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19 junho 2008

Rir é o melhor remédio



Torcedor argentino pede a permanência do Dunga na seleção
Fonte: Aqui

Rir é o melhor remédio

Seu chefe fica te vigiando no computador?
Seu chefe ou seu colega chato vive esticando o pescoço pra xeretar sua vida?
Você não agüenta mais ter que minimizar telas para poder acessar a internet sem chamar a atenção?
Você não suporta as câmeras de segurança do seu setor te bisbilhotando como se você estivesse no Big Brother?
Não consegue nem mesmo dar uma espiadinha naqueles sites de entretenimento educacionais (orkut, jogos, MSN, Mp3, pornôs, etc....)?
Você não consegue ver direito os e-mails educativos enviados pelo Marlon?

Seus problemas acabaram!!!

Chegou o novo e revolucionário:
Visualizator Computer Camuflator Tabajara!!!

Links

1. Como a Teoria dos Jogos funciona

2. Um periódico especializado na economia do vinho

IFRS no Japão

Segundo a Nikkei (Intl Accounting Rules Exert Growing Impact On Pension Plans) a adoção da IFRS pode aumentar o custo de pensão das empresas japonesas:

The internationalization of Japanese accounting rules is likely to increase the effect that corporate pension programs have on the financial condition and earnings of host companies more than ever.

An entertainment-related company listed on the first section of the Tokyo Stock Exchange booked liabilities in excess of assets in fiscal 2007 under international accounting criteria. The negative net worth was not seen in the earnings report for the year that the company compiled and released based on Japanese accounting rules, but was recorded under the international standards the firm also uses because its biggest shareholder is a listed Western company.

Under Japanese rules, a company does not need to immediately register on its balance sheet part of a shortage in pension reserves and is allowed to treat it as off-the-books debt. International standards, however, usually require the company to immediately reflect the shortfall on its balance sheet.

Companies in the U.S. were required to promptly register the shortages on their balance sheets starting in fiscal 2006, and Japan is highly likely to introduce a similar regulation sooner or later. In such a case, the status of corporate pension funds will greatly affect the balance sheets of Japanese companies each business period.

The realignment of accounting rules for pension programs toward international standards may affect profit/loss statements as well.

Losses on pension funds under management are written off either in a single year or over a number of years under Japanese rules, which allow companies to choose between the two approaches.

Vale e a expansão do capitalismo brasileiro

Dez bancos apóiam Vale em compra
Daniele Carvalho e Monica Ciarelli
O Estado de São Paulo - 19/6/2008

A Vale já deu a partida para fazer uma grande aquisição internacional e se tornar a maior mineradora do mundo, ultrapassando a anglo-australiana BHP Billinton. Desde o mês passado, a Vale tem enviado equipes técnicas a minas e usinas da Anglo American, no Brasil e em países como África do Sul, Colômbia e Austrália. A orientação dada a essas equipes é a observar os ativos sob a ótica de uma eventual compra, buscando sinergias para cortar custos e obter ganhos de escala.

A Anglo está na mira da Vale, mas também figuram como possíveis alvos as americanas Freeport McMoRan, segunda maior produtora de cobre do mundo, e a Alcoa, uma das líderes na fabricação de alumínio, como o Estado informou na semana passada.

No início dessa semana, o assunto ganhou força depois que o jornal britânico Observer informou que grandes acionistas da Anglo estão dispostos a aceitar uma possível oferta da Vale, caso supere em, pelo menos, 25% o valor de mercado da companhia, estimado em cerca de US$ 85 bilhões.

A Vale está reforçando o caixa para a aquisição. Na semana passada, a empresa anunciou uma oferta de ações no valor de US$ 14 bilhões para se capitalizar. Agora, fontes ligadas à empresa dizem que a Vale está costurando um pacote bilionário de financiamento com bancos.

(...) O Estado apurou que o pacote de financiamento dos bancos sai até o dia 30 de junho. A oferta de ações deverá fechar no dia 15 de julho. É provável que a oferta da Vale pela Anglo - ou outra grande mineradora - seja feita entre as duas datas. O que já está definido na Vale é que ela fará uma oferta por um grande grupo, com o objetivo de se tornar a líder em mineração.(...)

Lei 11.638 e Tributação 3

Nova lei deve trazer efeito fiscal em 2008
Valor Econômico - 19/6/2008

Conformismo. Essa é a palavra que parece definir o atual status da discussão a respeito de possíveis impactos tributários da nova lei contábil brasileira, depois de tanto se falar da neutralidade fiscal.

Já se comenta abertamente a perspectiva de efeitos sobre o pagamento das impostos pelas companhias neste ano.

Durante seminário realizado pelo Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (Ibri), os especialistas já tratavam da questão como certo que, pelo menos sobre o balanço de 2008, haverá impactos fiscais sim, ao contrário do previsto e acordado durante a discussão da legislação.

Mais uma vez, o fato de a Lei 11.638 ter sido aprovada no apagar das luzes de 2007, para vigência neste ano, foi apontado como causa principal do ambiente de incertezas em que o processo de normatização está inserido.Reginaldo Alexandre, vice-presidente da associação de analistas de São Paulo, Apimec-SP, e membro do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), lembra que a expectativa por uma posição da Receita Federal definitiva sobre a questão preocupa. No entanto, explica que qualquer ato normativo do Fisco só deve ter validade sobre os números de 2009, ou seja, o desempenho deste ano ficaria descoberto. Ainda assim, mantém a aposta na possibilidade de se alcançar a neutralidade fiscal a partir do próximo ano. "Tudo indica que há intenção do governo de trabalhar por isso (ausência de impactos). "Francisco Papellás, presidente do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon) e sócio da Deloitte, explica que a Receita não pode simplesmente isentar as companhias. É preciso resolver a questão adequadamente. O problema, segundo ele, é que as normas da Receita remetem à Lei das Sociedades Anônimas, mas essa foi reforma pela Lei 11.638, aprovada no final do ano passado. Ainda não foram criadas as normas ligando a Receita à nova lei e, quando forem, valerão só para o próximo ano.

"A Lei (11.638) e as normas da Receita deveriam ter sido aprovadas juntas", diz Wanderlei Olivetti, sócio da área de auditoria da Deloitte. Juntas, novas regras fiscais e a lei reformada tornariam o cenário atual menos conturbado. Ele apontou os pontos cruciais dentro discussão sobre os impactos fiscais. Os ajustes por conta de contratos de leasing e ainda o ágio de aquisições de empresas são dois dos principais temas. Quanto ao leasing, Olivetti é mais otimista. Acredita que a regra atual da Receita oferece espaço para manutenção do cenário praticado, até então, em que as parcelas mensais desses contratos eram tratadas como despesas, para efeito fiscal. Porém, em relação ao ágio, as margens para questionamento quanto à manutenção dos benefícios fiscais são mais duvidosas. Isso porque o benefício existe sobre a amortização que a companhia decide contabilizar. Como pela nova regra, a amortização deixa de existir, não haveria como garantir a sustentação das economias fiscais sem uma posição clara da Receita.

Olivetti acredita que, para algumas questões, a figura do balanço para fins tributários criado pela lei reformada, o chamado Laluc - Livro de Apuração do Lucro Contábil - pode resolver. No entanto, ele não oferece solução para todos os aspectos. O artigo 177 da nova lei contábil garante isenção para os ajustes que forem feitos exclusivamente para harmonização contábil. O texto da legislação refere-se ao processo de convergência das normais brasileiras ao padrão internacional de contabilidade (IFRS) que a 11.638 deu início. No entanto, as lacunas existentes são de pontos específicos, como o do ágio. A despeito do discurso pela neutralidade fiscal, as companhias, internamente, acreditam pouco no sucesso pleno dessa medida. A Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca) promete brigar por esse aspecto, pilar que sustentou sua decisão de apoiar a reforma da lei.

18 junho 2008

Rir é o melhor remédio


Mudanças do tempo: no passado, os nazistas; hoje, a queda do servidor de e-mail. Fonte: Aqui

E o ensino da Contabilidade Internacional?

Se estamos caminhando para a convergência, o que deverá ocorrer com o ensino da contabilidade internacional? Talvez o texto Dying for a Date, de Marie Leone, para CFO (aqui) seja um bom início de discussão.

Leone discute como ficaria o ensino da contabilidade internacional nos Estados Unidos, em termos de livros, professores e testes CPAs.

Nos Estados Unidos o problema é agravado pelo aumento no número de estudantes e a redução no número de faculdades. Mais ainda, pela idade média do professor de contabilidade, de 56 anos. Sabemos que provavelmente um professor mais idoso terá mais dificuldade de fazer a mudança do US Gaap para o IFRS.

A questão dos livros também é importante. Segundo Leone, o tempo para lançar uma nova edição de um livro texto nos Estados Unidos é de dois a três anos. Mas a transição passa pelos livros. Além disso, nesse momento o ensino seria simultâneo entre as regras norte-americanas e o IFRS. E isso também reflete no exame de CPA, que deverá incluir questões sobre a contabilidade internacional somente em 2011.

E o Brasil? Provavelmente a idade média do professor é menor, em razão da expansão recente da pós-graduação. Isso favorece a possibilidade de adoção de temas sobre contabilidade internacional. Entretanto, o professor de contabilidade no Brasil divide suas atividades didáticas com as atividades profissionais. Significa dizer que sobra pouco tempo para a dedicação à preparação das aulas, a leitura de novos livros e a atualização de assuntos da sua disciplina (geralmente o professor foca nos temas centrais da disciplina, mas nos “marginais”, que inclui o IFRS, provavelmente).

Teremos também problema de atualizar o nosso ensino de contabilidade para adotar a contabilidade internacional. (O recente curso de Niyama no CFC para professores de contabilidade talvez seja uma exceção) Quanto às obras, em razão do mercado editorial reduzido, o lançamento de obras sobre o assunto é provavelmente mais difícil do que nos Estados Unidos.

Nos últimos anos cresceu o número de alunos de graduação e o número de faculdades. Ou seja, o problema se agravou.

Economia de escala na Música

Em Máquina de produzir estrelas da Disney prepara sua nova aposta, de Peter Sanders para The Wall Street Journal, 17/06/2008, discute a produção de novos astros pela Walt Disney Co.

Enquanto uma rara tempestade primaveril tamborilava nas janelas, executivos da Hollywood Records, da Disney, trabalhavam recentemente com Demi Lovato e sua equipe de empresários para completar seu disco solo de estréia, que será lançado no fim do ano. Até lá, a empresa tem a esperança de que Lovato já será um nome conhecido no mundo dos pré-adolescentes, graças a uma ofensiva multimídia que é agressiva até para os padrões da Disney.
Para a Disney, há poucas tarefas tão cruciais quanto descobrir e desenvolver artistas talentosos que possam dar prosseguimento ao que se tornou uma das maiores minas de ouro de Hollywood: estrelas juvenis cuja capacidade de cantar, dançar e atuar pode ser aproveitada em várias plataformas. (...)
No coração do esforço para o lançamento de Lovato está “Camp Rock”, um musical do Disney Channel. O musical será lançado hoje em “pay per view” na TV a cabo nos EUA antes de ser veiculado em rápida seqüência no Disney Channel, Disney.com, na rede ABC e no canal a cabo ABC Family, quando será transmitido simultaneamente pela rádio Disney. A promoção também se estenderá a produtos com a marca “Camp Rock”, assim como à trilha sonora do filme. (...)
A Disney tem uma longa tradição de lançar jovens estrelas que ficam conhecidas durante anos, tanto de maneira positiva quanto negativa. Justin Timberlake, Christina Aguilera, Keri Russell, America Ferrera, Shia LaBeouf e — talvez a mais famosa da turma — Britney Spears, todos foram estrelas da Disney.
A empresa construiu nos últimos tempos uma série de franquias lucrativas que começam no Disney Channel e depois passam pelas várias divisões da empresa.
(...) Executivos da Disney negam que o sucesso seja resultado de uma linha de montagem de atores mirins. Em vez disso, dizem, é o produto de um longo processo de peneira no qual a empresa encontra bom material e então busca os atores apropriados, em geral em testes de seleção.

Banana: Custo e Consumo Futuro




Um texto interessante de Dan Koeppel (Yes, We Will Have No Bananas, New York Times, 18/06/2008, p. 21) mostra o predomínio da banana no gosto do estadunidense que custa para o consumidor a bagatela de um dólar o pound. O consumidor não pensa como isso é possível. A banana é originária de países tropicais, que ficam distantes do mercado consumidor. O custo de transporte é elevado, pois exige containers climatizados e não sobrevive muito tempo depois que são colhidas. Enquanto isso a maça, fruta tradicional de clima frio e do hemisfério norte, é produzida perto do consumidor, pode ficar meses sem perder e custa mais que a banana.

Talvez o nome responsável por esse milagre seja a United Fruit Company, hoje conhecida como Chiquita. A empresa construiu uma infra-estrutura de transporte que ajuda a explicar o custo reduzido da banana. Mas o controle exercido sobre a produção nos países da América Latina é relevante. No passado, exércitos foram usados para permitir manter o custo num nível baixo, como ocorreu em 1954 na Guatemala .

Outro aspecto é a questão genética. Os importadores vendem somente uma variedade de fruta, apesar de existirem mais de mil variedades de bananas. A Cavendish (foto) é um tipo de fruta que permite maior eficiência na produção, padroniza a qualidade e, com isso cria economia de escala.

Entidade e CNPJ

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) pretende flexibilizar a separação entre operadoras de banda larga e de telefonia fixa, no caso da compra da Brasil Telecom pela Oi. Na proposta divulgada ontem pela Anatel não está especificado se os serviços de voz e transmissão de dados serão feitos separando-se apenas a contabilidade das empresas ou se exigirá um CNPJ diferente para as duas operações.

Proposta de marco regulatório pode mudar – Gazeta Mercantil – 18/6/2008

Observe que o texto foi feliz em separar a questão da entidade do CNPJ. Veja também o exercício 1, do capítulo 4 (p. 112) do livro de Teoria da Contabilidade

Prêmio ou Desconto?

A oferta da Inbev de compra de ações da Anheuser-Busch por 65 dólares representa um prêmio de 35% sobre o preço de mercado. Para Felix Salomon representa na verdade um desconto de 25% devido a gestão amadora da empresa. O problema administrativo, segundo Salomon, deve-se não a discussão entre a família e a gestão da empresa, mas dentro da família.

IASCF

O IOSCO, a European Commission, o Japan Financial Services Agency e a Securities and Exchange Commission resolveram criar o IASCF Monitoring Group. O IASCF é uma fundação privada para ajudar o Iasb a promulgar a IFRS.

Fonte: aqui

Para uma discussão se haverá uma junção do Fasb com o IAsb, aqui

17 junho 2008

Links

1. Os problemas dos patrocinadores do Jogos Olímpicos

2. As empresas estão tentando manter sua liquidez

3. A relação entre a existência de marcadores no automóvel (decalques, dizeres etc) e o motorista agressivo

4. O universo é feito de matemática?

5. Photoshop na academia

4. Por que a InBev não quer que a Bud faça um acordo com o Grupo Modelo

5. Estratégia de investimento – perigo de investir em empresas perto de casa

6. No tratamento aos acionistas, a dona da Bud ganha um “D”

7. Citibank não contabilizou adequadamente o impacto da crise Argentina em 2001

8. Reservas do Brasil perdem para juniors do Atlético Mineiro

Incobráveis

O Jornal de Notícias pergunta se o valor dos incobráveis deve estar incluso na tarifa de eletricidade (Transferir incobráveis pode ser ilegal, 17/06/2008) em Portugal.

Desta consulta pública há-de resultar se esta transferência de custos deve ou não ser integrada na tarifa e em caso afirmativo de que forma deve ser repartida entre os consumidores e a empresa. "Impossível" e "impensável" foi como o referido deputado considerou esta proposta, para quem a simples invocação de um aumento de tarifas com a justificação dos incobráveis "viola tudo o que está na lei civil". Até porque, lembrou, a EDP, mesmo sendo obrigada a firmar um contrato de fornecimento de electricidade, pode sempre cortar o fornecimento. E num caso de falência nada a impede de ser mais tarde ressarcida.

Sem aceitar que as ineficiências dos serviços de cobrança da EDP possam ser imputados aos consumidores, o secretário-geral da Deco mostra-se favorável a que a questão se discuta. É que, lembra Jorge Morgado, tendo em conta que são sempre os consumidores que pagam tudo, é provável que os custos dos incobráveis já estejam a ser pagos de forma "encapotada". O JN contactou a EDP, mas a empresa não comenta a proposta.


Além do aspecto da legalidade (ilegalidade) o texto chama atenção para um aspecto interessante.Ao repassar para tarifa, o esforço da empresa elétrica em receber seria menor. Assim, a empresa não teria incentivo para melhorar a área de cobrança.

Maldição dos Recursos Naturais

Esse assunto já foi objeto de blogs anteriores (aqui e aqui): ter recursos naturais pode não ser bom.

‘Maldição dos recursos naturais’ aflige exportadores de commodities
John Lyons, The Wall Street Journal
The Wall Street Journal Americas - 16/06/2008

Com a alta dos preços, seria de se esperar que os países que importam alimentos e petróleo estejam sofrendo. É só lembrar dos protestos no Haiti contra a inflação dos alimentos. Mas a alta também criou desafios complexos para os exportadores — países que deveriam estar comemorando.

Dos Emirados Árabes Unidos com seu petróleo à África do Sul, rica em minerais, os países exportadores lutam para conter a tensão social e resolver espinhosos dilemas políticos. A América Latina é um bom exemplo. Na Bolívia e na Argentina surgiram conflitos entre políticos e produtores sobre quem fica com o lucro das exportações. A inflação foi às alturas na Venezuela, rica em petróleo. A alta do real está prejudicando a indústria do Brasil, que também enfrenta a aceleração do desflorestamento na Amazônia, à medida que fazendeiros cortam a floresta para dar mais espaço à soja e ao gado.

Todas essas complicações revelam um fenômeno econômico curioso: períodos de boom das exportações também têm conseqüências negativas. Os economistas usam o termo “maldição dos recursos naturais” para identificar problemas que geralmente atormentam os exportadores de commodities, como moeda supervalorizada, má administração dos recursos e disputas pela receita obtida. A inflação está alimentando esses problemas e criando outros novos, com resultados imprevisíveis para essas sociedades.

“É muito difícil para um governo administrar um boom das exportações”, diz a cientista política Terry Lynn Karl, da Universidade de Stanford, que analisou o problema num livro de 1997 chamado “The Paradox of Plenty: Oil Booms and Petro-States” (“O Paradoxo da Fartura: Booms do Petróleo e Estados Petrolíferos”).

Períodos de alta são férteis para a geração de tensões sociais, por exemplo. A disparidade de renda aumenta porque raramente a riqueza é distribuída igualmente. Enquanto isso, os pobres são prejudicados pela alta do petróleo e dos alimentos.

No pior estágio, essa situação pode criar uma receita para violência. A desigualdade econômica é uma das maiores fontes de descontentamento que motivaram a onda de assassinatos de imigrantes em favelas da África do Sul, país que vem se beneficiando da exportação de seus minérios. Protestos violentos por aumentos de salários nos Emirados Árabes Unidos, ricos em petróleo e com a economia em crescimento, mostram como o fenômeno está atingindo o Oriente Médio.

Alguns governos sentem-se tentados a distribuir a riqueza através de maiores gastos. Mas até esse tiro pode sair pela culatra. A Venezuela aumentou os gastos sociais num ritmo acelerado, mas a maior parte dos benefícios foi anulada pela inflação de 31,4%. Enquanto isso, o orçamento inchado levou a ineficiência e corrupção.

Há também o exemplo da Argentina, o terceiro maior exportador mundial de soja. A presidente Cristina Kirchner aumentou os impostos sobre as exportações de soja para poder financiar um aumento dos gastos públicos. Os produtores reagiram com meses de protestos contra a elevação dos impostos.

As greves, que causaram desabastecimento de alimentos no início do ano, erodiram a confiança no governo Kirchner. Em maio, os argentinos de classe média sacaram quase US$ 2 bilhões da poupança para comprar dólares, num indício clássico de que já temem o pior.

Algo parecido está acontecendo na Bolívia. A alta dos preços inflamou uma rivalidade cultural entre a capital La Paz, nos Andes, e as baixas planícies aluviais do leste do país, que contam com terras férteis e as segundas maiores reservas de gás natural da América do Sul.

O presidente Evo Morales quer uma nova constituição para centralizar os royalties do gás natural em La Paz e obter o poder para redistribuir as terras entre seus partidiários, de maioria indígena e pobre. Uma por uma as províncias vêm declarando autonomia, numa sucessão de acontecimentos que alguns temem que levará a um violento conflito civil.

Mesmo assim, a alta das commodities alimentou o crescimento e permitiu que países como Rússia e Brasil pagassem dívidas e juntassem um bom colchão nas suas reservas.

Mas até mesmo os países mais estáveis enfrentam problemas políticos causados pelo boom. Um bom exemplo é o Brasil, o segundo maior exportador de soja do mundo e o primeiro na exportação de ferro, açúcar, café, carne e frango.

O Banco Central tentou conter a pressão inflacionária gerada pelo crescimento econômico acelerado com um aumento dos juros. Mas, ao fazer isso, o BC está fortalecendo ainda mais uma moeda que já se valorizou 45% perante o dólar desde 2004, em meio a um boom das exportações. A moeda forte está começando a danificar outros setores importantes da economia, como o industrial. A Empresa Brasileira de Aeronáutica SA, a quarta maior fabricante de aviões do mundo, anunciou que a margem bruta de lucro foi de 13% no primeiro trimestre, ante 19% no mesmo período um ano antes, por causa da valorização do real, que aumentou seus custos de produção em dólares.

Uma conseqüência do aumento do custo do combustível

A alta no custo do transporte está forçando algumas indústrias dos Estados Unidos a transferir a produção de volta à América do Norte e a congelar planos para enviar trabalho para o exterior.

“Meu custo de transportar um contêiner da China para cá só tem aumentado — e eu não acho que vá melhorar logo”, diz Claude Hayes, presidente da divisão de aquecedores da Desa LLC. Ele ressalta que o custo aumentou 15% desde janeiro, para cerca de US$ 5.300, e deve aumentar de novo mês que vem para US$ 5.600.

(...) A migração de fábricas para países de baixo custo cada vez mais distantes teve duas facetas distintas para a economia americana: fez com que trabalhadores perdessem empregos industriais bem remunerados mas ao mesmo tempo derrubou o preço dos bens de consumo. Mas essa marcha está perdendo força.

O custo de transportar um contêiner de 40 pés da Ásia à Costa Leste dos EUA já triplicou desde 2000 e vai dobrar novamente se o petróleo se aproximar de US$ 200 o barril, diz Jeff Rubin, economista-chefe do banco canadense de investimentos CIBC World Markets. Rubin calcula que os transportes já equivalem a uma sobretaxa de 9% nos produtos importados que chegam aos portos americanos, ante apenas 3% quando o petróleo era vendido a US$ 20 o barril, em 2000.

“Num mundo de preços do petróleo na casa dos três dígitos, a distância custa dinheiro”, escreveu Rubin num relatório recente. Ele estima que para cada aumento de 10% na distância de uma viagem, os custos com combustível aumentam 4,5%.

O custo do transporte é apenas mais um dos elementos na onda inflacionária que assola a indústria mundial, já acuada pela alta das matérias-primas, como aço e resinas. O custo de operar na China, especialmente, tem crescido, à medida que os trabalhadores exigem salários mais altos e o governo aumenta a fiscalização sobre violações ambientais. O iuane chinês também se valorizou perante o dólar.

Para muitas empresas, o petróleo acima de US$ 130 o barril foi o ponto de desequilíbrio. (...)


Custo do transporte faz empresas dos EUA levar produção de volta ao país
Timothy Aeppel, The Wall Street Journal
16/06/08 - The Wall Street Journal Americas

Qual o passivo da Gol? Qual o ativo?

Eis um exemplo de como a contabilidade é complexa!:

Gol já admite perder a Varig na Justiça
LEONEL ROCHA
Jornal do Commércio do Rio de Janeiro - 17/06/2008

A direção da Gol Linhas Aéreas Inteligentes trabalha com a possibilidade de perder a Varig por decisão da Justiça Federal no final do processo que analisa um dos maiores e mais importantes negócios dos últimos anos no Brasil.

Nas próximas semanas, para decidir sobre o futuro da transação, o juiz José Paulo Magano, da 17ª Vara Civil de São Paulo, vai analisar a documentação da formação acionária da Volo do Brasil, empresa criada pelo fundo norte-americano Matlin Patterson e três investidores brasileiros para comprar o grupo Varig em 2006. A Gol decidiu comprar a Varig em março do ano passado, por US$ 320 milhões.

São fortes os indícios de irregularidades no negócio que, se for anulado, fará com que a transferência acionária da Varig para a Gol seja obrigatoriamente revertida. "Se a Justiça anular a compra original da VarigLog pela Volo do Brasil, a revenda da marca Varig para a Gol necessariamente também será cancelada, porque teria sido contaminada por um negócio ilegal na origem", comentou um ministro de tribunal superior que preferiu o anonimato, porque pode vir a julgar o caso. Oficialmente, a Gol não admite que o cancelamento do negócio possa ocorrer.

A possível anulação da compra da VarigLog pelo Matlin Patterson e pelos brasileiros Marcos Michel Haftel, Marco Antônio Audi e Luiz Eduardo Gallo obrigará o retorno das ações de todo o grupo Varig para a antiga Fundação Rubem Berta, dona original da companhia. Isto obrigará a Gol a entrar na Justiça brasileira e buscar, até nos tribunais internacionais, receber de volta milhões pagos pela empresa concorrente, que estava em processo falimentar. A briga vai parar em tribunais superiores.

O cancelamento do negócio provocará desdobramentos, inclusive para a saúde financeira do fundo Aeros, dos funcionários da Varig, que vendeu o equivalente a R$ 100 milhões das debêntures emitidas pela companhia aérea e também compradas pela Gol, que negociou um deságio no valor dos papéis e antecipou o pagamento previsto para os próximos 10 anos.

Outro temor já discutido por todas as empresas envolvidas é a contaminação das antigas dívidas da Varig com a contabilidade da Gol. Mesmo com a separação da parte "podre" da Varig pela Justiça – a dívida de quase R$ 7 bilhões da companhia com a Previdência Social e Infraero e fornecedores foi transferida para a parte do grupo empresarial que continuou com a Fundação Rubem Berta –, o risco de sucessão de dívidas existe porque a Gol teve que readmitir um sindicalista registrado na antiga Varig, demitido no processo de transferência de controle acionário. "Se a Gol foi obrigada a assumir uma parte da dívida trabalhista, mesmo referente a apenas um funcionário da antiga Varig, por que não deveria assumir o restante das demais dívidas?", questiona um consultor do mercado de aviação.

O grupo Gol ainda vai enfrentar outro problema. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) até hoje não aprovou a fusão da companhia com a Varig. Um extenso processo que tramita no conselho sobre a união das duas empresas vai provocar demora na análise da situação, já que o Cade vai debater se a concentração de linhas aéreas nas mãos de duas empresas – Gol e TAM – deixa o setor excessivamente concentrado ou não. O conselho não tem data para julgar o caso. Diante da repercussão política da transação, só deverá incluir o tema na pauta no próximo ano.

Auditoria de ONGs

TCE faz pente-fino em repasses de verba para ONGs
Fausto Macedo
O Estado de São Paulo - 17/06/2008

O Tribunal de Contas do Estado (TCE) de São Paulo deu início a um pente-fino nos processos de repasse de dinheiro público para organizações sociais e organizações sociais de interesse público, popularmente chamadas de ONGs (organizações não-governamentais). A auditoria mira o exercício de 2007, ano em que dezenas de prefeituras efetuaram 8.932 transferências que somaram R$ 798 milhões em favor das entidades. A projeção para 2008 é que esse montante alcance R$ 1,6 bilhão, valor que inclui liberações também do governo estadual.

Para executar a mais ampla investigação já realizada sobre ONGs, o TCE criou o Sistema de Repasses Públicos ao Terceiro Setor (SisRTS), por meio do qual os auditores começaram a inspecionar as organizações em suas próprias sedes para constatação de atividade, consulta de livros de contabilidade e cruzamento de dados relativos ao fluxo de caixa - entrada e saída de dinheiro.

(...) Os fiscais devem apurar se os valores recebidos foram contabilizados e depositados em instituição financeira, se existe registro e controle de atendimentos, se o conselho fiscal da entidade é atuante, se a estrutura física é adequada. Também vão checar se o objetivo social é compatível com a natureza dessas transferências, se a entidade apresentou plano de trabalho e se as atividades desenvolvidas e os valores despendidos atendem a esse programa. (...)

Revolução Contábil

Esse texto tinha passado desapercebido (mas não pelo Ricardo Viana, que chamou a atenção. Grato, novamente)

Novas regras prometem emoções fortes
Por Nelson Niero, de São Paulo
Valor Econômico - 13/06/2008

Com a discrição que lhes é peculiar, os contadores prepararam uma revolução. Ela já está em curso desde o primeiro dia do ano, quando entrou em vigor a Lei 11.638, que reforma a parte contábil da Lei das Sociedades por Ações, de 1976.

Não se engane, não é mais um calhamaço de regras esotéricas. É um coquetel molotov que promete "reinventar a profissão", nas palavras de Nelson Carvalho, o representante brasileiro no Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (Iasb, na sigla em inglês), a entidade com sede em Londres responsável pela nova ordem mundial das demonstrações financeiras.

A invocação "contadores do mundo, uni-vos" pode ser ouvida pelos quatro cantos do planeta e agora também em qualquer seminário perto de você. Sim, são vários, especialmente das firmas de auditoria e consultoria que se preparam para um ano de muito trabalho e honorários.

Só a BDO Trevisan, sociedade do empresário Antoninho Marmo Trevisan com a multinacional BDO, planeja nada menos que 100 neste ano. Na segunda-feira, a empresa lança seu "guia de bolso" para a lei, intitulado "Uma revolução na contabilidade das empresas". Dois dias depois, a Trevisan Escola de Negócios promove um curso intensivo de contabilidade internacional com foco em IFRS - sigla em inglês para as normas internacionais de informações financeiras.

Imagine que as suas concorrentes, principalmente as chamadas "quatro grandes" - Deloitte, Ernst & Young, KPMG e PwC - também estejam cheias de planos para o futuro e teremos o ano recorde para a locação de auditórios.

Mas centenas de seminários não vão evitar que o ano seja "uma bagunça", como previu um acadêmico durante um dos muitos encontros realizados nos últimos meses para discutir o assunto. Ele não se referia só às mudanças visíveis, como a troca de um conjunto de contas por outro e pontos polêmicos como marcação de ativos pelo valor mercado. A confusão se dará por uma mudança radical na postura de quem faz os balanços. Essência sobre a forma, este é o mantra entoado pelos gurus da nova religião contábil.

Não se trata de uma tarefa simples mudar a maneira como pensam auditores, contadores e acadêmicos para que adotem o "subjetivismo responsável", termo criado por Sérgio de Iudícibus, professor aposentado pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo.

O tempo do "check list" acabou, dizem os arautos da revolução que vem sendo tramada desde o começo da década de 90 - e, depois de várias várias concessões, foi aprovada no fim de 2007. Não basta cumprir as regras, "consultar os papeizinhos com fórmulas no bolso", segundo Nelson Carvalho, que, além de membro do Iasb, também é professor da USP. Mais poder e responsabilidade para os contadores, quase uma redenção de uma categoria sempre relegada ao segundo plano nas decisões empresariais.

Mas a "harmonização" com os países que usam as regras internacionais (entre os quais, diga-se, não estão os Estados Unidos, o principal mercado de capitais do mundo) não é exatamente harmônica entre os profissionais brasileiros. Olívio Konder, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, diz que a nova lei desrespeita os princípios fundamentais da contabilidade e defende uma nova reforma contábil. Antônio Lopes de Sá, mentor de uma corrente chamada "neopatrimonialismo" e conhecido por sua prolífera produção literária, tem vários artigos na sua página na internet desancando a harmonização das regras contábeis.

Valor Econômico