O Líbano recebeu um pedido de prisão da Interpol contra o ex-presidente da aliança Renault-Nissan Carlos Ghosn, o magnata do setor automotivo que fugiu do Japão para Beirute, anunciou o ministro da Justiça libanês nesta quinta-feira (2). [...]
Alvo de quatro acusações de crimes financeiros e em prisão domiciliar sob fiança desde abril de 2019, Ghosn vivia com certa liberdade de movimento no Japão, mas sob condições estritas.
O empresário teria conseguido escapar do país em um jatinho privado com a ajuda de uma empresa privada de segurança, segundo a Reuters, na última segunda (30). Ele mesmo divulgou um comunicado, afirmando que estava no Líbano, e que não fugiu da Justiça: "Escapei da injustiça".
Nascido no Brasil, ele também tem cidadania libanesa e francesa. [...]
Prisão de Ghosn
Carlos Ghosn foi preso no Japão no dia 19 de novembro de 2018 e, desde então, deixou a presidência do conselho das três montadoras que comandava: da Nissan, da Mitsubishi e da Renault.
Ele foi solto sob pagamento de fiança em março de 2019, após mais de 100 dias detido, mas acabou preso novamente em abril, por novas acusações das autoridades. No mesmo mês, foi solto após pagamento de fiança de US$ 4,5 milhões, valor equivalente a R$ 17,8 milhões. E agora aguardava o julgamento, previsto para 2020.
As circunstâncias da fuga ainda não estão claras. Ele teria usado um jato particular que decolou do aeroporto de Kansai, no oeste do Japão. Segundo a imprensa japonesa, uma aeronave deste modelo teria deixado o país no dia 29 de dezembro, às 23h, em direção a Istambul. A aterrissagem teria acontecido no aeroporto de Atatürk, fechado para voos comerciais.
Na mídia libanesa levantou-se a hipótese que Ghosn teria escapado escondido em uma caixa de instrumento depois de um concerto privado na sua residência. "É ficção pura", disse a mulher Carole, em conversa com a Reuters.
Pessoas próximas a Ghosn disseram ele foi recebido pelo presidente do Líbano, Michel Aoun.
Já em Beirute, Ghosn divulgou um comunicado em que afirmou que não será "mais ser refém de um sistema judicial japonês fraudulento em que se presume culpa, onde direitos humanos básicos são negados. Não fugi da justiça. Escapei da injustiça e da perseguição política. Agora posso finalmente me comunicar livremente com a mídia e estou ansioso para começar na próxima semana".
Nesta quinta-feira (2), a secretária de Estado francês para a Economia, Agnès Pannier-Runacher, declarou que o empresário não será extraditado se vier para a França. “A França nunca extradita seus cidadãos, então aplicaremos a Ghosn as mesmas regras que aplicamos para todos. Não é por isso que achamos que ele não deva ser julgado pela Justiça japonesa”, declarou, em entrevista ao canal BFMTV.
Fonte: aqui. Mais sobre Ghosn: aqui.
03 janeiro 2020
SEC e Não GAAP
Interessante a visão da SEC e do Iasb sobre as medidas não GAAP. Ambos entendem que o crescimento destas medidas é fruto de uma certa "incompetência" da contabilidade em dar informação de qualidade para as empresas que possuem alguns itens incomuns. Ambos estão preocupados com o assunto.
O Iasb está focado em trabalhar melhor as demonstrações contábeis, em particular a DRE. Parece-me que a SEC tem uma postura um pouco mais rígida sobre o assunto: em uma palestra no mês passado, um contador da SEC criticou a WeWork por usar margem de contribuição como uma medida de desempenho melhor para a empresa, em lugar do resultado - no caso, prejuízo.
Entretanto, tenho dúvidas se o objetivo das medidas não GAAP são legítimos, conforme afirmado aqui. O argumento é que as empresas com itens incomuns, como aquisições ou grandes amortizações que distorcem seus resultados, não possuem um boa medida de desempenho. Entretanto, isto não responde ao fato de que mesmo empresas que não se enquadram neste quesito usam medidas não GAAP.
O Iasb está focado em trabalhar melhor as demonstrações contábeis, em particular a DRE. Parece-me que a SEC tem uma postura um pouco mais rígida sobre o assunto: em uma palestra no mês passado, um contador da SEC criticou a WeWork por usar margem de contribuição como uma medida de desempenho melhor para a empresa, em lugar do resultado - no caso, prejuízo.
Entretanto, tenho dúvidas se o objetivo das medidas não GAAP são legítimos, conforme afirmado aqui. O argumento é que as empresas com itens incomuns, como aquisições ou grandes amortizações que distorcem seus resultados, não possuem um boa medida de desempenho. Entretanto, isto não responde ao fato de que mesmo empresas que não se enquadram neste quesito usam medidas não GAAP.
Fazer previsão sobre o futuro
Uma das frases mais conhecidas sobre previsão é: "é difícil fazer previsões, especialmente sobre o futuro". Mas a autoria da frase já foi atribuída ao físico Niels Bohr, ao produtor de cinema Samuel Goldwyn, ao lendário atleta Yogi Berra, ao escritor Mark Twain, ao profeta Nostradamus.
O Quote Investigator tentou traçar uma origem da frase. Tudo leva a crer que a frase é de origem dinamarquesa, do político, e defensor da Eugenia, Karl Kristian Steincke de 1948.
O Quote Investigator tentou traçar uma origem da frase. Tudo leva a crer que a frase é de origem dinamarquesa, do político, e defensor da Eugenia, Karl Kristian Steincke de 1948.
Custo x Qualidade de mensurar
Nem sempre gastar mais na tentativa de mensurar pode ser uma opção interessante. Veja o seguinte exemplo:
durante a Segunda Guerra Mundial, quando os Aliados quiseram etimar o número de tanques que estavam sendo produzidos na Alemanha. Estimativas puramente matemáticas com base nos números de série de tanques capturados previam que os alemães estavam produzindo 246 tanques por mês, enquanto as estimativos obtidas por meios de amplos (e sumamente arriscados) reconhecimentos aéreos sugeriam que o número estaria mais na ordem dos 1400. Depois da guerra, os registros alemães revelaram o número verdadeiro: 245.
Brian Christian e Tom Griffiths. Algoritmos para viver. p 219. Na nota de fim de livro tem-se o seguinte comentário:
Isto veio a ser conhecido como "O Problema do Tanque Alemão", e foi documentado em várias fontes. Ver, por exemplo, Gavyn Davies, "How a Statistical Formula Won the War", The Guardian, 19 jul. 2006 (...)
O princípio talvez não seja aplicável na contabilidade. Mas veja que chama a atenção para um aspecto importante: o custo da informação não significa qualidade.
durante a Segunda Guerra Mundial, quando os Aliados quiseram etimar o número de tanques que estavam sendo produzidos na Alemanha. Estimativas puramente matemáticas com base nos números de série de tanques capturados previam que os alemães estavam produzindo 246 tanques por mês, enquanto as estimativos obtidas por meios de amplos (e sumamente arriscados) reconhecimentos aéreos sugeriam que o número estaria mais na ordem dos 1400. Depois da guerra, os registros alemães revelaram o número verdadeiro: 245.
Brian Christian e Tom Griffiths. Algoritmos para viver. p 219. Na nota de fim de livro tem-se o seguinte comentário:
Isto veio a ser conhecido como "O Problema do Tanque Alemão", e foi documentado em várias fontes. Ver, por exemplo, Gavyn Davies, "How a Statistical Formula Won the War", The Guardian, 19 jul. 2006 (...)
O princípio talvez não seja aplicável na contabilidade. Mas veja que chama a atenção para um aspecto importante: o custo da informação não significa qualidade.
02 janeiro 2020
Política Fiscal com Dívida Alta e Juros baixos
Resumo:
U.S. policymakers face a combination of high and rising federal debt and low current and projected interest rates on that debt. Rising future debt will reduce growth and impede efforts to enact new policy initiatives. Low interest rates reduce, but do not eliminate, these concerns. The federal fiscal outlook is unsustainable even with projected interest rates that remain below the growth rate for the next 30 years. Short-term policy responses should focus on investments that are preferably tax-financed rather than debt-financed. Most importantly, policymakers should enact a debt reduction plan that is gradually implemented over the medium- and longterm. This would avoid reducing aggregate demand significantly in the short-term and, if done well, could actually stimulate current consumption and production. It would stimulate growth in the long-term, provide fiscal insurance against higher interest rates or other adverse outcomes, give businesses and individuals clarity about future policy and time to adjust, and provide policymakers with assurance that they could consider new initiatives within a framework of sustainable fiscal policy.
Fonte: Fiscal policy with high debt and low interest ratesWilliam Gale
U.S. policymakers face a combination of high and rising federal debt and low current and projected interest rates on that debt. Rising future debt will reduce growth and impede efforts to enact new policy initiatives. Low interest rates reduce, but do not eliminate, these concerns. The federal fiscal outlook is unsustainable even with projected interest rates that remain below the growth rate for the next 30 years. Short-term policy responses should focus on investments that are preferably tax-financed rather than debt-financed. Most importantly, policymakers should enact a debt reduction plan that is gradually implemented over the medium- and longterm. This would avoid reducing aggregate demand significantly in the short-term and, if done well, could actually stimulate current consumption and production. It would stimulate growth in the long-term, provide fiscal insurance against higher interest rates or other adverse outcomes, give businesses and individuals clarity about future policy and time to adjust, and provide policymakers with assurance that they could consider new initiatives within a framework of sustainable fiscal policy.
Fonte: Fiscal policy with high debt and low interest ratesWilliam Gale
14 razões para continuar blogando
Ano novo e fazemos nossas promessas. Há dias postei dez razões para continuar blogando. Escrevi, no final, que poderia contar com ajuda dos leitores, acrescentando "11. Posso contar com a ajuda dos leitores". Recebi um comentário animador de Victor e outros dois de anonimos. E três outras sugestões de Polyana
1. tenho algo interessante para dizer para as pessoas
2. é uma forma de reter um conhecimento importante
3. as pessoas reconhecem o esforço
4. conhecemos pessoas
5. força a reflexão sobre diversos temas
6. aprendemos muito com aquilo que postamos
7. tenho liberdade para escolher temas das postagens
8. serve como material para escritos futuros
9. ajuda na exposição de ideias
10. é uma forma de ensinar
11. Posso contar com a ajudar dos leitores
12. É uma forma de estimular o pensamento de que a Contabilidade é muito mais que débito e crédito.
13. Incentivar e inspirar outros blogueiros.
14. É muito legal! (como fui esquecer este?)
1. tenho algo interessante para dizer para as pessoas
2. é uma forma de reter um conhecimento importante
3. as pessoas reconhecem o esforço
4. conhecemos pessoas
5. força a reflexão sobre diversos temas
6. aprendemos muito com aquilo que postamos
7. tenho liberdade para escolher temas das postagens
8. serve como material para escritos futuros
9. ajuda na exposição de ideias
10. é uma forma de ensinar
11. Posso contar com a ajudar dos leitores
12. É uma forma de estimular o pensamento de que a Contabilidade é muito mais que débito e crédito.
13. Incentivar e inspirar outros blogueiros.
14. É muito legal! (como fui esquecer este?)
Preços
Desde o início do Plano Real, os preços no Brasil tiveram um aumento de 513%. Isto significa uma média de 7,5% ao ano. O interessante é a diferença no comportamento dos preços "livres" e daqueles "monitorados". Neste último grupo tem-se todos os produtos e serviços que são, de certa forma, tabelados: água, luz, IPTU, transporte público, planos de saúde, pedágios e outros. Ou seja, são produtos/serviços que o governo deveria ter o interesse social em controlar os preços.
A diferença aumenta com a estabilização efetiva, após 1997. E aumenta a partir de 2003, com o início do governo Lula.
A diferença aumenta com a estabilização efetiva, após 1997. E aumenta a partir de 2003, com o início do governo Lula.
Década dos Memes
O Estado de S Paulo fez um apanhado de 50 memes da década. Começa com o gemidão do zap, passa pela Nazaré confusa, "para nossa alegria", Nissim Ourfali e por aí vai. Confesso que alguns eu não lembrava, mas a maioria sim.
O BuzzFed também fez um apanhado da década. Na classificação 40 tem o "Come to Brazil". Em 35, a Nazaré confusa.
Aqui no blog temos aproveitado bastante dos memes. Eis um exemplo:
O BuzzFed também fez um apanhado da década. Na classificação 40 tem o "Come to Brazil". Em 35, a Nazaré confusa.
Aqui no blog temos aproveitado bastante dos memes. Eis um exemplo:
01 janeiro 2020
Taxação Ótima com vieses comportamentais
Resumo:
This paper develops a theory of optimal taxation with behavioral agents. We use a general behavioral framework that encompasses a wide range of behavioral biases such as misperceptions, internalities and mental accounting. We revisit the three pillars of optimal taxation: Ramsey (linear commodity taxation to raise revenues and redistribute), Pigou (linear commodity taxation to correct externalities) and Mirrlees (nonlinear income taxation). We show how the canonical optimal tax formulas are modified and lead to a rich set of novel economic insights. We also show how to incorporate nudges in the optimal taxation frameworks, and jointly characterize optimal taxes and nudges. We explore the Diamond-Mirrlees productive efficiency result and the Atkinson-Stiglitz uniform commodity taxation proposition, and find that they are more likely to fail with behavioral agents. (JEL: D03, H21).
Farhi, Emmanuel, and Xavier Gabaix. 2020. "Optimal Taxation with Behavioral Agents." American Economic Review, 110 (1): 298-336.DOI: 10.1257/aer.20151079
This paper develops a theory of optimal taxation with behavioral agents. We use a general behavioral framework that encompasses a wide range of behavioral biases such as misperceptions, internalities and mental accounting. We revisit the three pillars of optimal taxation: Ramsey (linear commodity taxation to raise revenues and redistribute), Pigou (linear commodity taxation to correct externalities) and Mirrlees (nonlinear income taxation). We show how the canonical optimal tax formulas are modified and lead to a rich set of novel economic insights. We also show how to incorporate nudges in the optimal taxation frameworks, and jointly characterize optimal taxes and nudges. We explore the Diamond-Mirrlees productive efficiency result and the Atkinson-Stiglitz uniform commodity taxation proposition, and find that they are more likely to fail with behavioral agents. (JEL: D03, H21).
Farhi, Emmanuel, and Xavier Gabaix. 2020. "Optimal Taxation with Behavioral Agents." American Economic Review, 110 (1): 298-336.DOI: 10.1257/aer.20151079
Queda de Isabel dos Santos
Isabel dos Santos nasceu em 1973 e é a mulher mais rica da África. Como ela conseguiu a fortuna? Sendo filha de José Eduardo dos Santos, que ficou no poder em Angola entre 1979 a 2017, Isabel teve bastante ajuda desta condição. Há controvérsia sobre o tamanho de sua fortuna, mas em 2013 foi estimada pela Forbes em 2 bilhões de dólares.
Com o término do governo de Santos, o poder de Isabel também sofreu. Desde 2018, o governo tem tentado executar Isabel por corrupção. No passado ela foi presidente da Petrobras de Angola, a Sonangol.
Agora, a justiça de Angola arrestou suas contas bancárias e participações em empresas angolanas. O Tribunal afirmou que está provado que Isabel foi favorecida nos seus negócios. Mas ela diz desconhecer o teor das acusações.
Com o término do governo de Santos, o poder de Isabel também sofreu. Desde 2018, o governo tem tentado executar Isabel por corrupção. No passado ela foi presidente da Petrobras de Angola, a Sonangol.
Agora, a justiça de Angola arrestou suas contas bancárias e participações em empresas angolanas. O Tribunal afirmou que está provado que Isabel foi favorecida nos seus negócios. Mas ela diz desconhecer o teor das acusações.
Tempo na implementação
Em um discurso feito em 10 de dezembro, o Chairman do Fasb, Russell Golden, fez uma afirmação
Today, I´m proud to say the Fasb devotes about 40% of our resources to implementation support
Golden tentou destacar o esforço que o regulador dedica na fase após a norma ser emitida. Mas não parece que existe uma ineficiência? Se quase metade dos recursos são gastos na fase de implementação, o problema não seria a qualidade da norma?
Today, I´m proud to say the Fasb devotes about 40% of our resources to implementation support
Golden tentou destacar o esforço que o regulador dedica na fase após a norma ser emitida. Mas não parece que existe uma ineficiência? Se quase metade dos recursos são gastos na fase de implementação, o problema não seria a qualidade da norma?
31 dezembro 2019
Normas contábeis e o longo prazo
Em uma palestra no final do ano, o presidente do Iasb tratou da relação entre padrões contábeis e o longo prazo. Hans Hoogervorst (foto) falou no nono simpósio de pesquisa contábil da Autorité des Normes Comptables (ANC) em Paris, França. Seu tema foi a influência de padrões de elevada qualidade para apoiar investimentos de longo prazo.
Inicialmente seu discurso chamou a atenção para os números não-GAAP, calculados pela administração. Seu raciocínio foi o seguinte: os problemas das medidas de não-GAAP decorre dos incentivos ao curto prazo e a forma de combater é com melhores normas. Para isto, o projeto de Primary Financial Statements e da Management Commentary Practice Statement são cruciais.
O projeto das demonstrações contábeis tem o foco na classificação do lucro. Segundo Hoogervorst, as
empresas precisam de ter subtotais que expliquem melhor as estratégias operacionais e o desempenho. Esta seria, inclusive, uma das razões da proliferação das medidas não-GAAP. O Iasb propôs uma minuta neste sentido.
O projeto do Management Commentary procura definir melhor como os aspectos da estratégia de longo prazo, que escapam das demonstrações financeiras, devem ser informados. Isto inclui o modelo de negócio, os recursos intangíveis e o impacto ambiental.
O restante do discurso foi uma defesa ao IFRS 9. Na verdade, mais de 50% do discurso foi sobre isto. Seria um sinal de que algo deu errado na implantação?
Veja o discurso aqui
Inicialmente seu discurso chamou a atenção para os números não-GAAP, calculados pela administração. Seu raciocínio foi o seguinte: os problemas das medidas de não-GAAP decorre dos incentivos ao curto prazo e a forma de combater é com melhores normas. Para isto, o projeto de Primary Financial Statements e da Management Commentary Practice Statement são cruciais.
O projeto das demonstrações contábeis tem o foco na classificação do lucro. Segundo Hoogervorst, as
empresas precisam de ter subtotais que expliquem melhor as estratégias operacionais e o desempenho. Esta seria, inclusive, uma das razões da proliferação das medidas não-GAAP. O Iasb propôs uma minuta neste sentido.
O projeto do Management Commentary procura definir melhor como os aspectos da estratégia de longo prazo, que escapam das demonstrações financeiras, devem ser informados. Isto inclui o modelo de negócio, os recursos intangíveis e o impacto ambiental.
O restante do discurso foi uma defesa ao IFRS 9. Na verdade, mais de 50% do discurso foi sobre isto. Seria um sinal de que algo deu errado na implantação?
Veja o discurso aqui
Jones no Fasb
O mandato do presidente do Fasb, Russel Golden, termina na metade de 2020. A fundação que comanda o Fasb, uma entidade do terceiro setor que elabora normas contábeis para os Estados Unidos, anunciou que Richard Jones irá substitui-lo. Se Golden era ex-funcionário da Deloitte e está na presidência do Fasb desde meados de 2013, Jones é proveniente da EY, onde está desde 1987. Ele é graduado pela University of New York. Na EY ele ocupou vários cargos e chegou a participar do Fasac, um braço do Fasb. O anúncio foi feito há duas semanas pelo FAF. Jones deu a seguinte declaração
O processo independente de definição de padrões é um ativo nacional e é fundamental para nossos mercados financeiros robustos. Estou ansioso para me juntar aos meus novos colegas para continuar a missão de estabelecer e melhorar os padrões contábeis e educar as partes interessadas sobre como implementá-las com sucesso.
O primeiro mandato de Jones vai até meados de 2023, podendo ser novamente conduzido ao posto por mais três anos.
Fake News
Utilizo o vídeo do discurso feito por Nicolae Ceausescu na véspera do Natal nas minhas aulas de Economia da Informação. Um protesto realizado na cidade de Timisoara, na Romênia, no dia 17 de dezembro de 1989, foi atacado por tiros por pessoas ligadas ao governo comunista. Não se sabe quantos morreram, mas no dia seguinte, o ditador foi visitar o Irã, deixando a situação para ser resolvida por seus subordinados e sua espora. No dia 20, ao retornar à Romênia, Ceausescu encontrou um clima tenso e falou, para televisão estatal, que os eventos ocorridos em Timisoara era um interferência externa na Romênia. A imprensa não apresentava informação sobre os eventos e as pessoas começaram a sintonizar estações de rádios como Voz da América. No dia seguinte, dia 21, organiza-se uma "manifestação de apoio espontânea".
O discurso que Ceausescu fez neste dia passou para a história. Ele pode ser acompanhado abaixo:
O discurso ocorreu em Bucarest, na Praça da Revolução. As pessoas que estavam presentes receberam bandeiras da Romênia e fotografias de Ceausescu e sua esposa, Elena. A plateia era de 80 mil pessoas, que receberiam ordem de quando aplaudir e quando cantar. Na frente, membros do Partido Comunista, que agiam como animadores.
Aparentemente alguns tiros foram disparados. Os trabalhadores no fundo começaram a gritar: Ti - mi - soa - ra e alguns outros entoaram a palavra. Tentando silenciar a multidão, Ceausescu levanta a mão direita. Sua expressão de espanto mostrava que o ditador parecia não acreditar no que estava ocorrendo. Alguns começaram a deixar a praça; Ceausescu e Elena tentaram ordenar que as pessoas permanecessem sentadas. Para acalmar as pessoas, ele fala em aumento de salário e benefícios para as famílias. A fraqueza do regime estava exposta. O rei estava nu.
No Natal, Ceausescu e Elena foram capturados, julgados, condenados e fuzilados.
Gosto deste exemplo, pois é um exemplo do custo da supressão. Agora, fico sabendo que uma parte das notícias sobre Timisoara era uma farsa. Quando Ceausescu foi preso, o público fica sabendo da existência de corpos cobertos de mutilações atribuídas à polícia romena. No cemitério de Temisoara foram descobertos corpos, provas da repressão. Seriam mais de 60 mil mortos, número reduzido para menos de mil tempos depois.
Foi necessário esperar o mês de janeiro para que o balanço fosse avaliado e a mentira do cemitério fosse revelada: os cadáveres eram de pessoas mortas antes dos eventos e depois desenterradas.
Em 22 de dezembro, magistrados romenos e médicos legistas examinaram os cadáveres do cemitério e constataram que as mortes aconteceram muito antes do levante, explicou Balan à AFP. (...)
“A revolução romena também era um imaginário coletivo, um cenário, estávamos esperando por essas imagens, pois Ceausescu era um ditador sanguinário”, analisa o historiador e especialista em mídia Christian Delporte.
“Quando você quer acreditar em alguma coisa, encontra todas as razões para acreditar nela e a natureza onipresente dessa família Ceausescu aumentou a ideia de que tudo era possível”, observa Michel Castex.
Procurar furos, o espetacular, a pressão da concorrência: todos os ingredientes estavam lá para levar ao que a associação Repórteres Sem Fronteiras chamou de “um dos maiores enganos da história da mídia moderna”, que provocou danos à credibilidade da mídia.
O discurso que Ceausescu fez neste dia passou para a história. Ele pode ser acompanhado abaixo:
O discurso ocorreu em Bucarest, na Praça da Revolução. As pessoas que estavam presentes receberam bandeiras da Romênia e fotografias de Ceausescu e sua esposa, Elena. A plateia era de 80 mil pessoas, que receberiam ordem de quando aplaudir e quando cantar. Na frente, membros do Partido Comunista, que agiam como animadores.
Aparentemente alguns tiros foram disparados. Os trabalhadores no fundo começaram a gritar: Ti - mi - soa - ra e alguns outros entoaram a palavra. Tentando silenciar a multidão, Ceausescu levanta a mão direita. Sua expressão de espanto mostrava que o ditador parecia não acreditar no que estava ocorrendo. Alguns começaram a deixar a praça; Ceausescu e Elena tentaram ordenar que as pessoas permanecessem sentadas. Para acalmar as pessoas, ele fala em aumento de salário e benefícios para as famílias. A fraqueza do regime estava exposta. O rei estava nu.
No Natal, Ceausescu e Elena foram capturados, julgados, condenados e fuzilados.
Gosto deste exemplo, pois é um exemplo do custo da supressão. Agora, fico sabendo que uma parte das notícias sobre Timisoara era uma farsa. Quando Ceausescu foi preso, o público fica sabendo da existência de corpos cobertos de mutilações atribuídas à polícia romena. No cemitério de Temisoara foram descobertos corpos, provas da repressão. Seriam mais de 60 mil mortos, número reduzido para menos de mil tempos depois.
Foi necessário esperar o mês de janeiro para que o balanço fosse avaliado e a mentira do cemitério fosse revelada: os cadáveres eram de pessoas mortas antes dos eventos e depois desenterradas.
Em 22 de dezembro, magistrados romenos e médicos legistas examinaram os cadáveres do cemitério e constataram que as mortes aconteceram muito antes do levante, explicou Balan à AFP. (...)
“A revolução romena também era um imaginário coletivo, um cenário, estávamos esperando por essas imagens, pois Ceausescu era um ditador sanguinário”, analisa o historiador e especialista em mídia Christian Delporte.
“Quando você quer acreditar em alguma coisa, encontra todas as razões para acreditar nela e a natureza onipresente dessa família Ceausescu aumentou a ideia de que tudo era possível”, observa Michel Castex.
Procurar furos, o espetacular, a pressão da concorrência: todos os ingredientes estavam lá para levar ao que a associação Repórteres Sem Fronteiras chamou de “um dos maiores enganos da história da mídia moderna”, que provocou danos à credibilidade da mídia.
30 dezembro 2019
Desenvolvimento tecnológico na contabilidade
O texto a seguir foi publicado pelo El País com Susana Duran, que trabalha na Sage. O texto chama Susana de mãe dos robôs contábeis. No final ela lista apps que utiliza.
Las apps de la madre de los robots contables
Por
Patricia Coll Rubio
Susana Duran dirige el laboratorio encargado del desarrollo de tecnología puntera de Sage.
Recién recuperada del jet lag tras volver de Seattle (Estados Unidos), Susana Duran (Barcelona, 1975) dice que vuelve “sorprendida” de los últimos avances en inteligencia artificial de Microsoft y Amazon. Está explorando vías “de colaboración” con esos gigantes tecnológicos en nombre del Centro de Excelencia de Mobile Bots que dirige en Sage. “En lo que se está avanzando es en hacer la inteligencia artificial más humana y, a la vez, en automatizar tareas para ayudar a las personas. La cosa ya no va de robots sin sentimientos”, asegura la directiva de la multinacional especializada en soluciones de gestión empresarial.
Pone como ejemplo la aplicación Seeing AI de Microsoft, que emplea el reconocimiento facial y de vídeo para facilitar la vida de las personas invidentes. “Sustituye los sentidos humanos por la cámara, que te va diciendo dónde tienes que ir, lee por ti, te describe lo que ve la cámara de tu móvil… Lo que más me gustó es esta dimensión humana”, destaca. En Las Vegas presentó junto al director de tecnología global de Sage, Aaron Harris, “un nuevo asistente integrado” de contabilidad desarrollado por el laboratorio que lidera desde Barcelona.
El equipo de Duran está centrado en innovar en el ámbito de las aplicaciones móviles y los bots. “Nos dedicamos a gestionar todas estas soluciones tecnológicas de Sage y a analizar buenas prácticas de manejo de las mismas”, recuerda su directora. El nacimiento de este laboratorio surgió de una iniciativa de la propia Duran que, a los tres meses de aterrizar en la multinacional, propuso un proyecto de integración de la cartera de aplicaciones móviles de la compañía. “Presenté el problema, que era que cada país desarrollaba sus aplicaciones, y me ofrecí para empezar a trabajar en ello, así que me dieron un pequeño voto de confianza”, recuerda orgullosa.
La fe de la compañía en esta ingeniera barcelonesa se ha ido ampliando con el tiempo. Actualmente, además de dirigir el laboratorio de tecnología al que reportan ingenieros de toda la empresa, Sage la acaba de nombrar technical fellow, un título que las empresas tecnológicas conceden a los directivos que mejor representan a la compañía para que dediquen parte de su tiempo a asistir a eventos, a “evangelizar”. Es la única mujer de los cinco empleados de la multinacional con dicha distinción. “Por mirarlo desde el lado positivo, al menos hay una mujer”, puntualiza la directiva, que en sus ratos libres está comprometida en fomentar la participación de la mujer en el ámbito tecnológico. “Colaboro con Women in Mobile, una organización que tiene como objetivo visibilizar a la mujer a través de un evento anual paralelo al Mobile World Congress”, explica. “Aunque la concienciación por la igualdad de género va mejorando respecto a cuando yo empecé, en la mayoría de encuentros tecnológicos sigo siendo la única mujer”, lamenta. Por eso, cree que debe poner su granito de arena y empujar un poco, porque, de lo contrario, “las cosas no cambian solas”.
Para trabajar, relajarse y añadir un poco de magia a la realidad
1. LINKEDIN.- “Me permite mantenerme al día y contactar con conocidos y desconocidos”.
2. MAIL.- “Sin el correo electrónico desgraciadamente no se puede vivir. Mi teléfono dice que es la aplicación que más utilizo”.
3. SLACK.- “Estoy enganchada a la mensajería instantánea. Slack es la que utilizo para el trabajo, porque funciona muy bien para hacer preguntas rápidas”.
4. HEADSPACE.- “Esta aplicación de relajación tiene cursos y grupos de relajación en directo. También te ayuda a dormir contándote historias”.
5. WIZARDS UNITE.- “Me atrae la realidad aumentada porque es una manera de añadirle ciencia fi cción a la vida, en este caso, un poco de magia. Es un juego tipo Pokemon Go, pero de Harry Potter. Me gusta mucho, no solo porque me haya leído todos los libros de la saga, sino sobre todo porque aprecio que me haga moverme y que cambie en función de donde esté. Ideal para desconectar de la cruda realidad”.
6. SMASH HIT.- “Simplicidad y desconexión. Es un juego sencillo en el que has de romper cristales, estar atento, potenciar tus refl ejos. No necesita conexión.”
7. AMAZON GO- “La utilizo cuando estoy en San Francisco o Seattle, ya que de momento no está en muchas ciudades. La sensación de comprar en la tienda sin cajeros de Amazon es curiosa. La primera vez, para probar, cogí una lata de café con leche, me la metí en el bolso y salí. Sentí que estaba robando y me entraron dudas sobre si me habrían cobrado el producto o no. A los pocos segundos, recibí el recibo de compra. Está lleno de cámaras que no se ven, que te observan continuamente”.
8. EVERNOTE.- “Soy muy de libreta y al principio me daba apuro no utilizar dispositivos electrónicos. He descubierto esta aplicación que me permite tomar notas de forma ordenada y sincronizarlas en mis dos portátiles, mi móvil y mi tablet, en la que escribo mis notas a mano y dibujo esquemas”.
9. SAGE – CONTABILIDAD.- “Ayuda a autónomos y pequeñas empresas a llevar la contabilidad. La tengo para ser la primera en probar todo lo que hacemos”.
Fonte: El País
Las apps de la madre de los robots contables
Por
Patricia Coll Rubio
Susana Duran dirige el laboratorio encargado del desarrollo de tecnología puntera de Sage.
Recién recuperada del jet lag tras volver de Seattle (Estados Unidos), Susana Duran (Barcelona, 1975) dice que vuelve “sorprendida” de los últimos avances en inteligencia artificial de Microsoft y Amazon. Está explorando vías “de colaboración” con esos gigantes tecnológicos en nombre del Centro de Excelencia de Mobile Bots que dirige en Sage. “En lo que se está avanzando es en hacer la inteligencia artificial más humana y, a la vez, en automatizar tareas para ayudar a las personas. La cosa ya no va de robots sin sentimientos”, asegura la directiva de la multinacional especializada en soluciones de gestión empresarial.
Pone como ejemplo la aplicación Seeing AI de Microsoft, que emplea el reconocimiento facial y de vídeo para facilitar la vida de las personas invidentes. “Sustituye los sentidos humanos por la cámara, que te va diciendo dónde tienes que ir, lee por ti, te describe lo que ve la cámara de tu móvil… Lo que más me gustó es esta dimensión humana”, destaca. En Las Vegas presentó junto al director de tecnología global de Sage, Aaron Harris, “un nuevo asistente integrado” de contabilidad desarrollado por el laboratorio que lidera desde Barcelona.
El equipo de Duran está centrado en innovar en el ámbito de las aplicaciones móviles y los bots. “Nos dedicamos a gestionar todas estas soluciones tecnológicas de Sage y a analizar buenas prácticas de manejo de las mismas”, recuerda su directora. El nacimiento de este laboratorio surgió de una iniciativa de la propia Duran que, a los tres meses de aterrizar en la multinacional, propuso un proyecto de integración de la cartera de aplicaciones móviles de la compañía. “Presenté el problema, que era que cada país desarrollaba sus aplicaciones, y me ofrecí para empezar a trabajar en ello, así que me dieron un pequeño voto de confianza”, recuerda orgullosa.
La fe de la compañía en esta ingeniera barcelonesa se ha ido ampliando con el tiempo. Actualmente, además de dirigir el laboratorio de tecnología al que reportan ingenieros de toda la empresa, Sage la acaba de nombrar technical fellow, un título que las empresas tecnológicas conceden a los directivos que mejor representan a la compañía para que dediquen parte de su tiempo a asistir a eventos, a “evangelizar”. Es la única mujer de los cinco empleados de la multinacional con dicha distinción. “Por mirarlo desde el lado positivo, al menos hay una mujer”, puntualiza la directiva, que en sus ratos libres está comprometida en fomentar la participación de la mujer en el ámbito tecnológico. “Colaboro con Women in Mobile, una organización que tiene como objetivo visibilizar a la mujer a través de un evento anual paralelo al Mobile World Congress”, explica. “Aunque la concienciación por la igualdad de género va mejorando respecto a cuando yo empecé, en la mayoría de encuentros tecnológicos sigo siendo la única mujer”, lamenta. Por eso, cree que debe poner su granito de arena y empujar un poco, porque, de lo contrario, “las cosas no cambian solas”.
Para trabajar, relajarse y añadir un poco de magia a la realidad
1. LINKEDIN.- “Me permite mantenerme al día y contactar con conocidos y desconocidos”.
2. MAIL.- “Sin el correo electrónico desgraciadamente no se puede vivir. Mi teléfono dice que es la aplicación que más utilizo”.
3. SLACK.- “Estoy enganchada a la mensajería instantánea. Slack es la que utilizo para el trabajo, porque funciona muy bien para hacer preguntas rápidas”.
4. HEADSPACE.- “Esta aplicación de relajación tiene cursos y grupos de relajación en directo. También te ayuda a dormir contándote historias”.
5. WIZARDS UNITE.- “Me atrae la realidad aumentada porque es una manera de añadirle ciencia fi cción a la vida, en este caso, un poco de magia. Es un juego tipo Pokemon Go, pero de Harry Potter. Me gusta mucho, no solo porque me haya leído todos los libros de la saga, sino sobre todo porque aprecio que me haga moverme y que cambie en función de donde esté. Ideal para desconectar de la cruda realidad”.
6. SMASH HIT.- “Simplicidad y desconexión. Es un juego sencillo en el que has de romper cristales, estar atento, potenciar tus refl ejos. No necesita conexión.”
7. AMAZON GO- “La utilizo cuando estoy en San Francisco o Seattle, ya que de momento no está en muchas ciudades. La sensación de comprar en la tienda sin cajeros de Amazon es curiosa. La primera vez, para probar, cogí una lata de café con leche, me la metí en el bolso y salí. Sentí que estaba robando y me entraron dudas sobre si me habrían cobrado el producto o no. A los pocos segundos, recibí el recibo de compra. Está lleno de cámaras que no se ven, que te observan continuamente”.
8. EVERNOTE.- “Soy muy de libreta y al principio me daba apuro no utilizar dispositivos electrónicos. He descubierto esta aplicación que me permite tomar notas de forma ordenada y sincronizarlas en mis dos portátiles, mi móvil y mi tablet, en la que escribo mis notas a mano y dibujo esquemas”.
9. SAGE – CONTABILIDAD.- “Ayuda a autónomos y pequeñas empresas a llevar la contabilidad. La tengo para ser la primera en probar todo lo que hacemos”.
Fonte: El País
Aumenta o passivo da União
O governo federal viu disparar, nos últimos anos, o risco de perder ações na Justiça com impacto direto nos cofres públicos. As ações judiciais com risco de perda classificado como provável pela União cresceram quase oito vezes desde 2014 e somam R$ 634 bilhões neste ano. Há cinco anos, esse valor era de 81 bilhões.
Os dados fazem parte de um relatório do Tesouro Nacional que analisa os riscos fiscais para o governo federal, divulgado nesta sexta-feira. O documento avalia o risco de a União ter que gastar mais que o previsto no Orçamento por conta de demandas judiciais ou mesmo outros fatores.
O volume estimado de perda provável é bem maior que os R$ 403 bilhões que o governo considera provável receber dos devedores incluídos na dívida ativa da União.
O principal motivo para a disparada nos riscos da União foi a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que tirou o ICMS da base da cálculo do PIS e da Cofins. A perda, só nesse caso, está estimada em R$ 246 bilhões. O Supremo ainda vai definir a aplicação dessa decisão. Será preciso definir, por exemplo, se o governo precisará devolver dinheiro para quem pagou imposto a mais.
De 2014 até 2019, os processos contra a União cresceram no total 290%, passando de R$ 559 bilhões para R$ 2,1 trilhões. Nessa conta estão também processos que o governo classifica como perda “possível”.
Daquele montante, enquanto 71% (R$ 1,5 trilhão) se referem a ações de risco possível, 29% (R$ 634 bilhões) diz respeito a ações classificadas com risco de perda provável.
“O comportamento crescente dos valores de passivos contingentes relacionados às demandas judiciais contra a União revela a necessidade de uma especial atenção ao tema”, diz o texto.
Os efeitos orçamentários e financeiros das decisões só se darão no fim do julgamento, com o pagamento das dívidas pela União. Mas isso também tem crescido.
Enquanto em 2014 os pagamentos referentes as ações judiciais ficaram em R$ 19,8 bilhões, em 2018 chegaram a R$ 38,2 bilhões (crescimento de 93%), representando 2,8% de todas as despesas do governo federal. Em 2019, apenas até junho, atingiram R$ 31,6 bilhões, podendo fechar o exercício em R$ 42 bilhões. Para 2020, esse gasto pode chegar a R$ 53 bilhões.
“Considerando que os gastos decorrentes de ações judiciais são despesas primárias (ou seja, são valores que entram na contabilidade federal), a sua trajetória ascendente revela-se ameaçadora do equilíbrio fiscal brasileiro, impactando diretamente importantes parâmetros fiscais, como o teto de gastos e a própria meta de resultado primário”, destaca o relatório.
Fonte: Aqui
Os dados fazem parte de um relatório do Tesouro Nacional que analisa os riscos fiscais para o governo federal, divulgado nesta sexta-feira. O documento avalia o risco de a União ter que gastar mais que o previsto no Orçamento por conta de demandas judiciais ou mesmo outros fatores.
O volume estimado de perda provável é bem maior que os R$ 403 bilhões que o governo considera provável receber dos devedores incluídos na dívida ativa da União.
O principal motivo para a disparada nos riscos da União foi a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que tirou o ICMS da base da cálculo do PIS e da Cofins. A perda, só nesse caso, está estimada em R$ 246 bilhões. O Supremo ainda vai definir a aplicação dessa decisão. Será preciso definir, por exemplo, se o governo precisará devolver dinheiro para quem pagou imposto a mais.
De 2014 até 2019, os processos contra a União cresceram no total 290%, passando de R$ 559 bilhões para R$ 2,1 trilhões. Nessa conta estão também processos que o governo classifica como perda “possível”.
Daquele montante, enquanto 71% (R$ 1,5 trilhão) se referem a ações de risco possível, 29% (R$ 634 bilhões) diz respeito a ações classificadas com risco de perda provável.
“O comportamento crescente dos valores de passivos contingentes relacionados às demandas judiciais contra a União revela a necessidade de uma especial atenção ao tema”, diz o texto.
Os efeitos orçamentários e financeiros das decisões só se darão no fim do julgamento, com o pagamento das dívidas pela União. Mas isso também tem crescido.
Enquanto em 2014 os pagamentos referentes as ações judiciais ficaram em R$ 19,8 bilhões, em 2018 chegaram a R$ 38,2 bilhões (crescimento de 93%), representando 2,8% de todas as despesas do governo federal. Em 2019, apenas até junho, atingiram R$ 31,6 bilhões, podendo fechar o exercício em R$ 42 bilhões. Para 2020, esse gasto pode chegar a R$ 53 bilhões.
“Considerando que os gastos decorrentes de ações judiciais são despesas primárias (ou seja, são valores que entram na contabilidade federal), a sua trajetória ascendente revela-se ameaçadora do equilíbrio fiscal brasileiro, impactando diretamente importantes parâmetros fiscais, como o teto de gastos e a própria meta de resultado primário”, destaca o relatório.
Fonte: Aqui
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