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04 março 2022

Consequências de sair da Rússia


Enquanto a invasão da Rússia encontra resistência, as medidas dos governos ocidentais de punir o governo de Putin inclui forçar a saída de investimentos do maior país do mundo. O ambiente ainda é confuso e algumas medidas irão variar conforme o governo. Para complicar, a opinião pública está forçando uma posição de algumas empresas no sentido de deixar as operações russas.

Se para Apple sair da Rússia não apresenta um custo significativo, para outras empresas a guerra pode significar um problema substancial nos resultados. A "saída" da Rússia é igual a alienar seus ativos por um valor abaixo do que seria obtido em situação normal ou então simplesmente abandonar os ativos. Em qualquer das situações, isto significa uma redução ao valor recuperável, sendo necessário a estimativa do valor dos ativos e o seu confronto com o valor contábil. Muito provavelmente, o reconhecimento do prejuízo no resultado das empresas.

Muitas empresas estrangeiras possuem joint-ventures, mas existem também casos de ativos como equipamentos e direitos de exploração de minerais. Neste ponto, provavelmente as empresas de mineração e de exploração de petróleo talvez sejam as que terão maiores valores de prejuízos.

A BP, por exemplo, possui participação na Rosneft e optou por sair da empresa. Ao sair do conselho da empresa, a BP deixou de ter influência significativa e por isto pode ter uma perda que pode chegar a 14 bilhões de dólares. A Shell irá deixar ativos de 3 bilhões de dólares. 

Foto: Klauer

Mais um passo para colocar o ISSB em funcionamento


A International Financial Reporting Standards Foundation está se aproximando do estabelecimento de um Conselho Internacional de Padrões de Sustentabilidade, assinando um memorando de entendimento na quarta-feira para estabelecer um escritório do ISSB em Frankfurt, Alemanha [foto].

Os curadores da IFRS Foundation assinaram o Memorando de Entendimento com instituições do setor público e privado alemão para formalizar parcerias e acordos de financiamento para o novo conselho, que reunirá alguns dos normatizadores existentes na área ambiente, social e governança (ESG) para concordar com um conjunto comum de padrões.

Fonte: aqui. Imagem Reddy

Condenam, mas ...


Eis um texto da Accountingweb comentando a atitude dúbia de algumas empresas contábeis com respeito a guerra de Putin contra a Ucrânia. Basicamente condenam a invasão, mas relutam em cortar os laços com rentáveis clientes. Segundo o texto:

PwC, KMPG, Deloitte e EY disseram que só deixarão o país se exigido pelo direito internacional. 

Um exemplo é a PwC, que não comentou se continuará trabalhando para os russos, mesmo após ter denunciado a agressão.  Mas as empresas de consultoria também estão "indecisas"; isto inclui McKinsey - que trabalha para 21 das 30 maiores empresas russas - que recusou fechar seu escritório em Moscou. E a Bain, que não fez nenhuma promessa de sair da Rússia. 

Um comentário interessante: "um problema para as grandes empresas é que suas equipes russas respondem perante diferentes reguladores, dificultando a interrupção dos serviços 'de uma só vez'". 

Foto: Swinnen

Turquia, inflação e contabilidade


Recentemente o presidente da Turquia demitiu o responsável pelo cálculo da inflação. Erdogan fez mais: cortou taxa de juros no ano passado. Apesar disto, a taxa cambial, em relação ao dólar, teve uma queda de 44% no ano passado, o que aumentou o preço dos produtos importados. 

A crise provocada pela invasão russa deve aumentar o preço dos combustíveis e outros produtos importados, o que não deve ajudar na política do governo. Além disto, o governo gastou reservas na defesa da moeda e na promoção de subsídios de produtos para população. 

Agora a inflação anual está em 54%, mas o Banco Central da Turquia acredita que irá reduzir para 23% até o final do ano. Mas diversos economistas não acreditam nisto: uma estimativa mediana encontrou um palpite de 38% para inflação, segundo a Reuters.  

Na listagem de economias hiperinflacionárias, a Turquia não apareceu. A projeção de 23% de inflação significa uma taxa acumulada em três anos de 86%. Mas 38% traz 163% de inflação em três anos, o suficiente para alterar a classificação turca. Países com elevada inflação - e a inflação acumulada em três anos acima de 100% é decisiva neste rótulo - deve usar mecanismos no tratamento das informações contábeis para situações de hiperinflação. 

Links


Países que sofrem mais com o terrorismo

Como o homem esqueceu o mais valioso tesouro - o silêncio

Autocracias médias - Paquistão, Turquia, Belarus ... - projetam poderio militar no exterior - o texto é de novembro, mas veja que participação do Belarus na invasão da Ucrânia não parece invalidar alguns pontos

Dicas para ser mais produtivo no trabalho - acho que isto é pessoal, mas os especialistas geralmente falam em planejamento, rotina, ...

Como inserir hábitos na sua rotina

Rir é o melhor remédio

 

Que balanço enrolado

03 março 2022

Contador abandona Trump


A notícia de meados de fevereiro indicava que a empresa de contabilidade, responsável pelas demonstrações do ex-presidente Donald Trump, tinha abandonado sua tarefa. A Mazars é um grupo de contabilidade, auditoria e consultoria presente em 77 países, com um total de 17 mil profissionais. Com sede na França, a Mazars, fundada em 1940 por Robert Mazars, é a quinta maior empresa de contabilidade da Europa.

A razão para decisão da Mazars é que a empresa de contabilidade entende que pode ter que testemunhar no processo que corre na justiça dos Estados Unidos contra Trump e poderia ter agir como testemunha cooperante contra seu cliente. Isto impediria uma isenção no seu trabalho. Há uma investigação civil conduzida pelo procurador-geral de Nova York que investiga se Trump supervalorizou os ativos para garantir os empréstimos obtidos nos bancos. O trabalho da Mazars foi provisoriamente assumido pela Whitley Penn que fechou a declaração de 30 de junho de 2021.

Segundo a Forbes, a Mazars informou que as informações não apresentam discrepâncias materiais, mas que devido as circunstâncias não devem ser consideradas. Isto inclui um aumento no valor do seu apartamento na cobertura da Trump Tower e no clube de golfe do Condado de Westchester, entre outros ativos.

A informação foi feita ao advogado Alan Garten, da Organização Trump, e que foi incluída no processo. Isto significa que a solicitação de documentos e esclarecimentos deve ser feita para a Organização Trump. A procuradora, por sinal, é do partido democrata, o que faz com que exista a denúncia de que existe o interesse em impedir que Trump concorra na próxima eleição presidencial.


O site Accounting Today faz outra pergunta: por que levou tanto tempo para tomar esta decisão?

O GoingConcern chamou a decisão da Mazars e sua declaração era uma forma de reduzir suas responsabilidades. O site obteve a opinião de diversos especialistas sobre a questão. De uma maneira, estes especialistas lembraram que a Mazars não estava lidando com demonstrações auditadas, já que a Organização Trump não é uma empresa com ações na bolsa.

O que a Mazars fez foi uma compilação, segundo Erik Boyle, da Idaho State University. Isto segue as normas da AICPA. Entretanto, isto não exime a empresa de contabilidade de culpa se comprovado que sabia de problemas nos números ao longo dos anos. Boyle também afirma que a Mazars não afirmou que as informações estão distorcidas, ao contrário do que possa parecer.

Steven Mintz, da Politécnica da Califórnia, afirma que a decisão da Mazars está vinculada a dúvida sobre a veracidade das informações fornecidas e esta confiança, entre contador e cliente, é relevante. E que a Mazars deve manter a confidencialidade das informações, exceto no caso de uma ordem judicial. Mintz questiona por que a Mazars levou dez anos para descobrir este fato.

Randal Elder, da Universidade da Carolina do Norte, também chama a atenção para o fato de não serem demonstrações auditadas para uma empresa com ações na bolsa. Isto seria bem mais preocupante. Elder entende que Mazars não é culpada, exceto se soubessem que os valores estavam incorretos.

John DeJoy, da Universidade Clarkson, entende da mesma forma. Allen Blay, da Universidade Estadual da Flórida, afirma que não ficaria surpreso se alguém processasse a Mazars se ficasse claro que as demonstrações financeiras eram de alguma forma fraudulentas, mas na verdade elas não se responsabilizavam pelas declarações e não deveriam ter nenhuma responsabilidade. A empresa de auditoria não assinou as demonstrações financeiras; o que eles fizeram foi compilar ou, em alguns casos, preparar as demonstrações financeiras. Isso significa que eles pegaram as informações fornecidas pela Organização Trump e prepararam um conjunto de demonstrações financeiras.

Assim, parece existir um consenso que o papel da Mazars foi compilação e não de contador, avaliando os valores. Depois disto, dois promotores do caso renunciaram.

Em 2019, o procurador do distrito de Manhattan Cyrus R. Vance Jr. intimado oito anos das declarações fiscais de Trump da empresa de contabilidade Mazars no que se pensava ser um investigação em "dinheiro silencioso" supostamente pago por Trump à atriz de cinema adulto Stormy Daniels. No entanto, em agosto de 2020, os registros do escritório de Vance sinalizaram uma investigação possivelmente mais ampla sobre fraudes financeiras. Em 2021, a Organização Trump e seu ex-CFO Allen Weisselberg foram indiciados por um grande júri de Manhattan, alegando um esquema de sonegação de impostos de 15 anos que pagou aos executivos da empresa US $ 1,7 milhão em dinheiro não tributado. Se considerado culpado, a empresa pode ser multada e Weisselberg pode ser condenado a até 15 anos de prisão. Com o tempo, a investigação mudou da sonegação de impostos para se Trump inflou ou desinflou artificialmente os valores de seus ativos.

A renúncia ocorre depois que o chefe deles lançou dúvidas sobre a investigação. Isto parece indicar um fracasso no caso em Manhattan. Também há dúvidas que possa ser possível um caso criminal contra Trump.


Indicação política

Bella Bulla traz uma grande análise sobre a conciliação entre indicações políticas legítimas e boas práticas de gestão na área pública. Eis um trecho:

O lobby das indústrias sobre as indicações também preocupa especialistas. "Há muitas pessoas oriundas do que chamamos de 'porta giratória'. Significa que trabalham em uma indústria, são nomeadas para cargos no governo que regulam essa indústria e depois voltam para a indústria. Beira a captura de uma agência - se não, ainda, a captrua do Estado", afirmou o professor emérito de Ciência Política da Colgate University, em Nova York, Michael Johnston. 

Já comentamos sobre isto no blog diversas vezes, alertando para o caso da SEC. Aqui, aqui e aqui. Imagem


aqui

Relembrando o caso Yukos


No início do século, a Yukos, uma empresa atuante na extração, transporte, refino e distribuição de petróleo, era de propriedade de Mikhail Khodorkovsky. Após a queda da União Soviética, Khodorkovsky foi um os beneficiados com o processo de privatização e adquiriu a empresa em 1991. O problema é que Khodorkovsky caiu em desgraça e tornou-se inimigo de Putin. Em 2003 o empresário foi preso e acusado de impostos atrasados, em uma dívida de 27,5 bilhões de dólares. 

Acusado de vários crimes, incluindo fraude, roubo e sonegação fiscal, Khodorkovsky foi condenado a nove anos de prisão, em um processo que durou alguns meses. A empresa foi vendida e posteriormente a estatal Rosneft comprou a adquirente, em 2007. Há uma desconfiança que Putin quis mostrar seu poder para os oligarcas e Khodorkovsky serviu de exemplo; depois dele, todos ficaram subservientes ao manda-chuva russo.

A história a seguir você não acha na Wikipedia, mas está relatada por Francine McKenna. O caso de Trump e Mazzers e a invasão da Ucrânia trouxe de volta os fatos ocorridos há 15 anos. Para constituir o processo contra o oligarca, a justiça russa precisava do apoio da empresa de auditoria que tinha assinado as demonstrações financeiras da Yukos até 2003. Durante dez anos, este trabalho tinha sido realizado pela empresa PwC - entre 1995 a 2004. Seria importante, para os promotores, que a PwC reconhecesse que as acusações eram verdadeiras. 

O governo fez batidas policiais no escritório da PwC em Moscou e montou um processo de investigação criminal por pagamento insuficiente de impostos. A pressão foi muito grande e chegou a ser destaque no Wikileaks, o vazamento de informação que ocorreu logo depois. Em 2007 já estava claro que Putin tinha vencido a queda de braço contra a PwC, que tinha a licença para trabalhar na Rússia sob ameaça. Já no primeiro semestre de 2007, a PwC "reconheceu" a imprecisão, negaram o trabalho realizado anteriormente e afirmaram que os executivos da Yukos mentiram e engaram a empresa. Isto foi dito em junho de 2007. 

Os antigos executivos não gostaram e afirmaram que a posição da PwC afetava sua reputação. Antes disto, os funcionários da PwC russa foram levados para interrogatórios em março e um mês depois três empresas estatais comunicaram que não renovariam os contratos de auditoria com a PwC. O chefe de escritório da PwC em Moscou, Michael Kubena, tentou manter sua posição, mas seis interrogatórios fez com que Douglas Miller, um dos partners da PwC na Yukos, recomendou que ocorresse uma mudança na posição. 

Segundo está no texto de Mckenna, uma pessoa da equipe de defesa de Khodorkovsky teria dito que não teria nada contra a PwC: "eles tinha uma arma apontada na cabeça"

Links


Livros antigos cheiram melhor que os livros novos (foto: Hermans)

OurData World - e números sobre guerra

Facebook incentiva o discurso de ódio através de superusuários

Web3, cripto, nft, bitcoin, metaverso

gap de gênero - uma informação interessante (?): quando as mulheres recebem mais do que os homens, como é o caso do Paquistão, isto pode indicar que as barreiras de trabalho para as mulheres são tão altas que as poucas mulheres com emprego formal, em geral nas multinacionais, são relativamente bem remuneradas. Ou seja, mesmo quando a notícia é boa, ela é ruim. 

Rir é o melhor remédio

 

Primeira pergunta de um curso


02 março 2022

Profissionais da KPMG Canadá e a ética

 


Recentemente a PwC do Canadá foi notícia: tinha adquirido criptomoeda. A imagem era de uma entidade “moderna”. Bom, a PwC Canadá é novamente notícia e novamente isto afeta sua imagem.

Regularmente os profissionais contábeis de alguns países precisam de passar por um teste para verificar se ainda estão aptos para exercer a profissão. No Brasil isto acontece através das horas de treinamento, desde que certificadas pelo Conselho. No Canadá é necessário que o profissional faça exames regulares.

O problema da PwC Canadá foi tão grave que levou uma multa de quase 1 milhão US$. E envolve trapaça, tão idiota, que a notícia parece aqueles textos que são produzidos no dia primeiro de abril.

Cerca de 1.100 auditores fizeram os exames, mas estavam compartilhando as respostas nos exames. Isto ocorreu entre 2016 a 2020 e o fato só foi possível porque a PwC não tinha um controle sobre os exames adequados. Algo como o professor sair da sala para ir ao banheiro durante a aplicação da prova.

Na verdade há controvérsias quanto ao número de pessoas envolvidas e a penalidade. Aqui afirma em 1200 funcionários e uma multa de 750 mil dólares. [sobre este valor há um acréscimo de mais 200 mil] O certo é que ocorreu a famosa cola nos testes dos cursos de treinamento obrigatório em auditoria e contabilidade.

Isto é terrível em um setor onde a ética deveria ser o requisito número um. Além disto, os profissionais devem ser recrutados nas melhores escolas de contabilidade. Ou seja, seriam alunos brilhantes, que não precisam de uma ajuda em um exame deste tipo.

Competência no Setor público mundial


O IFAC lançou um endereço específico para os governos que desejem fazer a transição do regime de caixa para o regime de competência. O endereço baseia-se no Estudo 14 do IPSASB, Conselho Internacional de Normas Contábeis para o Setor Público, com conteúdo atualizado e ferramentas para a transição.

A posição do IFAC é que a competência melhora a transparência, as decisões e a prestação de contas no setor público. Entretanto, nem sempre sua adoção parece ser simples.  A ferramenta é uma resposta para o aumento do interesse pelo regime de competência no setor público. Segundo Ian Carruthers, até 2025, metade das juridições do Índice Internacional de Responsabilidade do Setor Público de 2021 deve usar o regime de competência.  

Herança digital


Gomes, em Quem fica com meus dados e redes sociais quando eu morrer? Herança digital motiva ações na Justiça trata da chamada herança digital. O Brasil ainda não tem uma legislação acabada sobre o assunto e que desperta questões sobre quem pode ou não ficar com o conteúdo online do indivíduo que faleceu. Mas como o problema é recente, em outros países ainda existe uma discussão em andamento.

Este conteúdo pode ter um valor sentimental grande para os amigos e familiares. Por esta razão, envolve uma discussão sobre a vida privada do falecido. Mas há um caráter de privacidade da pessoa que faleceu. Gomes destaca que as opiniões estão entre o direito à personalidade, que inclui a privacidade, e o direito sucessório. Na Alemanha e Espanha prevalece os direitos sucessórios; nos Estados Unidos prevalece a privacidade.

Quando uma pessoa abre uma conta em uma rede social, o usuário concorda com as condições. E isto inclui este ponto. O Facebook transforma o perfil do falecido em um memorial e permite que um herdeiro possa gerenciar o perfil. O Instagram não tem a figura do herdeiro da conta.

Vamos voltar no tempo e retroceder ao ano de 1924. Neste ano, o escritor Franz Kafka faleceu, não sem antes pedir, em testamento, que seu amigo Max Brod, destruísse seus esboços ainda não publicados. O dilema de Brod foi satisfazer o desejo do amigo ou privar a humanidade de obras como O Processo e O Castelo. Venceu a segunda opção e Brod desrespeitou o desejo de Kafka.

Poderíamos imaginar alguém como Kafka nos tempos atuais, com uma conta em uma rede social. Sua partida física deixa as postagens que ele fez nos últimos anos e que podem ser importantes para a compreensão da sua obra. Deveríamos deixar o conteúdo ser apagado por uma empresa como o Facebook ou permitir que os herdeiros possam preservar este conteúdo? Parece que o pêndulo seria favorável para o direito hereditário aqui.

Mas vamos considerar outra situação. Uma pessoa produziu rascunhos que, pelo seu crivo, foi rejeitado. É justo tornar público uma obra de baixa qualidade, que pode ajudar a compreender o processo de produção do artista, mas que não condiz com a qualidade? A questão da privacidade aqui também deve ser levada em consideração. No passado, as pessoas escreviam e recebiam cartas de amor. Esta correspondência era algo pessoal; será ético entrar na vida de alguém que já faleceu?

E a Contabilidade - Há uma questão contábil interessante nesta discussão. Uma conta pode representar um ativo, na medida que há uma possível geração de riqueza com o seu conteúdo. Há uma interesse econômico em deter este conteúdo. Como a internet ainda é algo novo, a questão ainda é recente e não está na lei. Mas isto pode ser um “ativo” para a rede social, que pode explorar o conteúdo de alguém famoso postado por ele.


Links: previsões


Qual a chance de Putin continuar no poder até o final de 2022 - segundo o mercado de previsão é 73%, mas já foi maior. Mas o próximo líder do G20 a deixar o poder não é Putin (foto acima). Lembrando que é um mercado de aposta. Somente isto. Mas se você gosta do assunto, não deixe de ler AstralCodex,

Enquanto isto, leia também sobre a possibilidade de uma guerra nuclear aqui


Rir é o melhor remédio

 

Finalmente em casa

01 março 2022

Grandes empresas contábeis e o conflito Rússia-Ucrânia

Apesar do conflito Rússia e Ucrânia ser a notícia dos últimos dias, as grandes empresas contábeis estão conservadoras na manifestação de rejeição da invasão da Ucrânia ou outra atitude. Estas grandes empresas possuem representação tanto na Rússia quanto na Ucrânia. O mercado russo é maior, mas a opinião pública ocidental, onde estão os maiores negócios, é desfavorável para o país de Putin.

O site GoingConcern monitorou as redes sociais das Big Four e dos seus executivos. Até o momento, somente Carmine Di Sibio, da EY, postou uma declaração sobre o conflito.

Como afirma o GoingConcern, o silêncio da Deloitte, PwC e KPMG fala muito sobre o assunto.

Já os pequenos afirmam que não farão negócios com o governo russo. Certamente isto não é muito, já que existem sanções sendo impostas por governos, forçando a retirada dos serviços, especialmente àqueles pertencentes ao Estado. Isto inclui, por exemplo, escritórios de advocacias.

Mas somente o CEO da KPMG do Reino Unido afirmou que deixará de trabalhar para a Rússia. Mas a KPMG Global ficou muda.

Rússia como uma nação de ideias

Tyler Cowen, sobre a crise da Ucrânia:

Os comentaristas estão tirando lições do conflito na Ucrânia, mas estão perdendo um ponto-chave. Acima de tudo, o ataque russo e o possível desmembramento da Ucrânia refletem o poder das idéias.

Leia o inglês tradução do discurso de Putin para justificar as ações da Rússia na Ucrânia. É impressionante o quanto Putin cita a história, já nos século XVII, para justificar a incursão russa.

Uma das principais visões de Putin é que a Ucrânia não é um país legítimo por si só. Ele é claro sobre essa afirmação e sua importância: “Então, começarei com o fato de que a Ucrânia moderna foi inteiramente criada pela Rússia ou, para ser mais preciso, pela Rússia bolchevique comunista.” (...) Aqui está uma passagem típica: "A Ucrânia soviética é o resultado da política dos bolcheviques e pode ser chamada com razão de "Ucrânia de Vladimir Lenin”. Ele foi seu criador e arquiteto. Isso é total e abrangentemente corroborado por documentos de arquivo (...)

Quando você chega ao final do discurso de Putin, ele ainda está falando sobre história e recitando como a Ucrânia desperdiçou a maravilhosa herança que lhes foi deixada pela União Soviética. Além disso, a mesma Ucrânia se tornou uma ferramenta de tentativas ocidentais de perturbar a Rússia.

A obsessão por idéias e também pela história é uma tradição de longa data da liderança anterior [Lenin, Stalin...]. (...)

Então Putin dificilmente está rompendo com o molde. Também sabemos, pela documentação anterior, que Putin considerou o desmantelamento da antiga União Soviética como um grande tragédia. (...) A Rússia é uma nação de idéias, liderada por pessoas obcecadas por idéias. O resto do mundo, acima de tudo a Europa, precisará de melhores idéias.

Imagem aqui.

Uma posição corajosa e, de certo modo, contrária ao que temos lido. 

Em busca da energia barata, migração no negócio de mineração de criptomoeda


Sobre a migração do negócio de mineração. O texto a seguir mostra que a busca por energia e estabilidade - política e do próprio insumo - são fundamentais para manter o negócio de extração de criptomoeda:

Quando o governo chinês proibiu toda a mineração de criptografia no verão do ano passado, a empresa de mineração de criptografia BitFuFu fez uma embalagem com 80.000 computadores de alta potência em contêineres e os transportou através da fronteira para o Cazaquistão, onde a eletricidade era barata e os regulamentos reduzidos. Então, meses depois, quando a escassez persistente de eletricidade no Cazaquistão obrigou a empresa a desacelerar suas operações, o BitFuFu abandonou essas plataformas e enviou novos equipamentos diretamente para os Estados Unidos, onde agora está se instalando.

O BitFuFu está longe de ser a única empresa de mineração de criptografia que pegou e mudou seus servidores para onde quer que tenha a eletricidade barata. A proibição da China em 2021 forçou um êxodo em massa de mineiros, muitos dos quais recentemente chegaram aos Estados Unidos, atraídos pela segurança da estabilidade política e econômica combinada com o fluxo de capital barato e eletricidade abundante.

Antes da proibição, a China representava quase metade de toda a mineração de bitcoin no mundo, e os EUA representavam apenas cerca de 16%. Mas em outubro de 2021, a participação dos EUA havia aumentado para 35% - e isso provavelmente cresceu desde então. Esse aumento na mineração em solo americano foi acompanhado por uma enxurrada de negociações, já que os investidores, ansiosos por perder a corrida do ouro, investiram dinheiro nas empresas de mineração como proxy para investir no próprio bitcoin.

Em janeiro, quando suas novas operações nos EUA entraram em operação, o BitFuFu anunciou que em breve estaria listada na NASDAQ em um acordo que avaliava a empresa em US $ 1,5 bilhão. E não está sozinho: 2021 viu uma série de IPOs e rodadas de captação de recursos, já que o preço do bitcoin atingiu um recorde de US $ 69.000, com mais acordos agendados para o final deste ano.

O protocolo do Bitcoin é programado para tornar a mineração progressivamente mais difícil, aumentando a dificuldade dos quebra-cabeças matemáticos que os mineiros competem para resolver - o que significa mais máquinas, mais poder computacional, mais eletricidade e mais dinheiro para extrair a mesma quantidade de bitcoin. As plataformas de mineração do tipo BitFuFu (...) têm uma vida útil esperada de apenas três anos. Dados esses custos, não surpreende que os mineiros e seus apoiadores institucionais estejam desconfiados de afundar dinheiro em países onde o governo nacional poderia simplesmente proibir a mineração, como a China fez, ou as redes de eletricidade locais poderiam ser sobrecarregadas - como eram o Cazaquistão. A Rússia emergiu como outro ponto quente no ano passado, mas mineiros experientes dizem que o país sofre do mesmo risco político e formulação arbitrária de políticas que a China.

(...) À medida que os mineiros em larga escala se mudam para os EUA, o país está se tornando o lar de uma indústria incomumente portátil. "A mineração de bitcoin é uma das indústrias mais móveis, possivelmente da história", disse Karim Helmy, pesquisador da Galaxy Digital, uma empresa de gerenciamento de patrimônio e mineração de criptografia. “Tudo o que você precisa é de uma plataforma de mineração, unidades de fonte de alimentação e um contêiner para colocá-las."

Mas essa mobilidade traz riscos para as comunidades onde os mineiros de criptografia estão se instalando. No Cazaquistão, os mineiros simplesmente se conectaram à infraestrutura existente e migraram ao primeiro sinal de problema. Nos EUA, os mineiros de criptografia querem ser levados a sério como uma indústria legítima que estabelece raízes a longo prazo. Os executivos de eletricidade oferecem um conjunto de preocupações interligadas: suas redes podem suportar esse fluxo de mineiros? E se não, quem deve pagar para atualizar as grades e quem ficará segurando o abacaxi se os mineiros se mudarem para outro destino mais lucrativo?

"Os mineiros de Cripto estavam na China e depois deixaram a China e foram para o Cazaquistão, e agora vão para o Texas", disse Steve Wright, ex-executivo de eletricidade do Estado de Washington, que testemunhou no Comitê de Energia e Comércio da Câmara. primeira audiência sobre a pegada de carbono das criptomoedas em janeiro. "É um relacionamento comercial completamente diferente do que qualquer coisa nos mais de 100 anos em que o setor de serviços públicos está operando." (...)