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17 outubro 2022

Rir é o melhor remédio

 

Minha pesquisa, depois do parecerista. Ri muito do meme e lembrei de várias situações onde tive que acrescentar "outros autores" (leia, a pesquisa do parecerista), "fazer testes adicionais" com outros modelos e outras coisas. 

16 outubro 2022

Diminui a diferença entre gêneros na academia

uma mudança na academia sobre a valorização do gênero feminino: 


Historically, a large majority of the newly elected members of the National Academy of Science (NAS) and the American Academy of Arts and Science (AAAS) were men. Within the past two decades, however, that situation has changed, and in the last 3 years women made up about 40 percent of the new members in both academies. We build lists of active scholars from publications in the top journals in three fields – Psychology, Mathematics and Economics – and develop a series of models to compare changes in the probability of selection of women as members of the NAS and AAAS from the 1960s to today, controlling for publications and citations. In the early years of our sample, women were less likely to be selected as members than men with similar records. By the 1990s, the selection process at both academies was approximately gender-neutral, conditional on publications and citations. In the past 20 years, however, a positive preference for female members has emerged and strengthened in all three fields. Currently, women are 3-15 times more likely to be selected as members of the AAAS and NAS than men with similar publication and citation records.

15 outubro 2022

Uma estátua segurando um salgadinho atrai a atenção no Canadá

O exemplo vem do Canadá. Uma pequena localidade no estado de Alberta, com uma população de 80 pessoas, recebeu um monumento que mostra uma mão segurando um Cheetos:

A pequena escultura tem os dedos tingidos da sujeira do produto, como geralmente ocorre quando comemos este junk food. A localidade chama-se Cheadle e seu nome, ao lembrar o produto, foi o motivo da escolha para o monumento. 

Para a comunidade, a estátua pode atrair a curiosidade das pessoas que passam por lá e isto significa turismo. Bons para os negócios. Para a empresa que produz o salgadinho, publicidade gratuita. Aqui também. 

Rir é o melhor remédio

Vídeo adulto x Jesus está vendo
Vidas que importam, mais que Italianos
Apontando...

Propagandas em locais errados. Mais aqui

14 outubro 2022

FSB e dois documentos relevantes sobre o clima com informações sobre o Brasil

O Conselho de Estabilidade Financeira (FSB) apresentou ontem dois relatórios sobre a questão do risco financeiro relacionado com o clima. O primeiro é um relatório sobre as abordagens regulatórias e de risco sobre o clima. O segundo é sobre o progresso na divulgação sobre o clima, que analisa o progresso do novo normatizador global, leia-se ISSB, e de outros normatizadores. 

No primeiro relatório, eis um trecho sobre o Brasil:

In Brazil, Banco Central do Brasil (BCB) has developed regulatory reporting for Social, Environmental and Climate risks (DRSAC) to be in effect in 2023. Large and medium-sized financial institutions will be required to send, on a semi-annually basis, qualitative and quantitative information related to the exposure of their loan book and securities to social, environmental and climate risks. The BCB will also require information on counterparties, such as economic sector, risk amplifiers and mitigators, geographical location of assets and net GHG emissions. This reporting aims to help the BCB in mapping exposures of the financial system to these risks, supporting the development of its micro and macroprudential actions.

Mais adiante:

Banco Central do Brazil also uses exposure analysis and maps banks’ loan exposures to emission-intensive sectors to identify sectors most vulnerable to transition risk. The top-down climate stress test of Banco de España groups individual banks’ loan exposures by economic sector and size of the counterparty, allowing for heterogeneities in their responses to transition risk

 No segundo, sobre a evidenciação

In Brazil, the Securities and Exchange Commission (CVM) is assessing the legal environment to determine whether any legal or regulatory adjustments will be needed for adoption of the ISSB standards.

E sobre a recente iniciativa do CFC - via CPC - de espelhar o ISSB:

In Brazil, the Foundation of the Brazilian Accounting Pronouncements Committee (CPC) has established a new standard-setting board, the Brazilian Sustainability Pronouncements Committee (CBPS), whose role will be to internalise the ISSB standards. CVM expects to endorse all sustainability disclosure standards issued by CBPS, using an endorsement process like the current one used to endorse accounting standards issued by CPC (as issued by IFRS).



O FSB é uma importante entidade relacionada com o mercado financeiro. Foto: Markus Spiske

Um ponto de dados pode vencer o big data

Um dos exemplos citados no livro "Todo mundo Mente" é sobre como o Google usou os dados de pesquisa sobre os sintomas da gripe para antecipar a doença. Stephens-Davidowitz mostra que baseado no que as pessoas inseriram na página do Google era possível prever um potencial surto de gripe. Esta pesquisa gerou muita controvérsia e posteriormente questionamento sobre a qualidade do modelo. Isto ocorreu em 2008, mas o caso está descrito no livro citado.

Em outro livro, lançado este ano, o pesquisador alemão Gigerenzer não somente questiona a pesquisa como propõe uma alternativa, baseada em uma informação somente. Antes de prosseguir é importante destacar que Gigerenzer (foto) é um dos mais conceituados pesquisadores na área comportamental. O alemão é diretor do Center for Adaptive Behavior and Cognition do Instituto Max Planck e diretor do Harding Center for Risk Literacy, todos em Berlim. 

Embora não seja tão conhecido como Kahneman, Gigerenzer tem estudos que rivalizam com o israelense. Seu foco são as heuríticas, ou regras práticas, que as pessoas usam. Em língua portuguesa o pesquisador tem publicado um livro, exatamente sobre o risco.
Agora ele lançou um novo livro, How to Stay Smart in a Smart World. E um dos capítulos do livro é sobre como um ponto de dados pode vencer o big data. Usando as informações da gripe, entre 2008 a 2013, Gigerenzer comparou o modelo do Google - um algoritmo baseado em dezenas de variáveis - com um modelo mais simples, com uma variável somente. Antes de mostrar o comparativo, a figura a seguir mostra que o modelo do Google estava cometendo erros.

Na parte de cima da figura é possível perceber que o modelo do Google teve um desempenho pior que o modelo de Gigerenzer ("recency heuristic" na figura). Em 2009, por exemplo, o Google Flu Trends, como foi denominado, errou para menos, pois subestimou a gripe suína. 

Alguns podem encolher os ombros e dizer: sim, já ouvimos isso antes, mas isso foi em 2015; os algoritmos de hoje são infinitamente maiores e melhores. Mas meu argumento não é o sucesso ou fracasso de um algoritmo específico desenvolvido pela empresa Google. O cerne é que o princípio do mundo estável se aplica todos algoritmos que usam o passado para prever um futuro indeterminável. Antes do fracasso da análise de big data do Google, sua reivindicação à fama foi tomada como prova de que o método e a teoria científicos estavam prestes a se tornar obsoletos. A pesquisa cega e rápida através de terabytes de dados seria suficiente para prever epidemias. Reivindicações semelhantes foram feitas por outros por desvendar os segredos do genoma humano, do câncer e do diabetes. Esqueça a ciência; basta aumentar o volume, a velocidade e a variedade e medir o que se correlaciona com o quê. Chris Anderson, editor-chefe da Wireless, afirmou: “A correlação substitui a causa, e a ciência pode avançar mesmo sem modelos coerentes... É hora de perguntar: o que a ciência pode aprender com o Google?"

Vamos agora falar sobre o modelo de Gigerenzer. Usando um conceito de 1838, formulado por Thomas Brown, no século XIX. A lei da recência diz que experiências recentes vêm à mente de maneira mais rápida que as experiências de um passado mais distante. E estas experiências "recentes" são mais relevantes para a decisão humana. 

Usando isto, Gigerenzer elaborou o seguinte modelo: o número de pessoas que irão consultar um médico em uma semana é igual ao número da semana passada. O modelo é muito simples. Mas é melhor que o do Google? Em termos de erro a resposta é sim:

O teste foi realizado entre 2007 a 2015. O erro médio absoluto para o modelo usando a lei da recência foi de 0,20, versus um erro médio de 0,38 para o modelo do Google. 

Rir é o melhor remédio

 

Quase sexta, 13

13 outubro 2022

Criptoativos e a posição da CVM

 Se ontem o Fasb mudou sua posição sobre a mensuração das criptomoedas, admitindo agora o uso do valor justo, a CVM também divulgou sua posição. 

A Comissão de Valores Mobiliários do Brasil (CVM) divulgou, nos últimos dias, um Parecer de Orientação sobre criptoativos e o mercado de valores mobiliários. De número 40, o documento ressalta uma abordagem amigável da autarquia para o setor e as novas tecnologias, com recomendações que buscam garantir a previsibilidade e segurança do mercado.

"O parecer tem caráter de recomendação e orientação ao mercado, com o objetivo de garantir maior previsibilidade e segurança para todos, além de contribuir em direção à proteção do investidor e da poupança popular, bem como de fomentar ambiente favorável ao desenvolvimento da cripto economia, com integridade e com aderência a princípios constitucionais e legais relevantes", afirmou João Pedro Nascimento, presidente da CVM no documento.

Orientações - As orientações do Parecer 40 abordam seis áreas diferentes: tokenização, caracterização de tokens como valores mobiliários, enquadramento, transparência de informações, mercado marginal e tecnologia.

De acordo com o documento, a tokenização em si não está sujeita à prévia aprovação ou registro perante a CVM.

No entanto, emissores e a oferta pública destes tokens estarão sujeitos à regulamentação aplicável, assim como a administração de mercado organizado para emissão e negociação dos tokens que sejam valores mobiliários, bem como para os serviços de intermediação, escrituração, custódia, depósito centralizado, registro, compensação e liquidação de operações que envolvam valores mobiliários.

"CVM nos parece indicar direções para buscar viabilizar a oferta pública e negociação de tokens que sejam valores mobiliários dentro do conjunto de regras existentes, com a possibilidade de sua flexibilização, desde que, evidentemente, sejam apresentadas salvaguardas que a justifiquem", comentou Erik Oioli, da VBSO Advogados.

"Isto denota, também, a importância da estruturação adequada e idônea dos projetos de tokenização, para construção de casos de uso que realmente tragam benefícios para o mercado, sem prejuízo do grau de proteção dos investidores", disse.

Caracterização - Caracterizando os criptoativos como “ativos representados digitalmente, protegidos por criptografia, que podem ser objeto de transações executadas e armazenadas por meio de tecnologias de registro distribuído”, o documento busca se equiparar a outros países, que buscam entender e regular o setor de criptoativos,

“Tendo em vista o cenário global, debates sobre a regulação desses ativos estão cada vez maiores e em diversos países, com o reconhecimento de que este é um desafio transfronteiriço e que demanda orientações. Diante disso, o Parecer de Orientação vai ao encontro desse propósito, a fim de trazer orientações com relação ao mercado de capitais brasileiro”, afirma o documento.

No que recomenda a CVM, os agentes de mercado devem analisar as características de cada criptoativo, com o objetivo de determinar se é valor mobiliário, o que ocorre quando:

• é a representação digital de algum dos valores mobiliários previstos taxativamente nos incisos I a VIII do art. 2º da Lei 6.385 e/ou previstos na Lei 14.430 (i.e., certificados de recebíveis em geral); ou

• se enquadra no conceito aberto de valor mobiliário do inciso IX do art. 2º da Lei 6.385, na medida em que seja contrato de investimento coletivo.

Transparência - “A abordagem inicial da CVM com relação aos criptoativos que forem considerados valores mobiliários estará em linha com o princípio da ampla e adequada divulgação (full and fair disclousure)”, explica o parecer.

“A concentração inicial da Autarquia é no sentido de prestigiar a transparência em relação aos criptoativos e valorizar o regime de divulgação de informações, sem prejuízo da avaliação quanto à necessidade de complementar posteriormente a atuação da CVM com outras medidas a serem conjugadas a esta abordagem”, acrescenta o documento.

Enquadramento - A Comissão de Valores Mobiliários enquadra os tokens em três diferentes tipos:

• Token de Pagamento (cryptocurrency ou payment token): busca replicar as funções de moeda, notadamente de unidade de conta, meio de troca e reserva de valor;

• Token de Utilidade (utility token): utilizado para adquirir ou acessar determinados produtos ou serviços; e

• Token referenciado a Ativo (asset-backed token): representa um ou mais ativos, tangíveis ou intangíveis. São exemplos os “security tokens”, as stablecoins, os non-fungible tokens (NFTs) e os demais ativos objeto de operações de “tokenização”.

Segundo o documento, a CVM entende que um token referenciado a ativo pode ou não ser um valor mobiliário. Além disso, um único criptoativo pode se enquadrar em uma ou mais categorias, a depender das funções que desempenha e dos direitos a ele associados.

Tecnologia - Na última década, o mercado de criptoativos se multiplicou e agora é avaliado em US$ 926 bilhões, segundo dados do CoinMarketCap. Boa parte do que causou este movimento foi a tecnologia e a prova de que moedas, serviços financeiros, entre outros, poderiam ser nativos da internet.

Com isso, grandes empresas e instituições passaram a reconhecer que o assunto não poderia mais ser ignorado, passando a realizar pesquisas e desenvolver iniciativas no setor. Uma delas é o Sandbox Regulatório da CVM, que gerou a joint venture Vórtx QR Tokenizadora.

Mencionando o projeto, a Comissão de Valores Mobiliários reiterou que é receptiva às novas tecnologias e que continuará aprofundado o seu estudo e análise.

“A CVM reitera que é receptiva às novas tecnologias que contribuem e influenciam positivamente a evolução do mercado de valores mobiliários. A Autarquia entende que adoção de tecnologias deve ser feita como uma forma de ampliação de horizontes e, não, uma limitação da extensão com que direitos podem ser exercidos”, afirma o documento.

“Neste sentido, a CVM continuará aprofundando o estudo e a análise do tema e de sua aplicação ao mercado de capitais, podendo, caso necessário e cabível, regular esse novo mercado, inclusive à luz de sua experiência com o Sandbox Regulatório”, conclui.

Cripto ativos e o valor justo

 Segundo o FASB, os criptos ativos devem ser mensurados a valor justo:


The Financial Accounting Standards Board on Wednesday said companies should use fair-value accounting for measuring bitcoin and other crypto assets, moving a step closer to a standard that could clear up uncertainty over reporting how much such holdings are worth.

There are currently no specific accounting or disclosure rules for cryptocurrency assets, so businesses classify them as indefinite-lived intangible assets similar to intellectual property such as trademarks. Companies must review the value of such assets at least once a year and write it down if it drops below the purchase price. If the value rises, companies can only record a gain when they sell the asset, not if they continue holding it.


Companies and accountants want the FASB to adopt fair-value accounting instead, which would allow them to recognize losses and gains immediately and treat digital assets as financial assets.

The FASB on Wednesday said fair-value accounting best captures the economics of crypto assets and determined the method would be a requirement rather than an option for companies. “We’ve heard from investors that they want transparency through disclosure, and the only way to get to that is fair value,” board member Gary Buesser said.

[...]


The FASB in August detailed criteria for assets it will include in its cryptocurrency project, leaving out nonfungible tokens and certain stablecoins. The board will next consider what will have to be included in disclosures about the assets and how companies should inform investors.





O que ocorre quando um pesquisador faz parte do corpo editorial de um periódico?

 

O gráfico mostra o que ocorre quando um pesquisador passa a fazer parte de um conselho editorial de um periódico de economia. O momento 1 é quando ocorre a colaboração e o gráfico mostra o número de publicações por período. É possível notar que fazer parte de um conselho editorial pode ajudar de alguma forma na publicação do autor. Há diversas teorias para este resultado: favoritismo é uma delas, embora não seja a única razão. Para esta explicação há o fato de que os artigos publicados pelos autores que são do corpo editorial recebem menos citações. 

Partida tripla

The bookkeeping accounting method recognized all over the world is based on the so-called double entry, with which in each account (defined T-Account for its shape) there are two sections, Debit and Credit. These two sections take on different meanings depending on the nature of each account. The double entry is an exceptional consolidated accounting method that dates back to the fifteenth century, however it has highlighted limits in terms of auditing. The single entry did not take into account the cross relations between the accounts, reporting only on the journal. The double entry has overcome this limit by introducing the ledger, but a cross-check of the mirrored transactions recorded by the other companies is still missing. The introduction of blockchain technology could now offer a new opportunity to ensure further auditing control. The transition from double entry to triple entry is therefore only a matter of time. The blockchain itself is borrowing the word "ledger" from accounting and now it is time for accounting to introduce a third leg (another axis) to the T-Accounts, that can be turned into a new X-shaped version of accounts. This third axis can be used to include the unique identifier of each transaction represented by the Hash.

Há muito se discute a partida tripla. Aqui é a proposta que o terceiro item, além do débito e crédito, seja a identificação da transação em um ambiente de blockchain.

(Dica de Polyana) 

Rir é o melhor remédio

 


12 outubro 2022

Cripto ativos e a questão da instabilidade financeira

Um documento do European Securities and Markets Authority (ESMA):  

Crypto-assets have gained increasing attention due to their rapid growth and so has the interest around their implications for the traditional financial system – including financial stability. ESMA has been following these developments closely for several years, including because of their risks to consumer protection, and outlines in this article the latest understanding of crypto-assets’ risks and transmission channels to financial markets. While some sources of risk are well understood from traditional markets, others are novel and linked to the product design, technological development, or the complex infrastructures built around crypto-assets. We find that, at present, crypto-assets are still small in size and their interlinkages to traditional markets are limited. In future, this situation may change as market growth can occur suddenly and risk transmission is possible through various channels. Continuous monitoring of the crypto-asset market and its interconnectedness with the wider financial system is required to assess newly emerging threats in a timely manner, while regulations such as the EU proposal “Markets in Crypto-Assets” (MiCA) should be implemented swiftly to mitigate already identified risks.

Rir é o melhor remédio

 

sim, mas ...

11 outubro 2022

JAR e um artigo sob suspeita

Um periódico como o Journal of Accounting Research - um dos melhores da nossa área - publicou um artigo que está sendo objeto de contestação. O artigo lida com fraude na contabilidade, um assunto relevante. Usando machine learning os autores conseguiram aumentar a taxa de detecção em relação a regressão logística. O problema é que um texto no EcoWatchJournal descobriu falhas no processo. Eis o resumo:

This critique examines the results of an article that applies machine learning to the detection of accounting fraud, published in Journal of Accounting Research. Their key finding is that machine learning improved fraud detection by 70 percent above a previously published logistic regression. The authors make their data and Matlab code available at Github. Using their files, I replicate their study. Upon closer inspection, we see that some fraudulent firms were contained in both the training and test samples, which improves the results of their model, but contradicts what was described in the published paper. I asked the authors about this issue and gratefully received a response. The response is quoted in the present critique. Getting a proper assessment of the potential of machine learning is important, as such techniques and models are relied upon by industry practitioners and regulators, including the Securities and Exchange Commission.

Veja que o problema é sério. Os autores usaram as mesmas empresas na amostra de teste e na amostra de treinamento. Isto é um erro, já que melhora os resultados. 

Em agosto de 2022 os autores publicaram uma errata do artigo. Mas a crítica persistiu no próprio Econ Watch Journal:

This paper treats an erratum published in Journal of Accounting Research (JAR) in August 2022. The erratum was prompted by two critical comments authored by me and published in Econ Journal Watch. The erratum mischaracterizes its authors’ previous research related to the preferred test sample period. More importantly, the authors say that I identified an error in their program code. This is false. Rather, I identified a misidentification within the dataset, a misidentification that was disclosed neither in their original JAR article, nor in the program code appended to that article, nor in their Econ Journal Watch reply to my first comment. Finally, the erratum never addresses why the misidentification occurred, nor why they did not acknowledge the misidentification on the two prior opportunities to do so. I have asked for an investigation at the Journal of Accounting Research into academic research misconduct.

A errata tenta confundir a crítica feita, já que não foi um problema no código, mas o uso da base de dados. Veja que no final, Walker, que levantou a polêmica sugere que é um caso para investigação de má conduta científica. 

via aqui

Sites de empresas de contabilidade

 O Accounting Web promete mostrar nove sites de empresas de contabilidade que seriam exemplo para outras empresas. Apesar dos exemplos serem dos Estados Unidos e Inglaterra, eu acho que existem boas dicas aqui. Particularmente gostei do site da Perkins Accounting. Das grandes empresas é citado somente a PwC e isto é positivo: afinal queremos saber que não é preciso ser uma grande potência financeira para produzir um conteúdo agradável para o potencial cliente. 


A relação pode ser encontrada aqui. Seria interessante uma iniciativa deste tipo aqui no Brasil. Afinal, qual seria o site de empresa de contabilidade mais bonito? 

Ex-chefão da F1 tem nova acusação relacionada com o fisco


Durante anos, Bernie Ecclestone reinou sobre a Fórmula 1. Agora, Ecclestone está sendo julgado por uma suposta falha na sua declaração de imposto de renda. Ele teria esquecido de declarar ativos de 400 milhões de libras existentes no exterior. Bernie, que tem 91 anos, será julgado no dia 9 de outubro de 2023, em um caso que deve demorar seis semanas, segundo afirmou o promotor do caso.  

Ecclestone nega que a acusação, que partiu de uma investigação da Receita Federal inglesa, o HMRC. 

Anteriormente o empresário já foi acusado de problemas fiscais, entre outras controvérsias. 

Entenda o caso do Credit Suisse

O Credit Suisse, maior banco da Suíça, está enfrentando uma crise sem precedentes em sua história.

A instituição financeira helvética registrou prejuízos recordes nos últimos meses, além de ser envolvida em uma série de escândalos que minaram sua credibilidade.

As ações do Credit Suisse na Bolsa de Valores de Zurique caíram 60% desde o começo do ano, mesmo se nesta terça-feira, 4, estão demonstrando uma certa retomada. Mesmo assim, o valor de mercado do banco passou de cerca de US$ 30 bilhões no começo do ano para US$ 10 bilhões em outubro.

Entretanto, os Credit Default Swap (CDS), papéis considerados apólices de seguros contra a possibilidade que falência do banco, continuam em suas máximas históricas, chegando em 325 pontos base desde o final de semana, alta de 48% no último mês.

No começo do ano, os CDSs estavam em cerca de 50 pontos base. Uma escalada que demonstra uma desconfiança crescente do mercado sobre a capacidade de sobrevivência do Credit Suisse (gráfico).



Isso pois os escândalos Archegos Capital Managment e Greensill geraram prejuízos bilionários para o balanço do banco suíço. Tanto que o mercado já esta precificando a necessidade de um aumento de capital de, pelo menos, US$ 4 bilhões. E isso explica, em parte, a queda das ações na Bolsa de Valores: o mercado já está esperando essa operação.

O primeiro caso estourou na primavera de 2021, quando o Archegos, family office do investidor sul-coreano Bill Hwang baseado em Nova York quebrou, gerando um prejuízo de US$ 5,5 bilhões para o Credit Suisse. O family office estava muito alavancado e acabou recebendo uma chamada de margem que gerou sua falência.

Após esse episódio, o banco suíço reduziu os empréstimos para fundos de hedge e prometeu uma reformulação de seu departamento de compliance.

No caso do Greensill, empresa financeira britânica fundada em 2011 especializada em emprestar dinheiro para empresas financiarem suas necessidades de fluxo de caixa, quebrou em outubro de 2021 gerando um prejuízo de US$ 10 bilhões para o Credit Suisse.

Além disso, o capital do banco foi consumido por multas e sentenças judiciais adversas.

Por exemplo, um tribunal das Bermudas ordenou que o Credit Suisse pagasse para um bilionário georgiano mais de US$ 600 milhões por ter permitido que um seu funcionário roubasse e administrasse mal seus recursos.

Em outro caso, um tribunal suíço considerou o Credit Suisse culpado por ajudar uma quadrilha búlgara a lavar dinheiro relacionado ao tráfico de cocaína.

Por isso, se torna cada vez mais urgente um tratamento de "emagrecimento" das atividades do Credit Suisse, com a venda de ativos e demissões de funcionários, que permitirá reduzir custos em cerca de US$ 3,5 bilhões, passando de cerca de US$ 19 bilhões em 2021 para cerca de US$ 15,5 bilhões.

No segundo trimestre do ano, o banco registrou um prejuízo de 1,59 bilhões de francos suíços, contra um lucro de 253 milhões de francos de 2021. Uma piora dos números, já que primeiro trimestre de 2022 o prejuízo tinha sido de 273 milhões de francos. Os resultados do terceiro trimestre serão divulgados no final de outubro.

O novo CEO do Credit Suisse, Ulrich Körner, escreveu em um memorando enviado na última sexta-feira que o banco vive um "momento crítico", mas procurou tranquilizar a equipe sobre a “forte base de capital e posição de liquidez” do banco suíço, prometendo apresentar um plano de reestruturação até o dia 27 de outubro.

Não por acaso, muitos veículos de imprensa especializada e analistas financeiros estão falando de um possível "Novo Lehman Brothers" no caso do Credit Suisse. Com o risco de um contágio para todo o setor financeiro europeu, e de lá para a economia real do Velho Continente. Desencadeando uma nova crise econômica global.

O caso Credit Suisse é muito diferente do caso do Lehman Brothers

A turbulência que o Credit Suisse está enfrentando hoje é algo completamente diferente da crise vivida pelo Lehman Brothers há quinze anos atrás.

Em primeiro lugar, é necessário considerar que o Credit Suisse tem um coeficiente patrimonial Cet1 ratio de 13,5%. Um número alto em comparação com seus concorrentes. Caso os ativos prejudiciais sejam eliminados do balanço, com um custo estimado em cerca de US$ 2,5 bilhões, esse coeficiente patrimonial deveria passar para 12,5%.

Além disso, o Liquidity Coverage Ratio (LCR) - índice que visa garantir que um banco mantenha um nível adequado de ativos líquidos de alta qualidade não onerados, que poderiam ser convertidos em caixa para atender às suas necessidades de liquidez - está em 191%, entre os melhores da classe, com uma carteira de ativos líquidos de alta qualidade (HQLA) de cerca de US$ 235 bilhões.

Uma base patrimonial dessa proporção tranquiliza muitos analistas, que conseguem excluir um risco de insolvência como ocorreu no caso do Lehman Brothers em 2008.

No caso do quarto maior banco de investimento americano, o problema era o excesso de alavancagem e de exposição a empréstimos "subprime", ou seja com elevado risco de insolvência. Quando os juros nos EUA começaram a subir, a insolvência também aumentou, e acabou quebrando o banco.

Uma condição comum a todos os grandes institutos de crédito dos Estados Unidos, mesmo se em proporções diferentes, que levou para um efeito cascata e obrigou o governo americano e o Federal Reserve (Fed) a lançar o maior plano de resgate do setor financeiro da história.

No caso do Credit Suisse a situação é muito diferente. O banco não está nem próximo a alavancagem do Lehman Brothers, e seus problemas são ligados apenas a má gestão e escândalos pontuais.

Mais do que um problema de liquidez, existe um problema ligado ao movimento atual dos spreads que colocam o Credit Suisse em desvantagem em termos de custos de financiamento. Segundo um relatório do Citi, o aumento dos custos para o private banking será de até US$ 300 milhões. Um setor onde há o risco de novas saídas de capital e que o mercado considera possível de desinvesitmento por parte do Credit Suisse.


"Too big to fail", ou, "trop grosses pour faire faillite"

Outro ponto que é necessário considerar é que o Credit Suisse não é apenas um banco, é parte integrante da economia, da história e do orgulho nacional da Suíça. Muito mais do que a velha fórmula "grande demais para falir", aplicada no passado para justificar o resgate de grandes bancos americanos, britânicos e até alemães, como o Deutsche Bank.

No caso do Credit Suisse, que tem US$ 1,1 trilhão sob sua gestão, se o CEO Körner não conseguir levar adiante seus planos de reestruturação, o banco poderá ser socorrido pelo Conselho Federal da Suíça.

Alguns analistas também estão especulando sobre a possibilidade de uma fusão entre o Credit Suisse e o rival UBS. Todavia, a fusão entre o primeiro e o segundo maior banco da Suíça dificilmente seria aprovada pelas autoridades de regulação do setor bancário e da proteção da concorrência.

Portanto, mesmo se o Credit Suisse vive um "momento crítico", conforme declarado por Körner, o mundo dificilmente vai vivenciar uma nova crise econômico-financeira como a desencadeada pela falência do Lehman Brothers, quinze anos atrás.

Fonte: aqui. Foto: regularguy.eth

Rir é o melhor remédio


Medicina sem propaganda

10 outubro 2022

Internet está mudando a língua e como a moderação do algoritmo tem seu papel

 

A presença de "controles" nos sites mais populares está mudando como as pessoas estão se comunicando. Os algoritmos de moderação do TipTok, do Facebook e de outras plataformas foram programados para evitar certos debates. Para o usuário esta regra significa tentar dizer algo, evitando certas palavras, para não ser banido ou excluído. 

As empresas tem interesse em alinhar ao poder, para evitar um questionamento regulatório que seja ruim para seus negócios. Esta escolhe envolve a moderação de conteúdos considerados polêmicos. Esta postura provoca uma reação nos usuários em reinventar as palavras para expressar o que deseja. Veja um exemplo simples: na China os usuários são punidos se falarem mal de Xi. Para fugir da restrição, os chineses começaram a substituir Xi pelo Ursinho Pooh - já que o personagem tem a aparência de Xi. Depois de algum tempo, falar do personagem também foi objeto de censura. 

A mudança da língua sempre ocorreu. Mas com a internet parece que a dinâmica é bem mais veloz. Um texto publicado no site Mashable sinaliza que realmente isto ocorre nos dias atuais. Assim como no passado os religiosos evitavam o termo "diabo" e usavam, no lugar, derivações como "tinhoso", nos dias atuais é impossível controlar a criação de novos termos para evitar a seletividade dos algoritmos. Isto torna a linguagem mais sutil, acredito, e mais complexa. Basicamente as pessoas procuram substitutos para comunicar algo que usando os termos diretos seriam barrados nos sites. 

Na metade do texto eis que encontro o seguinte:

No TikTok as pessoas dizem SA em vez de "agressão sexual" e "berinjela picante" em vez de "vibrador"; as profissionais do sexo se tornaram "contadoras" (...)