Translate

07 março 2013

Protecionismo

"Protecionismo isolará indústria nacional" / Entrevista / Rubens Barbosa
Diplomata afirma que país está perdendo o bonde dos acordos de comércio globais

PATRÍCIA CAMPOS MELLO DE SÃO PAULO
Folha de S. Paulo, 1/03/2013

As medidas protecionistas do governo deixam a indústria brasileira cada vez mais isolada. Esse é o alerta de Rubens Barbosa, presidente do Conselho de Comércio Exterior da Fiesp. "Daqui a 10 ou 15 anos, a indústria vai estar produzindo só para o mercado interno."
Segundo Barbosa, que foi embaixador brasileiro em Washington (1999-2004), o Brasil não se inseriu nas cadeias produtivas globais, que integram indústrias de vários países, e perdeu o bonde dos acordos de comércio.
Os EUA acabam de anunciar o início das negociações de um acordo comercial com a União Europeia, e já estão negociando com vários países latino-americanos a adesão à Parceria TransPacífico.
 
Folha - O sr. afirma que o Brasil está excluído das cadeias produtivas globais. Por quê?

Rubens Barbosa - Nos últimos 20 anos, o comércio internacional têm incorporado cadeias produtivas globais. A Embraer é a única empresa brasileira que participa dessas cadeias -no avião produzido aqui, a asa pode vir do Chile, os componentes eletrônicos dos EUA, o trem de pouso de outro país. O país precisa estar integrado em acordos regionais ou bilaterais, que têm regras não previstas pela OMC.
Há regras de investimentos, serviços e compras governamentais, que garantem o investimento, a propriedade intelectual, serviços, que esses países vão absorver.
Quando o Brasil, a China e a Rússia acordarem, as regras estarão todas formuladas e incorporadas nos acordos comerciais. E não haverá negociação, o Brasil vai se ver obrigado a aceitar.
 
Como isso afeta países como China, Brasil, Índia e Rússia?

Pode ser que o mercado interno garanta uma sobrevida para a indústria, mas nós podemos perder exportações destinadas à Europa e aos Estados Unidos se eles formarem esse acordo.
 
Mas os EUA e União Europeia já têm tarifas muito baixas. Então o que muda com esse acordo?
 
Vão dizer que nossos produtos não se encaixam nos "standards" deles; os padrões podem ser usados como barreiras não tarifárias.

A lógica seria o Brasil pelo menos se inserir na cadeia produtiva no Mercosul e na América Latina, não?
Se inserir não, montar uma cadeia produtiva. A gente não tem cadeia produtiva nem com a Argentina.
O alto protecionismo atrapalha porque o investimento não é feito para produção e exportação.

Você é da Fiesp; criticar as medidas de proteção à indústria não é contraditório?
Não estou criticando, são corretas, mas de curto prazo, não são suficientes.
Daqui a 10 ou 15 anos, a indústria brasileira vai estar produzindo só para o mercado interno.

================
Proteção improdutiva
Editorial Folha de S. Paulo, 1/03/2013

Após elevar tarifas para ajudar a indústria nacional, Fazenda ameaça baixá-las para tentar coibir previsíveis aumentos de preços

"Cuidado com o que você deseja." O dito célebre não deve ter ocorrido ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, quando decidiu elevar tarifas de importação para uma centena de produtos, em 2011, e engendrar uma desvalorização do real de cerca de 30%, em 2012.
O desiderato ministerial era proteger produtos nacionais, ao diminuir a concorrência de importados no mercado interno e baratear bens brasileiros no exterior. Mas o resultado tem sido mais inflação -como não poderia deixar de ser.
Quase nada mudou no país em matéria de custos e competitividade. Em várias frentes, como a despesa salarial e a logística, houve até uma piora. Nessas condições, a manipulação de tarifas e câmbio -algo que se pode justificar em situações especiais e transitórias- serviu mais para dar aos setores selecionados um privilégio: a oportunidade de cobrar mais.
Portanto, não é de surpreender que tarifas maiores para importados resultem em alta de preços. Não se trata de efeito colateral, mas de uma consequência direta do protecionismo, prevista em qualquer manual de economia.
Para o consumidor, obrigado a pagar mais pelo produto antes importado, o prejuízo é evidente. A proteção à indústria só pode trazer ganho para o país se for capaz de induzir, no médio prazo, ganhos de escala e produtividade.
Eis que o ministro se mostra, agora, agastado com a consequência previsível de suas próprias ações. Em entrevista ao jornal "Valor Econômico", ameaçou baixar tarifas de setores que estiverem "abusando" nos preços.
A ameaça parece orientar-se pela presunção de que o comportamento empresarial seria visceralmente incompatível com o bem do país. Não é algo novo no Brasil, que já teve congelamento de preços e os inesquecíveis "fiscais do Sarney". Prevalece o instinto intervencionista do governo federal, que deveria ocupar-se mais com a estabilidade das regras e menos com ações discricionárias.
O nível de proteção no país sempre foi alto, maior que a média de países comparáveis, e os preços internos são o dobro do que se pratica no mercado internacional. Mas a produção não deslancha.
Entre 2006 e 2012, a produtividade da indústria cresceu apenas 10%. Em contraste, os custos salariais quase dobraram (em dólares).
A única forma de reduzir preços domésticos e, ao mesmo tempo, melhorar o desempenho da indústria é incrementar a competitividade. Não com tarifas arbitrárias e câmbio aos solavancos, mas com mais produtividade e menores custos internos. Os gargalos são conhecidos: energia, infraestrutura, educação e inovação

Mordomia

Claudia Cruz espanta com a realização de um evento de "administração pública responsável" num navio de luxo. E pergunta quem irá pagar pelo custo do evento. Obviamente que se o evento for rentável, isto não deve ser a preocupação do contador/técnico registrado no CFC/CRC. Caso não seja rentável, é uma transferência de renda do membro do sistema CFC/CRC para aqueles que estarão no navio.

Sendo rentável, surge outra pergunta: se o evento refere-se a administração pública, provavelmente parte do custo do participante será do setor público. Ou seja, dos contribuintes.

Mas o que chama a atenção é o fato do evento ser num navio; isto é razoável? Se o evento fosse num hotel de luxo não deveria ter a mesma indignação? É interessante como o fato do fórum ser num navio muda nosso nível de indignação.

Petrobras e Despesas Administrativas

A Folha de S Paulo observa que mesmo com a redução no lucro e na produção, a Petrobras ainda faz a felicidade dos seus funcionários. De 2008 a 2012 a folha de pagamento da empresa aumentou de 12,9 bilhões de reais para 21,7 bilhões, mais que o dobro da inflação. Como ocorreu um aumento de 14% no número de funcionários, isto significa que o salário real aumentou. Além disto, também aumentou os benefícios.

Segundo a Folha,

As contratações, de acordo com a estatal, foram necessárias para repor empregados que se aposentavam e dar suporte para o investimento crescente e a implantação de novos projetos.

Precisando reduzir custos, a empresa não pensa em cortar pessoal ou salários. Em outro texto, a Folha informa que um funcionário de nível superior tem um salário inicial de R$7 mil.

Herança de Chavez

A lista de empresas que foram expropriadas por Chavez e sua situação após o ato:

Açucareira Cumanacoa
Expropriada em 2005, passou a se chamar “Azucarero Sucre” e receber consultoria cubana. A produção da empresa caiu 18% desde que passou para as mãos do governo e o prejuízo foi de 66%.

Cargill
A Cristal, fábrica da empresa de alimentos Cargill foi expropriada em 2009. O governo alegou que ela não produzia o tipo de arroz determinado.

Fruticola Caripe
Responsável por processar suco de laranja, passou para as mãos do governo em 2007 e mudou o nome para passou Cítricos Roberto Bastardo. A produção atual é apenas de 13% do que anteriormente.

Rualca
A exportadora de alumínio foi estatizada no ano de 2008 e seu nome foi mudado para Rialca. A fábrica está parada e sem produção.

Venepal
A fabricante de celulose foi incorporada à estatal Invepal. Depois disso, passou a produzir somente 2% de sua capacidade.

Venirauto
A empresa foi criada em 2006 em sociedade com o Irã e tinha como objetivo fabricar 26 mil unidades por ano. No período de 4 anos vendeu apenas 2 mil unidades.

Lácteos Los Andes
Respondia por 35% do mercado de leite e passou a produzir 2% da demanda nacional.

Cervejaria Polar e Pepsi
A área que possuía estrutura industrial foi expropriada para a construção de moradias.

Investidores devem ignorar política


Washington, I'm here to tell you, politics and investing don't mix.
Yep, I thought I'd begin our conversation about investing by rocking your most cherished beliefs. Many of you are active in party politics, work for government or are involved in related fields. Well, I have some bad news: Your politics are killing you in the markets.
In my work, I use behavioral psychology, statistics, cognitive biases, history, data analysis, mathematics, brain physiology, even evolution to make better investing decisions. Indeed, these are all key to learning precisely what not to do. While making good decisions can help your portfolio, avoiding bad ones is even more important.
We humans make all the same mistakes, over and over again. It's how we are wired, the net result of evolution. That flight-or-fight response might have helped your ancestors deal with hungry saber-toothed tigers and territorial Cro Magnons, but it drives investors to make costly emotional decisions.
And it's no surprise.
It's akin to brain damage.
To neurophysiologists, who research cognitive functions, the emotionally driven appear to suffer from cognitive deficits that mimic certain types of brain injuries. Not just partisan political junkies, but ardent sports fans, the devout, even hobbyists. Anyone with an intense emotional interest in a subject loses the ability to observe it objectively: You selectively perceive events. You ignore data and facts that disagree with your main philosophy. Even your memory works to fool you, as you selectively retain what you believe in, and subtly mask any memories that might conflict.
Studies have shown that we are actually biased in our visual perception - literally, how we see the world - because of our belief systems.
This cognitive bias is not an occasional problem - it is a systematic source of errors. It's not you, it's just how you are built. And it is the reason most people are terrible investors.
[...]You need not be a mathematical wizard to learn this lesson. When you are in the polling booth, vote however you like; But when you are reviewing your investing options, it is best to do so with a cold, dispassionate eye.
Understanding how your own biases impact your investing process is a key step. If you want to avoid making certain errors, you must at least be aware of them.
And now you are.
Fonte: aqui

Petrobras e o conteúdo nacional

A Petrobras encaminhou à Agência Nacional do Petróleo (ANP) carta na qual afirma que a indústria nacional não terá condições de cumprir o percentual de conteúdo local mínimo exigido pelo órgão para as atividades de exploração e desenvolvimento da produção nas áreas que serão oferecidas na 11ª Rodada de licitações que acontecerá em maio próximo. É a primeira vez que a Petrobras questiona publicamente os índices de conteúdo nacional impostos pela política do governo federal para a indústria petrolífera.

Na carta enviada durante a consulta pública do pré-edital da próxima rodada da ANP, a Petrobras solicita a redução de 43 itens para a exploração e a produção de petróleo e gás em terra e em águas rasas e profundas, citando a falta de capacidade do país. "Foram identificados que os percentuais do conteúdo local mínimo de alguns itens e subitens não são possíveis de serem atendidos pelo mercado fornecedor local".


[...]A Petrobras explicou que, em alguns itens, os certificados de conteúdo nacional já emitidos pelos fabricantes estão com percentuais abaixo dos valores estabelecidos no pré-edital e, por isso, recomendou à ANP uma nova análise. A estatal esclareceu que sua preocupação é em relação a possíveis multas que poderá sofrer caso o mercado nacional não consiga atender os percentuais. Garantiu que não há risco de atrasos e destacou não existir indicativo de incapacidade nacional a médio e longo prazos.

Fonte: Petrobras e o ‘item nacional’
Ramona Ordoñez e Bruno Rosa O Globo, 1/03/2013

06 março 2013

Rir é o melhor remédio

Adaptado daqui

Fraude


Uma das questões mais cruciais para contabilidade é a detecção de fraudes. Isto interessa de perto ao auditor e ao usuário da informação contábil. A questão é como construir um instrumento que permita separar as empresas que estão manipulando seus resultados e aquelas que não estão.

O auditor possui um conjunto de medidas que permita descobrir fraudes contábeis. Mas o usuário fica um pouco abandonado diante as manipulações possíveis. Obviamente se uma empresa apresenta informações contábeis com parecer de auditoria com observações, isto pode ser um indicio de problemas com a qualidade da informação. Entretanto, o parecer não consegue separar todos os casos.

Um dos primeiros modelos para detecção de fraudes foi criado por Beneish no final da década de noventa. Enquanto os modelos de previsão de falência já existiam há anos, a detecção de fraude não contava com um instrumento especifico. Beneish selecionou uma amostra de 50 empresas que no período de 1982 a 1988 comprovadamente manipularam as informações contábeis. Para comparar, ele usou 1708 empresas. Como não existe uma teoria de manipulação contábil, Beneish trabalhou com base em alguns trabalhos acadêmicos da época (Healy, Jones, Watts e Zimmerman, entre outros).

As variáveis que ele usou foram as seguintes: accruals sobre ativos, dias de vendas a receber, margem bruta, qualidade do ativo, crescimento das vendas, índice de depreciação, índice de despesas gerais e administrativas, e índice de alavancagem. Somente os três últimos não apresentaram valores significativos. Dias de vendas foi o índice com maior valor.

Um dos problemas com este tipo de modelo refere-se aos erros. Quando se utiliza um modelo estatístico, podem-se cometer dois tipos de erros: pode classificar uma empresa como não manipuladora, quando de fato ela é; ou pode classificar uma empresa como manipuladora, quando de fato ela não é. O primeiro caso é denominado na estatística de “erro tipo I” e o segundo caso recebe o nome criativo de “erro tipo II”. Para quem está usando o modelo, o erro tipo I é mais prejudicial. A vantagem é que o modelo usado permite reduzir um erro e aumentar o outro.

O trabalho de Beneish deve ser usado com muita cautela: foi construído num período diferente do nosso e utilizou dados de outro mercado. De qualquer forma, em razão da importância da questão que ele tenta responder, a reprodução do modelo poderá ser extremamente útil para os usuários das informações contábeis.

BENEISH, Messod. The Detection of Earnings Manipulation. 1999. 

4 mentiras sobre as universidades


A VECES UN DIPLOMA NO ES EL CAMINO A LA PROSPERIDAD, SINO UNA PÉRDIDA DE TIEMPO - MOISES NAÍM


Cuando Karl Elsener andaba diseñando una navaja para el Ejército suizo, a finales del siglo XIX, no podía imaginar que, más de cien años después, su invento se habría convertido en una herramienta multiusos universal.

La navaja suiza nos saca de cualquier apuro. Sirve como destornillador, cortauñas, tijeras o abrelatas. ¿Olvidó el dentífrico? Aquí está el palillo de dientes. ¿Celebración imprevista? Oportuno sacacorchos.


Al igual que Elsener, los padres fundadores de las universidades en la Edad Media tampoco imaginaron que esos centros de sabiduría acabarían convirtiéndose en una herramienta universal para resolver los problemas del mundo. La educación, sobre todo la superior, es erróneamente tratada como la navaja suiza del cambio social, el progreso económico y la paz internacional. El remedio polivalente para los problemas más acuciantes, presentes y futuros. Del desempleo a la violencia. De la pobreza a la decadencia industrial y de la falta de probidad de políticos al conflicto armado.


Por supuesto que las universidades son fundamentales para un país. Pero al igual que sucede con la panacea universal, de la enseñanza superior se esperan resultados que no puede dar. Y además, las conversaciones sobre las universidades suelen incluir afirmaciones presentadas como verdades indiscutibles, pero que o ya no son ciertas o nunca lo han sido. Estas son cuatro de ellas:

La educación es prioritaria. Es difícil encontrar un candidato presidencial o un Gobierno en el mundo que no consagre la educación como una de sus prioridades. Pero a menudo la retórica se diluye a la hora de asignar recursos, dedicar esfuerzos o arriesgar capital político en las universidadades, que chocan con los intereses de quienes se benefician del statu quo. En muchos países, la consideración por las universidades se refleja más en los discursos que en las decisiones de quienes pueden hacerlas mejores.

 La educación superior es la ruta hacia mayores ingresos. En muchos países sucede lo contrario. En EE UU o Chile, por ejemplo, los estudiantes y sus familias se endeudan para pagar estudios universitarios que les dan un diploma no muy valorado por el mercado laboral. Fontaneros y electricistas obtienen una tasa de retorno a su inversión en educación muy superior a la de sociólogos y psicólogos. El caso de España es muy revelador: es uno de los países europeos con más población universitaria y más graduados que el promedio de Europa. Pero el 40% de estos profesionales están subempleados. Y el 12% está sin trabajo (en Europa la media es 5,2%). Esto no quiere decir que un diploma universitario no sea deseable. Lo que quiere decir es que depende del diploma, de la universidad que lo otorga y del país. Y que en ciertos casos un diploma no es el camino a la prosperidad, sino una costosa pérdida de tiempo.

Las universidades tienen mucho que ofrecerle a la empresa privada. Para que las empresas privadas recurran a las universidades, deben tener incentivos para invertir en investigación y desarrollo. Las empresas no pueden pensar en I+D si están contra la pared, luchando por sobrevivir. También hay problemas del lado de la oferta: no todo profesor universitario hace cosas que interesen a la industria privada o tiene incentivos para hacerlo. Si lo que hace es muy interesante para la empresa, es probable que la empresa lo contrate y lo saque de la universidad. A nivel mundial, los casos en los que hay una provechosa colaboración entre academia y empresa son más la excepción que la regla.

 Los estudiantes y los profesores universitarios son agentes de cambio social. A veces, sí. Pero lo normal es que sean poderosos obstáculos al cambio. Los académicos suelen ser muy revolucionarios con respecto a la sociedad en la que viven y muy conservadores con respecto a la organización que los emplea. Abogan por el cambio afuera y luchan aguerridamente por impedir que, por ejemplo, haya más competencia entre ellos o sus instituciones. En muchos países, los profesores que alcanzan cierto estatus obtienen garantías laborales que los adormecen —y que no se dejan quitar. Y basta acudir a muchas facultades públicas en América Latina o Europa para descubrir que, salvo excepciones, no son centros donde se premia la excelencia, sino lugares donde los profesores aburren a los estudiantes con el mismo curso a lo largo de los años. O que algunos departamentos son solo nostálgicos cementerios de ideologías fracasadas.
Todo esto va a cambiar. En la próxima década las universidades van a experimentar más transformaciones de las que han vivido desde el siglo XI. Internet y otras fuerzas sociales y económicas se encargarán de ello.


Fonte: Las universidades: cuatro mentiras - Moises Naím



Ciência dos BRICs

O gráfico mostra a evolução da produção científica de diferentes países. Os países do BRICs estão reduzindo a diferença em relação aos países desenvolvidos. Em 1973, segundo um relatório da Thomson Reuters, divulgado na The Economist, dois terços dos artigos científicos indexados eram dos países ricos (G7). Em 2011 caiu pela metade. Os trabalhos científicos brasileiros estão centrados nas ciências vegetais, agricultura e animal, segundo a revista.

Orçamento das universidades brasileiras

Apenas 8% dos R$ 28,7 bilhões previstos no orçamento de 2013 das universidades federais serão destinados a investimentos como reformas e compra de equipamentos. A Andifes, entidade que representa os reitores das instituições, diz que o valor (R$ 2,3 bilhões) "não atende às necessidades".


Para o secretário executivo da Andifes, Gustavo Balduíno, o próprio valor total do orçamento é "insuficiente". Ele afirma que, para sustentar a expansão de vagas, as 59 federais precisariam de um fluxo anual adicional de R$ 1,5 bilhão em investimentos nos próximos quatro anos.
Algumas das novas instituições - criadas num programa de expansão do governo federal - ainda não têm prédio próprio, laboratórios, salas de aula adequadas e em números suficientes. Por outro lado, 40% dos recursos estão concentrados em 10 universidades.

Enquanto as instituições reclamam da limitação de recursos para investimento, o Ministério da Educação (MEC) afirma que o valor repassado às universidade é "muito razoável". A pasta chega a ressaltar como "significativo" o aumento de 9% no orçamento em relação ao de 2012. “É praticamente o dobro da projeção de inflação no ano passado, ou seja, houve um ganho real. E somente com o programa de expansão das universidades, o Reuni, já foram investidos R$ 10 bilhões desde 2008", afirma Amaro Lins - ele concedeu entrevista quando ainda era secretário de Educação Superior do MEC, cargo que deixou ontem (leia mais abaixo).
A busca por mais recursos para as federais é alvo de crítica do economista Cláudio Moura e Castro, especialista em educação. "Elas já são muito caras e pouco eficientes. Mesmo com muitos professores em tempo integral dedicados à pesquisa ainda se produz pouco. É só ver as universidades que foram implantadas a grito pelo governo no interior do País."
Para o consultor educacional Celso Frauches, as federais sofrem de um mal: o “de um certo relaxamento com os custos”. “Na realidade, nas universidades públicas, não há a busca por resultados financeiros nem educacionais bem estabelecidos”, diz Frauches.
Fonte: aqui

05 março 2013

Rir é o melhor remédio


O Fisco, ganhando sempre


O Fisco, ganhando sempre

02 de março de 2013 | 2h 06
Editorial O Estado de S.Paulo
 
O necessário ajuste de contas do contribuinte com o Fisco, que deverá ser feito em março e abril, poderia ser apenas uma tarefa extra dos brasileiros com renda regular se, ao seu final, muitos que se dessem ao trabalho de fazer algumas contas não constatassem que pagarão proporcionalmente mais Imposto de Renda (IR) do que pagaram no ano anterior. Tem sido assim pelo menos desde 1996. É verdade que, hoje, o contribuinte perde para o Fisco menos do que perdia na década passada. Mas, de maneira imperceptível para muitos, a carga tributária sobe sempre.

É conhecido o mecanismo pelo qual - por omissão deliberada ou por correção insuficiente - o governo aumenta a tributação sobre a renda. Trata-se da não correção, como ocorreu entre 1996 e 2001, ou da correção insuficiente, como ocorre desde 2007, da tabela do Imposto de Renda, que define o enquadramento dos contribuintes nas diferentes alíquotas e fixa o limite de isenção.

Estudo divulgado pelo Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco) constatou que, em 16 anos, a defasagem da tabela do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) alcançou 66,4%. Ou seja, se tivesse acompanhado a inflação do período 1996-2012, descontos e isenções teriam de ser dois terços maiores.

Para a declaração a ser feita em 2013, essa tabela teve correção de 4,5% em relação à do ano anterior. Esse porcentual, que vem sendo aplicado desde 2007, é igual ao centro da meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional para balizar a política monetária conduzida pelo Banco Central.
A correção anual, mesmo que por um porcentual prefixado, é menos danosa para o contribuinte do que a inexistência de qualquer correção, como já ocorreu. Mas não é suficiente. Para ter uma ideia das perdas, basta lembrar que a inflação foi de 5,90% em 2008, 4,31% em 2009, 5,91% em 2010, 6,50% em 2011 e 5,85% em 2012. Nesse período, apenas em um ano ficou abaixo do centro da meta; nos demais, ficou bem acima.

Com o reajuste, a faixa de isenção para o recolhimento do IR passou de R$ 1.637,11 em 2012 para R$ 1.710,78 em 2013. Se, desde 1996, a tabela tivesse sido corrigida de acordo com a inflação, a faixa de isenção seria de R$ 2.784,81. A defasagem se repete, na mesma proporção, na definição das faixas das alíquotas.

Isso significa que mais pessoas são obrigadas a recolher Imposto de Renda, pois seu rendimento, mesmo tendo sido corrigido somente de acordo com os porcentuais definidos em negociações trabalhistas, ultrapassou o limite de isenção. Das que já recolhiam, muitas recolhem parcelas cada vez maiores de seus rendimentos com base em alíquotas mais altas. Em resumo, a carga tributária aumentou para todas essas pessoas.

Proporcionalmente, o efeito negativo da correção insuficiente da tabela é mais perverso para quem ganha menos. Num exemplo apresentado ao jornal O Globo (24/2) pelo diretor de Estudos Técnicos do Sindifisco, Luiz Antonio Benedito, um contribuinte com renda mensal de R$ 3 mil pagaria R$ 29,44 de imposto se a tabela tivesse sido corrigida integralmente de acordo com a inflação. Com a correção insuficiente, o mesmo contribuinte terá de recolher R$ 129,39, ou quase 340% mais. Já quem ganha R$ 100 mil pagará R$ 26.709; se a tabela tivesse tido correção integral, pagaria R$ 26.295. No último exemplo, a variação se reduz para 1,6%.

Além da correção insuficiente da tabela, as regras do IRPF impõem outras perdas aos contribuintes. Alguns limites de deduções são irrealmente baixos, como os permitidos para despesas com educação do declarante ou de seus dependentes.

Não é de estranhar que, desse modo, seja cada vez maior, proporcionalmente, o número de declarantes que, concluída a declaração de ajuste anual com o Fisco, constatam que ainda terão de recolher mais imposto. Até o início da década passada, cerca de um terço dos declarantes constatava que ainda tinha imposto a recolher depois de concluída a declaração. Hoje, mais da metade precisa recolher imposto adicional ao que recolheu ao longo do exercício.

Remuneração de Executivos

A cólera do povo contra os grandes patrões da indústria diante da crise ganhou ontem um capítulo inédito. Numa medida considerada como revolucionária num país conhecido por seu liberalismo econômico, eleitores suíços aprovaram nas urnas uma lei que irá limitar salários de executivos de empresas e proibir compensações milionárias para CEOs que estejam deixando multinacionais.

A medida considerada como uma democratização do controle de empresas privadas é interpretada como uma reação popular aos abusos de banqueiros e executivos durante a crise financeira que destruiu milhões de postos de trabalho pela Europa.

O referendo realizado ontem terminou com 68% dos suíços votando a favor das medidas limitando salários ou incentivos financeiros a executivos que possam encorajar a venda ou compra de empresas. O executivo que violar a regra será preso por três anos ou terá de pagar seis anos de seu salário. O sistema de democracia direta do país obriga agora a aprovação do projeto pelo governo, ainda que o Executivo tenha sido contra a lei por meses e alertado sobre os riscos da medida.

Em Zurique, um dos centros financeiros do mundo, 71% da população apoiaria a ideia. "O povo decidiu mandar um recado forte", comemorava o senador suíço Thomas Minder, autor do projeto que obrigará toda a empresa suíça cotada em bolsas a seguir a nova lei.

A Suíça conseguiu evitar a recessão que tem atingido seus vizinhos europeus. Mas, nem por isso, ficou à margem das controvérsias da crise. Algumas das maiores empresas do país alpino têm anunciado a demissão de milhares de funcionários, enquanto seus executivos - chamados no país de "gatos gordos" - continuam recebendo milhões de dólares em salários e bônus.

Entre os pontos da proposta está a proibição do pagamento de "paraquedas de ouro" a executivos que sejam demitidos ou aposentados. Há apenas duas semanas, a Novartis anunciou que seu ex-CEO Daniel Vasella receberia US$ 72 milhões nos próximos seis anos, com a condição de que não trabalhe para nenhuma outra empresa farmacêutica. Depois de uma forte reação popular, Vasella, que recebia mais de US$ 15 milhões por ano, optou por abrir mão do dinheiro.

Para Minder, ficou claro que conselhos de administração de empresas estavam mais preocupados em dividir entre eles os lucros das companhias que em recompensar acionistas. "Com essa decisão, o poder está de volta aos acionistas", disse.

A partir de agora, qualquer compensação ou bônus a membros dos conselhos das empresas terá de ter o apoio da maioria dos acionistas. Além disso, diretores serão eleitos pela assembleia de acionistas.

Tanto o governo como parte das empresas fizeram uma ampla campanha contra a ideia. "A aprovação marcará uma deterioração do que era um ambiente liberal para as empresas", indicou Ursula Fraefel, líder da campanha do "Não". O governo suíço havia deixando claro que era contrário à lei, diante do risco de que multinacionais simplesmente abandonem o país.

Para analistas, a decisão dos suíços deve ter uma repercussão europeia. Hoje, os ministros da zona do euro se reúnem para debater a imposição de um limite para bônus pago por bancos a seus executivos. O primeiro-ministro britânico, David Cameron, é radicalmente contra.

Assim como na Suíça, a medida é uma reação à ira popular de milhões de pessoas que estão sofrendo com a crise, enquanto os executivos das entidades acusadas de terem sido as responsáveis pelo problema continuam recebendo salários cada vez maiores e prêmios, mesmo depois de terem sido resgatados com dinheiro público. Os banqueiros europeus alertam que a medida poderá fazer com que instituições de peso migrem para a Ásia ou Nova York.


Suíça limita remuneração de executivos - 4 de março de 2013 - JAMIL CHADE , CORRESPONDENTE/ GENEBRA - O Estado de S.Paulo

Palavra

Em 1984 o bilionário Warren Buffett adquiriu uma empresa chamada Nebraska Furniture Mart. Na sua carta anual aos investidores, Buffett relata a compra da empresa. Ao final ele afirma:

Nossa avaliação da integridade da Sra. B e sua família [os proprietários da empresa] foi demonstrada quando compramos 90% do negócio: a NFM nunca teve uma auditoria e não solicitamos uma, não verificamos os estoques nem os valores a receber, não verificamos os títulos de propriedade. Demos a Sra. B um cheque de 55 milhões de dólares e ela nos deu sua palavra. 

Entrevista com Michael Mauboussin


Michael Mauboussin seems perfectly suited to a career in Hollywood — he’s tall, fair and drop-dead good looking. Instead, the 48-year-old chose to teach at Columbia Business School, write bestselling behavioural finance tomes and make apparently intelligent people swoon, not necessarily in that order. Mauboussin started his career as a packaged food sector analyst and was until recently the chief investment strategist at Legg Mason, the firm made famous by Bill Miller’s 15-year S&P 500 beating streak. For this interview, he agrees to come down to New York from Connecticut where he lives. And what better quintessentially New York place for a free-wheeling conversation than the 843-acre Central Park? We locate a convenient bench overlooking a baseball diamond and Mauboussin shares his thoughts about the stock market. He also expounds on the role of skill and luck in sports, investing and life — the subject matter of his latest book, The Success Equation.

A little crystal-ball gazing into the future: how do you think investing is going to evolve over the next few years? After all, it is increasingly becoming difficult for active fund managers to beat the market…
There are two parts to investing. One part doesn’t change at all over time and that is the essential objective of buying assets at much less than they are worth. The value of assets are dictated by the present value of their cash flows. So there are certain principles that are going to be immutable and consistent over time.

 
 
We have data now for 90 years that shows value investing tends to work quite well
 
 
But coming to your point that active managers find it difficult to deliver excess returns, I talk about this in The Success Equation and it is an idea I call “the paradox of skill”. It says that as skill increases in an activity, luck actually becomes more important. We see this in sports. As training methods and coaching techniques become uniform, the performance of athletes becomes uniform too.
From an investing point of view, it means a couple of things. One is that there should be recognition of that basic reality. We have seen the standard deviation of excess returns in the US mutual fund industry decline fairly steadily since 1960. So this has been borne out. The second thing is that where you can really get an edge as an active manager is in asset classes where there is more diversity of skill. There are certain pockets where that is true. So there are areas where active managers will continue to do well. So there is an immutable part to investing, and a changing part.
You mentioned there could be pockets where active investing could do well. What pockets would that be?
There have been some classic studies. One case that continues to be true in the US is spinoffs. Large corporations have multiple businesses and when they decide to spin off a troublesome business, it becomes almost an orphan that no one wants to own. It turns out, buying those spinoffs has been a very lucrative strategy. Buying stocks where expectations are quite low is a good strategy because that is when valuations are cheap. We have data now for 90 years that shows value investing tends to work quite well. So the simplest way to say it is to repeat a Warren Buffett quote: “Be fearful when others are greedy and greedy when others are fearful.”

Active fund managers don’t deliver but they keep getting assets to manage. Why? Is it simply greed, or that the fund sales guys are doing a great job of lying?

In the aggregate if you say active fund managers roughly approximate the market and they charge fees, just by definition they can’t deliver excess returns. According to the US mutual fund data, over the last 50 years active fund managers have outperformed by an average of 40%. To state it differently, 40% of active fund managers have beaten the benchmark in an average year. But that has a standard deviation of 17%, which is a very wide range. In some years only very few do it; in other years a majority will do it. So the key is it is difficult to beat the market. But there are a couple of factors why index investing is not sustainable. One is that while indexing and passive fund management makes a lot of sense for people, there is a logical limit to doing this because passive managers are piggybacking on the research and trading of active managers. They are leveraging the information that has been reflected in prices. There is a very famous paper by Joseph Stiglitz and Sanford Grossman that says you need active fund managers who go out, seek information and reflect that in prices, and they will be compensated by way of excess returns in order to do that. Markets aren’t miraculously informationally efficient without somebody doing the work. That is the first point.

Second, there is no way to outperform the market without active management; otherwise you have to reconcile to market returns. Third, most individuals don’t have the time or capability to delve directly in stocks so, for them, it’s about “can we pick managers who have a better chance of making a greater return over time?”. Certainly, hope springs eternal. That is why people do this.

Conventional wisdom tells us that less is more in investing, so churn less. But hedge fund managers like Jim Simons of Renaissance have been able to produce consistent results with a trading-oriented strategy. How?

Yes, I wrote a piece saying that too much turnover was bad. Specifically, the strategy of moving from one manager to another manager within an asset class or firing a poor performing manager and hiring a good performing manager while moving from one asset class to another has proven to be mostly ineffectual. It eats into returns. But when you look at an asset class in particular, there are many ways to fail but there are many ways to succeed too, from trading strategies that are very short-term oriented to the Buffett approach of buy and hold it forever. The key is to have your process in line with your trading behaviour. When I look at Renaissance, they do trade an enormous amount, but the key to their success is that they have geared their process towards doing that specifically. So there is nothing inconsistent about those two things. Where I think we run into problems is when people claim to be long-term oriented but behave as if they are short-term oriented. That disconnect can be very costly.


 
 
Over the last 50 years, active fund managers have outperformed by an average of 40% but with a standard deviation of 17%
 
 
Particularly to pick up your point about why less is more, there is a very natural tendency for investors to buy what has done well and to avoid what has done poorly. A very powerful influence in the markets is reversion to the mean, whether it is asset class return or anything else. Let me give you the most depressing statistics in investing, which is that in over 20 years the S&P 500 has returned about 9%, the average mutual fund about 7% or 7.5%. But the average investor has only got returns of 5.5-6%. So they have fared worse in terms of returns than the mutual funds in which they invest. How could that be? The answer is bad timing. They are pouring in money at the top of the market and pulling out money from the bottom. So their dollar-weighted returns are actually quite poor. Sometimes being too active when things are good or bad tend to be to people’s detriment.


You have mentioned the ill effects of the recency bias — how do you stay clear of this?
There is a powerful concept that I opened the book Think Twice with, which was developed by economist Amos Tversky 40 years ago — the inside versus outside view. The idea is that when most of us face problems, the natural way is to gather information about it, combine your own inputs and project into the future. So naturally, what has happened recently often tends to be a large component of that. In contrast, the outside view is viewing your problem as an instance of a larger reference class, which is to ask the question what happened when other people were in this situation. One of the main ways to offset recency bias is to consider a larger sample set and a larger reference class and ask what you should expect. For example, I asked a friend, who is a baseball executive, who his favourite professional team is. His reply: often, if a player is playing particularly well, people start saying that this guy is more valuable than he really is. Whereas, if you step back and say what is right or wrong with his long history, what are other players like and how have they done, that is a far better indicator of his true underlying skill. So the inside-outside view helps meaningfully address the recency bias. But you have to be very explicit about it. It is not easy to do.

Just to stretch that point, would you also say that if you are looking at a stock you would go talk more to the competition than the management itself…

I don’t know if I would necessarily say that. But if I am looking at a stock it goes back to how difficult it is to predict earnings, cash flow, etc. If I am looking at a rapidly growing company that has done very well, the kind of questions I would want to ask is firstly, what is priced in? At today’s price what has to happen to justify that price, in terms of growth rates, returns on capital and all those metrics? The second question I want to ask is that if I look at all those companies that were in that same position, of that same size and that were growing at that same rate, how did they do? I would like to look at that distribution array and say what is priced in versus what the distribution looks like. If that price is very optimistic, then I would be much more cautious about it. If that price looks relatively pessimistic it would be much more interesting. It will not always give you the right answer but it is another way to check your enthusiasm or pessimism.

In general, what is the right way to value a technology company? The pillars that value investing emphasises, which is assets or earnings, these companies either do not have them or have poor visibility. So you have this bunch of companies that give supersize returns, but if you took the traditional route to estimating their value, you may not meet with any success at all.

There are a couple of things to that. One is that value has a fairly immutable definition, which is the present value of cash flows. But technology is challenging for a few reasons. The challenges are that it is very difficult to achieve and sustain competitive advantage. Buffett likes to talk about this economic moat around the business that allows you to generate high and sustainable returns on invested capital. In technology, that is very difficult to achieve, primarily because cycles are very short. What we do in valuation is estimate the value for an explicit forecast period and then the residual value beyond that period.


 
 
In a non-linear and unstable environment, it’s very difficult to apply intuition
 
 
Now, that’s a fair point; in certain technology companies there is no residual value at all. Think of a great piece of software that becomes popular but once something else comes along, it becomes obsolete. That said, there have been certain software companies that have been able to achieve and sustain competitive advantage. Certainly the easy one to think in retrospect would be a company like Microsoft. Often there are specific drivers behind that and the most prominent probably in technology is network effects: when the value of a good or service increases as more people use that good or service. For example, for Microsoft that was a very powerful driver. I would say businesses like Amazon probably have better competitive advantage where they are able to deliver goods or services profitably. In many technology companies you have to think about option value as well — this is the option to do things that could add on to the business or get into new areas. 


How do you estimate margin of safety for tech firms?

It’s pretty much the same way we do for other company — you forecast the range of possible outcomes for the value of the company using value driver assumptions for sales growth, margins and capital intensity. Now, to me, the margin of safety would say something like I would like the price to be at the very low end of what the value could be or should be. So that is a very good bargain. That is why very few technology companies truly have substantial margins of safety.

You have said in the past that one shouldn’t rely much on intuition. But most successful investors emphasise the role of intuition in their decision making. Does intuition become more useful after are successful?

I do think there is a role for intuition in decision making. But what I have said, and I repeat, is that people rely vastly too much on intuition. People draw on much more than they should. Intuition works very well in environments that are stable and linear where you learn about the environment. Sports is a very good example — so if you are learning to play tennis, it is a stable and linear environment. As you play, you get better and better and then your intuition will be very good. Chess is another great example. The grandmasters of chess have enormous intuition, they are analytical but they also have a lot of intuition. Where intuition tends to fail are situations exactly opposite of that — situations that are non-linear and unstable. There you can’t really train yourself, you can’t get feedback. To the degree that the markets and companies operate in a non-linear and unstable environment, it is very difficult to apply intuition. Now, the point you raised about successful people talking about the role of intuition. The reason is that they forget about their failures. So you always hear the story that Fred Smith was in the shower one day and came up with this brilliant idea of Fedex and he built this multi-billion dollar, wildly successful company. What you don’t hear about is that Smith’s neighbour was also in the shower and also had a brilliant idea, he pursued that and it failed. So there is a massive selection bias. By definition, we only see the successful investors. I do not mean to say intuition does not work, but you need to be thoughtful about when it will work and when it does not.

Do you believe chance plays an equally important role in business as in investing?
I think there is probably more skill in running a business than in investing, in part because there are parts of business that are pure skill. That said, as you move up the organisation and move towards things that are more related to strategy, luck will play a bigger role. Investing again is a paradox of skill, which is that because everybody is so good and all the information is reflected in the markets, luck becomes more important.
***
How You Can Change Your Decision Making
  1. Raise your awareness: Incomplete information and lots of uncertainty leads to poor outcomes
  2. Put yourself in the shoes of others: Consider the point of view or experience of other people
  3. Recognise the role of skill and luck: Sorting skill from luck is essential for evaluating outcomes
  4. Get feedback: Maintaining a decision-making journal allows you to audit your decisions
  5. Create a checklist: It will alert you to think clearly about what you might advertently overlook
  6. Perform a premortem: Assume that the decision has failed; look for reasons why
  7. Know what you can’t know: In decisions that involve systems with many interacting parts, causal links are frequently unclear
Source: Think Twice


Salários dos diplomatas brasileiros


Oito meses após o governo divulgar os salários do funcionalismo federal, o Itamaraty liberou sexta-feira à noite a consulta aos vencimentos dos diplomatas que estão no exterior. Levantamento feito pelo GLOBO a partir dos dados divulgados mostra que toda a cúpula da diplomacia brasileira recebe salário maior do que a presidente da República.

A Constituição estabelece que o teto dos servidores públicos deve ser o de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), hoje equivalente a R$ 26.723,13, mesmo valor recebido pela presidente Dilma Rousseff. No total, são pelos menos 132 diplomatas nessa situação. Mas o número pode ser maior porque o levantamento considerou apenas os ministros de primeira classe do Itamaraty e que, no exterior, atuam como embaixadores ou comandam escritórios em organismos internacionais e chefiam consulados-gerais. O mais alto salário é de R$ 58,9 mil pagos em janeiro deste ano ao embaixador Paulo Americo Veiga Wolowski, que está em Brazzaville, capital da República do Congo.

Outros doze diplomatas brasileiros receberam mais do que R$ 50 mil em janeiro. São embaixadores brasileiros em países como Iraque, Japão e Angola. O mais baixo salário da lista de 132 embaixadores lotados no exterior é de R$ 31,8 mil, pago ao representante do Brasil no consulado-geral em Buenos Aires.
Para montar o ranking dos mais altos salários da diplomacia brasileira no exterior foram considerados no cálculo tanto o salário bruto básico como as verbas indenizatórias informadas pelo Itamaraty no portal da transparência da Controladoria Geral da União (CGU). Segundo a própria CGU, no caso dos diplomatas no exterior, a verba indenizatória inclui o pagamento de valores referentes a representação no exterior e também ao “fator de correção cambial”. Esse fator varia de acordo com o posto ocupado pelo diplomata, seguindo o custo de vida na cidade onde está lotado. O GLOBO não incluiu na conta férias recebidas por alguns dos embaixadores, benefício legal que não é limitado pelo teto constitucional.

Se fosse considerado apenas o salário bruto pago em dólar, dos 132 diplomatas que estão no topo da pirâmide salarial do Itamaraty 28 ainda teriam rendimento acima do que ganha a presidente da República. O mais alto deles foi pago ao embaixador Ánuar Nahes, que está no Iraque. No caso do embaixador Paulo Americo Veiga Wolowski, o maior vencimento da diplomacia em janeiro, o salário básico em dólar foi de US$ 15,2 mil (R$ 31 mil). Somados a outros US$ 13,6 mil, a título de verba indenizatória, ele chegou ao salário final de R$ 58,9 mil.

[...]

Fonte: aqui

04 março 2013

Rir é o melhor remédio

Vamos resolver isto como adultos.

Contador em 1843

O ano de 1843 marca os primeiros momentos do segundo reinado. O Brasil já tinha 21 anos de nação independente. Mesmo com pouco tempo de vida, a sociedade brasileira já sabia a relevância da contabilidade. No jornal O Commercio, editado na Bahia, com quatro páginas em cada edição, um comentário sobre a Casa da Santa Misericordia mostra este aspecto:

Primeiro que tudo, cumpre dizer, que a Casa não tem uma escripturação regular, sem a qual, como bem se sabe, não póde marchar com segurança uma administração qualquer, e por isso a que existe não offerece a necessária luz para bem entrar-se no conhecimento exacto do verdadeiro estado da mesma Casa.

O curso superior de contabilidade somente seria criado décadas depois, mas já nesta época o termo contador já era bastante utilizado. Uma demonstração publicada no Commercio, em 20 de julho de 1842, traz a assinatura de Christovam Pessoa da Silva, assinando como “servindo de contador”. Nas páginas deste jornal, muitas informações sobre a contabilidade pública. É possível perceber a existência de prestação de contas da província, a discussão sobre créditos suplementares, entre outras situações, como é o caso apresentado a seguir:

Na área privada, a leitura do Commercio mostra na última página muitos classificados relacionados aos escravos (venda e anúncio de fuga, principalmente). A figura a seguir mostra um pouco disto: na primeira parte sobre um escravo que fugiu e a potencial recompensa. Depois, um caso de uma dívida e os ativos do devedor: casa, escravo, trastes.

Mas os serviços contábeis não eram comuns nos classificados. Existe um caso, apresentado a seguir:

Quem precisar de um caixeiro de escripta, com boa letra e entendendo de contabilidade, à rua direita do Collegio, casa n. 8 se dirá que a´isso se propõem, sendo nos dias de serviço das 2 horas as 6 da tarde, e nos feriados e santos das 8 em diante.

Observem que a caligrafia era um aspecto relevante para o profissional da área. O profissional afirma ser um “caixeiro de escripta”, não um guarda-livros ou contador.

Argentina e a dívida externa

Felix Salmon comenta sobre o caso da dívida da Argentina. Este país promoveu um acordo sobre sua dívida externa, trocando os títulos por outros com deságio. Entretanto, um pequeno grupo de investidores não concordou com a troca e entrou na justiça exigindo que o país vizinho cumpra os compromissos. A Argentina insiste no acordo e o caso está sendo julgado pela justiça dos Estados Unidos. Na semana passado o processo foi analisado e a decisão preliminar deverá sair esta semana.

Elliott Associates, um fundo hedge que detem 1,4 bilhão de dólar da dívida argentina. Salmon analisa o que ocorreu nos tribunais e a sua análise mostra que a situação não é nada boa para a Argentina: os tribunais não devem permitir que o fundo hedge tenha prejuízo. O interessante é que o valor pode ser pago por Cristina Kischner, que faz ameaças sobre os efeitos que o resultado negativo pode ter no mercado.

O tribunal foi conduzido pela juíza Reena Raggi, que não demonstrou nenhuma simpatia com as estratégias da Argentina. Ela afirmou que a Argentina é contumaz. E não gostou de ser chantageada pelos advogados da Argentina.

EY paga 123 milhões

Um acordo entre o governo dos Estados Unidos e a empresa de contabilidade Ernst Young resultou num pagamento de 123 milhões de dólares e a admissão de uma conduta errada da empresa e seus partners e empregados. O caso refere-se ao período de 1999 a 2004, quando a EY ajudou pessoas ricas a escapar da tributação, segundo informou a Forbes.

Imposto

A medida provisória aprovada ontem pelo Senado amplia o número de empresas que podem optar por uma forma de tributação considerada menos burocrática e que permite o pagamento de um imposto menor: o cálculo a partir do lucro presumido.

Por esse sistema, a empresa estima um lucro com base na aplicação de alguns percentuais sobre a receita bruta --daí o nome "presumido".

Isso facilita a contabilidade e reduz custos. Além disso, dependendo do faturamento da empresa, resulta num imposto menor.

A maior parte das empresas que estão no regime de lucro presumido recolhe 3% de Cofins e 0,65% de PIS. No sistema de cálculo pelo lucro real, as alíquotas são 7,6% e 1,65%, respectivamente.

Pela lei em vigor, poderiam escolher o sistema de lucro presumido as empresas que faturassem até R$ 48 milhões, valor que não era reajustado desde 2002.

O projeto aprovado praticamente dobra o teto, para R$ 72 milhões anuais, o que amplia o número de empresas beneficiadas, mas pode levar a uma perda de arrecadação de R$ 1 bilhão por ano.

O texto segue para sanção da presidente Dilma, que deve sancioná-lo, segundo o líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM).

Fonte: Aqui

Ford contrata "falsos" deficientes

A Ford do Brasil foi condenada a pagar uma indenização de R$ 400 milhões por contratação irregular de funcionários terceirizados supostamente deficientes na unidade de Tatuí, interior de São Paulo, onde mantém um centro de desenvolvimento e pista de teste de automóveis. A sentença, em primeira instância, é do Tribunal Regional do Trabalho da 15.ª Região e cabe recurso.

Assinada no dia 20, a sentença do juiz Marcus Menezes Barberino estabelece ainda a recontratação, desta vez diretamente pela Ford, de 280 funcionários antes terceirizados e que estão afastados desde agosto. A montadora tem prazo de 60 dias para iniciar a recontratação, sob pena de multa diária de R$ 500 mil.

A ação envolve também a Associação para Valorização de Pessoas com Deficiência (Avape), que indicou os funcionários para a montadora. Segundo o TRT, a entidade é beneficiada pela isenção de tributos federais por contratar pessoas deficientes, mas nenhum dos funcionários que estava na Ford tem deficiências.


Fonte: Aqui

6 fatos sobre a dívida norte-americana


THE significance of America’s national debt is a serious question, but you would not know this from the current political rhetoric, which consists mostly of vague apocalyptic warnings. I want to present a calmer view, by emphasizing six facts about the debt that many Americans may not be aware of.
Roughly half of outstanding debt owed to the public, now $11.7 trillion, is owned by foreigners. This part of the debt is a direct burden on ourselves and future generations. Foreigners are entitled to receive interest and principal and can use those dollars to acquire goods and services produced here. If our government had used borrowed money to improve infrastructure or to improve the skills of workers, the resulting extra production would have made repayment easier. Instead, over the last decade, it used the money for wars and tax cuts.
The Treasury owes dollars, America’s own currency (unlike Greece or Italy, whose debt is denominated in euros). So the Treasury can always make payments when due — unless it is prevented from doing so by political blackmail over the statutory debt limit, which is now due to be reached in May. Notwithstanding the unprecedented credit-rating downgrade by Standard & Poor’s in 2011, no foreign lenders realistically expect us to default. If they did, they would be insisting on higher interest rates, which they aren’t. Of course, if we were stupid enough to default even once, the cost of borrowing would go much higher, for a long time.
One way to effectively repudiate our debt is to encourage inflation. When prices rise, interest and principal are repaid in dollars that are worth less than they were when they were borrowed. (This applies to Treasury’s borrowing at home as well as abroad.) The Federal Reserve has promised to keep buying bonds and to maintain near-zero interest rates until unemployment eases, a strategy that some fear could lead to uncontrolled inflation, though there is no indication so far that that will happen.
Treasury bonds owned by Americans are different from debt owed to foreigners. Debt owed to American households, businesses and banks is not a direct burden on the future. Of course the payments of interest and principal are a burden on current and future taxpayers, but they will ultimately be received by American people and organizations, many of them taxpayers. Some of our grandchildren would be paying off others of our grandchildren; the result will be a net transfer from American taxpayers to American bondholders.
The real burden of domestically owned Treasury debt is that it soaks up savings that might go into useful private investment. Savers own Treasury bonds because they are seen as safe, default-free assets, and the government can borrow at lower rates than corporations can. If there were less debt, and fewer bonds for sale, savers seeking higher returns would invest in corporate bonds or stocks instead. Business investment would expand and be more profitable.
But in bad times like now, Treasury bonds are not squeezing finance for investment out of the market. On the contrary, debt-financed government spending adds to the demand for privately produced goods and services, and the bonds provide a home for the excess savings. When employment returns to normal, we can return to debt reduction.
[...]

Basiléia III

O governo anunciou nesta sexta-feira a implantação de um novo conjunto de regras prudenciais para o sistema financeiro nacional, conhecido como Acordo de Basileia 3. As medidas têm o objetivo de aperfeiçoar a robustez dos bancos e prevenir problemas financeiros, como os que deram origem à crise internacional atual. O diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central (BC), Luiz Awazu Pereira, classificou a medida como "um passo importante".

"É um passo importante que dará maior robustez ao Sistema Financeiro Nacional (SFN), cria condições mais sustentáveis e ajuda a prevenir crises financeiras graves", afirmou. "Sua implementação é uma das prioridades dos líderes do G-20. É um acordo internacional para evitar arbitragem de localização, com bancos se instalando em lugares com menos exigências regulatórias."

Diferentemente de grandes conglomerados financeiros no exterior, os bancos brasileiros seguem normas rigorosas de recursos em caixa para evitar desequilíbrios, acima dos níveis exigidos internacionalmente.

As normas prudenciais ganham o nome da Basileia, cidade suíça onde se localiza o Banco de Compensações Internacionais (BIS), formado por representantes de bancos centrais nacionais. Os bancos brasileiros já cumpriam, com folga, as normas do acordo de Basileia 2. O tratado atual foi gestado após a quebra do banco de investimentos Lehman Brothers, estopim da crise atual.

Capital. Segundo o Banco Central, não haverá necessidade de os bancos brasileiros aumentarem o capital até 2016 para cumprirem as regras do novo acordo. "Nossa estimativa de necessidade de capital adicional para sistema financeiro nacional - para cenário de crescimento e retenção de resultados baseado na média dos últimos anos - é de que haverá capital superior aos valores exigidos", disse o diretor do Banco Central.

A partir de 2017, algumas instituições precisarão de capital adicional estimado em total de R$ 2,9 bilhões. Em 2018, essa necessidade subirá para R$ 5,1 bilhões em 2018. No ano seguinte, chegará a R$ 7,7 bilhões em 2019. Awazu lembrou que as regras não são impostas, mas implementadas no País por decisão soberana do governo. "Estamos decidindo soberanamente reforçar o que já temos de sólido, porque é desejável e benéfico para o sistema financeiro nacional e para a sociedade", completou.

Tributação. O secretário executivo adjunto do Ministério da Fazenda, Dyogo Oliveira, destacou a "purificação" do capital dos bancos como um dos aspectos fundamentais da implementação do acordo de Basileia 3 no País. "Dentre os elementos dessa implementação, para o Brasil, o mais importante é o crédito tributário", disse. "Um tipo específico de crédito tributário, que é o gerado a partir das diferenças das regras de créditos duvidosos e a apropriação dessas perdas para fins de cálculo do Imposto de Renda."

Segundo Oliveira, o crédito tributário representa um total de R$ 60 bilhões do capital dos bancos brasileiros. As regras atuais determinam que os bancos deduzam tais créditos de seu capital. Mas, as regras de Basileia 3 eliminam essa exigência. A mudança pode liberar mais recursos para os bancos emprestarem ao público.

Pressa. Apesar de conhecidas e aprovadas há tempos, as regras de Basileia 3 entraram no arcabouço jurídico brasileiro na forma de uma medida provisória editada pela presidente Dilma Rousseff. O Ministério da Fazenda atribuiu a decisão à "urgência" para que as regras entrem em vigor.

Para o chefe do departamento de Normas do Banco Central, Sergio Odilon dos Anjos, ocorreu um atraso de um mês na chegada das regras. Essa demora, no entanto, foi considerada "irrelevante" pelo BC, reconhecido internacionalmente por sua forte atuação na supervisão e fiscalização de instituições financeiras após a crise da década de 1990.

Segundo Anjos, as regras incluem 4 resoluções e 15 circulares de grande complexidade. Ele disse que o Brasil parte de uma situação mais confortável e segura para usar as regras agora. "Não há impacto significativo em nenhum momento. O impacto é neutro", afirmou.


Fonte: Aqui

03 março 2013

Rir é o melhor remédio



"Blogs são para pessoas que não podem escrever livros.
Twitter é para quem não pode escrever um blog.
Instagram é para pessoas que não podem escrever." 



Usando Métodos Quantitativos – 2


A pergunta mais importante que alguém faz quanto se depara com a necessidade de usar algum método quantitativo é: qual o método que devo usar? Esta postagem irá comentar sobre a forma de responder a esta questão.

1 – Veja os textos de pesquisas anteriores
Uma forma de determinar o método que deve ser usado é observar o que os pesquisadores já usaram para responder a perguntas similares. Naturalmente que quanto mais citado for a pesquisa, menor a chance de errar na escolha. Existem dois problemas nesta alternativa: (1) podemos deixar de lado formas modernas de tratamento quantitativo; (2) muitas vezes as escolhas que foram feitas no passado eram decorrentes do tipo de dado que o pesquisador tinha.

2 – Livros
Alguns livros possuem um bom resumo de técnicas que podem ser usadas. Particularmente gosto muito da introdução do livro de Análise Multivariada, de Hair et alii. Naquela obra os autores fazem uma descrição de abrangente de algumas técnicas. Entretanto, mesmo o livro citado é incompleto, pois ignora técnicas como testes de médias.

3 – Softwares
Alguns softwares possuem a função de técnico (coach). Após uma série de perguntas, o software indica qual deve ser a técnica a ser usada. Esta é uma função presente no SPSS, um dos softwares mais usados em trabalhos acadêmicos. Existe aqui um ponto negativo: a função está associada somente aos métodos que existem no software. Apesar disto, acredito que mais de 90% dos casos podem ser resolvidos por esta função.

4 – Consulte um especialista
Esta é uma possibilidade bastante adequada. Descreva o seu problema para um amigo com conhecimentos em métodos quantitativos e peça uma dica para ele. Apesar de funcionar em alguns casos, particularmente não gosto muito desta possibilidade: os especialistas têm preferências, que podem passar na resposta ao seu questionamento. Ademais, nem todo conhecedor de métodos quantitativos sabe de todas as técnicas. Uma possibilidade é usar uma empresa Junior de estatística para ajudá-lo na escolha.

Acredito que uma destas abordagens seja suficiente para que você possa ter uma resposta para sua questão. Ou a junção das técnicas. 

Esta é a segunda postagem de uma série sobre métodos quantitativos. A primeira foi sobre o uso de editor de texto para escrever uma redação quantitativa. 

Futebol e Coração

O gráfico mostra o número de eventos cardiovasculares na Alemanha nos anos de 2003, 2005 e 2006. entre maio e julho. O que interessa é a linha vermelha. No dia do número 1 ocorreu o jogo de futebol Alemanha 4 x 2 Costa Rica, pela Copa do Mundo. No número dois, o jogo entre Alemanha e Polônia (1 a 0 foi o placar), pela mesma competição. É possível perceber que a quantidade de eventos cardiovasculares aumentou expressivamente nestas datas. O número foi a vitória sobre o Equador, mas a Alemanha já estava classificada e o jogo não era tão importante. O jogo contra a Suécia está assinalado com o número 4. Os números cinco e seis atingem o máximo: vitória sobre a Argentina nos penaltis e derrota para Itália. Jogo correspondendo ao número 7 é a disputa do terceiro lugar, quando a Alemanha ganhou de Portugal, de 3 a 1. Foi menos emocionante que a disputa da final, entre França e Itália.

O estudo foi publicado no New England Journal of Medicine e pode ser baixado aqui (via aqui).

Influência do idioma na propensão à poupança


Keith Chen, professor associado da escola de negócios de Yale, testa a hipótese que as diferenças entre os idiomas em relação a construção de estruturas gramaticais para o presente e futuro afetam a taxa de poupança dos falantes de cada língua. Abaixo o resumo da pesquisa que será publicada na American Economic Review:

Languages differ widely in the ways they encode time. I test the hypothesis that languages that grammatically associate the future and the present, foster future-oriented behavior. This prediction arises naturally when well-documented effects of language structure are merged with models of intertemporal choice. Empirically, I find that speakers of such languages: save more, retire with more wealth, smoke less, practice safer sex, and are less obese. This holds both across countries and within countries when comparing demographically similar native households. The evidence does not support the most obvious forms of common causation. I discuss implications for theories of intertemporal choice.