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20 novembro 2009

Ameaça ao Fasb

Está em discussão nos EUA a denominada Emenda Perlmutter. Segundo o New York Times,

Uma proposta de emenda apresentada pelo representante Ed Perlmutter, democrata do Colorado e fortemente apoiada pelos bancos, poderá dar a um grupo de reguladores o poder de ordernar que a Securities and Exchange Commission, que agora supervisiona o Financial Accounting Standards Board, suspender ou mudar qualquer regra contabil que o conselho pense que é uma ameaça a estabilidade financeira. (…)


Mais adiante, o jornal reproduz as palavras de Volcker, ex-presidente do Fed, e atualmente assessor de Obama

“você tem politicos influenciando a Europa” ele [Paul Volcker] diz. “Você tem políticos nos EUA influenciando”. Se isto continua, ele diz, “nós nunca iremos ter padrões comuns”

Perguntado sobre a emenda Perlmutter, ele respondeu, “que é uma idéia terrivel”


(Fonte: Volcker Criticizes Accounting Proposal - FLOYD NORRIS – 17/11/2009 - The New York Times)

Já no Wall Street Journal, Roderick Hills, Harvey Pitt e David Ruder (Don't Let Banks Hide Bad Assets, 19/11/2009, J, A19) criticam a emenda e consideram que pode ser uma ameaça na obtenção de recursos no mercado financeiro. Os autores foram da SEC.

Outra reação a proposta vem do American Institute of CPAs e do Center for Audit Quality , conforme relata o blog Accounting Principles.

Previdência nos municípios

O problema da previdência dos servidores públicos brasileiros tem grande relevância na administração das finanças públicas. O objetivo deste trabalho é avaliar, por meio da análise de clusters, o grau de distanciamento existente nas práticas de gestão de riscos adotadas pelos RPPS do Rio Grande do Sul em suas atividades de investimento. A metodologia aplicada é descritiva, a coleta de dados é documental e do tipo survey, com abordagem quantitativa. A pesquisa foi realizada em todos os 303 municípios gaúchos que possuem RPPS constituído. A amostra é constituída por 84 municípios que responderam aos questionários da pesquisa e este nível de resposta permitiu a caracterização da pesquisa como probabilística com um nível de confiança de 91%. Como resultado constatou-se a formação de 3 clusters cujo agrupamento foi definido em função das variáveis: população, quantidade de servidores, tempo de constituição do RPPS, disponibilidade de pessoal técnico, montante de recursos aplicados e transparência na gestão. No primeiro cluster, com 74 entidades, encontram-se os RPPS onde inexistem política de investimentos e práticas de gestão adequadas e nesse cluster não se constatou a existência de mecanismos de controle de risco. O segundo cluster tem 8 elementos e é formado pelos RPPS que apresentam ao menos uma política de investimento que busca se enquadrar às normas estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional. No terceiro e último cluster, que tem somente 2 entidades, é onde se encontram as melhores práticas de gestão de riscos. Conclui-se que, apesar das restrições impostas pela legislação trazerem alguma segurança, é urgente a implantação de melhorias na gestão dos riscos inerentes a essa atividade.

GESTÃO DE RISCOS NOS INVESTIMENTOS DA PREVIDÊNCIA DO FUNCIONALISMO PÚBLICO MUNICIPAL: UM ESTUDO COM ANÁLISE DE CLUSTERS - Francisco Carlos Fernandes & Nadia Mar Bogoni (FURB)

Pesquisa e Desenvolvimento



Toyota gastou mais em pesquisa e desenvolvimento (P&D) que qualquer outra empresa do mundo em 2008, conforme a European Comission. O fabricante de carro japonês aumentou seu gasto annual de P&D em 7,6% para €7.6 bilhões ($10.6 bilhões), batendo Microsoft do topo. Três dos cinco maiores são fabricantes de carros, mas empresas farmacêuticas e de biotecnologia também colocam dinheiro em P&D. A suíça Roche agora é quarta, tendo aumentado o gasto em 50% nos últimos três anos. (…)


R&D spending - 19/11/2009 - The Economist

Medida de desempenho

Usando uma fórmula que calcula o salário estimado do ator em cada filme, incluindo DVD e venda para TV, comparado com as receitas dos filmes em cinemas e outros, a Forbes.com diz que cada dólar pago a [Will] Ferrell seus filmes produziram em média 3,29$.

Para criar a lista, o sítio de notícias financeiras olhou os cem maiores astros de Hollywoo que tiveram desempenho importante em ao menos três filmes altamente distribuídos nos últimos cinco anos. (…)

Os mais bem pagos da Forbes foram

1. Will Ferrell ($3.29)
2. Ewan McGregor ($3.75)
3. Billy Bob Thornton ($4)
4. Eddie Murphy ($4.43)
5. Ice Cube ($4.77)
6. Tom Cruise ($7.18

Fonte: aqui

Frase

O medo de perder a autoridade é uma coisa. Mas atrasar as regras que simplificam vários problemas é outra. O comissário europeu para o mercado interno, Charlie McCreevy, considera que a contabilidade é importante demais para ser deixada para os contabilistas. Infelizmente para os investidores, Charlie McCreevy tem o seu desejo; contabilidade é agora deixada com os políticos.


Bank accounting – 16/11/2009 - Financial Times - 18

Links

Do número especial da The Economist sobre o Brasil:

Commodity

Brasil decola

Governo, fazer negócios e impostos

Promessa que está sendo entregue (Ou o favor de Cardoso para Lula)

Crise financeira e sistema financeiro brasileiro

Estrangeiros e Investidores

Comparação Brasil e EUA

Novos pronunciamentos

CVM aprova novos Pronunciamentos do CPC

CVM edita Deliberação e Ofício-Circular que aprovam pronunciamentos e orientação do Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC
A Comissão de Valores Mobiliários edita hoje, 19/11/2009, uma deliberação referendando os Pronunciamentos Técnicos CPC 38, 39 e 40 e um Ofício-Circular que referenda a Orientação OCPC 03, emitidos pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC. Os pronunciamentos tratam, respectivamente, do reconhecimento e mensuração, da apresentação e da evidenciação de instrumentos financeiros. Já a Orientação Técnica OCPC 3 estabelece de maneira resumida como a entidade classifica seus instrumentos financeiros ativos e passivos, como os mensura, quando os reconhece no balanço patrimonial e como os divulga, dando também o tratamento relativo às suas mutações no resultado ou no patrimônio líquido.

Os Pronunciamentos Técnicos seguem as normas Financial Instruments: Recognition and Measurement – IAS 39, Financial Instruments: Presentation – IAS 32 e Financial Instruments: Disclosures – IFRS 7 emitidas pelo International Accounting Standards Board - IASB, que já vinham sendo parcialmente aplicados desde 2008 em decorrência da edição da Deliberação CVM 566/08, que aprovou o Pronunciamento Técnico CPC 14, e que agora, mais ampliado, se transforma na OCPC 03.

O Pronunciamento CPC 38 – "Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração" disciplina o reconhecimento e a mensuração de operações realizadas com instrumentos financeiros, incluindo derivativos, e o procedimento aplicável ao reconhecimento contábil das operações de hedge. Nesse último são definidos, sob a ótica contábil, os limites para que uma operação de hedge possa ser considerada como de proteção efetiva, bem como a documentação necessária para sua comprovação.

O Pronunciamento CPC 39 – "Instrumentos Financeiros: Apresentação" define termos importantes a serem utilizados quando da leitura de normas que envolvam instrumentos financeiros, principalmente os CPC’s 38 e 40, tais como, ativo financeiro, passivo financeiro, instrumento patrimonial, valor justo e instrumento resgatável. Trata, ainda, de um aspecto relevante no sentido da prevalência da essência econômica sobre a forma jurídica, que é a determinação das circunstâncias que qualificam os instrumentos financeiros a serem reconhecidos como instrumentos de dívida ou patrimonial.

O Pronunciamento CPC 40 – "Instrumentos Financeiros: Evidenciação" estabelece as informações mínimas que devem ser divulgadas nas demonstrações contábeis que permita a seus usuários avaliar a significância do instrumento financeiro para a posição patrimonial/financeira e o desempenho da entidade. Além disso, determina divulgações que permitam a avaliação da natureza e extensão dos riscos a que a entidade está exposta num período de referência, resultante de instrumentos financeiros, e como a entidade administra esses riscos.

A Orientação OCPC – 03 é produto da revisão e transformação do Pronunciamento CPC 14, editado para permitir a regulação de dispositivos da Lei 11.638/07 que tratam de transações com instrumentos financeiros, e que visava ser uma norma resumida e simplificada de suporte às companhias que não incorressem em transações financeiras sofisticadas. Nessa oportunidade, foram para ele convergidos partes dos IAS 32 e 39 consideradas como um conjunto mínimo de procedimentos essenciais para regulamentação das determinações prescritas na Lei 11.638/07 sobre reconhecimento, mensuração e evidenciação de instrumentos financeiros. À época, é conveniente lembrar, a agenda conjunta CVM/CPC previa a normatização de instrumentos financeiros em duas fases: a primeira, que culminou na emissão do CPC 14 e a segunda, agora, com a edição dos CPC’s 38,39 e 40, que convergem integralmente aos seus pares emitidos pelo IASB. Dessa forma, considerou-se que a manutenção do CPC 14 representaria uma duplicidade desnecessária e, por outro lado, que sua revogação significaria uma perda devido a sua característica sintética e objetiva. Por conta disso, decidiu-se pela sua manutenção, transformando-o numa Orientação de forma a servir de guia no reconhecimento, mensuração e divulgação de transações com instrumentos financeiros para as companhias que não incorram em transações sofisticadas com os referidos instrumentos. Destaque-se que, na hipótese de ocorrência de divergências interpretativas entre a OCPC – 03 e os Pronunciamentos CPC 38, 39 e 40, prevalecem as determinações contidas nesses últimos.

Essas normas contábeis, que fazem parte da Agenda Conjunta CVM e CPC, dão continuidade ao processo de regulação de 2009 visando à convergência da Contabilidade Brasileira, no tocante às companhias abertas aos padrões internacionais.

19 novembro 2009

Rir é o melhor remédio


Adaptado de Graphjam

LRF nos municípios

O objetivo deste estudo é analisar se a LRF, como mecanismo de restrição fiscal, influenciou no padrão de endividamento praticado pelos municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes. Para atingir tal fim, são construídos dois modelos econométricos. O primeiro busca verificar se houve alteração da influência das variáveis de gestão financeira sobre o endividamento ao longo do tempo, incluindo dummies de tempo. Com nível de significância de 1%, os resultados indicam que as variáveis Estrutura de Capital (EC) e Endividamento Defasado (EDf) alteram seu padrão de influência sobre o endividamento público no decorrer dos anos de 1998 a 2006. Para avaliar se a alteração do padrão de influência das variáveis de gestão financeira sobre o endividamento está relacionada com a introdução da LRF, utilizou-se o segundo modelo econométrico incluindo dummies de regra LRF. Os resultados do segundo modelo econométrico indicam que a LRF alterou o padrão de influência sobre o endividamento das variáveis preditoras Estrutura de Capital (EC) e Endividamento Defasado (EDf), variáveis que possuem maior poder de predição sobre o endividamento público. As variáveis selecionadas relativas à gestão financeira e a LRF mostram-se estatisticamente adequadas para explicar e prever o endividamento dos municípios com mais de 100 mil.


OS EFEITOS DA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL NO ENDIVIDAMENTO MUNICIPAL: UMA ANÁLISE DE DADOS EM PAINEIS - Ely Célia Corbari (UFPR); Joel de Jesus Macedo (PUC-PR); Viviane da Costa Freitag (UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ); e Paulo Cesar Starke Junior
(UFPR)

Teste #178

Esta obra, símbolo de uma cidade, custou 7,8 milhões em moeda local para ser construída. O responsável arrecadou 6,5 milhões de fundos privados. O governo contribuiu com 1,5 milhão. O valor arrecadado na iniciativa privada foi pago em um ano. Uma lição para o Brasil, na véspera de obras faraônicas. Que obra é esta?

Big Ben, Londres
Estátua da liberdade, Nova Iorque
Torre Eiffel, Paris

Resposta: máquina da Apollo 11, há 40 anos. Fonte: aqui

Venda de ações da GM

EXCLUSIVO-Governo dos EUA quer IPO acelerado da GM
Kevin Krolicki e John Crawley - 18/11/2009 - Reuters Focus

WASHINGTON, 18 de novembro (Reuters) - A administração Obama quer uma oferta pública inicial de ações acelerada da General Motors [GM.UL] para reduzir sua participação majoritária na montadora, disse um representante do alto escalão do governo.

Um IPO (sigla para initial public offering) da GM pode chegar no quarto trimestre de 2010, se a montadora continuar atingindo suas metas de recuperação e se o mercado financeiro continuar receptivo, afirmou à Reuters Ron Bloom, chefe da força-tarefa automobilística do governo norte-americano.

Bloom disse que o governo dos Estados Unidos, detentor de aproximadamente 61 por cento da GM, quer "errar para antes a previsão de sair um pouco mais rápido" do investimento que fez como parte de uma política de reestruturação da montadora em processo de concordata.

"Os mercados gostariam de nos ver saindo do investimento, e creio que eles estarão mais confortáveis se estivermos num caminho sustentável do que se acharem que tentaremos maximizar o retorno", disse Bloom em entrevista na terça-feira.

A GM está em processo de reavaliação de seu balanço para oferecer o que é conhecido como "novo começo" de contabilidade dos ativos da empresa e endividamento desde que emergiu da concordata em julho. O processo, que deve ser finalizado até março, é uma etapa necessária até o IPO.

"Eu antecipo que se o novo começo estiver completo, se você colocar os números na mesa, se as coisas fluírem bem e os mercados de capitais estiverem abertos, que em algum momento no quarto trimestre os mercados estarão abertos o bastante para a realização de um IPO com sucesso", explicou Bloom.

Links

Alguns estudos na área comportamental:

Casados com crianças: aumenta a felicidade

Comparando Dan Ariely (Previsivelmente Irracional) e Tim Harford (A Lógica da Vida)

Consenso maior entre os homens sobre a atratividade de uma mulher

O comportamento anti-social é contagioso

Candidatos com boa aparência = votos

Mais normas

CVM questiona mais duas normas do IFRS
por FinancialWeb - 16/11/2009

SÃO PAULO - Dois dias depois de afirmar que a adoção do modelo internacional no primeiro trimestre de 2010 seria “difícil”, a Comissão de Valores Mobiliários colocou em audiência pública na noite da última sexta-feira (13) mais duas minutas de adequação das normas contábeis brasileiras ao modelo internacional do IFRS.

Os textos em questão são referentes ao Comitê de Pronunciamentos Contábeis de número 43, sobre "Adoção Inicial dos Pronunciamentos Técnicos CPC 15 a 40"; e à nota Técnica ICPC 12, sobre "Mudanças em Passivos por Desativação, Restauração e Outros Passivos Similares". (...)


O título do texto é claramente infeliz. Cria o entendimento que a CVM não concorda com duas normas do IFRS, quando na verdade colocou em audiência pública, um processo usual da aprovação das normas.

Tributos e Ágio

Temor de fim do ágio apressa incorporações
Fernando Torres, de São Paulo
Valor Econômico = 19/11/2009

O temor de que o governo altere regras tributárias em 2010 está levando as companhias a acelerar processos de incorporação de controladas para se beneficiar do incentivo fiscal previsto na legislação vigente, que permite a amortização do ágio em aquisições. Grosso modo, o ágio é a diferença entre o valor pago pela compra de uma empresa e o valor patrimonial incorporado. Como a amortização reduz o lucro, a compradora paga menos impostos.

A dúvida sobre o que o pode ocorrer com a regra do ágio decorre das mudanças contábeis, já que o ágio deixou de ser amortizado no balanço societário. Ainda que o acordo firmado na época da aprovação da lei nº 11.638 tenha sido para garantir neutralidade tributária, há dúvidas sobre se o compromisso será mantido diante da recente queda na arrecadação federal. Para piorar, o texto de uma medida provisória apócrifa circulou no mercado nos últimos dias indicando uma possível alteração da norma. A Casa Civil nega que esteja discutindo o assunto.

Apenas nos últimos dias, empresas como Diagnósticos da América (Dasa), Odontoprev e Iochpe-Maxion anunciaram incorporações de controladas em transações que geraram ágio a ser amortizado. Estão em curso ainda a incorporação da Nossa Caixa pelo Banco do Brasil, da Telemig pela Vivo, de diversas controladas pela CPFL Energia, da Tenda pela Gafisa e da Caraíba Metais pela Paranapanema. Fora isso, o ibi acabou de ser incorporado pelo Bradesco e a Gerdau informou, na semana passada, que planeja fazer uma reorganização societária envolvendo a Aços Villares. Vale notar que algumas dessas operações podem não gerar ágio e que a motivação também pode ser societária ou operacional, além de fiscal. Mas tanto o receio de mudanças tributárias como a aceleração das transações têm sido identificados por diversos agentes que atuam nessas operações.

A incerteza maior das empresas está ligada ao fato de que o Regime Tributário de Transição (RTT), que garante que as regras tributárias seguem as mesmas de 2007, estava previsto inicialmente para vigorar no biênio 2008/09. E o texto da lei que criou o RTT fala em edição de nova legislação para tratar do tema.

Mulheres e salada

Pesquisadores canadenses observaram 469 pessoas em 266 grupos em três cafeterias no campus da McMaster University, Ontário. Eles estimaram o conteúdo calórico dos pratos e concluiram o seguinte:

=> as mulheres comem pratos com menos calorias quando acompanhada de um homem do que quando acompanhada por outra mulher
=> a proporção de calorias também é afetada pela quantidade de homens presentes, de forma proporcional: mais homens, menos calorias. O oposto ocorre com a presença de mulheres
=> a escolha do homem parece não ser afetada pelo tamanho do grupo.

Fonte: Women and Salads: All for Show

18 novembro 2009

Análise de Redes na Pesquisa Brasileira

Este estudo adquire um caráter inovador ao conjugar a análise de redes sociais, não observada no campo de produção científica em ensino e pesquisa contábil, aos estudos bibliométricos.Assim, a presente investigação teve por objetivo analisar os atores mais relevantes na evolução do campo de produção científica em ensino e pesquisa contábil no contexto brasileiro. Realizou-se um estudo sociométrico (redes sociais) – empregando o software UCINET® 6 – e bibliométrico, analisando-se 139 artigos oriundos de anais e periódicos, divididos em três períodos: 2004-2005, 2006-2007 e 2008. As análises realizadas,empregando conceitos da teoria institucional, possibilitaram a identificação dos principais agentes envolvidos no campo de pesquisa contábil, tanto coletivos (instituições) quanto individuais (atores). Percebe-se uma relativa evolução no campo no que tange ao número deartigos publicados e à densidade das redes de cooperação. A partir da realização deste estudo,espera-se contribuir para o desenvolvimento do campo de produção científica em ensino e pesquisa contábil, permitindo a identificação e fomentando a realização de futuras associações entre autores e entre instituições de modo a ampliar a troca de informações e a construção de conhecimento no campo. Além disso, visa proporcionar a apresentação de um novo design de pesquisa para este campo, servindo, adicionalmente, como um instrumento de diagnóstico para Programas de Pós-graduação em Contabilidade, proporcionando a averiguação de seu efeito multiplicador especialmente no que tange à linha de pesquisa de ensino e pesquisa em Contabilidade.


UMA ANÁLISE DA EVOLUÇÃO DO CAMPO DE ENSINO E PESQUISA EMCONTABILIDADE SOB A PERSPECTIVA DE REDES
Silvana Anita Walter (PUC-PR) Ana Paula Capuano da Cruz (UFPR) Márcia Maria dos Santos Bortolocci Espejo (UFPR) e Flávia Pozzera Gassner (UFPR)

A figura a seguir - retirada do trabalho - mostra que o eixo da pesquisa brasileira na área de contabilidade está na USP.



O que eu posso dizer do trabalho? Extremamente interessante e criativo. Um dos melhores apresentados na USP este ano. Isto já deveria ter sido feito anteriormente. (Quem é fã de Numb3rs, uma série que passa na TV a cabo, já viu esta técnica antes e já sonhou em fazer um trabalho como este)

Uma sugestão: façam nos conselhos de administração das empresas abertas brasileiras. As conclusões serão interessantes.

Teste #177

O computador possuía uma velocidade de 1.024 MHz e 2 K de memória principal. Entretanto, ele fez parte da história. Qual é este computador?

Computador da Apollo 11, que desceu na Lua
Computador do Mig, avião soviético, mais avançado de sua época
Computador usado por James Bond no filme Satânico Doutor No

Resposta do anterior: todas possuem mesma média, variância, correlação e equação final da regressão. Trata-se do Anscombe´s quartet, criado pelo estatístico Anscombe, para mostrar a importância de ler um gráfico Fonte: aqui. (Dava para desconfiar que tinha pegadinha, não?)

Links

Visualizando o declínio dos impérios britânicos, francês, espanhol e português (século XIX e XX)

Som: Abertura 1812, de Tchaikovsky, no celular

Crise na Playboy e o valor do coelhinho

Rir é o melhor remédio

Leilão. Fonte: Funnyplace

17 novembro 2009

Rir é o melhor remédio


Fonte: aqui

Teste #176

Este teste é para os acadêmicos e amantes da estatística. Os quatro gráficos abaixo representam a relação entre duas variáveis (X e Y).


Qual a relação que:
a) possui a maior variância
b) possui a maior correlação

Resposta do Anterior: brincos = 21 mil; casaco = 680 e placa = 20. Fonte: Lembranças de um megafraudador à venda em leilão. O Globo, 14/11/2009

Links

Nigéria, corrupção e auditores: contabilidade pública

Fundação Gates irá gastar $500 milhões de dólares num prédio

Sorte de Kokura

Clima (CO2) e Críticas ao SuperFreakonomics

Usuário preferencial

Na enquete da semana, 39 pessoas participaram e responderam "Qual o usuário preferencial das Normas do CPC?". A maioria (26) marcou "não existe usuário preferencial"; 6 escolheram "investidor"; 4, "governo" e 1 "proprietários".

Nova enquete ao lado. Participe.!

Advogados

BB aponta 'sabotagem' em indenizações
Fausto Macedo
O Estado de São Paulo - 17/11/2009

No julgamento de um processo milionário, em que foi defendido por seu próprio diretor jurídico, Joaquim Portes Cerqueira César, o Banco do Brasil obteve no último dia 5, no Superior Tribunal de Justiça, uma vitória por 4 votos a 1, dados pela Terceira Turma de ministros, numa questão em que o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) do Rio reclamava a recomposição de valores de cadernetas de poupança em função dos expurgos do Plano Collor.

O Senac já conseguiu levantar R$ 83, 9 milhões e cobra saldo remanescente de R$ 234 milhões a seu favor. “O resultado do julgamento permitirá reversão total de provisão no valor de R$ 141 milhões atualizado até 5 de setembro de 2008”, assinala o Banco do Brasil.

A diretoria jurídica do banco define esses valores como resultado de “uma fantástica e inacreditável falha do mecanismo judicial”. Alega ter identificado dezenas de casos com “equívocos praticados por advogados do próprio banco que teriam deixado vencer propositadamente os prazos legais de questionamento das ações”.

Cerqueira César sustenta que “o Senac e os seus advogados, com base nos equivocados julgados que ora se pretende ver reformados, já levantaram, de forma indevida, aproximadamente R$ 83 milhões e exigem uma complementação”. O Senac vai recorrer da decisão do STJ.

O advogado Sérgio Mazillo, que defende o Senac, comunicou que não fala sobre causas que patrocina porque o Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil proíbe. “Se Cerqueira César o faz é porque lhe falta ética.”

A decisão do STJ ocorre no momento em que o comando da defesa do BB trava outra disputa - uma ação civil pública em que o Sindicato dos Bancários de Brasília acusa o banco, e especialmente Cerqueira César, de assédio moral contra vários de seus ex-advogados.

Para o banco, a ação não passa de “resistência a mudanças administrativas” adotadas por causa do “abandono em que se encontrava o serviço jurídico do BB”, cuja reorganização “não interessava a uma pequena parcela de advogados”.

No total, 27 advogados pedem a punição do assédio moral, pagamento de indenizações por “dano moral coletivo”, nulidade dos descomissionamentos e abstenção das transferências do local de trabalho. O BB alega que “resta claro o objetivo eminentemente político do presente feito”.

Para o ex- ministro do Trabalho e ex-presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Almir Pazzianotto, é “no mínimo estranho” que tenha ocorrido, em tais dimensões, o que lhe parece “uma falha de acompanhamento” dos processos por advogados do BB.

COLABOROU GABRIEL MANZANO FILHO

GM apagando valores

GM começa a pagar dívida de US$6,7 bi com governo
O Globo - 17/11/2009
FRITZ HENDERSON

DETROIT. A General Motors (GM) divulgou ontem um prejuízo de US$1,2 bilhão no terceiro trimestre, no seu primeiro balanço financeiro após ter saído da concordata. A montadora também informou que vai começar a pagar de volta US$6,7 bilhões em empréstimos do governo, com uma primeira parcela de US$1,2 bilhão em dezembro. O valor total deverá ser pago até 2011, quatro anos antes do previsto no acordo original.

O prejuízo da GM entre julho e setembro foi bem inferior às perdas de US$6 bilhões contabilizadas no primeiro trimestre, antes de a empresa pedir concordata. No segundo trimestre, a montadora estava em recuperação judicial.

Segundo a GM, a melhoria do desempenho foi estimulada por novos produtos, inclusive o Chevrolet Camaro, o Chevrolet Equinox e o GMC Terrain, veículos de tamanho médio.

Além disso, a presença global da GM, sobretudo na China, onde suas vendas de 478 mil veículos no terceiro trimestre cresceram 6% em relação aos três meses imediatamente anteriores, ajudou nos resultados.

A companhia alertou, porém, que os valores dos ganhos no exterior não significam muito, pois não atendem aos padrões de contabilidade dos EUA.

Surpreendentemente, a empresa teve lucro de US$79,4 bilhões nos primeiros nove dias do terceiro trimestre, quando ainda estava sob proteção judicial pela lei de concordata. Ela conseguiu apagar valores colossais de débito e outras obrigações fiscais de seu balanço financeiro.

“Temos ainda bastante trabalho à frente, mas o resultado de hoje (ontem) evidencia a sólida fundação que estamos construindo para a nova GM”, disse o diretor-executivo da companhia, Fritz Henderson, em uma nota.

Segundo o diretor financeiro da GM, Ray Young, é impossível comparar o resultado do terceiro trimestre com qualquer trimestre anterior, pois a empresa ainda está revisando o valor de seus ativos e compromissos pós-concordata.


Muito interessante o termo "apagar valores". O que significa?

Eficiência do mercado

Muitos investimentos são feitos por administradores ativos que não acreditam que os mercados são eficientes. Por exemplo, apesar dos últimos 45 anos de desempenho pobre dos administradores ativos, cerca de 80% dos fundos mútuos são ativamente administrados.


Eugene Fama Defends his Efficient Markets Hypothesis

Evidenciação em Bancos

Os riscos de mercado e operacional estão sendo evidenciados e discutidos com maior ênfase nos últimos anos em virtude de diversos escândalos relacionados a perdas no mercado financeiro mundial. A evidenciação destes riscos é um dos pilares que sustenta o Acordo de Basiléia, ao qual diversas instituições tem buscado aderência no cenário internacional. Desta forma, o presente trabalho teve como objetivo analisar o nível de disclosure por meio das divulgações e evidenciações dos vinte maiores bancos atuantes no Sistema Financeiro Nacional com vistas a verificar a aderência às recomendações de Basiléia com relação à evidenciação dos riscos de mercado e operacional. Os resultados demonstram evolução na divulgação destas informações se comparado ao início do período pesquisado, em especial para as cinco maiores instituições financeiras melhor classificadas pelo ativo no ranking disponibilizado pelo Banco Central do Brasil. No entanto foi observado que grande parte das instituições analisadas não possui nível de divulgação elevado, apresentando, em sua maioria, um nível baixo de aderência às recomendações de divulgação do Comitê de Basiléia.

NÍVEL DE “DISCLOSURE” SOBRE RISCOS DE MERCADO E OPERACIONAL: UMA ANÁLISE COMPARATIVA DOS VINTE MAIORES BANCOS BRASILEIROS - Luiz Felipe Figueredo de Andrade; Jorge Katsumi Niyama; e Claudio Moreira Santana (UnB)

O Bradesco foi considerado o banco com melhor nível de evidenciação do risco operacional.

Palavra do Ano

O Oxford University Press promove Word of the Year. Eis a lista das últimas:

2009 = unfriend - verb - To remove someone as a 'friend' on a social networking site such as Facebook

2008
Hypermiling - To attempt to maximize gas mileage by making fuel-conserving adjustments to one's car and one's driving techniques.

2007
Locavore - The "locavore" movement encourages consumers to buy from farmers' markets or even to grow or pick their own food... Locavores also shun supermarket offerings as an environmentally friendly measure, since shipping food over long distances often requires more fuel for transportation.

2006
Carbon Neutral - Being carbon neutral involves calculating your total climate-damaging carbon emissions (your "carbon footprint"), reducing them where possible, and then balancing your remaining emissions, often by purchasing a carbon offset: paying to plant new trees or investing in "green" technologies such as solar and wind power.

2005
Podcast - a digital recording of a radio broadcast or similar
program, made available on the Internet for downloading to a personal audio
player.

Técnicos mais bem pagos do mundo

1. Luis Felipe Scollari = US$24.05 milhões/mês
2. José Mourinho = 16.3
3. Fabio Capello = 12.9
4. Phil Jackson (basquetebol) = 10.3
5. Sir Alex Fergunson = 10.2
6. Carlo Ancelotti = 9.5
7. Roberto Mancini = 8.8
8. Manuel Pellegrini = 8
9. Louis Van Gaal = 7.62
10. Guus Hiddink = 7.3

Fonte: aqui

Demonstrações em 2010

Contábil: CVM coloca em audiência norma que guia confecção dos balanços de 2010
De São Paulo - Valor Econômico - 16/11/2009

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) deu um norte às companhias abertas brasileiras sobre como deverão publicar pela primeira vez os balanços individuais conforme as regras divulgadas ao longo deste ano.

A autarquia colocou em audiência pública na última sexta-feira o CPC 43, sobre "Adoção Inicial dos Pronunciamentos Técnicos CPC 15 a 40". Essa norma equivale ao CPC 37, que trata da adoção inicial do padrão internacional IFRS para o balanço consolidado, só que tem como objeto os demonstrativos financeiros individuais.

Exatamente por conta desta ligação entre os dois pronunciamentos, a CVM orienta as empresas a aplicar primeiro o CPC 37 e, posteriormente, fazer os ajustes de acordo com o CPC 43. A intenção da autarquia e do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) é que o alinhamento entre o IFRS e a legislação brasileira seja o mais próximo possível, garantindo ao menos uma igualdade em relação ao patrimônio líquido.

A CVM reconhece, no entanto, que em alguns casos o balanço individual não poderá ser considerado oficialmente dentro do padrão internacional. Isso ocorrerá, por exemplo, quando houver reconhecimento por equivalência patrimonial do investimento em controladas pelo padrão brasileiro, enquanto no IFRS o registro é pelo custo ou valor justo.

Outro caso está relacionado com a manutenção de ativo diferido de operações passadas que não conseguiram ser alocados em outras contas do balanço, conforme permite o art. 299-A da Lei 6.404.

Uma terceira possibilidade de inconformidade entre as duas normas contábeis estaria relacionada com o saldo da reserva de reavaliação. A Lei 11.638/07 permitiu que ele fosse mantido no balanço das empresas, e a CVM pede a opinião dos agentes de mercado para saber o que fazer com essa conta nos balanços individual e consolidado.

Também na sexta-feira, a CVM colocou em audiência pública a Interpretação Técnica ICPC 12 sobre "Mudanças em Passivos por Desativação, Restauração e Outros Passivos Similares". Os comentários sobre as duas normas devem ser enviados para a CVM até o dia 3 de dezembro.

Na semana passada, as empresas receberam a notícias de que não precisarão apresentar o balanço do primeiro trimestre de 2010 já de acordo com os CPCs emitidos ao longo deste ano.

Fica mantida, no entanto, a obrigação de atender às novas regras para o demonstrativo relativo ao próximo exercício social completo.

16 novembro 2009

Rir é o melhor remédio



Fonte: New Yorker

Teste #175

Madoff foi responsável por uma das maiores fraudes da história do capitalismo. Recentemente, parte dos seus bens foi a leilão para cobrir parte dos prejuízos. Você seria capaz de relacionar do item leiloado com o valor estimado - antes do leilão?

Brincos de diamante de Ruth, sua esposa
Casaco de Pele Mink
Placa da casa de veraneio, com as iniciais BLM

US$20
US$680
US$21 mil

Resposta do Anterior: Berlusconi.

Contabilidade & Política

Segundo conclusão da The Economist de 14 de novembro de 2009 (Divided and Overruled), a contabilidade tornou-se política. A mudança das regras do valor justo, que determina que ativos sejam marcados a preços de mercado, proposta pelo Iasb, reflete a pressão dos bancos e dos políticos. A medida, segundo estimativa divulgada pela revista, é que a proporção dos ativos avaliados pelo valor justo deve cair pela metade nas grandes empresas européias.

A revista reconhece que o Iasb fez "grandes concessões". Mas a Comissão Européia deve decidir se parte da Europa adotará as novas regras. Apesar do pedido do G20 para que existam padrões globais independentes, há resistências. A The Economist cita especificamente a França. Para agravar, as diferenças com o Fasb, responsável pelas normas contábeis dos EUA, enfraquece a posição do Iasb.

Uma pesquisa recente encontrou que somente 24% dos executivos financeiros dos EUA apoiam a convergência entre as normas dos EUA e do Iasb, lembra o texto.

O Financial Times (EU delays adoption of accounting rule changes, Nikki Tait & Rachel Sanderson, 12/11/2009) também destaca o atraso da União Européia em adotar as normas do Iasb. Os analistas consideram que os bancos franceses, alemães e italianos podem ter grandes perdas em razão das suas operações com derivativos. Mas o atraso tem provocado resistências daqueles que acreditam que a não adoção imediata das novas regras representa uma desvantagem em relação com as instituições internacionais.

Segundo o Blog Accounting Principles (IFRS: Political Sharks in the Waters) a nova proposta do Iasb é uma versão melhorada do Ias 39 e lembra que o European Financial Reporting Advisory Group no último mês endossou o novo padrão, o primeiro passo para adoção na Comunidade Européia. Este blog lembra que uma das objeções francesas deve-se ao fato de achar que o Iasb é muito focado no investidor. Um resumo das mudanças pode ser encontrado aqui. Um texto do Cinco Dias, periódico espanhol, foi postado hoje no blog.

Links

Petrobrás ultrapassa Coca-Cola e Wal-Mart em valor de mercado

Iasb propõe mudança no impairment para empréstimos

Fraude de Madoff também envolvia programadores que produziam relatórios fraudulentos

O auge das melhores decisões financeiras ocorre com 53 anos

Itens de Madoff leiloados

Contador na visão do Enade

Fisco cria perfil do contribuinte brasileiro

Pesquisa acadêmica em Contabilidade Social e Ambiental

Foram analisados 80 artigos de um total de 1.291 apresentados no EnANAPAD, Congresso USP e Anpcont, no período de 2004 a 2008 na área de contabilidade, correspondendo a 6,2% do total da produção dessa área. Buscou-se analisar as abordagens teóricas, temáticas estudadas, bem como apresentar a modelagem da rede de citações dos 157 autores constantes na população analisada. Na produção dos 80 artigos foram citadas 422 obras de autoria dos autores listados, correspondendo a uma média de 5,27 citações por artigo. Dos assuntos levantados, maior ênfase foi dada ao disclosure social e/ou ambiental (28,75%). A maior parte dos artigos (52,5%) valeu-se da pesquisa documental para atingir aos objetivos propostos. Os resultados também evidenciaram que 77,07% dos autores publicaram apenas uma vez na população analisada. Finalmente, ressalta-se a quase inexistente utilização de uma fundamentação teórica.


ANÁLISE CRITÍTICA - EPISTEMOLÓGICA DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA EM CONTABILIDADE SOCIAL E AMBIENTAL NO BRASIL - Márcia Reis Machado (UFPB); Artur Roberto do Nascimento (USP) e
Fernando Dal-Ri Murcia (USP)

Além do erro de digitação - acredito - no título ("Critítica"), o termo "contabilidade social" tradicionalmente está associado ao estudo das contas nacionais.

Ativos Financeiros

Normas más flexibles en la valoración contable de los activos financieros
A. Corella Madrid - 16/11/2009 - Cinco Días

Elimina algunos criterios de valoración

El IASB ha asumido la petición del G-20 para reformar la NIC 39 sobre valoración de instrumentos financieros. La nueva norma sólo mantiene como criterios el coste amortizado y el valor razonable.

El IASB, el organismo internacional encargado de la elaboración de las normas contables internacionales, ha decidido simplificar una de las que estaba ocasionando mayores quebraderos de cabeza a los usuarios de la contabilidad debido a la complejidad que introducía la existencia de diversos métodos de valoración para los instrumentos financieros. La confusión generada llevó incluso a los países del G-20 a solicitar esta simplificación contable. Esta institución ha optado por abordar la reforma en tres fases con el objetivo de responder a las necesidades de las empresas que lo requieran, de forma que aunque inicialmente prevista para comenzar a utilizarse en 2013, las compañías que así lo deseen podrán utilizar esta simplificación en la valoración de los instrumentos financieros desde 2009.

El socio de KPMG Enrique Asla explica que hasta ahora la NIC 39 permitía el reconocimiento de los instrumentos financieros bajo al menos cuatro criterios diferentes, "lo que introducía mucha confusión". Se trata además de una norma que afecta tanto a las entidades financieras como al resto de las empresas "todas tienen instrumentos financieros, unas más sofisticados que otras, pero desde una cuenta a obrar o un préstamo a una operación de cobertura de cambio, todos serían instrumentos financieros", afirma el experto de KPMG. El IASB ha decidido asumir la reforma de la NIC 39 en tres pasos y es el primero de ellos el que acaba de completar para apostar por la eliminación de los criterios más confusos para optar tan sólo por la valoración de los activos financieros basándose en el coste amortizado y en el valor razonable. Sin embargo, hay quienes opinan que el organismo internacional que preside Sir David Tweedie podría decantarse por la intención a largo plazo de mantener exclusivamente el valor razonable para la contabilización de los instrumentos financieros. Enrique Asla apunta que la sustitución de la versión vigente de la norma de instrumentos financieros es un proyecto muy ambicioso, por lo que cree que es destacable la actuación del IASB "que ha sido capaz de alcanzar en pocos meses un gran progreso, en respuesta a las peticiones urgentes de modificación solicitadas por el G-20 y el Financial Stability Board, entre otros". El socio de KPMG explica que la distinción entre la aplicación del valor razonable y el coste amortizado va a venir determinada por el modelo de negocio de cada entidad y por las características de los flujos de efectivo que se deriven de las cláusulas contractuales de los instrumentos financieros. De esta forma la aplicación de un modelo de valoración mixto se alinearía con las demandas reiteradas de simplificación normativa solicitadas por los usuarios de la información financiera.

La CE cree que el cambio aún es insuficiente

Uno de los escollos con los que se puede encontrar la reforma es la reticencia de la CE a aprobar una norma que creen que aún genera demasiada volatilidad. En opinión del Ejecutivo comunitario, el IASB no ha conseguido el balance adecuado entre la contabilización de valor razonable y la basada en criterios de coste amortizado. Según la CE, este hecho podría determinar que exista un mayor número de instrumentos clasificados a valor razonable con cambios en la cuenta de pérdidas y ganancias, por lo que aún se estaría incrementando la volatilidad de los resultados.

A pesar de esta opinión, los expertos de KPMG apoyan la reforma del IASB para que las empresas europeas puedan usar los mismos criterios simplificados que las de fuera de la UE.

Caixa e Crise

Trauma da crise faz empresas engordar o caixa
Tom McGinty e Cari Tuna, The Wall Street Journal
4/11/2009 - The Wall Street Journal Americas

Escaldadas pela crise financeira, as empresas americanas começaram a manter mais dinheiro em caixa — e uma porcentagem maior dos ativos em dinheiro — do que em qualquer outro momento nos últimos 40 anos.

No segundo trimestre, as 500 maiores empresas não-financeiras dos Estados Unidos em ativos tinham US$ 994 bilhões em dinheiro e investimentos de curto prazo, ou 9,8% de seus ativos, segundo análise feita pelo Wall Street Journal com base em informes financeiros. Um ano atrás, esse número era US$ 856 bilhões, ou 7,9% dos ativos.

Essa tendência aparentemente continuou no terceiro trimestre, apesar da melhora na economia. Dessas 500 empresas, 248 já divulgaram os resultados do terceiro trimestre. O caixa delas aumentou para 11,1% dos ativos, ante 10,1% no segundo trimestre. Empresas tão diversas como Alcoa Inc., Google Inc, PepsiCo Inc. e Texas Instruments Inc. já divulgaram alta no caixa disponível no terceiro trimestre.

“Todo mundo está acumulando caixa”, diz Carsten Stendevad, que chefia o grupo de estratégia financeira do Citigroup Inc. Ele e outros consideram isso como uma ressaca da crise financeira de um ano atrás, quando as empresas não conseguiam levantar recursos ou tinham de pagar muito mais do que o habitual.

O saldo polpudo em caixa é tanto uma maldição para a economia quanto uma possível bênção. Tanta reserva indica que as empresas estão gastando e investindo menos, impedindo o crescimento da economia. Mas também as deixa com mais caixa para gastar quando a economia melhorar, facilitando aquisições, o reaquecimento das contratações e novas despesas de capital.

Caixas gordos “são ótimos para a macroeconomia”, diz Stendevad. “Muitas firmas estão agora numa posição (...) em que podem se reinventar e, no fim das contas, isso é que vai impulsionar o emprego.”

Numa reação à crise financeira do ano passado, os executivos aumentaram as reservas de emergência para garantir que haveria caixa para cobrir as operações do dia-a-dia. Cortes agressivos nos custos e o boom recente de emissão de títulos de dívida também ajudaram a rechear o caixa.

Muitas empresas ainda não têm planos para esses recursos, além de garantir uma certa segurança. “Eles teriam de me espancar na cabeça para tirar isso de minhas mãos”, diz Charles McLane, diretor financeiro da Alcoa.

A produtora de alumínio divulgou que detém US$ 1,1 bilhão em dinheiro e ativos líquidos em 30 de setembro, 28% a mais que há um ano. Com a queda da receita este ano, a Alcoa cortou dividendos, gastos e mais de 15.000 empregos para economizar. A Alcoa também divulgou lucro no terceiro trimestre, mas McLane continua cauteloso. “Seremos extremamente prudentes na administração dos recursos”, diz ele.

Algumas empresas já estudam investimentos ou aquisições. A fabricante de microchips Texas Instruments comprou duas empresas menores este ano, além de equipamentos de um concorrente falido. Ela divulgou caixa de US$ 2,8 bilhões em dinheiro e investimentos de curto prazo em 30 de setembro, 42% a mais que há um ano, apesar do declínio de 26% na receita dos nove meses encerrados em 30 de setembro em relação a um ano antes.
O diretor financeiro, Kevin March, diz que os executivos decidiram há um ano juntar dinheiro para aproveitar as oportunidades para comprar barato capacidade industrial, tecnologia e outros ativos. Agora, diz ele, a Texas Instruments pode “agir muito rapidamente” para fechar acordos e manter suas reservas num nível elevado.

A montanha de dinheiro economizada pelas empresas americanas acelerou uma tendência que já vinha tomando forma nos últimos vinte anos. No segundo trimestre de 1991, as 500 maiores empresas não-financeiras dos EUA tinham 3,9% dos ativos em dinheiro, segundo análise feita pelo WSJ nos informes financeiros compilados pela Capital IQ, filial da Standard & Poor’s. Esse total subiu continuamente até chegar a 9,2% em meados de 2004.

Rene Stulz, professor de finanças da escola de administração da Universidade Estadual de Ohio, diz que as empresas aumentaram o caixa porque a globalização e as mudanças tecnológicas as deixaram mais expostas aos riscos. “As firmas se tornaram mais arriscadas do que eram, então passaram a precisar de um colchão maior”, diz ele. Elas estão mantendo mais ativos em dinheiro do que em qualquer momento desde os anos 60, quando a automatização dos pagamentos reduziu a necessidade de manter dinheiro vivo para financiar as operações diárias, diz ele.

Kathleen Kahle, professora da escola de administração da Universidade da Geórgia, dá outro motivo: o crescimento das empresas de alta tecnologia, que tendem a manter reservas substanciais. Empresas novas e mais arriscadas têm mais dificuldade para levantar recursos quando o crédito está apertado, então mantêm mais liquidez, diz ela. “Ao mesmo tempo, elas tiveram várias oportunidades de crescimento e querem garantir que têm os recursos necessários para investir em bons projetos”, acrescenta.

Futebol e Gestão Financeira

Fair Play para a gestão do futebol - Brasil Econômico - 14/11/09 - Amir Somoggi - Diretor da Crowe Horwath RCS -

O Fair Play Financeiro, que entra em vigor em 2012, é um conjunto de normas cujo objetivo é garantir a saúde financeira dos clubes e tornar viável o esporte a longo prazo.

A regra principal é simples: os clubes não devem gastar mais do que ganham. O controle será feito por meio de auditoria e o descumprimento das regras ocasionará punições severas.

As novas diretrizes representam uma evolução do sistema de licenciamento criado pela entidade máxima do futebol europeu, com uma série de exigências para os clubes participantes das competições naquele continente.

O desenvolvimento comercial do futebol transformou os grandes clubes da Europa em verdadeiras potências no que tange geração de receitas, com seus estádios, contratos de mídia e receitas de marketing.

Por outro lado, este desenvolvimento não foi acompanhado necessariamente por uma gestão austera e equilibrada, o que resultou em grandes dívidas criadas no período de prosperidade.

Os países mais afetados foram Inglaterra, Itália e Espanha. A decisão da UEFA de criar uma rígida regulação do montante disponibilizado pelos clubes no pagamento de salários e contratações pode promover o desenvolvimento sustentável e equilibrado do futebol europeu nos próximos anos.

A Premier League da Inglaterra, principal Liga do futebol europeu, é um dos exemplos mais emblemáticos da realidade atual.

Os vinte clubes participantes atingiram o maior faturamento de sua história na temporada 2007/2008, um total de £1,9 bilhão (R$ 5,5 bi). Uma evolução de 316% nos últimos doze anos.

Neste período, os gastos salariais dos clubes apresentaram crescimento de 368%, atingindo £ 1,2 bilhão (R$ 3,5 bi). As dívidas chegam a £ 3,1 bilhões (R$ 8,9 bi).

Pelas cifras praticadas e divulgadas, fica claro que os clubes produzem cada vez mais receitas, mas pela falta de regulação do mercado e deficiências de gestão, disponibilizam volumes cada vez mais altos para o pagamento de salários e contratações.

Tal realidade tem se mostrado um risco muito grande para a saúde financeira dos próprios clubes e do futebol europeu como um todo. Por isso, será repensado com a adoção do Fair Play Financeiro.

Um bom exemplo para ilustrar o modelo de administração adotado por alguns grandes clubes é o Chelsea, clube londrino de propriedade, desde 2003, do magnata russo Roman Abramovich.

O novo dono, desde a compra, focou a administração na construção de um negócio extremamente atrativo, produzindo cada vez mais receitas, disputando muito bem as importantes competições e conquistando fãs em todas as partes do planeta.

Na temporada 2007/2008 o clube de Stamford Bridge apresentou receitas de £ 213 milhões (R$ 617 milhões), uma evolução de 128% em comparação com a temporada 2001/2002.

Por outro lado, a expansão do negócio do clube foi fundamentada em pesados investimentos na contratação de grandes ídolos.

O problema é que eles chegaram com salários cada vez mais elevados, o que resultou em uma ampliação constante das despesas do clube e, como consequência, elevados prejuízos a cada temporada.

O déficit acumulado do clube superou £450 milhões (R$ 1,4 milhão), sendo que os últimos quatro exercícios foram responsáveis por cerca de 80% do total.

Analisando os dados financeiros históricos do Chelsea entre 2002 e 2008, fica claro que a evolução da receita do clube foi insuficiente para equilibrar a sua gestão, fazendo com que seu proprietário fosse obrigado a injetar cada vez mais recursos para manter sua operação.

Nos últimos sete anos, as receitas do clube se ampliaram em 128%, enquanto a dívida líquida cresceu 769%, atingindo £ 711 milhões na temporada 2007/2008.

Isso prova que, embora o clube tenha se tornando um dos mais importantes players do futebol europeu, sua gestão apresenta um desequilíbrio financeiro e não é viável em uma perspectiva de longo prazo.

Um clube não pode depender única e exclusivamente da injeção de novos recursos por seu controlador. Pela lógica, este processo não se sustenta a longo prazo.

Assim, os números financeiros do Chlesea exemplificam claramente os motivos que levaram a UEFA a aprovar o Fair Play Financeiro, regulação que pode não apenas trazer equilíbrio esportivo entre os clubes europeus, mas também uma perspectiva financeira mais saudável para a gestão do futebol na Europa.

Certamente um controle mais rígido sobre as finanças dos times resultará em um crescimento sustentado da indústria, por meio da disciplina orçamentária.

Para o mercado brasileiro, as discussões em torno da adaptação do conceito de Fair Play Financeiro é muito bem-vinda, uma vez que a situação atual de nossos clubes demanda uma ampla reestruturação, que deve ir além do controle de gastos e receitas.

Em poucas palavras, o futebol brasileiro precisa se reinventar financeiramente. Assim como o europeu, buscar novas fontes de receita e melhorar a qualidade do espetáculo, bem como a dos seus palcos. Mas esta discussão está apenas no início.

Este novo ambiente pode ser decisivo no crescimento equilibrado da indústria do futebol no Brasil, que já será impactado positivamente pela realização da Copa do Mundo em 2014.

ONGs e fiscalização

TCU: ONGs ficarão sem fiscalização
14 November 2009
O Globo

BRASÍLIA. Para o Tribunal de Contas da União, o texto do projeto da nova Lei Orgânica da Administração Pública, se aprovado sem alterações no Congresso, inviabilizará a fiscalização dos recursos repassados pelo governo a Organizações Não Governamentais (ONGs) e fundações de direito privado, como aquelas que dão suporte às universidades, envolvidas de forma recorrente em denúncias de irregularidades. Os artigos 64 e 65 da proposta de lei restringem o controle externo sobre os recursos repassados a entidades de direito privado, limitando a fiscalização à legalidade dos contratos e à verificação do cumprimento da obrigação no final do processo.

— Se a redação não for revista, o TCU não poderá mais ir à ponta acompanhar a execução desses convênios — alerta o secretário-geral de Controle Externo, Paulo Wiechers.

Auditoria do TCU, em 2008, sobre repasses a 26 ONGs e cinco organizações da sociedade civil de interesse público (Oscips), em nove estados, identificou todo tipo de irregularidade: desvio de finalidade, falhas formais dos convênios, licitações e contratos, na execução física e financeira dos contratos e na prestação de contas; além de não execução ou execução parcial do objeto. Entre 2004 e 2008, o governo repassou cerca de R$13,9 bilhões a entidades privadas por meio de convênios.
“Muitas das irregularidades objeto das fiscalizações originam-se da escolha indevida de ONGs para a celebração de convênios, mormente nas situações em que não foram observados critérios objetivos e impessoais na seleção (...). Em muitos outros convênios examinados também restou evidenciado às equipes que não houve análise da capacidade técnica e qualificação jurídica das ONGs (...)”, diz o relatório final da auditoria.

O governo diz que não quer impedir a fiscalização, mas evitar interferências indevidas.

— O texto não impede a fiscalização. Mas os órgãos (de controle) querem fazer juízo de valor sobre decisões da administração — rebate o secretário de Gestão do Ministério do Planejamento, Marcelo Vianna.

Orçamento público e transparência

Pesquisa aponta falta de transparência no Orçamento - Daniel Bramatti - 15/11/2009 - O Estado de São Paulo - p. A10

“A boa experiência do Orçamento Participativo nos âmbitos municipal e estadual indica que, apesar da complexidade que apresenta sua aplicação no plano da União, ela deverá ser estendida para essa esfera”. A meta, em 2002, constava das diretrizes do programa de governo do então candidato a presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Após a eleição, porém, Lula deixou de lado a ideia de definir gastos e investimentos com a participação direta dos cidadãos - uma das bandeiras do chamado “modo petista de governar”.

Passados sete anos de gestão Lula, o quesito “participação cidadã” é o que recebeu a pior avaliação em pesquisa que, com base em cinco critérios, mediu o grau de transparência da elaboração e da execução do Orçamento no Brasil e em outros 11 países latino-americanos.
Na média geral, o Brasil recebeu nota 49, numa escala em que 1 significa “nada transparente” e 100 “totalmente transparente”. O País ficou em quarto lugar no ranking, atrás de Costa Rica, Peru e Panamá [1].

“É um resultado insuficiente para um país que se deseja democrático”, disse Eliana Graça, pesquisadora do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), entidade responsável pela aplicação da pesquisa no Brasil.

A nota foi atribuída com base na legislação do País e em questionários respondidos por 86 pessoas relacionadas de alguma forma com o monitoramento do gasto público, como parlamentares, sindicalistas e integrantes de organizações não-governamentais. A pesquisa, portanto, mede a percepção de especialistas sobre o Orçamento, e não aspectos objetivos do processo.[2]

Apenas 14% dos entrevistados manifestaram a opinião de que há abertura à participação dos cidadãos na definição das metas orçamentárias. Além disso, o levantamento detectou que para 79% existe a percepção de que o governo não fornece informações oportunas para que a população possa acompanhar o processo. Também há noção disseminada (77%) de que não há, por parte do governo, controle eficiente sobre os funcionários federais envolvidos na elaboração da peça orçamentária - alvo de lobbies bilionários, principalmente de parte de empreiteiras de obras públicas.[3]

Os cinco aspectos considerados na elaboração do índice são: participação no orçamento, elaboração, fiscalização, prestação de contas e acesso à informação. O item mais bem avaliado, com 53% de opiniões positivas, foi a divulgação dos indicadores macroeconômicos que orientam as previsões de arrecadação e despesas. O papel fiscalizador do Tribunal de Contas da União (TCU) foi elogiado por 43% dos entrevistados.

A Secretaria de Orçamento Federal, órgão do Ministério do Planejamento, afirmou, por meio da assessoria de imprensa, que a pesquisa mostra desinformação sobre o processo orçamentário, e não falta de transparência.[4]

Como exemplo, a secretaria apontou o fato de que apenas 27% dos entrevistados responderam positivamente a uma pergunta sobre a possibilidade de detectar, no Brasil, “enriquecimentos não explicáveis por meio das declarações de bens que fazem os servidores”. [5]

“Os servidores do Poder Executivo são obrigados a entregar suas declarações de Imposto de Renda todos os anos, e, portanto, é claramente possível detectar enriquecimentos não explicáveis”, afirmou a assessoria.

A secretaria também destacou outros procedimentos que dão transparência ao gasto público, como a publicação, na internet, dos salários de todas as categorias de servidores do Poder Executivo [6] e o envio ao Congresso, a cada dois meses, de relatório de avaliação das receitas e despesas do Orçamento, indicando se houve queda ou não na arrecadação.

AVANÇOS
O próprio Inesc reconhece que a subjetividade dos entrevistados afeta o resultado da pesquisa. A nota do Brasil, por exemplo, teve uma leve variação negativa, de 50 para 49 pontos, entre 2003 e 2009 - os dois anos em que o País foi incluído no ranking latino-americano. Os pesquisadores do instituto, porém, observaram avanços no período, como a criação do Portal da Transparência, site na internet que concentra informações sobre a aplicação de recursos governamentais.

O Inesc também aponta o fato de que as denúncias de corrupção envolvendo funcionários públicos costumam ganhar mais destaque do que a eventual punição dos envolvidos ao final do processo.

Segundo a Controladoria Geral da União (CGU), de 2003 até junho de 2009 foram afastados da administração pública 2.179 servidores acusados de irregularidades. A CGU afirma ainda que “o uso do cargo em proveito pessoal e o recebimento de propina corresponderam a mais de 70% das causas das penalidades aplicadas”.


[1] Ranking da América Latina, num total de 12 países.
[2] O fato da pesquisa estar baseada na percepção das pessoas pode limitar suas conclusões, inclusive a questão comparativa.
[3] Os respondentes também podem ter influenciado as respostas.
[4] Este é um ponto interessante. Seria importante saber se os entrevistados passaram por um crivo sobre seu nível de conhecimento. Uma pesquisa neste público certamente irá encontrar falta de conhecimento na área.
[5] Isto confirmar, pelo menos parcialmente, a tese. Mas observe que esta obrigação não é seguida muito a risca, na prática.
[6] Mas isto é diferente de publicar o salário das pessoas.

Crise e Contabilidade

Balanços apontam retração nas empresas
Folha de São Paulo - 16/11/2009
TONI SCIARRETTA

A economia brasileira deixou para trás a recessão no segundo trimestre, mas o setor corporativo seguiu em plena retração no terceiro trimestre de 2009. Estudo da consultoria Economática mostra queda pelo segundo trimestre seguido nas receitas das empresas, indicador que funciona como uma espécie de PIB corporativo.

O estudo revela um atraso nos efeitos da crise na contabilidade das empresas, especialmente as exportadoras, que perderam mercado e competitividade com a alta do real.

Mas a queda nas receitas atinge inclusive setores defensivos, como telecomunicações e energia, que, em tese, deveriam acompanhar a inércia da expansão econômica. Só o varejo e o comércio, setores fortemente estimulados pelo governo, reagiram e voltaram a se expandir em ritmo acima do PIB.

Segundo Fernando Exel, presidente da Economática, os balanços do terceiro trimestre mostram que as empresas brasileiras "encolheram" e que vivem uma "recessão técnica", como aconteceu com o PIB.

No estudo, o setor corporativo mantinha até setembro de 2008 um ritmo anual de crescimento das receitas da ordem de 16% -bastante acima da expansão de 6% do PIB. No quarto trimestre de 2008, o primeiro sob efeito da crise, esse ritmo desacelerou para 10% e desabou para 2,4% no primeiro trimestre de 2009.

Quando a economia voltou a crescer no segundo trimestre deste ano, a expansão das vendas desacelerou mais e entrou em território negativo pela primeira vez, com queda de 0,9% em relação ao mesmo período de 2008. No terceiro trimestre, as vendas mergulharam 3%.

O estudo considerou o resultado de 119 empresas, excluiu Petrobras e setor financeiro, e corrigiu a inflação pelo IPCA.

"A marolinha passou, mas talvez agora chegue uma onda ainda maior. Se a gente fosse adaptar o critério de recessão de PIB, isso seria a recessão das empresas. Essas empresas sempre cresceram mais do que o PIB e agora estão reagindo de maneira muito negativa", disse Fernando Exel, presidente da Economática.

Apesar da queda preocupante na evolução das vendas, a maioria das empresas abertas emerge no terceiro trimestre com seus resultados no azul. Na média ponderada pelo número de empresas, o grupo teve lucro 41% maior em relação ao terceiro trimestre de 2008. Em parte, ocorreu agora uma reversão das perdas financeiras por conta do súbito aumento do dólar em setembro do ano passado, que levou várias empresas ao vermelho.

Sem esse efeito, houve queda de 3,1% no lucro operacional, aquele que mede o desempenho da empresa em seu negócio. "Vejo uma histeria otimista e parece que os mais histéricos são os estrangeiros. Mas nós estamos sentindo sim um efeito retardado da crise e as vendas mostram um retrato inequívoco disso", disse Exel.

Para Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, há uma melhora efetiva na economia, especialmente no comércio, que ainda não chegou completamente para a indústria, especialmente às voltadas à exportação, que ainda têm espaço para ocupar a capacidade ociosa inutilizada durante a crise.

"Quem está indo mal é a indústria; e de forma generalizada. Esses estímulos que foram dados para [compra de] linha branca e veículos ajudaram muito, mas grande parte da indústria ainda está de lado e vai demorar para se recuperar. O reflexo dessas receitas caindo para as empresas a gente vê na perda de arrecadação do governo. É uma sinalização clara de que as vendas das empresas não melhoraram", disse.

Olimpíadas e Retorno das Empresas

Parceiros olímpicos levam medalha de ouro
Guilherme Guimarães - Brasil Econômico - 16/11/09

Muito tem-se falado sobre as oportunidades de investimento que a Copa do Mundo do Brasil em 2014 e os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016 trarão para o Brasil e quais os setores da economia serão os maiores beneficiados.

Isso, com certeza, abre um grande leque de oportunidades para as pessoas que querem ver seu dinheiro multiplicado em investimentos também na bolsa de valores.

Um ponto a mais para os investidores manterem seus bolsos atentos serão as negociações de patrocínio que os Comitês organizadores empreenderão nesses próximos 4 anos (para a Copa do Mundo) e 6 anos (para a Olimpíada).

Um estudo realizado pelo site Chart of the Day (Gráfico do Dia, na tradução livre), especializado em análises financeiras, apontou que o Dow Jones Summer/Winter Games Index, que inclui as ações dos 36 patrocinadores e fornecedores dos Jogos Olímpicos de Inverno de Vancouver 2010, cresceram 34% desde 22 de dezembro do ano passado, 11% acima do Standard & Poor's 500 Index e 7% acima do MSCIWorld Index. [1]

Empresas nacionais em destaque

Dentro do índice olímpico, destacaram-se, principalmente, empresas canadenses, como o Royal Bank of Canada, que cresceu 63% e a mineradora Teck Resources, fornecedora do material para as medalhas dos Jogos de Vancouver, que multiplicou por seis o seu valor de mercado.

Obviamente que não é só o fato de serem patrocinadores que fez com que essas empresas conseguissem esse crescimento. Os resultados apresentados é que o fazem.

Porém, como afirma Michael Payne, ex-diretor de marketing do Comitê Olímpico Internacional e principal idealizador do atual programa de marketing da Olimpíada, que trabalhou como consultor da candidatura do Rio para sede das Olimpíadas de 2016, em seu livro Olympic Turnaround, "patrocinadores olímpicos comumente têm performances melhores do que o padrão".

Opinião corroborada por especialistas brasileiros. Kelly Trentini, analista de investimentos da SLW Corretora, acredita que a maior visibilidade dos patrocinadores nesse período deve alavancar negócios e gerar um aumento no valor das ações.

Trentini lembra que, no dia do anúncio da vitória do Rio a performance da Bovespa como um todo foi impactada positivamente, mas empresas de construção, energia e telefonia tiveram destaque ainda maior. [2]

Atenção no longo prazo

Lucas Reñe Copelli, sócio diretor da Vallua, consultoria de gestão e reestruração de empresas, concorda que esse crescimento diferenciado no curto prazo dos patrocinadores também deverá ocorrer no Brasil. No entanto, o executivo entende que para o longo prazo o resultado do patrocínio e a forma como as empresas o utilizarão exercerão grande influência em seus resultados.

O fato dos proprietários de grandes eventos, como a Fifa e o Comitê Olímpico Internacional, obrigarem os países e cidades-sede a bloquearem os
meios de comunicação antes, durante e depois da realização dos mesmos, para seus parceiros, facilita esse trabalho.

Porém, Copelli lembra que os grandes aportes necessários para tais parcerias podem impactar negativamente o resultado das empresas, caso as
mesmas não tenham um plano consistente e integrado de utilização da associação com os eventos.


[1] Grifo do blog
[2] Existe aqui uma confusão. O texto fala de patrocinadores olímpicos. O exemplo citado são de setores que seriam influenciados pela escolha dos Jogos.

14 novembro 2009

Rir é o melhor remédio


Fonte: Aqui

Europa e Valor Justo

Europa postergó nuevas normas contables
Diario Financiero - 13/11/2009

Bruselas postergó la introducción en la Unión Europea (UE) de un remozamiento radical de las normas contables para bancos y aseguradoras que ayer entraron en vigencia en la mayor parte del mundo fuera de EE.UU.

La decisión sigue a una profunda división entre las instituciones financieras europeas por el modo en que valorizan activos en sus balances.

Analistas dijeron que algunos bancos franceses, alemanes e italianos con grandes actividades de banca de inversión se verían afectados de modo desproporcionado por los cambios, obligándolos a reconocer pérdidas por grandes posiciones en derivados.

Pero la decisión de la Comisión Europea de postergar los cambios en Europa ha molestado a otros bancos en la región, que temen que se encontrarán en desventaja respecto de sus pares internacionales.

El International Accounting Standards Board (IASB) publicó antes su revisión de las normas sobre la contabilidad “fair value” (valor justo), donde los activos se reflejan al precio del mercado. Sus defensores dicen que esto hace más transparentes las cuentas, pero los críticos creen que exacerbó la crisis financiera al obligar a los bancos a asumir pérdidas por menor valor de activos cuando los mercados cayeron.

IASB dijo que había apurado los cambios en respuesta a los llamados del Grupo de los 20 a introducirlos para fines de año. Sin embargo, la CE dijo que no adoptaría los cambios hasta que hubiera realizado un análisis en profundidad. Considerará su adopción el próximo año. Esto significa que bancos y aseguradoras europeos no podrán usar las nuevas normas para sus cuentas 2009 mientras que las empresas en más de 80 países fuera de la UE sí podrán hacerlo.

13 novembro 2009

Rir é o melhor remédio


A Crise Financeira

Fonte: Aqui

Os Poderosos

Segundo a Forbes, estas são as dez pessoas mais poderosas do mundo:

1 Barack Obama - Presidente - EUA
2 Hu Jintao - Presidente - China
3 Vladimir Putin - P. Ministro - Rússia
4 Ben S. Bernanke - Chairman - Federal Reserve
5 Sergey Brin & Larry Page - Google
6 Carlos Slim Helu - Executivo - Telmex (México)
7 Rupert Murdoch - Chairman - News Corp.
8 Michael T. Duke - Presidente/CEO - Wal-Mart Stores, Inc.
9 Abdullah bin Abdul Aziz al Saud - Rei - Arábia Saudita
10 William Gates III - Bill & Melinda Gates Foundation

Como toda lista, surpresas: o presidente da FIFA aparece, mas não do Iasb (será mesmo surpresa?)

O presidente do Brasil aparece em 33o. lugar. Em 62o. lugar, outro brasileiro, o governador do Mato Grosso, Maggi, antes de um conhecido presidente da América Latina.

Comunidade Européia resiste ao Valor Justo

Bruxelas advertiu que uma mudança substancial nas regras sobre a forma como os bancos contabilizam o valor de seus ativos poderia levar a uma maior volatilidade nas suas contas, o que prejudica ainda mais a estabilidade financeira.

Funcionários da Comissão Europeia enviaram uma carta ao International Accounting Standards Board criticando a proposta de regra para as instituições financeiras (...).

A mudança do IASB tem por finalidade abordar o denominado "valor justo" na contabilidade, o sistema de avaliação dos ativos a preços de mercado que alguns bancos e políticos acreditam que exarcebou a crise de crédito, aumentando a volatilidade nas contas dos bancos. Quando os mercados caíram drasticamente, os bancos foram obrigados a reduzir o valor de seus ativos, levando a grandes prejuízos.

A mudança do IASB irá permitir uma maior flexibilidade na determinação de quais
ativos bancários devem ser marcados a mercado (...). Mas as autoridades acreditam que a mudança não vai longe o suficiente (...).

Brussels warning on fair value shake-up - Rachel Sanderson & Nikki Tait - 11/11/2009 - Financial Times - USA Ed1 - 13

Periódico

O periódico Contabilidade, Gestão e Governança está aceitando artigos com pesquisas acadêmicas nas áreas de Contabilidade e Administração e correlatas.

A CGG possui mais de dez anos como periódico.

12 novembro 2009

Rir é o melhor remédio


Fonte: aqui

Teste #174

Este político importante é também empresário. Mas ele possui problemas com a justiça do seu país, inclusive enfrentando acusação de fraude contábil. Este político é:

Nicolas Sarkozy, da França
Silvio Berlusconi, da Itália
Vladimir Putin, da Rússia

Resposta do Anterior: Manchester. O mais querido estrangeiro é o Milan. Fonte: Fut, novembro de 2009.

Rock e Petróleo

O gráfico compara a produção de petróleo dos EUA e o ano das maiores músicas de todos os tempos da revista Rolling Stones.

Correlação estatística? Sim. Mas não existe teoria para explicar tal correlação. Denominamos de correlação espúria

Contribuição da Academia para os Conselhos

Um levantamento realizado entre os Conselhos de Administração das empresas abertas de melhor governança corporativa (nível 1, 2 e novo mercado) procurou identificar a contribuição da academia para as empresas.

Utilizando as atas das empresas e fazendo um cruzamento com a Plataforma Lattes, onde estão os currículos dos pesquisadores brasileiros, Ednei Morais Pereira, mestrando em contabilidade, encontrou 40 currículos.

Este total, para uma quantidade de 850 conselheiros, significa cerca de 5%.

Será que a participação da academia é reduzida? Talvez não, quando observada proporcionalmente, mas em termos de qualidade, sim.

Qual a razão deste fato?

IFRS em 2010 - Parte 4


CVM edita Deliberação sobre as Informações Trimestrais de 2010

A Comissão de Valores Mobiliários edita hoje, 10/11/2009, a Deliberação 603/09 que dispõe sobre a apresentação dos Formulários de Informações Trimestrais - ITRs relativos ao exercício de 2010 e sobre a possibilidade de adoção antecipada das normas contábeis que devem vigorar a partir de 2010.

No início deste ano, a CVM divulgou o Plano de Trabalho conjunto como o CPC que previa emissão, até 30 de setembro de 2009, de todos os Pronunciamentos Técnicos necessários para completar a convergência às normas internacionais de contabilidade emitidas pelo IASB. No decorrer do exercício, no entanto, foi necessário fazer alterações nesse Plano de Trabalho em função pricipalmente dos seguintes fatos:

a) a emissão do conjunto de normas sobre Instrumentos Financeiros, Demonstrações Consolidadas e Separadas e Resultado por Ação foi postergada em função do processo de revisão pelo IASB, ainda não finalizado. E essa revisão poderia alterar substancialmente as normas vigentes e seriam aplicadas a partir de 2010.

b) em função do atraso na definição dessas normas, a CVM e o CPC resolveram antecipar para 2009 a emissão de diversas Interpretações Técnicas previstas para 2010, ampliando o conjunto de normas originalmente previsto.

c) foi necessário, ainda, emitir algumas Interpretações, mesmo sem correlação com as normas internacionais, para haver uma adequada convergência também nas demonstrações individuais das companhias abertas, pelo menos no que diz respeito ao patrimônio líquido e resultado apresentados.

Em razão desses fatos, a emissão final desse conjunto de Pronunciamentos, Interpretações e Orientações, bem como a sua aprovação final pela CVM , só poderá ocorrer até o final de dezembro de 2009.

Além disso, a CVM tomou conhecimento que, em função desses imprevistos, aliado ao fato da complexidade na aplicação de algumas das normas e à necessidade de se proceder alterações de sistemas de controle e sistemas contábeis, muitas companhias teriam dificuldades de aplicar com segurança todo esse conjunto de Pronunciamentos já a partir da 1ª Informação Trimestral de 2010.

Dessa forma, a CVM, após debater o assunto com os integrantes do Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC, entendeu ser conveniente facultar às companhias abertas a adoção temporária, nas ITRs de 2010, do conjunto de normas vigentes até 2009. Cabe ressaltar que, nestes casos, as ITRs de 2010 serão plenamente comparáveis aos de 2009.

No entanto, a adoção dessa faculdade condiciona às companhias abertas a:

a) divulgar o fato em nota explicativa aos ITRs de 2010, junto com uma descrição das principais alterações que poderão ter impacto sobre as suas demonstrações financeiras do encerramento do exercício, e, se possível, uma estimativa dos seus efeitos no patrimônio líquido e no resultado ou os esclarecimentos das razões que impedem a apresentação dessa estimativa; e

b) reapresentar todos os ITRs de 2010, comparativamente com os de 2009 também ajustados às normas de 2010, até a apresentação das demonstrações financeiras do exercício social iniciado a partir de primeiro de janeiro de 2010.

Por outro lado, durante o processo de audiência pública a CVM recebeu solicitações para que as companhias pudessem antecipar, no momento da apresentação das demonstrações financeiras de 2009, a adoção das normas que irão vigorar a partir de 2010. Atendendo a essa solicitação, a deliberação prevê essa adoção antecipada, desde que o conjunto de normas seja aplicado na sua totalidade e estendido, ainda, às demonstrações financeiras de 2008 apresentadas, para fins comparativos, em conjunto com as demonstrações de 2009.

Cabe ressaltar, finalmente, que, no caso de apresentação de demonstrações consolidadas de período intermediário, mesmo voluntárias, aplica-se integralmente o conteúdo da deliberação inclusive quanto à necessidade de reapresentação dessas demonstrações.

IFRS em 2010 - Parte 3

CVM altera adoção de regras contábeis internacionais
Brasil Econômico
Gustavo Kahil (gkahil@brasileconomico.com.br)
11/11/09


A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) informou nesta quarta-feira (11) que irá flexibilizar a adoção dos padrões internacionais de contabilidade em 2010.

O motivo é um atraso por parte da International Accounting Standards Board (IASB) na revisão de alguns itens do padrão internacional de contabilidade, o IFRS.

"A crise econômica atrasou o cronograma do IASB e, por isso, atrasamos a nossa emissão de normas de setembro para dezembro", explica Eliseu Martins, diretor da CVM.

A mudança também atende a um pedido realizado pela Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca), diz o diretor.

Desta forma, se as empresas desejarem, poderão ainda apresentar os balanços do primeiro, segundo e terceiro trimestre com as normas de 2009.

"Mas o último tem que estar nas novas normas brasileiras", diz Martins. Portanto, ao final de 2010, todos os trimestres anteriores também serão obrigatoriamente revisados.

O mesmo acontece para os balanços consolidados nos padrões internacionais (IFRS). "Demos às empresas uma maior flexibilidade", enfatiza o diretor.

IFRS em 2010 - Parte 2

CVM: companhias poderão adotar normas vigentes em 2009 nos ITRs de 2010
Adriana Chiarini
AE Conjuntura e Finanças - 11/11/2009

As companhias abertas poderão adotar nos Formulários de Informações Trimestrais (ITRs) de 2010 as normas vigentes em 2009. As razões para isso foram registradas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em e-mail encaminhado à imprensa nesta tarde. Segundo a CVM, só no fim de dezembro deste ano a Comissão poderá emitir todos os pronunciamentos técnicos necessários para completar a convergência às normas internacionais de contabilidade. A data inicialmente prevista era o dia 30 de setembro.

A CVM editou ontem a Deliberação 603/09 sobre a apresentação dos Formulários de Informações Trimestrais (ITRs) referentes ao exercício de 2010 e sobre a possibilidade de adoção antecipada das normas contábeis que devem vigorar a partir de 2010. A autarquia explicou no e-mail que "a emissão do conjunto de normas sobre Instrumentos Financeiros, Demonstrações Consolidadas e Separadas e Resultado por Ação foi postergada em função do processo de revisão pelo IASB (entidade internacional de contabilidade), ainda não finalizado". A comissão observou ainda que essa revisão poderia alterar substancialmente as normas vigentes e seriam aplicadas a partir de 2010.

Como deixou de emitir essas normas, o órgão adiantou a emissão de interpretações técnicas que estavam previstas antes para sair só em 2010. Algumas interpretações, mesmo sem correlação com as normas internacionais, foram editadas para adequar "a convergência nas demonstrações individuais das companhias abertas, pelo menos no que diz respeito ao patrimônio líquido e resultado apresentados", diz a nota.

A CVM também informou que "em função desses imprevistos, aliado ao fato da complexidade na aplicação de algumas das normas e à necessidade de se proceder alterações de sistemas de controle e sistemas contábeis, muitas companhias teriam dificuldades de aplicar com segurança todo esse conjunto de Pronunciamentos já a partir da 1ª Informação Trimestral de 2010".

A CVM explicou ainda que a adoção da contabilidade vigente em 2009 para os ITRs de 2010 depende de certas condições a serem seguidas pelas companhias abertas, como a de divulgar, em nota explicativa, essa opção aos ITRs de 2010, "junto com uma descrição das principais alterações que poderão ter impacto sobre as suas demonstrações financeiras do encerramento do exercício, e, se possível, uma estimativa dos seus efeitos no patrimônio líquido e no resultado ou os esclarecimentos das razões que impedem a apresentação dessa estimativa".

As empresas também terão que reapresentar todos os ITRs de 2010 ajustados às normas de 2010 até a apresentação das demonstrações financeiras do exercício social daquele ano. Por outro lado, a CVM também permite a adoção antecipada para este ano das normas que vão vigorar a partir de 2010.

IFRS em 2010 - Parte 1

CVM: Aplicação do IFRS no 1º trimestre será “difícil"
por FinancialWeb

11/11/2009
CVM aconselha empresas a utilizar o atual modelo para a divulgação dos ITRs do primeiro balanço trimestral de 2010
SÃO PAULO - Em virtude do atraso da agenda de divulgação das normas contábeis pelo modelo internacional do IFRS, a Comissão de Valores Mobiliários afirmou, por meio de nota nesta quarta-feira (11), que a aplicação do modelo já no primeiro trimestre de 2010 será “difícil”. Dessa forma, a autarquia aconselhou os contribuintes a utilizar os padrões atuais.

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O novo modelo será obrigatório para as companhias de capital aberto nas demonstrações anuais relativas a 2010 – lembrando que é necessário que a base comparativa de 2009 seja compatível. O uso nos Formulários de Informações Trimestrais (ITRs), por outro lado, seria facultativo.

Conforme o documento encaminhado à imprensa, todas as minutas do Comitê de Pronunciamentos Contábeis deveriam ter sido publicadas até 30 de setembro. Porém, a autarquia prometeu a agenda completa apenas no fim deste ano.

“Em função de imprevistos, aliado ao fato da complexidade na aplicação de algumas das normas e à necessidade de se proceder alterações de sistemas de controle e sistemas contábeis, muitas companhias teriam dificuldades de aplicar com segurança todo o conjunto de Pronunciamentos Técnicos já a partir da 1ª Informação Trimestral de 2010”, ponderou a CVM por meio de nota.

O órgão aconselhou as companhias que elaborem os balanços dos primeiros três meses do ano com base nos mesmos modelos utilizados antes da instituição da IFRS. “A CVM entendeu ser conveniente facultar às companhias abertas a adoção temporária, nas ITRs de 2010, do conjunto de normas vigentes até 2009. Cabe ressaltar que, nestes casos, as ITRs de 2010 serão plenamente comparáveis aos de 2009”, divulgou o órgão em nota oficial.

Caso as empresas ainda assim optem por entregar os ITRs já nos moldes do IFRS, precisam tomar os seguintes cuidados:

Divulgar o fato em nota explicativa aos ITRs de 2010, junto com uma descrição das principais alterações que poderão ter impacto sobre as suas demonstrações financeiras do encerramento do exercício, e, se possível, uma estimativa dos seus efeitos no patrimônio líquido e no resultado ou os esclarecimentos das razões que impedem a apresentação dessa estimativa;
Reapresentar todos os ITRs de 2010, comparativamente com os de 2009 também ajustados às normas de 2010, até a apresentação das demonstrações financeiras do exercício social iniciado a partir de primeiro de janeiro de 2010.