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14 maio 2012

Rir é o melhor remédio

O retorno da estatua da Liberdade para a França. Uma capa da New Yorker, rejeitada, de 1993. Fonte: Aqui

Teste 554

O Banco Santander decidiu provisionar 2,7 bilhões de euros. No comunicado o banco afirma:

"Esta nova provisão se soma à de fevereiro, totalizando 5 bilhões de euros antes de impostos, que será integralmente absorvido pelos resultados de 2012"

O que significa “integralmente absorvido pelos resultados”?

a) que a provisão será realizada ainda em 2012
b) que o valor da provisão não irá ultrapassar a projeção do lucro do ano
c) que a provisão será realizada tendo como contrapartida uma conta de resultado

Resposta do Anterior: 2002. Fonte: aqui

Marca

A revista Isto É Dinheiro apresenta a relação das marcas mais valiosas do Brasil (As marcas mais valiosas do Brasil em 2012, 28 de abril de 2012, Ralphe MANZONI Jr.). Segundo o texto, o desempenho de 2012 mostra:

 O valor das maiores marcas brasileiras caiu em 23% em 2012 em razão dos problemas externos e do comportamento da bolsa.

 A valorização em dólar é de 35% desde 2009.

 A maior empresa brasileira também foi considerada, pela terceira vez, a marca mais valiosa do Brasil, com um valor de 10,5 bilhões de dólares em 2011. A segunda marca é do Bradesco (6,7 bilhões), seguido do Itaú (6,6 bilhões), Skol (4,7 bilhões) e Banco do Brasil (4,6 bilhões).

 Pela primeira vez foi realizada uma análise por produtos, sendo que três delas estão entre as mais bem classificadas (Skol, Brahma e Antarctica).

 A pesquisa também mediu a contribuição da marca para o desempenho das vendas. Ou seja, quanto uma empresa perde de vendas se não tivesse uma grife conhecida. A marca mais poderosa neste quesito é a Omo, seguido da Coca-Cola, Trident, Johnie Walker e Bohemia.

A metodologia apresenta pela revista mostra que o valor final depende, e muito, do comportamento do mercado acionário. Assim, se uma empresa apresenta grande variação na cotação das suas ações, isto representaria uma aproximação de valoração da marca.

Toda metodologia de mensuração de valor de marca é bastante questionável. Em geral as marcas não são negociadas de maneira separada da empresa. Somente quando isto acontece é possível estabelecer uma base adequada para mensuração deste valor. Além disto, a própria redação da metodologia é imprecisa e confusa o suficiente para evitar uma crítica mais profunda. (o texto da metodologia fala em valor de mercado das ações e compara com os intangíveis da empresa. Provavelmente o foco é o valor do empreendimento, somando o valor da dívida também)

Outro aspecto que seria importante verificar e confrontar o valor da marca com o gasto com publicidade. A marca Petrobras possui um valor de 10 bilhões e a empresa gasta 400 milhões de reais em publicidade.

Espanha e provisões

A Espanha aceitou nesta sexta-feira submeter o sistema financeiro do país a uma auditoria independente (1), tentando dissipar preocupações no mercado de que o resgate bancário que o governo está prestes a aprovar deixará as contas públicas a um passo do colapso (2).


O governo espanhol está perto de adotar um plano para obrigar os bancos a destinar a venda de ativos imobiliários tóxicos a outras companhias, uma decisão que pode aumentar os prejuízos dessas instituições financeiras (3).


Também deve ser exigido que os bancos reservem mais € 35 bilhões (€ 45 bilhões) (4) para cobrir financiamentos imobiliários em aberto, após já terem sido obrigados a destinar € 54 bilhões em provisões.


Governo espanhol impõe reforma para sanear bancos - Por Julien Toyer e Jesús Aguado/ Reuters - Brasil Econômico

(1) se as instituições financeiras já são submetidas a uma auditoria, faz sentido submeter o sistema financeira como um todo?
(2) aqui fica a ideia de que o problema é com as contas públicas, não com as instituições financeiras. De qualquer forma, é uma sinalização ao mercado de que o governo "confia" na situação financeira do país. Mas será que o mercado confiará na auditoria?
(3) Mesmo que as instituições já tenham reconhecido o prejuízo ao usar o valor justo, a obrigatoriedade de vender os ativos irá fazer com que o preço caia no mercado (lei da oferta-procura).
(4) É isto mesmo. A notícia não esclarece o valor "reservado" para cobrir estes financiamentos.

Frase

O estudo da evolução histórica da Contabilidade Pública brasileira mostra a forte influência de seus personagens, sejam eles funcionários públicos de carreira ou políticos com mandato.

Lino Martins - A NOVA CONTABILIDADE PÚBLICA: DESPESAS SEM ORÇAMENTO

Dívida

Veja a seguinte notícia:

A dependência das empresas brasileiras do financiamento dos bancos -inclusive do crédito proveniente de instituições públicas- é preocupante, diz relatório divulgado pela agência de classificação de risco Moody's.

A consultoria também vê riscos para as companhias com empréstimos que variam com o dólar, por causa da volatilidade do câmbio, devido às intervenções do Banco Central para valorizar o real.

De acordo com os analistas da Moody's, as dívidas com bancos representam 43% do endividamento das empresas. O percentual sobe para 59% quando o BNDES (Banco Nacionalde Desenvolvimento Econômico e Social) é considerado.

A dependência ocorre porque faltam outros meios de financiamento, como um mercado secundário desenvolvido para debêntures locais. Outra causa é o custo de se financiar no exterior.


Algo estranho nisto tudo. As empresas brasileiras seriam mais (ou menos) dependentes do financiamento dos bancos quando se compara com um parâmetro. Qual parâmetro é este? Outros países? A "aparente" solução seria usar outras formas de financiamento, como debêntures, que podem necessitar de uma nota de avaliação de crédito.

13 maio 2012

Rir é o melhor remédio

Feliz dia das mães!!!! S2

Hoje: para você


Se você passou a semana estudando a hipótese de eficiência de mercado, as melhores práticas de governança corporativa, o melhor da teoria da contabilidade. Se você bravamente conseguiu mil respostas para um questionário que a princípio esperava apenas dezena de participantes e esteve organizando os dados, as referências, os detalhes para finalizar a sua pesquisa. Se você está meio a uma graduação, pós, mestrado, doutorado e adoeceu... ficou gripado, pegou dengue: essa postagem é para você!

Do livro: 500 prazeres simples da vida, de Fábio Lamachia

Escutar as pessoas: lembre-se muitas vezes, o que a princípio parece perda de tempo pode se tornar, na verdade, uma grande oportunidade para que nos encontremos. Porque ao escutar alguém que nos fala de suas angústias ou compartilha conosco suas alegrias, encontramos soluções ou uma luz para clarear alguma situação pela qual estamos passando ou a possibilidade de compartilhar o sentimento com a outra pessoa.

Entregar-se à preguiça: Em francês preguiça (paresse) rima com sabedoria (sagesse) e também confere a quem a ela se entrega uma sensação incomparável de bem estar.

Plante uma árvore: o que antes era uma brincadeira, agora é uma responsabilidade social.

Escrever um livro, sentar-se no chão, fazer terapia (buscar o equilíbrio), ver a inocência no olhar de uma criança, roubar um beijo, receber um elogio, elogiar, fazer acupuntura, ninar um bebê, não se cobrar demais, dar um abraço apertado em quem se ama, apreciar o silêncio, fazer uma boa ação, passar perfume, sorrir para uma criança, viajar sozinho, jantar sozinho, assistir a um bom filme...

Que nós, cientistas contábeis, apreciemos esse fim de semana e presenteemos as nossas mães com, além do que já foi planejado, um bocado de auto carinho.

11 maio 2012

Louco por contabilidade + fractais

Eu ganhei um presente de uma super leitora do blog (a.k.a. my mom) e fiz questão de dividir - olha que sensacional:



LOUCA POR CONTABILIDADE!

Também ganhei de outro leitor assíduo (a.k.a. daddy) um colar magnífico.... reconhecem a imagem?

Ë um fractal do Mandelbrot!


Já postamos bastante sobre isso (relembre: aqui ou aqui).

Ser blogueira é realmente muito gratificante ;)

Bom fim de semana a todos os loucos por contabilidade! o/

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui. Sobre o princípio da incerteza, leia aqui e aqui

Amazon e Caixa


A livraria virtual Amazon divulgou recentemente suas demonstrações contábeis para o primeiro trimestre de 2012. Tradicionalmente esta empresa destaca as informações da DFC (Demonstração dos Fluxos de Caixa) em detrimento do resultado apurado pelo regime de competência.

Entretanto, uma análise interessante foi realizada por Sankrant Sanu (Amazon cash is down by $3 billion) sobre os resultados da empresa. Inicialmente, observe a tabela abaixo.

A empresa tem apresentado lucro nos dois últimos exercícios, conforme pode ser notado na terceira linha da tabela. Mas observe o desempenho do fluxo em termos trimestrais, ou seja, a primeira e segunda coluna. No trimestre encerrado em março, a empresa teve um fluxo das operações negativo em 2,4 bilhões de dólares, acima dos 1,6 bilhão do primeiro trimestre de 2011. Ou seja, no primeiro trimestre dos dois anos a empresa não gerou caixa das operações. Como a Amazon teve desembolso líquido com financiamento, de 3 bilhões de 1,1 bilhão, no primeiro trimestre de 2012 e 2011, isto significa dizer que nos dois períodos a empresa reduziu a reserva financeira existente no caixa e equivalentes. Em outras palavras, a empresa queimou caixa.

Deixando de lado o desempenho trimestral e concentrando no desempenho em doze meses (as duas últimas colunas da tabela). O resultado é diferente: a empresa gerou caixa com as operações (3 bilhões de dólares em ambos os anos), fez investimentos (4,3 bilhões em dois anos) e o fluxo com os financiadores foi levemente negativo nos dozes meses que terminaram agora em março. Ou seja, tudo leva a crer que a empresa está numa situação adequada.

Qual a diferença entre  as duas situações? A resposta para as duas situações distintas está no ciclo financeiro. A Amazon possui uma grande concentração de vendas no final do ano. Isto justifica o seu desempenho em março. No primeiro trimestre a empresa precisa acertar as contas com os fornecedores referente a comercialização de produtos ocorrida no final do ano. Com efeito, no primeiro trimestre de 2012 a empresa teve uma variação de 4,3 bilhões no passivo circulante denominado “contas a pagar”.

Mas o efeito da sazonalidade do ciclo financeiro da empresa não aparece somente no fluxo de caixa. O resultado apurado pelo regime de competência também informa isto. Segundo Sanu, o lucro por ação foi de 0,28, 0,38, 0,14 e 0,44 centavos por ação.

De qualquer forma, o exemplo da Amazon mostra a relevância de analisar o ciclo financeiro de uma empresa. O estudo da importância da sazonalidade das vendas sobre o desempenho das empresas deve ser considerado a sério no momento de fazer a análise das informações contábeis.

Manguinhos

A figura abaixo apresenta o resultado da Manguinhos Refinaria
A empresa apresentou um prejuízo de 22,1 milhões. Entretanto, o prejuízo bruto foi de 92 milhões. Observe que a empresa teve receitas e despesas operacionais de 340 milhões, que ajudou a reduzir os efeitos da margem bruta e das despesas gerais de administrativas.

Em nota explicativa a empresa detalha este prejuízo:
O bom desempenho da empresa ocorre com "receitas operacionais" referente a reversão de custos e despesas (a empresa não informa o que é isto) e deságio na aquisição de títulos, que possui nota explicativa (vide na figura). Natalia Viri (Com Ajuda de Precatórios, Manguinhos reduz prejuízo em 2011, Valor Econômico, 28 de abril de 2012) já tinha notado o efeito dos precatórios, embora não tenha dado o devido destaque a reversão de custos e despesas (?) e a questão de classificação destes itens como operacionais.

10 maio 2012

Bolsa Família e Indicadores Sociais


Hoje eu parabenizo, com atraso, um querido amigo que aniversariou recentemente: Rods - também conhecido como Rodrigo Fontenelle de Araújo Miranda.

Tendo como orientadora a Professora Doutora Fátima de Souza Freire, esse orgulhoso membro da 19ª turma de mestrado do Programa Multiinstitucional e Inter-regional de Pós Graduação em Ciências Contábeis da UnB/UFPB/UFRN defendeu em novembro de 2011 a dissertação intitulada:

RELAÇÃO ENTRE INCONFORMIDADES NOS GASTOS PÚBLICOS DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA E INDICADORES SOCIAIS DOS MUNICÍPIOS: Uma análise a partir das ações de controle realizadas pela CGU - disponível aqui.

A banca foi interessantíssima, com a presença dos professores Doutor José Matias Pereira (membro interno) e Doutor João Baptista da Costa Carvalho (membro externo - Universidade do Minho, Portugal). Assistir a defesas é sempre muito bom pela possibilidade de absorver as críticas e sugestões dos membros da banca. Mas ainda eu, como luso-brasileira, achei uma honra ouvir as considerações e contribuições tão excelentes com o toque do gracejo de Camões.

Parabéns, mestre Rods, pelo seu aniversário. Reverenciamos a sua vida! Que o seu caminho seja assim, repleto de estrelas, conquistas, sucesso e bons amigos. Parabéns, ainda, pela aprovação do artigo derivado da sua dissertação no Congresso "Interdisciplinary Insights on Fraud and Corruption", da Universidade do Porto. Acompanharemos a sua carreira!

Rir é o melhor remédio

Adaptado daqui

Avaliação e Governo


Damodaran escreveu três post sobre a influência do governo na avaliação de empresas. No primeiro, denominado Governments and Value: Part 1 - Nationalization Risk discute como tratar países onde existe o risco real de nacionalização. É o caso da recente encampação da YPF por parte da Argentina.

O primeiro aspecto é determinar o risco de nacionalização no valor de uma empresa. As alternativas são (a) usar uma taxa de desconto mais elevada; (b) reduzir o fluxo de caixa em razão do risco de nacionalização; (c) avaliar a empresa sem a existência do risco e agregar, de forma separada, este risco. Em razão das dificuldades dos dois primeiros métodos, o terceiro, incorporando de maneira separada o risco, parece ser uma solução natural.

Por este método o valor da empresa é dado pela seguinte expressão:

Valor = Valor pelo Fluxo de Caixa Descontado sem risco de nacionalização x (1 – Probabilidade de nacionalização) + Valor dos ativos com a nacionalização x probabilidade de nacionalização

O grande problema deste método é determinar a probabilidade de nacionalização. Esta estimativa será muito subjetiva.

Damodaran é um autor de valuation que declara seu amor pelos métodos relativos (vide seu último livro, por exemplo). Assim, ele propõe usar os relativos para fazer esta estimativa. Para Damodaran, valores reduzidos de P/L seria um sinal de maiores riscos de nacionalização: Venezuela e Rússia, assim como a Argentina, possuem valores reduzidos deste índice.

Se este índice diz muito sobre um país, talvez não seja suficiente para avaliar uma empresa de um setor específico. Em alguns países, o número de empresas de um setor talvez não seja suficiente para construir este índice em termos comparativos.

Uma solução que Damodaran não apresenta para o problema é usar um conjunto de índices, inclusive a opinião dos especialistas, para determinar as chances de nacionalização. E com isto usar o fluxo de caixa descontado.

Num segundo texto, denominado Governments and Value II: Subsidies and Value, Damodaran discute as vantagens do governo. Na postagem, Damodaran reconhece que a presença do Estado pode aumentar o valor de uma empresa. Isto pode ocorrer através de “ajudas”, como menor custo de financiamento (vide JBS), redução de impostos (montadoras em alguns estados do país), garantia de receitas pela compra dos produtos da empresa (Embraer para alguns produtos militares) e subsídios indiretos.

O tratamento da ajuda do governo pode ser através da taxa de desconto ou considerando o fluxo de caixa da empresa. É importante destacar que conforme a “ajuda” do governo. Uma alternativa é considerar uma empresa sem o incentivo do governo e com o incentivo. Devo notar que nesta postagem Damodaran não propõe usar um relativo para este problema.

A terceira postagem é muito interessante. Denomina-se Governments and Value III: Bribery, Corruption and other "Dark" Costs e trata dos custos nebulosos da presença do governo na economia, sob a forma de existência de corrupção e outros pagamentos ilegais para servidores públicos. As notícias recentes da empresa Delta Construtora mostra que isto é relevante para o processo de avaliação.

Para o avaliador, o grande problema é determinar o valor da corrupção. Existem medidas indiretas, como a da Transparência Internacional, que classifica os países em níveis de corrupção.

O gráfico abaixo mostra a série histórica para o Brasil. É possível perceber que nosso país não apresentou variação na corrupção percebida em uma década. Ou seja, continuamos corruptos.

Mas como isto entraria na avaliação? Damodaran sugere três alternativas: tratar como despesa operacional; como um tipo de imposto ou como um aumento no custo de capital. Todas alternativas são complicadas.

Periódicos

Os periódicos científicos existentes na área de Administração, Contabilidade e Turismo são classificados para fins de produção na pós-graduação. A maior classificação é A1 e somente poucos periódicos são contemplados. A classificação C, a pior, não traz pontos para quem publica nestes periódicos e corresponde a maioria dos periódicos, conforme se pode notar no gráfico. O interessante é que seria de esperar que o número de periódicos aumentasse com a redução da classificação: poucos periódicos seriam A1, um número maior de publicações, mas reduzido em quantidade, seria A2 e assim por diante. Mas o número de periódicos classificados como B2 é muito menor que A1, por exemplo. Assim como a quantidade de publicações com a classificação B3 é maior que a quantidade como B4.

Fotografias criativas



Fonte: Aqui

09 maio 2012

Rir é o melhor remédio

Enviado por Matias, grato!

Teste 553

Atualmente o Iasb e o Fasb estão juntos em três grandes projetos voltados para convergência. Um destes projetos é o do reconhecimento da receita, que parece estar em processo final de conclusão. Você saberia dizer quando começou a discussão deste tema na agenda das duas entidades?

2002
2006
2009

Resposta do Teste Anterior: A resposta correta deveria ser: 31 de dezembro de 2010 / contabilidade / avaliados. O texto do jornal mostrava: 2011 / auditoria / valorizados