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07 julho 2012

Rir é o melhor remédio



Bem estilo do que é pregado pelo "PHD Comics", mas sempre divertido! (Por seer tão verdadeiro!)
Agradeço à super Érika Chad pela indicação.

Fato da Semana

Fato da Semana: Indicação de Ana Dolores Moura Carneiro de Novaes para o cargo de diretora da CVM

Qual a importância disto? - Este cargo foi ocupado anteriormente por pessoas conhecidas do meio contábil, como Eliseu Martins e Alexsandro Broedel. É a área da CVM mais próxima da contabilidade. Pode-se dizer que Ana Novaes irá cuidar das normas contábeis das companhias abertas, que representa um grupo das maiores empresas brasileiras.

Positivo ou negativo? - Para contabilidade a indicação de Ana Novaes para um cargo que um dia foi ocupado por pessoas com grande entendimento técnico da área é uma notícia negativa. Ana Novaes tem um currículo acadêmico menos expressivo que Broedel e sua atuação é principalmente como conselheira na área de governança corporativa e como consultora. Isto talvez seja um sinal de que o processo de convergência estaria concluído.

Desdobramentos? - A indicação foi realizada pela presidenta da república e deve ser aprovada pelo nosso legislativo sem sobressalto. Acredito que não haverá alteração na relação entre a CVM e o CPC.

China:paranoia ou mistificação?

Fabiano Maisonnave, de Pequim
24/05/12 - 11:28
Blog Vista Chinesa

A edição desta quarta-feira (23) da Folha traz dois artigos sobre o “capitalismo oriental”. Apesar de um ser favorável e o outro, crítico, ambos revelam a pobreza do debate no Brasil sobre o papel da China no novo cenário mundial.

Os problemas mais óbvios estão no texto “As ameaças que vêm da Ásia” (aqui, para assinantes), do sociólogo da Unicamp Ricardo Antunes. Trata-se de uma compilação de clichês congelados no tempo, como o de que a China atual levou “a superexploração da classe trabalhadora ao limite”.

Usando a Foxconn como exemplo, Antunes, no melhor estilo vandreano (“pelos campos há fome em grandes plantações”), afirma que os operários da empresa em Shenzhen (sul da China, ao lado de Hong Kong) “produzem aparelhos aos milhões e, em geral, nem imaginam como funciona a mercadoria produzida, levando o fetichismo maquínico à forma mais fantasmagórica”.


Não é bem assim. Ocorre que a repisada crítica sobre os baixos salários na China está cada vez mais desatualizada, ou pelo menos matizada, depois de sucessivos aumentos reais nos últimos anos, uma tendência nacional. Em Shenzhen, o salário mínimo subiu 15,9% no início do ano, mais de duas vezes acima da inflação. Agora é de 1.500 yuan (US$ 237), significativamente acima do valor citado por Antunes (900 yuan). Shenzhen, aliás, tem o maior salário mínimo da China e já o havia aumentado em 20% no ano passado.

É pouco, claro, mas não tanto, já que a China é um país com custo de vida relativamente barato. Numa breve comparação com o Brasil: o salário mínimo tupiniquim é R$ 622 (US$ 305), e o modelo mais barato do iPhone, produzido pela Foxconn, custa R$ 1.999 (US$ 975). Ou seja, é preciso 3,2 meses de salários para comprar um.

Na China, o iPhone básico sai por 4.988 yuan (US$ 788), ou seja, 3,3 meses de salário em Shenzhen. A diferença é mínima (o custo da ligação na China é muito menor, mas isso é outra história). A poucos metros de um dos portões principais da Foxconn, há uma grande loja autorizada da Apple. O iPhone, claro, tem um preço proibitivo para a maioria dos funcionários. Mas vários com quem conversei usavam um confiável HTC, espécie de genérico da Apple, com tela sensível e outras funções bem parecidas.

Obviamente, há salários baixos em regiões mais pobres, e as condições de trabalho são muitas vezes degradantes, incluindo a Foxconn (reportagem mnha aqui, para assinantes). Mas isso está mudando, tanto que muitas fábricas de mão de obra barata estão deixando a China rumo a Vietnã, Bangladesh e outros lugares. Reforçar apenas a crítica da “superexploração” é uma enorme simplificação, ainda mais quando se trata de um universo de cerca de 750 milhões de trabalhadores.

Antunes dá a impressão de que nunca pisou em Shenzhen ao chamá-la equivocadamente de Província, embora se trate de uma importante e moderna cidade de 13 milhões, mundialmente famosa por ter sido o berço das reformas econômicas iniciadas por Deng Xiaoping. Mal comparando, é como dizer que Manaus é um Estado.

Já o outro artigo, “Aprendendo com os asiáticos” (aqui, para assinantes), do reitor da UFMG, Célio Diniz, e do coordenador da Capes Geraldo Nunes, acerta ao dizer que a Ásia precisa de uma abordagem “objetiva e urgente” por parte do Brasil. Mas, novamente, há uma redução da realidade. Não dá para falar de um “sistema acadêmico universitário de excelência” submetido a um regime autoritário. Basta lembrar que o Prêmio Nobel da Paz, Liu Xiaobo, único vencedor desse prêmio encarcerado em todo o mundo, é um professor de literatura universitário e cumpre pena de 11 anos por suas ideias.

Nem mesmo a elite do Partido Comunista vê suas universidades com olhos tão bons e envia seus filhos ao exterior logo na graduação. É o caso da filha de Xi Jinping, que neste ano deve ser confirmado como a liderança máxima do país. Ela está em Harvard (EUA). Até o filho de Bo Xilai, o conservador líder neomaoísta recém-expurgado, foi para o Reino Unido ainda no ensino médio e nunca mais voltou.

O artigo menciona ainda que a Capes (com muito, mas muito atraso) negocia a implantação do programa “Ciência sem Fronteiras”, para trazer pós-graduandos em bolsas-sanduíche, como já existem para a Europa e para os EUA. Acho um erro conceitual. O formato da bolsa não permite um período de aprendizado do mandarim, que leva pelo menos dois anos. Com isso, o brasileiros que eventualmente quiserem vir à China estarão limitados aos programas em inglês e interagirão principalmente com outros estrangeiros. Ou seja, estudarão na China, mas não necessariamente estudarão a China. Pela distância geográfica e cultural, é preciso um programa à parte e com mais recursos, que o gesso burocrático brasileiro dificilmente permitirá.

Outro equívoco é a aposta das universidades brasileiras em atrair os controvertidos Institutos Confúcios, financiados pelo governo chinês para o ensino da língua e da cultura chinesa. A UFMG, do reitor Diniz, é uma delas (está ainda em negociação). O dinheiro é tentador, mas se trata de uma tentativa de Pequim de aumentar seu “soft power”, cujos objetivos propagandísticos são conflitantes com o mundo universitário. Dentro, são vários temas vetados. Não espere discutir ali os escritos de Liu Xiaobo.

Não se trata de proibir os institutos, pelo contrário. Sou partidário de que sejam tratados como centros culturais, assim como os de outros países Aliança Francesa, Goethe, Cervantes, mas não agraciados com status universitário.

Em alguns países, institutos mais antigos aos poucos tentam se converter numa espécie de centros de estudos chineses, gerando atritos, pois é uma iniciativa que claramente não tem os mesmo princípios de universidades de países democráticos. No caso brasileiro, há o agravante de que o país não tem (nem terá a médio prazo) um corpo docente capacitado sobre a China e a Ásia. E em terra de cego…

Aí voltamos ao primeiro artigo: é esse ambiente de indigência que estimula Antunes e outros tantos a escrever sobre a China sem nunca tê-la pesquisado com profundidade. Nos EUA ou no Reino Unido, nenhum professor universitário teria coragem de assinar um texto sobre relações trabalhistas chinesas sem um mínimo de especialização.

É preciso vir à China e investir tempo aqui para estudá-la. Vista de perto, não é nem uma enorme fábrica devoradora de trabalhadores nem a nova superpotência a um passo de dominar o mundo.

A balada de Stephen Hawking


O Hyperscience publicou, com base em informações do DailyMail, uma reportagem super legal sobre uma festa secreta de Stephen Hawking. Vamos? Só participará quem puder voltar ao passado. (Quem aqui assiste a série "Dr. Who" pensará instantaneamente nela.)

'Os convites já foram enviados, estão por todos os cantos da internet. Coloque seu melhor terno, ajeite o cabelo, alinhe uma flor na lapela, e se prepare para uma agradável conversa com uma das mentes mais brilhantes, senão a mais brilhante, deste tempo. Você só precisa ajustar sua máquina do tempo para o dia 28 de junho de 2009, 12 horas. Apresente uma cópia deste convite e você já é um convidado oficial.

Eu falei 2009? A festa já aconteceu, e, segundo relatos do professor Hawking, ninguém apareceu. “Eu tenho a evidência experimental de que viagens no tempo não são possíveis”, fala a voz mecânica comandada pelos dedos do professor. “Eu dei uma festa para viajantes do tempo, mas não mandei convites senão depois da festa. Fiquei sentado lá por um bom tempo, mas ninguém apareceu”.

Excluindo a possibilidade que todo mundo no futuro seja avesso a festas ou que não goste de canapés e champanhe, o professor Hawking parece se consolar com o fato de que talvez seja uma boa ideia não viajar para o passado. Apesar das equações de Einstein a permitirem , fazê-lo “dispara um raio de radiação que destrói a nave e possivelmente o próprio espaço-tempo”.

Entre as desculpas para os viajantes do futuro não terem se dignado a aparecer na festa do professor, as mais “científicas” são: a) a viagem no tempo simplesmente não é possível; b) só é possível avançar no tempo, não retornar; c) a viagem no tempo é possível, mas você só pode voltar até o dia em que a máquina do tempo foi ligada; d) a viagem no tempo é possível, mas ninguém sabe como ou são muito responsáveis para viajar no tempo e e) nós estamos no universo “original”, como ele é ou era antes dos viajantes no tempo começarem a trolar os arqueólogos enterrando tênis Nike junto de tiranossauros mortos.

Enquanto nós todos viajamos lentamente para o futuro, o professor aponta que é relativamente simples acelerar esta viagem: basta entrar em um foguete e acelerar a velocidades próximas da luz, e quando você voltar, vai encontrar todo mundo bem mais velho ou até mesmo morto.'

Concursos com vagas para contadores

TST e ANATEL: Os dois com provas no mesmo dia.

Tribunal Superior do Trabalho: R$ 6.611,39
Organizadora: Fundação Carlos Chagas
Inscrições: Até 13/07/2012
Data da prova: 16/09/2012
Edital: Aqui

Agência Nacional de Telecomunicações - ANATEL: R$ 9.263,20
Organizador: Centro de Seleção e de Promoção de Eventos da Universidade de Brasília
Inscrições: 9 à 30/07/2012
Data da prova: 16/09/2012
Edital: Aqui

06 julho 2012

Rir é o melhor remédio

Carona

Teste 568

A Microsoft anunciou uma baixa contábil de 6,2 bilhões de dólares referente a aquisição, em 2007, da empresa aQuantive, por 6,3 bilhões. Segundo a empresa, isto não terá efeito no caixa. Isto é verdade? Como seria o lançamento contábil?

Resposta do Anterior: o Borrador é tudo isto: um dos livros citados por Pacioli (juntamente com diário e razão), uma costaneira, um memorial e um esboço de um trabalho.

Baixa na Microsoft

A empresa de software Microsoft anunciou que irá fazer uma baixa contábil de 6,2 bilhões de dólares no valor da empresa aQuantive, adquirida em 2007. Esta baixa irá anular o lucro trimestral.

Em 2007 a Microsoft comprou a empresa de publicidade aQuantive por 6,3 bilhões. Como a diferença entre este valor e o montante da baixa é muito reduzido, isto significa dizer que a decisão de aquisição foi um grande erro da empresa no passado. A empresa estaria reconhecendo somente agora este erro.

É interessante notar que um mês antes de comprar a aQuantive, o Google, rival da Microsoft, tinha comprado a DoubleClick por 3,1 bilhões. Esta aquisição foi lucrativa para o Google e pressionou a Microsoft a agir de maneira similar. No mesmo período, outras empresas de publicidade digital também foram compradas.

Entretanto, enquanto o Google conseguiu absorver o melhor da DoubleClick, através do AdSense, um serviço da empresa, o mesmo não ocorreu com a Microsoft.

Segundo um analista da Chessburger, a aquisição foi um movimento reacionário da Microsoft. Só após a aquisição é que a empresa percebeu que a aQuantive não iria agregar muito valor ao negócio de publicidade da empresa.

05 julho 2012

Veduca

O Glauber Barbosa, amigo de mestrado, me falou sobre o “Veduca” há séculos e hoje, finalmente, consegui entrar e interagir com o que há lá. O site, como alguns outros (“Planeta Acadêmico”), disponibiliza vídeos de diversas universidades mundiais, com palestras interessantes e uma alternativa (ou complemento) à educação que temos no Brasil. O interessante é que o Veduca é grátis, tem mais conteúdo e vários são legendados (alguns são brasileiros, inclusive).


No gráfico de nuvens nota-se claramente que há uma maior quantidade de vídeos sobre Ciência da Computação. Engenharia, Medicina e Ciências da Saúde também se destacam. Para encontrar assuntos contábeis, há de se procurar em “Economia” ou “Administração e Negócios”.


Vamos explorar juntos?


Este (sem legenda) é com o professor Douglas Rae, de Yale, (com direito a gravata borboleta vermelha, fera!) é intitulado “Capitalismo: Sucesso, Crise, Reforma”. Rae deslancha: “O socialismo utiliza capital”. “Fascistas usam capital, esquilos e até aranhas também”. (Eu queria um professor assim!) O capitalismo é a subespécie na qual a riqueza acumulada é distribuída de forma a criar novas riquezas em um ambiente competitivo. O capitalismo não foi inventado por um cara esperto como o Adam Smith, mas sim evoluiu de forma orgânica em tentativas e experimentações. Por falhas. Interessante que se você observar a história do mercado ela é recheada de derrotas. [...]


Para quem quer aprender ou tentar gostar mais de estatística e probabilidade, há um vídeo (com legendas) da Universidade de Berkeley, com o professor Fletcher H. Ibser (notem os diversos quadros!). O esquema é tão educativo que é permitido a venda das anotações que são feitas em aula. Imagine o nível da turma...! E a organização dos alunos que anotam, organizam e comercializam o material. Simplesmente fascinante.


Olha que fantástico. Eu estava procurando algo bem diferente disso, mas me deparei com um curso do Dalai Lama sobre “centralidade da compaixão” (com legenda). A risadinha dele é uma graça!


Acho ótimos sites assim, especialmente os bem organizados e com funções diversas de pesquisa. Fica, ainda, a dica para aqueles tão sedentos quanto eu: nos vídeos mais assistidos, nas aulas mais agradáveis e estimulantes, você pode aprender também sobre didática e agregar ao seu perfil técnicas diferentes.


Ao escrever esse texto alguns dos mais vistos da semana foram: Origens da Crise Financeira (Princeton); A Psicologia da Felicidade (Fundação TED); Ciência, Misticismo e Religião (UCLA); Introdução à Ciência da Computação (Nova Gales do Sul).


Na próxima postagem discutiremos o iTunesU. Até lá e bons estudos!

Rir é o melhor remédio

Mais uma sobre a "hipocrisia nossa de cada dia":

Cuba


Primavera em Cuba
Luiz Eduardo Vasconcelos e Odemiro Fonseca
O Globo, 25/05/2012
Luiz Eduardo Vasconcelos é engenheiro e Odemiro Fonseca é empresário.


Visitar Havana é ver que o tempo pode parar. A arquitetura de casas e prédios parou no modernismo dos anos cinquenta. Os carros pararam nos rabos de peixe. Os bares pararam nos mojitos e daiquiris. Nas pessoas, há languidez na forma de agir. E os costumes à mesa, nas roupas, na linguagem, no conhecimento e na forma de argumentar mostram que o longo isolamento criou um fosso comportamental entre a ilha e o mundo.

Essa ilha linda, habitada por um povo alegre e musical, nunca foi independente em economia. Primeiro os colonizadores espanhóis, com seus portos fechados e legitimando a escravidão, que somente acabou em 1886. As lutas anticoloniais devastaram os barões de açúcar e tabaco e entraram os americanos comprando tudo. Já se manifestava então o espírito antiamericano na aristocracia rural e entre os intelectuais.

Depois da revolução de 1959, vieram os russos, construindo usinas a óleo diesel e grandes obras. E autoestradas, até hoje vazias. Infraestrutura ajuda se for usada. Como no comunismo não existe custo de capital, é em tais países onde se veem os melhores exemplos de desperdício de capital. Agora Cuba vive de ajuda chinesa, do petróleo de Chaves e dos turistas — que este ano vão ser três milhões. Os canadenses patrocinaram o horrendo aeroporto internacional de Havana e o mundo patrocinou a restauração da bela Havana Velha, patrimônio da Humanidade.
Não se vê atividade agrícola, industrial, transporte nas estradas. A principal fonte cambial são os turistas, pelo uso do peso conversível, comprável em moeda estrangeira, cuja cotação fixada pelo governo força todos a usar tal moeda para pagar por tudo. Os preços ficam perto dos internacionais (o governo já aprendeu), mas quase tudo é da pior qualidade. O charme de Cuba atrai estranhas tribos de turistas, todas muito complacentes.

Os cubanos recebem salários em pesos nacionais, que consomem em produtos muito racionados, em mercados pessimamente mantidos e supridos, que abrem poucas horas por dia. Como acontecia na Rússia, há roubo nas fábricas, que alimentam mercados informais. Educação superior é dada como alta, mas observa-se que muitos universitários não trabalham ou trabalham fora das profissões. E a qualidade da medicina é impossível de ser verificada por um estrangeiro. Sem liberdade, as pessoas não têm como usar educação.

A revolução cubana foi salva por um bônus populacional. Eram 7,1 milhões em 1960. Hoje são 11,1 milhões, com população declinante. A população em 1960 já crescia pouco e havia boa infraestrutura. Se a população cubana tivesse crescido como a mexicana ou a brasileira, Cuba seria hoje uma favela de 22 milhões de pessoas. Se a população cubana tivesse crescido como a do Equador ou da Venezuela, Cuba seria hoje uma favela de 30 milhões de pessoas. Mas mesmo com o bônus populacional, o resultado não é animador. As séries de Angus Maddison mostram que a renda per capita de Cuba em 1950 era a quinta entre os 22 maiores latino-americanos, depois de Venezuela, Argentina, Uruguai e Chile. Em 2001, Cuba estava entre os quatro piores, adiante de Honduras, Nicarágua e Haiti.

O importante porto de Havana definhou a partir de 1960. Mas agora Cuba tem um novo patrocinador — o Brasil. O BNDES financia (85% do investimento mais linhas de crédito para Cuba importar alimentos e máquinas agrícolas) e a Odebrecht constrói o porto de Mariel, para ser uma zona franca. Fomos detidos, longe do canteiro, por um guarda armado, por tirarmos fotos. Retiveram nossos documentos, e quando a novela terminou o nosso motorista, antes exaltando “o maior porto da América Latina”, estava muito silente e preocupado.

Vários destes episódios de controle social (paradas em postos policiais, ameaças aos guias dos turistas — “cuidado com o que falas”, lorotas incríveis), potencializados pela ridícula TV e imprensa estatal, ausência de livros e internet, impossibilidade de viajar e os ainda existentes CDRs (Comitês de Defesa da Revolução — que são por quarteirão e participação compulsória), mostram que a primavera cubana está longe de acontecer. Depois de 53 anos de ditadura, o povo cubano tem medo dele mesmo. A liderança cubana parece inerte e misteriosa. Ninguém sabe como e onde vivem e o que fazem. Mas fala-se à boca pequena sobre Chaves. Hospeda-se na antiga residência do embaixador brasileiro. Este palácio residencial foi expropriado quando as relações diplomáticas foram cortadas, e, depois de restabelecidas, o Brasil nunca solicitou a devolução.

Mapa da Disney

Fonte: aqui

China e a fraude

Um dos atritos entre os Estados Unidos e a China ocorre na área contábil. É isto mesmo. O assunto tem sido tratado discretamente, mas o problema pode ser explosivo.

Algumas empresas chinesas possuem ações cotadas nas bolsas dos EUA. Entretanto, a qualidade da informação contábil é ruim. As autoridades dos EUA estão tentando resolver este problema, seja através do fortalecimento das empresas de auditoria de renome (leia-se, especialmente, as big four) ou através de maior evidenciação contábil. A China não tem sido muito amistosa com estas empresas (vide aqui, uma postagem do blog sobre o assunto)

Contudo, algumas fraudes contábeis começaram a gera preocupação. Segundo Tindale, os problemas na area contábil encobre o enriquecimento de pessoas importantes ligadas ao poder central.

"Você confia em mim?"

Essa foi a pergunta que o Aladin fez à princesa Jasmine antes dela subir no tapete mágico dele. Histtória ultrapassada. Mágico mesmo é tapetinho projeto por Shin Yamashita, um estudante de Design no Instituto de Tecnologia de Kyoto. Babemos:




Manipulação da Libor

Bob Diamond, de 60 anos, renunciou ao cargo nesta semana após o Barclays ter concordado em pagar quase um bilhão de dólares em multas por manipular as taxas de juros que são referência no sistema global financeiro.


Políticos britânicos consideram o caso como um símbolo de uma cultura de cobiça que tem manchado todo o sistema financeiro. Jornais destacaram os e-mails revelados no caso, que mostram operadores se parabenizando por manipular números.


Pensativo e mostrando humildade perante o comitê parlamentar, o homem que até terça-feira era um dos executivos financeiros mais bem pagos e poderosos e dono de uma reputação agressiva, reconheceu o comportamento "indesculpável" de seu grupo de operadores.


"Quando leio os e-mails desses operadores, fico fisicamente doente", disse Diamond. "Esse comportamento foi repreensível, foi errado. Peço desculpas, estou decepcionado e muito bravo".


Ele disse que os envolvidos na manipulação das taxas de juros estariam sujeitos a investigação criminal e devem ser tratados com severidade. A contravenção "não representou a companhia que eu amo tanto", disse o executivo norte-americano.


Mas ele também insistiu que o Barclays estava sendo usado como bode espiatório por ter cooperado com as autoridades a ajudar a revelar suas infrações.


"O foco desta semana tem estado sobre o Barclays porque foi o primeiro", disse Diamond, descrevendo anos de cooperação com agências regulatórias para revelar a prática.


A decisão do banco de cooperar com reguladores aparentou ter sido feita para limitar os danos causados pela polêmica, mas o tiro saiu pela culatra, prejudicando a reputação do banco e custando a Diamond seu emprego, disseram analistas do setor.


O Barclays reconheceu que seus operadores agiram conjuntamente com outros a fim de manipular a London Interbank Offered Rate, ou Libor, a taxa que grandes bancos dizem emprestar uns dos outros e que serve de referência para trilhões de dólares em contratos globais.


Além dessa manipulação, que aconteceu de 2005 a 2009, o banco britânico também admitiu que suas contribuições para as taxas Libor no alto da crise financeira de 2008 fizeram seu balanço parecer mais robusto.


Fonte: Reuters

Lucro em Filmes

A seguir, um texto muito interessante sobre os problemas da indústria do cinema:

Estou tentando compreender dois fatos aparentemente inconciliáveis. Primeiro, "Homens de Preto 3" já faturou mais de US$ 550 milhões nas bilheterias de todo o mundo. Segundo, embora um representante da Columbia Pictures, a produtora do filme, tenha me dito recentemente que o filme "agora está no azul", parece que até recentemente o estúdio podia perder dinheiro com ele. Como isso é possível?

Não é tão complicado. O custo de produção ficou perto dos US$ 250 milhões; as despesas mundiais de marketing devem ter sido parecidas; e uma grande proporção do dinheiro arrecadado com a venda de ingressos vai para as salas de cinema e as distribuidoras locais. (...)

Todos os negócios requerem certa dose de adivinhação, mas prever as futuras bilheterias de cinema é um ramo especialmente opaco. [1] (...)

O motivo pelo qual a maioria dos estúdios termina no azul quase todos os anos é que encontraram maneiras de, no jargão do setor, monetizar os fluxos auxiliares, vendendo direitos de TV e de distribuição no exterior, criando videogames, atrações de parque de diversões e outros produtos vinculados aos seus filmes. [2]

E os grandes sucessos, por raros que sejam, continuam a bancar o custo de muitos fracassos.[3] Mas os lucros não são enormes. (...)


Outro motivo para que os estúdios continuem no topo é que desafiá-los não vale o risco, para a maioria dos empresários (mesmo os maiores sucessos precisam de anos, às vezes uma década, para recuperar seus custos [4]). (...)

Fabrizio Perretti, professor de administração de empresas na Università Bocconi, na Itália, diz que Hollywood agora está mesmo se destruindo. Porque obter financiamento e audiências se tornou mais difícil, as empresas concorrem para produzir filmes maiores e mais caros enquanto eliminam os riscos, o que explica o motivo para que cada vez mais filmes dependam de propriedade intelectual existente.

Dos cem filmes de maior faturamento em todos os tempos (levando em conta a inflação), 18 são continuações, e mais de metade foi lançada depois de 2000. [5]

Lucro de estúdios de cinema é gerado por receitas auxiliares de filmes - ADAM DAVIDSON - DO "NEW YORK TIMES" - Folha de S Paulo


[6]



[1] Tenho dúvidas se difere muito de outro tipo de indústria, como moda ou eletrônicos.
[2] Será que a relação não é contrária? Os fluxos auxiliares permitem que a indústria possa produzir filmes mais caros.
[3] Isto é parecido com o que ocorre na indústria farmacêutica, onde os remédios de sucesso bancam os fracassos de pesquisa.
[4] Tenho dúvidas. Existe uma grande concentração de receita na primeira semana de exibição. Além disto, o lançamento de produtos auxiliares ocorre muito próximo ao lançamento do filme (um sucesso passa na TV em menos de um ano após sua exibição no cinema).
[5] O correto seria levar em consideração o poder de compra da população.
[6] Existe um sítio chamado Junk Chart. Este infográfico mereceria estar numa postagem de lá. Observe que o infográfico não diz nada. É horrível. De um lado, os custos (salários, distribuição, viagens, locação etc) e do outro "para onde vai a bilheteria" (estúdios, salas e distribuidores) e "como os estúdios cobrem a diferença". Não faz nenhum sentido isto. Deveria ter do lado direito as "receitas", mas não é isto que ocorre. Além disto, a figura não informa nada sobre valores. Mas aí já seria pedir de mais.

IPO do Manchester United

O Manchester United é um dos clubes mais bem sucedidos do futebol mundial. Agora, o clube inglês fez o pedido de oferta pública inicial nos Estados Unidos.

A finalidade é obter recursos. Apesar da oferta, a família Glazer, atual proprietária, irá manter o controle do clube. O esquema de venda será de um tipo de ação onde cada ação corresponderá a um voto; as ações da família Glazer corresponderão a 10 votos por cada ação. Este tipo de situação é comum no mercado dos Estados Unidos.

No passado orientei um aluno de mestrado, Renato Amador, que desejava avaliar os clubes de futebol do Brasil. Diante da qualidade das demonstrações contábeis existentes, o trabalho acabou sendo sobre o Manchester. Fiquei impressionado com a sua organização. Meu orientando solicitou as demonstrações contábeis do clube e as recebeu em sua casa.

Vestidos e recessão

Já comentamos diversas vezes no blog sobre índices econômicos alternativos, como o índice batom ou índice cueca. Estes índices apresentam, de maneira interessante, o que está ocorrendo no cenário econômico.

A queda na venda de vestidos femininos é um alerta recente para os problemas da economia. Segundo este índice, se as mulheres deixam de comprar seus vestidos isto seria um sinal de que a economia estaria em recessão. A lógica é que as mulheres, numa situação de recessão, irão reduzir seu consumo pessoal; além disto, em muitas famílias, são as mulheres que cuidam do orçamento doméstico. O corte na compra de vestidos femininos é um sintoma de que a economia não está indo muito bem.

Fonte da figura: aqui

04 julho 2012

Rir é o melhor remédio

Truques da Mente

Talvez nós possamos dizer que os mágicos são os profissionais que se aproveitam da falta de racionalidade plena das pessoas. Mesmo com o desenvolvimento da tecnologia, dos truques revelados em programas de televisão e com a propagação da crença na ciência pela sociedade, os mágicos ainda são admirados e exercem uma grande atração em todos os públicos.

O livro Truques da Mente mostra como funciona a mágica. Ou seja, como os mágicos conseguem “enganar” as pessoas, seja através de ilusões de ótica, cognitivas, multissensoriais, mnêmicas, entre outras. O arsenal de truques usados pelos mágicos é revelado e explicado no livro. No capítulo dez, por exemplo, os autores explicam a correlação ilusória (que também chamamos de espúria), que está associada a superstição.

Para quem gosta de mágicas, este livro é altamente indicado. Em cada capítulo os autores aprofundam um tema, mostrando como os mágicos se aproveitam da inocência das pessoas. Ao longo do texto, através de alertas de Spoiler, os autores mostram como funcionam os principais truques. Veja o seguinte vídeo, disponível na internet (e no sítio do livro):





Neste truque o mágico utiliza a luz negra, ou a luz ultravioleta. O mágico cobre o palco de veludo negro; os objetos que “aparecem” também estão encobertos com veludo negro, assim como os ajudantes que transitam no fundo do palco. Os detalhes do truque o leitor poderá encontrar no livro (página 28 e 29).

A mágica é um assunto tão sério que os autores explicam como ela foi usada durante a guerra fria para passar mensagens aos espiões, sem que o inimigo desconfiasse (página 260 e seguintes).

Ao final da leitura percebemos como somos fáceis de sermos enganados.

Truques da Mente – Stephen Macknik, Susana Martinez-Conde & Sandra Blakeslee. Zahar, 2010.

Automóveis

Um texto do jornal Estado de S Paulo (2 de julho de 2012, Indústria Automobilística teve isenção de R$1 milhão por emprego criado):

Desde o início da crise financeira internacional, o governo brasileiro abriu mão de R$ 26 bilhões em impostos para a indústria automotiva [1]. Ao mesmo tempo, o setor criou 27.753 novas vagas de trabalho, o que equivale dizer que cada nova carteira de trabalho assinada pelas montadoras custou cerca de R$ 1 milhão em renúncia fiscal aos cofres públicos. [2]

As medidas de estímulo à venda de veículos nos últimos três anos e meio [3] também contribuíram para a remessa de US$ 14,6 bilhões ao exterior [4], na forma de lucros [5] e dividendos, para as matrizes que contavam prejuízos com a queda na receita nos Estados Unidos e na Europa. O lucro enviado para fora do País fica próximo do valor que as empresas deixaram de pagar em impostos [6].


[1] Esta informação foi obtida como? Lembro que uma das justificativas da criação da DVA era a possibilidade de verificar a contribuição que uma empresa estrangeira estaria trazendo para o país. Entretanto, o modelo de DVA não permite obter esta informação. O texto da reportagem não informa onde o autor do texto obteve o dado. Num gráfico afirma que a fonte foi o CAGED, a Receita Federal, o Banco Central e a Anfavea
[2] Considerando 35 anos de trabalho, isto corresponde a R$2300 por mês para cada empregado.
[3] Considerando 2008, seriam 4 anos e meio
[4] A comparação com a remessa de lucros é injusta. O autor da reportagem poderia comparar com qualquer item (despesa, receita etc), mas ao comparar com a distribuição de resultado cria um viés negativo no texto.
[5] Fiquei pensando como é remeter lucros para o exterior. Sendo entidades separadas, somente seria possível remeter dividendos.
[6] Mais adiante o texto ressalta que a indústria de automóveis tem uma cadeia produtiva longa e os benefícios devem incluir os aspectos positivos diretos. Mas também deve-se levar em consideração os custos da política, em especial o custo de oportunidade.

Despreparo Comercial

Editorial, O Estado de S.Paulo, 27 de maio de 2012

Um levantamento do Fórum Econômico Mundial situa o Brasil em 84.º lugar em uma lista de 132 países classificados de acordo com sua capacitação comercial. Houve um avanço de três posições em relação à pesquisa anterior, de 2010, realizada com 125 países. Mas a melhora é quase insignificante, quando se considera a distância entre o Brasil e dezenas de competidores desenvolvidos e em desenvolvimento.

Vários dos principais obstáculos à competitividade das empresas brasileiras nem são mencionados no estudo. Há referencias a tarifas, por exemplo, mas não aparece, na pesquisa, uma comparação direta entre o sistema tributário brasileiro, complexo, pesado e incompatível com as necessidades de integração nos mercados globais, e os de outros países participantes do comércio internacional. Se esse e outros componentes importantes do custo Brasil fossem considerados, a classificação brasileira provavelmente seria ainda pior.

O relatório pode surpreender por causa da classificação nem sempre boa de algumas das maiores potencias econômicas e comerciais. Não há, no entanto, relação necessária entre a capacitação para o comércio e o tamanho da economia. Os Estados Unidos, maior potência do mundo, ocupam o 23.º posto.

Cingapura, Hong Kong, Dinamarca, Suécia e Nova Zelândia surgem nos cinco primeiros lugares. O Canadá só aparece em 9.º e o Reino Unido, em 11.º. Em 13.º está outra grande potência, a Alemanha, seguida imediatamente pelo pequeno Chile, em excelente posição no quadro geral. O latino-americano seguinte é o Uruguai, 40.º colocado. O preparo para o comércio é determinado por atributos independentes do tamanho, como a qualidade da política econômica, a burocracia, o ambiente regulatório e a infraestrutura.

A classificação do Chile, em 14.º lugar, à frente de várias das maiores e mais desenvolvidas economias e muito longe da maior parte dos latino-americanos, ressalta a importância de um governo leve, pouco intervencionista, comprometido com a integração internacional e bastante eficiente para manter um importante fundo soberano, conhecido por seus investimentos em vários países da região. A posição da Argentina, em 96.º lugar, ressalta o peso do intervencionismo e de uma burocracia montada para emperrar o comércio tanto à custa dos parceiros, como o Brasil, quanto dos empresários nacionais, protegidos por barreiras, mas com enormes dificuldades de acesso aos mercados externos.

O Brasil vai mal na maior parte dos requisitos considerados na pesquisa. A classificação geral de 84.º lugar é dada pela média das classificações de vários atributos. Quando se trata de disponibilidade e uso de tecnologias de informação e comunicação, por exemplo, a economia brasileira aparece em 53.º lugar. Um dos componentes desse item é o uso da internet para atividades de negócios e nesse aspecto a posição é a de número 28. Mas a situação é desastrosa, quando se trata de várias condições dependentes de forma direta da intervenção governamental.

O País aparece em 104.º lugar no item "acesso aos mercados interno e externo", porque as tarifas são muito altas pelos padrões internacionais (114.º posto). As barreiras já eram muito altas e algumas ainda foram elevadas no ano passado. O cenário também é muito ruim quando se examinam a eficiência da administração aduaneira (99.º lugar) e os procedimentos de importação e exportação (101.º posto).

Em outros estudos comparativos, elaborados com objetivos mais amplos, o Brasil também aparece em classificação muito ruim, principalmente por causa da qualidade da administração pública. O setor empresarial privado normalmente recebe uma avaliação bem mais favorável do que o governamental. Pode haver deficiências nas empresas, mas o poder de competição da indústria e da agropecuária é geralmente razoável - e em alguns casos muito bom - quando se consideram as atividades apenas no interior das unidades produtivas. Esse contraste aparece apenas parcialmente nesse estudo sobre capacitação nacional para o comércio, mas, ainda assim, é bastante sensível.

Acesse o relatório do World Economic Forum na íntegra

Mestrado e Doutorado - USP

Já estão disponíveis os editais de mestrado e doutorado em contabilidade da Universidade de São Paulo. A primeira etapa ocorrerá em setembro, quando será aplicado o próximo teste da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração – ANPAD.

03 julho 2012

Rir é o melhor remédio

CVM

O cargo de diretor da CVM que era de Alexsandro Broedel Lopes, para área relacionada com as normas contábeis, já possui indicação da presidência da república: trata-se de Ana Dolores Moura Carneiro de Novaes.

Ao saber que a indicada era doutora em economia, procurei seu nome da plataforma Lattes, onde estão a base de currículos dos acadêmicos. A resposta foi negativa (figura). Não que ter o currículo na plataforma Lattes seja relevante. 


Mas encontrei o currículo da nova diretora no sítio da CPFL, onde era conselheira:


Nascida em 23/01/1962 na cidade de Recife – PE
Doutora em Economia pela Universidade da Califórnia, Berkeley em 1990 e advogada formada pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro em 2008. Em 1999, adquiriu o direito de usar a designação CFA – Chartered Financial Analyst outorgada pela Association for Investment and Management Research (AIMR) dos Estados Unidos. Foi Analista de renda variável do Banco de Investimentos Garantia entre 1995 e 1997, e Diretora de Investimentos do Pictet Modal Asset Management entre 1998 e 2003. Trabalhou no Banco Mundial em Washington, D.C. entre 1991 e 1994, tendo ainda lecionado macroeconomia na Universidade Federal de Pernambuco no 1º semestre de 1991, e na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro em 2003. Entre 2008 e 2010, foi sócia da Galanto Consultoria, do Rio de Janeiro e desde 2010, é sócia da Oitis Consultoria, para serviços e aconselhamento na área de governança corporativa. Atualmente, é membro do Conselho de Administração da Companhia de Concessões Rodoviárias (CCR), da Metalfrio e da Condor, e participa do Comitê Financeiro e do Comitê de Auditoria da CCR. É membro do Conselho de Administração da CPFL Energia desde abril de 2007.



RIs

Primeiro texto

A pesquisa "Qualidade das informações - transparência e integração nas divulgações das companhias abertas" trouxe ainda como destaque, no que diz respeito à qualidade da informação fornecida, que 67% dos pesquisados acreditam que os resultados do exercício são as informações que consideram mais importantes, enquanto que 62% apontam o panorama estratégico da organização a informação mais relevante e 36% apontam a governança corporativa. [1]


"A pesquisa tem por intuito mostrar as tendências das discussões mundiais [2] e o que se tem visto é em direção aos relatórios integrados, mostrando, além das informações numéricas, as informações de governança corporativa, de sustentabilidade e de risco que estejam em linha com as melhores práticas internacionais, disse o diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (IBRI), Ricardo Florence.

Segundo


A internet é considerado o meio mais utilizado e eficiente para a comunicação com o mercado pelas áreas de relações com investidores (...)


Segundo a Deloitte, 60% dos relatórios anuais das empresas já podem ser acessados digitalmente e pelos meios impressos, enquanto 37% são publicados unicamente no formato eletrônico, contra apenas 3% que os apresentam somente no formato impresso.


Das empresas que participaram da amostra, 52% indicaram que gastam mais de R$ 500 mil por ano na produção de seus relatórios; outras 26% investem até R$ 300 mil. [3]

[1] Epa! Não bate em 100%.
[2] A pesquisa não é no Brasil?
[3] gastam... investem ...

Ambev

A Ambev tornou-se a empresa mais valiosa do mercado acionário, ultrapassando a Vale do Rio Doce. A revista Exame explica isto:

Há duas explicações para a incrível valorização da empresa. A primeira é interna. A Ambev é a cervejaria mais eficiente do mundo. Para cada real que entra da venda, 48 centavos são lucro puro — margem um pouco menor que a de um iPhone, produto um tanto mais inovador que uma latinha de Skol.

O desempenho é resultado de uma cultura de alta pressão. Na Ambev, todos os funcionários têm metas e bônus anuais. Os altos executivos podem receber até 18 salários extras por ano. Por outro lado, um dia de trabalho pode chegar a 12, 14, 16 horas. (...)

A segunda explicação tem a ver com a natureza do mercado financeiro. Em períodos de incerteza na economia, os investidores procuram os papéis mais estáveis, como os de cervejarias. Suas vendas, afinal, são menos dependentes do vaivém da economia que outros mercados, como eletrodomésticos ou automóveis.



Existe outra explicação, que o texto da reportagem chega a comentar: o desempenho ruim no mercado da Vale e Petrobrás, as empresas mais valiosas do mercado até recentemente.

Braskem

O governo atua na economia tem a tendência de proteger os produtores, mas não os consumidores. Veja o exemplo da Braskem:

(...) a união com a Quattor rendeu tudo o que se poderia esperar: de fato, nasceu ali um dos mercados mais concentrados do mundo. Nos Estados Unidos, por exemplo, há cerca de 30 petroquímicas que produzem resinas plásticas e a maior, a Exxon, tem menos de 15% de participação de mercado. No Brasil, a Braskem tem 68% do mercado, e nos seus principais segmentos só concorre com empresas estrangeiras que exportam para o Brasil. Segundo a clientela da Braskem, a união com a Quattor, como era de esperar, distorceu os preços no setor. O preço médio das resinas subiu 18%no Brasil desde janeiro de 2010, enquanto caiu ou subiu de forma modesta no mercado internacional, segundo um recém-concluído relatório da Abiplast, entidade que reúne os fabricantes de plásticos, ao qual EXAME teve acesso. De novo, é algo até certo ponto natural num mercado tão concentrado.

À época da fusão com a Quattor, a Braskem chegou a dizer a clientes que os preços cairiam após a integração, porque seus custos diminuiriam com a sinergia gerada (que, segundo a empresa, foram de 400 milhões de reais). Para o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que aprovou a operação, o poder de fogo da Braskem seria regulado pelo mercado externo: se os valores subissem aqui, as fabricantes de plásticos poderiam comprar a resina no exterior. Mas, como o recente aumento de preços demonstra, não é bem isso que vem acontecendo: importar resinas como as produzidas pela Braskem não é tão simples quanto parecia.


Muito poder, pouco dinheiro - 27 de Junho de 2012 - Exame - Daniel Leb Sasaki

Astrologia

Em finanças o conceito de racionalidade está muito associado ao mercado acionário. Mas será que o mercado é realmente racional? Veja o seguinte trecho:


(...) Mas não são apenas os números que ajudam na hora de investir. É possível fazer um mapa astrológico do investidor que vai determinar o perfil de empresa que mais se assemelha a ele e, assim, garantir maiores retornos. “Existe a análise mercadológica que olha o ciclo planetário em relação aos segmentos de atividade e a avaliação da pessoa ou da empresa”, explica Maurício Bernis, presidente da AstroBrasil. O especialista conta que os clientes dele se utilizam do mapa como uma ferramenta complementar às outras formas de análise. Quem se interessa por astrologia vai poder investir, talvez, ainda neste ano, em um clube de investimento que utilizará análises dos astros sobre os papéis. O clube, que tem como parceira a corretora Magliano, já está aprovado.

Consulte números, dados e até os astros para investir em ações - 25 de Junho de 2012 - Brasil Econômico - Natália Flach

Balanço Único

Uma reportagem do Valor Econômico (Crise reforça urgência de balanço único, 29 de Junho de 2012, Mitchel Diniz) discute a necessidade de padronização da contabilidade pública (que o texto denomina de "balanço único"):

A crise financeira que assola a Europa fez com que os governos do continente passassem a discutir com mais urgência um tema que costumava ser relegado ao segundo plano: a necessidade de um modelo de contabilidade pública mais transparente e internacionalmente aceito.

Atualmente, os 27 países da União Europeia possuem métodos contábeis [1] bastante diferentes. Mas, com a economia do grupo abalada, um estudo em curso pela Eurostat [2], a agência de estatísticas do bloco, está avaliando essas diferenças para que um padrão seja adotado.

Em entrevista ao Valor, o líder global da área de contabilidade do setor público da firma de contabilidade Ernst & Young, Thomas Müeller-Marqués Berger, que ajuda a conduzir o estudo, disse que os políticos europeus estão mais dispostos a ouvir os argumentos dessa discussão. "Na Alemanha, por exemplo, as pessoas perguntam por que o governo está financiando a Grécia, a Espanha. Querem saber o que está sendo feito com o dinheiro delas. Isso realmente reforça o debate sobre transparência na contabilidade pública", afirmou.[3]

Berger explica que o estudo da Eurostat avalia as diferenças na contabilidade em vigor nos países do bloco em relação às Normas Internacionais de Contabilidade para o Setor Público (ou Ipsas, na sigla em inglês). Essas normas são emitidas pela Federação Internacional deAuditores (Ifac) e visam estabelecer um padrão internacionalmente aceito para a contabilidade pública, semelhante ao que já ocorre no setor privado com o IFRS (International Financial Reporting Standards).[4]

As Ipsas se baseiam na adoção da contabilidade por regime de competência que, na avaliação do Ifac, facilita o acompanhamento das obrigações e da dívida dos governos, sendo mais eficaz em expor implicações econômicas.

"Regime de caixa não será a base no futuro. Então será necessário mudar. Se para as Ipsas ou algo parecido, ainda não sabemos, mas certamente está indo nessa direção", disse Berger, sobre o andamento do estudo da Eurostat.

O líder global da Ernst & Young esteve no Brasil para o um congresso regional sobre contabilidade pública, em Santa Catarina. Esse tipo de encontro ficou mais frequente no país, que está em processo de convergência às Ipsas.

"O objetivo é discutir as normas com os atores da adequação", diz Luiz Mário Vieira, membro do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), outro palestrante do evento do qual Berger participou.

Mas o coordenador geral de Normas de Contabilidade aplicadas à Federação do TesouroNacional, Paulo Henrique Feijó, reconhece que o processo de convergência é complicado. "O setor público é sempre mais complexo para mudar uma cultura", afirmou. O cronograma inicial, que previa a implementação das novas normas de contabilidade para Estados e União em 2012, sofrerá atrasos. "Não queremos convergência da boca para fora", diz Feijó. [5]

Estava prevista para hoje a divulgação pelo Tesouro do Balanço do Setor Público Nacional(BSPN), referente ao ano de 2011. A demonstração consolida os resultados contábeis de todas as entidades do setor público. No ano passado, quando foi divulgado pela primeira vez, o BSPN contou com dados de 4.949 municípios brasileiros.

No balanço deste ano, os anexos explicativos trarão o resultado de uma pesquisa de "maturidade da gestão contábil" feita com entes da Federação, com o objetivo de qualificar as notas do balanço e fazer um "diagnóstico" dos municípios.

Paulo Henrique Feijó antecipa que o nível de maturidade da gestão contábil no Brasil é baixo. "Tem um viés muito orçamentário, não olha o aspecto patrimonial. Apenas o que entra e sai. É [uma gestão contábil] meio míope", conclui.[6]


[1] O texto quer dizer: Regimes de competência versus regimes de caixa
[2] Conforme postagem anterior neste blog http://contabilidadefinanceira.blogspot.com.br/2012/06/normas-contabeis-do-setor-publico-e.html a Eurostat é a entidade responsável pela estatística da Comunidade Européia.
[3] A contabilidade pelo caixa consegue responder razoavelmente esta questão. O problema é mais complexo.
[4] Na realidade o IPSAS persegue as IFRS.
[5] É uma notícia ruim, mas era difícil crer que o setor público conseguiria implantar as normas em 2012. Minha previsão é se conseguirmos em 2015 já será uma grande vitória.
[6] É verdade. Isto já ocorre há muito tempo.

Repressão Financeira

Brasil deve ter foco em investimento e eficiência
Autor: Edward Amadeo
Valor Econômico - 25/06/2012
Edward Amadeo é economista da Gávea Investimentos.



(...)No Brasil, o consumo continua indo bem. O que vai mal são os investimentos, o que parece incrível em um país estável, com bons empresários e rico em recursos escassos. O que pode estar errado?

As crises dos EUA e da Europa contribuem. A apreciação do real também, mas isso só afeta a manufatura, quando a desaceleração é mais disseminada. O último candidato da lista, que não é circunstancial, é o mau estado da infraestrutura, a baixa produtividade do trabalho e os elevados custos de produção.

O governo tem dificuldades para investir em infraestrutura. Faltam recursos devido ao excesso de transferências de renda. Mas há também restrições legais e institucionais, além do vírus da corrupção, contra o qual a presidente tem lutado, mas sem o qual o software do investimento público não roda.

Para lidar com essas restrições o governo insiste na repressão financeira com recursos do Tesouro, do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), subsidiando investimentos via BNDES, a construção civil via Caixa Econômica Federal, e a agricultura via Banco do Brasil. Repressão financeira significa que os poupadores e contribuintes são obrigados a se contentar com uma combinação de retorno e risco determinados pelo governo, que, supostamente sabe onde é melhor investir.

Mas essa opção tem problemas. Primeiro, salvo em casos especiais, é uma forma ineficiente de intermediação financeira e alocação de capital. Segundo, segmenta o mercado de crédito entre os beneficiários do subsídio e a imensa maioria de empresas que se financiam no mercado. Terceiro, atrofia o mercado de capitais. Quarto, afeta a política monetária do Banco Central, elevando a taxa de juros. O resultado prático é que no lugar de incentivar a competição e a inovação com condições isonômicas, o governo privilegia os oligopólios.

Cada vez mais acionados para incentivar o investimento, as desonerações tributárias, a proteção tarifária seletiva e os índices de nacionalização formam um emaranhado de efeitos cruzados que ninguém pode dizer qual o impacto global. O certo é que produzem um sistema de incentivos que faz da eficiência uma meta secundária. Resultado, eles comprometem a eficiência produtiva e elegem beneficiários, ignorando a pluralidade silenciosa de empresas e trabalhadores que pagam o ônus de preços mais elevados e pior qualidade de insumos e equipamentos. Em resumo, os sistemas de financiamento do investimento e de incentivos setoriais são ruins para a distribuição de renda e péssimos para a eficiência e o crescimento econômico.

A fadiga da economia também aparece na combinação de atividade fraca, mercado de trabalho forte e a produtividade em desaceleração, senão caindo. Enquanto o desemprego era alto e havia excedente de recursos humanos, a produção aumentava com a sua absorção. Isso acabou, o desemprego não pode continuar a cair ao ritmo dos últimos anos sob risco de produzir aceleração da inflação ou esmagamento dos lucros.

Produtividade em baixa e salários em alta põem pressão nos custos das empresas. No setor de serviços, protegido da concorrência internacional, o aumento de custos se transmite para os preços. No setor manufatureiro, exposto à competição, não há como repassar os custos, e quem sofre são as margens de lucros. Tanto a inflação quanto o esmagamento de lucros são ruins para o investimento e o crescimento.

Enfim, cristalizou-se entre nós uma forma de induzir o investimento que talvez não esteja dando certo. Há muito para se discutir sobre o sistema de financiamento de longo prazo, as políticas tributárias e tarifárias setoriais, o modelo de investimento em infraestrutura, e os elevados custos de produção.

No final das contas, a pergunta é se iremos revisitar esses temas para desenvolver um modelo que induza os investimentos e a produtividade, ou se iremos simplesmente dobrar a aposta do crédito e do consumo.

Maldição dos Recursos Naturais

Já comentamos no blog a denominada "maldição dos recursos naturais" (por exemplo, aqui, aqui, aqui e aqui). A presença de riqueza, como petróleo e minério de ferro, não é garantia de desenvolvimento. Pelo contrário, a riqueza "fácil" desestimula os agentes a buscarem mais educação e trabalho, que possam garantir um bem estar social no longo prazo. Eis um exemplo típico disto:

O município de Coari [na Amazônia], onde fica a maior base de produção da Petrobras, também se vale dos royalties e tributos oriundos do petróleo. Por isso, tem o segundo maior PIB per capita do Amazonas. Só fica atrás de Manaus. Ali, no meio do nada, alcança R$ 16,4 mil, quase o triplo da renda por habitante das cidades vizinhas de Tefé e Carauari.

O problema é que a irradiação da riqueza funciona bem no papel. Na vida real, Coari parece nunca ter visto a cor de uma gota do ouro negro. A cidade é uma fonte tão profícua de hidrocarbonetos como de escândalos. No fim de 2011, a frota de 46 veículos da administração local foi apreendida judicialmente por falta de pagamento. Os salários do funcionalismo, a maior fonte de empregos do município, atrasam até quatro meses. Essa disparidade entre o potencial dos royalties e seus efeitos práticos na vida das populações não é privilégio do município amazonense. É comum nas cidades fluminenses sob a influência da bacia de Campos. Estudado por cientistas, o fenômeno foi batizado de paradoxo da abundância.


A floresta e o petróleo - 26 de Junho de 2012 - Época Negócios - CARLOS RYDLEWSKI

02 julho 2012

Rir é o melhor remédio


Crescimento Econômico da China

Conforme comentamos anteriormente, os superávits comerciais chineses pouco contribuem para o crescimento econômico da China. Na ausência de um estado de bem-estar social semelhante aos países ocidentais, as famílias chinesas, há décadas, poupam recursos para satisfazer suas necessidades da saúde e seguridade-social. Desde 2004, com as taxas de juros de depósitos bancários negativas, a poupança doméstica elevou-se substancialmente nos últimos 8 anos. Portanto, desde os anos 80, a base do crescimento econômico chinês está na combinação de alta poupança doméstica e taxa bruta de investimento elevada. Como corolário, a taxa de consumo doméstica é muito baixa. Ademais, a taxa de investimento é superior ao período de "milagre econômico" de países asiáticos como Coreia do Sul e Japão.


Predadores e Professores


Predators and Professors - 18 Junho de 2012

Simon Johnson, a former chief economist of the IMF, is co-founder of a leading economics blog, http://BaselineScenario.com, a professor at MIT Sloan, a senior fellow at the Peterson Institute for International Economics, and co-author, with James Kwak, of White House Burning: The Founding Fathers, Our National Debt, and Why It Matters to You.

WASHINGTON, DC – Are America’s great universities still the stalwart custodians of knowledge, leading forces for technological progress, and providers of opportunity that they once were? Or have they become, in part, unscrupulous accomplices to increasingly rapacious economic elites?

Towards the end of Charles Ferguson’s Academy Award-winning documentary Inside Job, he interviews several leading economists regarding their role as paid cheerleaders for the financial sector’s excessive risk-taking and sharp practices in the run-up to the crisis of 2008. Some of these prominent academics received significant sums to promote the interests of large banks and other financial-sector firms. As Ferguson documents in the movie and in his recent sobering book, Predator Nation, many such payments are not fully disclosed even today.

Predation is an entirely appropriate term for these banks’ activities. Because their failure would traumatize the rest of the economy, they receive unique protections – for example, special credit lines from central banks and relaxed regulations (measures that have been anticipated or announced in recent days in the United States, the United Kingdom, and Switzerland).

As a result, the people who run these banks are encouraged to assume a lot of risky bets, which include pure gambling-type activities. The bankers get the upside when things go well, while the downside risks are largely someone else’s problem. This is a nontransparent, dangerous, government-run subsidy scheme, ultimately involving very large transfers from taxpayers to a few top people in the financial sector.

To protect the scheme’s continued existence, global megabanks contribute large amounts of money to politicians. For example, JPMorgan Chase CEO Jamie Dimon recently testified to the US Senate Banking Committee about the apparent breakdown of risk management that caused an estimated $7 billion trading loss at his firm. OpenSecrets.org estimates that JPMorgan Chase, America’s largest bank holding company, spent close to $8 million in political contributions in 2011, and that Dimon and his company donated to most senators on the committee. Not surprisingly, the senators’ questions were overwhelmingly gentle, and JPMorgan Chase’s broader lobbying strategy appears to be paying off; “investigations” of irresponsible and system-threatening mismanagement will likely end up as whitewash.

In support of their political strategy, global megabanks also run a highly sophisticated disinformation/propaganda operation, with the goal of creating at least a veneer of respectability for the subsidies that they receive. This is where universities come in.

At a recent Commodity Futures Trading Commission roundtable, the banking-sector representative sitting next to me cited a paper by a prominent Stanford University finance professor to support his position against a particular regulation. The banker neglected to mention that the professor was paid $50,000 for the paper by the Securities Industry and Financial Markets Association, SIFMA, a lobby group. (The professor, Darrell Duffie, disclosed the size of this fee and donated it to charity.)

Why should we take such work seriously – or any more seriously than other paid consulting work, for example, by a law firm or someone else working for the industry?

The answer presumably is that Stanford University is very prestigious. As an institution, it has done great things. And its faculty is one of the best in the world. When a professor writes a paper on behalf of an industry group, the industry benefits from – and is, in a sense, renting – the university’s name and reputation. Naturally, the banker at the CFTC roundtable stressed “Stanford” when he cited the paper. (I’m not criticizing that particular university; in fact, other Stanford faculty, including Anat Admati, are at the forefront of pushing for sensible reform.)

Ferguson believes that this form of academic “consulting” is generally out of control. I agree, but reining it in will be difficult as long as the universities and “too big to fail” banks remain so intertwined.


01 julho 2012

PHD Comics - O Filme


Queridos leitores,

para os obsecados com o PHD Comics como eu, o filme foi lançado!!! (Não sei se só eu estava desatualizada... só percebi hoje). Por enquanto não há legendas em português, mas sim em inglês, espanhol, russo, grego!! xD eu achava que seria mais complicado, mas a película está disponível por US$ 9 aqui. Vamos lá? xD Eu cuido da pipoca e vocês das bebidas. Com certeza o seu orientador irá perdoar essa pausa na sua dissertação. A causa é mais que justa! É quase que um trabalho exploratório...!

Trilha sonora:

Rir é o melhor remédio



Fonte: Depósito de Tirinhas

Embaraço

O Business Line, um jornal da Índia, chama atenção para um aspecto que passou desapercebido nas demonstrações contábeis do Iasb, a entidade responsável pelas normas internacionais: uma disputa fiscal com a receita inglesa. O valor, de 460 mil libras, corresponde ao salário de um dos seus conselheiros. Ou seja, não é substancial. Entretanto, sabendo que a maioria dos seus funcionários (conselheiros, inclusive) tinham vínculo com as big four, a situação é considerada "embaraçosa" por Richard Murphy, vinculado ao fisco inglês.

Além disto, segundo Murphy e a partir das informações do BL, a estimativa do passivo tem sido subestimada.

Capturando o Sol










Feliz Dia para todos. Com muito sol !

Desonestidade dos políticos


A desonestidade dos políticos - RENATO JANINE RIBEIRO
VALOR ECONÔMICO - 25/06

Tony Blair é alvo de três romances contra marqueteiros


No Brasil, quando falamos em desonestidade dos políticos, entendemos que eles são corruptos e roubam dinheiro público. No Reino Unido, entende-se que eles - ou ele, um modelo em especial, Tony Blair - mentem à sociedade. No Brasil, o descontentamento se expressa em postagens mal escritas e em artigos repetitivos nos jornais. Na Inglaterra, o protesto resultou em literatura - e da boa. Conheço três livros a respeito, dos quais dois foram transpostos para o cinema. São "O Fantasma", de Robert Harris, publicado em 2007 e depois filmado por Polanski (como "O Escritor Fantasma"), e "A Pesca do Salmão no Iêmen" (2006), de Paul Torday, que virou o filme que acaba de estrear em nosso país, com o impossível nome de "Amor impossível", dirigido por Lasse Hallström.

Falta ir para o cinema o melhor desses bons livros, "The Uncommon Reader", de Alan Bennett (2007). O autor imagina que a rainha Elizabeth começa a ler e isso muda sua vida, tornando-a mais crítica dos fatos e ao mesmo tempo, talvez, uma pessoa melhor. O título é um jogo de palavras. Na Inglaterra, "common" é o plebeu. Por isso, a Câmara dos Comuns é eleita pelos plebeus, os não nobres, a maioria esmagadora da sociedade. A rainha é a mais "uncommon" das pessoas, porque está no auge da nobreza - mas a rainha leitora também se torna uma pessoa incomum, porque começa a pensar por si mesma. Daí que, no final do livro, ela observe que seu décimo primeiro-ministro, o governante marqueteiro, tem auxiliares ignorantes e que se orgulham disso. Nenhum deles tem cultura. Todos somente se preocupam em marketing.

(...)Em "Amor impossível", só está interessado em imagens que rendam dividendos políticos. A história é a mais cômica das três: um rico xeique iemenita se dispõe a pagar a fortuna que for necessária para criar e pescar salmões no Iêmen - um país que não tem a água nem a temperatura adequadas para criar esses peixes típicos de lugares frios. O governo britânico, desejoso de mostrar uma cooperação bem sucedida com um país árabe, seja qual for, obriga um cientista a entrar nesse projeto absurdo. E a assessora de imprensa do premier não recua diante de nenhum expediente para conseguir notícias favoráveis à imagem do governo.

Agora, a questão que cabe é: por que os britânicos convertem seu descontentamento com um governo que acabou mal em boa literatura, e nós não? Nos Estados Unidos o ótimo Philip Roth faz algo parecido, com a crônica, bem em filigrana, dos anos neoconservadores em seu país. Isso aparece no fundo de seus livros, como quando ele menciona o processo movido contra Clinton devido a seu romance com uma estagiária. Mas ignoro uma produção literária ou mesmo artística em outros países que se compare ao modo como os britânicos transformam os anos de seu descontentamento em literatura.

Como ficamos nós? Do período de FHC, restaram as tiras poéticas de Luís Fernando Veríssimo, "As cobras", dizendo que o então presidente estava se descuidando do "social" (que despencava da árvore, caía num rio etc.). Da gestão Lula, nada. Um escritor notável, que é João Ubaldo Ribeiro, não perdeu ocasião de atacá-lo em sua coluna nos jornais, mas suas crônicas não se alçam ao nível de seus romances, não indo além do plano de algum comentador habitual. Por que não temos uma literatura que trate, com qualidade, da nossa política? Sei que não é fácil. Parece que nos acostumamos mais ao discurso semi-difamador, em vez de nos dispormos a um texto criativo. Curiosamente, os romances britânicos que mencionei são muito críticos. Condenam Blair sem piedade, mesmo que nunca mencionem seu nome. São ferozes com o marketing político que, aliás, hoje é uma prática quase unânime no mundo. Só que eles criticam bem. São sofisticados. Dá prazer lê-los. Ficarão, creio eu, nas estantes dos livros que vale a pena ter, mesmo daqui a décadas.

Links

Movimento por um Brasil literário

Troca de cartões postais (em inglês) – os usuários cadastrados trocam cartões postais (de verdade, via correio, old style). Assim há a possibilidade de receber cartões de todo o mundo e compartilhar os de sua cidade.

30 junho 2012

Rir é o melhor remédio

A hierarquia das necessidades do indivíduo, de Maslow, nos novos tempos:
Baseado no gráfico daqui, a partir da figura da Wikipedia