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17 março 2012

Governança Corporativa: (Auto) Fiscalizar Conselhos?

Olha que interessante. Como publicado anteriormente, a Lei 12.353/2010 garante a participação de funcionários nos conselhos de administração das estatais - todas as empresas estatais, públicas e de economia mista, ligadas à União, com mais de 200 empregados, terão de se adequar.

No dia 6 de março a Petrobrás publicou: o empregado Sílvio Sinedino Pinheiro é o vencedor da primeira eleição de representante dos empregados no Conselho de Administração da empresa. No dia 13 de março, no Banco da Amazônia (BASA), o eleito foi o economista Antônio Ximenes. A Telebrás não divulgou a data das eleições, mas os candidatos já se escreveram entre os dias 8 e 14 de março. [Acredito que não haja auditoria independente verificando e auditando as eleições].

O Sistema Eletrobrás ainda está em processo eleitoral, indo para o segundo turno, mas já informou, conforme reportagem indicada por Luiz Otávio (a quem agradecemos) que vai aderir “a partir deste trimestre um sistema de avaliação de toda a sua diretoria e também dos membros do conselho de administração”. Achei uma atitude importante. E oportunamente criada de forma concomitante à criação de um novo “assento” nos Conselhos de Administração. A reportagem segue:
O presidente da Eletrobras, José da Costa Neto, diz que esse é um primeiro passo para tentar mudar de forma significativa a governança da empresa, hoje considerada falha por investidores e analistas que acompanham as ações. Inicialmente, o sistema de notas será feito com base apenas em autoavaliação de cada executivo e análise do conjunto da diretoria e do conselho. Segundo Costa Neto, a avaliação conjunta da diretoria será feita pelo conselho. No caso do conselho, não haverá uma avaliação externa, mas apenas uma análise do próprio grupo.

Não haverá notas individualizadas, como sugere o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), ou mesmo um sistema de bônus e punição a partir do resultado das avaliações.

A ideia, entretanto, segundo Costa, é ir aos poucos tornando o sistema de avaliação mais robusto e torná-lo determinante em questões de bônus ou até de demissões. "Mas temos de ir aos poucos", disse Costa. "Tenho certeza que nessa primeira fase já vamos conseguir avaliar onde estamos falhando." [Risos]

Os critérios das análises levam em consideração a postura dos executivos, conhecimento da área, atuação com os diversos públicos da companhia, grau de preparo, conhecimento da estratégia do grupo, entre outros. Se der certo e o sistema evoluir, será uma revolução na governança da Eletrobras, hoje marcada pelo grande loteamento de cargos entre partidos políticos. São três dezenas de diretorias fortemente disputadas a cada eleição presidencial.

De acordo com o presidente do IBGC, Gilberto Mifano, o sistema de avaliação dos membros do conselho de administração das companhias deveria ser feito por um consultor externo e isento para agregar valor à avaliação. A recomendação do IBGC também é que cada conselheiro seja analisado por seus pares, faça uma autoavaliação e todos avaliem a atuação do grupo. A Eletrobras, por enquanto, não fará um sistema de notas individualizadas entre os pares. Nem mesmo para a avaliação da diretoria. "Avaliar o desempenho dos diretores é um instrumento de gestão que toda empresa tem que ter", diz Mifano. "Avaliar o conselho é um instrumento de governança."
Interessante. O sistema de Governança da Eletrobrás é considerado falho, eles vão implantar uma fiscalização pautada em uma autoavaliação [a meu ver: falho] ao invés de seguir a recomendação do IBGC [que é "o cara" quando se tratando de Governança] de que isso deveria ser realizado envolvendo um membro independente. É isso mesmo que a reportagem diz? Realmente. Ainda citando a reportagem "[...] Eletrobras, hoje marcada pelo grande loteamento de cargos entre partidos políticos. São três dezenas de diretorias fortemente disputadas a cada eleição presidencial."

16 março 2012

Rir é o melhor remédio

Trocadilho entre Save e Shave. 

Links


Fracasso

Razões para o fracasso no doutorado 

Eficiência: Supremo julga uma ação com mais de 50 anos de trâmite 

98% das pessoas mentem no currículo do Linkedin 

Lazer

Dez lugares para visitar antes de desaparecerem 

Neimar será personagem de Maurício de Sousa 

Oriente

Panda Sushi  (foto)

Exemplos de origamis inspirados 

Tecnologia

Celular e gravidez 

Depois de 244 anos, a Enciclopedia Britânica não será mais impressa 

Estados Unidos

Nos EUA denúncia pode valer dinheiro 

Bernanke salvou a economia 

AICPA e a questão do reconhecimento da receita segundo Fasb e Iasb 

Empresas dos EUA possuem 1,24 trilhão em caixa 

Multa para quem vendia as ações do Facebook 

Endividamento


Definição – Mede se uma empresa é muito ou pouco endividada, ou seja, se usa muito ou pouco capital de terceiros onerosos.

Fórmula – Endividamento = (Passivo / Ativo) x 100

Sendo
Passivo – corresponde a soma do passivo circulante e do passivo não circulante (de longo prazo) da empresa. Para as empresas que possuem um quantidade significativa de desconto de duplicatas, do lado do ativo, este valor deverá ser somado ao passivo.
Ativo – refere-se ao total do ativo da empresa. Nas empresas com desconto de duplicatas expressivo, este valor deverá ser considerado no passivo, pois trata-se de um empréstimo com garantia.

Unidade de Medida – O endividamento está expresso em percentagem. Assim, falamos que uma empresa possui 40% de endividamento, significando que o passivo representa 40% do ativo da empresa.

Intervalo da medida – A rigor o endividamento pode ser superior a 100%, quando a empresa possui passivo a descoberto (ou seja, patrimônio líquido negativo). O normal é que o índice esteja entre 0 e 100%, sendo que quando maior o índice maior o nível de endividamento.

Como calcular – Os valores do índice são encontrados no balanço patrimonial das empresas.

A figura a seguir foi retirada do balanço da Braskem, obtido aqui. Os valores estão expressos em reais mil.


O passivo corresponde a soma do circulante e do não circulante:

Passivo = 6629 975 + 15 640 221 = 22 270 196

O denominador é o ativo, que corresponde a 32 054 milhões de reais. Assim, o endividamento é dado por:

Endividamento = (22 270 / 32 054) x 100 = 69,5%

Ou seja, o endividamento da empresa é de quase 70%. Assim, o ativo é financiado por 30% de capital próprio e 70% de capital de terceiros.

Grau de utilidade – Elevado. É um dos índices mais relevantes para análise de uma empresa. Mostra se a empresa é muito ou pouco endividada.

Controvérsia de Medida – Pouca. Existem algumas medidas alternativas, mas nada que questione a forma de cálculo apresentada aqui.

Observações Adicionais
a) Uma possibilidade alternativa é relacionar o passivo com o patrimônio líquido. A desvantagem desta opção é que o intervalo da medida poderá variar entre zero e infinito. Já o índice passivo sobre ativo varia entre zero e cem por cento.

b) O fato de a empresa ser muito endividada não significa necessariamente algo ruim. Tudo irá depender da composição da dívida. No exemplo apresentado, observe que quase todo dívida de curto prazo da empresa é originária de fornecedores, que geralmente não tem despesas financeiras. Isto significa 5 bilhões de reais. Os financiamentos e empréstimos, geram despesa financeira, corresponde a algo em torno de 12 bilhões de reais. Além disto, quando a empresa consegue captar a um custo reduzido, numa operação com juros subsidiados, volumes elevados de financiamento pode permitir alavancar o resultado da empresa.

Veja também:

Ebitda
Margem Operacional
NIG sobre Vendas
Valor do Empreendimento 
Capitalização 
Margem Bruta
ROI 
Liquidez Corrente

Cruz Vermelha



Propaganda criativa da Cruz Vermelha. Fonte: aqui, aqui e aqui

15 março 2012

Rir é o melhor remédio


Fonte: Adaptado daqui

Fluxo de Caixa Livre

Definição – O fluxo de caixa livre corresponde a movimentação do caixa com as atividades operacionais mais o fluxo decorrente dos investimentos de capital realizados.

Fórmula – Fluxo de Caixa Livre = Fluxo de Caixa das Atividades Operacionais – Gastos com manutenção de capital

Sendo

Fluxo de Caixa das Atividades Operacionais – refere-se ao fluxo das operações, conforme obtido na demonstração dos fluxos de caixa. Não devem ser consideradas neste item as despesas financeiras, que em algumas DFCs é parte do fluxo operacional.



Gastos com Manutenção de Capital – corresponde ao caixa usado para aquisição de imobilizado da empresa. Para as empresas que obtiveram receita com venda de imobilizado este valor deve ser retirado.

Unidade de Medida – O Fluxo de Caixa Livre está expresso em reais.

Intervalo da medida – Pode variar bastante, já que a unidade de medida é um número absoluto. Em geral o fluxo das atividade operacionais tende a ser positivo. Já os gastos com manutenção de capital geralmente são negativos. Quando o valor é negativo, considerando que a primeira parcela positiva, isto indicaria que a empresa está investimento dinheiro em imobilizados que precisam ser financiados por capital de terceiros ou pelos acionistas. Quando o fluxo de caixa livre é positivo isto significa que o caixa gerado nas operações é suficiente para financiar os investimentos de capital, sobrando dinheiro que será usado para remunerar o capital de terceiros e o capital próprio.

Como calcular – Algumas empresas calculam o fluxo de caixa livre. Entretanto, como não existe uma padronização, os métodos de cálculo podem variar muito. Os valores podem ser obtidos na DFC.

Considere a empresa Fibria e o seguinte extrato da DFC.



A última coluna corresponde a informação de 2010 e a penúltima de 2011, em milhões de reais. O fluxo operacional de 2011 foi de 1348 milhões de reais, mas está incluso juros pagos no financiamento, de 582.

Precisamos eliminar isto do fluxo operacional. Logo após, nas atividades de investimento, existem duas linhas: aquisição de imobilizado e receita na venda de imobilizado. Estas duas linhas correspondem ao gasto com capital. Assim o fluxo de caixa livre é dado por:

Fluxo de Caixa Livre de 2011 = (1348 + 582) – (1240 – 82) = 772 milhões de reais

Podemos fazer o mesmo cálculo para 2010:

Fluxo de Caixa Livre de 2010 = (1696 + 722) – (1066 – 20) = 1372 milhões de reais

Observe que a empresa reduziu o fluxo de caixa livre em 600 milhões de reais em razão da redução da geração de caixa das operações. Anualmente a empresa gasta em capital mais de 1 bilhão de reais.

Uma forma mais preguiçosa de calcular o fluxo de caixa livre é somar o fluxo das operações com o fluxo de investimento. No caso da Fribia isto representaria um Fluxo de Caixa Livre de 620 milhões e -122 milhões em 2011 e 2010, respectivamente.

Conforme afirmado anteriormente, algumas empresas calculam e apresentam esta informação. É o caso da Fibria. Entretanto seu cálculo parte do Ebitda ajustado, considera as despesas financeiras, o pagamento de dividendos e impostos. O valor obtido pela empresa está na figura a seguir

 Esta forma de cálculo não é adequada e não reflete o fluxo de caixa livre.

Grau de utilidade – Moderada. O fluxo de caixa livre é um índice importante no longo prazo. Entretanto, em empresas com investimentos cíclicos, a medida pode gerar distorção. A rigor o melhor seria a projeção desta medida, pois representaria o fluxo de caixa previsto antes da distribuição do resultado da empresa.

Controvérsia de Medida – Muita. Observe no exemplo usado que a forma de cálculo da empresa é bastante divergente daquela que propomos.



Observações Adicionais
a) No longo prazo o fluxo de caixa livre deve ser positivo. Situações de valores negativos persistentes indicariam que a empresa não consegue gerar dinheiro para pagar seus financiadores;

b) Em alguns setores, os investimentos de capital são cíclicos. Isto faz com que períodos longos de fluxo de caixa livre positivo sejam acompanhados de períodos onde o fluxo pode ser negativo em razão do elevado volume de investimento. Nestes períodos a empresa geralmente evita pagar dividendos.

c) O fluxo de caixa livre pode ser usado comparando com as vendas anuais do período. Isto poderia facilitar a análise comparativa entre empresas de diferentes portes.

d) A rigor o gasto com manutenção de capital deveria ser estimado pelo analista, considerando todos os investimentos necessários para a empresa se manter no mercado.

e) Quando a empresa tem dificuldades de gerar caixa das operações existe uma tendência a reduzir o volume de investimento. Apesar disto permitir que o fluxo de caixa livre seja positivo num determinado exercício social, esta opção pode comprometer a participação da empresa no mercado.

Estrutura Conceitual e Conservadorismo

Os resultados das pesquisas sobre a Hipótese do Mercado Eficiente sugerem que o preço das ações não é determinado apenas por informações contábeis. Ball e Brown (1968) afirmam que a falta de uniformidade nos princípios contábeis permitiu a manipulação dos lucros de forma a ofuscar a visão dos investidores.

Nos mais altos níveis teóricos, a estrutura conceitual da contabilidade define o escopo e o objetivo do financial reporting. No próximo nível fundamental teórico são definidas e identificadas as características qualitativas da informação financeira (relevância, fidelidade de representação, compreensibilidade, comparabilidade, oportunidade, verificabilidade); e os elementos básicos dos relatórios contábeis (ativos, passivos, patrimônio, receitas, despesas e lucro). No menor nível operacional, a estrutura conceitual trata princípios e preceitos de reconhecimento e mensuração dos elementos básicos, além do tipo de informação a ser divulgada (GODFREY et al, 2006).

Conforme Godfrey et al (2006), regulamentadores tentaram estabelecer ordem criando inúmeras resoluções e padrões contábeis. Algumas das regulamentações iniciais tratavam a essência de práticas adotadas com base em padrões arbitrários; outras eram resultados da influência direta de leis, regras governamentais, pressões de gestores, conveniência política.

Solomons (1978 apud GODFREY et al, 2006) vê a estrutura conceitual como uma defesa contra a interferência política na neutralidade dos relatórios contábeis. Ele nota que políticas contábeis podem ser implementadas apenas se fazendo um julgamento de valor, mas não há como provar que o julgamento de valor de qualquer grupo em particular é melhor para a sociedade do que aquele de outros.

Em setembro de 2002 o Financial Accounting Standards Board – FASB e o International Accounting Standards Board – IASB assinaram o acordo de Norwalk, no qual se comprometeram a desenvolver padrões de contabilidade compatíveis e de alta qualidade. O objetivo do Conceptual Framework é desenvolver uma estrutura conceitual em comum que seja tanto completa quanto internamente consistente, além de ser uma base segura para desenvolver padrões contábeis futuros.

Em setembro de 2010 o FASB publicou o Statement of Financial Accounting Concepts n. 8 – SFAC 8 (2010), atualizando estruturas conceituais anteriormente emitidas. No capítulo 3, que discorre sobre as características qualitativas da informação financeira útil, o Conselho (FASB, 2010) destaca a fidelidade de representação: para que seja útil, a informação deve não apenas reproduzir fenômenos relevantes, como também representar fielmente o fenômeno que se propõe a retratar. No parágrafo BC 3.19, do SFAC 8 (2010), é ressaltado que a representação fiel se distingue do que foi apresentado em versões precedentes ao descartar o conservadorismo como uma de suas características.

O conservadorismo implica que, quando em dúvida, deve-se escolher a alternativa contábil que tenha a menor chance de supervalorizar a receita ou os ativos da empresa. Isso acarreta a possibilidade de falta de confiabilidade, já que há espaço para decisões e avaliações subjetivas.

Basu (1997) interpreta o conservadorismo como sendo um mecanismo que ocasiona o reflexo mais rápido no lucro de más notícias do que de boas. Schroeder, Clark e Cathey (2009) afirmam que o princípio foi elaborado inicialmente para conter o otimismo gerencial, mas a crescente pressão por demonstrações mais confiáveis e relevantes reduziram a sua influência. Riahi-Belkaoui (2004) aponta que atualmente o conservadorismo é adotado principalmente como um guia para situações extraordinárias e que, por possibilitar erros, distorções e demonstrações enganosas, está destinado a ser menos utilizado.

Para verificar se a contabilidade conservadora induz uma assimetria informacional, Pope e Walker (1999) analisaram as diferenças na oportunidade de reconhecimento do lucro entre o Reino Unido e os Estados Unidos. Concluiu-se que no Reino Unido reconhecem-se as más notícias mais rapidamente que as empresas norte-americanas e que o lag no reconhecimento das boas notícias se atrasa em até um ano.
Frente a tal aspecto, há de se considerar que o conservadorismo contábil afete a análise das demonstrações.

Lev (1989) reitera que a relação entre lucros e retornos de diversos estudos é baixa. Kallunki e Martikainen (1997) propõem que um dos motivos para isso seria a falta da oportunidade do lucro em refletir eventos value-relevant. Isso ocorre, em parte, em decorrência das práticas contábeis adotadas atenderem à mensuração com base no custo histórico. Consequentemente, os contadores trocam a oportunidade no reconhecimento das mudanças nos ativos líquidos em favor da objetividade, verificabilidade e prudência.

E os lucros contábeis e retornos acionários?

Collins e Kothari (1989) ressaltam a importância de se considerar a estrutura de lead-lag entre os retornos e os lucros, já que as informações envolvidas nos lucros contábeis provavelmente não serão capturadas pelos preços acionários durante o período fiscal de forma contemporânea. Consequentemente, os retornos devem ser acumulados ao longo de um período determinado em torno do ano fiscal. Kothari (1992) considera que a natureza do processo contábil de mensuração do custo histórico limita a habilidade de refletir a expectativa do mercado quanto aos lucros futuros. De tal modo, os lucros seriam liderados pelos preços acionários.

A assimetria dos lucros decorrente do conservadorismo contábil tem forte poder explicativo sobre o declínio na associação lucros-retornos, conforme demonstrado por Ryan e Zarowin (2003). Balachandram e Mohanram (2011), ao contrário, não encontraram evidências de que a contabilidade é a fonte da redução temporal da value relevance das informações contábeis. Lim e Park (2011), por sua vez, analisaram o decaimento da associação entre lucros e retornos com hipóteses de pesquisas desenvolvidas com base na estrutura lead-lag das variáveis. Os autores concluíram que o declínio ocorreu devido ao aumento do ruído nos retornos acionários e não em consequência a ruídos no desenvolvimento das métricas contábeis, tal como lucro líquido ou fluxo de caixa.

Nota-se que vários estudos que focaram a relação lucros-retornos atribuíram a fraca associação encontrada a deficiências no sistema de mensuração contábil (LEV, 1989; LEV; THIAGARAJAN, 1993; RYAN; ZAROWIN, 2003). Essa, entretanto, pode ser uma conclusão prematura, pois, dentre outros aspectos, há de se reconhecer a relação contemporânea entre as variáveis.

Fonte: SALES, I. C. H. A dinâmica da relação entre lucros contábeis e os retornos acionários nas empresas brasileiras de capital aberto. 87f. Dissertação (Mestrado em Ciências Contábeis) – Programa Multiinstitucional e Inter-Regional de Pós Graduação em Ciências Contábeis da UnB/UFPB/UFRN, 2011.

Entrevista com Nicholas Lardy


Nicholas R. Lardy é um dos maiores especialistas em economia chinesa e, recentemente, lançou um livro sobre a sustantabilidade do crescimento econômico chinês após a crise financeira de 2008.Dois capítulos estão disponíveis aqui. Na entrevista abaixo, o economista norte-americano considera que as principais distorções econômicas na China são: juros negativos pagos nos depósitos bancários, alta taxa de poupança, baixo consumo e câmbio subvalorizado. Eis alguns trechos interessantes:


O crescimento da China corre o risco de sofrer uma lenta e prolongada desaceleração, alerta o pesquisador Nicholas Lardy. As taxas de expansão, hoje na casa dos 9% ou 10% ao ano, podem cair à metade, com severas consequências para várias partes do mundo, incluindo o Brasil.

Valor: O programa de estímulo feito pela China durante a crise financeira de 2008 criou novos desequilíbrios na economia?

Lardy: O programa de estímulo teve características positivas, mas também fragilidades e desvantagens. É preciso reconhecer que, sem ele, o crescimento chinês poderia ter caído muito. O crescimento já estava se desacelerando no terceiro trimestre de 2008 e, sem o programa de estímulo, a China teria vários trimestres de baixo crescimento, talvez ao redor de 4% ou 5%. O pacote não foi perfeito, mas, ainda assim, foi muito melhor do que a alternativa de deixar a economia desacelerar.

Valor: Mas o estímulo não contribuiu para criar uma bolha no mercado imobiliário?

Lardy: Uma das grandes lições do Ocidente, nos últimos anos, especialmente nos Estados Unidos, é que, se você tiver uma distorção financeira, há uma tendência para acumular posições insustentáveis no lado dos ativos. O mesmo princípio se aplica na China. Os juros reais dos depósitos bancários têm sido, na média, negativos nos últimos oito anos. A taxa de câmbio se mantém subvalorizada, menos agora do que quatro anos atrás, mas ainda assim subvalorizada. Essas são as duas maiores distorções na China. Elas levaram a investimentos em excesso na indústria, já que a taxa de câmbio subvalorizada torna as manufaturas mais lucrativas, às custas dos serviços. Os juros negativos nos depósitos levaram as famílias a investir grande parte de suas economias em imóveis. Os setores imobiliário e industrial se tornaram inflados. Em algum momento haverá uma correção. Não diria que necessariamente será o estouro de uma bolha, mas pode ser uma correção que levará muitos anos.

Valor: Governos locais tomaram grandes empréstimos para investir em infraestrutura. Poderá haver uma crise fiscal?

Lardy: O uso de companhias de investimento dos governos locais criou um problema, mas não creio em crise fiscal. O retorno econômico de muitos desses projetos de investimento deverá ser razoavelmente alto. O problema é que foram financiados com dinheiro de curto prazo, e muitos terão retorno financeiro apenas no longo prazo. Esses projetos deveriam ser financiados por empréstimos de longo prazo ou pelo orçamento. Agora, o governo está dizendo para os bancos rolarem esses empréstimos. Outro problema é que, em muitos casos, as tarifas cobradas por esses projetos de infraestrutura são muito baixas. Os sistemas de metrô estão perdendo dinheiro, assim como os serviços de saneamento básico. É preciso reformar o sistema de tarifas, para refletirem os verdadeiros custos e para serem subsidiadas pelo orçamento dos governos.

Valor: Projetos gigantescos, como a rede de trens de alta velocidade, são sustentáveis?

Lardy: O sistema de trens de alta velocidade será muito bom para a China no longo prazo. Mas o retorno desses projetos deve aparecer daqui a pelo menos uma década, quando uma parte maior do sistema ferroviário estiver construída. Esse é mais um projeto que tem retorno de longo prazo, mas o prazo médio do seu financiamento é de cerca de dois anos.


Valor: Por que os chineses poupam tanto?

Lardy: A taxa de poupança tem sido alta por décadas, mas aumentou ainda mais a partir de 2004, quando os juros em depósitos bancários se tornaram negativos. Os chineses não têm sistemas adequados de seguro-saúde e social. Por isso, tendem a poupar para terem um auto-seguro. Conforme as taxas de juros se tornaram negativas, os chineses intensificaram essa tendência. Essa é também uma das razões por que o consumo na China é tão baixo.

Valor: Por que os juros caíram ao território negativo?

Lardy: A China não tinha taxas de juros tão baixas antes de 2003. O governo adotou a estratégia de subvalorizar o câmbio, e o Banco Central teve que se engajar em intervenções maciças no mercado de câmbio. Para manter a inflação sob controle, foi preciso fazer operações de esterilização. Eles mantiveram os juros baixos como forma de minimizar os custos dessas operações de esterilização. Outra preocupação é evitar que, com os juros altos, fluxos de capitais sejam atraídos. Eles têm controles de capitais, mas controles não são perfeitos, e investidores querem colocar dinheiro na China por causa da expectativa de apreciação cambial. Há ainda a preocupação de manter o sistema bancário lucrativo, para absorver a inadimplência nos empréstimos. Em 2002 e 2003, o governo teve que recapitalizar os maiores bancos estatais, incluindo o uso maciço de dinheiro público para se livrar de empréstimos inadimplentes. O governo decidiu manter uma grande margem entre os custos de captação dos bancos e os juros cobrados nos empréstimos, e por isso criaram um sistema com um teto para os juros pagos nos depósitos bancários e um piso nos juros dos empréstimos.

Valor: O superávit em conta corrente da China diminuiu em 2011, e a taxa de câmbio vem se apreciando. A China está finalmente reequilibrando seu setor externo?
Lardy: O superávit em conta corrente foi de 2,8% do PIB no ano passado, uma redução bastante substancial em relação ao pico de 2007, quando chegou a 10,8% do PIB. A taxa de câmbio ponderada pelas trocas comerciais vem se apreciando de forma significativa desde 2005. Além disso, o crescimento de muitos dos parceiros comerciais da China se desacelerou bastante. O crescimento da China se desacelerou um pouco, mas a diferença entre o crescimento da China e de seus maiores parceiros comerciais se tornou maior. Isso reduziu a demanda por produtos exportados pela China, em comparação com a demanda por produtos importados.

Valor: Parece haver algum consenso sobre o que fazer para reequilibrar a economia chinesa. Mas há vontade política para tanto?
Lardy: Os obstáculos de política econômica são substanciais. A taxa de câmbio permanece subvalorizada há pelo menos oito anos. Ela beneficiou o setor manufatureiro, tornando-o mais lucrativo. Os juros negativos nos depósitos deram um tremendo empurrão no setor imobiliário, que se tornou muito maior e mais poderoso. O tipo de distorção que surgiu na economia chinesa gerou benefícios para algumas regiões geográficas e setores econômicos às custas de outros. Os setores que ganharam estão bem representados no governo e vão se opor a mudanças. As famílias são as grandes perdedoras, porque o rendimento que receberam do setor financeiro é bem mais baixo do que deveria ser. Mas elas não têm representação no sistema político e não estão organizadas. Então, as reformas devem levar um longo tempo para ser implementadas.

14 março 2012

Rir é o melhor remédio



Agradecemos a indicação de Ednilto Júnior.
Fonte desconhecida.

Links


Tabeb não confia em títulos do governo e por isto possui ações 

Uma equação para prever o número de medalhas 

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Ebitda

Definição – O EBITDA é a sigla para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização. Corresponde a uma forma de calcular um lucro, obtido a partir da demonstração do resultado, sem levar em consideração estes itens.

Fórmula – Ebitda = Lucro Operacional Antes do Imposto de Renda e Despesa Financeira + Depreciação + Amortização

Sendo

Lucro Operacional – corresponde ao resultado operacional da empresa, antes do cálculo do imposto de renda. Ou seja, corresponde ao resultado proveniente dos ativos da empresa. Isto deveria incluir as receitas financeiras, assim como o resultado com investimentos realizados em outras empresas e outros tipos de receitas. Como nós calculamos o lucro operacional correto antes da despesa financeira, não é necessário incluir a despesa financeira no cálculo.

Depreciação e Amortização – refere-se a parcela destas despesas, que podem estar nas despesas operacionais ou no custo dos produtos industrializados pela empresa que foram vendidos no período.

Unidade de Medida – O Ebitda está expresso em reais.

Intervalo da medida – A rigor, pode variar de um número negativo até um número positivo. Entretanto como não considera as despesas financeiras, os impostos e a depreciação e amortização, o Ebitda tende a ser positivo. A história deste índice mostra que ele foi divulgado exatamente por transformar resultados operacionais negativos em Ebitda positivo. Ou seja, é um índice que foi criado para ser positivo.

Como calcular – A CVM tem uma instrução própria mostrando como as empresas devem calcular o Ebitda para fins de divulgação. Esta instrução foi criada em razão das diversas formas que estavam sendo usadas no mercado para obter este valor. Ela é válida para empresas de capital aberto.

Iremos mostrar como se deve fazer o cálculo para qualquer tipo de empresa. A figura a seguir mostra a demonstração do resultado da Gerdau S/A obtida no seguinte endereço.

Com a figura acima é possível calcular o lucro operacional antes das despesas financeiras.

Lucro Operacional = Resultado antes dos Tributos sobre o Lucro + Despesas Financeiras =1 981 661 + 298 451 = 2 280 112 mil reais

Observe que a despesa financeira é somada uma vez que não entra no cálculo do lucro operacional.

É necessário obter a informação da depreciação e amortização. Em geral este valor é obtido na Demonstração dos Fluxos de Caixa. Veja o extrato desta demonstração para Gerdau S/A a seguir

Lembrando que

Ebitda = Lucro Operacional + Amortização e Depreciações
Ebitda = 2 280 112 + 128 383 = 2 408 495 mil reais.

Ou seja, o Ebitda da Gerdau S/A foi de 2,4 bilhões de reais em 2011.

Grau de utilidade – Regular. Alguns investidores usam o Ebitda para empresas novas, tentando projetar o seu grau de viabilidade. Em algumas empresas o Ebitda é usado para fins de remuneração.

Controvérsia de Medida – Muita. O Ebitda tem sido considerado um substituto do fluxo de caixa por alguns analistas. Não é. O Ebitda tem sido usado como uma aproximação da agregação de valor de uma empresa. Não existe nenhuma vinculação comprovada entre o Ebitda e o valor da empresa, na teoria e na prática. O Ebitda tem sido usado por empreendimentos recentes, em buscas de novos investidores. Durante a bolha da internet e nos períodos de crescimento da bolsa, cresceu o uso deste índice. Desconfie de uma empresa que enfatiza o resultado pelo Ebitda, mas não pelo índices mais conservadores.

Observações Adicionais
a) O Ebitda também tem sido usado em certos índices, seja no numerador ou no denominador. Assim, é possível encontrar “ebitda sobre vendas” ou “valor do empreendimento sobre ebitda”.

b) Em geral o resultado do Ebitda é mais favorável para empresa que o lucro operacional. Por este motivo, as empresas com prejuízo operacional preferem destacar o Ebitda, que tende a apresentar um resultado melhor para empresa.

c) O Ebitda é muito controverso. O famoso investidor Warren Buffett, numa de suas cartas anuais para os acionistas de sua empresa, criticou esta medida.

Leia mais:

Iguaçu

A Companhia Iguaçu de Café Solúvel, uma das três maiores exportadoras de café do País, informou que está investigando irregularidades contábeis em seus balanços. A empresa, vice-líder no Brasil no segmento de café solúvel, é controlada pelo grupo japonês Marubeni. De acordo com fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa informa que foram encontradas "inconsistência nos custos dos estoques" e que contratou um consultoria especializada para apurar os desvios e descobrir os responsáveis.

A irregularidades devem ter reflexos sobre os resultados do do exercício encerrado em 31 de dezembro de 2011, divulgou a companhia, que resolveu adiar o pagamento aos seus acionistas de juros sobre o capital.


Fonte: Aqui

Desigualdade de renda nos EUA

Segundo o economista Emmanuel Saez, da Universidade da Califórnia, durante a depressão de 2007 a 2009,o rendimento médio real por família norte-americana caiu drasticamente em 17,4%; a maior queda em dois anos desde a Grande Depressão. O rendimento médio real para o percentil superior -ou seja, indivíduos que obtiveram renda superior a 352 mil dólares, também denominados de os 1% de maior renda- caiu ainda mais rápido (36,3 por cento de queda), o que levou a uma diminuição na participação na renda total do país, de 23,5% para 18,1%. A renda média real para os 99% inferiores também caiu acentuadamente em 11,6%, de longe o maior declínio em dois anos, desde a Grande Depressão.

O gráfico abaixo apresenta a participação na renda total do país, de cada grupo indicado na legenda. Antes de 2008, os 1% tinham renda semelhante com o mesmo grupo antes da crise de 1929. Posteriormente, com o advento das crises , a renda de ambos os grupos caiu substancialmente em ambos os períodos. Não obstante, em 2010, a renda dos 1% de maior renda já era semelhante e um pouco superior ao do mesmo grupo pós-29. Assim, nas palavras de Saez, conclui-se que " a crise de 2008 só irá reduzir a renda dos mais ricos de forma temporária e não irá desfazer o aumento substancial que vem ococorrendo desde 1970. Além disso, excluindo os ganhos capital realizados dos mais ricos, em 2010, a participação do decil superior era de 46,3%, mais alta que em 2007."


Em outro estudo denominado "The Evolution of Top Incomes in an Egalitarian Society", os autores compararam a participação dos 1% de maior renda em 7 países, no período de 1900 a 2004. É interessante observar que os EUA e a Suécia, países com sistemas muito diferentes de distribuição de renda, juntamente com o Reino Unido e o Canadá apresentam o maior aumento na participação dos 1%, na renda nacional nos útlimos 100 anos. Não é tão simples indicar os motivos da crescente desigualdade de renda nos EUA, pois o tema ainda é controverso. Todavia, economistas acreditam que a demanda por mão de obra cada vez mais especializada e técnica, decorrentes de desenvolvimento tecnológico e crescimento do comércio internacional, talvez explique a crescente desigualdade de renda.



















Nos EUA, as causas para a desigualdade apontadas pelos 99% - indíviduos com renda inferior aos 1% - são atribuídas a politicas públicas que privilegiam os mais ricos. Todavia, é temerário culpar o sistema capitalista e o governo por fracassos individuais. Observe que os protestos em Wall Street atacam os banqueiros, lobistas e grandes corporações multinacionais, no entanto, artistas, esportistas, músicos e outros profissinais bem sucedidos, que fazem parte dos 1% de maior renda, raramente são alvos de protesto. Muitos dos que protestam tomaram decisões individuais incorretas no passado - como por exemplo, comprar imóveis com financiamentos elevados - e agora querem culpar os outros por suas derrotas. É claro que muitos cidadãos, por situações alheias às suas vontades, dependem da ajuda do governo.

13 março 2012

Rir é o melhor remédio



Fonte: Toda Mafalda

Margem Operacional

Definição – Este índice mostra qual o lucro operacional obtido por uma empresa para cada unidade de venda realizada.

Fórmula – (Lucro Operacional / Vendas Líquidas) x 100

Sendo

Lucro Operacional – corresponde ao resultado operacional da empresa. Ou seja, é o resultado proveniente do investimento realizado nos seus ativos. Isto inclui também o resultado com aplicações financeiras (receitas financeiras), com investimento em outras empresas e outros tipos de receitas denominadas de “não operacionais”. No passado o lucro operacional no Brasil incluía as despesas financeiras, mas isto felizmente é passado. Que fique como uma nota de rodapé da nossa história.

Vendas Líquidas – corresponde a receita de vendas de produtos e serviços da empresa, líquido de impostos sobre vendas, abatimentos e devoluções.

Unidade de Medida – O valor está expresso em percentual sobre as vendas.

Intervalo da medida – A margem operacional pode variar entre -100% até infinito. Espera-se que uma empresa possua resultado operacional positivo; deste modo, o índice será positivo. Também não é usual que a margem ultrapasse os 100%, já que neste caso o lucro operacional seria maior que a receita de vendas. Mas é uma exceção que pode ocorrer.

Como calcular – A seguir encontra-se a demonstração do resultado do 4º. Trimestre da Marisa, uma empresa de varejo na área de confecção, em R$ mil.

A receita líquida da empresa foi de 765 milhões de reais:

Receita Líquida = 651 056 + 100 584 + 13 556 = 765 196 mil

O lucro operacional deve incluir as receitas financeiras, que são originárias das aplicações financeiras das sobras de recursos do capital de giro. Ou seja, as receitas financeiras fazem parte da atividade operacional da empresa. Assim, o lucro operacional é de:

Lucro Operacional = 69 497 + 34 794 = 104 291 mil reais.

A Margem Operacional da empresa pode ser obtida da seguinte forma:

Margem Operacional = (104 291 / 765 196) x 100 = 13,62%

Isto significa dizer que de cada R$100 de receita que a empresa obtém, R$13,62 representa o lucro das operações, antes do imposto de renda e da remuneração dos financiadores (capital próprio e de terceiros).

Grau de utilidade – Moderadamente elevada. Existem outros índices de margem, o que reduz um pouco a utilidade. Além disto, é um indicador com polêmica no cálculo.

Controvérsia de Medida – Alguma. Em geral os analistas usam o lucro antes das receitas financeiras. Mas isto é incorreto, tecnicamente.

Observações Adicionais
a) A margem operacional é o que resta, antes de remunerar os financiadores da empresa. Se a margem é negativa, isto provavelmente significa que os acionistas irão arcar com prejuízo. No longo prazo, uma empresa com margem negativo é inviável.

b) A margem operacional também pode ser calculada após o imposto de renda, mas antes da despesa financeira. No caso da Marisa, o lucro antes do imposto de renda e contribuição social foi de 50 149 mil reais. O imposto de renda e contribuição somaram 13 876 mil, o que significa uma alíquota de 27,67% (ou 13876/50149). Como o lucro operacional obtido foi de R$104 milhões, este lucro após o imposto seria de 75 434 mil reais [ou 104291 x (1 – 0,2767)]. Isto corresponde a uma margem operacional após imposto de 9,85%. Outra forma de obter este número é multiplicar 13,87 por (1-0,2767).

c) Margens maiores indicam maior lucratividade. Entretanto, em alguns momentos, as empresas podem reduzir sua margem para ganhar mercado. Assim, margens reduzidas pode não ser um fator negativo.

d) Este índice pode ser desdobrado da seguinte forma:

Uma empresa pode aumentar sua margem operacional melhorando o retorno do ativo ou girando mais suas vendas.

Esta é uma série de textos sobre os principais índices usados na análise das demonstrações contábeis.  Outros textos publicados foram:




Livros de Ciências Contábeis

O bom do início de ano é que as editoras apresentam uma lista com livros fresquinhos e atualizados.

O professor Maurício Corrêa da Silva, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, acabou de lançar o primeiro livro pela editora Atlas - Demonstrações Contábeis Públicas: Indicadores de Desempenho e Análise. Pareceu-me interessante por utilizar tanto indicadores quanto métodos quantitativos [amo] para analisar as demonstrações. Importante para quem está envolvido com a contabilidade Governamental.

O professor Dr. Jorge Katsumi Niyama e o Mestre Amaro Luis de Oliveira Gomes (membro do IASB) lançaram a 4ª edição do livro “Contabilidade de Instituições Financeiras”. Há um capítulo delicioso sobre derivativos, outro sobre as “principais recomendações estabelecidas pelo Comitê de Supervisão Bancária do BIS” e ainda um sobre “as principais diferenças entre COSIF e as normas internacionais de informação financeira (NIF), aprovadas pelo CPC”. Você sabe o que é Basiléia III? Uma ótima desculpa para adquirir a versão fresquinha do livro.

Na semana passada fui ate a editora Atlas [que em Brasília fica no SIG Quadra 3 e dá desconto para professores e estudantes] e fiz a festa. Comprei livros sobre a matéria que leciono [futuramente entrarei no mérito]; outros para me atualizar e um que me enche de orgulho: a nova edição do livro Capital de Giro, como comentado aqui.
O livro é lindo! A capa vermelha, o assunto super atualizado e atraente – e o que falar sobre os autores!? =) Só gente fera!
Então corra, adquira as suas cópias, comente aqui a sua opinião, dê dicas, sugestões... e bons estudos!

Tributação e migração dos jogadores de futebol


Recentemente, Fraçois Hollande, candidato socialista à presidência francesa, apresentou a proposta eleitoral de tributar 75% da renda dos cidadãos que têm renda anual superior a 1 milhão de euros. Em verdade, o primeiro milhão será taxado por taxa menor, mas a partir daí, vale a de 75%. Isso poderá afetar 3.000 contribuintes, dos quais muitos são jogadores de futebol, da elite do campeonato frânces(de 120 a 150 atletas, segundo estimativas). Hoje, as taxas na França, Inglaterra, Espanha e Alemanha variam de 41% a 52%.

Tributar os mais abastados pode gerar as seguintes consequências econômicas: desincentivar os investimentos, aumentar a emigração de trabalhadores bem qualificados e prejudicar o empreendedorismo. Em face da grave situação econômica francesa, inicialmente, a proposta foi bem aceita por boa parte dos franceses, mas já é questionada por vários setores da sociedade.

Sarkozy deveria rebater a proposta e, para isso, poderia utilizar o seguinte paper: Taxation and International Migration of Superstars: Evidence from the European Football Market. Esse artigo analisa os efeitos da tributação da renda dos mais ricos na migração dos jogadores de futebol de alto nível, na Europa.

Os futebolistas estão em busca de mais dinheiro e, por conseguinte, evitam tributação excessiva. Na temporada de 2003/20004, David Beckham , até então ex-jogador do Manchester United ,foi transferido, por 35 milhões de euros, para o Real Madrid. Coincidentemente, em 2004, o governo espanhol aprovou uma lei que dava tratamento tributário especial a estrangeiros com alta renda, residentes na Espanha. Lei esta que ficou conhecida como Lei de Beckham.

No gráfico abaixo, a primeira linha vertical em 1996, marca a introdução da lei de Bosman, que tornou mais fácil para os jogadores mudarem de clube na Europa. Após esta lei, houve um crescimento do número de jogadores estrangeiros de alto nível, tanto na Espanha como na Itália. E, a proporção desses jogadores em ambos os países era idêntica até 2004. A segunda linha vertical mostra a introdução da lei de Beckham em 2004. Após este ano, a fração dos melhores jogadores estrangeiros na Espanha (azul) e Itália (vermelho) diverge claramente, concomitantemente com a diferença da taxa de imposto sobre alta renda entre estes países (linha vermelha pontilhada e eixo da direita). De 1990 a 2003, essa taxa era praticamente igual nos dois países, mas após 2004, a diferença passou a ser de 35%. Assim, em 2007, a participação dos melhores jogadores estrangeiros na Espanha já era duas vezes maior que na Itália.

Na França, especialistas afirmam que a efetivação da proposta de Hollande poderá decretar a morte do futebol francês. Por outro lado, o presidente e cidadãos simpáticos a proposta rebatem as críticas. Só nos resta agurdar até o dia da eleição.

Caros leitores, Bonne Journée !

Romário dá aula de Economics 101

No texto a seguir,Romário, deputado federal pelo PSB-RJ, ensina o conceito de custo de oportunidade:


Minha relação com o futebol é conhecida no Brasil e no exterior. Desde meus tempos de jogador do Estrelinha, time fundado pelo meu pai na Vila da Penha, alimentei, como muitos meninos brasileiros, dois grandes sonhos: jogar uma Copa do Mundo pela nossa Seleção e ver o Brasil sediar um Mundial.

O primeiro eu realizei em 94, ajudando o Brasil na conquista do tetra. O segundo será agora, se Deus quiser, em 2014.

Esse amor pelo futebol e o desejo de ver nosso país realizar uma Copa extraordinária contribuíram para que a fiscalização dos preparativos para o Mundial se tornasse uma das bandeiras do meu mandato de deputado federal. Não posso assistir calado aos mesmos abusos que já vimos tantas vezes no Brasil, inclusive na organização de eventos esportivos.

Como tenho dito em diversas oportunidades, sei que o dinheiro despejado em obras superfaturadas, em elefantes brancos (o TCU já denunciou que quatro das 12 arenas se tornarão elefantes brancos), vai fazer falta na Saúde, na Educação, na Segurança, na acessibilidade etc. Não podemos aceitar.

Aliás, não posso aceitar calado que se gaste mais de R$ 1 bilhão para descaracterizar um estádio como o Maracanã. Essa dinheirama poderia, com certeza, ter sido gasta de outra forma, sem transformar em poeira o grande templo do nosso futebol.

Como vice-presidente da Comissão de Turismo e Desporto, visitei cada uma das cidades-sedes. Vi de perto o que estava sendo feito e, em muitas cidades, o que NÃO estava sendo feito, ou havia começado com muito atraso.

Pude observar que, se muita coisa não mudar, e rápido, não teremos a mobilidade urbana, que era um dos principais legados previstos.
Continua aqui

Ainda sobre o ECAD

Conforme reportagemm do Tecmundo (indicado por Daniel Pedrinha, grata) ECAD assume erro em cobrança de blogs.


Após a manifestação do YouTube, o ECAD emitiu um comunicado afirmando que não possui nenhuma estratégia de cobrança de direitos autorais voltada para blogueiros. “Desde 29 de fevereiro, as cobranças de webcasting estavam sendo reavaliadas e que o caso noticiado nos últimos dias ocorreu antes disso. Mesmo assim, decorreu de um erro de interpretação operacional, que representa fato isolado no universo do segmento", diz a nota.

"Há cerca de dois anos, ECAD e Google mantém firmada uma carta de intenções que norteia o relacionamento entre as organizações. No documento está definido que é possível o Ecad fazer a cobrança das músicas provenientes de vídeos embedados desde que haja notificação prévia ao Google/YouTube. Como o Ecad não enviou tal notificação, fica claro que este não é o objetivo do escritório. Se fosse, a necessária notificação prevista na carta de intenções teria sido providenciada", destaca o comunicado.

12 março 2012

To sir, with love

Ou: Ao Professor César

Queridos leitores, hoje convidamos uma doutoranda do programa Multiinstitucional e Inter-Regional de Pós Graduação em Contabilidade UnB/UFPB/UFRN para fazer uma postagem-visitante para o blog. Espero que gostem da novidade!

Olá leitores! Estou aqui, atendendo a um carinhoso e emocionante convite para participar desta interação entre contadores, estudantes e amigos que acompanham o blog. Os autores me deixaram totalmente livre para escrever sobre o assunto que eu me sentisse a vontade. Então... Resolvi atendê-los. Mas, não vou escrever sobre contabilidade, ou sobre pesquisas, nem sobre o amor que tenho por lecionar, muito menos sobre a minha tese.

Resolvi escrever como ex-aluna (no mestrado e duas vezes no doutorado), ex-orientanda (no mestrado), atual orientanda (no doutorado), coautora em vários artigos, em um livro e, principalmente, como fã incondicional do prof. César Augusto Tibúrcio Silva.

Tudo isso que citei, foram [várias] oportunidades únicas que eu tive na vida, de estar não somente na presença dele, mas trabalhando com ele, que tanto admiro. Não venho aqui rasgar seda. Não há espaço. Venho porque talvez nunca tenha conseguido dizer isso pessoalmente (pois sou super tímida), o que é inaceitável. Assim, aproveito o espaço, a oportunidade e a companhia de todos vocês para ressaltar a cada leitor como o professor César é um grande modelo e para agradecer por todas as grandes conquistas que, graças a várias pequenas atitudes dele, eu consegui alcançar.

Quando fiz a seleção do mestrado, extremamente introvertida, menina recém-formada de uma faculdade particular... Gente! Eu era totalmente crua de tudo...! O professor estava lá. No centro da minha banca de seleção, fazendo várias perguntas... Eu? Eu ali! Responder era apenas o meu segundo objetivo. O primeiro? Não gaguejar ou ficar muda. Tensão pura.

Sai da Universidade extremamente desacreditada, mas... quem diria!? Passei! Acho que viram algo em mim que eu ainda não percebia. Depois de algum um tempo, cursando o mestrado, um querido professor me confidenciou que foi graças ao professor César, ao voto dele de confiança em mim, que eu entrei. Fiquei emocionada! Mas o professor confidente riu, e me contou que falou para o professor César: “Ah é?! Você acredita!? Então você orienta!”. Risos. Fico imaginando a cena.

O curioso é que na época colegas da turma se demonstraram ciumentos, preteridos, pois o queriam como orientador. Mal sabiam eles de toda a minha história, de como fui parar ali. Acho que deve ser um sentimento normal, pois o professor realmente é um excelente orientador, que se destaca dentre outros, e isso é unanimidade entre os alunos. No fim do dia? Eu era a escolhida. Eu, a menina tímida, com medo de derrubar o copo d'água no meio da entrevista, fui escolhida como orientanda do Professor Doutor César Augusto Tibúrcio Silva! [Comentário da Isabel: Se me permitem opinar, acho que as verdadeiras histórias encantadas são como essa, não é mesmo!? Nada de Fulana sendo resgatada por Beltrano, casando e virando Princesa. Mas sim superarmos nossos medos, nossas limitações e termos alguém que acredite em nós naquele momento em que titubeamos].

Em minha caminhada, pressionei-me bastante, pois tive receio de decepcioná-lo como aluna, como orientadora. Mas, felizmente, deu tudo super certo. Nunca me esquecerei do discurso que ele fez no final da minha defesa: poucos alunos o tinham surpreendido tanto quanto eu. Imaginem! Que honra imensa ouvir aquilo, na frente da minha mãe, das minhas irmãs, de alguns amigos!!! Que honra foi simplesmente ouvir aquilo.

Ao concluir o mestrado, existia a possibilidade de voltar à UnB, pois o departamento estava com vagas abertas para um concurso. Recebi um e-mail do professor com incentivo a participar do processo seletivo. Fiquei super satisfeita por ele se lembrar de mim naquele momento!!! Por continuar acreditando em mim, no meu trabalho, na minha capacidade não só como pesquisadora, mas também como docente.

E assim foi e é a minha história [encantada]. Sempre sendo lembrada e incentivada por esse gênio, criativo, cheio de atividades, mas que não deixa de me convidar para trabalhos e pesquisas. Espero um dia poder seguir os passos dele e conseguir inspirar, ensinar e encorajar tão bem os alunos quanto ele.

Quando eu passei na seleção do doutorado, ele carinhosamente me ligou para me dar a notícia e me parabenizar. Ele falou: “tenho uma notícia boa e uma ruim para te dar.. qual você quer primeiro?” [É a cara dele!] e eu: “a ruim”!! E ele: “a ruim é que você será minha orientanda de novo, pois você passou na seleção do doutorado!!” E eu, radiante de felicidade: “e onde está a notícia ruim então???” [Que lindo!!!!]

E cá estou eu, tentando finalizar meu doutorado neste ano. Pensava em escrever algumas destes sentimentos e situações nos meus agradecimentos da tese. Mas já que estou tendo essa grande oportunidade, resolvi fazer isso logo!!! Publicamente, com o coração aberto, com a sinceridade mais pura. Professor: muito obrigada por me ensinar, por ser o meu exemplo, por ser aquele que me incentiva a ser melhor, a me dedicar cada vez mais e, especialmente, por me ajudar a ser como hoje sou – professora, pesquisadora e apaixonada pela academia. Obrigada de verdade por todas as oportunidades que tivemos de trabalharmos juntos. Saiba que o senhor é meu maior modelo. De coração e eternamente: muito obrigada!!

Lindo depoimento Fernanda. Coloquei alguns comentários [né!?] porque não aguentei. Espero que essa história inspire muitas pessoas. Claro que não será EXATAMENTE assim. Cada orientador age de uma forma! Inspirem-se. Mas que se inspirem pela atitude da Fernanda que, mesmo aflita, participou dos processos seletivos e hoje está no time das futuras primeiras doutoras formadas fora do circuito USP! Inspirem-se no professor que soube ver potencial que não estava escancarado em uma prosa rebuscada e confiante. Inspirem-se em quem lutou para terminar o mestrado, dar aulas, entrar no doutorado, construir uma carreira que poderá não ser das mais lucrativas financeiramente, mas que trará realização, orgulho e, quem sabe, mudará algumas vidas e trará mais amor ao mundo.

Parabéns ao querido professor César que construiu uma sólida carreira, influenciou inúmeras vidas e nos ilumina até hoje com sua criatividade sem fim.

Uma homenagem final de todos os leitores do blog [ignorem o "Glee" foquem na demonstração e gratidão, carinho e na música! - que é absolutamente linda] ao nosso adorável professor:

Rir é o melhor remédio

Em época de declaração de imposto de renda e de auditorias, nada mais oportuno:



Fonte: Aqui

NIG sobre Vendas


Definição – Quantos dias de vendas a empresa precisa para financiar a necessidade de investimento em giro.

Fórmula – (Necessidade de Investimento em Giro / Vendas Diárias)

Sendo

Necessidade de Investimento em Giro – corresponde aos valores diretamente vinculados ao ciclo operacional da empresa. Em geral os principais itens da necessidade de investimento em giro as contas a receber e estoques, do ativo circulante, e fornecedores e obrigações sociais e trabalhistas, do passivo circulante. Alguns itens podem eventualmente serem considerados se existir relação com o ciclo de compra, estocagem e venda da empresa. Assim,

Necessidade de Investimento em Giro = Estoques + Contas a Receber – Fornecedores – Obrigações Sociais e Trabalhistas

Vendas Diárias – corresponde a receita líquida de vendas,dividido pelo número de dias do período. Se a receita estiver relacionada com o trimestre, divide por noventa dias; se a receita for anual, por 360.

Unidade de Medida – Como a fórmula divide uma unidade monetária por unidade monetária por dias de vendas, a expressão final está em dias.

Intervalo da medida – A Necessidade de Investimento em Giro pode variar entre um número negativo e positivo. Espera-se que este valor não seja superior a um ano de dias de vendas, ou seja, 360, pois isto indicaria um excesso de investimento em capital de giro da empresa.

Como calcular – O cálculo utiliza informações do Balanço Patrimonial da empresa com a conta de vendas da Demonstração do Resultado.

A figura abaixo mostra informações do terceiro trimestre de 2011 da Drogasil.

A seguir o passivo da empresa:


O cálculo da Necessidade de Investimento em Giro da empresa é feito da seguinte forma:

NIG = 154 208 + 361 375 – 45 319 – 180 860 = R$ 289 404 mil

A figura a seguir mostra o extrato da demonstração do resultado a empresa:

Neste caso, a receita liquida de vendas do trimestre foi de R$599 849. Considerando noventa dias de operação no trimestre, tem-se que as vendas diárias foram de R$6.664 mil, aproximadamente.

O índice é obtido da seguinte forma:

NIG/Vendas Diárias = 289 404 / 6.664 = 43,42 ou 43 dias de vendas

Isto significa dizer que o investimento realizado pela empresa no capital de giro corresponde a 43 dias de vendas. A empresa precisa vender durante 43 dias para financiar suas necessidades de investimento em giro. É importante notar que parte do financiamento é feita pelos fornecedores.

Grau de utilidade – Moderada. Pode-se considerar um índice muito importante para as empresas comerciais. Ao contrário de alguns indicadores, restritos a empresas de capital aberto, este índice pode ser usado por qualquer tipo de empresa.

Controvérsia de Medida – Reduzida. Existe alguma controvérsia sobre o que incluir no numerador.

Observações Adicionais
a) Este índice também pode ser desdobrado em vários outros índices. Observe que

NIG sobre Vendas = (Estoques + Contas a Receber – Fornecedores – Obrigações Trabalhistas) / Vendas
NIG sobre Vendas = (Estoques/Vendas) + (Contas a Receber/Vendas) – (Fornecedores/Vendas) – (Obrigações Trabalhistas/Vendas)

NIG sobre Vendas = (Estoques/Vendas) x (CMV/CMV) + (Contas a Receber/Vendas) (Vendas a Prazo/Vendas a Prazo) – (Fornecedores/Vendas) x (Compras/Compras) – (Obrigações Trabalhistas/Vendas) x (Despesa de Salários / Despesa de Salários)

NIG sobre Vendas = (Prazo de Estocagem x % CMV nas Vendas) + (Prazo de Recebimento x % Vendas a Prazo) – (Prazo de Pagamento a Fornecedores x % Compras nas Vendas) – (Prazo de Pagamento de Salários x % Salários nas Vendas)

b) Como o analista pode usar vendas diárias do último trimestre ou do último ano, é possível fazer bastante variação no cálculo do índice. Veja o exemplo da Drogasil. Observe que na figura da demonstração do resultado também existe a informação das vendas acumuladas até final de setembro (segunda coluna de dados). Usando o valor de 1,7 bilhão de vendas nos três primeiros trimestres e dividindo este valor por 270 dias, vamos encontrar um NIG sobre Vendas de 46,3 dias.

c) Este índice pode apresentar um valor negativo. Isto ocorre em geral quando a empresa usa muito recurso de terceiro não oneroso, como fornecedores. Quando ocorre, isto significa que a empresa não coloca dinheiro seu no financiamento do giro. Empresas com posição dominante na negociação com fornecedores geralmente conseguem esta proeza.

d) O índice pode sofrer influencia da sazonalidade dos negócios. Nestes casos, recomenda-se que o analista esteja atento a este problema e use dados comparativos compatíveis. Empresas com forte crescimento também podem ter o índice influenciado.

e) Algumas empresas podem ter valores de estoques, fornecedores, contas a receber e obrigações trabalhistas no longo prazo. Apesar de esta situação ser uma exceção, sua inclusão ou não no índice irá depender de cada caso.

Veja também
Valor do Empreendimento 
Capitalização 
Margem Bruta 
ROI 
Liquidez Corrente 

Brasil exportará asnos para a China


Sucesso econômico chinês ,nas últimas décadas, tem por base políticas governamentais que estimularam a economia a evoluir na direção de sua maior vantagem comparativa: indústrias intensivas em mão de obra.
No caso do Brasil, encontramos uma vantagem comparativa bem curiosa: os asnos.Veja a reportagem:

Em meio a tantos produtos brasileiros exportados para a China, surgiu, recentemente, um novo objeto do desejo: o popular jegue nordestino. Há cerca de um mês, um acordo entre os dois países liberou o intercâmbio de asnos — também conhecidos como burros e jumentos, largamente utilizados na indústria de alimentos e na de cosméticos no país asiático.

Os chineses pretendem importar 300 mil jumentos por ano do Nordeste. Além de movimentar a economia local, a iniciativa vai resolver o problema de excesso de oferta de jegues na região. Com as facilidades de financiamento, houve grande crescimento do uso de motos para transporte e os jegues estão perdendo espaço.

Em junho do ano passado, um grupo de empresários chineses conversou, da Bahia ao Rio Grande do Norte, com fazendeiros e políticos. Aos políticos locais, o grupo propôs um programa de garantia de compra a preços de mercado, envolvendo até linhas de crédito, por meio de um sistema batizado de Projegue. Mas o projeto ainda não deslanchou.
Fonte: aqui

11 março 2012

Rir é o melhor remédio


Campanha divertida contra o cigarro

Indicadores

Nos últimos dias este blog postou um conjunto de textos sobre indicadores. A ideia é continuar com a postagem ao longo da semana.

Sempre tive uma grande inveja daqueles que conseguiam escrever livros de análise de balanços (meu eterno orientador Alexandre Assaf Neto e o amigo de blog, Alexandre Alcantara, são dois exemplos). Sempre tive dificuldade de ensinar este assunto. Acho muito complicado e difícil, já que nunca podemos estabelecer regras.

Entretanto a análise de balanços é um assunto muito instigante. Até hoje me lembro da alegria ao ler a obra de Rees, onde ele comentava as condições necessárias para usar um índice. Foi a descoberta de algo tão banal, mas que raramente encontro na bibliografia da área. E da alegria de ganhar uma versão capa dura do livro do Foster, do amigo e ex-orientando Adilson Tavares. (Até então tinha a obra xerografada, já que o livro foi publicado na década de oitenta e nunca mais reimpresso)

Outro momento especial foi a descoberta do livro de Peter Temple, com 33 índices. Este livro é a inspiração destas postagens. Espero que os textos sejam uteis e instigantes, tanto quanto foram para mim as obras de Rees, Foster e Temple.