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17 março 2019

História da Contabilidade: Wedgwood

Wedgwood, nascido em 1730 e falecido em 1795, é conhecido pela sua contribuição para fabricação de cerâmica. Mas sua contribuição foi muito mais ampla. Wedgwood é considerado como criador do marketing moderno, incluindo a mala direta, garantia de devolução do dinheiro, entrega gratuita, atendimento ao cliente na língua nativa, catálogos com os produtos, entre outras “invenções”.

Mas Wedgwood teve uma importante contribuição histórica para contabilidade gerencial. Ele calculava o custo das máquinas, do trabalho, dos materiais e das vendas. Quando ele fez estes progressos, a contabilidade ainda era “mercantil”, originária de Pacioli e outros autores originários do comércio. Este tipo de contabilidade não era útil para o novo setor que estava surgindo, com a fábrica demandava uma contabilidade mais evoluída, mensurando os custos de produção. Mais do que isto, ele calculava a depreciação e até o juros do capital.

A época de Wedgood é também a época de Watt, que sabia que a contabilidade era uma vantagem competitiva. Watt, um inventor conterrâneo do mestre da cerâmica, entendeu que os métodos contábeis poderiam ser um segredo industrial. Mas Wedgood não somente calculava seus custos; ele usava as informações para ter uma posição competitiva melhor que seus concorrentes. Se sabia os custos de produção, Wedgood também conhecia que o trabalho infantil era mais barato e mais eficiente. Em lugar de pagar por dia, ele adotou o pagamento por peça. Ele entendia que a qualidade da contabilidade não dependia somente do cálculo dos custos, mas também o trabalho do auditor, que poderia tornar os números contábeis mais confiáveis.

Se Datini foi o caso prático de aplicação da contabilidade mercantil, Wedgood é a essência da aplicação da contabilidade gerencial. Com esta, ele conseguia produzir cerâmicas caras para nobreza e produtos acessíveis para aqueles que queriam seus produtos, mas que talvez não tivessem dinheiro se o preço não fosse baixo.

Para ler mais: O capítulo 8 do livro The Reckoning, de Jacob Soll, é um bom começo para termos uma dimensão da importância de Wedgood para contabilidade gerencial.

Caplan, segundo Demo

Pedro Demo publica um longo comentário do livro de Caplan, que já fizemos uma resenha e recomendamos. O comentário de Demo pode ser acesso aqui e colocamos a conclusão abaixo:

É provocativamente ousada a proposta de Caplan, embora, olhando mais de perto, exale o contexto do mercado por todos os poros. Isto não admira em contexto americano, porque educação sempre foi vista – cruamente – como serva do mercado. A relação assumida é dura e reta: avalia-se o que educação traz para o mercado; não se fala de “formação”, cidadania, convivência, a não ser quando empregadores veem nisso algum benefício para a empresa. Podemos acentuar consciência, elegância, comunicação, mas o que vale é a empregabilidade, que fica por conta do empregado – a empresa não tem nenhum compromisso. Sob este ângulo, a maior parte do que se faz na escola/faculdade é olimpicamente inútil. Entretanto, Caplan deixa de lado que o próprio mercado tem preferido graduados com formação geral mais visível, que a seleção é feita em entrevista para ver se o candidato tem projeto de vida interessante, mostra maturidade, sabe argumentar e expressar-se... Embora a indicação de “espírito crítico” seja uma farsa escabrosa, porque totalmente unilateral, indica, a seu jeito, que formação ampla é trunfo importante. Mas, como autores mais diretos e críticos constatam, a maior qualidade é conformidade inteligente!

Caplan descasca a inutilidade dos conteúdos – muitos são inventados e apenas enchem a cabeça. Mas há outra inutilidade: ficar na escola para não aprender nada, anos a fio, saindo, por exemplo, sem saber matemática ou sem redigir uma página. O exagero da hipótese tem finalidade provocativa, instigadora, e dificilmente “prova” que educação é apenas sinalização. Mas é muito interessante esta perspectiva, iluminando muito da relação empregador/empregado – uma encenação ostensiva, onde a aparência vale mais que qualquer realidade.

Palestra

Análise de grande volume de dados de gasto público para identificação de corrupção - oportunidades para agendas de pesquisa

O Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis da Universidade de Brasília (PPGCont/UnB) convida a comunidade acadêmica para a Aula Inaugural do 1.º período letivo de 2019, a ser ministrada pelo Prof. Me. Rafael Antonio Braem Velasco, da FGV-RJ, no dia 18 de março de 2019, a partir das 14 horas, no Auditório Azul (subsolo) da FACE (Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Gestão de Políticas Públicas), na Universidade de Brasília. O referido docente participou da equipe da força-tarefa da Lava-jato e da 4.ª edição do Congresso UnB de Contabilidade e Governança (CCGUnB), ocorrido em novembro de 2018.

Rir é o melhor remédio


16 março 2019

Spread Bancário por País

O Brasil só perde para Madagascar


Análise custo e benefício


Lendo John Kay aprendo a origem da análise custo e benefício. Ao comentar sobre o novo livro de Cass Sunstein, que enaltece a análise, Kay acrescenta:

Não foi uma revolução [a análise] de custo-benefício, que começou na Grã-Bretanha, na década de 1960. A análise de custo-benefício em todo o mundo ainda segue um modelo estabelecido pela primeira vez em um estudo de 1962 de Michael Beesley e Christopher Foster [citado somente 215 vezes no Google Acadêmico], que estudou a construção da linha Victoria em Londres. Eles demonstraram que, embora a linha gerasse pouca receita adicional, o valor criado em economia de tempo e redução do congestionamento acima e abaixo do solo excedia em muito os custos. Cinquenta anos depois, não pode haver dúvida de que eles estavam certos. O custo total de menos de 100 milhões de libras, equivalente a pouco mais de 1 bilhão de libras esterlinas, parece um preço muito baixo para o que hoje é parte indispensável da infraestrutura de transporte da capital.

Mais uma regra para as finanças pessoais

Tanza Loudenback escreve sobre um regra que não conhecia:

Há uma regra geral que a maioria dos especialistas em finanças recomenda: se você puder pagar, atribua 20% a 30% de sua renda para poupanças e saldando dívidas

Já tinha visto uma regra de você ter uma economia para eventualidades que corresponderia a 6 meses de seu salário. Você pode explicar esta regra imaginando uma pessoa que fica desempregado e precisa de um prazo de um ano para recolocação no mercado de trabalho. Com uma economia de 6 meses de salário e fazendo corte nas despesas é possível sobreviver até achar uma nova fonte de renda.

A regra apresentada por Loudenback naturalmente depende dos seus objetivos pessoais. Se você pretende comprar um automóvel, economizar 20% pode ajudar, mas é necessário levar em consideração o preço do carro, o valor do seu salário e quando você quer ter um automóvel. Ou seja, talvez esta regra não seja tão infalível. Mas a vantagens de regras como esta em finanças pessoais é permitir que uma pessoa comum possa ter uma "meta" para conseguir atingir seus objetivos pessoais. Não são regras "científicas", mas podem funcionar.

Guerra e Paz

Um texto do Business Insider  mostra a amizade e a briga entre as quatro grandes empresas de tecnologia: Amazon, Apple, Facebook e Google. Recentemente, a Apple descobriu que o Facebook estava abusando as regras dos aplicativos e resolveu “punir” a empresa. Mas logo depois, soube que o Google também estava fazendo a mesma coisa. Só que a Apple recebe bilhões do Google para ser o default de busca padrão dos aparelhos da empresa. E outros fatos são apresentados.

Ou seja, era uma vez um tempo onde a Amazon vendia livros, a Apple hardware, Google era mecanismo de busca e Facebook uma rede social. Hoje, Google e Amazon competem na computação em nuvem, por exemplo. Entre os quatros, a relação entre Facebook e Amazon seja a mais fraca. Mas isto pode mudar.  No passado, o CEO do Google fazia parte do conselho de administração da Apple; hoje não mais.

Conclusão : A tensão provavelmente supera a cooperação, especialmente porque cada uma das quatro empresas procura convencer os reguladores de que os outros precisam de controle. As interdependências não desaparecerão, portanto, esperem mais escaramuças 

Contabilidade difícil

Em uma entrevista para a Exame, o consultor Claudio Galeazzi fala sobre a experiência com reestruturação de empresas. Segundo a revista, ele atuou em empresas como Grupo Pão de Açúcar, BRF, Vila Romana e Vulcabras. Na entrevista, uma pergunta foi: Quais costumam ser os entraves aos processos de reestruturação?

Galeazzi cita vários entraves. Uma frase chama a atenção. Vamos a resposta:

É muito comum os donos passarem por uma fase de negação. Eles não têm a dimensão exata do problema, até porque, geralmente, eles próprios criaram a empresa e semearam seu crescimento. Há também muito ego e vaidade envolvidos. É comum, ainda, o presidente não ter acesso direto à contabilidade, que costuma ser difícil de destrinchar. Além disso, em certos casos, é preciso afastar da gestão alguns executivos próximos ao empresário que não estão mais contribuindo da forma desejada para o crescimento da empresa. São ações muitas vezes problemáticas, que enfrentam resistência.


(Grifo do blog) O texto dá a impressão que o presidente de uma empresa não tem acesso à contabilidade pelo fato dela ser difícil. E como a pergunta é sobre “entraves”, parece culpar a contabilidade pelo problema.

Rir é o melhor remédio


15 março 2019

Tradução e Comércio Internacional


Um dos requisitos para uma transação comercial é que as partes se comuniquem. É muito difícil para um consumidor comprar um produto de uma pessoa que só se expressa em uma linguagem que ele não entende. Assim, a comunicação pode ser uma barreira para as transações comerciais.

Nos últimos anos, no entanto, surgiram diferentes tecnologias que facilitam o entendimento entre duas partes que não conhecem a língua do outro. Uma lembrança óbvia é o Translate, do Google, mas existe muitas alternativas que tornam possível que uma pessoa que só conhece o português possa se comunicar com outra que não sabe nada da língua portuguesa. Esta tecnologia é possível graças ao computador e aos softwares de inteligência artificial que estão cada vez melhores.

Obviamente que podemos esperar que a introdução desta tecnologia deve afetar a vida das pessoas e ter efeitos econômicos. Com um celular eu posso digitar “Eu quero um copo de cerveja” para um dono de um bar na França, que não sabe português, e ele compreender. Assim, o software permitiu a realização desta transação.

Uma pesquisa divulgada no ano passado mostrou que realmente isto ocorre na prática e conseguiu mensurar o efeito do “translate” no comércio internacional. Usando plataformas digitais, os pesquisadores perceberam que a introdução de um sistema de “translate” aumentou significativamente o comércio. Os pesquisadores encontraram inclusive um valor: 17,5%. Eles usaram o eBay e analisaram as transações entre os Estados Unidos e países da América Latina que falavam espanhol.

Para certificar se os achados eram coerentes, os pesquisadores usaram dois testes adicionais. Um deles foi a análise da exportação dos EUA para o Brasil. O resultado persistiu nestes testes adicionais. Os autores verificaram que a presença do sistema de tradução reduzia o custo de pesquisa.

Fonte: Brynjolfsson, Erik et al. Does Machine Translation Affect International Trade? NBER Working Paper 24917, Ago 2018

Os melhores cursos de contabilidade no Brasil

Recebemos uma pergunta no twitter e com isso achamos válido atualizar a lista com os melhores cursos de contabilidade no Brasil. Segundo o Guia do Estudante, os melhores cursos estão no sudeste, única região com avaliações de 5 estrelas.


As instituições com 4 estrelas podem ser conferidas: aqui.

Sorteio: kit com mochila, livros e canetas

Estamos fazendo um sorteio lá no nosso Instagram, em uma parceria com a editora SaraivaUni:




Uma publicação compartilhada por Blog Contabilidade Financeira (@contabilidadefinanceira) em

Idade e Namoro

No livro Dataclisma, C Rudder apresenta o seguinte gráfico:
Na coluna, a idade do homem que participa de uma rede de namoro. Em vermelho, a idade "preferida" da idade de cada mulher. Observe o primeiro número em vermelho, no alto. Ele indica que homens com vinte anos de idade preferem mulheres com 20 anos. O segundo número mostra que homens com 21 anos de idade gostam mais de parceiras com 20 anos e assim por diante. Rudder usa o gráfico para mostrar que os homens, em sites de namoro, optam por mulheres jovens.

Eu me lembrei deste gráfico quando vi este outro:
Na linha vermelha, a idade de Leonardo diCaprio. Obviamente é uma linha reta inclinada. E nas barras, a idade das namoradas dele, começando por Gisele Buntchen. Uma imagem vale mais que mil palavras.

Compra de vagas nos EUA


  • Nesta semana diversas pessoas foram presas nos EUA envolvidas na "compra" de vagas em universidades de elite
  • As pessoas eram ricas e/ou famosas
  • Mostramos um pequeno aspecto contábil do fato

Um escândalo no processo seletivo em universidades dos EUA mostrou pais ricos usando seu dinheiro para comprar vagas. Isto acontecia através dos departamentos de atletismo das universidades.

Um artigo interessante de Marc Bain lembra que o que estava em jogo não era a educação de pessoas, mas o “reconhecimento da marca”. O caso mais de Olivia Jade Giannulli, filha da atriz Lori Loughlin e do estilista Mossimo Giannulli, é interessante. Olivia queria ser influenciadora digital, não estudar. Ela gravou um vídeo em que dizia não saber onde iria estudar, mas queria “acontecer”. Afirmava: “não me importo com a escola, como todos vocês sabem”


(Na foto, Olivia, que fazia propaganda da Amazon, fala do seu dormitório da universidade)

Provavelmente muito dos acusados não imaginava que seriam pegos em uma investigação como esta. E talvez reflita a opinião que os estadunidenses possuem do seu sistema de ensino.

E a contabilidade? No meio do escândalo, encontrei um aspecto contábil. Um dos acusados, John B. Wilson era chefe do comitê de auditoria do Franklin Templeton, uma empresa de investimento. Wilson foi retirado do comitê de auditoria, conforme comunicação da empresa. Wilson também é presidente e CEO da Hyannis Port Capital, uma empresa de investimento. Afinal, não fica bem um comitê de auditoria ser presidido por uma pessoa envolvida em um escândalo deste tipo.

Código de ética 2


  • O Valor Econômico informa que a empresa Contabilizei entrou no CADE contra o Código de Ética recentemente promulgado pelo CFC
  • Ao contrário que dá a entender a reportagem do jornal, não existe nada no Código que fale da divulgação de preços de serviços na internet


Conforme postamos, o Conselho Federal de Contabilidade aprovou um novo código de ética em fevereiro.

Na quarta, o jornal Valor Econômico apresentou um texto sobre a contestação de uma empresa de contabilidade a um aspecto deste código. Trata-se da empresa Contabilizei, especializada em contabilidade de pequenas e médias empresas, que resolveu contestar no Cade, a entidade que regula as situações de abuso do direito econômico. A empresa deseja divulgar os preços dos serviços através da internet. O Código não fala em “preço” em nenhum dos seus 25 itens (e inúmeros subitens), mas em

ser solidário com os movimentos de defesa da dignidade profissional, seja defendendo remuneração condigna

Mais ainda no Código temos:

A publicidade, em qualquer modalidade ou veículo de comunicação, dos serviços contábeis, deve primar pela sua natureza técnica e científica, sendo vedada a prática da mercantilização
A publicidade dos serviços contábeis deve ter caráter meramente informativo, ser moderada e discreta

e

É vedado efetuar ações publicitárias ou manifestações que denigram a reputação da ciência contábil, da profissão ou dos colegas, entre as quais: (a)fazer afirmações desproporcionais sobre os serviços que oferece, sua capacitação ou sobre a experiência que possui; (b)fazer comparações depreciativas entre o seu trabalho e o de outros; e (c)desenvolver ações comerciais que iludam a boa-fé de terceiros.

Lendo estas artigos fica difícil imaginar que estamos falando da divulgação de preços de serviços na internet. Mas a jornalista afirma:

O CFC determinou, no Código de Ética Profissional do Contador (CEPC) que as empresas que atuam com serviços contábeis devem primar pela natureza técnica e científica e, com isso, não poderiam impor preços no mercado da economia digital.

A empresa Contabilizei afirma, segundo o jornal, que a não divulgação pode prejudicar a comercialização dos serviços, inclusive com preços mais baixos. Segundo o jornal:

O Código aponta que “é vedado anunciar, em qualquer modalidade ou veículo de comunicação, o valor dos serviços ou de pacotes de serviços, uma vez que o valor dos serviços profissionais deve levar em conta, mediante análise individual, a relevância, o vulto, a complexidade, a dificuldade, o tempo despendido e outros elementos que irão compor o valor”.

Eu não localizei este trecho no código de ética. Na realidade, não encontrei em lugar nenhum, exceto na reportagem do Valor. Segundo a reportagem haveria problemas no código com respeito a limitação da concorrência. Novamente, não encontro isto no código.

(Ao reler o código de ética notei que é para Contador. Ou seja, não abrange 170 mil profissionais técnicos. Então, estes profissionais não precisam cumprir um Código de ética?)

(Basile, Juliano. Contabilizei vai ao Cade para publicar preços na internet. Valor, 13 de março de 2019. B8)

Rir é o melhor remédio


14 março 2019

O outro lado do burnout



O vídeo é bem legalzinho e fala sobre a síndrome de burnout, ou síndrome do esgotamento emocional. Há legendas em inglês.

Estudo de evento de lucros contábeis: uma medida robusta


Resumo:

Event studies of market efficiency measure earnings surprises using the consensus error (CE), given as actual earnings minus the average professional forecast. If a subset of forecasts can be biased, the ideal but difficult to estimate parameter‐dependent alternative to CE is a nonlinear filter of individual errors that adjusts for bias. We show that CE is a poor parameter‐free approximation of this ideal measure. The fraction of misses on the same side (FOM), which discards the magnitude of misses, offers a far better approximation. FOM performs particularly well against CE in predicting the returns of U.S. stocks, where bias is potentially large.

Chiang, Chin-Han and Dai, Wei and Fan, Jianqing and Hong, Harrison G. and Tu, Jun, Robust Measures of Earnings Surprises (May 3, 2016). Journal of Finance, Forthcoming. 


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Pressão contra o GAFI


  • Na sexta-feira, a União Européia rejeitou uma lista de países identificados com lavagem de dinheiro e/ou financiamento do terrorismo
  • Houve uma pressão para esta rejeição
  • Segundo a professora Julia Morse, este tipo de lista funciona

Na sexta-feira passada, os países da União Européia rejeitaram uma lista de países identificados com lavagem de dinheiro e/ou financiamento do terrorismo. Esta lista incluía Irã, Coréia do Norte, Panamá, alguns territórios dos EUA e Arábia Saudita.

Por meio do Grupo de Ação Financeira (GAFI), uma entidade intergovernamental com 38 membros (Brasil inclusive), alguns países estão tentando estabelecer um listagem para forçar alguns países a mudar o comportamento. Eis uma opinião interessante:

Isso dá aos países incentivos para agir rapidamente para mudar as leis e sair da lista. Na minha pesquisa , mostro que a lista negra do GAFI está correlacionada com mudanças significativas nas políticas. Dos mais de 60 países listados desde 2010, mais de 75% restringiram substancialmente suas leis e regulamentações no combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo.

Então, por que os países da UE rejeitaram o plano da comissão? A lista negra da Comissão Europeia foi controversa por várias razões. (...) Mas o maior problema era diplomático. Desde que a comissão anunciou uma lista preliminar em janeiro, a Arábia Saudita tem pressionado membros da UE e ameaçando cancelar contratos lucrativos com alguns países europeus. (...)

Como a lista negra é eficaz, adicionar um país à lista pode ter consequências financeiras imediatas. É por isso que, poucas horas após o anúncio da comissão em fevereiro, o Departamento do Tesouro dos EUA aconselhou os bancos americanos a ignorar a lista. Depois os Estados Unidos se uniram à Arábia Saudita e ao Panamá, fazendo lobby junto aos membros da UE, o fim da lista negra estava praticamente garantido.