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18 junho 2014

Curso de Contabilidade Básica: Desempenho dentro da empresa

Numa grande empresa é comum a existência de diferentes áreas de negócios ou grandes linhas de produtos. Nestas empresas, também é possível encontrar as demonstrações contábeis segregadas por cada uma das áreas. Assim, a análise do desempenho também pode ser feita para cada área, inclusive cálculo de indicadores.

Veja o exemplo da Autopista Fluminense um grupo de empresas que gerencia rodovias. Com uma receita trimestral perto de 1 bilhão de real obtidos sob diversas denominações: Autovias, Centrovias, Intervias, Fernão Dias, etc. Com esta gestão, tem obtido um lucro líquido de 100 mil reais por trimestre, o que representa uma margem líquida de 10%. Mas este desempenho não é igual para todo o grupo. O gráfico mostra os últimos cinco trimestres em termos do lucro:

Na linha vermelha, o comportamento da Autopista (ou Arteris) mostra um lucro entre 90 a 138 milhões reais. Em azul, o resultado líquido da Fernão Dias. Nos cinco trimestres, somente no terceiro de 2013 a empresa teve lucro, de 1,9 milhões; nos demais, prejuízos.

Isto mostra que dentro de uma empresa lucrativa podem existir setores com “problemas”. O usuário deve fazer uma análise para verificar como a empresa pode conseguir reverter este tipo de problema.


Listas: 10 fatores que fazem os funcionários perderem tempo no trabalho

1.  Envio de mensagens pelo celular
2. Fofoca
3. Uso da internet
4. Mídias sociais
5. Pausas para lanche ou fumar
6. Colegas barulhentos
7. Reuniões
8. E-mails
9. Colegas passando pela mesa
10. Colegas de trabalho colocando ligações no viva voz

Fonte: Aqui

17 junho 2014

Sped Fiscal: livro de controle de produção deverá ser digitalizado

CFC Informa:

A partir de janeiro de 2015, os estabelecimentos industriais e os atacadistas deverão informar seus estoques e produção por meio digital ao Sped Fiscal. Com isso, os documentos impressos, com informações contidas nos livros contábeis e fiscais tradicionais, deverão ser transformados em arquivos digitais.

Um deles é o chamado Bloco K, que contempla o controle de todas as movimentações de estoque, incluindo perdas de processo, quebras por transporte, movimentações para terceiros e de terceiros, ajustes de inventario, compras, vendas e outras saídas de qualquer natureza.

Trata-se da digitalização do Livro de Controle de Produção e Estoques, hoje atualizado manualmente com dados das fichas técnicas dos produtos e das perdas ocorridas no processo produtivo, entre outras informações. Com a eliminação do livro em papel, a expectativa é que a emissão de notas fiscais com informações incorretas seja reduzida, assim como notas fiscais subfaturadas, notas fiscais “frias” ou espelhadas, notas calçadas e as meia-notas, além de manipulação dos estoques.

Na prática, o Fisco também passa a ter acesso ao processo produtivo e à movimentação completa de cada item de estoque, o que possibilitará o cruzamento quantitativo dos saldos apurados eletronicamente pelo Sped com os informados pelas indústrias. ”Não estão solicitando a fórmula exata de um xarope de refrigerantes que seja importado e utilizado no produto, mas, apenas, a quantidade necessária deste xarope”, explica o conselheiro do CFC Osvaldo Rodrigues da Cruz.

Segundo ele, com a eliminação das informações do Bloco K no papel, as empresas precisarão ter maior controle em relação aos registros eletrônicos de produção e estoque. A orientação, portanto, é readequar e requalificar os departamentos responsáveis com o objetivo de melhorar o processamento das informações e não deixar para última hora.

“Essa exigência será amenizada desde que as empresas disponham das informações de produção e de seu processo produtivo. Isso requer organização. Assim, a empresa ameniza os riscos de falhas e inconsistências nas informações a serem prestadas. Pela nossa experiência até o Fisco sentia-se pouco à vontade no exame do referido livro”, afirma o conselheiro.

As grandes indústrias serão as primeiras obrigadas a digitalizar o documento, seguida das médias e pequenas empresas. ​

Por RP1 Comunicação – Elton Pacheco

Rir é o melhor remédio

Adaptado daqui

Default Argentino

Em 2001 a Argentina declarou default para uma dívida de 95 bilhões de dólares. Isto significa dizer que aquele país recusou pagar este empréstimo. Em 2005, a Argentina ofereceu títulos, com condições piores para os investidores. E fez isto novamente em 2010. Diante da incerteza do recebimento, a maioria dos investidores aceitou as condições propostas e 92% da dívida foi trocada. Entretanto, um grupo de investidores não somente recusou a oferta como acionou os tribunais dos Estados Unidos em busca de manutenção das condições iniciais.

Agora a Suprema Corte dos Estados Unidos, equivalente ao nosso STF, decidiu que a Argentina deveria pagar a estes investidores nas condições iniciais, rejeitando o recurso do país. Os investidores ganharam o direito de serem respeitadas as condições iniciais de pagamento, em lugar de receber 30 centavos por dólar investidos.

A Argentina pode tentar um acordo com estes investidores, mas corre um risco elevado de inadimplência. A Argentina chama os investidores de "abutres", já que muitos deles compraram os títulos com desconto para tentar obter a vitória nos tribunais. Não se sabe qual o próximo passo da Argentina. Em 30 de junho vence o pagamento de um título de 13 bilhões e esta pode ser uma data importante no caso.

P.S. A presidente declarou que não irá honrar a dívida!

Rir é o melhor remédio


"VAI NEYMAR" mãe é o Paulinho 
"VAI NEYMAR" mãe é o Oscar 
"VAI NEYMAR" mãe é o David Luís


Via @guagliona
Imagem via Cristina Durmmond

Curso de Contabilidade Básica: Formulário Cadastral

O Formulário Cadastral é um conjunto de informações que as empresas reguladas pela Comissão de Valores Mobiliários devem preencher. Isto significa dizer que as grandes empresas possuem e deveriam divulgar estas informações.

Geralmente o usuário procura as demonstrações contábeis, as apresentações dos resultados ou outras informações. Particularmente não conheço nenhuma pesquisa baseada neste formulário, o que é uma pena, pois este documento possui muitas informações uteis. Vamos mostrar isto com o Formulário da Hercules.

Como são várias informações, vamos focar naquelas que podem ser mais interessante. De início, algumas informações de identificação da empresa, que inclui a data da constituição (no caso, 1936), a data de registro na CVM (desde 1968 ou 46 anos), o país de origem (é uma empresa brasileira), o setor de atividade (metalurgia e siderurgia), a descrição do que a empresa faz (fabricação e comércio de talheres e artigos similares), o controle (privado), a data do encerramento do exercício social (31 de dezembro) e onde divulga as informações (Diário do Comércio e Diário Oficial do Estado, ambos em São Paulo).



A seguir, o endereço da empresa (correspondência em Porto Alegre, mas sede em São Paulo) e o tipo de segmento (tradicional, desde 1968).
 
A informação sobre o auditor inclui o nome da empresa (KPMG), a data do início da prestação do serviço (desde abril de 2012) e o responsável, com o CPF. Também tem o escriturados de ações (Bradesco, com o início da prestação do serviço, além do endereço – que não aparece na figura). Para finalizar, o responsável pelo relacionamento com os clientes e o contato com os acionistas, ambos com o início da atuação e endereço.


Gestão de Risco

Sobre os modelos de riscos:

Nossa pesquisa recente (Danielsson et al. 2014) considera a precisão das metodologias de previsão de risco de mercado mais comumente aceitos. Nós achamos que o risco dos modelos de previsão de risco de mercado existentes é, na verdade, substancial, especialmente durante a turbulência do mercado e crises. Estes são, presumivelmente, os momentos em que as previsões de risco precisos são mais necessários. Este resultado se aplica igualmente à gestão do risco de mercado no âmbito das instituições financeiras e de métodos de previsão de riscos sistêmicos que dependem de dados de mercado.

Os autores compararam seis metodologias: simulação histórica, média móvel, média móvel ponderada exponencialmente, duas variantes do GARCH e um modelo de valor extremo. Num dos modelos o risco estimado foi de $1, enquanto em outro o risco foi de $10 para o mesmo portfólio.

Os autores tentaram duas justificativas para o desempenho ruim dos modelos: as crises financeiras são raras diante dos dados da amostra; e os modelos tendem assumir que as crises são exógenas. (Cartoon adaptado daqui)

Fronteiras no Google Maps

O Google Maps apresenta as fronteiras entre os estados e países. Para 31 países, o Google Maps não apresenta suas fronteiras. O motivo é político. Nestas 31 exceções geralmente são situações onde existem controvérsias sobre a fronteira e assumir uma “fronteira” pode desagradar os países envolvidos nas disputas pelo território. E isto já ocorreu no passado, como nas fronteiras da Cachemira, que gerou protestos de Índia e Paquistão. Afigura a seguir mostram estes 31 países:


16 junho 2014

Rir é o melhor remédio



Para todos os bolsistas, não apenas os de iniciação científica. ;)
#RirEhOMelhorRemedio


Curso de Contabilidade Básica: Lucros Acumulados

Quando foi promulgada a lei 11.638, que modificava a Lei 6404, uma das novidades era a “extinção” da conta de Lucros Acumulados. A leitura mais atenta mostra que na realidade esta conta não acabou; somente seu saldo final deve ser zerado ao final de cada exercício social. Na prática as empresas ainda usam esta conta para os lucros ao longo do ano.

A Sonae Sierra Brazil, uma empresa especializada em shoppings centers é uma destas empresas. Veja a sua Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) do ano de 2013 (clique na imagem para ver melhor):

O saldo inicial era um prejuízo acumulado de 52 milhões. Durante o ano de 2013 a empresa obteve um lucro de 226 milhões e transferiu 11 milhões para reserva legal, 109 milhões para reserva de retenção de lucros e 19 milhões para lucros a realizar. Com isto, o saldo final da conta de lucros ou prejuízos acumulados foi de zero em 31 de dezembro de 2013 (destaque na figura acima).

A seguir a DMPL da mesma empresa no primeiro trimestre de 2014:

O formato é um pouco diferente, mas é possível perceber o saldo de zero em lucros acumulados. No primeiro trimestre a empresa teve um lucro de 15 milhões, que representa o saldo de lucros acumulados em 31 de março de 2014.


Portanto, a conta de lucros acumulados não acabou. Somente seu saldo ao final do exercício social deve ser zero. 

Não conhecemos a causa de inflação ou recessões

Macroeconomics is a little like fusion power. When the Great Depression hit, economists finally started taking booms and busts seriously. There’s no denying that something weird happens when a country slips into recession -- all the same factories and offices and people and ideas are there, but suddenly people aren’t producing as much stuff. Why? John Maynard Keynes, Friedrich Hayek and Irving Fisher wrestled with this question in the 1930s, and their work kicked off a decades-long quest to understand what we now call the business cycle. But almost a century later, despite sending some of our best brains up against the problem, we’ve made frustratingly little progress.
It’s hard to overstate how few solid conclusions have emerged out of a century of macroeconomic research. We don’t even have a good grasp of what causes recessions. Robert Lucas, probably the most influential macroeconomist since Keynes, had this to say in 2012:
I was [initially] convinced…that all depressions are mainly monetary in origin…I now believe that the evidence on post-war recessions (up to but not including the one we are now in) overwhelmingly supports the dominant importance of real shocks. But I remain convinced of the importance of financial shocks in the 1930s and the years after 2008. Of course, this means I have to renounce the view that business cycles are all alike!
Lucas’ progression roughly reflects the shifting fads in academia. In the 1970s, people mostly thought that recessions were caused by tight monetary policy. After the big inflation in the '80s, people built models in which recessions happen because fewer new technologies got discovered in a given year. But that didn’t seem to explain the recessions induced by Federal Reserve Chairman Paul Volcker in the early 1980s, so new models were developed that attributed recessions, again, to tight monetary policy. After the financial crisis of 2008 and the deep recession that followed, macroeconomists shifted gears and started building models in which financial crises cause economic busts. The consensus shifts every time something big happens.
Other top macroeconomists put the problem even more starkly. Harvard’s Greg Mankiw said this in 2011:

After more than a quarter-century as a professional economist, I have a confession to make: There is a lot I don’t know about the economy. Indeed, the area of economics where I have devoted most of my energy and attention — the ups and downs of the business cycle — is where I find myself most often confronting important questions without obvious answers...
And in that same year, the University of Chicago’s John Cochranewrote:
Why are we stagnating? I don’t know. I don’t think anyone knows, really...Nothing on the conventional macro policy agenda reflects a clue why we’re stagnating...
We also don’t understand what causes inflation. It makes sense that printing more money would cause prices to rise, but trillions of dollars of quantitative easing -- a policy dreamed up by Milton Friedman as a way to fight stagnation -- haven’t budged the inflation rate from its low level of about 2 percent. That has led a small but growing number of macroeconomists, including Stephen Williamson of Washington University, to suggest that quantitative easing, or long periods of low interest rates, actually reduce inflation. At a recent Hoover Institute conference, Cochrane declared that inflation is actually the result, not of loose monetary policy, but of government borrowing (this is actually an old idea as well).
On the topic of what to do about recessions, opinion also is split. The dominant school of thought among macroeconomists (the “New Keynesians” and “monetarists”) says that fighting recessions is the Fed’s job -- lowering interest rates, or QE, or nominal gross domestic product targeting can get the job done. A branch of this school thinks that monetary policy loses its punch when interest rates are low, and recommends fiscal stimulus spending to fill the gap. A slightly smaller group (the “New Classicals”) think that nothing can be done -- we just need to wait it out, and in the meantime try to cut taxes and implement other structural reforms. The debate rages on. But this argument is a little like medieval doctors arguing over leeches versus bleeding -- without a real understanding of what causes recessions, our medicines are largely a shot in the dark.
Why is macroeconomics one of the great unsolved problems in the history of human science? It isn't because macroeconomists aren’t smart enough, as anyone who has hung around them knows. It’s also not because they’re too politicized; you can find macroeconomists on every end of the spectrum. Nor is it for lack of resources being thrown at the question.
The problem is data. Business cycles are few and far between. And business cycles that look similar to one another -- the Great Depression and the Great Recession, for example -- are even farther apart. It’s hard to tell whether policies have any effect, or whether those effects were about to happen anyway. The main statistical technique we have to analyze macro data -- time-series econometrics -- is notoriously inconclusive and unreliable, especially with so few data points. Comparing across countries helps a bit, but countries are all very different, and recessions can also spill over from one to another.
The uncomfortable truth is this: The reason we don’t really know why recessions happen, or how to fight them, is that we don’t have the tools to study them properly. This is the situation biologists were in when they were trying to fight disease before they had microscopes. Not only did they not have the right tools, they didn’t even have any way of knowing what the right tools would be!
So I can’t tell you when macroeconomics will have a real breakthrough. Will we be able to get insight from simulated economies (called agent-based models)? Will huge multiplayer online video games give us a laboratory to study recessions? Should we look at cities as economies, and gain some insight there? Or is there some other data-gathering method so different from what we do now that I can’t even imagine it?
It’s easy to point and laugh and say that macroeconomics isn’t a science. It’s also easy to convince yourself that if macroeconomists just ditched their blinkered political ideologies, all would become clear. But those are comforting fantasies. The fact is, there are just some big problems that mankind doesn’t know how to solve yet.
Fonte: aqui

Inflação na Venezuela


Informa a Folha de S Paulo :

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) da Venezuela registrou um aumento de 5,7% no mês de maio, o que fez a taxa de inflação anual subir a 60,9%.

Com uma inflação neste nível, temos mais de 100% em três anos. Isto caracterizaria um ambiente hiper-inflacionário, conforme definição adotada pelo Iasb.

Moda no uniforme da Copa

Cada foto mostra a relação entre a moda e os uniformes no futebol ao longo dos anos (50s, 60s, 80s, 90s e 2000s)





Fonte: Aqui

15 junho 2014

Rir é o melhor remédio

Domingo também é dia!


Manual do mundo: Fotos e história

O pessoal do Manual do Mundo já falou sobre como a forma que estudamos História acaba introduzindo algumas falsas noções em nossas mentes e um dos reflexos dessa incompreensão nos leva a acreditar que estamos muito distantes dos acontecimentos.

Só que, como vimos, os fatos que determinaram o curso da linha do tempo da civilização talvez não estejam tão longe assim de nós, nem cronologicamente, nem geograficamente!

Ilustrando como a história está muito mais próxima do que pensamos, o fotografo Seth Taras desenvolveu em parceria com o canal History o projeto Know Where You Stand, mostrando imagens atuais sobrepostas a fotografias históricas através de montagens.

Para obter o ângulo exato e reproduzir cada foto em seu local original, o artista viajou por diversos lugares históricos. O resultado são imagens chocantes como Hitler em frente à Torre Eiffel durante a Segunda Guerra Mundial, a chegada dos aliados na praia da Normandia, a queda do muro de Berlim, etc.

Confira abaixo:


Quem curte o tema (e tem alguma noção de inglês) vai querer assistir a estes dois vídeos que tentam explicar resumidamente as duas grandes guerras mundiais enfrentadas pela civilização:




Um exemplo a ser seguido: Deme

Demetrio de Macedo Pepice, 1º Colocado Nacional no AFRF/2005. Foram 269 pontos em 300! Isso mesmo, acredite! O Demetrio, 1º colocado nacional no AFRF/2005, conseguiu essa marca histórica: 269 pontos em um total de 300! Um show de bola!

[...].

O meu intuito nesta entrevista é repassar a vocês, visitantes do Ponto, parte da experiência de preparação do Demetrio, que certamente será um incentivo para aqueles que continuarão na árdua luta, rumo à aprovação em um bom concurso.

O Demetrio residia em São Paulo (SP) e era engenheiro mecânico. Começou a estudar no ano de 2003, preparando-se para o concurso de Técnico da Receita Federal - TRF. No meio da preparação, saiu o concurso da Comissão de Valores Mobiliários - CVM. Decidiu estudar as disciplinas específicas do concurso da CVM, e acabou sendo aprovado nos dois concursos. Decidiu, então, abrir mão do concurso de TRF, e sequer fez a matrícula no curso de formação deste concurso, para não tirar uma vaga de outro candidato.

Pois é, tudo certo, não? Não, de jeito nenhum! Em razão de uma ação ajuizada pelo Ministério Público, o desfecho do concurso da CVM foi suspenso por um ano, e o Demetrio ficou, durante todo esse período, sem a CVM e sem TRF! E mais: no final de 2004, decidiu-se pela anulação da prova de redação do concurso da CVM, e o Demetrio teve que fazer nova prova. Moral da história: só foi nomeado para o cargo na CVM no início de 2005!

[...]

[Demétrio] já estudando, diuturnamente, para o concurso de Fiscal de São Paulo, que tem provas previstas para abril de 2006. [...] Bem, atrapalhando um pouco os estudos do Demetrio para o Fiscal de São Paulo, fiz a ele as seguintes perguntas:

Vicente Paulo: Sabe, Demetrio, você um dia, muito antes da divulgação do resultado do AFRF, já foi motivo de conversa na minha casa. Estava em casa tentando animar uma candidata ao AFRF, dizendo a ela que ainda havia chance de ser aprovada (e, de fato, ela acabou sendo aprovada!), e ela estressou-se comigo: “puxa, pára de me enganar, você sabe que eu não tenho chances, olha só, vi num ranking da internet que tem um tal de ‘Deme’ que fez, antes dos recursos, quase 260 pontos; como eu vou passar, com menos de 200 pontos?” Disse a ela, então: “se isso for verdade, ele será o primeiro colocado nacional no concurso, pode ter certeza”. E você, já pensava nesse primeiro lugar nacional antes da divulgação do resultado?

Demetrio: Acho que não. Com certeza eu não esperava esse resultado quando terminei de fazer a última prova. Eu lembro que quando saí do local de prova, enquanto voltava para casa, a única coisa que passava pela minha cabeça era que eu tinha chutado 9 questões de matemática financeira e estatística, todas na mesma alternativa. Não me conformava, achei que tinha sido eliminado justo na matéria em que eu achava que iria melhor. Não estava me sentindo nem um pouco seguro. Pensava assim: “essa prova foi muito maluca, o pessoal da ESAF ficou louco”. Com certeza muita gente também se sentiu assim porque nesse concurso o formato das questões foi muito diferente daquele que a ESAF adotou nas provas anteriores.

No dia seguinte quando conferi o gabarito vi que tinha conseguido acertar exatamente 6 questões de matemática e estatística, ou seja, tinha feito exatamente a nota mínima para não ser eliminado nesta matéria. Isso foi um alívio enorme. Mas eu tive a maior surpresa quando conferi o gabarito das outras matérias: não esperava ir tão bem assim. Fiquei tão contente que comecei a falar para todos os colegas do trabalho, para os amigos, foi a maior festa.

Vicente Paulo: Você me parece uma pessoa extremamente determinada. Intensificou os estudos quando tudo deu errado no concurso da CVM, em 2004. Agora, mal passou para o AFRF, e já está pensando no Fiscal de São Paulo. De onde você tira tanta disciplina?

Demetrio: Na verdade acho que não sou tão disciplinado assim, uma coisa que me ajudou muito foi ter ficado bastante motivado. Uma coisa fundamental nos concursos públicos é a motivação: quando uma pessoa está muito motivada a passar, quando ela sente que a aprovação vai melhorar muito sua vida e a de sua família, ela consegue fazer sacrifícios enormes para atingir esse objetivo. Acho que foi o que aconteceu comigo.

Eu comecei a estudar para concursos em 2003. Durante esses 3 anos de estudo, em diversas ocasiões eu me senti desanimado, pensei em parar e fazer outras coisas. Mas essas fases não duravam muito tempo, logo eu recomeçava a estudar. Acho que isso é muito importante no ramo dos concursos: a pessoa não pode desistir, tem que aprender a ser sempre capaz de recomeçar. Por exemplo, eu tinha alguns amigos que estudavam para o cargo de AFPS. Quando saiu a unificação da Receita com a Previdência, essas pessoas ficaram numa situação horrível pois haviam gasto anos se preparando para uma prova que não iria mais acontecer. Muitos foram perseverantes, não se deixaram abater pelo desânimo. Faltando poucos meses para a prova de AFRF elas tiveram que estudar do zero várias matérias novas (como a famigerada matemática financeira e estatística), além de se adaptar ao estilo de questões da ESAF. No fim muitas dessas pessoas conseguiram ser aprovadas no AFRF.

Esse último concurso de AFRF foi muito atrapalhado, sem dúvida. Faltando menos de 60 dias para a prova o formato do edital mudou completamente, entraram 6 matérias inéditas. As questões da prova foram atípicas e cheias de erros. Por isso muitas pessoas que vinham se preparando para esse concurso há bastante tempo foram muito prejudicadas pelas trapalhadas da ESAF e não conseguiram passar. Para essas pessoas o que eu digo é que não parem de estudar, recomecem o mais rápido possível [...].

Em 2003 eu consegui passar no concurso da CVM, cargo que ocupo hoje. Só que não pude tomar posse porque a prova de redação foi questionada na justiça. E o pior, depois de quase 1 ano de espera o judiciário resolveu anular a prova de redação e chamar todos candidatos para fazê-la novamente. Isso me deixou muito chateado. Mas o importante é que durante todo esse tempo de espera eu consegui me manter estudando, se não fosse por isso hoje eu não teria sido aprovado no concurso de AFRF.

Vicente Paulo: Digo sempre em sala de aula: inteligência não é o maior diferencial em concurso, disciplina é tudo. Você concorda com isso?

Demetrio: Concordo. Durante esse tempo em que me preparei para concursos percebi que o estudo para uma prova desse porte não é semelhante a uma corrida de velocidade, mas sim a uma corrida de resistência. Não adianta nada a pessoa passar dois meses estudando 14 horas por dia, o conhecimento precisa ser adquirido aos poucos em um período longo de tempo para ser bem digerido e assimilado. Quando você pega uma prova da ESAF e percebe que o candidato deve memorizar o texto literal da constituição, do CTN e de uma infinidade de outras leis, dá para perceber que é quase impossível adquirir todo esse conhecimento em apenas alguns meses. É por isso que a maior arma do concurseiro é a disciplina, a capacidade de investir todos os dias um pouco no seu objetivo, de fazer uma preparação de longo prazo.

Além disso acho que o candidato que conta muito com a sua inteligência é justamente aquele que subestima a complexidade das matérias e a importância de estar sempre revisando os principais pontos das disciplinas. Ele é uma vítima do excesso de autoconfiança. É muito importante que a pessoa seja muito humilde no estudo. No meu caso, por exemplo, sou formado em engenharia e por isso estudei na faculdade matérias de cálculo super complicadas, mas na prova de AFRF quase fui eliminado em matemática financeira porque não fui rápido para fazer contas de divisão sem calculadora. Tem muita gente que fez Direito, Economia ou Contabilidade e que acha que só por isso já estão “garantidas” nas matérias que estudaram na faculdade. Mas na realidade o estudo para concursos é totalmente diferente do estudo acadêmico, por isso ainda que o candidato tenha base ele deve sempre começar o estudo de uma matéria de concurso usando um material bem didático, com muita humildade. E depois de atingir um bom nível de conhecimento ele não deve confiar totalmente na sua memória, é importante manter uma rotina de revisões periódicas. Deve-se procurar ficar sempre tendo algum contato com aquela matéria, fazendo e refazendo exercícios, nem que seja só uma vez por semana.

Vicente Paulo: A preparação para o AFRF foi um tanto quanto tensa, com muitas incertezas e mudanças para os candidatos (unificação do concurso, novas disciplinas, “Super Receita” etc.). Como manter o equilíbrio nesse período que antecede as provas?

Demetrio: Acho que é essencial a pessoa tentar sempre olhar para a sua situação da maneira mais otimista possível. Sempre olhar para as vantagens da posição na qual ela sem encontra. Por exemplo, eu vinha me preparando para o concurso de AFRF na àrea de Auditoria, por isso nunca tinha tido contato com Comércio Internacional. Quando saiu o edital, ao invés de ficar o tempo todo pensando que eu estava em uma posição de desvantagem em relação aos candidatos que já tinham uma bagagem nessa àrea, escolhi ver as coisas da seguinte forma: os meus concorrentes que estudavam para a área de Aduana já estavam há pelo menos um ano sem ter nenhum contato com Comércio Internacional, por isso já tinham esquecido muita coisa. Eu iria estudar aquela matéria a partir daquele momento e chegar no dia da prova com o conhecimento fresco na cabeça. Por isso as nossas chances de ter um bom desempenho na prova se igualavam. Procurei pensar assim em relação a todas as matérias novas. Se não tivesse feito isso acho que teria tido uma crise de nervos...

Outra coisa importante foi ter sempre ter em mente que nos concursos nenhum estudo é perdido: mesmo que, em um primeiro momento, o estudo de uma matéria incerta pareça ser algo muito arriscado, sempre nós aproveitamos o conhecimento de alguma forma. No ano de 2005, antes da publicação do edital, eu cheguei a estudar informática, contabilidade avançada e um pouco de direito previdenciário, mesmo quando havia a possibilidade de essas matérias não serem cobradas na prova. Isso me ajudou bastante depois da publicação do edital, me poupou tempo. Por outro lado acabei estudando duas matérias que não foram cobradas, como Auditoria, Ética e Organização do ministério da fazenda.

Nesses períodos de incerteza acho que o importante tentar manter o equilíbrio emocional, sempre procurar fazer o melhor que possa ser feito com as informações que temos à disposição naquele momento. Parece loucura estudar uma matéria que você nem tem certeza de que será cobrada na prova, mas às vezes é o único modo de ficar em situação de igualdade com seus concorrentes. Uma vez li em um texto do Rodrigo Luz que “estudar para um concurso é como aplicar em ações, deve-se comprar na baixa para vender na alta”, ou seja, procurar sempre que possível estudar a matéria com antecedência, quando não há edital, para depois ficar em uma situação confortável quando o edital for publicado. Muitas pessoas são contra isso, pois o candidato estaria sacrificando um tempo que poderia ser usado para as matérias certas. Mas o problema é que depois de estudar durante muito tempo uma matéria, a pessoa chega em um nível muito alto de conhecimento em que ela já leu todos os livros, fez e refez todas as provas antigas... E aí há o perigo de ela se acomodar, já que não há mais nenhum desafio pela frente... nesse momento eu acho que é válido combinar a revisão das matérias tradicionais com o estudo de matérias novas, tanto matérias certas de outros concursos como matérias incertas do cargo para o qual ela se prepara.

Vicente Paulo: Quais foram os seus maiores acertos, aqueles pontos decisivos, na preparação para o AFRF/2005?

Demetrio: Acho que muitas coisas contribuíram para o meu sucesso nesse concurso. Em primeiro lugar, eu tive a sorte de conhecer diversas pessoas pela internet que, assim como eu, estudavam para esse concurso da Receita Federal. Elas me ajudaram muito a descobrir o material certo para estudar, os melhores professores e principalmente, me deram a motivação necessária para perseguir esse objetivo durante um período de tempo tão longo. Fiz grandes amigos através da Internet, primeiro no Fórum do CorreioWeb, depois no Fórum dos Concurseiros. Eu passei a conviver com outras pessoas que tinham os mesmos objetivos que eu, as mesmas dúvidas, os mesmos problemas. Acho que isso me deu um estímulo muito grande para que eu sempre tentasse superar minhas dificuldades.

Em segundo lugar, também tive a sorte de logo descobrir os livros direcionados para concursos: os livros da Editora Impetus/Campus e da Editora Ferreira. Sem esse material eu teria demorado muito mais tempo para adquirir o conhecimento necessário para fazer uma boa prova. E, por último, foi muito importante eu ter lido uma entrevista do professor Gustavo Barchet em que ele explicava como tinha sido aprovado em diversos concursos estudando através das questões de provas antigas. No ano de 2005 eu procurei incorporar essa metodologia à minha preparação, e com certeza esse foi um fator essencial para o meu bom desempenho na prova de AFRF.

Vicente Paulo: Agora, vamos inverter a pergunta: o que você fez, mas não faria novamente em uma nova preparação para concursos?

Demetrio: Acho que eu não teria feito um curso básico, estilo “pacotão”, com aulas de todas as matérias. Também não teria começado o meu estudo pelas apostilas, mesmo que de boa qualidade. Logo quando comecei a estudar, procurei conversar com pessoas que já tinham passado por essa experiência de concursos. Minha mãe foi aprovada no AFTN de março de 94, então é claro que fui bastante influenciado pela experiência dela. Mas acho que hoje o mundo dos concursos é muito diferente do que era naquela época, pois com a internet e com as editoras especializadas os candidatos têm acesso a um material com qualidade muito superior ao que existia 11 anos atrás. Hoje o nível dos candidatos é altíssimo, é comum ver pessoas gabaritando provas de português, direito tributário e contabilidade. Eu demorei algum tempo para perceber essa realidade, hoje sei que durante o meu primeiro ano de preparação (2003) meu estudo foi muito superficial. Uma pessoa que comece a estudar hoje para um concurso do porte de um AFRF deve ter em mente que será necessário estudar no mínimo de 100 a 200 horas cada matéria básica, pois com certeza é o que seus concorrentes farão.

Vicente Paulo: Você sempre estudou sozinho, ou gostava de estudar com outros colegas?

Demetrio: Eu sempre gostei de estudar sozinho, isso porque eu preciso me concentrar muito quando estou lendo uma matéria pela primeira vez, acho difícil fazer isso junto com outra pessoa. Mas, depois de estudar um assunto, gosto de sentar com outras pessoas para discutir as dúvidas e resolver exercícios difíceis. Eu fiz muito disso através da internet, com meus amigos virtuais do fórum. Eu achava que esse tipo de estudo era muito importante para me manter sempre motivado, principalmente quando não havia notícias do edital de AFRF. Há muitas pessoas que acham que o estudo em grupo é pouco produtivo, mas acho que ele pode ser bastante útil desde que seja complementado com muito estudo individual.

Vicente Paulo: Você faria resumos das disciplinas, ou acha isso perda de tempo? Que dica você daria para os candidatos sobre esse ponto (fazer ou não fazer resumos)?

Demetrio: Quando eu comecei a estudar fazia resumos de todas as matérias. Eu fixava melhor o conhecimento desta maneira. Fazia resumos à mão mesmo, sem computador. Isso porque eu sentia que os conceitos ficavam mais marcados na minha memória quando eu mesmo escrevia os resumos. Eu usava lápis para poder alterá-los depois se fosse necessário. Mas com o tempo fui percebendo que esse era um processo muito demorado, fiz tantos resumos que eu não conseguia mais ler todos eles quando precisava revisar. Quando comecei a trabalhar na CVM ficou impossível continuar assim. Então eu mudei o meu método de estudo. Ao invés de fazer resumos, passei a grifar as partes mais importantes dos livros e a reler esses grifos quando precisava fazer uma revisão. Se por um lado eu não fixava tão bem as informações, acho que meu estudo avançava mais depressa dessa forma.

Acho o seguinte: se a pessoa está estudando uma matéria pela primeira vez, com bastante tempo disponível, fazer um resumo é uma coisa bem legal, com certeza assim ela fixará melhor o conhecimento. Mas se o tempo estiver curto, acho desnecessário fazer resumos. Em algumas matérias de direito, pode-se usar a própria lei como um resumo: por exemplo, em direito tributário, eu fiz um resumo de 50 páginas do livro do João Marcelo Rocha, só que o próprio CTN tinha 50 páginas, então na hora de revisar eu nem lia o meu resumo, lia o próprio CTN. Quando eu lia algum artigo do CTN com redação confusa, lembrava da explicação que já tinha visto no livro. Em contabilidade meu resumo eram algumas provas antigas da ESAF, sempre que eu tinha que revisar eu refazia essas provas mais uma vez, isso era mais eficiente do que ler novamente a teoria.

Vicente Paulo: Você fez muitos exercícios de concursos anteriores, ou dedica-se somente ao estudo da teoria?

Demetrio: Depende da fase do estudo. Quando eu estava estudando as matérias básicas pela primeira vez eu passava 70% do meu tempo estudando a teoria e 30% fazendo exercícios. Mas conforme eu fui avançando no estudo dessas matérias, fui deixando cada vez mais a teoria de lado e passei a dedicar 100% do tempo aos exercícios. Eu procurava estudar através das questões de prova, seguindo o método do professor Gustavo Barchet (vi esse método na entrevista dele no vemconcursos e na aula zero de administrativo que estava disponível no site do ponto): lia a questão e procurava comentá-la mentalmente, fundamentando todas as respostas no material que eu tinha estudado. Se a questão copiava algum artigo de lei, eu pegava essa lei e dava uma lida rápida no artigo para refrescar a memória. Esse era o tipo de estudo que eu considerava mais importante para a prova: eu já não tinha mais como objetivo aprender novos conceitos, o que eu queria era automatizar o conhecimento que tinha adquirido, dar agilidade ao raciocínio.

Isso é o que considero mais importante na hora da prova: ter muita velocidade, agilidade para resolver os testes e ter feito infinitas vezes exercícios parecidos com as questões que forem cobradas. Só para mostrar como esse tipo de estudo foi importante: quando fiz a prova de direito administrativo de AFRF, lembro que eu tive a sensação de que já sabia a resposta de várias questões sem nem precisar ler as perguntas até o final. Depois, quando cheguei em casa, comparei essa prova de AFRF com as provas antigas da ESAF que eu tinha feito e vi que, daquelas 20 questões, 16 delas tinham sido copiadas de provas antigas, de forma literal. E eu acertei todas, pois como já tinha feito essas provas várias vezes eu sabia exatamente quais eram as respostas.

Vicente Paulo: Você fez cursinhos com vários professores, até me citou aqueles que, segundo você, fizeram a diferença na hora da prova. Como aproveitar melhor as aulas dos cursinhos? Eu sempre estudava previamente a disciplina, antes de freqüentar o cursinho. Você acha que esse é um bom caminho para aproveitar melhor as aulas?

Demetrio: Eu acho que a melhor maneira de aproveitar as aulas é tentar, na medida do possível, estudar o básico daquela matéria antes de freqüentar o cursinho. Isso porque quando assistimos uma aula mais aprofundada, em que o professor entra bastante nos detalhes, é quase impossível absorver tudo se não temos uma base anterior naquela matéria. Além disso, se o aluno já tem alguma noção da matéria ele consegue perceber com mais facilidade se aquela aula realmente vale a pena ou se o professor só está “enrolando”. Em 2004 eu tive muita sorte pois logo após ter terminado a leitura dos livros básicos eu tive a chance de fazer vários cursos excelentes aqui em São Paulo, justo dessas matérias que tinha acabado de estudar sozinho. Então o aproveitamento das aulas foi total.

Mas se não for possível estudar a matéria com antecedência, uma coisa bastante interessante a se fazer é gravar a aula para ouvir depois. Eu fiz isso com a aula de previdenciário do professor Fábio Zambitte: em 2004 fiz o curso teórico com ele porque também pensava em prestar o AFPS. Como esse concurso não era meu objetivo principal, acabei deixando essa matéria de lado, e por isso meu aproveitamento nesse curso foi muito baixo. Mas em 2005, quando tive que estudar direito previdenciário para o AFRF, logo após de estudar essa matéria pelos livros eu ouvi novamente a gravação do curso que havia feito, aí sim tive uma boa assimilação.

Outra coisa importante é o candidato sempre ter em mente que para cada hora de aula que ele assiste será necessário que ele estude sozinho mais 3 ou 4 horas para assimilar aquelas informações. Por mais que a aula no cursinho seja importante, com certeza o que faz a pessoa passar é o estudo individual, as horas de bunda na cadeira... Vi muita gente nos cursinhos passavam o dia todo só fazendo aulas, pois achavam que as aulas iam fazer com que fossem aprovados. Na realidade eu acho que o curso só é responsável por 10% da aprovação, o resto depende do próprio candidato.

Acho que só vale a pena assistir aulas se a pessoa tiver tempo de se dedicar sozinha em casa por pelo menos 3 vezes o tempo que gastará naquele curso. Quando saiu o edital de AFRF-2005, eu lembro de que como eu trabalhava e não poderia tirar férias, escolhi fazer um curso apenas: Comércio Internacional com o professor Rodrigo Luz. Eu já sabia que ele era um professor excelente e que seria difícil estudar essa matéria sozinho, já que quase não havia material direcionado para concursos. Decidi não fazer nenhum curso das outras matérias novas, pois sabia que não teria tempo para assistir aulas e estudar em casa também. Preferi estudar economia, finanças públicas, e direito internacional apenas por livros.

Vicente Paulo: Que tipo de cursinho você aconselharia no início e no término de uma preparação?

Demetrio: Quando eu comecei a estudar fiz um curso básico, estilo “pacotão”, com todas as matérias. Mas não aconselho ninguém a fazer o mesmo. Hoje acho que o ideal é o candidato começar a sua preparação estudando sozinho, com um material de boa qualidade e direcionado para concursos. E, logo em seguida, após ter uma noção básica das matérias, ele pode procurar se informar com outros concurseiros quais são os melhores professores de cada matéria e fazer um curso em módulos, em que ele só fará as disciplinas que quiser e com os professores que escolher. Sempre é bom se informar com os outros concurseiros sobre quais são os cursos que valem a pena, tentar assistir uma aula gratuita para ver se o professor é bom mesmo, e ,se for possível, gravar as aulas para ouvi-las novamente depois de ter estudado a matéria com profundidade. No término de uma preparação o ideal é fazer somente as aulas estritamente necessárias, como por exemplo as das matérias que são novidades e para as quais não existe um material de boa qualidade para o estudo autodidata.

Vicente Paulo: Se em vez de estudar para o concurso de Fiscal de São Paulo, você recebesse hoje a incumbência de orientar os estudos de um candidato que está iniciando os estudos na área fiscal, quais seriam as suas orientações? (fique à vontade para escrever, pode escrever quantas linhas/páginas quiser, acho essa pergunta uma das mais importantes desta entrevista)

Demetrio: Bem, antes de tudo eu aconselharia o candidato a ler o livro “como passar em provas e concursos” do Willian Douglas. Essa foi a primeira coisa que eu fiz quando comecei a estudar, e com certeza fui bastante influenciado por algumas idéias que li neste livro. Algumas das dicas não serviram para mim, mas a maior parte do que li acabou sendo incorporado de alguma forma à minha rotina de preparação.

Eu montei um quadro com todas as matérias que eu planejava estudar, com uma meta de horas de estudo de cada uma, assim como um espaço para preencher com as horas que tinha efetivamente conseguido estudar. Sempre estudava com um relógio digital ao lado, marcava a hora exata em que tinha começado e terminado, descontava os minutos que tinha perdido indo ao banheiro, atendendo telefone e com outras distrações. Só registrava naquele quadro as horas “líquidas” de estudo de cada matéria. Isso era bom porque me mostrava a realidade: às vezes eu tinha ficado “estudando” das 8:00 às 22:00, mas só tinha realmente estudado umas 6 horas. Com isso passei a me policiar mais para aproveitar melhor o tempo. Ao mesmo tempo, com esse quadro eu sabia exatamente quanto eu tinha me dedicado para cada matéria, se tinha deixado alguma de lado, etc...

Sempre procurei estudar mais de uma matéria de cada vez. Criava um ciclo com 5 ou 6 matérias e estudava 1:30h cada uma, procurando fazer um intervalo de 10 a 15 minutos entre uma matéria e outra. Há pessoas que preferem estudar somente uma matéria por vez, mas eu não conseguia ficar muitas horas estudando a mesma coisa com concentração total. Com certeza essa é uma forma de chegar mais rápido no final do livro, mas isso não quer dizer que a pessoa assimilou tudo. Alternando as matérias eu conseguia ficar estudando com alta concentração por até 13 horas seguidas.

Hoje eu percebo claramente como a preparação para a área fiscal envolve várias fases diferentes. Num primeiro momento, o objetivo do candidato é aprender as 5 matérias básicas: direito constitucional, administrativo, tributário, português e contabilidade geral. Nessa fase o estudo é muito mais teórico e voltado para a parte conceitual das matérias. É quando ele irá fazer os resumos, as aulas nos cursos preparatórios. Essa é a fase mais demorada e que consome 50% do tempo de toda a preparação, pois essas são as matérias mais complexas da prova e com conteúdo muito amplo. Além disso, é preciso que o candidato estude essas 5 matérias como se ele tivesse querendo gabaritar as provas, pois hoje a maioria dos candidatos aprovados acerta de 70 a 80% nessas disciplinas, então é preciso garantir ao menos essa pontuação.

A segunda fase é aquela em que o candidato já tem uma boa base nas 5 matérias básicas, então seu estudo dessas matérias passa a ser muito menos conceitual e muito mais decorativo, voltado para fazer as questões de provas e leitura da lei seca. É um estudo de revisão e aprofundamento, que ocupa cerca de 30% do seu tempo. Nos outros 70% ele irá estudar as matérias específicas (inglês, matemática financeira, estatística, informática, economia, previdenciário, DIP), que são matérias de menor complexidade e com menos peso na prova. Nessas matérias ele não precisa se preocupar em gabaritar, porque não são elas que decidem a aprovação. Apenas é preciso ter um desempenho razoável para passar (60 a 70% de acertos em cada).

Na terceira fase o candidato terminou de estudar todas as matérias (as básicas e as específicas), então deve procurar concentrar 100% do tempo para resolver questões de provas e decorar a legislação. Nesse ponto aquilo que era a maior dificuldade no início dos estudos, a parte conceitual, deixa de ser um problema. Dificilmente o concurseiro erra uma questão porque não sabe um conceito. É mais fácil ele errar uma questão que pede um artigo totalmente inútil da lei do SIMPLES ou da lei de licitações, por exemplo. Ou alguma coisa que está na parte final da Constituição Federal. Então o que ele deve procurar fazer é resolver todas as provas antigas de concurso, anotando todas as pegadinhas que ele for encontrando, prestando atenção de onde a ESAF tira as perguntas (se é do texto de alguma lei, se é de súmula, etc...). Nessa terceira fase o candidato não aprende mais nada de novo, o que ele faz é automatizar o conhecimento que ele já adquiriu: ele se torna uma máquina de resolver testes, consegue fazer uma prova complicada de português ou contabilidade na metade do tempo que levaria na fase dois. E dificilmente ele erra uma questão que transcreve alguma legislação de forma literal, mesmo que seja um artigo inútil. Essa é a parte mais gostosa do estudo, em que o concurseiro começa a ver o resultado de tudo o que fez até então, começa acertar 80%, 90% das provas. Ele percebe que mesmo que tiver azar no dia da prova (caso a prova seja atípica, ele fique nervoso, com dor de barriga, etc...) ele vai conseguir ser aprovado. Isso porque ele atingiu um nível de conhecimento tão alto que, mesmo que seja prejudicado por esses fatores aleatórios, é impossível que ele não passe.

Essas são as minhas impressões mais genéricas sobre a preparação para a área fiscal. Isso se aplica a qualquer prova de concurso de múltipla escolha, de qualquer banca examinadora, e por isso mesmo já está comentado em vários livros de técnicas de estudo. Mas eu também gostaria de transmitir para aqueles que estão começando a estudar alguma coisa mais específica, isto é, quais são os melhores livros para estudar, quais são as manhas para estudar cada uma das matérias que compõem o programa de AFRF, a que pontos se deve dar mais importância, etc... Isso é algo que só quem estudou recentemente para esse concurso pode dizer, e é claro que envolve um lado muito subjetivo, provavelmente alguns livros que agradam muito algumas pessoas são odiados por outras...

[...]

Vicente Paulo: Deme (falaram-me que você é conhecido na web assim!), foi uma grande satisfação ter mantido esse contato contigo. Considero-me uma pessoa razoavelmente disciplinada, determinada, e tenho uma grande admiração por pessoas como você, jovem, que pensa grande, que não se acomoda, que vai à luta, na concretização de sonhos. Muito obrigado por esta entrevista, pelo respeito dispensado ao meu trabalho (e ao de outros professores do site). Tenho certeza de que suas palavras “viajarão” pelas mentes de muitos concursandos desse imenso País, de norte a sul, como um grande incentivo para continuarem na luta, para não se entregarem ao desânimo. Muitas realizações, a você e a todos os seus próximos, que têm a felicidade de conviver com uma pessoa tão positiva! É isso, Deme, pessoas como você merecem ir longe, e eu tenho certeza de que você irá, sei que ainda ouvirei falar muito nesse tal “Deme” por aí...

Infelizmente o Deme faleceu em 2011.

Por um mês sejamos todos fãs de 'fútbol'

Comercial da Kia: Por um mês sejamos todos fãs de 'fútbol'.




O site BrainStorm9 publicou:

Para os norte-americanos, futebol é aquele (estranhamente) que é jogado predominantemente com as mãos. É o futebol do touchdown, da NFL, do Super Bowl… Já por aqui – e em diversos outros países do mundo – futebol é bola no pé, com raros casos de bola na mão. Maradona que o diga.

E é esse futebol moleque e cheio de gingado que Adriana Lima tenta ensinar aos gringos em três novos filmes da Kia, que é parceira oficial da FIFA. Com criação da David&Goliath de Los Angeles e produção da MJZ, a modelo invade ambientes masculinos para explicar o que é o futebol em seu país, de um jeitinho bem convincente.






14 junho 2014

Rir é o melhor remédio



Essa vai especialmente para a minha amiga de desespero, Lu Miyuki. *.* Somos a prova viva: quando o mestrado acabar, você esperará alguns anos e depois conseguirá rir um pouquinho de todo o aperto que passou! ;) Então engole o choro e vai estudar!

Teste da semana


Este é um teste para verificar se o leitor está atento ao que foi notícia sobre a contabilidade:

1) Foi publicada uma lista com os profissionais mais difíceis de se encontrar. Contador ficou em



12º

2) Lemos o resultado de algumas investigações publicadas pelo Estado de São Paulo envolvendo uma empresa, paraísos fiscais e quem seriam seus reais acionários. A empresa em questão é a
Bertin
Blessed
JBS
Petrobras

3) Aprendemos também que os tributos a recuperar
estão sendo cada vez mais utilizados por empresas importadoras de eletrônicos
estão relacionados com as exportações das empresas
são passivos devidos ao governo que têm apresentado alto grau de inadimplência
serão acrescentados à Demonstração do Resultado Abrangente

4) A princípio pessoas possuem assinaturas, mas empresas não. Curiosamente pudemos uma exceção no relatório anual da Sonae Sierra Brasil. Isso porque a empresa de auditoria _____ assinou o parecer.
Boucinhas & Campos
Deloitte Touche Tohmatsu
Lopes, Machado
Moore Stephens

5) O blogueiro e amigo Vladmir Almeida nos chamou a atenção para algumas publicações do CFC. Qual não está entre elas?
A publicação de um livro sobre eleições transparentes
Norma sobre relatório do auditor independente em instituição financeira
Nova identidade visual do sistema CRC
Relatório de auditoria do evento Copa do Mundo

6) A Demonstração dos Fluxos de Caixa está classificada em três grandes grupos: ______ mostra se a empresa está conseguindo obter recursos com os seus ativos; _____ apresenta a relação com aqueles que fornecem os recursos financeiros para a empresa; _______ mostra as aplicações em máquinas, equipamentos, terrenos etc.
Financiamentos, Investimentos, Operacional
Investimentos, Financiamentos, Operacional
Operacional, Financeiro, Investimentos
Operacional, Investimentos, Financeiros

7) Esta semana foi sancionada a lei:
que reserva aos negros 20% das vagas de concursos públicos federais do Poder Executivo
da Palmada
do marco civil da internet
Azeredo e Carolina Dieckmann

8) A Lei 12.741 foi sancionada pela presidente Dilma Rousseff em dezembro de 2012 e entraria em vigor a partir de junho do ano passado. O prazo foi prorrogado por um ano e, agora, por mais seis meses. Do que trata esta lei:
concede incentivos fiscais a empresas ambientalmente responsáveis
institui e reconhece a carreira de pesquisador no Brasil
prevê a informação do valor aproximado de ICMS, IPI, ISS, PIS/Cofins, IOF e Cide
regulamentação da profissão de contador público

9) O carro mais econômico testado pelo Inmetro é o
Peugeot 206
Renault Clio
Smart Fortwo
Volkswagen Up!

10) O Brasil fez quantos gols no jogo de estreia da Copa:Brasil x Croácia?
1
2
3
4

1)12; 2)JBS; 3) exportações; 4) Deloitte; 5) Copa do Mundo 6) Operacional, Financeiro, Investimentos; 7) cotas 8) valor aproximado dos impostos; 9) Clio 10) depende do ponto de vista.

Se acertou 9 ou 10 = bom leitor e boa memória; 7 ou 8 = sem muita preocupação com o que acontece de importante no mundo contábil; 6 ou 5 = sorte ou azar?

IPO: Isenção de impostos para pequenas empresas

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciará na próxima segunda-feira [16/06] medidas para incentivar o acesso de empresas de médio porte ao mercado de capitais. [...] O pacote, há tempos aguardado pelo mercado, incluirá benefícios tributários a empresas e investidores que aderirem ao programa. [...]

O alvo das medidas são empresas com faturamento anual de até 400 milhões de reais.

As medidas são resultado de meses de discussão entre entidades do mercado e do governo para facilitar a captação de recursos do mercado por empresas sem porte para fazê-lo por meio de instrumentos mais conhecidos, como as ofertas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês) ou debêntures.

[...]

Para facilitar a listagem das companhias, a bolsa paulista apresentará regras mais flexíveis de free float mínimo*. O mínimo para empresas do Novo Mercado, mais alto nível de governança da bolsa, é de 25 por cento.

O Bovespa Mais, segmento de acesso criado pela bolsa para empresas menores, tem apenas nove companhias listadas e nem todas fizeram ofertas de ações. 



Listagem Bovespa Mais (clique na imagem para ampliá-la)

No evento sobre mercado de capitais na BM&FBovespa, na segunda-feira, Mantega também anunciará a regulamentação dos ETFs (Exchange Traded Funds), de renda fixa. Os ETFs são cotas de fundos que espelham índices e que são negociados no mercado. Os índices de renda fixa acompanham o desempenho dos títulos públicos.

"Os principais assuntos são as small caps e os ETFs de renda fixa", afirmou a fonte à Reuters.

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) aprovou em setembro passado a norma que permite a criação de ETFs de renda fixa, permitindo que gestores usem estratégias que reflitam o comportamento de índices de renda fixa no desempenho do fundo.

Fonte: Exame
Imagem: BM&FBovespa

Leia também: IPO numa empresa familiar

*Free float é a quantidade percentual de ações livres à negociação no mercado - não pertencem a acionistas estratégicos - como: controladores e diretores da companhia e acionistas que detenham mais de 5% do capital total da empresa.

Som Sabadell flashmob

Comemoração de 130 anos da fundação do Banco de Sabadell