida é mais um exemplo de como a Ford conseguiu capitalizar as imposições do governo para a GM e a Chrysler fecharem acordos com credores. Além de permitir que a Ford financie com ações metade dos gastos com saúde de seus aposentados, o sindicato também fez concessões em salários, benefícios e regras do trabalho.

Cerca de US$ 4,3 bilhões dos títulos conversíveis sênior da Ford, com vencimento em dezembro de 2036 e cupom de 4,24%, foram recomprados com ações, o que resultará na emissão de mais 468 milhões de ações. Separadamente, dentro da oferta da Ford Motor Credit, US$ 3,4 bilhões foram resgatados ao preço de US$ 1,1 bilhão. (Colaborou Jeff Bennett)

Sadia e Derivativos

Sadia fechou operação bilionária cinco dias antes do início da crise
7/4/2009 - Valor Econômico

O maior dos contratos de risco com derivativos da Sadia foi fechado cinco dias antes da quebra do banco americano Lehman Brothers, fato detonador da crise financeira global em suas atuais proporções. Trata-se de uma operação de US$ 1,4 bilhão fechada com o Barclays em 10 de setembro.

Daí a duração dos compromissos financeiros da empresa até setembro deste ano, com a concentração dos vencimentos no terceiro trimestre. As operações, em geral, têm vigência de 12 meses.

A informação consta do relatório da BDO Trevisan elaborado para apurar as responsabilidades dos administradores no episódio dos derivativos, que levaram a companhia a fechar 2008 com um prejuízo líquido de R$ 2,5 bilhões.

O relatório apontou que de janeiro a setembro, período avaliado, a Sadia fez 133 operações de derivativos, todos na modalidade mais arriscada, em que o compromisso se duplica em caso de perdas - mas não em situações de ganho. Desse total, 28, incluindo o maior dos contratos, teriam sido fechados sem que as políticas de risco da empresa tivessem sido observadas e sem o conhecimento do conselho de administração.

"Não foram encontrados indícios de que o conselho tenha sido consultado ou informado", afirmou Marcio Pepe, sócio-diretor da área financeira da BDO Trevisan, durante a apresentação das conclusões do relatório em assembleia de acionistas realizada ontem.

As operações realizadas na modalidade de maior risco somaram US$ 2,7 bilhões em setembro. Pela política de risco, o ex-diretor da empresa Adriano Ferreira, que os controladores da Sadia decidiram processar, tinha alçada para operações de até US$ 200 milhões e gerentes abaixo dele, de até US$ 100 milhões e US$ 50 milhões, conforme o cargo.

Durante as investigações da auditoria, Ferreira afirmou à BDO Trevisan que as reuniões prévias para definir as políticas financeiras não tinham registro em ata. A informação está numa entrevista realizada com o ex-executivo e anexada ao relatório.

Na apresentação das conclusões do relatório à assembleia de acionistas, Pepe afirmou que "falhas de estrutura [permitiram] que a diretoria financeira contratasse as operações". Além disso, os problemas na estrutura da gestão também se devem ao fato de o conselho de administração não ter acesso a um acompanhamento periódico a respeito das operações de risco.

Nas conclusões apresentadas aos acionistas, Pepe relatou que no começo de julho Ferreira já havia sido informado que a soma das operações ultrapassava os limites de risco sugeridos pela empresa, de três meses de exportação.

No entanto, na entrevista de Ferreira anexada ao trecho do relatório disponível na assembleia, ele afirmou à auditoria que a política de risco era de, no mínimo, três meses de vendas internacionais e, no máximo, 7,5 meses - mas de maneira que a estimativa de prejuízo fosse limitada a pouco mais de R$ 650 milhões, de acordo com sistemas de mensuração de riscos.

Os problemas com a exposição das operações tornaram-se evidentes no começo de setembro. A Sadia comunicou os prejuízos ao mercado, pela primeira vez, em 25 de setembro, após o fechamento da bolsa. Somente naquele mês, as "chamadas de margem" - garantia depositada pela empresa nos bancos para perdas esperadas - somaram mais de R$ 460 milhões.

Ao fim de setembro, o balanço da Sadia mostrava que, das perdas totais de R$ 2,6 bilhões com derivativos, pouco mais de R$ 700 milhões já tiveram efeito no caixa em 2008 e outros R$ 1,9 bilhão terão neste ano, concentrados no primeiro e no terceiro trimestres, ou seja, serão efetivamente pagos. O lançamento desse valor já no balanço de 2008 se deve à necessidade de marcação a mercado dos contratos.

A investigação realizada pela BDO Trevisan foi liderada por Marcio Pepe, com uma equipe de 12 pessoas. O levantamento dos dados ocorreu nos primeiros 70 dias após a contratação dos serviços, no começo de novembro passado, No total, os trabalhos acumularam um total de oito mil horas.

O documento, porém, foi criticado durante a assembleia de acionistas. Pepe explicou que o o objetivo dos trabalhos era o levantamento dos fatos e não "embasar propositura" de ações contra executivos.

Luiz Fernando Furlan, presidente do conselho de administração da companhia desde que os problemas vieram à tona, afirmou que a Sadia está avaliando modificações em sua estrutura de gestão para corrigir falhas nos processos internos, conforme sugestão da auditoria. "Tudo indica que haverá mudanças", disse Furlan ao Valor depois da assembleia. Ele acredita que também a composição do conselho de administração sofrerá alterações, na assembleia geral ordinária, marcada para o fim deste mês.

A repórter adquiriu 11 ações ordinárias da Sadia, no valor de aproximadamente R$ 60, o mínimo vendido na corretora, para ter acesso à assembleia da companhia e poder reportar aos leitores a auditoria feita na empresa, cujo conteúdo é aberto apenas aos acionistas presentes na reunião em Concórdia, interior de Santa Catarina. A repórter se absteve de votar.


Dois comentários: (a) problemas sérios de controle na empresa, que permitiu que a operação fosse realizada; (b) o acesso a assembleia pela reporter mostra a dificuldade de obter informações nas empresas abertas

07 abril 2009

GM e a Bancarrota

Segundo a Reuters, existe um grande preparativo na General Motors para solicitar uma recuperação judicial. Já segundo a Moody's Investors Service a chance é de 70%.

Fonte: Aqui

Rir é o melhor remédio


Fonte: Aqui

Teste #50

Grau de Dificuldade: ***

Quatros pessoas, dois homens (Mateus, Felipe) e duas mulheres (Isis e Justine) estavam discutindo o desempenho das empresas (Santa Rita, Realeza, Integral e Bela Vista) que trabalhavam. Com a crise, a discussão era sobre a geração do Fluxo de Caixa das Atividades Operacionais (R$1 milhão, 2 milhões, 6 milhões e 7 milhões de reais). Descubra o valor do fluxo de cada empresa e o nome de cada empregado, com base nas dicas abaixo:

a) É um rapaz que trabalha na empresa Bela Vista
b) A Integral possui uma moça como funcionária e gerou de fluxo de caixa 1 milhão a mais que a Realeza, onde trabalha outra pessoa do sexo feminino
c) A Santa Rita gerou R$1 milhão
d) Felipe trabalha numa empresa que gerou mais Fluxo que Mateus, mas a empresa de Justine teve um fluxo de caixa menor que a de Isis.

Resposta do Anterior: a) Não. George Oliver May nasceu em 1875 e morreu em 1961. Foi presidente da American Accounting Association e escreveu mais de cem artigos. O Fasb foi constituído em 1973. b) Não. Sir Tweedie fez graduação na década de 60 e a obra Momentum Accounting and Triple-Entry Bookkeeping, de Ijiri, foi publicada em 1989; c) Sim. Kaplan nasceu em 1940 e Miller, grande músico e maestro, desapareceu em 1944.

Links

Pesquisa da Deloitte mostra atitude favorável das empresas com a convergência [nos EUA]

Privilegio de pertencer a um cartel: retorno acima do mercado – O caso dos Taxis em Nova Iorque

Nova Proposta de Contabilidade para impostos pelo Iasb

Economia de Star Trek

A dificuldade de ter um taxi em Cuba

Nosso cerebro e fazer muitas coisas ao mesmo tempo

Balanços e Mercado

Safra de balanços pode esfriar entusiasmo nas bolsas
David Gaffen, The Wall Street Journal
The Wall Street Journal Americas - 6/4/2009 - 1

A temporada de balanços está começando e vai ser deprimente. Apesar disso, o mercado acionário dos Estados Unidos — que de uma maneira ou outra acaba ditando o ritmo das bolsas ao redor do mundo — está entrando nessa nova fase no vácuo da disparada de quatro semanas mais agressiva em mais de 70 anos.

Dessa forma, mesmo que praticamente todos os investidores reconheçam que as coisas estão realmente feias, ainda assim eles estão criando bases para uma decepção. E se os últimos oito anos servirem como alguma orientação, é isso que provavelmente acontecerá.

A empresa de pesquisa de investimento Bespoke Investment Group LLC examinou todas temporadas de balanço desde meados de 2001 e concluiu que se os investidores aplicassem dinheiro no índice Standard & Poor's 500 no primeiro dia da temporada de balanços e vendessem as ações no último dia perderiam quase 27%. Os que fizessem o oposto conseguiriam um retorno de 7,1%.

Os números parecem especialmente pertinentes neste trimestre, levando-se em consideração que a recente alta do mercado foi furiosa. A Média Industrial Dow Jones subiu 21% nas últimas quatro semanas, o mais rápido ganho de 20% do índice desde 1938. O S&P 500 acumula alta de 23%.

As duas últimas temporadas de balanço, que aconteceram durante extremo nervosismo do mercado, mostraram, respectivamente, quedas de 8,5% e 9,3% no S&P 500, como mostra a pesquisa da Bespoke. A temporada de balanços do primeiro trimestre começa com a divulgação dos resultados da Alcoa amanhã e será encerrada a 14 de maio, quando a rede Wal-Mart Stores apresenta seus números.

Os analistas esperam um declínio de 37% nos lucros em comparação com o mesmo período do ano passado. A expectativa é de que todos os dez grupos do S&P 500 apresentem queda anual, um corte uniforme que nunca havia acontecido durante os dez anos de acompanhamento desses dados pela Thomson Financial.

O que pode manter a alta das bolsas não é tanto se os resultados do primeiro trimestre atingirão ou superarão essas expectativas. Os ganhos dependerão mais do que os executivos disserem sobre o segundo, terceiro e quarto trimestres.

"A esperança de todo mundo, no momento, é a compilação de dados menos ruins", diz Linda Duessel, estrategista de renda variável da Federated Investors. "Queremos ouvir que caímos no abismo e que a queda provavelmente chegou ao fim."

O que as empresas informarem deve determinar se as bolsas americanas podem sair do declínio de 18 meses — a Média Dow Jones ainda está 43% abaixo do pico de outubro de 2007 — e transformar a fase recente de quedas num período de altas consistentes. Na sexta- feira, a Dow fechou a 8.017,59 pontos e o S&P 500 a 842,50 pontos.

Os investidores foram brindados com algumas fagulhas de esperança no começo de março, como as declarações dos diretores-presidentes do Citigroup, Vikram Pandit, e do Bank of America, Kenneth Lewis, de que os dois bancos tiveram lucro em janeiro e fevereiro. Esses comentários foram alguns dos catalisadores do retorno dos investidores às bolsas, especialmente às ações de bancos, que têm tido um desempenho melhor do que a média do mercado desde que este bateu em seu nível mais baixo da crise, a 9 de março.

O entusiasmo dos dois executivos foi diluído há poucos dias, quando Lewis e Jamie Dimon, diretor-presidente do J. P. Morgan Chase, declararam que março foi um mês difícil. A confiança dos investidores no setor bancário aumentou, mas eles já se decepcionaram no passado e, por isso, qualquer sinal de que os bancos ainda enfrentam dificuldades colocará à prova a fé deles.

Os relatórios sobre produção industrial, habitação, setor imobiliário e atividade das fábricas sugerem que, pelo menos, a economia se estabilizou. Se empresas de outros setores indicarem a retomada da atividade com sinais de melhora no número de pedidos ou nas entregas, isso vai aumentar o otimismo recente.

"A questão é: as empresas vão fazer comentários sobre expectativas que sejam significartivamente muito diferentes do que é esperado? E o que vamos ouvir sobre as atividades dos negócios em abril?", diz Jim McDonald, diretor de estratégias de investimento da Northern Trust.

Os primeiros sinais são contraditórios. Os números da habitação melhoraram, mas as empresas de construção civil Lennar e KB Home informaram perdas contínuas, e a última informou que não previa nenhuma melhora significativa nas condições do mercado pelo resto do ano.

Os investidores estarão especialmente atentos aos resultados de empresas que servem como referência da demanda global. Como a Caterpillar, que surpreendeu o mercado em janeiro com o anúncio de 20.000 demissões e ofertas de demissões voluntárias para outros 25.000 empregados nos EUA. Em março, a gigante industrial anunciou planos de demitir mais 2.500 pessoas.

Notícias desse tipo durante a temporada de balanços podem esfriar o entusiasmo dos investidores.

Soros e a Marcação a Mercado

Sistema bancário dos EUA ainda está insolvente, diz George Soros
da Reuters
FolhaNews - 6/4/2009

(...) Mas ele [Soros] fez um alerta sobre a flexibilização das normas "mark-to-market" (que obrigam as instituições financeiras a avaliar seus ativos no valor de mercado), promovida pela associação profissional encarregada da padronização das normas contábeis no país na semana passada.

O Conselho de Padrões de Contabilidade Financeira (FASB, na sigla em inglês), assim, permite que os auditores tenham maior margem de manobra para avaliar o real valor de ativos sem liquidez.

Para Soros, a mudança na regra cria condições para prolongar a vida de bancos "zumbis", porque além de evitar que as instituições financeiras sofram grandes baixas contábeis, a nova medida também abre espaço para um aumento dos empréstimos na economia. (...)


Um cuidado: sempre devemos ter cuidado com observações feitas por especuladores na imprensa. Qual seria o seu real interesse? Está falando a verdade? Irá aproveitar da sua posição?

Ágio e Intangível

Ágio e intangíveis são principais desafios para fusões e aquisições
Gazeta Mercantil

São Paulo, 7 de Abril de 2009 - A combinação entre o agravamento da crise internacional e o processo de convergência às novas normas internacionais de contabilidade já surte efeitos práticos na formatação de fusões e aquisições no mundo todo. O principal desafio das empresas envolvidas nesse tipo de transação será saber registrar com equilíbrio os valores atribuídos ao ágio das operações. Também será importante contabilizar adequadamente os ativos intangíveis existentes na empresa adquirida.

Em um momento de enorme volatilidade do mercado de capitais, o ágio - que representa em uma fusão a capacidade de ganhos futuros - está mais sujeito à perda de valor. Errar seu cálculo pode gerar insegurança para fundos de private equity e investidores institucionais, que precisam levantar fundos para levar à frente processos de compra.

Essas conclusões são apontadas por um estudo global preparado pela Ernst & Young, cedido com exclusividade à Gazeta Mercantil. O levantamento, que considerou transações realizadas por 709 companhias de 21 países até 2007, identificou que, na média, o ágio representou 47% do valor pago pelas companhias.

Já a contabilização de ativos intangíveis, onde entram, por exemplo, marcas e listas de clientes, somou 23% do total desembolsado pelos negócios. "Os times que organizam fusões e aquisições estão tendo mais trabalho com a chegada do IFRS. As empresas podem ver reduzidas suas perspectivas de lucros e ganhos futuros quando a contabilização dos intangíveis não é a adequada", explica o sócio da Ernst Eduardo Redes. "Ou o que é ainda pior para os investidores: surge a notícia de que aquilo que custou 100 pode valer apenas 80", diz.

Pelas regras do International Financial Reporting Standards (IFRS), a apuração do ágio sobre rentabilidade futura, chamado por especialistas em contabilidade de goodwill, não pode sofrer amortização. No entanto, explica Redes, as companhias têm a possibilidade de, anualmente, fazer um teste de cenário. Chamado de teste de impairment, tem o objetivo de observar se o valores ajustados anteriormente - de goodwill ou intangíveis - sofreram perdas e devem ser remarcados. "Nas operações em que o ágio é o principal componente de valor, muitas empresas estão considerando que o valor da companhia adquirida pode sofrer perdas re-levantes", afirma o especialista.

Mais ágio

Os setores de bens de consumo e tecnologia são, segundo o estudo da Ernst, aqueles cujo ágio nas transações representou a maior fatia dos valores envolvidos em fusões e aquisições: 65% e 60%, respectivamente.

Outros segmentos cujo percentual de ágio ultrapassa a metade dos montantes desembolsados pelas companhias em fusões e aquisições são os de mídia e entretenimento e o de bancos de investimentos.

Os setores de seguros e telecomunicações, cujas combinações de negócios são geralmente motivadas pela aquisição de carteiras de clientes, são os que mais intangíveis desse tipo reconheceram e contabilizaram em fusões e aquisições: 44%.

A marca foi o segundo intangível mais comum, aponta a pesquisa. Surgiu em 31% dos casos, seguido pela incorporação da tecnologia, em 20% dos negócios.

Na contramão

As indústrias de construção civil e de petróleo e gás estão na ponta oposta. São aquelas cuja maior parte do valor pago na fusão equivale a ativos tangíveis, como equipamentos ou bens materialmente palpáveis. Eles representam 62% do valor no caso da primeira e 52%, na segunda.(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 1)(Luciano Feltrin)

Contabilidade e Crise

A reputação manchada dos EUA
Paul Krugman, The New York Times *
O Estado de São Paulo - 31/3/2009

Há dez anos, a capa da revista Time estampava Robert Rubin, então secretário do Tesouro, Alan Greenspan, então presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), e Lawrence Summers, então vice-secretário do Tesouro. A revista chamou a trinca de “comitê para salvar o mundo”, creditando-lhe a condução do sistema financeiro global numa crise que parecia aterrorizante na época, embora pareça um pequeno solavanco comparada ao que estamos enfrentando hoje.

Os três homens naquela capa eram americanos, mas ninguém estranhou isso. Afinal, em 1999, os Estados Unidos eram o líder inconteste da resposta global à crise. Esse papel de liderança só em parte se baseava na riqueza americana; num grau importante, ele refletia também a estatura da América como um modelo exemplar. Todos achavam que os EUA eram o país que sabia lidar bem com as finanças.

Como os tempos mudaram.

(...) É penoso ler hoje uma palestra feita por Summers no início de 2000, quando a intensidade da crise econômica dos anos 1990 estava diminuindo. Discutindo as causas daquela crise, Summers apontou coisas que faltavam aos países em crise - e que, por implicação, os EUA possuíam. Essas coisas incluíam “bancos bem capitalizados e supervisionados”, e “contabilidade corporativa transparente e confiável”. Bem, bem. (...)


Grifo meu.

Observe como isto é coerente com a citação seguinte:

Cada uma das três contrações passadas nos Estados Unidos - a recessão de julho de 1990 a março de 1991, a recessão de março a novembro de 2001 e a recessão que começou em dezembro de 2007 - envolveram escândalos de corrupção. (...) Elas são simples pois sempre envolvem a violação de princípios elementares de contabilidade (...)


George Akerlof e Robert Shiller - Animal Spirits - p. 29-30

Crise e Contabilidade

As autoridades regulatórias federais dos Estados Unidos para o setor bancário devem se encontrar nesta semana para discutir como serão analisados os resultados dos testes de resistência que o governo vem realizando sobre as 19 principais instituições bancárias americanas, segundo reportagem do "The Wall Street Journal".

Os testes foram anunciados no fim de fevereiro, para determinar se as maiores instituições bancárias têm capital suficiente para aguentar o impacto de um ambiente econômico como o atual.

Os testes vão avaliar se os bancos conseguiriam se manter mesmo com uma taxa de desemprego no país acima de 10% (atualmente está em 8,5%) e com uma queda de mais 25% nos preços dos imóveis, destaca o "WSJ". Bancos com mais de US$ 100 bilhões em ativos estão passando pelos testes, que estabelecerão a necessidade de novas injeções de capital ou de outras formas de ajuda por parte do governo.

Entre os temas a serem discutidos nesta semana no encontro, as autoridades regulatórias devem também avaliar o impacto que a flexibilização das normas de avaliação de ativos, determinada na quinta-feira pelo Fasb (Conselho de Padrões de Contabilidade Financeira, na sigla em inglês), poderá ter sobre os bancos. Com a flexibilização, os auditores terão maior margem de manobra para avaliar o real valor de ativos sem liquidez.

A norma modificada, chamada "mark-to-market", obriga as instituições financeiras a avaliar seus ativos no valor de mercado. Nos casos de ativos podres (com alto risco de calote) herdados da bolha imobiliária, dificilmente recuperáveis, o valor atual (ante o real) é considerado como muito baixo, causando grandes perdas para os bancos.

Além de evitar que as instituições financeiras sofram grandes baixas contábeis, a medida também abre espaço para um aumento dos empréstimos na economia.
(...)

EUA vão discutir teste de resistência
Valor Econômico - 7/4/2009

Acordo da Basileia e a Crise

A raiz da crise financeira que aflige o mundo é o Acordo da Basileia, disse o banqueiro Luiz Cezar Fernandes, em entrevista para o podcast da administradora de recursos de terceiros Rio Bravo.

(...) Segundo Fernandes, o Acordo da Basileia, referência à cidade onde fica a sede do Banco para Compensações Internacionais (BIS), desencadeou a crise atual ao "engessar os bancos de uma maneira tal que todos tentaram arrumar uma alternativa para fazer as mesmas coisas de antigamente". O Acordo da Basileia amarrou o capital mínimo dos bancos aos risco dos ativos possuídos.

A rigidez do acordo, explicou Fernandes, fez com que os bancos comerciais começassem a operar como banco de investimentos nas suas holdings. "Então houve uma mistura, quer dizer, banco de investimento virou meio banco comercial e vice-versa, distorcendo todo o sistema."

Para ele, o pior que pode acontecer é aumentar a regulação dos mercados. Mais eficiente é o controle, como existe no Brasil e que falhou nos Estados Unidos ao não cobrir fundos hedge e administradores de recursos. (...)

Para banqueiro, Basileia desencadeou crise - 30 de Março de 2009 - Valor Econômico

Consórcios

A seguir, um trecho de um artigo onde se discute o conceito de entidade:

Em seus artigos iniciais, a nova lei [lei 11795/2008] traz o princípio da prevalência do interesse coletivo sobre o individual e o da segregação do patrimônio de cada grupo administrado em relação aos demais e ao da própria sociedade gestora dos recursos. Assim, privilegia-se a continuidade do grupo e sua autonomia financeira: os recursos dos grupos não se confundem com os da administradora, não integrando seus bens e direitos para fins de liquidação extrajudicial e não podendo ser dados em garantia de seus débitos. A nova lei atribuiu aos administradores a responsabilidade pelo gerenciamento das contribuições ao fundo comum. São eles depositários até a satisfação das obrigações do contrato de adesão ao grupo. Responderão pessoal e solidariamente, tenham ou não culpa, pelos danos ao grupo.

Fabio de Almeida Braga A nova regulamentação dos consórcios
30 de Março de 2009 - Valor Econômico

Auditoria e Continuidade


O jogador Carlos Tevez deixou o Corintians em 2006 para jogar no West Ham, na Inglaterra. Na sequência, ele foi contratado pelo Manchester United, clube mais tradicional.

Esta última transação sempre foi vista como suspeita. Segundo o The Guardian (
West Ham settle for quick sign-off on Tevez, Matt Scott, 31/3/2009) a transferência pode gerar problemas para o West Ham. A ameaça é um multa de 45 milhões por parte do Sheffield United.

O elevado valor levou os auditores do West Ham (Deloitte) a pressionar o clube com garantias financeiras antes que confirmar a continuidade.

Distribuição de Dividendos

30 de Março de 2009 - As incertezas em relação aos rumos da crise internacional e a escassez de crédito no sistema financeiro criaram um dilema entre as empresas brasileiras de capital aberto: distribuir os lucros obtidos no ano passado aos acionistas ou segurar os resultados para enfrentar uma possível piora do cenário? Várias companhias reconhecidas no mercado como boas pagadoras de dividendos optaram por seguir um caminho intermediário. Deixaram no caixa uma parte do lucro, mas sem reduzir substancialmente o pagamento de proventos.

(...) A legislação determina que todas as companhias abertas reservem no mínimo 5% do resultado do exercício. Caso decidam reter uma parcela maior, o valor não pode ser considerado no cálculo do dividendo mínimo obrigatório, equivalentes a 25% do lucro. (...)

A destinação dos resultados e o gerenciamento do caixa por parte das empresas costumam render polêmica. Antes da crise e mesmo após o agravamento das condições de mercado, a manutenção de recursos dentro da companhia era alvo constante de críticas de investidores.

A decisão de manter os recursos dentro da empresa depende ainda de como a administração projeta os impactos da crise sobre o fluxo de caixa. (...)

Empresas usam lucro para reforçar caixa - 30/3/2009 - Gazeta Mercantil


É por este motivo que os autores de finanças consideram a distribuição de dividendos uma das três decisões financeiras de uma empresa. (As outras duas: investimento e financiamento)

06 abril 2009

Rir é o melhor remédio




Fonte: Aqui

Teste #49

Grau de Dificuldade: ***

a) George Oliver May poderia ter participado da constituição do Fasb?
b) Sir David Tweedie poderia ter lido a obra Momentum Accounting and Triple-Entry Bookkeeping quando estava na graduação?
c) Robert S Kaplan poderia ter escutado Glenn Miller tocar Moonlight Serenade?

Resposta do Anterior: controladoria

SPED

Sped restringe espaço das fraudes e torna sonegação difícil
Gazeta Mercantil - 6/4/2009

São Paulo, 6 de Abril de 2009 - Depois de grande esforço para a introdução da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), o projeto Sistema Público de Escrituração Digital (Sped) ganha um fôlego extra com a entrada de duas novas obrigatoriedades: a Escrituração Fiscal Digital (EFD) e a Escrituração Contábil Digital (ECD).

A regulamentação cria um ambiente que permite às Secretarias da Fazenda e à Receita Federal cruzar informações contábeis e fiscais, identificando fraudes e sonegação e cobrindo toda a cadeia produtiva.

Preparar a infraestrutura de TI para a regulamentação vem consumindo grande esforço das corporações. Não se adaptar ou enviar dados errados pode acarretar multas e outras penalidades. Para muitas empresas, mexer nos sistemas a fim de extrair informações fiscais e contábeis é como abrir uma caixa de Pandora.

Para se ter uma ideia do tamanho do "problema", a consultoria fiscal IOB ouviu 405 corporações brasileiras com faturamento entre R$ 3 milhões e R$ 7 bilhões. O estudo revelou que 83% dos entrevistados cometeram algum equívoco nestas áreas em 2007, sendo que 56% deles realizaram transações com fornecedores ou clientes inabilitados pelo governo.

As adequações dos sistemas ao Sped esbarram na agregação de um software paralelo, aquisição de equipamentos e ampliação de links de comunicação. As dificuldades começam pela complicada legislação tributária brasileira, transitam pela necessidade da limpeza e o ajuste dos dados inseridos nos softwares de gestão empresariais (ERP), culminando, em muitos casos, na necessidade de mudança de processos e tratamento das informações fiscais e contábeis dentro dos sistemas de origem.

"Apenas emitir NF-e, sem ter o controle financeiro e de estoque, não faz os dados fecharem nem que a empresa contrate o ganhador do Prêmio Nobel para cuidar da contabilidade", brinca o autor do livro sobre Sped Big Brother Fiscal, Roberto Dias Duarte.

O especialista aponta que são raras as empresas que têm esses dados coerentes e prevê a chegada de uma grande onda de gestão nas companhias no Brasil. "Trata-se da inserção das autoridades legais na Era do Conhecimento", pontua referindo-se à necessidade de um maior rigor com os dados imputados pelas corporações em seus sistemas.

"A regulamentação impõe novos processos de controle e gestão, confiabilidade da informação, sincronização de cadastros, consistência e integração entre os sistemas", lista Pedro Bicudo, sócio-diretor da TGT Consult. Mas a adaptação às novas regras tem consumido muitas horas para ajuste dos bancos de dados, com dificuldades que passam pelo impasse na definição das exigências por parte do governo, traduzindo-se em extensão de prazo e revisão de orçamentos. "Até 2008, as empresas acreditavam que bastava incorporar um sistema e todas as obrigatoriedades do Sped estariam vencidas", diz o especialista.

(Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 2)(Felipe Dreher/ITMidia)

GM do Brasil

'GM do Brasil tem muita liberdade'
O Estado de São Paulo - 6/4/2009
Sonia Racy

Enquanto a matriz, nos EUA, luta pela sobrevivência, o presidente da GM daqui, Jaime Ardila, avisa: no País a empresa está segura e não sofre os problemas de lá

A General Motors vive, nos Estados Unidos, seu inferno astral. Semana passada, circulavam dúvidas quanto à capacidade de a montadora continuar operando por lá, mesmo depois de Barack Obama ter dado 60 dias para apresentação de novo projeto de viabilização.

A situação no Brasil, no entanto, é diferente. A operação local, como as de outras subsidiárias, é financeiramente independente. A Deloitte & Touche fez uma auditoria ampla na contabilidade da montadora e deu parecer favorável à sustentabilidade da filial brasileira. “Legalmente - e temos pareceres jurídicos dizendo isto - as leis brasileiras não permitem que uma concordata lá fora tenha impacto por aqui. Estamos absolutamente tranquilos”, contou à coluna o colombiano Jaime Ardila, presidente da empresa no Brasil. Aqui vão os principais trechos da entrevista:

Barack Obama forçou mudanças na GM americana. O que o senhor achou disso?
Concordo com as recomendações do presidente. É preciso gerar mais caixa, reduzir o nível das dívidas, acelerar a reestruturação operativa e buscar carros com maior eficiência. Aliás, neste último quesito, o Brasil pode ajudar em termos tecnológicos, com nossos carros menores.

Mas trocar um dirigente, Rick Wagoner, por outro, Fritz Henderson, que trabalhou a vida inteira na GM, muda algo?
A substituição foi simbólica e política, na busca pelo apoio do público. Obama deixou claro que ajudará a GM.

Se a empresa entrar em recuperação judicial, como ficam vocês no Brasil?
A Deloitte & Touche acaba de fazer uma auditoria também nas contas da GM Brasil. Nossa posição é sólida. Não creio em impactos maiores.

E se a GM de lá resolver vender vocês aqui?
(risos). Ela não vai fazer isto. Nos planos da GM estão à venda as marcas Saab, Hummer e Saturn.

Existem planos para abrir outra fabrica da GM no Rio Grande do Sul?
Nada a comentar, não podemos comentar.

A GM investe com recursos próprios?
Normalmente, sim. Mas agora temos também projetos com o BNDES.

Estão conversando com eles?
Estamos, provavelmente já poderemos falar sobre coisas concretas no segundo semestre.

Qual o grau de liberdade que a GM Brasil tem frente à matriz americana?
Hoje nós temos muita liberdade financeira, no dia a dia do negócio, em relação aos grandes recursos, ao capital. Mas não temos isso no desenvolvimento de produtos.

Por quê?
Para não haver sobreposição de trabalhos, a área é coordenada pela matriz. A GM se parece muito ao governo de um país. A burocracia é gigante.

O senhor esteve trabalhando no mundo inteiro. O brasileiro vê o carro de maneira diferente de outros?
Não há muita diferença. O consumidor brasileiro gosta de carro como produto de transporte, uma necessidade. É a segunda necessidade mais importante, depois da moradia.

Mas na hora de montar o carro ou definir acessórios, por exemplo?
Os brasileiros gostam muito de motores, de rendimento e de tecnologia. Nos Estados Unidos, as pessoas estão mais preocupadas com o interior do carro, com o acabamento. Ah, lembrei: os brasileiros gostam também das rodas. Este tipo de detalhe não preocupa tanto em outros lugares.

Os problemas das montadoras americanas começaram com os japoneses invadindo os EUA, muitos anos atrás. Porque os EUA nunca invadiram o Japão?
É muito difícil invadir o Japão. Eles têm muitas barreiras protecionistas, barreiras culturais, o preço da terra. São todos organizados para que só as companhias japonesas fiquem. Mercado japonês fala japonês. E é quase impossível comprar terrenos para ter concessionárias.

Na China vocês entraram...
É um modelo diferente. A China fez parcerias com empresas de fora. Hoje a GM tem 50% do mercado local. Lá somos líderes.

Eles não estão sentindo a crise?
China e Brasil são os países que estão se defendendo melhor. Eles têm uma coisa muito parecida com o Brasil: diminuíram o imposto de renda dos carros e o impacto foi o mesmo daqui. As vendas se recuperaram, abriram créditos para os consumidores. Desde janeiro, fevereiro, pela primeira vez na história o mercado chinês foi maior que o americano.

O que você acha da política automotiva brasileira?
Ela montou uma boa proteção para a indústria, criou tecnologia e garante empregos. Tem também grandes investimentos. E mais. O desenvolvimento tecnológico faz do Brasil, hoje, um dos cinco principais centros do mundo. E desenvolvimento significa design, engenharia.

Na América Latina há países que cobram menos imposto que o Brasil?
Sim, Peru e Chile são mercados totalmente abertos.

E o México?
Tem menos imposto que o Brasil, muito menos. O Brasil tem os impostos mais altos na hora de vender.

Quanto por cento das vendas da GM mundial são fruto de vendas no Brasil?
O maior mercado está nos EUA. Mas para nós, o Brasil é o terceiro mais importante. O primeiro são os EUA, em segundo vem a China.

Qual a fatia que a GM tem do mercado americano?
Tem 21%, é líder. Líder na China e nos EUA.

E quando será líder no Brasil?
É uma coisa curiosa, essa ânsia não existe só no setor automotivo, mas em qualquer outro setor. Todos buscam a liderança. Eu acho que prestígio tem que vir antes de ser a maior no mercado. É o prestígio que transmite confiança aos consumidores. É mais importante ser o melhor, não o maior.


Dois comentários: (a) O executivo não respondeu de forma objetiva quando perguntado sobre o valor do mercado brasileiro; (b) A GM do Brasil não divulga as suas demonstrações contábeis. Como posso saber se a situação dela é razoável ou não?

Resultado do G20

Foram discretas, até agora, as comemorações, no governo, pela declaração do chanceler britânico, Gordon Brown, sobre a morte do chamado Consenso de Washington, regras aceitas como indispensáveis ao bom funcionamento do sistema capitalista, compiladas em 1989 pelo economista John Williamson. Reservadamente, não foram poucos os que comemoraram, entre os conselheiros do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mas Brown, que expediu o atestado de óbito durante a reunião do G-20, na semana passada, pode ter se precipitado. (...)

Como todo consenso econômico internacional, o novo consenso não é levado integralmente em conta pelos países mais poderosos, no momento de formulação de suas políticas. Entre as medidas recém-editadas por Obama, está a permissão aos bancos para fixar, sem fidelidade às regras rígidas de contabilidade, o valor dos "ativos tóxicos", os papéis que serão vendidos com generosa ajuda do governo americano para socorrer as instituições financeiras. Analistas como o próprio Stiglitz já alertam para o "capitalismo artificial" de Obama, que mantém o jogo de ficção do mercado, em transações pouco transparentes. (...)

Sergio Leo - A morte do consenso - 6/4/2009 - Valor Econômico

05 abril 2009

Desvantagem das normas internacionais

O texto a seguir apresenta uma clara desvantagem das normas de flexibilidade: a falta de flexibilidade dos reguladores nacionais. A questão política da convergência tem sido subestimada no Brasil, o que é perigoso.

Europa pede flexibilidade de normas contábeis de empresas
Agence France Presse - 4/4/2009

Os países europeus assumiram neste sábado a flexibilidade das normas contábeis das empresas, em particular as dos bancos, para que não fiquem em desvantagem em relação a seus concorrentes americanos.

O organismo que determina as normas de contabilidade dos EUA, a FASB (Financial Accounting Standards Board, Junta de padrões de contabilidade financeira), decidiu, de forma unilateral, amenizar as regras de avaliação dos ativos para ajudar os bancos a limparem seus balanços de ativos "tóxicos" ou invendáveis.

Os europeus querem o mesmo tratamento, mas as normas contábeis da União Europeia dependem de um organismo supranacional, o IASB (International Accounting Standards Board), que as fixa não somente para a Europa como também para muitos outros países à margem dos Estados Unidos.

Depois de se reuniram em Praga, os ministros europeus das Finanças publicaram um comunicado pedindo à "IASB que coopere estreitamente com a FASB para responder imediatamente a estes problemas".

"A meta deve ser obter um tratamento equivalente e a aplicação de critérios idênticos", destacou o texto.


O próximo passo é uma pressão sobre o Iasb para que acompanhe as normas do Fasb. Provavelmente o Iasb irá aceitar as mudanças das normas.

Resultados

Empresas brasileiras com ações em Bolsa tiveram um prejuízo recorde de R$ 11,718 bilhões no último trimestre do ano passado, que desafiam as atuais práticas de controle e gestão empresarial. Segundo estudo da consultoria Economática, tiveram prejuízo 118 de 325 empresas que divulgaram resultados financeiros do quarto trimestre de 2008.

Trata-se da pior temporada de perdas para esse período pelo menos desde 1999, ano da desvalorização do real e quando foi iniciado o levantamento. Supera prejuízos de R$ 4,934 bilhões do quarto trimestre de 2001 (11 de Setembro e o estouro da bolha da internet) e de R$ 4,873 bilhões do último trimestre de 2002 (eleição do presidente Lula). Em comum, todos tiveram forte variação cambial. A Economática corrigiu os dados históricos pelo IPCA.

A produtora de papel e celulose Aracruz, por exemplo, conseguiu ter perdas de R$ 4,213 bilhões no ano em que todas as suas vendas somaram R$ 3,696 bilhões. É como se a empresa tivesse perdido tudo o que produziu e ainda ficasse devendo.

No caso, o problema decorreu do hedge (proteção) cambial mal calculado pelo departamento financeiro e que passou também pelo crivo da controladoria interna. "O prejuízo de uma atividade não-essencial [financeira] superou todo o ganho da principal atividade da empresa. É impossível? Não, tanto que aconteceu. Mas é um resultado absolutamente anormal, é a exceção da exceção da exceção da regra", disse Alexsandro Broedel, professor de contabilidade da USP.

O mesmo aconteceu com MMX e LLX, respectivamente empresas de mineração e logística do empresário Eike Batista, além do parque de diversões Hopi Hari e a agência de turismo Invest Tur.

Empresas como a petroquímica Braskem, a alimentícia Sadia, a sucroalcooleira Cosan, a elétrica MPX, a têxtil Coteminas e o frigorífico Minerva, entre outros, estão com valor de mercado na Bolsa inferior ao próprio dinheiro que tinham disponível em caixa no final de 2008 -se fossem hipoteticamente compradas, o novo dono poderia pegar o dinheiro delas no banco, cobrir o valor desembolsado e ainda sobrava.

A única ressalva é quanto ao endividamento de curto prazo dessas empresas, que pode consumir grande parte desse caixa. "Quando você compra uma empresa, não leva só o caixa, mas também as dívidas. O ideal é comparar a avaliação do mercado [na Bolsa] com o patrimônio líquido, que é quanto ela vale para o seu acionista", disse Sérgio Machado, professor de contabilidade do Ibmec-SP.

No caso da Braskem, o caixa era de R$ 2,95 bilhões -acima dos R$ 2,57 bilhões do valor de mercado. Já o patrimônio líquido estava em R$ 3,68 bilhões.

Distribuição de prejuízo

Com os prejuízos registrados por essas empresas, afirmam especialistas, perdem todos os segmentos da sociedade: o governo deixa de arrecadar Imposto de Renda (para essas companhias não houve ganhos); os acionistas não embolsam dividendos (e ainda perdem com a desvalorização das ações); funcionários de diferentes escalões deixam de receber bônus e participação nos lucros e correm o risco de perder o emprego; credores têm de elevar as provisões para devedores duvidosos (aumentou o risco de inadimplência).

"O que assusta é o tamanho da destruição de riqueza. A sociedade ficou mais pobre. Todos perdem", avalia Machado.

As perdas das empresas brasileiras decorreram basicamente de três fatores: alta da dívida em moeda estrangeira (o dólar subiu 31,9% no ano), operações desastrosas de proteção cambial (só Aracruz, Sadia e Braskem tiveram perdas financeiras de R$ 9,264 bilhões) e, mais recentemente, queda nas vendas. "A variação cambial pode ser revertida; mas a queda na atividade econômica apenas começou", diz Machado.

"Chama a atenção a falta de sistemas internos de controles adequados [para impedir perdas]. Normalmente, os controles são muito bons na atividade operacional, não no financeiro. Essas empresas tiveram uma perda tão grande que podia comprometer a sua continuidade; tanto que tiveram de fazer acordo com os credores. A falta de controle interno coloca em risco a continuidade dessas companhias", disse Broedel.

Perdas recordes desafiam gestão de empresas
Folha de São Paulo - 5/4/2009
TONI SCIARRETTA


Comentários:
a) a avaliação do tamanho da perda sempre deve visto com cuidado. No caso específico dos valores apresentados, o valor total foi influenciado pela perda de algumas poucas empresas. Além disto, é inegável que hoje as empresas brasileiras são maiores que no passado; isto significa dizer que as perdas relativas "talvez" sejam menores hoje;
b) discordo da proposta do professor do Ibmec, que defende a comparação do PL contábil com o valor de mercado.

Petrobrás

Nos últimos dois anos, os investimentos feitos pela Petrobras em países da América do Sul causaram perdas de R$ 600 milhões à empresa. A maior delas foi no Equador, de quase R$ 400 milhões em 2007 e 2008.

Na Venezuela, a estatal brasileira teve que reconhecer uma queda no valor de seus investimentos de R$ 175 milhões. Na Bolívia, depois de todo o barulho feito pelas medidas de nacionalização adotadas pelo presidente Evo Morales, a Petrobras conseguiu um ganho de R$ 66,2 milhões ao vender suas ações para a estatal boliviana por US$ 112 milhões.

"Houve um aumento no risco político na América do Sul nos últimos anos. A Petrobras já tinha feito investimentos [na região] que foram prejudicados", diz Luiz Otávio Broad, analista da Ágora Corretora.

Nem todas as perdas registradas no balanço da estatal brasileira são irrecuperáveis. É o caso, por exemplo, da Venezuela. Em 2006, o presidente Hugo Chávez decidiu que as empresas privadas teriam, no máximo 40% nos campos explorados, e a estatal petroleira PDVSA ficaria com 60%.

A Petrobras foi obrigada, então, a ajustar sua contabilidade ao novo cenário. Para isso, reconheceu uma "perda sobre investimentos". Foram R$ 119,6 milhões em 2007 e R$ 55,425 milhões no ano passado.

No balanço, a empresa explica que a "recuperação desses investimentos está relacionada à volatilidade do preço do petróleo, às condições econômicas sociais e regulatórias na Venezuela e, em particular, aos interesses de seus acionistas em relação ao desenvolvimento das reservas de petróleo".

A maior dificuldade da estatal brasileira está no Equador. No ano passado, a Petrobras devolveu ao governo do país um bloco exploratório, o que implicou prejuízos de R$ 181,6 milhões. Já tinha sido obrigada em 2007 a fazer uma reserva, conhecida como provisão [sic], de R$ 308,8 milhões para enfrentar a nacionalização das reservas de petróleo e o aumento da tributação aprovados em 2007.

De acordo com as explicações dadas no balanço da estatal, essas mudanças afetaram "a previsão de rentabilidade dos atuais negócios no Equador e a recuperabilidade dos investimentos realizados".

A Petrobras não divulga o volume de investimentos que fará no exterior por país. Questionada sobre a avaliação que faz das aplicações nesses países e se continuará a investir, a empresa informou que "espera manter os investimentos e as atividades nos países em que atua, de acordo com seu posicionamento estratégico e a avaliação de risco de cada região".

O investimento feito pela estatal na América do Sul não raro é alardeado pelo governo como uma ferramenta de política externa para apoiar vizinhos.

O discurso político tem prevalecido nas ações da diplomacia brasileira. No embate com a Bolívia, por exemplo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva evitou cobranças públicas ao presidente Evo Morales e preferiu uma negociação de bastidores. Lula insistiu em que o Brasil, mais rico, não podia abrir guerra com a Bolívia e precisava entender a realidade do país e a "justeza da atitude de estatização".


Petrobras perde R$ 600 mi em 2 anos na AL
Folha de São Paulo - 5/4/2009
LEANDRA PERES

03 abril 2009

Rir é o melhor remédio

Um dia, o Senhor chamou Noé que morava no Brasil e ordenou-lhe:

- Dentro de 6 meses, farei chover ininterruptamente durante 40 dias e 40 noites, até que todo o Brasil seja coberto pelas águas. Os maus serão destruídos, mas quero salvar os justos e um casal de cada espécie animal. Vai e constrói uma arca de madeira.

No tempo certo, os trovões deram o aviso e os relâmpagos cruzaram o céu. Noé chorava, ajoelhado no quintal de sua casa, quando ouviu a voz do Senhor soar furiosa, entre as nuvens:

- Onde está a arca, Noé?

- Perdoe-me, Senhor suplicou o homem. Fiz o que pude, mas encontrei dificuldades imensas: Primeiro tentei obter uma licença da Prefeitura, mas para isto, além das altas taxas para obter o alvará, me pediram ainda uma contribuição para a campanha para eleição do prefeito. Precisando de dinheiro, fui aos bancos e não consegui empréstimo, mesmo aceitando aquelas taxas de juros. O Corpo de Bombeiros exigiu um sistema de prevenção de incêndio, mas consegui contornar, subornando um funcionário. Começaram então os problemas com o IBAMA para a extração da madeira. Eu disse que eram ordens Suas, mas eles só queriam saber se eu tinha um “Projeto de Reflorestamento” e um tal de “Plano de Manejo”. Neste meio tempo ELES descobriram também uns casais de animais guardados em meu quintal. Além da pesada multa, o fiscal falou em "Prisão Inafiançável" e eu acabei tendo que matá-lo, porque, para este crime a lei é mais branda. Quando resolvi começar a obra, na raça, apareceu o CREA e me multou porque eu não tinha um Engenheiro Naval responsável pela construção. Depois apareceu o Sindicato exigindo que eu contratasse seus marceneiros com garantia de emprego por um ano. Veio em seguida a Receita Federal, falando em “sinais exteriores de riqueza“ e também me multou. Finalmente, quando a Secretaria do Meio Ambiente pediu o “Relatório de Impacto Ambiental“ sobre a zona a ser inundada, mostrei o mapa do Brasil. Aí, quiseram me internar num Hospital Psiquiátrico! Sorte que o INSS estava de greve.

Noé terminou o relato chorando, mas notou que o céu clareava e perguntou:

- Senhor, então não irás mais destruir o Brasil?

- Não! - respondeu a Voz entre as nuvens. Pelo que ouvi de ti, Noé, cheguei tarde!

Enviado por Matias, grato.

Valor recuperável e Cesp

Valor recuperável dá novo fôlego às ações da Cesp
Gazeta Mercantil - 3/4/2009

São Paulo, 3 de Abril de 2009 - O demonstrativo financeiro de 2008 da Companhia Energética de São Paulo (Cesp) é um dos melhores exemplos até agora da dualidade que a adoção dos padrões contábeis definidos pela lei 11.638 pode trazer às empresas de capital aberto. Apesar de a companhia ter divulgado um prejuízo de R$ 2,35 bilhões por conta dos ajustes de contabilidade, a resposta do mercado acionário foi a valorização de seus papéis, com alta superior a 7% no pregão seguinte.

Não fossem os ajustes, as operações se manteriam lucrativas, com um avanço de 13,5% da receita e de 12% na geração de caixa, para R$ 1,63 bilhão. Mas não é que o mercado tenha sido tão compreensível assim com o ajuste. Acontece que, também por conta das novas regras de contabilidade, a Cesp exibiu um novo fôlego para a briga de renovação das concessões que opera.

"O resultado operacional ficou dentro das expectativas, mas o que animou o mercado foi a avaliação do valor recuperável dos ativos", afirma Luciana Pazos, analista da Gradual Corretora. Agora, cada usina passa a ter seu valor econômico individual, como unidades de negócios segmentadas e que não afetam uma à outra (positiva ou negativamente). Nesta avaliação, das seis usinas da Cesp, somente a Porto Primavera fica com as contas no vermelho - o que explica justamente o prejuízo contábil final.

"A empresa mostrou um valor de R$ 9,54 bilhões de recuperação dos demais ativos, que deu ao investidor uma percepção de minimização dos riscos de não renovação das concessões. Ou seja, se a companhia devolver os ativos para a União, terá esta remuneração", explica Luciana, ressaltando entretanto que a Cesp não explicitou que taxa de desconto aplicou nessas contas.

O montante daria um valuation de R$ 38 por ação, segundo a equipe da corretora Bradesco - bem melhor que os cerca de R$ 13 em que o papel é negociado atualmente. Nas contas da Ativa Corretora, o valor justo seria de R$ 43 por ação, após o desconto das dívidas. A equipe da Ativa ressalta que a Cesp ainda apresenta alta exposição à variação cambial - 40% de suas dívidas estão em moeda estrangeira, sem hedge. Com o cenário, a corretora Merrill Lynch reiterou a recomendação de compra aos papéis, com preço-alvo de R$ 25 por ação, enquanto as demais corretoras estão revendo suas recomendações.

O prejuízo contábil já impacta de imediato a distribuição de dividendos. Mas segundo analistas, o grande apelo da ação continua sendo a expectativa de privatização - quanto mais perto do vencimento das concessões operadas pela Cesp, que se dará em 2015, maior a possibilidade de um desfecho positivo. "O governo pode ficar encorajado com o novo valuation por ação", diz um analista.

(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 4)(Maria Luíza Filgueiras)

IFRS e Brasil

Mudança contábil exige novo perfil de profissionais
Valor Econômico - 3/4/2009

A implementação das Normas Internacionais de Contabilidade (IFRS), aprovada em 2007 no Brasil por meio da Lei 11.638 e que afeta todas as companhias abertas e limitadas de grande porte do país, está causando uma verdadeira revolução na rotina e na carreira de contadores, auditores, controllers e executivos da área financeira. A mudança, que unifica os padrões contábeis para estabelecer critérios de comparação entre empresas internacionais, aumenta significativamente o grau de responsabilidade dos profissionais que elaboram ou analisam balanços, exigindo deles uma visão crítica e conhecimentos mais aprofundados de gestão de negócios, finanças corporativas, questões societárias, planejamento tributário e sistemas de informação.

Os treinamentos, debates e congressos sobre IFRS pipocam por toda parte e lotam auditórios com representantes de empresas, universidades e órgãos públicos preocupados em entender e debater as aplicações das novas regras, já em vigor nos balanços consolidados de 2008 publicados este ano.

Mas, apesar dessa corrida contra o tempo, esta lei é entendida pelo mercado como um grande avanço por transformar as demonstrações financeiras em um instrumento efetivo de gestão do negócio, mais transparente e confiável para os investidores. Já para os contadores, acostumados a figurar em segundo plano na escala das profissões da área financeira, trata-se de uma revolução que os coloca em um novo patamar no mercado. Seu papel, até então restrito aos registros numéricos, sobe para o nível da tomada de decisão.

"Esta é uma grande oportunidade de carreira para o profissional contábil, que sempre foi muito discriminado, visto como um registrador de fatos e dados. Agora, ele é obrigado a fazer parte da estratégia da empresa", diz a contadora-chefe do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Vania Borgerth. Para ela, que também é diretora do Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (IBRI) no Rio de Janeiro e professora da Fundação Getúlio Vargas (FGV), este é o momento de maior mudança em toda a sua carreira.

Há 16 anos no BNDES, Vania lidera atualmente uma equipe de 50 pessoas. Ao todo, a estrutura da instituição tem 250 contadores, responsáveis por analisar o balanço das empresas que solicitam financiamento. E é da contadora-chefe a missão de capacitá-los em IFRS. Por isso, desde 2006, Vania acompanha de perto as discussões no Brasil e no exterior sobre as normas contábeis internacionais. "Procuramos nos antecipar ao mercado. O próximo passo será certificar internacionalmente todos os nossos contadores", explica ela.

As normas internacionais causam também um impacto importante no ensino, uma vez que exigem mudanças não apenas no currículo dos cursos de ciências contábeis, administração e economia, mas também na mentalidade dos professores e nas metodologias. Afinal, as escolas terão de exigir do aluno um posicionamento mais analítico e não somente o cumprimento de normas pré-estabelecidas. O desafio é grande: segundo o Conselho Federal de Contabilidade (CFC), cerca de 20 a 25 mil contabilistas se formam a cada ano em 1.046 instituições de ensino superior espalhadas pelo país.

Como as regras estão sendo adotadas por etapas e, por isso, há pouquíssimas publicações sobre o tema no Brasil, a responsabilidade de se atualizar e buscar as informações recai sobre todos os profissionais envolvidos com o tema - inclusive os professores. "O conhecimento está se formando e, por isso é muito importante que os professores participem das discussões", diz Sérgio Machado, professor do Ibmec São Paulo. Em relação ao mercado de trabalho, ele acredita que a demanda agora será por contadores que enxerguem a organização de forma mais ampla.

As escolas de ponta no ensino de finanças saem na frente na adequação à nova legislação. A Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi), ligada à Universidade de São Paulo (USP), é uma das líderes do processo no país, e faz parte do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), grupo formado pelas principais entidades do mercado de capitais responsável pelo estudo, adequação e emissão de normas ligadas à Lei 11.638.

Além de promover uma série de workshops e palestras sobre o assunto em parceria com outras entidades e empresas, a Fipecafi já incorporou ao seu currículo todas as normas publicadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). "O antigo modelo contábil é mencionado apenas como referência histórica", diz o professor Ariovaldo dos Santos. Para ele, mais do que a questão técnica, o maior desafio é a postura que deverá ser adotada pelos professores, alunos e profissionais de mercado. "É preciso mudar a cabeça das pessoas. Elas terão de reaprender a profissão."

A Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas (FGV-Eaesp) também já reformou a disciplina de contabilidade em seus cursos de acordo com o padrão internacional. A cada nova norma publicada pela CVM, os professores levam artigos e a própria legislação para discutir em sala de aula.

A professora Edilene Santana Santos, do departamento de Contabilidade, Finanças e Controle da FGV, vê impactos importantes tanto na carreira dos contadores, que precisam de conhecimento mais profundo para tomar decisões, como dos analistas de mercado, já que eles são os usuários das informações publicadas e precisam interpretar corretamente os balanços. "Com a adoção do IFRS, há flexibilidade para adaptação em cada empresa. O analista vai se deparar com formas diferentes e, ao ler os relatórios, precisa saber como aquela prática adotada afetou os resultados", explica Edilene.

É o que vive na pele Marco Saravalle, analista da corretora Coinvalores e conselheiro da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec). "Foi uma mudança muito sensível para a análise", diz ele, que terá de fazer projeções de mercado para 2009 com as novas alterações. Saravalle acabou de concluir um MBA voltado para o mercado de capitais, porém ainda estudou com base no modelo contábil antigo. "Se eu soubesse (que as regras mudariam tanto) teria esperado mais um pouco para fazer o curso", lamenta. "Nós, analistas, vamos ter que ler muito, buscar informações em palestras e seminários para estarmos atualizados, porque pequenas questões podem ser determinantes na avaliação de uma empresa."

Outro segmento do mercado que tem investido fortemente em capacitação em IFRS são as empresas de auditoria, que têm sido responsáveis por introduzir as novas regras em boa parte das empresas de grande porte no País, além de oferecer treinamento para as equipes internas dessas organizações. Para garantir tal expertise dos auditores, os treinamento no Brasil e exterior são intensivos.

Só na KPMG, foram investidos em 2008 aproximadamente de R$ 4 milhões em treinamentos de IFRS e novos pronunciamentos contábeis. Cerca de 1.800 profissionais da equipe passaram por 280 mil horas de treinamentos presenciais no país e na Europa ou em cursos on-line. "Muitos fatores exigem um grau de subjetividade muito grande, como determinar o valor justo de ativos. São aspectos que exigem maior senioridade dos profissionais", diz o sócio-líder de auditoria da KPMG no Brasil, Charles Krieck. "O processo ficou mais complexo e mais interessante", completa.

A PricewaterhouseCoopers (PwC) também treinou mais de mil funcionários em sessões que variaram de 30 a 100 horas por ano, além de um grupo de cerca de cem "superespecialistas" que fizeram intercâmbio técnico fora do país ou possuem qualificação internacional independente. Além da capacitação interna, a empresa promove constantemente seminários gratuitos para cerca de 400 pessoas sobre a Lei 11.638 e seus impactos nas organizações. "Nossa preocupação é que o mercado todo consiga se capacitar", diz Fábio Cajazeira, sócio da área de mercado de capitais no Brasil.

Há cerca de dez anos, quando a Europa sinalizou a mudança nas regras internacionais, a PwC mundial começou a promover intercâmbios internos para capacitar profissionais dos 154 países em que atua. Cajazeira foi um deles. Passou dois anos no Reino Unido participando de um grupo global especializado em IFRS. Hoje, considerado um "superespecialista", ele acredita que a convergência das regras internacionais é a maior revolução na linguagem de comunicação das empresas com seus diversos públicos. Por isso, o entendimento de quem atua na área não pode ser superficial. "São mais de 40 normas que mudam toda a estrutura de balanço. Não é algo que um curso de cinco horas resolveria." Na opinião dos especialistas ouvidos pelo Valor, o IFRS tende a promover um maior interesse de jovens profissionais para atuar na área contábil.

A demanda já foi identificada pelo Ibmec RJ, por exemplo, que lançou uma graduação em ciências contábeis toda moldada a essa nova realidade. O curso se propõe a formar profissionais que tenham pleno domínio conceitual, funcional e operacional do IFRS e outras questões importantes ligadas à área financeira, mas também traz questões que remetem ao novo papel dos contadores, como gestão de negócios, análise de informações, habilidades de liderança e visão estratégica das atividades contábeis.

Para o vice-presidente de fiscalização do Conselho Federal de Contabilidade, Enory Luiz Spinelli, o pleno ajuste às novas regras deve se dar entre cinco e oito anos. "A história da contabilidade no Brasil, desde a chegada dos portugueses, sempre teve um enfoque tributário, fiscal. Agora, teremos uma contabilidade focada no negócio e no conhecimento."

Investigadores

Procuram-se investigadores de fraudes
Gazeta Mercantil - 3/4/2009

3 de Abril de 2009 - À medida que a crise financeira se alastra, surgem novas suspeitas de fraude - e com elas a necessidade de encontrar provas de má conduta. É por esse motivo que cresce a procura por investigadores de fraudes.

Recentemente, o FBI anunciou que o número de investigações de fraudes com hipotecas superava os 1,6 mil casos no fim do ano fiscal de 2008, que terminou em 30 de setembro, em contraste com as 881 ocorrências registradas dois anos atrás. Em acréscimo, foram abertas 530 investigações de fraudes corporativas, informou a policia federal americana.

A agência está recrutando gente para ajudar nessas investigações, incluindo pessoas com experiência em informática e contabilidade. Os candidatos que falam um idioma estrangeiro e aqueles que são inspetores de fraude certificados também levam vantagem sobre os concorrentes. A certificação é uma credencial oferecida pela Associação de Inspetores de Fraude que indica proficiência e experiência na prevenção, detectação e dissuasão de fraudes.

Fora do âmbito governamental, os investigadores de fraudes trabalham para consultoras de segurança como a Kroll; nos escritórios de contabilidade como o Deloitte Touche and Eisner; e nos escritórios de consultoria empresarial global e de auditoria interna como o Protiviti. Alguns penduram suas próprias placas. Esses escritórios podem ser contratados por escritórios de advocia ou pelas empresas que queiram realizar uma investigação interna.

O número de inspetores certificados cresceu 10% em comparação com o ano passado, segundo a associação, um grupo de classe com sede em Austin, no Texas. A remuneração média para os inspetores de fraude certificados que trabalharam em tempo integral em 2008 foi de pouco mais de US$ 90 mil por ano, informa a associação.

Os investigadores de fraude corporativa dizem que o trabalho exige curiosidade e tenacidade. E advertem que pode ser extenuante e mesmo enfadonho. Por serem contratados com basea na recomendação de advogados corporativos ou externos, eles estão comprometidos com o direito profissional do advogado e não têm poder para processar o autor de um crime. Mesmo assim, eles asseguram, seus esforços podem ser recompensadores.

Recentemente, surgiu um heroi da categoria: Harry Markopolos, que advertiu sucessivamente a Securities and Exchange Commission (SEC, a comissão de valores mobiliários americana) que Bernard L. Madoff aoperava um esquema de pirâmide gigantesca às custas dos investidores. Markopolos, que trabalhava para uma empresa de investimento quando começou a investigar as atividades de Madoff, saiu do emprego em 2004 para estabelecer sua própria agência de investigação.

Embora a SEC não tenha agido com base nas advertências de Markopolos, ele ajudou a facilitar o caminho para investigações posteriores, que identificaram vários escândalos "mini-Madoff" e outros tipos de fraude.

Embora muitos investigadores tenham experiência em contabilidade forense, auditoria interna e cumprimento da lei, os especialistas dizem que a área também atrai executivos de finanças, assistentes jurídicos, bibliotecários e ex-jornalistas. "O que é realmente necessário é uma grande habilidade para fazer as pessoas falarem", declarou Jules Kroll, o recém-aposentado fundador da empresa que traz seu nome.

Há dois anos, depois de publicar um livro intitulado "Body Brokers: Inside America's Underground Trade in Human Remains", a escritora free-lance Annie Cheney pensou no que faria a seguir. Ela considerou a produção do livro uma experiência incompleta. "Era muita solidão", disse. "Eu precisava de um emprego".Já que ela adora relatórios e solucionar enigmas, Cheney enviou um currículo para a Kroll, empresa de gereneciamento de risco e investigação de fraudes. Contratada como analista, foi recentemente promovida a diretora.

Philip S. Deming, que administra a agência Philip S. Deming & Associates, em King of Prussia, na Pensilvânia, iniciou sua carreira no Departamento do Tesouro e avançou degraus em desenvolvimento e gestão de recursos humanos. Numa caso que investigou, concluiu que um funcionário havia exagerado numa nota de despesas. Em outro, descobriu que uma mulher forjou um diploma universitário.

A necessidade de investigar fraudes hoje em dia é tão grande que Deming viu-se forçado a contratar funcionários temporários - advogados, investigadores particulares e inspetores de fraude certificados - que ganham de US$ 150 a US$ 275 por hora.

A formação de profissionais também pode fazer parte do cotidiano de um investigador de fraudes. Pam Verick, que coordena o sistema de gestão de risco de fraude na Protiviti, também conduz sessões de treinamento para funcionários de clientes. Nessas oportunidades, ela os alerta para as possíveis práticas de esquemas que envolvem propinas, subornos e relatórios financeiros fraudulentos.De quando em quando, durante o intervalo das aulas, um participante da turma a chama de lado e diz: "Estou preocupado, pois algo sobre o que conversamos está ocorrendo".. O assunto é então encaminhado ao consultor juridico interno para investigação na empresa do aluno do curso de treinamento.

Quando Pam conduz suas próprias investigações de fraude, ela se mantém alerta para os detalhes. E a tecnologia que usa para obtê-los ganhou sofisticação. Ela diz que agora recupera provas de celulares, Blackberry, discos rígidos e arquivos de rede. Pam disse por experiência própria que, se a fraude for descoberta, a maior parte das empresas não entram com ação judicial. Em vez disso, elas fazem acordos individuais para que os funcionários envolvidos efetuem a devida restituição.

Os expedientes com duração de 18 horas e as refeições extraídas de máquinas automáticas durante as investigações valem a pena, quando um cliente diz: "Obrigado, nós tínhamos de ouvir exatamente isso".

Dina Blake, estudante formada em contabilidade pela West Virginia University, em Morgantown, na Virgínia Ocidental, espera investigar fraude um dia. Ela pretende seguir a carreira de contabilidade forense e receber um certificado de investigação de fraude. Para tanto, conseguiu um estágio na Ernst & Young, o escritório de auditoria, em Washington enquanto ainda cursava o segundo semestre.

Ela disse que seus estudos lhe deram uma melhor compreensão das dificuldades pelas quais passam as pessoas que perderam as economias de aposentadoria como resultado de fraude corporativa. Dina vê sua nova carreira com idealismo: "Eu vou ajudar a endireitar o mundo dos negócios. Por bem ou por mal".

(Gazeta Mercantil/Caderno D - Pág. 7)(Amy Zipkin The New York Times)

Mudança na MM pelo Fasb 13

EUA: Conselho (fasb) Aprova Flexibilização De Marcação A Mercado
DJ em Portuguese - 2/4/2009

Nova York, 2 - O Conselho de Padrões de Contabilidade Financeira (FASB, na sigla em inglês) aprovou o plano que flexibiliza suas controversas diretrizes contábeis de marcação a mercado, permitindo às empresas maior margem de manobra para a avaliação de seus investimentos.

O FASB revisou as regras para permitir que as empresas usem seu próprio julgamento em maior escala na determinação do "valor justo" de seus ativos. O conselho também tornou mais fácil para as empresas evitar ter que assumir custos sobre perdas quanto sofrerem prejuízos em seus investimentos.

As alterações veem na esteira de uma forte pressão de bancos e de seus representantes políticos no Congresso para que as regras de marcação a mercado fossem flexibilizadas. Como estavam, as regras exigiam que as empresas determinassem o valor de seus investimentos durante as altas e baixas do mercado.

Os bancos reclamam que durante a atual crise financeira, quando muitos mercados estão congelados ou sem funcionar direito, as regras empurraram essas avaliações para baixo de forma injusta e forçam os bancos a registrar grandes perdas com base em flutuações temporárias do mercado. Os que apoiam as regras dizem que elas são necessárias para fornecer informações mais acuradas aos investidores e que qualquer mudança poderá permitir que os bancos sobrevalorizem seus ativos.

As alterações do FASB terão efeito sobre as informações financeiras do segundo trimestre para a maioria das empresas. As companhias não poderão aplicar as novas regras de forma retroativa, como algumas queriam. As informações são da Dow Jones. (Ana Conceição)

Mudança na MM pelo Fasb 12

ATUALIZA-Conselho dos EUA alivia regras de marcação a mercado
Por Al Yoon
Reuters Focus - 2/4/2009

(Texto atualizado com mais informações e comentários de analistas)

NORWALK, Connec., 2 de abril (Reuters) - Os formuladores de padrões contábeis dos Estados Unidos pressionaram o Congresso do país e o setor bancário nesta quinta-feira e permitiram mais flexibilidade na avaliação de ativos tóxicos que acarretaram bilhões de dólares em baixas contábeis.

Os cinco membros do conselho para padronização da contabilidade financeira (Fasb, na sigla em inglês) decidiu por unanimidade dar maior poder aos bancos para decidir qual a melhor ferramenta para definir o preço para definir o valor de ativos quando tiverem que passar por marcação a mercado.

Mas no assunto que ajudaria muitos bancos norte-americanos a apresentar resultados mais fortes, o conselho aprovou com margem apertada --três votos a dois -- uma orientação que pode permitir aos concessores de empréstimo assumir prejuízos menores dos ativos debilitados disponíveis para venda.

"Eu acho que isso é um avanço", disse o presidente do Fasb, Robert Herz, sobre as mudanças durante a reunião de três horas do conselho em uma sala repleta de dezenas de representantes de instituições contábeis, bancos e companhias de seguro.

Mas Marc Siegel e Thomas Linsmeier, dois dos membros do conselho, votaram contra a nova orientação que diz como as companhias devem apontar seus ativos que tiveram uma queda significativa de valor.

As mudanças teriam efeito a partir do segundo trimestre para a maioria das instituições financeiras norte-americanas, mas a adoção inicial pode ser permitida ainda para o primeiro trimestre.

Muitos parlamentares, bancos e outros defensores das mudanças argumentam que a manutenção dos preços de ativos em níveis irrisórios, durante um longo período de mercados inativos, ampliou a crise financeira por meio das baixas contábeis, que golpearam os lucros, deterioram os níveis índices de proteção de capital e reduziram a capacidade de empréstimos.

Alguns investidores têm uma visão diferente, dizendo que a maior flexibilidade com as regras pode permitir que grandes bancos escondam o real valor de seus ativos tóxicos.

Robert Willens, analista especializado em impostos e questões contábeis, disse que as mudanças vão ajudar os bancos superficialmente e aumentar seus níveis de capital.

"Além disso, estou percebendo que a maior parte dos investidores com quem converso está desapontada porque isso não muda a realidade dos bancos", disse. "Isso pode acabar como um dia negro na história", completou.

CRISE-EUA-MARCACAO-ATUA|LANGPT|BRS

Mudança na MM pelo Fasb 11

EUA: Mudança Em Marcação A Mercado Pode Ter Pouco Impacto P/ Bancos
DJ em Portuguese - 2/4/2009

Nova York, 2 - Analistas do setor bancário estão alertando que as mudanças contábeis aprovadas esta manhã podem ser muito pequenas e terem chegado muito tarde. No início do dia, as ações de bancos dispararam depois que o Comitê de Padrões de Contabilidade Financeira (Fasb, na sigla em inglês) aprovaram mudanças para dar aos bancos maior flexibilidade para estimar o valor de ativos em sua carteira de investimentos. Às 16h20 (de Brasília), as ações do Citigroup subiam 2,61% e as do Bank of America estavam em alta de 3,36%.

As normas que forçaram os bancos a marcarem os papéis a mercado causou muitas dificuldades para as instituições porque não havia compradores e, portanto, não havia preços para as obrigações da dívida colateralizada e outros ativos lastreados em determinadas hipotecas. As mudanças não serão aplicadas retroativamente, e os ativos nos livros dos bancos já sofreram baixas contáveis agressivas. Portanto, boa parte do dano já ocorreu.

Enquanto, os maiores problemas para os bancos agora não são os ativos submetidos a baixas contábeis, mas o crédito inadimplente, o dinheiro que os bancos tiveram de colocar de lado para cobrir os calotes e o poder de gerar lucro destas companhias.

O presidente e executivo-chefe do Bank of America, Ken Lewis, disse nesta quinta-feira à cadeia de notícias CNBC que, no caso do banco, a questão (da marcação a mercado) não era tão importante "quanto alguns pensavam".

Em comunicado, o Citigroup disse que acredita que "as decisões de hoje do Fasb sobre a regra contábil de valor justo (FSP FAS 157-e) não terão impacto nas declarações financeiras do Citigroup ou em nossas práticas existentes de determinar o valor justo".

Robert B. Albertson, estrategista-chefe da firma de serviços financeiros Sandler O'Neill, afirmou que, considerando a "potencial ambiguidade do que (o Fasb) diz" é possível que a polêmica sobre a marcação a mercado continue. As mudanças podem ser boas para os bancos ou não dar em nada, acrescentou.

O analista John McDonald, da corretora Sanford Bernstein, disse em e-mail à Dow Jones que, na sua opinião, "trata-se de uma modesta mudança interpretativa e vem muito tarde no ciclo" para alterar a direção dos bancos.

Robert Willens, ex-analista contábil do Lehman Brothers Holdings que agora atua numa consultoria sobre tributação corporativa em Nova York, estima que a mudança pode aumentar os lucros dos bancos em até 20%. Vários analistas e mesmo alguns banqueiros consideram esta estimativa muito agressiva.

Lewis disse na CNBC que a mudança pode adicionar "um ou dois centavos" ao lucro por ação, "mas não 20%". O executivo-chefe do Bank of America disse que cerca de US$ 700 bilhões dos aproximadamente US$ 2,4 trilhões em ativos do Bank of America estão "marcados a mercado e bastante rigorosamente marcados".

Richard X. Bove, da Rochdale Securities, acredita que a mudança possa adicionar entre 5% e 10% aos lucros de alguns bancos, mas disse que não está claro quem se beneficiaria mais, porque os detalhes sobre quais bancos não deram baixa contábil agressiva em ativos não são claros. Provavelmente os que mais se beneficiarão, disse, são os maiores bancos dos EUA, como JPMorgan Chase, Citigroup, Bank of America e Wells Fargo, enquanto mesmo os grandes bancos regionais poderão ter pouco ou nenhum aumento nos lucros.

A mudança na norma terá um impacto em baixas contábeis futuras, mas Bove concorda com McDonald que os bancos "reduziram o tamanho das carteiras de ativos nas quais as baixas contábeis futuras podem ser menores" e os preços subiram para "uma boa parte dos ativos". Os grandes problemas que os bancos sofreram estão agora superados, disse Bove.

As mudanças contábeis podem ter outro efeito: os investidores podem olhar para o poder de gerar lucro dos bancos. "Há um reconhecimento crescente de que a maior parte dos grandes bancos é lucrativa", incluindo o Bank of America, disse Bove. As informações são da Dow Jones. (Regina Cardeal)

Mudança na MM pelo Fasb 10

BM&FBOVESPA: Bolsa dispara 4,19% com G20 e marcação a mercado
Gazeta Mercantil News (Tempo Real) -2 /4/2009

SÃO PAULO, 2 de abril de 2009 - Nem mesmo a palavra otimismo pode ilustrar o que aconteceu nos principais mercados acionários mundiais nesta quinta-feira. Uma junção de notícias externas fez as bolsas de valores mundo afora dispararem mais de 4%, inclusive o índice acionário da BM&FBovespa, que encerrou o dia em forte alta de 4,19% aos 43.736 pontos. O giro financeiro somou R$ 5,89 bilhões.

As decisões tomadas durante a reunião do G20 (grupo que reúne as principais economias desenvolvidas e emergentes do globo) foi uma das razões para o movimento. Em entrevista coletiva, ao final do encontro, o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, anunciou que os países membros do G20 concordaram em destinar US$ 1 trilhão ao Fundo Monetário Internacional (FMI), em uma tentativa de ajudar os países com problemas decorrentes da crise financeira internacional. Além disso, Brown também prometeu esforço fiscal, feito com economia dos gastos públicos e corte de impostos, da ordem de US$ 5 trilhões até 2010 para a criação de empregos - tal cifra reflete o maior investimento já feito em toda a história.

"Mas, na minha opinião, o que deixou os investidores bastantes esperançosos quanto ao futuro foi a flexibilização das normas de marcação a mercado", afirma Miguel Daoud, diretor da Global Financial Advisor. O Conselho de Padrões de Contabilidade Financeira (FASB, na sigla em inglês) anunciou hoje a flexibilização das normas de avaliação de ativos, que nos últimos meses levaram os bancos a registrar grandes desvalorizações.

Esta norma, chamada "mark-to-market" ou "marcação a mercado", obriga as instituições financeiras a avaliar seus ativos no valor de mercado. Nos casos de ativos "tóxicos" herdados da bolha imobiliária, dificilmente intercambiáveis, este valor é muitas vezes considerado como muito frágil, causando grandes perdas para os bancos. Com a flexibilização permite que as instituições financeiras usem seu próprio julgamento para determinar o "valor justo" de seus ativos.

"Acredito que a flexibilização de marcação a mercado, aliada às medidas anunciadas pelo G20 hoje, pode ser o princípio da volta da confiança dos investidores no sistema financeiro", diz Daoud. Mas o diretor da Global Financial Advisor ressaltou que as medidas não elimina os estragos já feitos nas economias.

Por fim, os indicadores econômicos norte-americanos continuam mostrando sinais de recuperação. Hoje o Departamento de Comércio dos Estados Unidos divulgou que o volume de encomendas à indústria avançou 1,8% ou US$ 6,1 bilhões em fevereiro, após seis meses de queda. Para amanhã, é aguardado o relatório com os dados do mercado de trabalho nos Estados Unidos, indicador ainda considerado bastante frágil diante do contexto econômico.

Por aqui, dentre as maiores altas figuraram JBS ON (+9,34%), Lojas Renner ON (+9,32%) e Cyrela ON (+9,29%). No sentido oposto estiveram as ações da Transmissão Paulista PN (-5,08%), Redecard ON (-2,57%) e Vivo PN (-1,64%).

(Vanessa Correia - InvestNews)

Mudança na MM pelo Fasb 9

Fasb flexibiliza regra para marcação a mercado de ativos
Valor + News - 2/4/2009

SÃO PAULO - O Conselho de Padrões de Contabilidade Financeira (Fasb) dos Estados Unidos aprovou hoje uma polêmica medida que deve aliviar a pressão sobre o balanço dos bancos norte-americanos.

De acordo com as novas regras, as empresas não serão mais obrigadas a contabilizar o preço de todos os seus ativos a valor de mercado - marcar a mercado, no jargão do setor - caso não haja liquidez suficiente para os papéis. A lógica é: se não há mercado, não há como determinar o preço de mercado.

Os bancos argumentam que possuem ativos, como empréstimos e títulos de atrelados a hipotecas, que continuam gerando fluxo de caixa normalmente, mas que estão com preços muito descontados nos casos em que houve algum tipo de venda dos papéis, por conta da falta de liquidez.

Como pela regra vigente até então as instituições tinham que registrar os ativos a esses preços mais reduzidos, elas vinham fazendo a cada trimestre novas baixas contábeis, derrubando o lucro e seus índices de solvência.

Como poderão agora contabilizar tais ativos pelo fluxo de caixa esperado trazido a valor presente, teoricamente, não haverá novas perdas de valor, a não ser que o risco de crédito do ativo se deteriore no período.

Por outro lado, os críticos da medida argumentam que ao não registrar os papéis pelo seu valor de mercado, em caso de necessidade de venda dos ativos a perda acabará aparecendo de qualquer maneira. Neste caso, o investidor fica sem saber se o balanço publicado realmente reflete números reais, ou apenas a estimativa ou a esperança dos administradores sobre o fluxo de caixa de determinado instrumento.

(Valor Online, com agências internacionais)

Mudança na MM pelo Fasb 8

EUA afrouxam regra para bancos
Patrícia Campos Mello, WASHINGTON
O Estado de São Paulo - 3/4/2009

Na contramão do que decidiu o G-20, instituições terão mais liberdade para lançar valor de ativos nos balanços

Contrariando o comprometimento do G-20 de tornar mais rigorosa a regulamentação financeira, os Estados Unidos aprovaram ontem a flexibilização de regras contábeis de bancos e empresas. O Financial Accounting Standards Board (Fasb), órgão que estabelece padrões de contabilidade, concordou em dar mais liberdade a empresas e bancos para estabelecerem o valor de seus ativos nos balanços.

Com a nova regra, bancos não precisam “marcar em valor de mercado” muitos dos ativos tóxicos - hoje bastante deprimidos - que têm nos balanços. Em vez de registrá-los pelo valor que os ativos atingiriam se fossem vendidos hoje no mercado, eles poderão determinar o “valor justo” dos ativos, em condições mais favoráveis de mercado.

A mudança foi resultado de pressões do Congresso, dos bancos e do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), Ben Bernanke. Defensores da flexibilização da marcação a mercado argumentam que, atualmente, o mercado está tão tumultuado que não reflete valores realistas dos ativos.

Como os preços de ativos no mercado não param de cair, as empresas estavam constantemente revisando para baixo os valores dos ativos em seus balanços, exacerbando a crise financeira.

A medida, longe de ser meramente burocrática, tem enormes implicações na crise financeira. Às vésperas dos testes de estresse que o Tesouro fará nos bancos, a nova regra pode evitar que muitos bancos sejam considerados insolventes.

As ações de bancos subiram em Nova York por causa da nova medida. Segundo Robert Willens, ex-integrante do conselho do Lehman Brothers, a mudança pode elevar os lucros em até 20% em bancos como o Citibank.

Para alguns analistas, no entanto, a flexibilização das regras de marcação a preços de mercado simplesmente deixa bancos quebrados sobreviverem com uma mudança das regras no meio do jogo. Investidores dizem que a flexibilização vai ajudar os bancos a mascararem as perdas e sobrevalorizarem seus ativos.

“Os investidores não vão querer investir em empresas que escondem o valor real de seus ativos e dívidas”, disse em comunicado o CFA Institute, instituto de análise financeira.

“Estamos muito preocupados com o fato de a Fasb ter se curvado a pressões políticas, que impedem os investidores de entenderem as reais obrigações das empresas financeiras”, disse Arthur Levitt, presidente do Investors Working Group.

A medida que altera as regras entra em vigor nos balanços do segundo trimestre deste ano, mas as companhias podem adotá-la já para o balanço do primeiro trimestre.

Mudança na MM pelo Fasb 7

Bancos poderão elevar valor de ativo podre
Gazeta Mercantil - 3/4/2009

Nova York, 3 de Abril de 2009 - A Comissão de Padrões de Contabilidade Financeira norte-americana (Financial Accounting Standards Board) votou ontem a favor da concessão de maior autonomia aos bancos do país para informar o valor de títulos hipotecários. As mudanças permitirão que os bancos registrem lucros maiores ao assumir que estes papéis valem mais do que qualquer investidor aceitaria pagar por eles nos dias atuais.

Estas medidas foram solicitadas por membros do Congresso dos Estados Unidos e associações de bancos, mas foram veementemente repreendidas por alguns investidores e por um grupo liderado por dois ex-presidentes da Comissão de Valores Mobiliários (SEC, na sigla em inglês).

Em resposta às críticas dos investidores, a comissão decidiu exigir que os bancos forneçam mais informações acerca de seus ativos. A comissão aprovou três alterações às regulações - duas delas foram alcançadas em votações secretas e uma após duas divergências. As medidas possibilitarão que os bancos mantenham algumas quedas nos valores de seus ativos fora de seus registros de rendimentos.

"Há um entendimento de que nós estamos nos curvando a pressões políticas", afirmou um dos membros da comissão que votou a favor das mudanças, Lawrence W. Smith. Ele apontou que a recepção hostil dada a Robert H. Herz, presidente da comissão, em uma audiência no Congresso no mês passado, durante a qual parlamentares de ambos os partidos ameaçaram tomar medidas cabíveis caso a comissão não fizesse as mudanças requisitadas pelos bancos. A comissão propôs as mudanças alguns dias depois.

"Nós somos uma entidade independente e é importante que a nossa independência seja mantida", afirmou Smith. "Ao mesmo tempo, como podemos ignorar o que esta acontecendo a nosso redor?" Os bancos têm defendido que os valores de mercado de alguns títulos, particularmente aqueles lastreados em hipotecas, estão, agora, bem abaixo do valor real que será revelado ao longo do tempo. O fato de serem forçados a amargar tais perdas, argumentam eles, prejudica seus ativos e agrava a crise financeira. As instituições bancárias desejam que avaliar alguns ativos de acordo com os valores atuais de mercado.

A American Bankers Association, que havia forçado os legisladores a exigirem que a comissão fizesse mudanças, elogiaram a medida. "A decisão deve melhorar a informação para investidores ao fornecer estimativas mais acuradas de valores dos mercados", disse Edward Yingling, presidente da associação. Uma mudança adotada pela comissão exigiria que os bancos divulgassem o efeito da interpretação modificada, embora a palavra final não tenha sido divulgada e não esteja claro o grau de detalhamento da divulgação.

Para alguns outros ativos, os bancos devem reduzir o valor contábil a valores de mercado somente se concluírem que a queda "não é temporária". A medida que causou dissidência permitirá que os bancos mantenham parte de tais quedas fora de suas demonstrações de lucros e perdas, embora a queda ainda apareça nos balanços das instituições.

Um dissidente, Thomas J. Linsmeier, reclamou que as regras de contabilidade já permitem a "ficção de que todos os bancos estão bem capitalizados", acrescentando que as mudanças "vão fazer com que pareçam melhor capitalizados". A adoção das regras era amplamente esperada, mas alguns analistas vinculam sua aprovação à alta no mercado de ações depois que os votos foram anunciados.

Os reguladores dos bancos já têm o poder de ajustar a contabilidade ao computar capital, e alguns grupos de investidores argumentaram essa seria a melhor alternativa, em vez de dar aos bancos mais liberdade para avaliarem ativos em valores estipulados por eles e não em valores que as pessoas pagariam por eles.

A comissão acrescentou à regra mais recente que o objetivo de refletir o valor de mercado permaneceu o mesmo, mas as regras ainda vão permitir mais julgamento por parte de gerentes e, assim, mais habilidade para controlar os números que eles divulgam. O voto atraiu a condenação de uma organização chamada de Investors Working Group, liderada por dois ex-presidentes da Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC), William H. Donaldson e Arthur Levitt Jr., e está preparando recomendações para a reforma regulatória.

"Para criar padrões contábeis de alta qualidade, é importante que o processo seja independente e esteja livre de pressão política", disse o grupo, em um comunicado. "Isso vai assegurar que tais padrões sejam neutros e representem de maneira fiel a realidade econômica.(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 1)(The New York Times)

Mudança na MM pelo Fasb 6

Pacote empurra bolsas para terceira alta seguida
Valor Econômico - 3/4/2009

As bolsas de valores dos Estados Unidos tiveram um rali ontem pelo terceiro pregão seguido, à medida que mais dados sugeriram que a economia está se estabilizando e mudanças numa regra de contabilidade bancária animaram o setor financeiro.

O tom positivo aumentou após o anúncio de líderes do G-20 de recursos adicionais da ordem de US$ 1 trilhão para reforçar o Fundo Monetário Internacional e impulsionar o comércio.

O índice Dow Jones avançou 2,79%, para 7.978 pontos. O Nasdaq subiu 3,29%, para 1.602 pontos. O índice Standard & Poor's 500 teve valorização de 2,87%, para 834 pontos.

As ações da Caterpillar subiram 8,8% e as da DuPont ganharam 9,17%. Os papéis da General Electric fecharam em alta de 5,60% e os da Exxon Mobil ganharam 1,47% em meio a um aumento de mais de US$ 4 nos preços do petróleo no mercado futuro.

No setor bancário, os papéis do Wells Fargo fecharam com valorização de 5,87% e os da Goldman Sachs avançaram 3,56%.

A mudança no padrão contábil dos EUA em relação à marcação a mercado de ativos com baixa liquidez também beneficiou as ações dos bancos.

Os principais índices de ações europeus também encerraram em alta pela terceira sessão consecutiva. O indicador FTSEurofirst 300, que reúne as principais blue chips do continente, teve valorização de 4,88%, para 781 pontos.

"Claramente, houve alguma melhora dos dados... no geral houve rumores positivos vindos do G-20, e Trichet falou sobre a probabilidade de uma recuperação em 2010", disse Jim Wood-Smith, chefe de pesquisa da Williams de Broe, em referências as declarações do presidente do Banco Central Europeu (BCE) , Jean-Claude Trichet.

A alta das ações de bancos voltou a comandar o terceiro dia consecutivo de ganhos para as bolsas europeias. A avaliação é de que o pior da crise no sistema financeiro possa ter ficado para trás continuou influenciando o humor assim como as expectativas em torno da reunião do G-20.

O FTSE-100, de Londres, fechou com alta de 4,28%, para 4.124 pontos. Em Frankfurt, o DAX terminou aos 4.381 pontos, com valorização de 6,07%. O CAC 40, de Paris, avançou 5,37%, para 2.992 pontos.

As bolsas chegaram a retroceder logo após a decisão do BCE de reduzir o custo do dinheiro da região do euro de 1,5% para 1,25% ao ano. O corte foi menor do que o esperado. Muitos economistas projetavam redução de 0,5 ponto na taxa, para 1%, mas os índices voltaram a subir em seguida.

As ações do Royal Bank of Scotland subiram 12,35%, as do HSBC ganharam 11,75% e as do Allied Irish Banks, 22,22%.