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06 agosto 2015

Petrobras

A empresa Petrobras acabou de divulgar – parcialmente – seu resultado do primeiro semestre de 2015. A informação mais aguardada mostra que a empresa teve quase 6 bilhões em lucro. Parece muito, mas quando se compara com o mesmo período do ano anterior, o resultado é 43% menor. Segundo a empresa as causas da redução do lucro líquido é o aumento das despesas financeiras e o reconhecimento de uma despesa tributária com o IOF.

O esforço da atual gestão em melhorar o resultado, com o aumento na margem de comercialização de derivados, parece que não surtiu efeito. É interessante notar que a empresa não deu o devido destaque ao resultado líquido do trimestre: 0,5 bilhão. Os problemas da empresa também tiveram reflexo na redução dos investimentos e no aumento do endividamento.

Finalmente, a única menção a Lava Jato é o fato da empresa ter recebido 157 milhões de reais de valores repatriados.

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

Melhoria na Evidenciação

O Financial Executives Research Foundation (ferf) e empresa de auditoria EY estão conduzindo uma pesquisa, que pode ser respondida aqui, sobre as iniciativas que as empresas estão fazendo para melhorar as demonstrações. A pesquisa iniciou no dia 10 de julho e já apresenta alguns resultados interessantes, parcialmente divulgados aqui

Os respondentes indicaram que existe um esforço no sentido de melhorar as informações. A figura apresenta alguns destes resultados.Observe o destaque para três pontos: redução de informações desatualizadas, redução de redundâncias e de informação pouco expressiva. Também é interessante notar que 31% das empresas estão trabalhando na redução das narrativas; em seu lugar, mais figuras.

Links

Governo dos EUA reembolsou o astronauta Aldrin em $33 dólares por "despesas de viagem" (e ele teve que declarar a alfândega o que trouxe do espaço)

Imagens do Bigfoot e da Terra e da Lua no espaço

Ensino de contabilidade: tecnologia e concepções

Fotos premiadas do National Geographic (ao lado o primeiro lugar !!)

Recessão produz bons professores

05 agosto 2015

Rir é o melhor remédio

Adaptado: Aqui

Cenário Econômico Brasileiro e as Demonstrações Contábeis

No momento em que o Brasil enfrenta uma recessão na economia, com aumento no desemprego, redução na taxa de crescimento e perspectivas sombrias sobre sua nota de crédito seria bom verificar como isto está aparecendo nas demonstrações contábeis. É sabido que o ambiente econômico influencia pesadamente no desempenho das empresas. Como estas podem usar o relatório de administração para informar estes efeitos, fizemos uma breve pesquisa neste documento de diversas entidades que recentemente divulgaram seus resultados para saber como a crise chegou às empresas brasileiras.

A escolha do Relatório de Administração é proposital. Neste documento a gestão da empresa tem uma liberdade para expor suas opiniões e apresentar fatos que não estão contemplados nas informações trimestrais tradicionais. Na década de oitenta do século passado, Salvador Arena, um italiano que fundou e dirigiu a empresa Termomecânica, ficou conhecido pelos comentários que assinava e divulgava juntamente com as demonstrações da sua empresa. A sinceridade de Arena é uma grande exceção num mundo onde as empresas, e os gestores, preferem não adotar uma postura de pretensa neutralidade ou omissão.

Na pesquisa que fizemos muitas das empresas não apresentaram o relatório de administração. Isto, obviamente, é uma praxe do setor, já que as empresas preferem guardar seu fôlego para o relatório anual. Outras empresas também limitaram a divulgar os dados numéricos sobre a realidade da economia, como foi o caso do Laboratório Fleury. Esta empresa apresentou as projeções do PIB, baseada na pesquisa Focus do Banco Central, e uma projeção da inflação, tendo como base os valores acumulados de doze meses. Isto também foi a atitude do Santander, que desfilou diversos índices econômicos. Outras empresas foram sintéticas na análise, como foi o caso da Multiplan, que escreveu sobre o “frágil ambiente econômico”. A BRF associou o momento econômico ao desempenho da empresa, ao afirmar que terminou o primeiro semestre bem, mesmo com o “momento adverso e igualmente desafiador”. Mais adiante a empresa comentou sobre a desaceleração do consumo, aumento da taxa de juros, inflação e desemprego, sem entrar em detalhes. O mesmo cenário desafiador fazia parte das demonstrações da Ambev.

Mas existem as exceções. O Bradesco, depois de três parágrafos referentes à economia internacional, afirma, na demonstração recém-divulgada, que ocorreu “avanços na reorientação da política econômica”. Depois de diversas frases, o Bradesco mostra-se otimista ao afirmar que “mantém uma visão positiva em relação ao País, vislumbrando perspectivas favoráveis nos segmentos em que [o Bradesco] atua”. O otimismo do Bradesco inclui uma projeção de crescimento no crédito a taxas e risco sustentáveis, com inadimplência controlada. Para quem tem feito diversos empréstimos à Petrobras, a análise do Bradesco é até coerente.

Talvez a empresa mais pessimista seja a Souza Cruz. Diante da elevada carga tributária, redução do consumo do seu principal produto, o cigarro, e o elevado contrabando, a empresa aproveitou o Relatório de Administração para ressaltar o baixo desempenho da economia brasileira, informando que “o cenário econômico é mais negativo do que era esperado no início do ano”. Mesmo quando apresenta dados, a empresa é pessimista: “dados recentes do Instituto Nielsen apontam que o índice de confiança do consumidor brasileiro é o mais baixo desde 2009. Neste contexto, o cenário de negócio tem se mostrado extremamente desafiador para as indústrias de consumo no país.”

Mas será que devemos esperar de uma empresa uma posição sobre a crise econômica? Um argumento contra uma postura mais clara sobre a crise é que esta posição é do gestor, que não deve ser confundido com os outros participantes da empresa. Além disto, num ambiente de negócios, a ambiguidade, ou a imparcialidade, pode ser útil, numa economia onde o Estado possui uma grande participação no financiamento das empresas, por exemplo. Falar que o governo não consegue dar conta da economia pode despertar a ira de burocratas, mesmo numa democracia. Ou de parceiros, que podem não concordar com a posição da empresa. E como uma empresa é um conjunto de pessoas, talvez não exista um “consenso interno” na sua posição. Finalmente, a contabilidade sempre passou uma imagem de tecnicidade, que pode significar, para alguns, imparcialidade. Em outras palavras, a contabilidade deveria ficar longe do jogo da política.

Entretanto, o posicionamento da empresa diante do cenário da economia é uma informação útil. Saber que uma empresa está confiante no futuro, como é o caso do Bradesco, pode ser importante na projeção dos investimentos, por exemplo. Além disto, no jogo dos altos e baixos da economia, e da política também, saber a posição da empresa pode ser importante. Mesmo que a empresa apoie claramente, até com dinheiro, um governo, isto deveria ser evidenciado.

Os argumentos favoráveis e contrários ao posicionamento da empresa mostra que este é um assunto que merece mais reflexão. Vamos começar?

Links

Clima: o que sabemos, o que não sabemos e o que não sabemos que não sabemos

Letras que você deve usar no e-mail (Georgia e Verdana) e que você não deve usar (Arial e Helvética)

Algoritmo tenta identificar as pinturas mais criativas

Acordo comercial com a África atrasa por 205 erros de tradução (Valor) (ou aqui)

Imposto sobre refrigerantes funciona: evidência México

Edital do Mestrado e Doutorado

Estão abertas as inscrições para o mestrado e doutorado em contabilidade da Universidade de Brasília. O edital do doutorado encontra-se aqui e do mestrado aqui. São 10 vagas para o doutorado e 17 para o mestrado.

04 agosto 2015

Rir é o melhor remédio

Seu orçamento da viagem: passagem, hotel, alimentação e alimentação no aeroporto.

Fatos sobre a crise da dívida em Porto Rico



On August 3rd, the island of Puerto Rico officially went into default on its $72 billion in debt. The announcement is the culmination of several years of economic woes, but the island's debt has now become an urgent problem for the US territory — and therefore, for the US.


The problem is especially tricky because US bankruptcy laws don't allow government institutions in Puerto Rico to declare bankruptcy, as those in US states can. US policy did a lot to create the problem, and people on both sides of the debate — Puerto Ricans and the creditors who own their bonds — are Americans.

The worst news: The island's fate is in the hands of Congress.

1) Puerto Rico is sinking under $72 billion in debt

2) Puerto Rico's economy has been struggling since 2006, when the federal government stopped offering business incentives

3) People kept buying Puerto Rican bonds because of a quirk in the tax code


4) Hundreds of thousands of Puerto Ricans moved to the mainland, worsening the economic crunch


5) Puerto Rico is caught in a "death spiral" of emigration, tax hikes, and benefits cuts


6) An obscure federal law from 1920 makes everything more expensive


7) It's not just the central government that owes money — it's also utilities and other public corporations


8) Puerto Rico can't declare bankruptcy. Neither can its cities or utilities.



9) Democrats are pushing to allow limited bankruptcy; Republicans say it isn't enough


10) Creditors argue that changing the bankruptcy laws is unfair


11) But if nothing changes, Puerto Rico is looking at a slow, rolling fiscal disaster

Fonte: aqui

Toshiba

A Reuters informou que a filial japonesa da Ernst Young está fazendo uma investigação interna em razão dos problemas com a auditoria da Toshiba. Recentemente a empresa japonesa de produtos eletrônicos comunicou que seus resultados estavam superestimados. Ainda segundo a Reuters, a EY constituiu uma equipe de 20 pessoas para a investigação. A mesma EY era a auditora da Olympus, que em 2011 esteve envolvida numa fraude contábil.

A entidade de regulação contábil do Japão, a Japan Institute of Certified Public Accountants, também está fazendo uma investigação do ocorrido na Toshiba.

Curso de Contabilidade Básica Despesa com Professor

Este texto nasceu de uma reportagem publicada no jornal Estado de S Paulo com o título “Receita de universidade privada cresce; peso do gasto com professor diminui”. O título é um bom resumo do conteúdo do texto. Um dos parágrafos afirma:

A Kroton, por exemplo, gastou no ano passado 29% da sua receita com professores – em 2010 esse percentual era de 52%

Com base nesta afirmação, nós decidimos verificar a veracidade dos dados. E fomos atrás das demonstrações contábeis da Kroton disponíveis na internet. No início da frase temos que a empresa “gastou”. Isto significa dizer que esta informação estaria disponível na Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC), local onde se encontra as entradas e desembolsos da empresa. Entretanto, a DFC da empresa é pelo método indireto. Logo, não é possível obter esta informação. Mas como a imprensa muitas vezes confunde “gasto” com “despesa”, nós vamos observar a Demonstração do Resultado com mais detalhe. Um extrato encontra-se a seguir:
Observe que a informação não detalha o “gasto com professor”, apesar de ter informação sobre despesas gerais de administrativas e custos dos serviços prestados. A nota 32 faz um detalhamento da estrutura de custos e despesas da empresa:

O montante de salários e encargos sociais é de R$1,4 bilhão. Como a receita da empresa foi de 3,8 bilhões, isto representa 37%, um valor bem superior ao informado na reportagem. Mas aqui tem um aspecto importante: estão contemplados nos “salários e encargos sociais” todos os valores, incluindo o de professor. De qualquer forma, esta parcela representa 52% da estrutura dos custos da empresa.

Fomos buscar mais informação mais informação na Demonstração do Valor Adicionado. Esta demonstração apresenta a distribuição da riqueza gerada na empresa, incluindo os salários pagos. Eis um resumo da DVA da empresa:

Ou seja, a empresa “distribuiu” 1,047 bilhão da receita gerada em remuneração direta ao pessoal ou 27%. Novamente, este valor está superestimado já que contempla todas as remunerações de todas as pessoas que trabalham na empresa.

Assim, temos quatro formas de calcular o “gasto com professor” da empresa. Primeira, pela DFC, se a mesma fosse apresentada pelo método direto, o que não é verdadeiro. Segundo, pelas despesas e custos da DRE. Só conseguimos obter esta informação através da nota explicativa da empresa e chegamos a um valor de 37%, percentual este superestimado já que inclui todas as pessoas que trabalham na empresa. Terceiro, pela DVA, com o mesmo problema do método anterior, onde chegamos a 27%.

Como o texto do jornal afirma que o peso do gasto diminuiu, vamos calcular os valores acima para o exercício de 2010:

Método 1 = A DFC é pelo método indireto, que inviabiliza o cálculo
Método 2 = Não é possível calcular, já que a empresa não fez esta evidenciação em 2010. Mas usando os dados de 2011 temos que o valor é de R$328 milhões para uma receita de 711 ou 46%
Método 3 = Usando a DVA temos R$328 milhões por 586 milhões ou 56%.

Conclusão: Não podemos afirmar categoricamente que o “gasto com professor” diminuiu já que os dados não estão segregados desta forma. Mas tudo leva a crer que o texto tem razão já que os valores que mais se aproximam dos calculados pelo texto mostram uma redução nas despesas.

Game como profissão

Felix Kjellberg (foto) nasceu na Suécia em 1989 e é muito conhecido na internet como PewDiePie. Possui verbete na Wikipedia, inclusive em Português. Nada mal para quem abandonou o curso de Economia Industrial e Gestão da Tecnologia. Kiellberg já apareceu em dois episódios de South Park.

A popularidade de Kjellberg deve-se ao seu canal do YouTube, que possui a maior quantidade de inscritos: 38 milhões. O segundo colocado tem 22 milhões, enquanto Taylor Swift possui 15 milhões. Kjellberg faz algo pouco usual por muitas pessoas: jogar games. O canal mostra Kjellberg fazendo comentários com games variados.

O número de pessoas que se dedica a assistir outra jogando cresce a cada dia. Um dado diz que 125 milhões nos Estados Unidos fazem isto. E que no mundo pode atingir a mais de 400 milhões. As razões para que uma pessoa assista alguém jogar games são as mesmas de alguém que assiste a uma partida entre Federer e Djokovic: diversão e dicas para melhorar seu próprio nível de jogo. As competições de games estão sendo transmitidas por canais de esportes e já existe programas específicos na TV aberta brasileira. E os jogadores também possuem treinadores, como informa Needleman, com salários que chegam a 50 mil dólares por ano, que pode incluir bônus por desempenho. Kjellberg ganhou 4 milhões de dólares em 2013, mas este valor certamente é reduzido em relação ao que ele ganha hoje ou ao seu potencial na internet. Algumas “equipes” de jogadores possuem contratos de marketing, como é o caso da Team Liquid, que é apoiada pela Nissan e HTC.

03 agosto 2015

Cálculo dos juros

O governo anunciou hoje alteração no FIES. No DOU apareceu um nova fórmula de cálculo dos juros, que reproduzo abaixo:

Entendeu?

Rir é o melhor remédio


XXII Congresso de Custos



[...]
Informamos que estamos no período para submissão de trabalhos científicos para o XXII Congresso Brasileiro de Custos, até o dia 17/08/2015.

O XXII CBC será realizado de 11 a 13 de novembro de 2015, nas dependências de Itaipu.

Informações podem ser obtidas em http://cbc2015.emnuvens.com.br/

Contamos com sua participação.
Comissão Organizadora do XXII CBC

Discurso de Executivo


Lucy Kellaway comentou o comunicado do executivo Satya Nadella de 1.500 palavras para os funcionários da Microsoft. Destaca o tamanho, mas a análise mais interessante é a confusão no texto. (Você pode ter acesso ao texto aqui, que foi publicado originalmente no Financial Times e em português no Valor Econômico)

Trata-se da confusão habitual de "plataformas", "motivadores", "ecossistemas", "alinhamento", "DNAs" e "seguir em frente" - além de algumas combinações mais ambiciosas como "ampliar nossa pegada de experiência".

Segundo Lucy, a novidade é que isto originou-se de um executivo de uma grande empresa.

O terceiro executivo-chefe da história da Microsoft estava tentando convencer o mundo e lembrar os funcionários de que a empresa tem um plano. Mesmo assim, o que surgiu disso é ininteligível, em grande parte pelas hipérboles sem sentido - e ninguém ficou perturbado.

Muitos leitores deixaram passar em branco a primeira palavra. "Equipe", começa o comunicado. Os funcionários da Microsoft não são uma equipe, ou não deveriam ser. Estudos vêm mostrando que o número ideal de integrantes de uma equipe é quatro ou cinco, e não 120 mil. "Toda grande empresa tem uma missão permanente", continua Nadella. Isso soa bem, só que não é verdade. Gosto de pensar que o "Financial Times" é uma grande companhia; temos persistido há 127 anos sem uma missão oficial.

Fantástico. As entidades são quase que “obrigadas” a ter uma missão oficial. Kellaway diz que isto não é necessário para uma empresa ter sucesso. A missão anunciada da Microsoft é "habilitar cada pessoa e cada organização do planeta a conquistar mais."

O primeiro sinal de problema é a palavra "planeta". Há uma regra que diz que sempre que essa palavra é usada como substituta de "mundo", a sentença em que ela aparece é uma tolice completa. Se a ressonância cósmica é gratuita, o autor está escrevendo uma besteira.

(...) Conquistar mais o quê? Quanto a essa dúvida vital, Nadella mantém silêncio. Na verdade, a melhor maneira de habilitar as pessoas do planeta a conquistar mais seria convencê-las a amar um pouco menos seus dispositivos móveis e desligá-los ocasionalmente, para cuidar de algo real para variar.

Não satisfeito em anunciar sua nova missão, Nadella se habilita a conquistar ainda mais: "Hoje, quero compartilhar mais sobre o contexto geral e o tecido conjuntivo entre nossa missão, visão de mundo, estratégia e cultura". Ter uma missão e uma visão de mundo é algo ganancioso. Mas ter tantas coisas abstratas com muito tecido conjuntivo entre elas é de dar náusea.

Em seu parágrafo final, Nadella insere duas palavras que finalmente significam alguma coisa. "Escolhas difíceis", alerta ele, em breve terão de ser feitas - usando as mesmas palavras que Lord Hall da BBC escolheu na semana passada ao anunciar a eliminação de mil empregos.
Esse é o mais novo eufemismo de CEO para a demissão de pessoas e um dos mais dissimulados. "Escolhas difíceis" implica em "isso vai doer mais em mim do que em você", sugerindo ao mesmo tempo que o CEO automaticamente fez a escolha certa e a opção da não demissão seria ainda pior. (...)

02 agosto 2015

Rir é o melhor remédio


Análise Bibliométrica em Finanças

Resumo

Bibliometrics is a research field that analyzes the bibliographic material quantitatively. It provides efficient methodologies for classifying the information of a scientific discipline. This paper presents an overview of the most productive and influential authors and institutions in finance by using bibliometric indicators. The information is classified by using several global rankings that consider a wide range of indicators including number of papers, citations and the h-index. In general, the results are in accordance with the common knowledge and confirm the results obtained in previous studies providing updated information and more general representations. The USA is the most influential country in finance and the majority of influential authors and institutions are working there.

Fonte:
Computational Intelligence for Financial Engineering & Economics (CIFEr), 2104 IEEE Conference on 

História da Contabilidade: Devedores Duvidosos em 1831

No século XIX não existiam mecanismos aperfeiçoados de cobrança ou de análise de crédito. Entretanto, as pessoas tomavam dinheiro emprestado. Como as instituições financeiras não eram sólidas e a atividade econômica reduzida, os empréstimos geralmente eram feitos entre pessoas físicas. O que permitia que o dinheiro fosse emprestado entre as pessoas era a reputação. Naquela época, as cidades eram pequenas e o nome sujo era um forte impeditivo. Se o individuo não efetuasse o pagamento de uma dívida, o fato seria comentado entre as pessoas e a divulgação poderia causar estrago na reputação das pessoas.

Durante as minhas pesquisas encontrei diversas situações interessantes onde devedores de má qualidade tiveram sua reputação manchada em razão de dívidas não pagas. Todos os três casos apresentados a seguir ocorreram em 1831 e foram publicados nos classificados do Diário do Rio de Janeiro. O primeiro exemplo é de um holandês que contraiu uma dívida e deu como garantia seus bens:

Roga-se segunda vez ao Sr. Nicoláo Voelker, de Nação Hollandeza, queira apresentar se na rua da Guarda Velha n. 27, no praso de 8 dias, para levar os dois bahús com fato, e outras miudezas, e pagar o que deve, no caso que o não fizer aquelles effeitos serão vendidos em leilão publico com licença do Sr. Consul Hollandez, para pagamento. (1)

O mesmo jornal publicou um apelo de um Alferes em razão de uma dívida:

Roga-se ao Sr. João Monteiro de Lacerda, Tenente do extincto segundo Batalhõa de Caçadores de primeira Linha, haja de fazer a graça de declarar por esta folha o motivo porque não saptifaz ao Alferes Antonio José Fernandes Braga, a quantia de 62$340rs, que ha-de saber lhe he devedor do rancho do Batalhão de que ele tomou conta. (2)

O mesmo anúncio prossegue, indicando que o Tenente tinha sérios problemas em pagar suas dívidas:

O mesmo obzequio lhe pede o Alferes João Manoel Dias, relativamente aos 6 patacões que lhe ficou restando dos 16 que lhe veio devendo do Sul. O mesmo lhe roga o Ajudante de Cirurgia João Duarte de Oliveira, (todos estes do referido Batalhão) a menor quantia que o mesmo Sr. lhe deve (...)

O terceiro exemplo é mais radical:

Manoel Affonso Lima, annuncia ao Publico que pessoa alguma faça negocio, nem transação alguma com Antonio Joaquim Basto, com humas casas que este possua na rua Nova do Livramento (...) (3)

O motivo foi a compra de escravos, além de outros bens, onde Manoel não efetuou o pagamento. O anúncio era uma forma deixar registrado a dívida e, posteriormente, anular qualquer transação futura com os “ditos bens”.

(1) Diário do Rio de Janeiro, 7 de dezembro de 1831, p. 5.
(2) Diário do Rio de Janeiro, 10 de outubro de 1831, p. 6. O anúncio é assinado por “hum que não gosta de Lacerdinhages”.
(3) Diário do Rio de Janeiro, 21 de outubro de 1831, p. 4. Lembrando que os escravos eram, infelizmente, considerados “bens”.