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11 dezembro 2009

O Uso do WACC

É muito comum o uso do fluxo de caixa livre nos processos de avaliação de uma empresa. Neste caso, deve-se descontar este fluxo pelo custo médio ponderado de capital, ou WACC. O WACC é calculado através da seguinte expressão:

WACC = Custo do Capital de Terceiros Líquido de Imposto x Participação do Capital de Terceiros + Custo do Capital Próprio x Participação do Capital Próprio

Um problema desta opção é que se deve utilizar o valor de mercado como critério para ponderação do custo de capital. E aqui temos um problema, pois queremos o WACC

Continua aqui

19 outubro 2009

Valor da Empresa

Nem sempre o valor pago por uma empresa representa seu valor. Em The Circular Concept of Opportunity Cost o caso interessante do You Tube. O CEO da Google, Eric Schmidt, apurou uma avaliação correta para a You Tube entre 600 milhões e 700 milhões. Mas pagou 1,65 bilhão, quase três vezes mais. Segundo ele, na

"dinâmica, o preço, lembre-se, não é dado pelo julgamento ou pelo modelo financeiro ou fluxo de caixa descontado. É pelo que as pessoas desejam pagar. E nós concluímos que 1,65 bilhão incluía um prêmio por movimentar-se rapidamente e ter certeza que nós participaríamos do sucesso do You Tube."

15 abril 2009

Satyam e Avaliação

A empresa Tech Mahindra venceu o leilão para compra das ações da Satyam Computer Services, uma empresa indiana da área de terceirização de serviços. Conforme notícia do jornal Valor Econômico (Controle da Satyam fica com a Tech Mahindra, 14/04/2009) o lance da Tech Mahindra indicaria um valor de 1,1 bilhão pela empresa, representando um ágio de 23% em relação ao último preço de fechamento no mercado. O valor superou a oferta mais próxima, segundo o artigo.

A Satyam ficou conhecida por problemas contábeis, num escândalo parecido com a Enron de anos atrás.

A questão interessante no processo de venda é que os compradores tiveram que fazer suas estimativas com base em informações poucos confiáveis por duas razões. Em primeiro lugar, a contabilidade da empresa não consegue expressar adequadamente a realidade da empresa. Afinal, o escândalo da Satyam foi de fraude contábil. Em segundo lugar, os problemas da empresa geraram uma série de ações judiciais. Em outras palavras, o comprador está também assumindo um passivo que poderá ser substancial ou não, dependendo dos acontecimentos futuros.

Em geral afirmamos que o valor de uma empresa corresponde a fluxo de caixa futuro descontado. Em situações de maior incerteza os analistas têm diversas possibilidades para fazer estes cálculos. Em qualquer um destes casos os riscos são elevados.

Outro aspecto relevante do caso da Satyam é que em leilões é comum a figura da vitória de piro ou maldição do vencedor (winners curse). O fato de o lance vencedor estar muito acima do segundo colocado pode ser um sinal desta situação. Entretanto, como o nível de informação disponível era reduzido, talvez parte do reduzido valor da empresa seja em decorrência do elevado desvio-padrão inerente na estimativa.

18 março 2009

Como avaliar em períodos de crise?

Sabemos que a forma mais adequada para fazer uma avaliação de uma empresa é estimar o fluxo de caixa futuro e trazer a valor presente a partir de uma taxa de desconto que reflita de forma apropriada o risco. Mas o que acontece com o modelo em tempos de crise?

Em primeiro lugar, provavelmente a estimativa do fluxo de caixa futuro tende a ser mais conservadora, seja pelo comportamento previsto da empresa e da economia, seja por aspectos pessoais dos avaliadores. Ou seja, a crise deveria fazer com que os pareceres de avaliação fossem revistos e adequados as novas projeções.

O segundo aspecto é mais curioso e ocorre com a taxa de desconto. Aparentemente o risco está mais elevado. Mas os modelos usados conseguem captar este fato? Considere o modelo do CAPM, que apesar de muito criticado serve como base para muito laudo de avaliação. Por este modelo, a taxa de desconto do fluxo de caixa dos acionistas depende da taxa de juros sem risco, do retorno do mercado e do risco do investimento, mensurado pelo Beta. Como uma das medidas dos governos é a redução na taxa de juros dos seus títulos (que são usadas para medir o retorno do título sem risco), a medida de política econômica tende, a princípio, reduzir a taxa de desconto. E reduzindo a taxa de desconto temos um aumento no valor da empresa. Além disto, o período de euforia terminou e com ele a projeção de crescimento continuado do mercado. A segunda variável – o retorno do mercado – tende a reduzir, o que pode diminuir da taxa de desconto e, novamente, aumentar o valor da empresa. Finalmente sobra a terceira variável do modelo, o risco do investimento ou beta. Entretanto, o modelo do CAPM tem como premissa que a soma dos betas é igual a unidade. Ou seja, a princípio uma crise financeira não afeta o risco.

Mas a análise não é tão simples. Propositalmente falamos do fluxo de caixa dos acionistas. Em situações de crise existe uma tendência a aumentar o custo do financiamento. Aqui podemos ter um efeito, decorrente do aumento do custo do capital de terceiros.

Em resumo temos que a avaliação de uma empresa depende de duas variáveis: o fluxo de caixa e a taxa de desconto. Na crise, o fluxo de caixa previsto tende a reduzir, mas pode ser que o efeito na taxa de desconto seja uma redução. Com isto, não necessariamente os modelos de avaliação consigam traduzir os efeitos da crise sobre os números dos analistas.

Existe outro fator relevante que é o aumento considerável na probabilidade de falência ou concordata, o que afeta muito os valores. (Mas o modelo do CAPM novamente não é bom em captar isto, pois geralmente são construídos a partir de uma amostra de empresas sobreviventes. Isto é chamado de viés de sobrevivência, já que não considera a possibilidade de problemas com as empresas).

Uma alternativa possível é usar o modelo de forma geral e considerar ao final uma probabilidade de sobrevivência. Seria algo parecido com o que Gitman denomina de equivalente certeza. Murphy, em How do you value British banks? (9/3/2009) usa este modelo para os bancos britânicos. Talvez seja uma alternative. Talvez.

27 fevereiro 2009

Resultado da GM

A GM está divulgando seu resultado em 2008. A questão é se os auditores irão considerar que a empresa tem condições de continuidade. Numa situação usual, a resposta seria não. Mas esta não é uma situação usual.

Eis a notícia do Valor Econômico:

Prejuízo de US$ 31 bilhões cria dúvidas sobre futuro da GM
Valor Econômico - 27/2/2009

A General Motors (GM) anunciou ontem que seus auditores estudam se há "dúvida substancial" de que a montadora possa continuar em atividade, depois de ter registrado prejuízo líquido anual de US$ 30,9 bilhões. A empresa espera que os auditores tenham uma opinião pronta quando a GM enviar seu balanço anual à Securities and Exchange Commission (SEC, a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos) em março. Ela pretende aproveitar a possibilidade de uma extensão de 15 dias no prazo para entrega dos resultados. (...)

A GM anunciou prejuízo líquido no quarto trimestre de US$ 9,6 bilhões, pior do que o esperado, e sobrevive graças a um empréstimo-ponte emergencial de US$ 13,4 bilhões, concedido pelo governo dos EUA. A empresa gastou US$ 5,2 bilhões no quarto trimestre e confirmou que o caixa caiu para US$ 14 bilhões no fim de dezembro. Ela diz que precisa de um mínimo entre US$ 11 bilhões e US$ 14 bilhões para continuar em operação.

"A GM e seus auditores precisam determinar se há dúvida substancial sobre a capacidade da GM para continuar como uma empresa em atividade [...] A GM requer [financiamento do governo] em 2009 para continuar suas operações até que as vendas automotivas mundiais se recuperem e suas ações de reestruturação gerem benefícios, resultando em que a empresa seja capaz de financiar suas próprias necessidades de operações", informou em comunicado.

Em informe enviado ao Tesouro dos EUA na semana passada, a GM pedia até US$ 16,6 bilhões em auxílio emergencial adicional do governo, sustentando que a demanda por carros e as condições do mercado de crédito se deterioraram nos dois meses desde seu pedido inicial de resgate. A montadora diz que gastará os US$ 14 bilhões neste ano devido às "condições duras do setor". Ela precisará de US$ 2 bilhões em fundos em março e mais US$ 2,6 bilhões em abril, para continuar operando.

O grupo encolhe rapidamente. A receita caiu para US$ 148 bilhões no ano passado, em comparação aos US$ 178 bilhões verificados em 2007, afetada pela profunda queda nas vendas de veículos e pelo corte de suas operações. (...)


A Gazeta Mercantil completa a notícia sobre o desempenho da empresa na América Latina:

Região do Brasil foi a única a dar lucro no balanço da GM
Gazeta Mercantil - 27/2/2009

Mesmo com a desaceleração do mercado brasileiro no final do ano passado, a divisão LAAM da General Motors, obteve lucro de US$ 1,3 bilhão no ano passado e um faturamento de US$ 20,26 bilhões. A região, que congrega América Latina, África e Oriente Médio, foi a única com o resultado positivo para a montadora. No mundo a GM perdeu US$ 30,86 bilhões, um resultado melhor se comparado ao prejuízo do ano anterior, quando as perdas alcançaram US$ 38,73 bilhões.

No quarto trimestre, a GM LAAM registrou prejuízo ajustado de US$ 154 milhões (prejuízo divulgado de US$ 181 milhões), abaixo do lucro ajustado de US$ 424 milhões no quarto trimestre de 2007 (lucro divulgado de US$ 424 milhões). Segundo a montadora, os resultados do quarto trimestre foram afetados principalmente pelo volume menor do setor no Brasil, Venezuela e outros mercados-chave, e pelo câmbio estrangeiro desfavorável, equilibrado pelo mix favorável de modelo e preço. No ano como um todo o volume de vendas da GM LAAM foi de 1,3 milhão de veículos.

Após divulgar os resultados negativos, a GM informou que espera que auditores emitam um alerta sobre a capacidade da companhia de se manter viável em um momento em que atravessa as piores condições de mercado em décadas.

A companhia divulgou prejuízo trimestral maior que o esperado e uma queda de mais de 30% no faturamento. A montadora também alertou que seus planos de pensão para funcionários de produção e administração tinham um déficit de US$ 12,4 bilhões no final de 2008.

A GM informou que pode receber um "alerta de preocupação" de auditores que avaliam o risco da empresa talvez não ser capaz de continuar operando. A montadora tem se mantido com ajuda de empréstimos do governo dos Estados Unidos desde o início do ano. A perda de 2008 é o segundo maior prejuízo anual da montadora de 100 anos de existência, atrás apenas do déficit de US$ 38,7 bilhões registrado em 2007.

A empresa encerrou dezembro com US$ 14 bilhões em caixa e disponibilidades que incluem os primeiros US$ 4 bilhões em empréstimos recebidos do Tesouro norte-americano. O prejuízo do quarto trimestre aumentou para US$ 9,6 bilhões, ante US$ 722 milhões.

Excluindo eventos não recorrentes, o prejuízo trimestral da GM foi de US$ 9,65 por ação. Analistas consultados pela Reuters Estimates esperavam, em média, perda de US$ 7,4 nessa comparação. A receita no trimestre caiu de US$ 46,8 bilhões para US$ 30,8 bilhões.

O vice-presidente financeiro da GM, Ray Young, informou que o grande prejuízo líquido no trimestre refletiu a crise financeira global. Young foi presidente da GM do Brasil.

A divulgação do resultado da montadora aconteceu no mesmo dia em que o presidente-executivo da GM, Rick Wagoner, se encontrou com membros da força-tarefa dirigida pelo secretário do Tesouro, Timothy Geithner, e pelo conselheiro econômico da Casa Branca, Larry Summers.

A GM pediu um total de até US$ 30 bilhões em ajuda do governo norte-americano para sobreviver à queda nas vendas.

(Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 3)(Ana Paula Machado e Reuters)


Como seria interessante que a Lei 11.638 tivesse sido aprovada na sua forma original: as grandes empresas fechadas deveriam divulgar amplamente as demonstrações. Acredito que os consumidores dos automóveis da empresa precisam saber sobre a possibilidade ou não de continuidade no futuro.

Mas acho que a notícia de maior destaque não é o prejuízo da empresa, mas o comportamento do caixa. Em 2008 a empresa queimou 19,2 bilhões de dólares da sua reserva de caixa. No último trimestre foi 9,6 bilhões, informa o New York Times (GM Posts $9.6 billion loss, expects ´Going Concern´ notice, 26/2/2009). No final de dezembro a empresa possuía ainda 14 bilhões, sendo 4 bilhões de dinheiro do contribuinte dos EUA. Existe a previsão de uma queima de 9,6 bilhões adicionais em janeiro e fevereiro. A estimativa é que a empresa necessita de 100 bilhões de dólares para financiar sua reorganização. Mas é bom lembrar que esta estimativa é da própria empresa e, provavelmente, deve estar subestimada.

13 janeiro 2009

Mais um índice

A métrica reflete a capacidade da empresa para gerar um fluxo de caixa livre no momento que aumenta as receitas (...). A medida é particularmente importante durante o atual arrocho de crédito, porque mostra as empresas que podem são capazes de crescer sem a ajuda de financiamento externo (...)

Fluxo de caixa livre é o fluxo discricionário de dinheiro que uma empresa pode usar para fazer aquisições, liquidar dívida, declarar dividendo ou recomprar ações.
A métrica é calculada dividindo fluxo de caixa livre pela receita. Então, se o free cash growth profile é de 10 por cento, isto significa que gera 10 centavos de fluxo de caixa livre para cada dólar de vendas.

Have Cash, Won't Borrow, Marie Leone, CFO, 9/1/2009

19 dezembro 2008

Avaliação em Tempo de Crise

O texto a seguir mostra a dificuldade de fazer avaliação em tempos de crise. Muitos modelos de avaliação dependem da estimativa da receita (incluem aqui os múltiplos como o Ebitda ou ate mesmo a projeção do fluxo de caixa futuro, que geralmente parte da receita). Com a crise, a estimativa de receita de muitos setores tornou-se pessimista, com reflexos no resultado final.

Mas existe algo que o texto não considera: o efeito psicológico da avaliação em momentos de crise. Se no período que antecedeu os analistas apresentaram projeções otimistas demais, neste momento projetar cenários otimistas é desestimulado. Os analistas preferem agora errar para menos, fazendo estimativas mais pessimistas dos investimentos.

A magical mystery tour over private equity valuations
By Jennifer Hughes
4/12/2008

How can you value a private equity investment? Let me count the ways.

Or rather, let the industry come up with the answers as that is exactly what groups are struggling to do now as they face year-end reports to investors.

Like other sectors facing valuation issues, the discussions have centred around "fair value", or the use of market prices where possible. In the private equity universe, this isn't that often. Without market prices, the firms then descend through a sliding scale of measuring systems.

Blackstone, the US giant, helpfully lists in its latest quarterly report the range of methods it most uses, including projected net earnings, multiples of earnings measures (such as ebitda), valuations for comparable companies, discounted cash flow method and/or capitalisation rates analysis (for property investments) and for some holdings, cost, or the price paid.

3i, the UK-listed group, even breaks its portfolio down by valuation method, among which it reports a quarter at cost, almost a third on some earnings-based measure and "other", including discounted cash flow, at a further 20 per cent.

The problem for the industry is that all of these just got harder and they weren't straightforward to begin with.

Any valuation involves making assumptions about cash flows, primarily based on revenues. With the economy falling rapidly into a worse downturn than had been expected just a couple of months ago, it has become harder to weigh up what is truly an unlikely Armageddon scenario and what is actually reasonable.

In 3i's half-yearly results (to September 30) the value of its investments assessed on an earnings multiple dropped £194m from last year. Total valuation losses came to £414m.

It is a fair bet that Blackstone, 3i and others will struggle to use public or private market transactions as a measuring stick since there are very few of these.

The market volatility has pretty much rendered any transactions of just a few months ago as virtually unusable.

Discounted cash flow models depend on all sorts of assumptions that just became trickier. Alongside revenue expectations, cost of capital is one of the most important calculations and is likely to have risen sharply.

There are other assumptions within that, such as the risk-free rate. MBA students are usually taught to use a conservative standard measure for the risk-free rate such as 8 per cent. Investment banks and others have been using something much closer to 5 per cent or lower.

AAA-rated government yields are far lower than that right now as interest rates fall. But is that a good basis on which to base forecasts given the glut of government borrowing coming soon that will push up yields? All these points, and many others, have to be thought through by each firm and for each investment.

The wider point to take from all this is summed up in the last line of the Blackstone paragraph summarised above: "These valuation methodologies involve a significant degree of management judgment."

To swing this point around to the danger from an investor point of view: "There's still some misconception that there is some magic number that's the right one - and there isn't," says Nick Rea, partner in PwC's advisory practice.

Private equity, with its lack of market pricing at the best of times, is an extreme example of the issues a broad range of companies will face this coming year.
Any valuation, unless it is for some heavily traded security such as a blue chip stock or a Treasury bond, is going to involve assumptions that produce a range of valuations for that asset, reduced to a single figure for presentation on the balance sheet.

Worried private equity investors, like their counterparts in listed companies, are demanding more explanation of the assumptions behind the final number. Any company or investment firm would be wise to produce as much as they can - and as clearly as they can - to help alleviate the jitters.

28 novembro 2008

Petrobrás e Caixa

A reportagem do WSJournal sobre os problemas de caixa das empresas de petróleo pode ser completada pelo texto abaixo, do Valor Econômico, sobre a Petrobrás:


Petrobras precisa de R$ 3 bilhões para rolar dívidas
Valor Econômico - 28/11/2008

Duas semanas depois de divulgar o maior lucro da sua história, o volume de recursos que a Petrobras tem em caixa continua alvo de especulações. Se antes analistas do mercado estranhavam a redução do caixa e a escalada de custos, agora a empresa é alvo de ataques no Congresso. Em outubro a Petrobras obteve permissão para captar até R$ 8 bilhões no mercado financeiro nacional - que desde a década de 90 era território proibido para estatais como ela - e na quarta-feira esse limite desapareceu. Desde que foi autorizada a se financiar no mercado, a estatal pegou dinheiro no Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal (CEF), em que levantou R$ 2 bilhões sob a forma de cédulas de crédito bancário para capital de giro. A operação, datada de 31 de outubro de 2008 foi feita para "reforçar o capital de giro" como a Petrobras informou em seu balanço trimestral. Ela vai pagar 104% do CDI.

A Petrobras tem R$ 10,7 bilhões no caixa e a possibilidade de captar no mercado bancário nacional permitiu, segundo analistas, uma "janela" de oportunidade para a companhia financiar suas operações no dia-a-dia, o que antes era feito apenas no exterior. Desde o início do ano a empresa já concluiu 18 operações de crédito, que totalizam US$ 6,7 bilhões. Somente as operações de câmbio somam US$ 1 bilhão por mês. Em entrevista ao Valor concedida na terça-feira, o diretor financeiro e de relações com investidores, Almir Barbassa, discorreu sobre a situação do caixa, que somava R$ 27 bilhões no ano passado, começou 2008 com R$ 13 bilhões e em estava em R$ 10,7 bilhões em setembro, mostrando que ele se reduziu devido a um programa de pré-pagamento de dívidas e aumento dos investimentos. "Isso é normal, qualquer empresa faz, é administração do passivo." Ele lembra que antes de obter o grau de investimento, o primeiro foi obtido em janeiro de 2007, a companhia tinha dívidas contraídas no período anterior e excesso de caixa que era criticado. "Cobravam o excesso de dinheiro em caixa. As agências de 'rating' diziam que isso não existe, viam a possibilidade de um calote do governo e a companhia queria o 'investment grade' para reduzir o custo das captações." A companhia então decidiu pagar dívidas incluindo as tomadas junto à Seguradora Japonesa de Exportações e Investimento (Nexi, na sigla em inglês), além de bônus, dívidas bancárias e com agências de crédito à exportação, as ECAs. No período em que o caixa foi sendo reduzido a Petrobras dividiu com Braskem e Ultra os ativos da Ipiranga e participou do processo de reestruturação do setor petroquímico nacional, comprando a Suzano Petroquímica em agosto de 2007. O executivo diz que essas aquisições não comprometeram o caixa. Sobre a preocupação dos investidores com relação à capacidade de investimento da companhia, ele disse que "estão muito enganados aqueles que acham que não vamos conseguir financiamento com bancos". Afirmou que a empresa precisa apenas de R$ 3 bilhões para rolar sua dívida, "e isso não é difícil", e pagar R$ 8 bilhões em dividendos. O diretor da Petrobras também disse que a liberação do CMN para a companhia captar até R$ 8 bilhões no mercado financeiro nacional vai permitir que ela tenha o mesmo tratamento que os concorrentes. Ele citou como exemplo garantias bancárias exigidas pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) para participação nos leilões, dizendo que empresas como Shell e Esso podiam obter carta de crédito no Brasil enquanto para a mesma situação a Petrobras tinha que recorrer a bancos no exterior. "Se eu soubesse que ia acontecer o que aconteceu [a crise mundial] a situação [do caixa] seria outra. Poderíamos estar cheios de dinheiro só fazendo operações de câmbio", ironizou. "Mas analisar o passado conhecendo o futuro é muito fácil." E despediu-se recomendando a compra de ações da Petrobras.

Valor:Qual a importância para a Petrobras dessa liberação dos limites para captação no mercado financeiro nacional?
Almir Barbassa: Existe um contingenciamento bancário e os bancos só podem emprestar para Estados, municípios e estatais de todos os níveis até um determinado valor fixo. Mas se chegou a esse limite rapidamente e acabou o crédito e a Petrobras não conseguiu pegar nem um real. Não podíamos pegar uma garantia no Banco do Brasil, simplesmente o sistema bancário não estava disponível para a Petrobras. Se precisássemos de uma garantia bancária de R$ 100 milhões para entregar para a ANP não podíamos pegar em um banco brasileiro. A gente tinha que ir lá fora, pegava uma garantia bancária com um banco lá e ele repassava para um banco aqui. Enquanto isso a Esso, a Shell e outras iam no Bradesco e resolviam. Essa era a nossa situação.

Valor: Onde a Petrobras guarda o dinheiro do caixa?
Barbassa: A maior parte está no Brasil, em fundos de investimentos financeiros (FIFs) exclusivos e que aplicam o nosso dinheiro em títulos do governo federal. Eles não podem aplicar em ações, essa é outra restrição aplicada só para estatais que para nós é uma defesa. Só podemos aplicar em títulos e, com isso, estamos protegidos. Esses fundos são entidades jurídicas que não pertencem ao banco que administra. São oito FIFs e cada um é gerido por um banco. Não pelo banco comercial, mas pelo asset management [gestora de recursos]. A instituição me presta o serviço de fazer o dia-a-dia e tem um contrato de remuneração. O valor que mantenho lá é proporcional à rentabilidade, o FIF que tiver mais rendimento mantém o maior volume de recursos. E no caso dos dois últimos, a cada seis meses tiramos o dinheiro. De quinze em quinze dias informamos a cada um a posição de cada um e os muito abaixo são avisados de que estão na linha de corte.

Valor: Porque o caixa da Petrobras caiu nos últimos dois anos?
Barbassa: A Petrobras fez um programa de recompra de dívidas e investimentos. Eu paguei o Seguradora Japonesa de Exportações e Investimento (Nexi na sigla em inglês) em 2006 e a relação continua excelente. Eu paguei tudo que foi possível porque estava com excesso de caixa. Eram R$ 27 bilhões em caixa e antecipamos todos os pagamentos que foram possíveis. Pagamos 'bonds', dívida bancária e com agências de crédito de exportação (ECAs).

Valor: Deu resultado?
Barbassa: Hoje estou pagando menos do que naquela época. Não dá para analisar hoje a situação do passado. Se eu soubesse que ia acontecer o que aconteceu agora a situação seria outra. Poderíamos estar cheios de dinheiro só fazendo operações de câmbio. Isso é normal, é administração de passivo que qualquer empresa faz. Nós tornamos 'investment grade' desde 2005 e se eu tinha dívida contratada antes disso e excesso de caixa eu tinha que fazer o que fiz, que foi pré-pagar as dívidas e alongar. As pessoas perguntavam o que íamos fazer com esse dinheiro todo em caixa. O dinheiro em caixa era visto pelas agências de 'rating' como algo que não existe, porque era uma empresa do governo, controlada pelo governo, aplicado em títulos do governo, e no caso de um stress do governo eles [achavam] que ele não ia pagar os títulos da Petrobras. E nós estamos em posição desvantajosa, querendo ser 'investment grade' para reduzir o custo de captação da Petrobras. As empresas de rating olhavam dessa forma

Valor: A Petrobras tem fornecedores com problemas?
Barbassa: Cada um vê o quer. As dificuldades são resultantes da situação. Isso acontece tanto com a empresa bem planejada e com o cara pequeno que vê a oportunidade de crescer e transforma o dinheirinho em capital fixo para continuar uma obra e agora não consegue transferir. E isso os governos do mundo inteiro estão tentando socorrer para manter a atividade. Mas vai ser difícil porque os bancos não estão transferindo dinheiro para empresas em dificuldades. Vai ser difícil continuar a fazer essa engrenagem funcionar porque eles desconfiam de quem tem dificuldades. De repente apareceu um risco que pegou as empresas desprevenidas e elas terão dificuldades.

Valor: Em sua opinião, quais são as razões dessa crise?
Barbassa: Hoje algumas avaliações são de que o grande erro dos Estados Unidos foi deixar o Lehman Brothers quebrar, porque a partir daí a crise se acelerou. A situação hoje é como disse o Barack Obama: vai piorar muito antes de melhorar.

Valor: Como o mundo vai sair dessa?
Barbassa: O consumo e o investimento é que vão manter a engrenagem funcionando. Porque se houver desestímulo a engrenagem funciona invertidamente, é o multiplicador de Keynes. Pode ir para cima ou para baixo. Agora a tendência é de ir para baixo porque todo mundo está puxando o freio. Mas a empresa que puxar o freio pode ser prejudicada na volta seguinte, porque a demanda do seu produto vai cair.

Valor: Os problemas no mercado financeiro e a redução do caixa significam que a Petrobras vai reduzir o ritmo de investimentos no pré-sal? A Petrobras tem dinheiro para esses investimentos?
Barbassa: Vamos investir R$ 50 bilhões no ano que vem. Não se esqueça que o que temos programado para o pré-sal não vai mudar. É uma plataforma pequena que já está alugada e vai chegar em março para teste e mais uma segunda plataforma que será instalada até 2010. Para ela produzir vamos precisar de cinco poços. Isso é um investimento mínimo e faltam dois anos. As plataformas vão começar a ser instaladas lá perto de 2013 e 2014 como piloto. As dez que compramos são para ser instaladas em 2015, precisam começar a ser construídas em 2012 e estamos no final de 2008. Então, o pré-sal vai acontecer, essencialmente, após essa crise, eu espero. E eu espero que essa crise não dure mais que dois anos.

Valor: Os analistas não estão satisfeitos com a situação do caixa da Petrobras e também apontam aumento de despesas.
Barbassa: Eu sei que eles estão preocupados com isso, acham que não vamos conseguir financiamento para bancar os investimentos, mas estão enganados. Meu ebitda [resultado das operações] deste ano já está em R$ 35 bilhões e com mais um trimestre vou passar de R$ 50 bilhões então. E como estou investindo R$ 50 bilhões, para investimento eu tenho. Preciso apenas rolar minha dívida que vence esse ano, que é de R$ 3 bilhões a R$ 4 bilhões, o que é fácil. Tenho que pagar ainda cerca de R$ 8 bilhões em dividendos.

Valor: Porque o resultado do terceiro trimestre frustrou investidores?
Barbassa: O ebitda foi menor que o do trimestre anterior por por duas razões básicas, uma delas foi a importação de derivados a preços maiores que os de venda aqui, o que obrigou a pegar dinheiro do caixa. Outro efeito foi causado pela desvalorização cambial, que gerou um ganho contábil sobre o qual incidiram impostos. Mas isso foi apenas um efeito no terceiro trimestre.

Empresas e Caixa

A indústria petrolífera mundial se prepara para tomar algumas decisões difíceis, já que a queda no preço do petróleo começa a forçá-las a reconsiderar como gastarão seus recursos. E a nova prioridade é conservar o caixa.

Poucos meses atrás, importantes produtoras de petróleo e gás batiam recordes de faturamento com o boom mundial da demanda por energia, e o barril do petróleo chegou a US$ 145 em julho. As petrolíferas não precisavam escolher entre pagar dívidas, aumentar o dividendo, rechear o caixa ou expandir o orçamento para despesas de capital. Elas podiam fazer tudo isso ao mesmo tempo.

Mas agora a crise econômica mundial está sufocando a demanda por petróleo e gás natural, e o preço do barril de referência caiu para a faixa dos US$ 50 na semana passada pela primeira vez desde 2005 — e tem estado nessa faixa desde então. A notícia, ontem, de que as reservas de emergência dos Estados Unidos estão maiores do que o previsto abortou um ensaio de recuperação dos preços.

Se a cotação não melhorar bastante nas próximas semanas, especialistas do setor prevêem que um dos primeiros passos das petrolíferas será passar a faca em generosos programas de recompra de ações, que ajudaram a protegê-las do brutal declínio das bolsas nos últimos meses.

(...) Para administrar o caixa, algumas petrolíferas de médio porte começaram a enxugar os planos para despesas de capital. Até agora, as multinacionais estão mantendo os planos, embora tenham decidido adiar certos projetos, na esperança de que os custos de engenharia e construção — que foram às alturas nos últimos anos — cairão juntamente com o enfraquecimento da expansão do setor.

Para resistir à crise sem cortar o financiamento para projetos que permitam crescimento no futuro, as empresas provavelmente vão gastar suas reservas enormes e aumentar o endividamento, disse Jason Gammel, analista do setor de energia da Mcquarie Securities. Ele ressalta que a Exxon pode financiar suas despesas de capital durante um ano e meio com os US$ 37 bilhões que possuía em caixa no fim de setembro. (...)


Petrolíferas agora têm de preservar caixa
Russell Gold, Colaborou Ben Casselman, The Wall Street Journal
The Wall Street Journal Americas - 27/11/2008 - 1

07 outubro 2008

Pelo Fluxo de Caixa


Os membros da Corporate Reporting Users Forum encaminharam uma carta do Financial Times em defesa da evidenciação do fluxo de caixa das empresas. Em razão da crise financeira, observar o caixa (e a capacidade de honrar os compromissos) torna-se vital. Entre os membros deste Forum encontram-se analistas e investidores do JPMorgan, Deutsche Bank, UBS, Insight Investment, Barclays Capital, Hermes Investment Management e Citigroup. A reportagem do Financial Times afirma

Nick Anderson, head of equity research at Insight Investment, said: "Most numbers in the income statement are subjective, as is the balance sheet. But actual cash flows are absolutely solid and yet the cash flow statement is the worst of the three."


Business urged to improve cash reporting
Jennifer Hughes - 6/10/2008 - Financial Times - London Ed2 - 28

01 outubro 2008

E o fluxo de caixa?

David Merkel, no seu blog Aleph, lembra que a contabilidade não afeta fluxo de caixa. Neste sentido, a pressão para que a contabilidade alterasse as regras do FAS 157 (que resultou na alteração. Vide abaixo, no blog) e a crítica sobre o papel das normas contábeis pode ser contraposto a esta visão de isenção no fluxo de caixa.

Não faria sentido a crítica a contabilidade pois ela não mudaria as entradas e saídas de caixa da entidade. A Contabilidade é o meio de separar o resultado econômico em períodos de tempos. Ela não afeta o fluxo de caixa, mas tenta alocar o lucro econômico proporcionalmente.

Entretanto, Merkel não considera o papel da contabilidade sobre a reação dos agentes econômicos.

18 agosto 2008

CPC e normas contábeis 2

Divulgação de fluxo de caixa é regulamentada
Valor Econômico - 18/08/2008

Além das normas que estão em audiência pública, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM ) divulgou a regulamentação final que as companhias abertas deverão seguir na apresentação da Demonstração dos Fluxos de Caixa nos seus balanços. As regras estão contidas na Deliberação nº 457 que adota o Pronunciamento Contábil 3 emitido pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC). Embora já seja feita por muitas empresas, a divulgação obrigatória do fluxo de caixa foi determinada pela Lei 11.638, que atualizou a parte contábil contida na legislação original das sociedades anônimas. A regulamentação que foi publicada pela CVM deverá ser adotada a partir do balanço anual encerrado em dezembro deste ano.Segundo o CPC, o Pronunciamento 3 teve como base a regra emitida pelo Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade para o mesmo tema (IAS 7).

A minuta da norma ficou em audiência pública entre março e abril deste ano e hoje o CPC divulgou os pedidos de alteração que foram aceitos e aqueles que foram rejeitados. Entre as mudanças em relação ao texto da minuta, destaque para a retirada da norma do trecho (no item 8) que determinava que, para ser considerada como uma aplicação de liquidez, equivalente a caixa , o investimento deveria ter vencimento inferior a três meses. O CPC tirou da regra final ainda a recomendação para que as empresas usem o método direto para apresentar a demonstração do fluxo de caixa. Ficará a critério da empresa usar este ou o indireto, com ajustes feitos a partir do lucro líquido.

CPC e normas contábeis

CVM inicia consulta pública sobre três novas normas
Valor Econômico - 18/08/2008

Começou a enxurrada prometida. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) colocaram em audiência pública três novas normas contábeis, mais a orientação para incorporadoras imobiliárias.

Estão em audiência pública desde sexta as minutas das regras contábeis para ativos intangíveis, operações de arrendamento mercantil e subvenções e assistências governamentais, os incentivos fiscais. Além disso, os órgãos emitiram também a versão final para o fluxo de caixa - demonstração que a nova legislação contábil brasileira, que visa o alinhamento ao padrão internacional IFRS (Normas Internacionais de Informações Financeiras, na sigla em inglês), tornou obrigatória.

Especialistas e interessados têm até 15 de setembro para dar sugestões sobre as normas propostas. O cronograma estabelecido pelos reguladores é ambicioso. Faltam ainda, pelo menos, mais seis pontos para serem levados à consulta pública e aprovados ainda neste ano.

Deles depende a viabilidade da aplicação da nova legislação contábil, aprovada no fim de 2007. Por conta disso, não há muito espaço para redução do trabalho previsto.

Em recente entrevista ao Valor, o diretor interino de normas contábeis da CVM, José Carlos Bezerra, explicou que o cronograma de trabalhos estabelecido no começo do ano diz respeito ao desenvolvimento da minuta e não a divulgação da regra final. Por isso, argumentou que as tarefas não estavam atrasadas e que as metas estabelecidas para o ano serão cumpridas.

Das audiências públicas, a de intangíveis não é nova. O documento voltou para consulta após a decisão de se retirar do pronunciamento as primeiras orientações referentes ao tratamento do ágio - tema que ficou para ser abordado dentro da norma sobre combinação de negócios. Na consulta sobre intangíveis, além do novo texto apresentado ficar mais próximo da norma internacional no qual é inspirado, a CVM e o CPC acrescentaram exemplos de intangíveis e diretrizes sobre tratamento dos websites das companhias.

Tais informações adicionais também constam das orientações feitas pelo Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (Iasb), que emite os princípios do IFRS. Assim, são três as consultas absolutamente inéditas. Dentre elas, a que promete maior atenção é a que trata dos incentivos fiscais. O assunto, junto com o ágio, é um dos mais aguardados. São os pontos mais sensíveis da mudança, pois são os que levantam maior temor quanto a eventuais efeitos fiscais da lei. A Receita Federal e os órgãos reguladores da contabilidade estão estudando meios de garantir a neutralidade fiscal dos efeitos trazidos pela Lei 11.638 - aprovada em 28 de dezembro do ano passado, para vigência a partir deste ano.

No entanto, entre as companhias abertas há desconforto com o tema e espera-se que a ausência de impacto tributário venha a ser estabelecida em norma pública, o que ainda não ocorreu. Para se ter uma idéia do tamanho do efeito potencial do tema, o lucro líquido da Grendene no segundo trimestre sobe de R$ 17,4 milhões para R$ 40,6 milhões com a contabilização dos incentivos fiscais. A companhia foi a primeira empresa brasileira a adotar o padrão IFRS completo, antes mesmo da aprovação da lei, no ano passado. No caso das subvenções governamentais, com as novas regras, dadas pela lei e a convergência internacional, todas as subvenções passam a ter que transitar pelo resultar pelo resultado. Pela legislação e regras vigentes até aqui, as subvenções para investimentos tinham tratamento contábil e de divulgação especiais, com reconhecimento direto em reserva de capital no patrimônio líquido.

A nova regra trata ainda das subvenções para custeio e de formas de assistência governamental, além dos ganhos com os empréstimos subsidiados. Este último item porém exigirá uma regulamentação posterior adicional. A minuta traz também as definições do que é considerado subvenção, empréstimo subsidiado e outros conceitos.Além de propor as bases contábeis, a regra sugerida determina que as companhias divulguem detalhadamente natureza e montantes relativos a subvenções governamentais e a política contábil adotada em relação a elas. Não menos espinhoso é o tema da contabilização do arrendamento mercantil. Atualmente, operações de leasing são em grande parte entendidas como aluguel, nas quais os arrendatário não registra o bem no seu ativo (o chamado arrendamento mercantil operacional), mas apenas abate as despesas do arrendamento na sua demonstração de resultados. A nova interpretação é que muitos desses contratos deveriam ser considerados como compra, e não aluguel (leasing financeiro). O texto da lei diz que devem ser registrados no ativo imobilizado os "bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da companhia (...), inclusive os decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens". No pronunciamento divulgado na sexta-feira, os reguladores ressaltam que a classificação de um arrendamento mercantil como financeiro ou operacional "depende da natureza da transação e não da forma do contrato".

Por fim, a orientação para as incorporadoras imobiliárias difere das demais consultas públicas, na medida que não se trata de regra geral, mas de guia específico para as empresas desse segmento. Por conta disso tem até mesmo numeração diferenciada dentro dos pronunciamentos do CPC. Mas, assim como as demais normas, é baseada nas diretrizes do Iasb. O objetivo desse documento é "esclarecer assuntos que têm gerado dúvidas quanto às práticas contábeis adotadas" pelas companhias desse setor.

15 julho 2008

Juiz na Espanha rejeita Fluxo de Caixa Descontado na Avaliação de uma Empresa

El juez desestima la demanda de los hermanos Areces Fuentes contra El Corte Inglés
Europa Press - Servicio Nacional

El Juzgado de lo Mercantil número 7 de Madrid ha desestimado la demanda de los hermanos Ramón, María Jesús y María Rosario Areces Fuentes contra El Corte Inglés, en la que solicitaban vender una parte de la participación del 0,68% que ostenta cada uno en el capital de la empresa por un valor total de 40,6 millones de euros.

(...) Además, el juez establece un plazo de un mes para que los tres demandantes ejecuten la venta de parte de su participación en El Corte Inglés, (un 2,04% en conjunto) a la empresa por un importe total de unos 16,5 millones de euros, frente a los 40,6 millones de euros que pedían los demandantes. (...)

El juez considera válido el método de valoración de las acciones presentado por la empresa y basado en el activo neto real utilizada por Cañibano e incluido en la norma técnica del Instituto de Contabilidad y Auditoría de Cuentas (ICAC) de 23 de octubre de 1991.

La sentencia rechaza las valoraciones presentadas por los hermanos Areces elaborada por los profesores José Manuel Campa y Pablo Fernández y por la auditora Mazars, ambas incluyen el método denominado valor actual de los flujos monetarios netos.

El juez considera que la propuesta de los tres hermanos Areces "sería plausible si el paquete accionarial del venta permitiera ejercer facultades de control, que permitieran cambiar la política financiera y comercial de la entidad, pero a todas luces es impensable que un minúsculo porcentaje de acciones pueda estar en disposición de tomar el control de la sociedad cerrada". (...)


Mais sobre este estudo de caso, clique aqui

02 julho 2008

Ford está queimando o Caixa?

Um dos índices mais interessantes de fluxo de caixa é a “taxa de queima” (aqui).
Segundo o Wall Street Journal (Ford Reels as Truck Sales Plunge --- Soaring Gas Prices Force New Production Cuts; Big Three Facing a Cash Drain, Matthew Dolan, John D. Stoll & Kate Linebaugh, 21/06/2008, A1) questiona se a Ford não estaria queimando seu caixa.

Em 31 de março as reservas de caixa da empresa eram de 33,8 bilhões (GM tinha 23,9 bilhões) e estava gastando muito nos novos modelos. Os executivos dizem que possuem caixa para muitos anos, apesar dos problemas atuais.