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05 setembro 2020

As Universidades mais antigas do mundo


 Eis uma listagem das universidades que foram criadas antes de 1500, por ordem de antiguidade:

1088 - de Bolonha - Santo Império Romano - localizada em Bolonha, Itália
1096–1167 - Oxford - Inglaterra - localizada em Oxford (a data não é muito certa)
1134 - Salamanca - Reino de Leão - Salamanca, Espanha - foi a primeira a receber o título de Universidade
1209 - Cambridge - Inglaterra - localizada em Cambridge (nasceu de uma dissidência de Oxford)
1222 - Pádua - Comuna de Pádua - Pádua, Itália - nasceu de uma dissidência de Bolonha
1224 (1258) - Nápoles - Reino da Sicília - Nápoles, Itália - primeira universidade pública
1240–1357 - Siena - República de Siena - Siena, Itália
1290 - Coimbra - Reino de Portugal - Coimbra, Portugal
1290 - Macerata - Estados Papais - Macerata, Itália
1293 - Valladoid - Coroa de Castela - Valladoid, Espanha
1293 - Complutense - Coroa de Castela - Madrid, Espanha
1303 - Sapienza - Estados Papais - Roma, Itália
1308 - Perugia - Estados Papais - Perugia, Itália
1321 - Florença - República de Florença - Florença, Itália
1343 - Pisa - República de Pisa - Pisa, Itália
1348 - Charles - Reino da Boêmia e Santo Império Romano - Praga, República Tcheca
1361 - Pavia - Casa de Visconti - Pavia, Itália
1364 - Jagiellonion - Reino da Polônia - Cracóvia, Polônia
1365 - Viena - Santo Império Romano - Viena, Áustria
1386 - Ruprecht Karl - Santo Império Romano - Heidelberg, Alemanha
1391 - Ferrara - Casa do Este - Ferrara, Itália
1404 - Turim - Duque de Savoy - Turim, Itália
1409 - Leipzig - Santo Império Romano - Leipzig
1413 - St Andrews - Reino da Escócia - St. Andrews, Reino Unido
1419 - Rostock - Santo Império Romano - Rostock, Alemanha
1434 - Catania - Reino da Sicília - Catania, Itália
1450 - Barcelona - Coroa de Aragão - Barcelona, Espanha
1451 - Glasgow - Reino da Escócia - Glasgow, Escócia
1456 - Greifswald - Santo Império Romano - Greifswald
1457 - Freiburg - Santo Império Romano - Freiburg, Alemanha
1460 - Basiléia - Santo Império Romano - Basileia, Suiça
1472 - Munique - Santo Império Romano - Munique, Alemanha
1477 - Tubingen - Santo Império Romano - Tubingen , Alemanha
1477 - Uppsala - Reino da Suécia e União Kalmar - Uppsala, Suécia
1479 - Copenhague - Reino da Dinamarca e União Kalmar - Copenhague, Dinamarca
1481 - Genova - República de Genova - Genova, Itália
1495 - Aberdeen - Reino da Escócia - Aberdeen, Escócia
1495 - Santiago de Compustela - Reino da Galícia e Coroa de Castela - Santiago de Compustela, Espanha
1499 - Valência - Coroa de Aragão - Valência, Espanha

Fonte: aqui

Rir é o melhor remédio

Um velho empresário, nos seus últimos dias, chama seu Padre, seu médico e seu contador.

“Estou morrendo”, diz ele. "Eles dizem que você não pode levar nada com você, mas eu quero provar que estão errados."

“Padre, o senhor atendeu minhas necessidades espirituais e me absolveu quando minha consciência me incomodou. Meu médico querido, o senhor atendeu às minhas necessidades físicas e me manteve saudável enquanto pode. Meu caro contador, você me aconselhou como ganhar mais dinheiro e até me ajudou a me manter fora das garras do fisco. Vou pedir uma última coisa a cada um de vocês. Aqui estão 3 envelopes. Cada um tem 100 mil reais. Quando eu morrer, quero que cada um de vocês jogue o seu envelope na cova, no momento que estiver sendo enterrado. Assim posso levar um pouco do meu dinheiro comigo, na outra vida.”

Poucos dias depois, o empresário morreu.

No funeral, o padre, o médico e o contador, obedientemente, jogaram seus envelopes na sepultura no momento em que o caixão estava baixando.

Depois, quando estavam caminhando no cemitério, o padre voltou-se para os outros dois e disse: “Senhores, tenho uma coisa pesando em minha consciência e que devo contar. Você sabe que tenho um abrigo para os sem-teto e necessitados. Eu não poderia, em sã consciência, desperdiçar todo aquele dinheiro. Então havia apenas 50 mil no envelope que joguei na cova.”

O médico então falou: "Estou tão contente que você nos disse isso. Você sabe que eu ajudo a administrar uma clínica para viciados, e eu não conseguido encontrar ajuda facilmente. Eu não conseguia ver todo aquele dinheiro sendo desperdiçado, quando poderia ajudar tantas pessoas. Havia apenas 25 mil reais no envelope que eu joguei”.

O contador olhou horrorizado para o sacerdote e o médico: “vocês enganaram nosso amigo em seu último desejo. Estou desapontado com vocês dois. O mínimo que vocês poderiam ter feito foi o que eu fiz. Coloquei um cheque no envelope, com o valor que me foi confiado.”

Adaptado livremente daqui. Foto aqui

Hart e a poesia da Teoria Econômica

Good economic theorists are like poets, they provide the mathematical language for common human beings to identify, understand, and communicate key economic relationships. This aspect is not unique to Oliver. All good theorists have this quality, certainly Bengt [Holmstrom] has it as well. Yet, Oliver reaches a pinnacle in this dimension. His models are distilled to the essential, so that the key economic concept emerges in such a clear way that it is impossible to ignore it.

Not only do his models make you understand key economic concepts in a very deep sense of the word, they also give us common human beings the language to discuss issues we could not discuss before. And to discuss them in a precise way, because he has distilled the essence. Take for example the issue of control. It is as old as Adam and Eve (no doubt she was in control), but it is a slippery concept, which most people interpret in a different way.

It is difficult to have a scientific discussion of control issues, without a scientific definition of what control is and why it matters. And as economists we tend to ignore what we cannot measure precisely. Thus, Oliver’s ability to distill the essence of control has allowed the economic discipline to focus on the issue of control, which is one of the most important issues not just in corporate finance, but in economics in general.

Oliver’s contributions are many and quite spread across different economic subfields, but his most important one, the one he dedicated most of his life to, the one he deservedly received the Nobel prize for, is his work with Sandy Grossman and John Moore on the theory of the firm. As a student of Oliver, I am certainly biased, but I think that the question of what a firm is, what the difference is between producing a widget internally or buying it from an external supplier, is one of the most fundamental questions in economics—a question posed initially by Ronald Coase more than 80 years ago, but a question where very little progress had been made until the beginning of the 1970s.

[...]

Fonte: aqui

Harvard's Oliver Hart wins Nobel in economics – Harvard Gazette

04 setembro 2020

Empresas que mais doaram: caridade com bolso dos outros ou investimento em imagem?

Mais um ranking. Agora, das empresas com maior volume de doação. Realmente não sei se faz sentido uma instituição ficar fazendo doação. O executivo aparece como "mocinho", mas o dinheiro é do acionista. Parece hipocrisia. Mas quando imagina que uma doação pode gerar uma imagem favorável da empresa perante seus clientes, talvez a decisão não seja tão inadequada assim. Talvez.


Veja o caso do Senai, que está na lista abaixo. O dinheiro produtivo vai para esta entidade para fazer algo e a entidade resolve "doar" parte deste dinheiro. Fazem parte da lista Vale, JBS e outras empresas. É uma lista bastante polêmica, então. 

O ineditismo das consequências da pandemia do novo coronavírus no Brasil não vai entrar para os livros de história apenas pelo viés dramático do número de vítimas fatais e da recessão econômica acachapante. A Covid-19 despertou o brasileiro para uma corrente de solidariedade que também nunca se tinha visto por aqui. Em dois meses e meio – de 31 de março a 19 de junho, foram doados mais de R$ 5,6 bilhões em resposta à terra arrasada causada pelo vírus, montante que é o resultado da atitude de 395.042 doadores. Entre eles, desde pessoas físicas repassando R$ 30 até grandes bancos, como o Itaú Unibanco, que fez a maior doação até agora, de R$ 1 bilhão (sem mencionar aportes subsequentes de menor valor das empresas ligadas ao grupo). 

Os dados foram compilados pelo site “Monitor das Doações”, criado pela Associação Brasileira de Captadores de Recursos (ABCR), que faz parte de uma rede mais ampla chamada Movimento por uma Cultura de Doação, e foram verificados pela Forbes junto às empresas. Doações em produtos, matéria-prima, logística e outros itens não monetários foram convertidos em reais. 

O segmento que mais doou foi o sistema financeiro, com 33% do total. Alimentação e bebidas estão em segundo, com 14%, e, logo atrás, mineração, com 10%. “Foi o maior movimento de generosidade já visto no Brasil. Incrível termos pessoas, empresas e instituições de todo o país mobilizadas pela doação, por incentivar ainda mais doações, por fazer o bem”, diz João Paulo Vergueiro, diretor executivo da associação.

 “Quando o Monitor das Doações Covid-19 foi ao ar, ele estava em R$ 450 milhões. Hoje esse número é dez vezes maior. Surpreendeu-nos como ele cresceu rápido, e como engajou a sociedade civil para fazer a diferença na vida das pessoas. Em dois meses, as empresas doaram muito mais do que costumam doar em um ano inteiro.” 

 João Paulo credita esse resultado ao fato de o vírus ter atingido todas as camadas sociais do país. “A causa é de todos. Quando temos um motivo que mexe com todos nós, que nos impacta, somos inspirados a doar e sermos ainda mais generosos. O desafio é fazer essa generosidade ser permanente.” 

1 Itaú Unibanco Área de atuação: Serviços financeiros Valor da doação: R$ 1 bilhão 
 2 Vale Área de atuação: Mineração Valor da doação: R$ 500 milhões 
 3 JBS Área de atuação: Indústria alimentícia Valor da doação: R$ 400 milhões 
 4 Ambev Área de atuação: Bebidas Valor da doação: R$ 110 milhões 
 5 Rede D’Or Área de atuação: Hospitais Valor da doação: R$ 110 milhões 
 6 Bradesco Área de atuação: Serviços financeiros Valor da doação: R$ 99 milhões* 
 7 Santander Área de atuação: Serviços financeiros Valor da doação: R$ 85 milhões 
 8 Caoa Chery Área de atuação: Indústria automobilística Valor da doação: R$ 74 milhões 
 9 Senai Área de atuação: Formação profissional Valor da doação: R$ 63 milhões 
 10 Nestlé Área de atuação: Indústria alimentícia Valor da doação: R$ 55 milhões 

Marcas mais valiosas

Uma nova pesquisa (não conhecia, apesar de já existir há 14 anos) sobre o valor de marcas no Brasil. Um ponto diferente nesta pesquisa - em relação à Brand, por exemplo - é que não está restrita as empresas de capital aberto, o que facilita o cálculo. Realmente seriam "marcas". Há muita subjetividade neste tipo de análise, mas vamos lá:

A Kantar e a WPP lançaram hoje (4) o novo ranking Brandz Brasil, que traz as 25 Marcas Mais Valiosas de 2020, em parceria com o jornal “Meio & Mensagem”. Neste ano, apesar do cenário instável causado pela Covid-19, as marcas brasileiras tiveram um incremento de 4%, somando US$ 55,7 bilhões no total. 

O Itaú, com um valor de US$ 8,2 bilhões, assumiu a liderança e se manteve estável no valor de marca, declinando apenas 1% se comparado a 2019. A Skol, que ocupa a vice-liderança, com US$ 6,8 bilhões, e o Bradesco, em 3º lugar, avaliado em US$ 6,1 bilhões, também apresentaram queda em seus valores de marca quando comparados a 2019. 

Apesar de ocuparem duas posições do Top 3, as instituições financeiras enfrentaram uma batalha para se manter no topo. O contexto do negócio já estava sendo afetado antes mesmo da pandemia da Covid-19, com o governo diminuindo drasticamente a taxa de juros e o avanço das fintechs, que estão ganhando cada vez mais espaço. 

“Nesse processo, muitas marcas investiram para mitigar esses danos, ao mesmo tempo que criaram campanhas e posicionamentos para se manterem como a escolha dos brasileiros”, diz Silvia Quintanilha, vice-presidente de atendimento da Kantar Brasil. Especificamente no caso dos bancos, apesar do contexto, o Itaú mantém o valor de seus ativos intangíveis, possibilitando sua chegada ao topo pela primeira vez nos 14 anos do ranking. 

Os destaques do ano foram os setores de varejo e bens de consumo, com crescimentos expressivos em relação a 2019 de 72% e 14%, respectivamente. “Marcas que saíram na frente com a experiência digital, inovação e relacionamento mais próximo com o consumidor conseguiram ter uma performance melhor, criando conexão com seu público”, afirma Silvia. “Neste período de pandemia, é importante que as marcas não se distanciem de seus consumidores. Quando a crise passar, quem estará na mente deles serão as marcas que se mantiveram presentes.” 

Entre as marcas de varejo, o Magazine Luiza aparece em 4º lugar, avaliado em US$ 5,1 bilhões (+124%), e a Renner na 8ª posição, com crescimento de 19% e avaliação de US$ 2,2 bilhões. O Magalu investiu em tecnologia, redes sociais e logística, melhorando a experiência do cliente e atraindo mais vendedores para o seu marketplace. Ela também possibilitou que pequenas e médias empresas pudessem ter acesso ao canal de distribuição da Magalu. Atualmente, a empresa é o maior case de transformação digital e ominichannel no país. 

Já no segmento de bens de consumo, a Sadia, avaliada em US$ 1,6 bilhão, destaca-se em 10º lugar, com alta de 22%. Já a Seara aparece em 18º lugar e registrou um salto de 35% na comparação com o ano passado. Sua avaliação é de US$ 827 bilhões. A empresa focou em sortimento de produtos de maior valor agregado e crescimento de volume. Já a Sadia continua sendo a marca mais valiosa de alimentos, expandindo seu portfolio e linhas de produtos. 

Veja, a seguir, as 10 marcas mais valiosas em 2020 segundo levantamento da Kantar/WPP: 

Itaú Avaliação: US$ 8,2 bilhões Variação em relação a 2019: – 1% 

Skol Avaliação: US$ 6,8 bilhões Variação em relação a 2019: – 6% 

Bradesco Avaliação: US$ 6,1 bilhões Variação em relação a 2019: – 35% 

Magazine Luiza Avaliação: US$ 5,1 bilhões Variação em relação a 2019: 124% 

 Brahma Avaliação: US$ 3,7 bilhões Variação em relação a 2019: – 2% 

 Globo Avaliação: US$ 3,3 bilhões Variação em relação a 2019: – 9% 

 Antarctica Avaliação: US$ 2,5 bilhões Variação em relação a 2019: – 4% 

 Renner Avaliação: US$ 2,2 bilhões Variação em relação a 2019: 19% 

 Amil Avaliação: US$ 2 bilhões Variação em relação a 2019: 11% 

 Sadia Avaliação: US$ 1,6 bilhão Variação em relação a 2019: 22%

Fonte: aqui

Rir é o melhor remédio

 

Tentando lembrar

03 setembro 2020

CVC e balanço

 Ajustes negativos na receita líquida de vendas foram os principais motivos para que o resultado financeiro de 2019 auditado da CVC viesse diferente dos valores divulgados preliminarmente pela empresa, em 3 de agosto. Naquela data, a companhia de turismo havia divulgado que o lucro líquido cairia 67% em relação a 2018, para R$ 45,1 milhões. (...)

As demonstrações de fluxos de caixa consolidados não apresentaram modificações na redução de caixa e equivalente de caixa líquidos, para os exercícios de 2018 e 2019, mas foram incorporadas ajustes e reclassificações finais nas diversas linhas das demonstrações, diz a CVC. (Ajustes na receita são principais motivos para prejuízo em 2019, diz CVC - Por Raquel Brandão, Valor)

Acho que no primeiro parágrafo tem uma confusão entre resultado financeiro e resultado líquido. Bom, o segundo é para dizer que o dinheiro não sumiu. 

A relação custo-benefício em tempos de covid


Uma questão bem interessante nos tempos de pandemia é qual razão de muitas sociedades tenham decidido fechar os negócios após uma análise do custo e benefício favorável no sentido contrário. Explicando melhor: alguns analistas mensuraram que os efeitos de um fechamento da economia seria pior do que  manter a economia funcionando. Mesmo assim, muitos países optaram pelo fechamento, mesmo após esta análise. Qual o sentido disto? Talvez um problema de mensuração destas pesquisas? 

O blog Stumbling and Mumbling apresenta uma reflexão sobre isto bem interessante. A análise citada anteriormente é chamada de princípio Kaldor-Hicks: uma mudança de política é uma melhoria se os beneficiários dela pudessem compensar os perdedores e mesmo assim ficar em condições melhores. Ou seja, a abertura da economia supera os custos. 

Para o blog, além da questão da mensuração, quando superestimamos os benefícios e subestimamos os custos - viés da confirmação em outras palavras, há uma questão filosófica. O problema de Kaldor -Hicks é que não leva em conta a distinção entre as pessoas.

Rir é o melhor remédio

 

Nunca imaginei que teria saudade - como professor - da cadeira com aquele monte de "lembranças" dos alunos. 

02 setembro 2020

Cem anos depois ...


Em 1891, um decreto incorporou ao patrimônio nacional todos os bens que constituíam o dote ou patrimônio da princesa Isabel. Nas ações, os Orleans e Bragança pediam a restituição do imóvel e o reconhecimento do domínio dos legítimos sucessores da Princesa Isabel sobre ele, de forma que o palácio seja considerado integrante do espólio da família imperial.

Em 2018, por 4 a 0, a Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve a decisão que reconheceu que a família possuía o domínio para uso e habitação, mas que a propriedade sempre foi do Estado. “Com o fim da monarquia, as obrigações do Estado perante a família real foram revogadas”, disse na ocasião o relator do caso, ministro Antonio Carlos. “A extinção da monarquia fez cessar a destinação do imóvel de servir de moradia da família do trono. Não há mais que se falar em príncipes e princesas.”

O caso retornou à pauta da Quarta Turma do STJ em maio de 2019, quando foram rejeitados recursos dos herdeiros da família imperial brasileira para serem reintegrados na posse do imóvel ou indenizados pela tomada do palácio após a Proclamação da República. Os recursos foram rejeitados. 

Em junho deste ano, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), por 3 a 1, acabou rejeitando o pedido dos herdeiros de Isabel em julgamento ocorrido no plenário virtual da Corte, uma ferramenta digital que permite que os ministros analisem casos sem se reunirem pessoalmente ou por videoconferência. Com a publicação do acórdão, no mês passado, o caso foi finalmente encerrado na instância máxima.

e o texto prossegue com besteiras de um herdeiro. Haveria uma solução para isto: cobre as custas de quem recorre. 

Fonte: Moura, Rafael. Disputa de Princesa Isabel pelo Palácio Guanabara chega ao fim após 125 anos. Estado de S Paulo, 1 de setembro 2020.

Imagem: aqui

Depois de dez anos...

 


As movimentações foram feitas pelo Fundo Fiscal de Investimentos e Estabilização (FFIE), administrado pelo Banco do Brasil e que tinha como único cotista o fundo soberano. A investigação constatou que o FFIE investiu em ações da Petrobrás, apesar das recomendações técnicas contrárias feitas pela BB-DTVM, de acordo com relatório de fiscalização obtido pelo Estadão. A BB-DTVM é o braço de gestão de recursos e administração de fundos do Banco do Brasil, que fazia a gestão do fundo à época. 

Para os técnicos do TCU, houve omissão dos gestores, que conduziram e deram aval às operações de utilização dos recursos do fundo sobernao na aquisição das ações da Petrobrás junto à Caixa Econômica Federal e depois na subscrição de ações da petroleira em oferta pública. As duas operações foram feitas em setembro de 2010. 

O relatório conclui que as operações levaram “à maximização da exposição do patrimônio do fundo à volatilidade inerente a esse tipo de ativo”, sem que fossem adequadamente apresentados motivos que justificassem a utilização dos recursos na aquisição de ações da estatal.

Outra irregularidade encontrada foi a de que os investimentos em títulos de renda variável, nos meses de julho e setembro de 2010, foram realizados sem a autorização do Conselho Deliberativo do FSB, considerada uma infração da norma legal.

Após as operações com a Petrobrás, cerca de 91% do patrimônio do fundo soberano passou a estar alocado em ativos de renda variável, elevando fortemente a exposição à volatilidade desse tipo de ativo.

Fernandes, Adriana. TCU vê gestão temerária em compra de ações da Petrobrás pelo fundo soberano. O Estado de S Paulo, 27 de agosto 2020.

Veja as características do fato. É necessário dez anos para chegar a esta conclusão? 

Imagem aqui

Rir é o melhor remédio


 Quando meu chefe admite que errou

01 setembro 2020

Assédio e Desempenho


Uma pesquisa sobre assédio sexual foi destaque em uma encontro de contabilidade nos Estados Unidos. 

A pesquisa sobre assédio sexual no local de trabalho baseia-se em dados de cerca de mil empresas públicas em um período de seis anos e meio. Uma alta incidência de assédio sexual em um determinado ano provavelmente prediz o desempenho das ações decididamente fraco no ano seguinte, descobriu o estudo.

A amostra foi anterior ao movimento MeToo. Mesmo assim, parece que o mercado pune as empresas onde o número de denúncias nos sites do tipo Glassdoor e Indeed é elevado. 

Tomemos, por exemplo, as empresas com a duvidosa distinção de estarem entre os 2% principais em incidência de assédio, medida por queixas de assédio sexual em sites populares de informações sobre carreiras. O retorno dessas empresas no ano seguinte foi em média cerca de 20% abaixo do que seria esperado de modelos de precificação de ativos padrão e do desempenho geral do mercado.

Leia aqui e aqui

Nova Zelândia, Covid e Regime de Competência




 Ok, talvez seja forçar muito afirmar que o sucesso da Nova Zelândia deva-se ao regime de competência. É o que fez um artigo da Forbes (The Secret Behind New Zealand’s Victory Over Covid-19: Its Balance Sheet, Shivaram Rajgopal), mas esqueça o exagero e aproveite algumas informações uteis do artigo. 

Tenho certeza de que há muitos fatores epidemiológicos e sociais que explicam seu sucesso, mas quero me concentrar em um fator-chave que contribui: o mundo da Nova Zelândia superando a gestão das finanças públicas que criou um poder executivo e legislativo disciplinado e baseado em dados.

A Nova Zelândia é um dos 14 países no mundo que realmente publica um balanço em nível de país. É talvez o único país do mundo que depende totalmente do regime de competência, o padrão ouro do setor privado, onde as entidades precisam antecipar as saídas de caixa futuras por conta dos compromissos assumidos hoje, como pensões e seguridade social.

Como os países podem ter balanços? Bem, para que conste - os membros do G7, Alemanha, Itália e Japão, não[possuem]. Mas, considerando o exemplo da Nova Zelândia, ela opera de forma muito semelhante a uma empresa do setor privado, relatando ativos avaliados em NZ $ 390 bilhões (US $ 257 bilhões) e passivos de NZ $ 274 bilhões (US $ 181 bilhões).

Os maiores ativos nos livros da Nova Zelândia são propriedades, instalações e equipamentos, avaliados coletivamente em NZ $ 182 bilhões (US $ 120 bilhões) e compreendendo terrenos, edifícios, rodovias estaduais e ativos de geração de eletricidade. O número do passivo é dominado por NZ $ 149 bilhões (USD 98 bilhões) de empréstimos, incluindo dívida governamental com garantia soberana de NZ $ 106 bilhões (USD 70 bilhões).

O número mais interessante é a diferença entre os ativos e passivos da NZ ou patrimônio líquido. O patrimônio líquido da NZ caiu de NZ $ 143 bilhões (US $ 94 bilhões) em junho de 2019 para NZ $ 116 bilhões (US $ 77 bilhões) em maio de 2020 por conta dos programas de estímulo da Covid-19. No entanto, o patrimônio líquido de cada um de seus 4,88 milhões de cidadãos, também conhecido como riqueza do cidadão, ainda é de NZ $ 23.770 ou cerca de US $ 15.463.


Rir é o melhor remédio

 


31 agosto 2020

Desempenho do Semestre - Melhor do que o esperado - 3

 A última parte do texto do Estado de São Paulo:

Passados pouco mais de cinco meses desde que o Ministério da Saúde declarou o “estado de transmissão comunitária” do coronavírus, a avaliação do impacto da pandemia no mundo dos negócios começa a ganhar, enfim, uma base mais sólida para lhe dar sustentação. 

Com a publicação da maior parte dos balanços do segundo trimestre pelas empresas de capital aberto, surgiu um retrato mais fiel sobre a extensão do estrago. Se, de um lado, os balanços mostram que as previsões mais pessimistas de muitos analistas não se confirmaram, de outro revelam que a pandemia não deixou de castigar duramente a maior parte das grandes empresas do País.

Segundo estudo feito com exclusividade para o Estadão pela Economatica, uma empresa de dados de mercado, as companhias não financeiras de capital aberto tiveram redução de 81,9% no lucro líquido no primeiro semestre de 2020, em relação ao mesmo período do ano passado. Os ganhos caíram de R$ 49,2 bilhões para R$ 8,9 bilhões. “Foi uma queda dramática”, diz Evandro Buccini, diretor de gestão de recursos da Rio Bravo, empresa de investimentos fundada pelo economista Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central.

Distorção

O levantamento incluiu 218 empresas não financeiras, de diferentes ramos de atividade, que divulgaram balanços até 21 de agosto. Como os resultados de Petrobrás, Vale, Braskem, Suzano, Oi e Azul provocariam grande distorção nos dados, elas foram excluídas da amostra. Se fossem incluídas na pesquisa, o resultado consolidado do primeiro semestre seria ainda pior. O lucro de R$ 8,9 bilhões viraria um prejuízo de R$ 76,7 bilhões. Mas, mesmo sem elas na conta, o resultado mostra um quadro sombrio (ver quadro na pág. B3).

Uma queda desta magnitude nos lucros das grandes companhias se propaga por toda a economia e tem efeito perverso no mercado de trabalho. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), menos da metade dos brasileiros em idade de trabalho estava ocupada no segundo trimestre, no período crítico da crise. Foi a primeira vez que isso aconteceu desde o início da série, em 2012. Um contingente de 77,8 milhões de pessoas em idade de trabalhar – 10,5 milhões a mais do que no primeiro trimestre – estava fora do mercado.

A taxa de desemprego, que era de 10,5% na primeira semana de maio, passou para 13,7% na última semana de julho e teve ligeira redução no início de agosto, para 13,3%, dado mais recente do IBGE. Em três meses, um batalhão de 2,8 milhões de pessoas juntou-se ao exército de desempregados do País, elevando o total a 12,6 milhões. 

O efeito da pandemia nas empresas, porém, não foi homogêneo. Dos 20 ramos de atividade considerados no levantamento, 11 conseguiram fechar no azul e 9 ficaram no vermelho. Dois setores tiveram até aumento de lucro em relação ao primeiro semestre de 2019, o do agronegócio e pesca, com alta de 12,9%, e o de máquinas industriais, com crescimento de 11,9%. Mas empresas têxteis, de papel e celulose, siderúrgicas e de veículos e autopeças acusaram pesadas perdas. 

Os bancos e outras instituições financeiras, avaliados à parte, ainda conseguiram fechar o semestre com ganho líquido de R$ 16,67 bilhões, segundo a pesquisa, apesar da queda de 25,3% nos lucros ante 2019, em razão das elevadas provisões feitas para cobrir eventuais calotes no crédito.

Mundo real

Mesmo com o impacto dramático nos lucros, alguns analistas dizem que o resultado foi melhor do que o esperado meses atrás. “No começo de março, havia uma visão de fim do mundo e isso não parecia excesso de pessimismo”, afirma o economista Adriano Pitoli, ex-diretor de análise setorial da Tendências Consultoria e ex-chefe do núcleo da Secretaria de Indústria e Comércio do Ministério da Economia em São Paulo.

“Está doendo? É claro que está. Mas, ainda que os balanços estejam mostrando um resultado ruim, minha percepção é de que a grande maioria das empresas está conseguindo sair da pandemia surpreendentemente bem.”

Para Buccini, a situação das companhias abertas não representa a de milhões de empresas espalhadas pelo Brasil. “Normalmente, as empresas abertas vão melhor do que a economia que as pessoas sentem. A Bolsa brasileira não reflete o mundo real. Só tem empresas muito grandes e muitas são líderes de mercado”, diz. “O Magazine Luíza e a Via Varejo podem montar um esquema de emergência, uma operação online mais robusta, com logística organizada, mas poucas empresas têm condições de fazer isso.” Os donos e trabalhadores de bares e restaurantes e de negócios de eventos, entretenimento e turismo, entre muitos outros, que ainda estão cambaleando, sem nada ou quase nada no caixa, provavelmente vão concordar com ele.

Desempenho do Semestre - Melhor do que o esperado - 2

 Na continuação da postagem anterior, uma tentativa de explicação do desempenho das empresas brasileiras:

Fenômeno contábil

A grande questão, diante desses números, é o que levou à queda dos lucros das empresas, se a receita líquida operacional foi positiva no semestre, mesmo sem a JBS e a Marfrig? A resposta, de acordo com os analistas, está na alta do dólar. 

Sequeira diz que, embora muitas das empresas abertas sejam exportadoras, beneficiando-se da alta da moeda americana, grande parte também tem dívidas dolarizadas. Em tese, uma coisa estaria “casada” com a outra e não traria grandes impactos contábeis [1]. Mas, pela legislação, elas são obrigadas a atualizar a dívida nos balanços pelo dólar de 30 de junho, que tinha acumulado uma alta de 36% no semestre [2].

Enquanto as receitas em dólar das exportações virão com o tempo, à medida que as vendas forem efetuadas, os valores da dívida em reais têm de ser atualizados na data de fechamento de cada balanço. “A empresa não tira efetivamente aquele dinheiro do caixa e, muitas vezes, a dívida em dólar nem muda, mas em reais ela cresce muito e isso acaba ‘comendo’ o resultado operacional e transita para o lucro”, afirma Sequeira [3].

A queda no lucro líquido das empresa abertas no primeiro semestre, portanto, foi mais um fenômeno contábil, que mostrou um quadro mais grave do que ele era [4]. Para José Márcio Camargo, economista-chefe da Genial Investimentos, o lançamento das dívidas em dólar pela cotação atualizada é uma operação semelhante às provisões feitas pelos bancos para cobrir eventual inadimplência dos clientes. “Essa provisão só vai se transformar em algo real se o devedor não pagar. Se ele pagar, parte dela vira lucro”, diz. “Quando chegar a hora de pagar, o impacto no caixa poderá ser muito menor.” [5]

Juro baixo

Em relação à diminuição dos juros, Sequeira diz que, no geral, o impacto nos balanços das empresas abertas é positivo, porque eles estão endividadas numa relação de 1,5 vez as receitas antes das despesas financeiras, dos impostos e da depreciação e amortização (Ebitda) [6]. “Uma parte da melhora do lucro nos últimos anos tem vindo da redução da despesa financeira, porque as empresas estão gastando menos com juros.”

Na visão de Adriano Pitoli, o impacto da redução dos juros, hoje em 2% ao ano [7], nível mais baixo da história, ainda é uma incógnita. Segundo ele, isso explica em boa medida a alta nas vendas de máquinas industriais, já refletida na receita operacional líquida do setor. “Se a taxa de juros é 7% ao ano e eu sei que uma máquina nova tem maior produtividade que uma usada em, digamos, 10%, não troco a máquina porque a conta não fecha”, afirma. “Agora, se o juro é 2% ou 3% ao ano, faço um cálculo financeiro simples e vejo que vale a pena comprar. Pago o financiamento só com o aumento de produtividade da máquina.” Se tal movimento se consolidar, será uma mudança considerável para o País.

[1] Infelizmente não é bem assim. Depende dos montantes. Se uma empresa possui receitas de US$100 e dívida de US$1, parece óbvio que o impacto da alta do dólar será favorável. Se for o contrário, seria desfavorável. 

[2] Isto também ocorre com a receita, que apesar de ser usufruída em dólar, será apresentada em real. Então não é a norma que faz este efeito, como o texto parece indicar. 

[3] Acho que ele quis dizer que a dívida em dólar pode variar ao longo do tempo, mas nem por isto significa um pagamento adicional para empresa, se a cotação do dólar for a mesma da data da captação e na data do pagamento. Acho que é isto. 

[4] Acusam a contabilidade sem entender o que significa. O lucro é lucro, baseado no regime de competência. Se eles tivessem olhado o fluxo de caixa das operações, poderiam até dizer algo mais adequado. Mas sem esta informação, a frase é superficial. 

[5] Isto confirma o item [3] acima? 

[6] Novamente depende. Para a maioria das empresas isto está certo. Mas não para bancos ou empresa com elevada aplicação financeira. 

[7] Há uma grande confusão aqui. Selic é taxa de juros básica; não significa que as empresas estão pagando 2%. Elas pagam a taxa de mercado, que deve ser Selic mais delta. Será que o "delta" diminuiu? 

Desempenho do Semestre - Melhor do que o esperado 1

 “Vai quebrar tudo”, afirmou, ao criticar as medidas de isolamento social decretadas por governadores e prefeitos, que paralisavam de forma despropositada, em sua visão, a economia do País.

Mas, decorridos quase cinco meses de sua “profecia” apocalíptica, encampada por analistas de diferentes orientações políticas, a realidade revelou um quadro bem mais palatável, apesar dos danos inevitáveis provocados pela pandemia nos negócios. 

Com a publicação dos balanços do segundo trimestre pelas empresas de capital aberto, uma informação surpreendente veio à tona. Embora os lucros tenham caído 81,9% no primeiro semestre do ano, as vendas das companhias abertas não financeiras mostraram um vigor que pouca gente esperava, mesmo nos cenários mais otimistas.

De acordo com uma pesquisa feita com exclusividade para o Estadão pela Economatica, uma empresa de dados financeiros, a receita líquida operacional – termo contábil que designa o valor obtido nas vendas depois dos impostos – teve expansão de 7% no período. Passou de R$ 734,4 bilhões, nos primeiros seis meses de 2019, para R$ 785,8 bilhões, em igual período deste ano.

Prova de fogo

O estudo incluiu 218 empresas abertas não financeiras que divulgaram seus balanços trimestrais até o dia 21 (ver quadro ao lado). Segundo Einar Rivero, gerente de relacionamento institucional da Economatica e responsável pelo levantamento, como os resultados de Petrobrás, Vale, Braskem, Suzano, Oi e Azul provocariam uma grande distorção nos dados, elas foram excluídas da amostra.

Os bancos, as companhias de seguro e outras instituições financeiras, que têm indicadores com características diferentes daqueles do chamado “setor produtivo”, também ficaram de fora. 

“O pessoal está preocupado, com razão, com a dívida pública, que está chegando perto de 100% do PIB (Produto Interno Bruto) por conta do enfrentamento da pandemia. Mas, se a gente pensar que teve uma prova de fogo terrível, pela qual todo mundo passou, o resultado das empresas é muito bom”, diz o consultor Adriano Pitoli, ex-diretor de análise setorial e regional da Tendências Consultoria e ex-chefe do núcleo da Secretaria de Indústria e Comércio do Ministério da Economia em São Paulo.

Desempenho forte

“O impacto da pandemia, de maneira geral, não foi tão grave. Os resultados foram melhores do que a gente imaginava”, afirma o economista Carlos Sequeira, responsável pela área de pesquisa de ações do BTG Pactual para a América Latina, no escritório do banco em Nova York. 

De acordo com Sequeira, apesar da surpresa positiva, o crescimento apontado pela pesquisa pode estar superestimado. Ele diz que, além da exclusão das seis empresas mencionadas acima, seria preciso eliminar também a JBS e a Marfrig, que tiveram desempenho muito forte neste quesito. 

Só a JBS teve crescimento de receita líquida operacional de R$ 28,8 bilhões no primeiro semestre de 2020, em relação ao mesmo período de 2019, conforme os dados da Economatica. A Marfrig teve um incremento de receita de mais R$ 10,6 bilhões. Com a exclusão das duas, o crescimento das 216 empresas não financeiras restantes seria de 1,6% e não de 7%, como ficou com a inclusão delas na amostra. Ainda assim, levando em conta o impacto da pandemia, não seria um resultado ruim. “A performance da JBS e da Marfrig foi fora do normal. Isso provoca uma distorção nos números gerais”, afirma.


Fonte: Estado de S Paulo. 

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