Translate

25 maio 2014

Curso de Contabilidade Básica: Sinal

Uma das informações mais relevantes de uma empresa é sua capacidade de geração de caixa com as atividades operacionais. No longo prazo, uma empresa só sobrevive se conseguir gerar dinheiro com suas operações. Por este motivo, os principais indicadores relacionados com a demonstração dos fluxos de caixa estão focados na linha “caixa gerado (aplicado) nas atividades operacionais”.

Veja a demonstração da Cristal Pigmentos do Brasil (aqui outra postagem sobre a mesma empresa) referente a 2013 e 2012. Destacamos o caixa das atividades operacionais. No destaque, a empresa está informando que gerou 24 milhões de reais com suas atividades.

Mas atenção para o sinal. Existe uma grande diferença do valor positivo e do valor negativo nesta linha. Se o valor é positivo, a empresa gerou caixa com suas operações; negativo, a empresa consumiu caixa com suas atividades básicas. Neste caso, a empresa deve buscar recursos nos investimentos, nos financiamentos ou na reserva de caixa e equivalentes.

Voltando para a demonstração da empresa: é possível notar que “esqueceram” o sinal. O valor de quase 24 milhões é negativo. Verifique que a linha “caixa proveniente das (aplicado nas) atividades operacionais” é de menos 23.865 mil. Somando os juros pagos, negativo em 100 mil, tem-se menos 23.965 mil. Outra forma de comprovar este valor é fazer a soma do caixa das operações, de investimento e de financiamentos. No caso: -23965 + 8825 -23164. Isto corresponde a -38304, o valor que aparece na “variação no caixa e equivalente de caixa”.


Criação da graduação em Administração no Brasil foi um erro




Ao longo de 35 anos, o professor Paulo Roberto Feldmann, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA/USP), foi executivo de grandes companhias transnacionais, como Microsoft, Citibank, Iron Mountain e Ernst & Young. Em 2011, ele resolveu escrever um livro chamado "Empresas Latino-Americanas", sobre suas percepções acerca de temas pertinentes à administração, com base em sua experiência nas empresas pelas quais passou. No ano seguinte, uma editora americana, a Springer, o procurou para fazer uma adaptação da obra para o mercado americano, focada nos executivos e empreendedores de lá que vem atuar no Brasil e seus vizinhos.

O resultado foi o livro "Management in Latin America: Threats and Opportunities in the Globalized World", lançado há algumas semanas no mercado americano e disponibilizado também na Amazon.com. "O objetivo do livro é analisar a qualidade da gestão empresarial e o desenvolvimento econômico na América Latina, e explicar o jeito latino-americano de gerir os negócios", diz comunicado divulgado à imprensa por ocasião do lançamento.

Feldmann conversou com o Administradores.com, destacou alguns pontos abordados na obra e compartilhou sua visão sobre temas comuns ao universo empresarial brasileiro. Alguns pontos de vista do professor são polêmicos e prometem gerar um bom debate por aqui, como sua posição de que a criação da graduação específica em Administração no Brasil foi um erro e de que franqueados não são, necessariamente, empreendedores. Ele destaca ainda a resistência do brasileiro a correr riscos e a preferência por amigos e familiares na gestão dos negócios como pontos que dificultam o crescimento e a competitividade dos negócios tupiniquins.

[...]

Voltando ao assunto das características, quais outras você pode citar?

Nós brasileiros, e os latino-americanos, em geral, também somos muito apegados à família e aos amigos. A dedicação do brasileiro à família e aos amigos é exagerada, quando comparada com outros povos. E isso é levado para o campo da empresa. Na empresa brasileira, é muito comum que cargos importantes sejam, às vezes, ocupados por pessoas que são da família ou só amigos. Não há o rigor de se fazer questão de preencher os cargos com o melhor profissional, porque o brasileiro valoriza muito a confiança pessoal. Nos Estados Unidos, não existe isso. Nos Estados Unidos, indicações de amigos ou de familiares são muito mal vistas e os cargos são preenchidos sempre por profissionais.

Uma outra coisa (voltando a comparar com os americanos): os norte-americanos são muito pragmáticos. Quando eles abrem uma empresa, o objetivo é ganhar dinheiro. Já o brasileiro não é tão pragmático. Claro que ele quer dinheiro, mas quer, acima de tudo, não perder o controle do negócio. Quando um cidadão americano abre uma empresa - mesmo que pequenininha, em sua garagem - depois de um tempo, ele abre o capital. Com isso, ele chama os acionistas e a empresa cresce. Só que ele não vai mais ter o controle, vai passar a ter 1% da empresa, talvez, porque a empresa crescerá e os acionistas assumirão o controle. Isso não existe no Brasil, porque o empresário nunca admite a hipótese de perder o controle. Ele prefere não crescer, mas não vai perder o controle. Isso acaba acontecendo até nas grandes empresas. Você pega os grandes grupos empresariais brasileiros, mesmo aqueles que abriram o capital, abriram de uma forma muito pequena.

O fato de o empresário não querer perder o controle tem aspectos positivos e negativos ou isso é necessariamente algo negativo?

Eu considero isso principalmente negativo, por que dificulta muito o crescimento da empresa. Você tem nos Estados Unidos empresas que são totalmente abertas e são empresas em que não há um dono específico com controle sobre ela. Vou te dar alguns exemplos: você pega as maiores empresas americas como City Banks, por exemplo, a GM (General Motors), são empresas que não têm donos, são milhões de acionistas, ninguém sabe quem é o dono, porque todo mundo é acionista. Graças a isso, essas empresas cresceram muito e cresceram de uma forma profissional.

Você acha que isso pode estar um pouco ligado à qualidade do empreendedor e do empresário brasileiro, à formação do empreendedor por aqui, que ainda tem uma qualidade inferior à americana?

Esse é um ponto muito polêmico que você está levantando. O que ocorre é o seguinte: nós somos um dos únicos países do mundo que tem curso de Administração a nível de graduação. Inclusive, eu dou aula em um deles. Mas, se você pega países como Alemanha e Japão, não existe curso de Administração a nível de graduação. Fulano tem que fazer Economia. Se ele quer trabalhar com empresa, ele faz Economia e depois uma pós-graduação ou um MBA. Na maior parte dos países desenvolvidos é assim. E nós do Brasil criamos o curso de Administração. E fizemos, na minha opinião, uma coisa errada, porque, quando criamos o curso de Administração, separamos o curso de Economia. Eu não sou economista, sou engenheiro, e fiz mestrado e doutorado em Administração - mas eu acho que a parte mais importante na formação de um administrador é a parte de Economia, é a teoria econômica. A principal fundamentação teórica que um administrador deve ter está na Economia. Então, o que acaba acontecendo no Brasil é que não estamos formando bons administradores, pois estamos formando administradores sem uma base de economia, e isso é uma falha grave, na minha opinião. Isso não ocorre em países importantes como a Alemanha e o Japão, por exemplo.

[...]

Fonte: aqui

As veias abertas ...

O livro "As Veias Abertas da América Latinas", de Eduardo Galeano, é considerado um clássico para aqueles que não gostam do capitalismo e dos EUA. Chávez, o finado populista venezuelano, chegou a presentear Obama com um exemplar.

Agora, Galeano, com 73 anos de idade, reconhece que o livro é ruim (e mal escrito). Esta afirmação ocorreu numa feira de livro no Brasil.

"Eu não seria capaz de ler este livro de novo"

Apesar disto, o livro já foi traduzido para diversos idiomas e já vendeu mais de um milhão de cópias. Leia mais aqui

Mais um é multado

Depois das multas ao Credit Suisse, JP Morgan, HSBC e Credit Agricole, o Barclays também é multado:

O banco Barclays foi multado em 26 milhões de libras (cerca de R$ 100 milhões) no Reino Unido por manipulação do preço do ouro. A FCA (regulador do setor financeiro, na sigla em inglês), afirmou nesta sexta-feira (23) que a multa foi imposta após um dos agentes do banco manipular a cotação do ouro, para beneficiar-se à custas de um de seus clientes apenas um dia depois de o banco ter sido multado por manipulação da taxa de juros Libor (taxa interbancária fixada em Londres), em 2012. A autoridade ainda afirmou que o Barclays fracassou na hora de resolver "conflitos de interesses entre o banco e seus clientes", assim como nos mecanismos de controle sobre a fixação de preços do ouro entre os anos de 2004 e 2013 –o principal evento teria ocorrido em 28 de junho de 2012, um dia depois de reguladores dos Estados Unidos e do Reino Unido terem multado o banco em US$ 450 milhões por tentativa de manipular a Libor.

Aprendendo novas línguas


Quando pequenos, aprendemos a pensar e nos comunicar intuitivamente, absorvendo inclusive regras gramaticais da nossa língua materna. A partir de então, aprendemos todos os novos idiomas em relação ao que primeiro conhecemos, que usamos para compreender o mundo à nossa volta.

O cérebro humano não só é inclinado a processar e adotar a linguagem, como parece que tem “limitações linguísticas comuns”, independentemente da língua que sabemos falar. Certas sílabas, que não são corriqueiras em qualquer idioma, são difíceis para o cérebro processar, mesmo em recém-nascidos que não iniciaram o aprendizado de qualquer língua ainda.

À medida que envelhecemos, a plasticidade do nosso cérebro (sua capacidade de criar novos neurônios e sinapses) é reduzida. Após uma lesão cerebral que provoca uma perda da fala, por exemplo, os pesquisadores observam que as crianças são mais propensas a recuperar o poder da fala através da criação de novos caminhos no cérebro para substituir os danificados do que os adultos.

Uma teoria de por que aprender uma língua estrangeira é tão difícil para os adultos se concentra mais sobre o processo que usamos para fazê-lo, ao invés da perda de plasticidade.

Robert Bley-Vroman explica que os adultos tendem a aprender uma nova língua com um processo de solução de problema adulto, em vez de fazer isso da mesma maneira que uma criança desenvolve linguagem pela primeira vez.

Embora isso signifique que adultos geralmente progridem através dos estágios iniciais da aprendizagem de uma nova língua mais rápido do que as crianças, as pessoas que são expostas a uma língua estrangeira pela primeira vez durante a infância costumam atingir uma proficiência maior do que aquelas que começam adultos.

Ainda há esperança, porém. Podemos estar em desvantagem agora, mas, com alguns métodos de aprendizagem, podemos resgatar esse instinto como qual nascemos e nos dar a melhor chance de aprender uma nova língua.

Repetição espaçada
Repetição espaçada é uma técnica comprovada de memória que lhe ajuda a lembrar o que você aprendeu.

Nessa técnica, você deve revisar cada palavra ou frase que você aprendeu em intervalos espaçados. Inicialmente, os intervalos serão menores: você pode rever uma nova palavra algumas vezes em uma sessão, e depois novamente no dia seguinte. Depois de conhecê-la bem, você será capaz de ficar dias ou semanas sem revisá-la e sem esquecê-la.

Caso queira utilizar um aplicativo para lhe ajudar com essa técnica, o app de vocabulário e expressão prática Duolingo é interessante. Ele mantém informações de quais palavras você não tem praticado por um tempo e lhe lembra a fortalecer o seu entendimento delas. Durante cada lição, ele mistura palavras familiares com novas para espaçar a repetição.


Estude antes de dormir
Um dos muitos benefícios que recebemos do sono é que ele ajuda a limpar a “caixa de entrada” do cérebro - o armazenamento temporário de novas informações e memórias que adquirimos durante nosso tempo acordados.

Precisamos de sono (mesmo que apenas um cochilo) para mover qualquer coisa que aprendemos recentemente de um armazenamento a curto para um a longo prazo no nosso cérebro.

Uma vez que você tenha armazenado de forma segura o novo conhecimento, a repetição espaçada vai lhe ajudar a fortalecer essa conexão para que você possa recordar a informação mais rápido e com mais precisão.

Estude conteúdo, e não o idioma
Embora a maioria das aulas e programas de aprendizagem de idioma foquem puramente em aprender uma nova língua, um estudo com alunos do ensino médio que estudavam francês descobriu que quando eles estudaram um outro assunto ministrado em francês em vez de uma classe de francês, se saíram melhor em entender a língua e ficaram mais motivados para aprender.

Os alunos da turma francesa padrão se saíram melhor em testes de leitura e escrita, então os pesquisadores concluíram que ambos os métodos têm mérito.

Uma vez que você já domina o básico de uma nova língua, tente incluir alguns conteúdos em outro tópico que você seja interessado para melhorar a sua compreensão. Você pode ter conversas com amigos aprendendo a mesma língua, ler artigos online na língua, ou ouvir músicas para testar seu entendimento.

Pratique um pouco todos os dias
Se você estiver ocupado, pode adiar o seu estudo e resolver fazer grandes lições de uma vez a cada duas semanas, por exemplo. No entanto, estudar um pouco a cada dia é mais eficaz.

Como a “caixa de entrada” do seu cérebro tem espaço limitado e só o sono pode limpá-la, você vai esbarrar em um “limite” do quanto você pode absorver muito rapidamente se estudar por horas de uma só vez.

Estudar um pouquinho por dia combina repetição espaçada com o melhor uso do armazenamento temporário do cérebro.

Misture novo e velho
O cérebro anseia por novidade, mas tentar aprender muitas novas palavras ou frases de uma só vez pode ser contraprodutivo.

Novos conceitos funcionam melhor quando são misturados com informações familiares. Quando você adicionar novas palavras ao seu vocabulário, tente espaçá-las entre palavras que você já conhece para que as diferentes de destaquem e seu cérebro as absorva mais facilmente.

Divirta-se aprendendo
Aprender uma nova língua pode dar preguiça quando a gente pensa que terá de enfrentar anos em um curso de idiomas. Aprender linguagem de maneira informal, no entanto, não é impossível.

Uma dica é tentar aprender novos conteúdos por meio de jogos. Pesquisadores da Universidade de Nottingham (Inglaterra) apresentaram uma técnica que, aparentemente, dá resultado. Eles reuniram um grupo de falantes de inglês para ter contato com um idioma que, apesar da proximidade geográfica, era totalmente desconhecido para eles: o galês. Ao participar de um game que continha a linguagem nova, os psicólogos perceberam que os participantes retiveram conhecimento sobre ela mesmo sem ter essa intenção.


Via: LifeHacker e HypeScience

24 maio 2014

Rir é o melhor remédio


Fato da Semana

Fato da Semana: Punição aos bancos europeus. O Credit Suisse foi multado por fraude fiscal. O JP Morgan, o HSBC e o Credit Agricole foram multados por manipulação da taxa de juros.

Qual a Relevância disto?  A imagem que as grandes instituições financeiras passam para o público está associada à manipulação, a grupos de pressão, privilégios e imunidade. A crise financeira deixou muitas pessoas desempregadas. Estas pessoas sentiram os efeitos das decisões destas instituições. Depois de muitos anos, algumas punições começam a aparecer.
Entretanto, as decisões foram tomadas pelos executivos destas instituições financeiras. E parece que não serão punidos. Em outras palavras, o prejuízo ficou para o acionista, que contratou estes executivos.

Positivo ou negativo? Positivo pelo efeito demonstração. Mas por que fica a impressão de que a punição foi pequena?


Desdobramentos: Mais punição deve estar a caminho. 

Teste da Semana

Este é um teste para verificar se o leitor está atento ao que foi notícia sobre a contabilidade:
1 Esta empresa de auditoria foi responsável pela adaptação de um prédio que recebeu o reconhecimento pela sua sustentabilidade.
EY
KPMG
PwC

2. Este prédio fica localizado em
Londres
Nova Iorque
São Paulo

3. Esta instituição foi punida pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos em 2,5 bilhões de dólares
Citibank
Credit Suisse
RBS

4. A razão da punição da instituição bancária foi sua ajuda aos clientes para
Aumento na taxa de juros
Evasão de tributos
Transferência de recursos para Suíça

5. Uma pesquisa publicada no Journal of Finance mostrou que no Brasil existe um vínculo entre eleições e
Aumento de gastos em infraestrutura
Crescimento econômico
Empréstimos bancários

6. O que JP Morgan, HSBC e Crédit Agricole possuem em comum?
Anunciaram prejuízo esta semana
Apresentaram maior retorno no preço da ação
Foram punidos pela União Europeia

7. Um estudo mostrou que o melhor investimento, entre 1900 a 2012, foi
Aquisição de pinturas impressionistas
Compra de terrenos
Compra de vinhos

8. Foi constatado que o número de auditorias realizadas pela CGU nos municípios brasileiros nos últimos anos
Cresceu substancialmente
Manteve-se constante
Reduziu substancialmente

9. O tempo médio para o STF julgar uma ação constitucional é de
1 ano
5 anos
20 anos

10. Esta semana foi aprovada no legislativo uma norma que muda os concursos públicos no Brasil
Cota para negros
Exigência de redação
Fim do limite da idade


Respostas: (1) PwC; (2) Londres; (3) Credit Suisse; (4) Evasão de tributos; (5) Empréstimos bancários; (6) Foram punidos pela União Europeia; (7) vinhos; (8) Reduziu (9) 5 anos; (10) Cota para negros

Se acertou 9 ou 10 = bom leitor e boa memória; 7 ou 8 = sem muita preocupação com o que acontece de importante no mundo contábil; 6 ou 5 = sorte ou azar?

23 maio 2014

Boletim CPC



Hoje publicaram o Boletim CPC n. 52.

A primeira informação trata do que comentamos anteriormente no blog e hoje há a confirmação.
"FACPC inaugura seu novo website e abarca o do CPC, totalmente reformulado
A FACPC – Fundação de Apoio ao CPC  inaugurou em 25 de abril seu novo website  e reinaugurou o do CPC, que foi reformulado e modernizado. Os sites reúnem informação útil e atual às partes interessadas no processo de convergência das normas contábeis. Estão disponíveis ao público informações institucionais, agenda de eventos e reuniões, notícias e boletins, além de todo o conteúdo técnico, documentos emitidos, suas revisões, audiências e consultas  públicas. Foi desenvolvido um mecanismo de Busca Avançada, simples e eficiente, que permite pesquisas em todo esse conteúdo, representando uma facilidade significativa para estudantes, professores e profissionais"
Interessante é agora contarmos mesmo com plataforma similar à do Iasb Foundation mesmo! =)

Há destaque para os "assuntos técnicos em pauta"! Quais? Há!

- 6a revisão de Pronunciamentos: Documentos afetados: CPCs 04, 05, 10, 15, 22, 25, 27, 28, 33 e 38
- Carta para o Iasb sobre a discordância com o IFRS 14;
-  Publicação da minuta da Orientação sobre Notas Explicativas e outras informações divulgadas nas demonstrações contábeis a ser levada a audiência pública pela CVM, pelo CFC e pelo próprio CPC.

Ainda:
"Representante brasileiro no IFRIC
O comitê de nomeação do conselho curador da IFRS Foundation anunciou as nomeações e reconduções para o Comitê de Interpretações do IFRS (IFRIC). Entre as nomeações consta a seleção do representante brasileiro, Carl Douglas, Controller Corporativo do Grupo CCR. O trabalho do IFRIC visa chegar a um consenso sobre o tratamento contábil apropriado, fornecendo orientação confiável sobre essas questões. A posição nunca havia sido antes ocupada pelo Brasil." 

Rir é o melhor remédio

Entendendo a diferença entre o erro tipo I e tipo II

Curso de Contabilidade Básica: Depreciação e Investimento

No longo prazo, uma empresa deve fazer investimentos pressupondo a continuidade dos negócios. Isto significa, entre outras coisas, que os aportes de recursos em ativos de longo prazo devem ser em quantidade suficiente para cobrir a redução na sua capacidade de gerar benefícios econômicos. Esta regra é difícil de ser acompanhada pelo usuário, mas existem dois atalhos interessantes.

O primeiro é verificar a vida útil estimada dos ativos. Se esta vida útil está diminuindo ao longo do tempo, a empresa deverá fazer um grande volume de investimento num futuro próximo. O segundo é fazer uma comparação entre o total de depreciação anual e os investimentos realizados no ano. Se a depreciação for consistentemente superior ao investimento é um sinal de que será necessário fluxo de caixa futuro com as atividades de investimentos.

Veja o caso da Cristal Pigmentos. Em 2013 o valor da depreciação e amortização foi de 30 milhões de reais, aproximadamente o mesmo valor de 2012. Como o imobilizado líquido era de 127 milhões, isto significa dizer que em 4 anos o imobilizado da empresa estaria todo depreciado (neste valor deveria ser retirado o montante de Terrenos e Obras em Andamento, mas isto teria pouco impacto). Em 2012 este valor era de 4,7 anos. Antes disto, era de 5,7 anos em 2011 e 6,1 anos em 2010.

Ou seja, claramente a empresa não está fazendo investimentos em máquinas, edifícios, instalações e outros itens do seu permanente.


Futuro do pré-sal


As perspectivas do pré-sal

19 de maio de 2014 | 2h 07
José Goldemberg* - O Estado de S.Paulo

Os problemas financeiros e administrativos da Petrobrás, com indícios de irregularidades em investigação pela Polícia Federal e o Ministério Público Federal, têm sido amplamente discutidos recentemente e não vou repeti-los aqui.

Frequentemente, investimentos equivocados dão prejuízos maiores do que os resultantes da corrupção. No caso da Refinaria de Pasadena, por exemplo, seria o caso de perguntar por que comprá-la, mesmo que se tratasse de "um bom negócio". A Petrobrás teria sido criada para realizar esse tipo de atividade?
O que vamos fazer é analisar a estratégia adotada pela Petrobrás e pelo governo federal de concentrar todos os esforços da empresa na exploração do petróleo em grandes profundidades no oceano, já que as reservas de petróleo "convencional" estão se esgotando, como já aconteceu em muitos países e ocorre agora, na Bacia de Campos.

Para enfrentar esse problema, as empresas petrolíferas procuram desenvolver técnicas para retirar petróleo de reservas "não tradicionais", como areia asfáltica no Canadá ou exploração em grandes profundidades nos oceanos. O petróleo "não convencional" é mais difícil de produzir e, consequentemente, o seu custo é mais elevado. Sucede que as empresas de petróleo acreditam que a demanda por petróleo vai continuar crescendo e que os preços do produto vão aumentar, o que justificaria a exploração em áreas mais difíceis e problemáticas.

No Brasil, a Petrobrás concentra seus esforços nos depósitos chamados de pré-sal, situados no oceano a grandes profundidades (mais de 5 quilômetros), abaixo de uma camada de sal de cerca de 2 quilômetros de espessura. Essa estratégia enfrenta três desafios: problemas técnicos e econômicos; problemas ambientais; e as alternativas ao uso do petróleo.

Localizar petróleo nas profundezas do oceano é uma coisa, trazê-lo para a superfície e leva-lo até uma refinaria é outra. O otimismo permanente da Petrobrás, de que todos esses problemas vão ser resolvidos, não ajuda muito - nem a falta de transparência sobre os custos do petróleo produzido. Estimativas não oficiais são de que eles seriam superiores a US$ 50,00 por barril produzido. Em comparação, o petróleo "convencional" custa menos de US$ 10,00 por barril para ser produzido, e o fato de ser vendido a mais de US$ 100,00 por barril é consequência de acordos políticos e comerciais dos principais produtores.
Os problemas ambientais da exploração de petróleo em grandes profundezas são, na realidade, "terra incógnita". Não há muita experiência prévia das companhias internacionais nesta área e a liderança da Petrobrás em exploração em águas profundas traz consigo problemas novos. Prudência e humildade seriam uma boa estratégia a seguir nessa área.

Quanto a acidentes na produção de petróleo, é útil comparar as experiências de Estados Unidos, Noruega, Inglaterra e Brasil.
As empresas de petróleo classificam acidentes em várias categorias: segurança ocupacional, colisões, pequenos incêndios e perda total de poços de petróleo. Os Estados Unidos, por causa do acidente da British Petroleum no Golfo do México, têm o pior desempenho em todas as categorias. O Brasil, no entanto, é o pior em colisões e pequenos incêndios. E a Noruega é o líder em segurança.
Os custos elevados na produção de petróleo "não convencional" são o calcanhar de aquiles da estratégia de explorar esse petróleo e pode justamente inviabilizá-la, porque tornam mais competitivas as alternativas ao petróleo.

E quais são essas alternativas?

A primeira delas - e a mais simples - é o aumento da eficiência dos motores usados na indústria automobilística. Tanto a União Europeia quanto os Estados Unidos fixam de tempos em tempos, desde 1980, a quilometragem média por litro de combustível que os veículos automotores devem atingir. Por exemplo, nos Estados Unidos, ela foi fixada em 10,6 quilômetros por litro em 1975; deveria atingir 16,6 quilômetros por litro em 2016; e deverá atingir 23 quilômetros por litro em 2025. Com isso, se a frota não aumentar muito, o consumo de derivados de petróleo diminui.

A segunda é a produção de biocombustíveis como o etanol da cana-de-açúcar, no Brasil, e de milho, nos Estados Unidos. Atualmente, eles substituem 3% do petróleo que é consumido no mundo, mas essa porcentagem poderá facilmente atingir 10%. Há, aqui, uma grande oportunidade para o Brasil exportar sua tecnologia de produção de cana-de-açúcar e de produção de etanol, que já atingiu elevado nível de produtividade.

Grandes empreendimentos em produção de petróleo "não convencional", como o pré-sal, têm grandes riscos. Alternativas existem e elas deveriam ser implementadas com a mesma energia e determinação com que a Petrobrás procura retirar petróleo de grandes profundidades do oceano. O que a prudência recomenda é que a Petrobrás deveria tentar reduzir os seus custos e dividir os riscos com outras empresas petrolíferas mundiais com experiência nessa área.

Contudo, o que estamos presenciando nas políticas adotadas pelo governo brasileiro na área de petróleo desde 2008 é exatamente o oposto. A Petrobrás ficou praticamente sozinha na exploração do pré-sal, endividando-se enormemente a ponto de suas ações terem perdido cerca de 80% do seu valor. Contribuiu para isso o congelamento dos preços de derivados de petróleo, o que levou a empresa a vender gasolina com prejuízo e, nesse processo, asfixiando o Programa do Álcool de cana-de-açúcar.
Esse não é o caminho a seguir e uma correção de rumos torna-se cada vez mais urgente.
*José Goldemberg é professor emérito da Universidade de São Paulo, foi secretário de Ciência e Tecnologia da Presidência da República.

Pagode, Brasil 2014, Natal 2014



Pronto... (olhando de forma suspeita para os lados). Falei!

Leiam o texto de Flávia Oliveira:

O pagode da Dona Fifa
Palavra que dá nome ao gênero de samba pertence à entidade do futebol até o fim do ano. Natal 2014 também está registrado

É espaçosa a tal da Fifa. Esqueça a dúzia de cidades-sede e estádios. Ignore os benefícios tributários. Releve o tratamento de chefe de Estado que o presidente da entidade, Joseph Blatter, recebe quando circula pelo Brasil. Desconsidere tudo isso, e a poderosa Federação Internacional de Futebol ainda é a dona do jogo, da festa, da bola. E do ritmo. Na lista de quase duas centenas de nomes e figuras registradas para a Copa 2014, açambarcou o pagode. Perdeu, Zeca Pagodinho. Dançou, Jorge Aragão. Já era, Almir Guineto. Até o fim deste ano, a palavra que batiza um gênero do samba e virou sinônimo de reunião de bambas é marca de alto renome da Dona Fifa. Não pode designar atividade alguma. “Se não, ela chora e diz que vai embora”, como no refrão de Noca da Portela e Tião de Miracema.


A culpa é da Lei da Copa. O texto, abençoado pelo governo federal e pelo Congresso Nacional, deu à Fifa direito à tramitação acelerada dos pedidos de registro de marcas no Instituto Nacional da Propriedade Intelectual (INPI). Sem falar na isenção de taxas. Em condições normais, os processos dificilmente chegam ao fim em menos de três anos. Os da Fifa não completaram 12 meses. Desde a promulgação da Lei 12.663, de 5 de junho de 2012, a entidade fez 236 solicitações. Há 188 aprovadas e sete a caminho. Restam 39 em análise ou recurso. Apenas duas foram definitivamente indeferidas.

O pagode entrou na roda porque dá nome à fonte tipográfica da marca do Mundial 2014, aquela das letras gorduchinhas. Como tipologia, pertence para sempre à Fifa. Até 31 de dezembro, integra o grupo de palavras, expressões e imagens que não podem ser usadas em nenhuma atividade comercial. Pagode da Boa, caro Arlindo Cruz, não deve rolar. A diretoria que está mandando é outra. Quem desobedecer pode enfrentar a Justiça.

E que a rede carioca de supermercados fique esperta. Mundial com 2014 do lado é coisa da Fifa. Melhor tirar do calendário. O Natal 2014 também está sub judice. Quem mandou fazer da capital do Rio Grande Norte sede do torneio de futebol? De Porto Alegre a Manaus, todas as capitais da Copa estão registradas no INPI. Brasil 2014, idem.

É tudo, Dona Fifa explica, para garantir seus próprios direitos e dos patrocinadores sobre uma competição que, em 2010, foi acompanhada por 3,2 bilhões de pessoas no planeta. De cada dólar de receita, 70 centavos vêm das explorações comerciais. Duas dezenas de empresas pagaram caro para relacionar suas marcas à Copa. E a entidade que manda no futebol sua a camisa para coibir o uso indevido de nomes e imagens.

Desde 2010, foram 500 casos de violação de direitos. Na maioria, a Fifa notificou extrajudicialmente, e o infrator recuou. Em 2013, na Copa das Confederações, houve cem episódios. Há escritórios de advocacia escalados país afora. Até em portos e aeroportos são feitas ações para impedir liberação de mercadorias piratas.

O arsenal da Fifa tem exigido criatividade dos executivos de marketing e dos publicitários. Basta dar uma olhada nas promoções e nos anúncios de quem não entrou no time de patrocinadores. É um tal de seleção de prêmios, goleada de carros, arena, torcida campeã, Brasil em festa. Não é acaso. São palavras não registradas.

A bandeira nacional e suas cores estão livres. Escrita sozinha, a copa também não é da Fifa. Pode denominar outras competições, o cômodo vizinho à cozinha ou um tipo de embutido. Deu mais sorte que o pagode. Mas ninguém ousa.

22 maio 2014

Rir é o melhor remédio

Como ser feliz. Seja um cachorro.

Cotas em concursos


Entenda o impacto da reserva de 20% das vagas para negros em concursos
Lorena Pacheco – Do CorreioWeb

O projeto de lei que reserva 20% das vagas dos concursos federais a negros, aprovado ontem pelo Senado [20/05/2014] e rumo à sanção da presidente Dilma, levanta cada vez mais dúvidas entre os concurseiros. Em meio a tantos questionamentos acerca do impacto das cotas raciais no funcionalismo público, a certeza é que o número de vagas gerais vai diminuir. Mas até que ponto essa redução afeta a participação das pessoas nas seleções?

Para compreender melhor o quadro, é preciso adaptar os certames atuais ou finalizados recentemente à nova legislação e analisar a oferta de vagas – lembrando que as cotas não se aplicarão às seleções que já têm editais publicados. Mas, antes de fazer as contas, é preciso considerar que só estão sujeitos às cotas raciais os concursos públicos com pelo menos três vagas abertas.

Em um concurso com grande oferta de vagas, como o último realizado pelo Ministério da Fazenda, das 1.026 chances, 205 seriam reservadas a pessoas que se autodeclarassem negras – o que deixa para oferta geral 821 vagas. Mas se o concurso não chegar a oferecer nem 100 oportunidades, como a última seleção para diplomatas do Itamaraty, das 18 chances em aberto, quatro seriam para cotas, e apenas 14 para a oferta geral. Compare a seguir o cálculo dos 20% em outros certames:


Para a coordenadora pedagógica do IMP Concursos Ranil Aguiar, a implementação da lei preocupa. “A quantidade de vagas, assim como o valor dos salários, são fatores decisivos para que um concurseiro se inscreva em certa seleção. Mas acredito que não vai haver redução na demanda de participações, porque os candidatos já estão acostumados à concorrência dos concursos. É sim mais uma dificuldade, mas os concurseiros não vão deixar de concorrer e alcançar o sonho de um emprego ideal”, explica Aguiar. A especialista ainda lembra que quando a presidente Dilma anunciou uma recessão temporária nos concursos federais em 2011, as pessoas continuaram estudando mesmo sem perspectiva de lançamento de edital.
Além das cotas raciais, os concursos já têm reserva de vagas para deficientes, o que diminui ainda mais a oferta de vagas gerais nos certames - segundo o Decreto 3.298/99, a porcentagem mínima de vagas poupadas para pessoas com deficiência é 5%; e a Lei 8.112/90 (regime jurídico dos servidores federais) estabelece que o percentual poderá alcançar até 20% das chances.

Também vale ressaltar que os candidatos negros concorrerão simultaneamente à totalidade das vagas e às reservadas pelas cotas raciais. E no caso da conta dar um número fracionado de chances, a lei prevê que o quantitativo será aumentado para o primeiro número inteiro subsequente, se a fração for igual ou maior a 0,5; ou diminuído para o número inteiro inferior, se a fração der menos que 0,5.

***Agora vamos lançar a campanha de cotas para as eleições? Que tal???

Curso de Contabilidade Básica: Contas a Receber

Existem vários instrumentos que o usuário pode dispor para acompanhar uma política de crédito no longo prazo. Uma alternativa simples é acompanhar o comportamento do volume de contas a receber da empresa ao longo dos anos. Outra é verificar o DVR (Dias de Vendas a Receber), que é um índice bastante útil. Com o DVR é possível determinar se a variação no volume de contas a receber da empresa decorreu da variação das vendas ou da mudança na política de cobrança.

Voltamos ao caso da Hering, que fornece para o usuário uma série histórica bastante longa do seu balanço e DRE. Inicialmente nós plotamos os valores de contas a receber da empresa, desde 2007:

É possível observar que a empresa tem apresentado valores cada vez maiores de contas a receber. Outro aspecto interessante é o fato do comportamento não seguir uma linha reta, mas uma linha “dentada”. Ou seja, quando o valor aumenta num trimestre ele reduz no período seguinte.

Uma forma de verificar isto é calcular o Dia de Vendas a Receber ou DVR. O DVR é obtido pela divisão de Contas a Receber pelas Vendas Diárias. Para evitar a sazonalidade, calculamos o DVR usando a receita de vendas, anualizada, dividida por 360. (Assim, no segundo trimestre de 2008 somamos as vendas do terceiro e quatro trimestre de 2007 e primeiro e segundo trimestre de 2008 e dividimos por 360).

É possível observar que no início da série a empresa tinha DVR variando entre 100 e 120 dias. A partir de 2009 o DVR ficou entre 80 a 100 dias, mas com algumas variações significativas. Por exemplo, no terceiro trimestre de 2012 o DVR era de 81 dias; no quarto trimestre foi para 104 dias.

Uma forma de analisar a política de crédito é calcular a razão para variação do volume de contas a receber da empresa, através de três fórmulas simples:

Variação do Contas a Receber = Variação de Vendas + Variação de Cobrança
Variação de Vendas = (Vendas diárias do período t – Vendas diárias do período anterior) x DVR do período anterior
Variação de Cobrança = (DVR do período t – DVR do período anterior) x Vendas diárias do período t

Este cálculo permite que seja atribuído a variação do “contas a receber” ao crescimento das vendas ao a mudança na política de crédito e cobrança. Observe no gráfico o que foi obtido:

A variação do “contas a receber” está de verde. Já a variação na cobrança está de vermelho e praticamente acompanha a variação da conta. Já a variação decorrente das vendas parece não ter nenhuma influencia sobre o “contas a receber” da empresa. Com efeito, a correlação entre “variação de cobrança” e “soma” é de 0,99, enquanto a correlação da soma com “variação de vendas” é de 0,20.

Isto ocorreu pelo fato das vendas estarem em valores anuais. Ao retirar o peso da sazonalidade, a influencia da cobrança apresentou-se muito clara na série. O gráfico abaixo é o mesmo do anterior, apenas os valores não estão anualizados. Os valores da correlação se alteram: 0,96 a correlação entre “variação de vendas” e soma e -0,70 entre “variação de cobrança” e soma.


Curso de Contabilidade Básica - Editora Atlas - César Augusto Tibúrcio Silva e Fernanda Fernandes Rodrigues (prelo)

STF e o tempo


STF leva, em média, cinco anos para julgar ações que ferem a Constituição
O Globo, 19/05/2014

O Supremo Tribunal Federal (STF) levou 24 anos para, ao decidir sobre um processo, dizer que o assunto não era com ele. O caso faz parte do cenário de morosidade que foi constatado na mais alta Corte do país por um levantamento inédito da FGV Direito Rio, obtido com exclusividade pelo GLOBO. Ao analisar a duração de processos e liminares no Supremo de 1988 a 2013, o estudo viu que o STF leva, em média, cinco anos para julgar de forma definitiva Ações Diretas de Inconstitucionalidade (Adins) — mas há Adins que ficaram mais de 20 anos até transitar em julgado, ou seja, terem decisão definitiva da Corte, sem possibilidade de recurso.

Entre as liminares concedidas pelo STF e que tiveram mérito analisado, o levantamento mostrou que as de Adins duraram, em média, seis anos, o tempo que a Corte levou para julgar as ações. O estudo será lançado nos próximos meses dentro da 3ª edição do projeto Supremo em Números, intitulada “O Supremo e o Tempo” e de autoria dos professores Joaquim Falcão, Ivar A. Hartmann e Vitor Chaves.
Também segundo a análise, o tempo médio até o trânsito em julgado é de cerca de um ano para habeas corpus, por exemplo; e de um ano e meio para mandados de segurança e reclamações.
Uma delas, a 271, foi feita por Miguel Rinaldi em 1988. Na ação, ele reclamava da não execução de decisão do Tribunal de Justiça de Goiás, que havia determinado garantia policial para a reintegração de posse de uma fazenda que tinha sido invadida. A decisão só chegaria em 2012 — para dizer que ocorrera perda do objeto da ação, pois a decisão do TJ-GO que foi motivo da reclamação no STF já tinha perdido efeito.

— Ganhamos a reintegração. No governo Sarney! E daí? Não recuperamos a fazenda. Faltou a polícia, o Estado — diz a mulher de Rinaldi, que não quis dar seu nome, pois “não gostamos de falar disso”.
Esse processo é o segundo mais lento na lista dos 10 mais demorados apontados pelo estudo. No pior caso, que durou de 1989 a 2013, a Corte levou 24 anos para, ao decidir, ver que o assunto nem era constitucional, isto é, nem era de sua competência. Trata-se da Adin 73, em que a Procuradoria Geral da República questionava lei de SP sobre obras em parques estaduais.

Em outro caso desse ranking, o governo da Espanha pediu em 1989 a extradição de um espanhol acusado de ser cúmplice em um homicídio em seu país. Duas décadas depois, em 2009, o STF ainda não tinha analisado o caso. Naquele ano, o crime prescreveu, disse a embaixada da Espanha no Brasil. Por isso, em 2011, o governo espanhol desistiria do pedido — e o STF seguiria sem analisá-lo. Foi fazê-lo só em 2012, quando constatou a perda do objeto da ação, pela desistência da Espanha.

— Dez, 20 anos para julgar uma ação não é razoável. Não é compatível com a lógica elementar das coisas. No caso dos habeas corpus, um ano é tempo muito longo para aquilo que socorre a primeira das liberdades, a de ir e vir — diz o ex-presidente do STF Ayres Britto, lembrando que a emenda 45/2004 incluiu na Constituição o direito à “razoável duração do processo”.

Entre os motivos para o quadro de lentidão, o grande volume de recursos que tomam o tempo do STF é apontado como o principal. A chamada repercussão geral foi um dos instrumentos criados pela emenda 45 para diminuir esse volume, diz Ayres Britto. Com ele, o STF só aceita recursos extraordinários de temas “que ultrapassem os interesses subjetivos da causa”.

Mas esse instrumento poderia ser mais usado pela Corte. Até 9 de maio, dos casos com repercussão geral reconhecida, mais da metade (65,7%) estava com julgamento do mérito pendente. E, dos casos com julgamento pendente, só 14,07% foram incluídos em pauta; 83,53% estão conclusos ao relator; e há 2,4% “iniciados”.

Outra tentativa de diminuir o número de recursos foi feita pelo ex-ministro Cezar Peluso, autor da PEC 15/2011, que dizia que decisões de segunda instância seriam definitivas. Mas foi alterada em comissão do Senado em 2013. Agora, aguarda votação.

— A PEC perdeu o propósito. Agora, afeta só recursos em processos criminais, ínfima minoria no STF, e deixa de fora os recursos em processos cíveis, os que abarrotam o Supremo — diz Ivar A. Hartmann, da FGV.

Ayres Britto lembra outra medida adotada contra a morosidade:
— A informatização, que precisa avançar, mas que caminha. Um exemplo é a Ação Penal 470 (o mensalão): com mais de 50 mil páginas, foi toda digitalizada para facilitar a análise. Desde 2010, todos os processos que chegam ao STF, com exceção dos habeas corpus, são digitalizados.
Secretário da Reforma do Judiciário do Ministério da Justiça, Flávio Crocce Caetano afirma que um processo no Brasil dura, em média, dez anos:

— Precisamos de uma cultura da mediação, onde o tempo médio de resolução é três meses. A lei 7.169/2014, aprovada no Senado e que agora está na Câmara, permite que o poder público, litigante em 51% dos casos, faça mediações. Outra frente é valorizar a primeira instância nas reformas dos códigos de Processo Penal e Civil. E é preciso investir na gestão: consolidar o processo eletrônico e criar a carreira de administrador judiciário, existente em muitos países. Ele organizaria dados, pauta, audiências. Deixaria para o juiz só a função de julgar.

Procurado terça-feira à tarde pelo GLOBO, o STF não havia respondido até o fechamento desta edição.

Listas: Os maiores jogadores de xadrez

1. Carlsen - Noruega - 2889,2 - Abril de 2014
2. Kasparov - Rússia - 2856,7 = Março de 2000
3. Aronian - Armênia - 2835,5 - fev 2014
4. Anand - Índia - 2820,7 - janeiro de 2011
5. Topalov - Bulgária - 2816,9 - Abril de 2010
6. Karmnik - Rússia - 2812,5 - março de 2013
7. Caruana - Itália - julho de 2013
8. Radjabov - Azerbaijão - 2799,6 - Set 2012
9. Morozevich - Rússia - 2798,9 - Agosto de 2008
10. Nakamura - EUA - 2794,4 - Outubro de 2013
11. Grischuk - Rússia - 2792,1 - julho de 2013
12. Ivanchuk - Ucrânia - 2791,5 - julho de 2008
13. Fischer - EUA - 2789,7 - agosto de 1972

Fonte: Aqui

21 maio 2014

Rir é o melhor remédio


Fonte: Aqui

Curso de Contabilidade Básica: Resultado Negativo

Quando uma empresa tem prejuízo, isto terá reflexo sobre o patrimônio líquido.  Se o valor do resultado negativo for elevado ou se o prejuízo perdurar por muitos exercícios, o patrimônio líquido poderá se tornar negativo.

Veja o caso da Têxtil RenaultView que nos últimos anos tem apresentado prejuízos líquidos. Com efeito, desde 2010 o prejuízo da empresa alcançou a R$93 milhões. Estes valores fizeram com que o patrimônio líquido da empresa tornasse cada vez mais negativo. Em 2012 a empresa fez uma cisão, o que reduziu sua receita anual de R$142 milhões para 75 milhões. Mas o prejuízo aumentou de 15 milhões para 42 milhões, de 2011 para 2012. Em 2013 o resultado melhorou, mas continua negativo: 20 milhões de reais.
 

Isto reflete diretamente no patrimônio líquido. Usando as informações de diversos anos, montamos uma demonstração das mutações do patrimônio líquido da empresa, onde os efeitos deste resultado estão claros.


No início de 2010 a conta de lucros e prejuízos acumulados tinha um saldo negativo de 160 milhões de reais. Como o prejuízo permaneceu nos anos seguintes, este valor passou para menos 220 milhões de reais. O patrimônio líquido, que era de 88 milhões negativo, chegou a quase 200 milhões, também negativo.