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13 janeiro 2020

Oligopólio x Censura

In my latest Locus column, Inaction is a Form of Action, I discuss how the US government's unwillingness to enforce its own anti-monopoly laws has resulted in the dominance of a handful of giant tech companies who get to decide what kind of speech is and isn't allowed -- that is, how the USG's complicity in the creation of monopolies allows for a kind of government censorship that somehow does not violate the First Amendment. 


We're often told that "it's not censorship when a private actor tells you to shut up on their own private platform" -- but when the government decides not to create any public spaces (say, by declining to create publicly owned internet infrastructure) and then allows a handful of private companies to dominate the privately owned world of online communications, then those companies' decisions about who may speak and what they may say become a form of government speech regulation -- albeit one at arm's length.

I don't think that the solution to this is regulating the tech platforms so they have better speech rules -- I think it's breaking them up and forcing them to allow interoperability, so that their speech rules no longer dictate what kind of discourse we're allowed to have. 

(via aqui)

Sobre a importância do Oriente Médio

Even beyond Iran, the region scarcely registers on multinationals’ profit-and-loss statements. The Middle East and Africa accounted for 2.4% of listed American firms’ revenues in 2019, according to Morgan Stanley, a bank. For European and Japanese companies it was 4.9% and 1.8%, respectively. Middle Easterners still buy comparatively few of the world’s cars (2.3m out of 86m sold globally in 2018). Peddlers of luxury goods like Prada, an Italian fashion house, and L’Oréal, a French beauty giant, book 3% of sales in the Middle East (not counting sheikhs’ shopping trips to Milan or Paris).

The overall regional footprint of Western finance appears equally slight. At the end of 2018 big American banks had $18.5bn-worth of credit and trading activity in the region, equivalent to 0.2% of their assets. This includes JPMorgan Chase’s $5.3bn business in Saudi Arabia and Citigroup’s $9.6bn exposure to the United Arab Emirates (UAE). European banks have, if anything, been retreating. BNP Paribas of France sold its Egyptian business seven years ago and earned a footling €121m ($143m) in the Middle East in 2018. HSBC reports a substantial $58.5bn in Middle Eastern assets, though that is still a rounding error in the British lender’s $2.7trn balance-sheet.


Fonte: The Economist. Via aqui, que destaca a ausência do setor de energia. 

Velocidade na estrada

Um mapa mostrando os limites de velocidade no mundo:

Rir é o melhor remédio


12 janeiro 2020

Decisões Financeiras de um Casal Real

O príncipe Harry e sua esposa, a ex-atriz Meghan Markle, anunciaram que estão se afastando das suas obrigações reais. Há uma suspeita de que o racismo poderia ser uma razão para a decisão (vide aqui).

A notícia pode ser interessante para quem gosta de finanças pessoais, avaliação de marca e gerenciamento patrimonial. Assim como o Brexit, a decisão, chamada de Megxit, a decisão parece estar ocorrendo de forma caótica. Em termos financeiros e sob a ótica do casal, a decisão criou um problema: como manter o estilo de vida sem a receita real? Outra outra decisão (vão mudar o estilo de vida) parece que foi tomada, já que o casal pretende passar mais tempo na América do Norte

O caso torna interessante pois permite diferenciar balanço de DRE. Em termos de balanço, o casal parece ter um patrimônio avaliado em 30 milhões de dólares, sendo 5 milhões de Meghan - da época que era atriz, e o restante de Harry, resultado da herança da mãe. Mas isto é diferente da DRE, que apresenta as receitas e despesas do casal.

Hoje 95% das despesas do casal tem origem nos recursos do pai, o príncipe Charles, e o restante do Fundo Soberano, originário do governo britânico, que paga à Família Real para realizar certas tarefas e cuidar dos palácios reais. Isto não conta os custos de segurança, que são pagos pelos súditos, à parte. Esta conta deve ter um valor de 100 mil libras esterlinas por ano. Com a decisão, o casal deixa de receber o dinheiro do Fundo Soberano ou 5% da renda. A segurança deve continuar e os valores deverão aumentar, já que o casal pretende viver mais na América do Norte.

O fluxo de caixa futuro poderá ser reforçado com receita de livros e salário de televisão. O casal Obama, por exemplo, receberam 60 milhões de dólares de adiantamento sobre livros de memória. Ou seja, há um grande potencial aqui, já que a conta de ambos no Instagram tem mais de 10 milhões de seguidores e Meghan foi a pessoa mais procurado no Google do Reino Unido.

Além disto, o casal pode cortar despesas. As roupas durante a maternidade de Meghan tiveram um custo de 500 mil dólares e a acupuntura e numerologia custaram 11 mil.

Olhando sob a ótica financeira, parece que a decisão do casal pode ter sido interessante, já que tem o potencial de liberar seu tempo para ganhar dinheiro de forma menos convencional para a família real

Ver mais aqui e aqui

Taxar robôs

Uma provável saída para proteger os empregados da crescente automoção seria a criação de um imposto sobre robôs. Entretanto, há controvérsias sobre a forma de implantação e se é uma medida razoável do ponto de vista econômico.

No passado as máquinas destruíram certos tipos de empregos, mas criaram outros.

Os tratores, por exemplo, diminuíram o número de trabalhadores agrícolas no século XX. Mas criou novas oportunidades para mecânicos e engenheiros e alimentou a demanda de mão-de-obra nas fábricas.
Mas talvez a automação agora seja diferente e vá destruir empregos, sem criar outros novos.

Um estudo divulgado no ano passado pelos economistas Daron Acemoglu e Pascual Restrepo descobriu que a aceleração da automação pode não estar alimentando uma nova demanda de mão-de-obra e, ao contrário, está atrasando o crescimento do emprego.
Além disto, existe uma grande dificuldade em implantar um imposto deste tipo:

"Se tivermos que definir um robô para fins fiscais, já perdemos a batalha. Será impossível ficar sem brechas", disse Gale ao Business Insider, oferecendo o exemplo de se um carro autônomo pode ser considerado um robô.
Além disto, seria importante reduzir a tributação atual sobre o trabalho humano. E contar que outros países também adotem a mesma postura.

Necessidades Razoáveis

Assim como na contabilidade nós temos o valor justo, em processos judiciais com litígio de casais há a figura das "necessidades razoáveis". Eis um caso interessante descrito por Tracey Coenen. 

Dennis Quaid, um ator, fez um acordo no seu processo de separação. Existia a previsão de um apoio de 13.750 dólares/mês de apoio financeiro aos filhos e um percentual de acréscimo. Em 2019, o ator faturou cerca de 6,6 milhões/ano, o que aumentaria  o valor a ser pago para mais de 1,3 milhões. Um dos fatores considerados neste tipo de julgamento é um item denominado de "as necessidades razoáveis das crianças". Mas o que seria isto?

What is a “reasonable” need? The parties often disagree. But in general I suggest that we look at the standard of living that was established during the marriage, and use that as our basis for what is reasonable. In other words, it is reasonable to continue living the same lifestyle after the marriage ends. If a family lived in luxury housing, drove luxury cars, and wore high end clothing while the parents were married, it is probably not reasonable to expect that the children live in the most basic housing, with a beat-up car, and wearing thrift store clothing.


Back to the Quaids. The original child support of $165,000 per year is 12.7% of the base of $1.3 million. If we applied the same percentage to the income of $6.6 million, you’d have $838,200 in child support per year. There is probably a good argument that the children don’t need that much, and that their mother would be unfairly enriched by that amount of child support.

Rir é o melhor remédio








Fonte: Aqui

11 janeiro 2020

Gastos com P&D: 50 empresas que mais investem

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História da Contabilidade: Ainda Manucci

Sobre Manucci, eis o que diz Miguel Gonçalves:

Analisada a documentação de 1299–1300 (não existem outros quaisquer livros de contas sobreviventes da filial de Salon), verifica-se que Manucci, o guarda-livros responsável pela contabilidade da filial do grupo Giovanni Farolfi e Companhia em Salon, mantinha já práticas de contabilidade que actualmente podemos considerar notáveis, como seja, a título exemplificativo (ver Lee, 1977, pp. 90-91; Soll, 2014, p. 37), o cumprimento do pressuposto do regime de acréscimo, na medida em que o razão contém um exemplo de uma renda de um armazém paga antecipadamente em Maio de 1299 pela empresa Giovanni Farolfi e Companhia referente a um período de quatro anos (16 libras tornesas, no total), a qual foi devidamente especializada, isto é, apenas 4 libras tornesas foram reconhecidas no final do período como gasto do primeiro exercício dos quatro em questão (por contrapartida do crédito de uma conta que modernamente seria a de Diferimentos – Gastos a Reconhecer, a qual foi debitada em Maio de 1299 por 16 libras tornesas referentes ao pagamento total), o que demonstra que há mais de 700 anos os contabilistas conhecem e respeitam os actuais princípios contabilísticos geralmente aceites da especialização dos exercícios e do balanceamento (correlação) entre rendimentos gerados e gastos que lhes estão directamente associados, em ordem à obtenção de uma imagem mais verdadeira e apropriada das operações da filial de Salon da firma Giovanni Farolfi e Companhia.

Fonte: Gonçalves M. (2019). Contabilidade por partidas dobradas: história, importância e pedagogia (com especial referência à sua institucionalização em Portugal, 1755–1777). De Computis - Revista Española de Historia de la Contabilidad, 16 (2), 69 - 142. doi: http://dx.doi.org/10.26784/issn.1886-1881.v16i2.355

Amatino Manucci: o inventor das partidas dobradas?

Muitas pessoas acreditam que Luca Pacioli foi o criador das partidas dobradas. Um pouco de pesquisa irá mostrar que Pacioli descrevia um método praticado pelos comerciantes de Veneza. Talvez a figura que mais se aproxime do inventor do método seja Amatino Manucci.

Ele era contador da Giovanni Farolfi, uma empresa baseada em Nimes, França. Mas Manucci trabalhava em Salon, na França. É dele o mais antigo registro contábil conhecido onde se utiliza as partidas dobradas. Este documento, entre 1299 a 1300 - mais de 150 anos antes de Pacioli - sobreviveu aos dias atuais. Apesar de incompleto, os registros incluem o uso de débito e crédito.

Mas provavelmente não foi ele que "inventou" o método. Não se sabe que foi. Mas se tivermos que nomear um "pai" da contabilidade moderna, talvez Manucci seja muito mais adequado do que o Frei Pacioli.


Leia mais aqui ou aqui

Resenha: Essa Gente

O leitor dos blogs de Contabilidade sabem que no final do ano, por iniciativa da Isabel, realizamos um amigo oculto. Este ano presentei a Claudia Cruz com 1984, Admirável Mundo Novo e O senhor das moscas. E ganhei presentes do meu amigo Orleans, que foram os dois últimos livros do Chico Buarque. Não tinha lido nenhum deles e sempre tive admiração pelo trabalho dele. Gosto em especial das músicas, mas tinha ficado impressionado com Budapeste.

Recebido o presente, li os dois livros em três dias, durante o descanso do Natal. O Irmão Alemão é interessante ao narrar, misturando ficção e vida real, a existência de um filho alemão de Sérgio Buarque de Holanda. Essa Gente é a obra mais recente. Achei um bom livro, que também causa “estranheza”.

O roteiro de Essa Gente é um escritor que está tentando voltar a escrever uma grande obra. E ele registra seus esforços e sua vida sob a forma de diário. O livro termina em setembro de 2019 (acho que é isto, pois estou escrevendo esta resenha de memória) e em muitos momentos a realidade do Rio de Janeiro e do Brasil aparece na obra de maneira sutil.

É um livro relativamente curto. Gostei do presente do amigo oculto.

Rir é o melhor remédio

É um humano
Lógico que não. É um espantalho
Como vocês sabe?
Ele não está com celular
É mesmo

10 janeiro 2020

História da Contabilidade: Partidas Simples

Antes da existência das partidas dobradas, o método usado pela contabilidade era das partidas simples. Isto faz realmente muito tempo. Mas desde a divulgação do método usado em algumas cidades da atual Itália, por parte de um monge franciscano de nome Pacioli, é praticamente impossível não pensar na contabilidade sem imaginar as partidas dobradas.

No Brasil, durante os anos de 1800s, as partidas simples eram usadas e ensinadas. Em 1827, um anúncio publicado em um jornal, apresentava um candidato a um emprego que sabia os dois métodos. Um dos primeiros autores de contabilidade do Brasil, Burnier, ensinava no seu livro os dois métodos. A própria contabilidade pública só deixou as partidas simples no início do século XX.

Para quem aprendeu contabilidade somente com as partidas dobradas, o uso das partidas simples parece muito, mas muito estranho. Para mostrar como funciona, vou tomar o exemplo do livro Curso Prático de Contabilidade, capítulo 3, nas cinco primeiras transações.

Evento 1 - Investimento do capital pelos sócios - seria registrado, a haver, o valor do capital constituído de $20 mil

Evento 2 - Compra de materiais elétricos a prazo - registra-se, a haver, o valor de $1.500.

Evento 3 - Pagamento do aluguel de, de 1.000, de uma sala comercial - é feito o registro do pagamento, pelo dinheiro que foi pago, usando o débito.

Evento 4 - Compra de máquinas à vista, no valor de 7.500 - nesta transação é feito o registro do dinheiro da transação, debitando o caixa

Evento 5 - Prestação de serviço, recebendo à vista - é feito o registro do recebimento

Veja que não existe os ativos “materiais elétricos” ou “máquinas” no balanço da empresa. Um aspecto importante é que os conceitos de “crédito” e “débito” ou “haver/deve” existiam com as partidas simples.

Este método possuía uma grande vantagem: facilidade de operação. Assim, era útil para os pequenos negócios, sendo fácil de usar. Funcionava bem como um controle das dívidas e dos empréstimos. Mas não era possível saber, por exemplo, o valor real dos ativos. Com o crescimento das operações comerciais, a falta do registro dos ativos e de outras contas tornaram visível os problemas das partidas simples.

Para terminar, é interessante que o conceito de singelo é o seguinte:

1 Não composto, não dobrado; simples.
2 Desprovido de enfeites ou ornatos.
3 Que não apresenta qualquer dificuldade à sua compreensão; simples.
4 Que se deixa facilmente enganar; que não é malicioso; ingênuo, inocente.
5 Que não apresenta ou revela dissimulação.
6 Não corrompido; natural, puro.

Amor por Harvey Weinstein!

Uma compilação de atores e diretores agradecendo Harvey Weinstein, que depois seria acusado de barbaridades. Meryl Streep, Jennifer Lawrence, Gwyneth Paltrow... e Richard Gere.

Pipoca + Ar

Uma curiosidade para os viciados em pipoca: quando você compra um saco de pipoca para estourar em casa, saiba que você irá ter, no final, metade da embalagem com ... ar. E a quantidade irá depender do produto. Uma empresa britânica descobriu que

o conteúdo de um saco médio de pipoca estalada é de apenas 46% de salgadinhos e 54% de ar. Embora todo saco de pipoca contenha um pouco de ar, as proporções de algumas marcas são mais enganosas que outras.

Rir é o melhor remédio

Formulário, com opção para arrependimento.

09 janeiro 2020

Identificando Assimetria de Informação no mercado financeiro

Resumo:

We propose and estimate a model of endogenous informed trading that is a hybrid of the PIN and Kyle models. When an informed trader trades optimally, both returns and order flows are needed to identify information asymmetry parameters. Empirical relationships between the model’s estimates and price impacts, excess kurtosis, and volatility are consistent with theory. We illustrate how the estimates can be used to detect information events in the time series and to characterize the information content of prices in the cross section. We also compare the estimates to those from other models on various criteria.

Back, K., Crotty, K., and T. Li, 2018, “Identifying Information Asymmetry in Securities Markets,” Review of Financial Studies 31, 2277–2325

Futebol europeu e Desempenho

A entidade que regula o futebol da Europa, a UEFA, trouxe uma conjunto de regras denominada de Fair Play Financeiro. A UEFA passou a exigir dos clubes de futebol algumas mudanças na contabilidade para tentar motivar a competição.

Pesquisadores da Bocconi University concluíram que estas normas permitiram uma melhoria nas demonstrações do resultado dos clubes, mas dois pontos ainda são problemáticos: (a) não houve uma melhoria na sustentabilidade financeira, expressa em termos da relação entre dívida e fluxo de caixa e este foi o objetivo final das normas da UEFA; (b) é necessário investigar se as normas tiveram alguma influência sobre a polarização dos clubes, com uma minoria de grandes clubes, em boa situação financeira, e uma maioria de pequenos e médios, com dificuldades.