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08 outubro 2013

Informação privilegiada

Um texto, com trechos de uma entrevista com Ildo Sauer, ex-funcionário da Petrobras, sobre como a OGX conquistou alguns blocos de petróleo:

Sauer lembra que, em 2007, OGX e Petrobras disputaram de forma acirrada blocos de óleo, mesmo considerando que a petroleira de Eike tinha apenas "alguns meses" de existência. "A empresa já se sentiu habilitada", opina.

Criada em julho daquele ano, a OGX arrematou poucos meses depois, em novembro, 21 blocos na 9ª rodada de licitações da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Para Sauer, há suspeitas de atos ilícitos. "A empresa pode ter tido acesso à informação privilegiada sobre modelo geológico e reservas potenciais nos blocos, já que muitos gestores da Petrobras foram recrutados progressivamente pela OGX", diz.

No momento em que a OGX começou a perfurar os poços para produzir óleo, não contava com dois problemas, na visão do engenheiro: petróleo pesado, muito viscoso, e um reservatório com matriz fechada, que dificultam a exploração. "A empresa deveria ter uma equipe específica para tecer estas considerações. Parece que não tinha, bem como a tecnologia necessária".

Para Sauer, o sucesso de Eike em festas e eventos criou expectativa, junto com a publicação sucessiva de comunicados na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). "Aonde estavam os órgãos reguladores para fiscalizar estes anúncios?", questiona Sauer. "Me surpreende a incompetência de todos. A expectativa gerada especialmente no mercado de capitais deu a impressão de que tudo fosse um passeio".

Ele ressalta que a auditoria das reservas de óleo, realizada pela Degolyer Macnaughton, se limitavam à quantidade de óleo que poderia ser explorado. "Sabemos que tem muito nos blocos. Mas é difícil produzir, exige tecnologia especial para conseguir recuperar o óleo, retirá-lo".

Sauer lembra que a Agência Nacional do Petróleo (ANP) declarou a comercialidade do campo. Segundo a própria ANP, declaração de comercialidade é unilateral da empresa. "Se for assim, não precisamos da ANP. Cada um declara o que quer", opina.E agora?

Sauer decreta: a incompetência superou o otimismo e oportunismo. "Resta saber: quem é o maior responsável por este espetáculo todo? Foi uma aventura que abalou a confiança no sistema regulatório de petróleo e no mercado de capitais. É uma situação constrangedora, para dizer o mínimo, que deve passar por investigação do Senado, Ministério Público e até da polícia".

Minoritários da Petrobrás

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) pode levar a julgamento o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), seu braço de participações, a BNDESPar, e os fundos de pensão estatais Previ (Banco do Brasil), Funcef (Caixa) e Petros (Petrobrás) por supostas irregularidades na eleição de administradores e conselheiros da Petrobrás em 2011 e 2012. O diretor financeiro e de relações com investidores da estatal, Almir Barbassa, também está na lista.

O caso já vinha sendo investigado, mas agora foi formalizado um processo sancionador, o que pode levar à punição dos envolvidos com multa e até inabilitação. A xerife do mercado de capitais dará seu veredicto sobre o voto de acionistas ligados ao controlador de uma companhia estatal na eleição de vagas destinadas aos acionistas minoritários da empresa. Os acusados terão até o dia 28 deste mês para apresentar defesa.

Ao que tudo indica, a CVM optou por reunir em um mesmo processo análises paralelas, por tratarem do mesmo assunto. Dados públicos mostram que até o início do ano a investigação sobre a assembleia de 2012, aberta em abril daquele ano pela CVM, estava aos cuidados da Superintendência de Processos Sancionadores. Isso indica que provavelmente foi aberto um inquérito administrativo, o que evidencia haver indícios suficientes de irregularidades.

Até a assembleia de 2013, as duas vagas de minoritários, de um total de dez no conselho de administração, sempre foram ocupadas por nomes com aval da União. Segundo acionistas, os fundos e o BNDES votavam de acordo com os interesses do governo, e não dos minoritários. Na prática, haveria conflito de interesses. Pela Lei das Sociedades Anônimas (6.404/76), o acionista deve exercer o direito de voto no interesse da companhia. Se comprovada a interferência direta do governo na indicação de algum dos conselheiros eleitos, pode também ser configurado abuso de poder do controlador.

O episódio mais polêmico ocorreu na assembleia de 19 de março do ano passado. Um grupo de acionistas minoritários tentou eleger representantes ao conselho, mas os nomes acabaram barrados pelos fundos e pelo BNDES, que conseguiram eleger outros candidatos: os empresários Josué Gomes da Silva, dono da Coteminas e filho do ex-vice-presidente José Alencar, e Jorge Gerdau Johannpeter, dono do grupo Gerdau.

Minoritários como Romano Allegro recorreram à CVM alegando que as instituições estavam sujeitas a forte influência da controladora da Petrobrás. Os fundos de pensão têm estatais como patrocinadoras. Já o BNDES e BNDESPar são instituições ligadas diretamente ao Tesouro e ao governo.

Na assembleia realizada em abril, Previ e Petros ainda votaram como minoritários, segundo divulgou na ocasião o Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado. No evento, a presidente da Petrobrás, Graça Foster, disse que não ficou provada a influência do controlador. Em ofício publicado em fevereiro, a CVM rechaçou a participação dos acionistas controladores e de partes a eles vinculadas nas votações em separado.


Fonte> Aqui

GE e Transbrasil

Uma disputa milionária envolvendo a multinacional americana General Eletric (GE) e a falida companhia aérea Transbrasil está pronta para ser julgada no Superior Tribunal de Justiça (STJ). A Transbrasil tenta cobrar da GE uma indenização pela sua falência, decretada em 2002, em ação movida pela empresa. A empresa americana entende que não deve nada.

A Transbrasil alega que o pedido de falência foi baseado na cobrança indevida de uma nota promissória por um grupo de quatro empresas liderado pela GE. Na outra ponta, a multinacional americana afirma que a companhia aérea deixou de honrar suas dívidas, estimadas em US$ 22 milhões na época, e que exerceu seu direito legal de pedir a falência da empresa.

As desavenças originaram três processos, todos movidos em 2001: no primeiro, de fevereiro, a Transbrasil tentou impedir a GE de cobrar os títulos. No segundo, de julho, a GE pediu a falência da empresa pelo não pagamento de uma nota promissória de US$ 2,7 milhões. E, por último, em agosto, a Transbrasil pediu indenização à GE pela falência da empresa.

A GE venceu a ação de falência e conseguiu uma decisão no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) contra o pedido de indenização da Transbrasil. Mas, no processo que questiona o pagamento de notas promissórias, as decisões de primeira e segunda instâncias da Justiça dão ganho de causa à empresa Transbrasil.

O TJSP determinou que a GE pague o dobro do valor que cobrou da Transbrasil e uma indenização pela quebra da empresa, ainda não calculada. Para recorrer do processo e não ter a execução da sentença, a GE e as demais empresas do grupo tiveram de entregar à Justiça uma carta-fiança de R$ 400 milhões. A dívida cobrada pela GE da Transbrasil é de US$ 22 milhões - o cálculo foi feito pela Transbrasil e acatado por decisão judicial. (...)

Fonte: Estado de São Paulo

07 outubro 2013

Rir é o melhor remédio

História da Contabilidade A Criação do Conselho Federal de Contabilidade

Na postagem anterior comentamos sobre a Convenção Nacional dos Contabilistas que impulsionou a criação do Conselho Federal de Contabilidade, originalmente Conselho Nacional (1).

A Criação do CFC
O CFC foi criado em 27 de maio de 1946, por um decreto-lei 9295, assinado pelo Presidente da República, Gaspar Dutra (2) e Negrão de Lima, Carlos Coimbra da Luz, Gastão Vidigal e Ernesto de Souza Campos (3). Este decreto definia também as atribuições dos contadores e guarda-livros (4). Mas para que o presidente assinasse o decreto, foi necessária pressão por parte dos profissionais. O projeto ficou mais de um ano parado no Ministério do Trabalho, “não tendo tido andamento por motivos de todo ignorados” (5). Em março de 1946 o Sindicato dos Contabilistas de São Paulo encaminhou a seguinte correspondência ao presidente da república e ao ministro do trabalho:

O Sindicato dos Contabilistas de São Paulo, orgão representativo de milhares de profissionais exercendo suas atividades nos setores da administração pública e particular, pede vênia para encarecer a vossencia a necessidade urgente da criação do Conselho Federal de Contabilidade, cujo ante-projeto de lei se encontra em mãos do senhor ministro do Trabalho, aguardando solução. Outras classe liberais já possuem orgão semelhante cuja adoção aos contabilistas viria ao encontro de necessidades virtuais e aos anseios da classe manifestados, unanimemente na primeira Convenção Nacional dos Contabilistas, recentemente realizada no Rio de Janeiro. Confiantes no seu altos descortim, apresentamos a vossencia respeitosos cumprimentos. José da Costa Boucinhas – Presidente (6)

Aparentemente a pressão deu resultado, já que no dia 17 de maio de 1946 estiveram reunidos com o ministro do trabalho Negrão de Lima os representantes dos sindicatos de contadores do Rio de Janeiro e São Paulo. E logo após a legislação teve andamento e foi assinada.

A criação do CFC era considerada uma maneira de disciplinar e moralizar a profissão, conforme opinião do próprio Boucinhas (7). Entretanto, alegava-se que sua criação não somente poderia proteger uma profissão liberal como “evitar a evasão das rendas públicas” (8). Segundo Morais Junior: “o contador se verá moralmente prestigiado para agir contra possíveis fraudes em prejuízo do Fisco” (9)

No dia seguinte a criação do CFC, foi nomeado o seu primeiro presidente, Paulo de Lira Tavares, “como representante do Governo” (10). O termo entre aspas não foi um erro: Tavares, além de professor, era subchefe da Casa Civil da presidência da República (11) e “alto funcionário” do Ministério da Fazenda (12). A posse ocorreu no dia 6 de junho, no ministério do Trabalho (13), com a presidência do ministro Negrão de Lima (14).

A instalação ocorreu alguns dias depois, na sala 855, do Ministério do Trabalho, com expediente das 11 as 17 horas e nos sábado, das 9 as 12 horas (15).

Em 7 agosto de 1946 realizou a Assembleia Nacional para eleição dos membros do Conselho Federal. Logo após, os participantes encontraram com o então presidente da república, Gaspar Dutra. Entre os eleitos: Morais Jr, Ovidio Paulo de Menezes Gil, Ubaldo Lobo, Manuel Marques, José Dell´mera, Ferdinando Esperard, Edgar Galvão Pereira e  Antonio Brito Pereira (16).


Os CRCs

Entretanto, a instalação dos conselhos regionais ocorreu somente após a instalação do Conselho Federal, com dificuldades (17). No Rio de Janeiro, por exemplo, somente em setembro de 1947 foram entregues as primeiras carteiras profissionais (18). Este conselho regional, instalado na av. Rio Branco 120, sala 1.224, começou as inscrições no dia 31 de maio de 1947, quase um ano após a lei que criava no CRC.

Já o CRC do Paraná teve eleição dos seus membros no final de 1946, com seis contadores e três guarda-livros (19). Em alguns estados, não foi possível inicialmente a instalação de conselhos regionais. Neste caso, as atividades dos conselhos regionais seriam realizadas por conselhos de outros estados já instalados. Por exemplo, os profissionais do Maranhão fizeram seu registro pelo Conselho Regional do Piauí (20). A resolução 33 de 16 de julho de 1947 especificava que os estados do Amazonas e os territórios do Acre, Guaporé, Rio Branco e Amapá teriam o registro feito pelo CRC do Pará; que o Rio Grande do Norte seria atendido pelo CRC da Paraíba; e que o Espirito Santo seria atendido pelo CRC do Rio de Janeiro (21).

Atividades do CFC após sua constituição

Logo após a sua constituição, o CFC começa a ganhar força. Seis meses após o decreto de criação, o CFC já publicava uma resolução referente a nomeação de professor para cadeira de Organização e Contabilidade Industrial e Agrícola, da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade de São Paulo (22). Esta resolução foi motivada por uma representação do sindicato dos contabilistas do estado de São Paulo e apesar de considerar que o assunto fugia as atribuições do Conselho, o mesmo submeteu o assunto ao interventor federal em São Paulo.

Nos primeiros meses o CFC exerceu um papel importante em esclarecer dúvidas sobre pagamento de anuidades, a possibilidade de participação de estrangeiros nos conselhos ou a fiscalização da profissão nos órgãos públicos (23).

Em 1947, através do Decreto 24.239, o regulamento do imposto de renda determina a obrigatoriedade de indicação do número de registro no Conselho Regional de Contabilidade (24). É interessante notar que este decreto é anterior ao Decreto 24.337, que dispunha sobre o registro dos profissionais nos conselhos (25).

Em 1947 o Conselho atua na discussão sobre um decreto do Congresso Nacional sobre vencimentos de contadores, guarda-livros e outros funcionários (26).

Através da resolução 62 de 1948, o CFC permitia que guarda-livros tivessem, sob determinadas condições, expedidas carteiras de contador. Isto provocou descontentamento de alguns profissionais, que solicitaram mandados de segurança alegando que a norma era contrária as disposições da atividade dos contabilistas. Argumentava-se que isto permitiria que guarda-livros, nomeados ex-officio, pudessem exercer atividades exclusivas de contadores. A solicitação foi negada pela terceira vara da Fazenda Pública (27).

Logo após sua criação, surgiram propostas de mudanças na atuação do CFC. Uma destas propostas era no sentido de transformá-lo em Conselho Federal de Contabilidade e Atuária (28). Em 1948, somente dois anos depois de sua criação, ocorreu uma alteração do decreto-lei (29).

Em 1949 nova polêmica: a resolução 13 de 9 de março alterava o Regimento do CFC, com a possibilidade de destituição dos membros do CRCs pelo CFC, aparentemente contrariando a lei de criação do conselho, de 1946 (30)

A Questão das Eleições no CFC
Se o primeiro presidente do CFC foi nomeado, em 1949 tem-se a eleição de Adamastor Vergueiro da Cruz (foto), durante a III Convenção Nacional de Contabilidade, realizada no dia 21 de janeiro. Cruz era então contador geral do Banco Hipotecário Lar Brasileiro S.A., ocupando a função de gerente geral (31). Ou seja, além de eleito, tinha origem na área privada.

Fotografia: Correio da Manhã, 1 de fevereiro de 1949, ed. 17139, p. 5.

Entretanto, este assunto não foi resolvido de maneira tranquila. Logo após a criação do CFC, alguns profissionais começaram um movimento para eleição do presidente do conselho e não escolhido pelo governo federal. Neste sentido, em dezembro de 1946 Morais Junior, um dos mais influentes profissionais da época, declarava a possibilidade de eleição para o presidente do conselho era um rumor. Transcrevemos um texto publicado no jornal A Noite:

- Simples rumor – disse-nos o professor Morais Junior – A classe organizada e representada por mais de 40 sindicados e associações profissionais no Brasil inteiro, jamais pensou nisso. Custou-lhe muito alcançar essa conquista e seria temeridade inutiliza-la por méra questão de pontos de vista, absolutamente improcententes.
- Mas, dizem – inquiriu o reporter – que o atual Conselho é composto esclusivamente de funcionários públicos, que não exercem a profissão. Será isso verdade?
- Não. Não é verdade. De todos os seus membros, apenas um, no momento, não é profissional militante, dadas suas funções atuais junto à presidência da República. É o Sr. Paulo Lyra, nomeado para presidencia do Conselho, como representante do governo. É professor catedrático de contabilidade na Escola Amaro Cavalcante. (...)
Dos restantes, apenas dois são funcionários públicos: o Sr. Ovidio Paulo de Menezes Gil, contador geral da República e o Sr. Ferdinand Esberard, direto da Divisão de Orçamento do Ministério do Trabalho, ambos militantes na profissão. (32).

Mais adiante, Moraes Junior defende a escolha pelo governo:

A presidencia de ambos esses Conselhos [Engenharia e Arquitetura], confiada ao representante do govêrno, representa uma garantia para a classe e uma segurança de estabilidade, pois o próprio govêrno tem, direta e indiretamente, o maior interesse em que seja rigorosamente fiscalizado o exercício dessas profissões. (33)

Moraes Junior chega a usar o termo calamidade para referir-se a possibilidade da escolha eletiva.

Notas 
(2) Estado de S Paulo, 28 de maio de 1946, ed. 21 791, p. 1.
(3) Gazeta de Notícias, 1 de junho de 1946, ed. 125, p. 6
(4) Estado de S Paulo, 28 de maio de 1946, ed. 21 791, p. 1.
(5) Diário Carioca, 17 de maio de 1946, ed. 5488, p. 3.
(6) Diário de Notícias, 27 de março de 1946, ed 7184, p. 5. Grafia da época. Vide também Correio da Manhã, 27 de março de 1946, ed 15765, p. 6. Boucinhas ficou conhecido por conta da sua atividade didática e, principalmente, pela empresa de auditoria.
(7) Esta opinião foi emitida depois da criação do CFC. Vide A Noite, 15 de julho de 1946, ed. 12312, p. 12.
(8) Diário Carioca, 17 de maio de 1946, ed. 5488, p. 3.
(9) Diário Carioca, 17 de maio de 1946, ed. 5488, p. 3.
(10) Diário de Notícias, 29 de maio de 1946, ed. 7236 p 4. É interessante que a nomeação foi feita por decreto.
(11) Correio da Manhã, 12 de agosto de 1947, ed. 16187, p. 5. A proximidade de Tavares com poder foi importante em levar algumas demandas específicas da classe. Foi o caso dos protestos contra o projeto de lei 226, citado pelo Correio da Manhã.
(12) A Noite, 17 de abril de 1947, ed. 12542, p. 17.
(13) Diário de Notícias, 7 de junho de 1946, ed. 7244, p. 9.
(14) A Manhã, 7 de junho de 1946, ed. 1480, p. 7.
(15) Diário de Notícias, 5 de julho de 1946, ed. 7268, p. 2.
(16) A Noite, 9 de agosto de 1946, p. 6.
(17) A Noite, 15 de julho de 1946, ed. 12312, p. 12. A implantação dos Conselhos Regionais teve certa demora. Uma reclamação neste sentido foi publicada em A Noite, 24 de setembro de 1946, ed. 12373, p. 10. No dia seguinte o presidente do CFC encaminha uma carta justificando o atraso pela decisão de receber sugestões dos sindicatos e associações regionais. A Noite, 25 de setembro de 1946, ed. 12374, p. 10.
(18) A Noite, 17 de setembro de 1947, ed. 12672, p. 2
(19) Diário do Paraná, 28 de dezembro de 1946, ed. 353, p. 3
(20) Diário de S Luiz, 26 de maio de 1948, ed. 1020, p. 5. Observe o leitor que isto significou uma diferença de quase dois anos desde o decreto de criação dos CRCs.
(21) O Liberal, 8 de agosto de 1947, ed. 219, p. 2.
(22) Estado de S Paulo, 6 de novembro de 1946, ed. 21925, p. 2. Refere-se a atual FEA.
(23) Sobre a participação de estrangeiros, isto era possível, conforme Correio da Manhã, 20 de agosto de 1947, ed. 16194, p. 4. Sobre o pagamento de anuidade de empresas vide Correio da Manhã, 19 de agosto de 1947, ed. 16193, p. 4. Sobre o exercício da profissão nas repartições públicas, o CFC reconhece que isto não é de sua competência, conforme Correio da Manhã, 21 de outubro de 1947, ed. 16.247, p. 2.
(24) Estado de S Paulo, 12 de julho de 1949, ed. 22746, p. 1.
(25) Estado de S Paulo, 12 de julho de 1949, ed. 22746, p. 1.
(26) A Noite, 30 de dezembro de 1947, ed. 12.760, p. 13.
(27) Diário de Notícias, 19 de maio de 1949, ed. 8149, p. 11. Os reclamantes eram os contadores Emanuel Tarsay e Florindo Focaccia. Vide também Diário de Notícias, 25 de maio de 1949, ed. 8154, p. 7. Vide também A Manhã, 9 de maio de 1949, ed. 2384, p. 3
(28) Diário de Notícias, 14 de fevereiro de 1948, ed. 7762, p. 4.
(29) Correio da Manhã, 23 de dezembro de 1948, ed. 17107, p. 5.
(30) Jornal do Brasil, 26 de abril de 1949, ed. 94, p. 32
(31) Correio da Manhã, 1 de fevereiro de 1949, ed. 17139, p. 5.
(32) A Noite, 18 de dezembro de 1946, ed. 12444, p. 21. Grafia da época e grifo nosso. Observe que o presidente do CFC era realmente o representante do governo.

(33) A Noite, 18 de dezembro de 1946, ed. 12444, p. 21. Grafia da época.

Caixa e devedores duvidosos

O programa Minha Casa Melhor poderá ter efeito para todos os contribuintes. O risco deverá ser assumido pelo Tesouro Nacional, conforme informação do Estado de S Paulo:

A estimativa de perdas com os empréstimos do Minha Casa Melhor é elevada, como mostram documentos obtidos pelo jornal "O Estado de S. Paulo", porque na abordagem ao beneficiário do programa a orientação é de que não sejam observadas a análise de risco, restrição cadastral e a capacidade de pagamento.

Basta estar em dia com as prestações do financiamento da casa própria pelo programa Minha Casa, Minha Vida para ter acesso ao cartão com a linha de até R$ 5 mil e taxa de juros de 5% ao ano.

A expectativa é que 3,7 milhões de famílias sejam beneficiadas pela linha, num total de R$ 18,7 bilhões de empréstimos liberados.


Em 2013, segundo previsões iniciais, 670 mil contratos deverão ser assinados, a maior parte na faixa 1 (famílias com renda de até R$ 1,6 mil). Nessa faixa, a Caixa levou em consideração que 80% das famílias que têm um financiamento do Minha Casa, Minha Vida teriam interesse em adquirir o cartão para a compra dos produtos.


Para cobrir o rombo, o governo deverá entrar com recursos. Uma informação importante: desde 2008 o governo já injetou 400 bilhões de reais nos bancos federais (isto significa dois mil reais por cada brasileiro). Naturalmente que isto deverá refletir sobre a avaliação do Brasil perante seus credores.

Quem conduz este programa é a Caixa Econômica Federal. E sua atitude não ajuda muito:

A Caixa ignorou análises feitas pela própria área técnica ao bancar o programa Minha Casa Melhor, uma linha de crédito para a compra de móveis, computadores e eletrodomésticos. (...)

Os documentos mostram que a possibilidade de calote nessa linha, que é direcionada para os mutuários do Minha Casa, Minha Vida, chega a 50,73% na faixa das famílias mais pobres da população, a 30,31% nas intermediárias e a 28,52% na faixa de maior renda atendida pelo programa. Com esses níveis potenciais de perda, apontam os documentos, a necessidade de compensação pelo Tesouro é de R$ 2,9 bilhões até 2016.

Segundo a nota técnica, assinada pelo superintendente Nacional de Contabilidade, Marcos Brasiliano Rosa, e pelos consultores do banco Dannyel Lopes de Assis e Eduardo Bromonschenkel, a falta dessa cobertura poderá ser questionada pelo Tribunal de Contas da União, por caracterizar que a Caixa está subsidiando um programa de governo, o que é vedado pela Lei de Responsabilidade Fiscal. O entendimento técnico é de que a proposta de dispensar o recolhimento de parte dos dividendos para cobrir o risco de crédito vai contra o estatuto da Caixa.

Cartoon adaptado daqui

Resultado sorteio #2



Só deu homem! E os ganhadores dos prêmios do segundo sorteio são:


Além do nosso Top Facebook Fan: Ramon.

Entraremos em contato por e-mail para notificá-los. Caso não haja resposta, escolheremos outros sorteados. E desta vez enviaremos uma surpresa junto com os prêmios. Esperamos que gostem!

Parabéns e até o próximo sorteio. *.*

Apollo Robbins: A arte da distração

Aclamado como o maior batedor de carteiras do mundo, Apollo Robbins estuda as peculiaridades do comportamento humano enquanto rouba seu relógio. Numa demonstração hilária, Robbins prova o buffet da plateia do TEDGlobal 2013, mostrando como as falhas em nossa percepção possibilitam que ele surrupie uma carteira e a coloque nos ombros de seu dono enquanto ninguém percebe nada.

Fraude na Ciência

Pois bem, um biólogo-jornalista norte-americano chamado John Bohannon fez exatamente isso e os resultados, publicados hoje pela revista Science, são aterradores (para aqueles que se preocupam com a credibilidade da ciência): ele escreveu um trabalho falso sobre as propriedades supostamente anticancerígenas de uma molécula supostamente extraída de um líquen e enviou esse trabalho para 304 revistas científicas de acesso aberto ao redor do mundo. Não só o trabalho era totalmente fabricado e obviamente incorreto (com falhas metodológicas e experimentais que, segundo Bohannon, deveriam ser óbvias para “qualquer revisor com formação escolar em química e capacidade de entender uma planilha básica de dados”), mas o nome dos autores e das instituições que o assinavam eram todos fictícios. Apesar disso (pasmem!), mais da metade das revistas procuradas (157) aceitou o trabalho para publicação. Um escândalo. (...)

Nessa mesma temática, a revista Nature publicou recentemente também uma reportagem sobre o escândalo envolvendo quatro revistas científicas brasileiras que foram acusadas de praticar citações cruzadas — ou “empilhamento de citações”, em inglês –, esquema pelo qual uma revista cita a outra propositadamente diversas vezes, como forma de aumentar seu fator de impacto (e, consequentemente, o prestígio dos pesquisadores que nelas publicam). As revistas são Clinics, Revista da Associação Médica Brasileira, Jornal Brasileiro de Pneumologia e Acta Ortopédica Brasileira.


Fonte: Aqui (Dica de Flávia Siqueira, grato)

Por que existem poucas mulheres cientistas?

No verão passado, pesquisadores da [Universidade de Yale] publicou um estudo mostrando que os físicos, químicos e biólogos estão propensos ver um cientista jovem macho mais favorável do que uma mulher com as mesmas qualificações. Foram apresentados resumos idênticos com as realizações de dois candidatos imaginários e professores de seis grandes instituições de pesquisa foi significativamente mais disposto a oferecer ao homem um trabalho. Se eles se dispusessem contratar a mulher, eles proporiam que o seu salário fosse, em média, quase 4.000 dólares menor do que o do homem. Surpreendentemente, os cientistas do sexo feminino foram tão tendenciosos como os seus homólogos masculinos.

(...) Apenas um quinto dos PhD de física neste país [Estados Unidos] são concedidos às mulheres, e apenas cerca de metade dessas mulheres são estadunidenses, de todos os professores de física nos Estados Unidos, apenas 14 por cento são mulheres.


Continua aqui)

Os maiores calotes no Brasil

Fonte: Aqui

Confusão

Eis um exemplo sobre a irracionalidade do mercado de capitais:

Às custas do Twitter ("nome de guerra" TWTR) a Tweeter (TWTRQ) viu suas ações passarem de US$ 0,01 para 0,13. A confusão, segundo o Exame se deu porque os investidores confundiram os nomes.

Fonte: Aqui

06 outubro 2013

Rir é o melhor remédio


Como ler um texto científico

Uma postagem interessante (How to read and understand a scientific paper: a guide for non-scientists) sobre como um não cientista deve ler um artigo científico. O texto concentra-se nos artigos denominados de “primary research”, em contraposição aos artigos de revisão da literatura. Eis alguns dos conselhos do texto (com adaptações):


  • Muitos textos científicos são divididos nas seguintes partes: resumo, introdução, métodos, resultados e conclusões/interpretações/discussão.
  • verifique o nome dos autores e o vinculo institucional. Algumas instituições são respeitáveis e outras nem tanto
  • verifique o nome do periódico que é publicado. Alguns periódicos são mais respeitados que outros. No Brasil temos uma classificação dada pela Capes para cada área como um sinal para qualidade do periódico.
  • leia inicialmente a introdução, não o resumo. Em geral na introdução o autor apresenta a importância da pesquisa, conduzindo a questão da pesquisa e, em muitos textos, os resultados que foram obtidos no trabalho.
  • identifique a grande questão do texto. Ou seja, qual o problema que o texto tenta resolver. Se for o caso, identifique questões específicas.
  • identifique a abordagem. Em outras palavras, como os autores responderam as questões.
  • leia a parte do método. Como os autores fizeram para responder a questão.
  • leia a seção de resultados. Em geral os artigos resumem os resultados nas figuras ou tabelas. Preste atenção no que os dados estão dizendo. Atenção para o termo “significante” e “não significante”.
  • verifique se os resultados respondem a questão proposta.
  • leia a parte final. Os autores mostraram as fraquezas do estudo? Isto influenciou na pesquisa?
  • agora volte e leia o resumo.
  • tente verificar o que outros pesquisadores dizeram sobre o texto. Use o google acadêmico para encontrar citações a pesquisa que você leu.

Leia mais aqui

Sorteio #2

Em setembro o nosso top Facebook Fan foi o Ramon Rodrigues. Parabéns! Ele já será presenteado com o livro "Super-Revisão de Contabilidade Para Concursos" da Editora Foco (2013).

Vamos ainda sortear entre os leitores:
- Um mini brinco saquinho de dinheiro dourado.
- A edição 2013 da Valor 1000 com as 1000 maiores empresas e as campeãs em 25 setores e 5 regiões.
- Publicação da Global Reporting Initiative: Série de Aprendizagem GRI - Caminhos. Ciclo preparatório para elaboração de relatórios de sustentabilidade da GRI: manual para pequenas (e nem tão pequenas) organizações
- A revista Capital Aberto especial "guia para abertura de capital", a ed. especial de aniversário, e as três edições anteriores a ela.



REGRAS:
Para participar preencha até o dia 6 de outubro (domingo) o NOME e SOBRENOME, além de e-mail para contato.

O ganhador que não nos responder dentro de um prazo de 48h, será desclassificado e sortearemos outro participante (cadastre então um e-mail que você verifica constantemente).

May the odds be ever in you favor!

Conselhos de uma executiva

Kat Cole (fotografia acima) é presidente da Cinnabon, uma empresa bilionária. Ela tem 35 anos e um currículo interessante: ela foi garçonete do Hooters, uma cadeia de restaurantes, muito conhecida nos Estados Unidos pelo traje das mulheres. Aqui Cole dá conselhos que aprendeu enquanto garçonete.

05 outubro 2013

Rir é o melhor remédio




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Fato da Semana

Fato: O recuo da Receita Federal com respeito a taxação de dividendos e as normas contábeis retroativas. Durante os últimos dias o fisco brasileiro mostrou suas garras para as empresas, particularmente as grandes empresas. A reação parece que foi expressiva, já que o leão não é manso.

Qual a relevância disto? O recuo da burocracia fiscal mostra que a reação nos bastidores foi suficiente para convencer a não alterar aquilo que já era pacificado. No caso das normas contábeis, a instrução da Receita Federal que não reconhecia as IFRS, retroativo a 2007, representava uma grande perda para a contabilidade brasileira, que nos últimos anos fez um grande esforço no processo de convergência. Uma mera portaria, assinada por um burocrata, questionou este esforço. E a questão dos dividendos trouxe uma grande insegurança para as empresas. Talvez o fato de que em 2015 teremos eleições presidenciais e os grandes contribuintes para as campanhas sejam as empresas, que seriam prejudicadas com estas normas. Ou então, a possibilidade de rebaixamento da nota do país, por parte das agências de ratings, fez com que a prudência fosse considerada. Afinal, um país que não respeita as regras passadas não merece o grau de investimento, correto?

Positivo ou Negativo?  Positivo, pela vitória obtida.


Desdobramentos – A Receita prometeu revisar a instrução normativa e o governo afirmou que irá preparar uma medida provisória sobre o assunto. Mas será que o leão está dormindo ou preparando outro bote?

Teste da Semana

Este é um teste para verificar se você acompanhou de perto os principais eventos do mundo contábil. As respostas estão ao final.

1 – Esta semana os leitores do blog ficaram sabendo que o produto mais vendido na Wal-Mart dos EUA era:
Banana
Papel higiênico
Pilhas

2 – Os chineses possuem a fama de piratear tudo. A polícia da China está tentando combater um tipo de pirataria que tem afetado o setor médico daquele país:
Crachás para ter acesso as instituições públicas
Fabricação de pílulas anticoncepcionais
Publicação de artigos em revistas científicas

3 – Uma análise dos balanços dos clubes de futebol no Brasil mostrou que a equipe que mais recebeu em patrocínio foi
Corinthians
Palmeiras
Santos

4 – A Intebrand faz cálculo do valor das marcas das empresas. Neste ano a Coca-Cola perdeu a primeira posição, que era sua desde 2000, para a
Apple
Google
IBM

5 – Esta empresa decidiu não efetuar o pagamento de uma dívida com terceiros
OGX
Oi
Petrobras

6 – A PwC não é mais a maior empresa de auditoria do mundo. Foi ultrapassada pela
Deloitte
EY
KPMG

7 – Uma surpresa na semana foi a evidenciação das demonstrações contábeis
Do Banco do Vaticano
Do MASP
Do Twitter

8 – Esta entidade apresentou o primeiro trabalho de normatização contábil
Glass
IFAC
PCC

9 – Esta empresa de petróleo ganhou na justiça o direito de interromper o pagamento de indenizações indevidas
BP
Exxon
Shell

10 – As normas internacionais de contabilidade têm sido questionadas neste país. O principal órgão regulador tem apoiado sua adoção, mas deseja que o Iasb considere a prudência dentro da estrutura conceitual:
Canadá
França
Reino Unido

Acertando 10 ou 9 questões = medalha de ouro; 8 ou 7 = prata; 6 ou 5 = bronze

Respostas: (1) Banana; (2) artigos; (3) Corinthians; (4) Apple; (5) OGX; (6) Deloitte; (7) Vaticano; (8) PCC; (9) BP; (10) Reino Unido

Rodízio na Europa

Segundo notícia da Reuters, a União Europeia deu um passo no sentido de obrigar o rodízio das empresas de auditoria. Os membros da comunidade aceitaram, numa reunião ontem, permitir que o parlamento possa debater sobre o assunto. Há um acordo de que as empresas importantes, incluindo os bancos, possam manter um mesmo auditor por até 15 anos. E que as outras empresas seria por 20 anos.