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06 março 2008

Insistência irracional


A insistência irracional pode ser traduzida como insistir no erro. Representa um dos mais sérios problemas de uma administração e pode significar prejuízos enormes. Existem muitos exemplos reais que mostram situações de insistência irracional. Na gestão financeira, a insistência irracional manifesta-se em especial no desenvolvimento de projetos que não tem futuro.
A notícia a seguir é um contra exemplo da insistência irracional. Diz respeito a decisão da Toshiba em não continuar com a luta pelo novo padrão de vídeo. Conforme já foi noticiado, o padrão Blu-Ray venceu o padrão desenvolvido pela Toshiba (HD-DVD). O normal seria a empresa insistir em manter o padrão, mesmo que isto represente prejuízos e perda de recursos financeiros. Não foi o que fez a Toshiba. Surpreendendo o mercado, a empresa reconheceu de forma ágil que perdeu a batalha do padrão.

Depois da derrota na guerra dos formatos, para onde vai a Toshiba?
March 3, 2008 4:33 a.m.

Por Yukari Iwatani Kane
The Wall Street Journal, de Tóquio

Em fevereiro, depois de uma longa batalha de vida ou morte com o formato Blu-ray para definir o padrão de aparelhos de DVD de alta definição, o diretor-presidente da Toshiba Corp., Atsutoshi Nishida, abandonou seu formato HD DVD. A decisão surpreendeu analistas. As empresas japonesas tendem a buscar soluções menos radicais, numa tentativa de preservar o orgulho corporativo, e a expectativa era de que a Toshiba iria eliminar o formato aos poucos e sem alarde.

A derrota é um golpe para a Toshiba, um vasto conglomerado de eletrônicos que faz semicondutores, eletrodomésticos e reatores nucleares. A companhia via o HD DVD como uma maneira de aumentar sua presença em eletrônicos de consumo, área na qual não é muito grande.

Nishida, que estudou filosofia política alemã e entrou para a Toshiba por uma afiliada no Irã, é um tipo de administrador diferente para a gigante de tecnologia, que sempre escolheu engenheiros. Ele falou com o Wall Street Journal em seu gabinete sobre como tomou a decisão, seu estilo de gestão e como a Toshiba pretende continuar atuando em eletrônicos de consumo. Abaixo, alguns trechos:

WSJ: Quando o sr. começou a pensar em sair do negócio de HD DVD?

Nishida: Quando a Warner (o estúdio Warner Bros., da Time Warner Inc.) anunciou seu apoio para o Blu-ray em 4 de janeiro. Levamos um tempinho para chegar à decisão final, assim pudemos dar às pessoas a chance de expressar suas opiniões e pudemos considerar todas as implicações e conseqüências de sair, como de que maneira isso afetaria os consumidores e a empresa.

WSJ: A maioria dos observadores da indústria esperava que a guerra dos formatos fosse durar mais. Por que o sr. decidiu abandoná-la tão rapidamente?

Nishida: Não acho que tínhamos nenhuma chance depois que a Warner nos abandonou, porque isso significava que o HD DVD teria só 20% ou 30% da oferta de títulos (em DVD de última geração). No mundo dos negócios, é preciso calcular riscos. Mas também é importante mudar de marcha logo se você acha que sua decisão foi errada. Estávamos fazendo isso para vencer, e se não fosse para vencer, então tínhamos de sair, especialmente porque os consumidores já estavam querendo um padrão único.

WSJ: A derrota na guerra de formatos não é um golpe para a estratégia de crescimento da Toshiba?

Nishida: Essa era só uma das avenidas de crescimento. Uma entre 45 unidades estratégicas de negócios que temos. Isso só quer dizer que agora temos 44.

WSJ: Vocês anunciaram a construção de duas novas fábricas de semicondutores quando anunciaram a decisão de sair do HD DVD. Vão se concentrar mais em chips no lugar do HD DVD?

Nishida: Não, o momento do anúncio foi mais uma coincidência. Os planos para as fábricas já estavam em andamento e eu já havia dito publicamente que iria anunciar algo no fim de fevereiro ou março. Quando a Warner tomou sua decisão inesperada e mudou a situação para os negócios de HD DVD, passou a fazer sentido para nós fazer tudo junto em vez de ter duas reuniões separadas do conselho.

WSJ: Vocês vão sair do negócio de eletrônicos de consumo agora que perderam a guerra dos formatos?

Nishida: Não, vamos continuar a vender aparelhos de DVD comuns e ainda temos TVs e microcomputadores.

WSJ: Ter só DVDs comuns não é uma desvantagem?

Nishida: O que as pessoas não percebem é que os estúdios de Hollywood não vão lançar títulos só em Blu-ray, mas também para DVDs comuns, e o número de aparelhos da atual geração por aí é muito maior. Se você assiste a DVDs comuns em nossos aparelhos, as imagens são de alta qualidade porque (nossos aparelhos) têm um uma função de "conversão para melhor". E vamos melhorar isso ainda mais, de modo que os consumidores não conseguirão notar a diferença em relação a imagens de alta definição. E, ainda, os aparelhos seriam bem mais baratos que os de Blu-ray. Os toca-DVDs de próxima geração estão numa posição bem mais fraca do que quando os aparelhos de DVD comum foram lançados.

WSJ: Como fazer a divisão de eletrônicos de consumo crescer agora?

Nishida: Sem um toca-DVD de próxima geração, os computadores se tornam uma parte ainda mais importante de nossa estratégia. Não podíamos conectar computadores e televisões antigamente, mas agora há uma tecnologia que nos permite isso. Hoje é um fio, mas vai acabar virando sem fio. Isso significa que você pode usar o seu computador para tocar o DVD e assistir na tela grande de sua televisão, e nem precisa de um aparelho específico para DVD. O disco rígido dos computadores também tem muita capacidade, então dá para armazenar vídeos e filmes nele e usar como se fosse o toca-DVD.

WSJ: A Toshiba vai tentar controlar a sala de estar através do computador?

Nishida: Antes havia um debate sobre se a sala de estar seria dominada por televisores ou computadores. Está claro que as televisões dominam, mas os computadores agora podem se conectar a elas.

WSJ: Vocês vão participar do mercado de download de vídeos?

Nishida: É o que esperamos. Temos desenvolvido tecnologias nessa área, mas agora que não temos o HD DVD, quero pôr ainda mis energia aí.

WSJ: Sua abordagem pragmática de administração não é comum no Japão. Como o sr. a faz funcionar neste país?

Nishida: Eu não opero só com a lógica. Sou prático, mas também tenho entusiasmo, o que é o meu lado não-prático. Se você tem isso junto com força de vontade para atingir suas metas, então pode superar qualquer adversidade. Por exemplo, usei lógica para tomar a decisão racional de sair do HD DVD, mas meu entusiasmo faz com que eu siga adiante.

WSJ: Um fracasso o torna mais avesso a riscos?

Nishida: Se você não corre riscos, não progride. As situações mudam constantemente, então se você não pode mudar com elas, não há futuro.

WSJ: A Toshiba consideraria uma grande aquisição, como a da empresa de energia nuclear Westighouse Electric Co. por US$ 5,4 bilhões dois anos atrás?

Nishida: Dependeria da situação. Se fizer sentido e acharmos que podemos recuperar nosso investimento dentro de um certo período de tempo, então talvez sim.

Grátis!

Qual o valor de um produto grátis? Aqui uma situação interessante: você terá direito a um sorvete grátis. Quanto tempo você estaria disposto a ficar numa fila para ganhar este brinde? Mas se você ficar na fila 20 minutos, qual o custo em termos de oportunidade?

A resistência do Governo


É mais fácil criar do que acabar. Esta máxima vale para o governo. Veja o exemplo da Bélgica (fonte, aqui). Lá ainda existe um Banco Central, que emprega mais de 2 mil pessoas, apesar do país não ter mais uma moeda para supervisionar desde 1999, com a adoção do euro.

Empresa e Filantropia


Uma empresa deve fazer filantropia? Na visão de Friedman, a única responsabilidade social da empresa é aumentar os lucros. Seria justo uma empresa usar seus recursos para fazer caridade? Na visão de Henderson e Malani, em Capitalism 2.0, na revista Forbes (aqui) uma empresa não existe somente para maximizar os resultados.

That this is an imperfect description of the real world can be found in the popularity of socially responsible investment funds, which avoid companies that, for example, invest in Sudan or produce tobacco. In 2005 these funds had $2.3 trillion in assets, 10% of all U.S. assets under management. These funds average a return 35 basis points less than comparable nonfiltered funds, meaning that investors put a value of at least $84 billion per year on steering capital to firms that do good. Companies are responding. More than half of the largest 500 companies in the U.S. publish social responsibility reports for investors.

Customers are also demanding products that show a commitment to the public welfare.


Aqui, mais discussão sobre o assunto.

E se o Acordo da Basiléia estiver errado?


E a pergunta do texto do WSJ (aqui)

Crise de crédito expõe falhas em novas regras de risco bancário
5/3/2008
Por Damian Paletta e Alistair MacDonald
The Wall Street Journal

Alguns dos cérebros mais importantes do mundo bancário passaram quase dez anos criando novas regras para ajudar as instituições financeiras do mundo a evitar problemas.

E se boa parte das soluções deles estiver errada?

A versão mais recente dessas recomendações — conhecidas como acordo da Basiléia II, por causa da cidade suíça onde foram engendradas — começou a ser adotada pelo Brasil no ano passado, num cronograma que deve ser concluído em 2012. Ela está em vigor na Europa desde 2007 e passaria a valer nos Estados Unidos no mês que vem, embora isso possa ser adiado. A sua diretriz primária: os bancos deveriam ter mais liberdade para decidir qual o risco que podem assumir, já que estariam melhor posicionados do que as autoridades para decidir isso.

Mas a atual crise financeira mundial, detonada pelo estouro da bolha imobiliária americana, está virando de ponta cabeça as tradicionais suposições sobre risco. Bancos de todo o mundo erraram feio em seus julgamentos quanto à segurança de investimentos que vão de empréstimos "subprime", ou de alto risco, a complexos títulos de dívida estruturados. Isso ficou especialmente evidente na Europa.

Num prenúncio dos problemas, o Reino Unido enfrentou no ano passado a primeira corrida a um banco desde 1866. A financeira de crédito imobiliário Northern Rock PLC não previu o colapso de seu modelo de negócios. Empregando os princípios da Basiléia II, o Northern Rock aumentou, alguns meses antes, o dividendo dos acionistas em 30% — o que reduziu seu capital próprio ao mesmo tempo em que as autoridades começavam a se preocupar com sua condição financeira. O Northern Rock acabou sendo nacionalizado pelo governo britânico no mês passado.

Até mesmo na Suíça, país com tradição de perspicácia no setor bancário, o UBS AG divulgou baixa contábil de US$ 18 bilhões por causa de falhas em sua administração de riscos. (O banco só começou a operar com as regras Basiléia II em 1º de janeiro.)

A maior parte das gigantescas perdas contabilizadas recentemente veio não de fundos de "hedge", cuja relativa falta de regulamentação vem preocupando o governo americano há anos, mas de bancos fiscalizados por governos. O Citigroup Inc., por exemplo, teve o maior prejuízo trimestral de sua história no quarto trimestre de 2007 e teve de captar mais de US$ 20 bilhões de investidores externos para equilibrar o seu balanço, depois de apostas erradas em títulos ligados a créditos imobiliários. O Citigroup não quis comentar.

"Eu acho que foi surpreendente (...) que alguns dos maiores problemas que tivemos com o mercado de capitais tenham partido de bancos regulamentados", disse o secretário americano do Tesouro, Henry Paulson, numa entrevista ao Wall Street Journal.

Enquanto autoridades no mundo todo começam a procurar soluções para a confusão, o resultado provável será mais vigilância e regulamentação nos bancos, pelo menos temporariamente. Charlie McCreevy, comissário para mercados internos da Comissão Européia, diz que a reavaliação das recomendações da Basiléia II precisa examinar se os bancos são os melhores gestores de risco. "Nada deve ser tabu", diz ele.

As regras da Basiléia nasceram na década de 80, quando a regulamentação dos bancos variava muito em cada país, o que tornava difícil para os bancos competir além de suas fronteiras. Os presidentes dos bancos centrais do mundo se reuniram na Suíça para definir padrões básicos, divulgados em 1988.

Uma segunda rodada de reuniões, a Basiléia II, se focou na expansão dessas regras — particularmente na busca de meios para defender o sistema financeiro dos novos e complexos mecanismos de investimentos que começaram a surgir nos bancos.

No mundo dos bancos, há poucas coisas mais essenciais do que o patrimônio mantido para amortecer prejuízos. No fundo, é o que evita a quebra.

De acordo com as regras em vigência antes da Basiléia II, determinar o nível desse colchão é um processo relativamente simples: os bancos têm que manter um volume específico de capital, que é calculado de acordo com o total, e os tipos, de ativos de que dispõe. Por exemplo, ativos relacionados a créditos imobiliários não demandam muita reserva de capital porque sempre foram considerados seguros, visto que há os imóveis como garantia.

As novas regras mudariam isso, permitindo que os bancos calculassem as suas próprias necessidades de reserva de capital com base, em parte, em suas próprias avaliações de risco e na opinião das agências de risco.

A Basiléia II conta com amplo apoio. Oficiais do Federal Reserve, ou o Fed, o banco central americano, têm argumentado que os seus padrões incentivam os bancos a incrementar a sua própria administração de risco.

Além disso, a Basiléia II recomenda que os bancos mantenham uma rede de segurança de capital para proteger-se de problemas com investimentos "fora do balanço" que eles tenham, uma questão que passou despercebida nos esforços anteriores de regulamentação. John Dugan, titular da Controladoria da Moeda, agência do governo americano que fiscaliza os bancos, diz que a turbulência no mercado de crédito fortalecerá a Basiléia II, ao fornecer dados novos e valiosos para os bancos alimentarem os seus modelos de gestão de risco.

Mas autoridades dos EUA e de outros países dizem que estudam agora fazer mudanças na Basiléia II — que provavelmente demandarão reservas maiores do que antes era considerado seguro. No mês passado, o Comitê da Basiléia anunciou que planeja atualizar os "princípios essenciais" de risco de liquidez para "refletir a experiência recente".

Como a Basiléia II dá a cada país uma margem de manobra para ajustar as recomendações, essa experiência recente deve também entrar na pauta no Brasil. "O modelo ainda está em discussão", observa o analista Luis Miguel Santacreu, da consultoria Austin Asis, de São Paulo. (O cronograma de adoção que vai até o fim de 2012 inclui audiências públicas para discutir as regras, disse um porta-voz do Banco Central.) Santacreu é da opinião de que o efeito da flexibilização das finanças internacionais precisa ser melhor debatido, mas nota que o Brasil não está exposto aos mesmos riscos que motivaram a crise do "subprime", por causa da característica dos empréstimos do sistema bancário.

De fato, um eventual aumento no índice mínimo de capitalização provavelmente não teria um impacto muito forte nos bancos brasileiros porque eles já seguem, desde Basiléia I, uma exigência de patrimônio mais alta, nota Márcio Serpejante Peppe, sócio-diretor da BDO Trevisan Auditores Independentes. O BC requeria que os bancos brasileiros tivessem capitalização de 11% do total de ativos ponderado, em comparação com 8% das regras da Basiléia I.

Além disso, acrescenta Peppe, o mercado brasileiro de derivativos de crédito é muito pequeno. Foram instrumentos de crédito mais sofisticados que estiveram no coração da crise do "subprime". "O mercado secundário de crédito é muito pequeno, em função do próprio histórico do sistema financeiro, não há histórico de emitir derivativos, opções", afirma.

(Colaboraram Patrick Brock e Natasha Brereton)

05 março 2008

Empresas admiradas


As empresas mais admiradas

1. Apple
2. Berkshire Hathaway
3. General Electric
4. Google
5. Toyota Motor
6. Starbucks
7. FedEx
8. Procter & Gamble
9. Johnson & Johnson
10. Goldman Sachs Group

Fonte: Fortune

Em 2007 foi o seguinte: GE; Starbucks; Toyota; Berkshire, Southwest, FedEX, Apple, Google, J&J e P&G. Ou seja, somente uma empresa saiu (southwest) para entrada de outra.

As melhores segundo os quesitos (as piores entre parênteses)

Inovação => Apple (Amtrak)
Administração de Pessoal = Medco Health Solutions, BMW e Disney (Dana)
Uso de ativos => Fortune Brands (Dana)
Responsabilidade Social => International Paper (Constellation Brands)
Qualidade da Administração => McDonalds ( WellCare Health Plans)
Finanças = Exxon Mobil (Dana)
Investimento de Longo Prazo => Berkshire (Amtrak)
Qualidade de produtos e serviços => Anheuser-Busch, Nordstrom e Medco (Molson Coors Brewing)

Uma medida contábil pode ser relevante para entender a economia


As vezes uma informação tipicamente contábil pode ser interessante para entender a economia. Lembro-me agora dos estoques, como um indicador de recessão ou crescimento econômico. Uma outra medida usada, e recentemente lembrada pelo jornal NY Times é o "caixa". E segundo o jornal a notícia é boa. Ao contrário do que se possa imaginar - num momento de crise financeira - as empresas norte-americanas estão muito bem de recursos financeiros. Um estudo mostrou que a quantidade de caixa aumentou desde 1998, enquanto a dívida caiu. As empresas que compõe o SP Industrial Index possuiam em janeiro 600 bilhões de dólares em caixa.

Para René Stulz, um conhecido pesquisador de finanças, este crescimento talvez seja indicador que o mundo hoje é mais rico para fazer negócios. A relação (Dívida - Caixa)/Ativos, um índice de endividamento e independência financeira, está, em muitas empresas, negativo.

Várias são as explicações. Um interessante é o papel cada vez menor dos estoques no capital de giro (por conta, entre outras razões, do just-in-time). Outra explicação é que as empresas estão menos intensas de capital físico (e mais de capital humano), o que significa menos ativo permanente.

Como entender isto dentro do contexto econômico? Mais caixa pode ser um sinal de que estas empresas possuem capacidade para fazer aquisições de empresas, comprar equipamentos para novas expansões, investir em novas tecnologias ou, simplesmente, distribuir dividendos. De qualquer forma, isto poderia representar mais dinheiro na economia, reduzindo a influência de uma recessão.

Clique aqui para ler mais

Citigroup necessita de mais capital


Segundo Sameer Al Ansari, executivo chefe da Dubai International Capital, o Citigroup necessita de mais capital. E não é só Ansari que acredita neste ponto. Outras fontes, inclusive analistas do Merrill Lynch, também concordam (veja "Afternoon Reading: Does Citigroup Need Another Capital Infusion?", Stephen Grocer, WSJ). Recentemente o dinheiro árabe ajudou a instituição financeira em perigo.

Mais sobre o assunto, aqui

Marcação a Mercado e a Crise

A adoção da marcação a mercado ajudou a crise financeira mundial? Segundo alguns pesquisadores, sim. Quando o preço dos ativos aumenta, melhora o patrimônio líquido. O inverso também é verdadeiro. Eis o que diz o Financial Times

Only now, in the middle of a global credit crisis, is the impact of the broad introduction of mark-to-market accounting becoming clear. The critical concerns are around how much these changes helped to inflate the credit bubble and whether they will increase the speed and destructive power of its collapse.

To be fair, the US banks protested at the outset that the move would change their role in the economy. So did the French banking federation before similar changes came to Europe in 2005. It warned that fair-value accounting "could even further increase the euphoria in a financial bubble or the panic in the markets in a time of crisis". Tobias Adrian, an economist at the New York Fed, and Hyun Song Shin of Princeton University, have produced a string of work about this kind of "pro-cyclicality" in finance and the economy, culminating in a paper last September entitled Liquidity and Leverage .

(...) The lesson for regulators is that the solution to one problem almost always contains the seeds of another.


Aqui para mais detalhes

Empresa brasileira compra no exterior


Segundo a Bloomberg News, a empresa JBS, a maior produtora de carne do mundo, concordou em pagar 1,27 bilhões de dólares em dinheiro e ações por ativos nos Estados Unidos e Austrália.

JBS wants to expand in the United States, Australia and Europe to bolster sales in markets that restrict imports of Brazilian beef. Smithfield, the largest American pork producer, is exiting the beef business as rising corn costs and surplus production capacity erode profit.


Beef Giant Buys Assets In the U.S. And Australia - The New York Times - 5/3/2008

É interessante notar que se fala muito em Embraer, Vale, Gerdau e outras empresas brasileiras multinacionais e esquecem da JBS.

O valor justo é justo?


Uma carta para o jornal Wall Street Journal questiona o uso do valor justo.

Regarding "Wave of Write-Offs Rattles Market" by David Reilly (page one, March 1): Thirty years ago, no accounting principle was more accepted than that assets are worth what they cost, absent proof of a permanent impairment of value. When such impairment was understood and confirmed, the carrying value was adjusted.

Today, I see the overzealous accounting profession calling for long-term assets, those which the owners do not intend to sell, nor have need to sell, being forced to mark such assets to market on a regular basis. While this may make sense for equities, where market values tend to reflect economic reality or assets which may need to be sold in the normal course of operating the business, it makes no sense for assets intended to be held to maturity. The marking of long-term complex financial instruments where market values are temporarily depressed and meaningless for the longer term is terribly destructive. In many cases, the only market prices available are distressed sellers or some thin index which is regularly shorted by investment professionals.

These are not real values, and marking to these prices causes unnecessary volatility and contractions in capital which restrict the ability of financial institutions to operate and grow. Perhaps the accounting profession is trying to overcompensate for its failures in the Enron fiasco and other similar cases, and to prevent lawsuits. Fair-value accounting, particularly for long-term complex instruments that do not trade in liquid markets, is illogical and destructive and should be re-examined immediately.

Matt A. Greenberg
MRJ Capital


Is Fair-Value Accounting Always Fair?
The Wall Street Journal - 5/3/2008 - A15

Mulheres na contabilidade

Um leitor gentilmente indicou o endereço http://www.mulhercontabilista.com.br para pesquisa sobre o assunto (clique aqui). Grato.

04 março 2008

Links

1. Fotografias lindas da natureza

2. A bolha que ninguém viu

3. ... mas isto não é um problema

4. Como usar o powerpoint

5. Vídeo. Lances do jogo Japão x China. Os chineses jogaram futebol?

6. Um exemplo de Teste de Pisa (que os finlandeses foram bem)

Parcialidade do juiz e Irracionalidade do goleiro


Analisando a neutralidade dos árbitros durante 12 temporadas do campeonato de futebol alemão (Bundesliga), o presente documento identificou indícios de forças sociais influência as decisões dos agentes. Árbitros, que são nomeados para serem imparciais, tendem a favorecer a equipe da casa sistematicamente dando mais tempo adicional naqueles jogos em que a equipe da casa está atrás. Eles também favorecem o equipe da casa nas decisões de atribuição faltas e pênaltis.

Óbvio, não?

Fonte: Aqui

Outro estudo verificou a posição do goleiro diante do penalti. Acadêmicos de Israel estudaram uma amostra de penaltis ao redor do mundo e encontraram que os goleiros tem mais chances de salvar o chute caso fiquem parados, em lugar de pular. Entretanto, em 93,7% dos casos (311) o goleiro não escolhe esta opção. Qual a razão disto? As possibilidades são várias (aqui): colocar pressão no batedor; ou uma norma social (caso ele pule e não consiga segurar o penalti, tudo bem; ficando parado estaria "dizendo" que não fez nada). Esta não é uma situação restrita ao futebol.

Custos dos Fundos de Pensão


A Inglaterra está discutindo a mudança nas regras dos fundos de pensão. A principal mudança é na "taxa de desconto".

"Nas regras contábeis atuais inglesas o desconto de passivos futuros é feito por um taxa de títulos de uma empresa AA. Pela proposta da ASB as empresas irão usar uma taxa menor, "livre de risco", que é usualmente equivalente a taxa de empréstimo do governo, como os títulos do tesouro norte-americano ou ingleses".

O impacto será o aumento do passivo das empresas. Clique aqui

Enron: mais um record


Uma empresa de advocacia de San Diego está solicitando 688 milhões de dólares de taxas por representar acionistas e investidores da Enron, conforme notícia da AP. Caso seja aprovada, as taxas serão as maiores para um caso de fraude. Aqui

Qual a razão da Vale + Xstrata


Ofertas da Vale e BHP têm mesmo objetivo: o aço
Por Robert Guy Matthews - The Wall Street Journal - 3/3/2008

As duas propostas de fusão, embora diferentes nos detalhes, almejam dominar os minerais fundamentais da fabricação de aço, no que pode ser um ótimo período para a siderurgia global. China, Índia e outros países em desenvolvimento estão num processo histórico de urbanização e precisam de todo o aço que puderem encontrar para construir máquinas, carros, eletrodomésticos, pontes, prédios, estradas e sistemas de esgoto.

(...) O boom das commodities e a demanda por trás dele não vão durar para sempre. Alguns observadores até acreditam que certas commodities já chegaram ao pico. Essa é a razão pela qual as mineradores não estão esperando para localizar reservas virgens: leva mais de três anos entre a descoberta de um novo depósito e o início de produção. A compra de rivais permitiria à BHP e à Vale levar mais ingredientes de aço ao mercado enquanto a demanda continua forte.

(...) O preço do minério de ferro mais que triplicou nos últimos cinco anos. Na semana passada, a Vale negociou altas de 65% e 71% com grandes siderúrgicas ao redor do mundo, o que se segue a uma alta de 9,5% no ano passado. E as siderúrgicas podem ter de pagar até mais para negociar com a Rio Tinto, que já sinalizou intenções de pedir um aumento acima de 70%. Se a demanda na China não enfraquecer, é provável que o preço do minério de ferro suba de novo no ano que vem. Uma fusão da BHP com a Rio Tinto daria mais controle sobre o preço e a produção do minério.

A proposta da Vale para comprar a suíça Xstrata tem mais a ver com o preenchimento de uma lacuna em sua carteira siderúrgica e diversificação para outros metais do que com dominar o mercado de minério de ferro. (...)

O carvão é um negócio lucrativo porque o coque é um ingrediente central na produção de aço, e a Vale quer capitalizar a força desse mercado, diz José Carlos Martins, diretor executivo da Vale para metais ferrosos. "Os preços do carvão estão bem altos", diz ele.

A Vale também quer mais níquel, que é uma liga necessária para fazer aço inoxidável. Uma combinação da Vale com a Xstrata poderia controlar cerca de 28% da produção mundial de níquel, tornando-se o maior produtor de metal em volume. Analistas esperam que, se o negócio for consumado, a Vale tenha de vender parte de seu níquel para contornar problemas regulamentares. Mas provavelmente continuaria sendo o maior produtor de níquel. Os preços do níquel caíram cerca de 7% desde o fim de 2007, mas ainda estão relativamente altos.

Um erro de 7 bilhões


A empresa de agronegócios Bunge irá refazer suas demonstrações em virtude de um erro de 7 bilhões, informou Stephen Taub, da CFO (Bunge Finds a Sales Error: $7B Worth).

As a result of these reviews, management said it has determined that the effect in 2006 and 2005 was immaterial.

"Bunge is remediating the control deficiencies that led to the need for these corrections, and which the company has determined constitute material weaknesses in its internal control over financial reporting in 2007," it stated in a press release.


É interessante notar que em 2006 o WSJ (e este blog) já comentava, num artigo, a contabilidade confusa da empresa. Clique aqui para conferir isto

03 março 2008

Mulheres na Contabilidade

Uma leitora deste blog solicita material de apoio para um trabalho sobre mulheres na contabilidade. Sei que no ano passado o Conselho promoveu um encontro sobre este tema. Alguém poderia ajudar?

Links


1. Estamos no Ano Internacional da Batata, segundo a ONU
2. Brasil é o maior emergente
3. As cidades mais sujas do mundo. Baku em 1o. México entre as 10; Moscou entre as 20 mais sujas
4. O executivo da Berkshire Hathaway, Warren Buffet, reconhece que a compra da Dexter Shoe Co. foi o pior erro da sua vida.

Reforma tributária pode complicar contabilidade


A reforma tributária proposta pelo governo vai tornar mais complexa a contabilidade de cerca de 600 mil empresas, principalmente as prestadoras de serviços. Elas também correm sério risco de sofrer aumento de carga tributária. Hoje, essas empresas pagam dois tributos federais - PIS (Contribuição para o Programa de Integração Social) e Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) - calculando 3,65% sobre seu faturamento. Na proposta de reforma tributária, esses dois tributos desaparecem e são substituídos por um só, o Imposto sobre Valor Adicionado (IVA), resultado da fusão de PIS, Cofins e Cide, incidente em combustíveis.
Ocorre que o IVA será calculado de outra maneira e tende a complicar a vida dessas empresas, segundo alerta feito pelo ex-secretário da Receita Federal Everardo Maciel, da consultoria Logos.


Fonte: aqui

Citação


There are no perfect accounting rules, and forcing banks to consolidate everything might be unreasonable. But banks should have done more to let investors know the nature of the risks that were being taken. If the accountants had forced better disclosures, it is at least possible that managements would have spent more time evaluating the risks they were taking, and then made wiser business decisions.
Floyd Norris
Fonte: Aqui

Partidos políticos e contabilidade


O problema da prestação de contas do Partido Verde (PV) já tem um responsável.

Fundo partidário pagou até multa de carro da executiva (...)

A atual gestão do PV, que está há dez anos à frente do partido, responsabiliza um problema técnico pelas irregularidades na prestação de contas.

— Tínhamos um setor de contabilidade frágil. Tanto é que depois trocamos de contador. Antes, tínhamos um que prestava contas para 50 empresas. Houve falhas contábeis nessa prestação de 2005, o contador fez uma confusão tremenda e contabilizou como não devia no balancete — explica o atual secretário de Finanças do PV, Reynaldo Morais, ressaltando que não estava no cargo em 2005.


Culpa é do contador, diz direção do PV
O Globo - 2/3/2008

Já este outro partido fala em problema de prazo:

A assessoria de imprensa do PT informou sexta-feira que os gastos com a festa de comemoração dos 26 anos do partido foram cobertos pela venda de convites aos participantes, e que a utilização de recursos da conta do Fundo Partidário — que pagou a compra de vinhos, espumantes e o serviço de bufê — se deu “por uma questão contábil de prazo de vencimento”. Segundo a assessoria, a legenda arrecadou, com a venda de convites para a festa, R$271,4 mil, e os custos atingiram R$103,4 mil. Os valores dos convites variaram entre R$200 e R$5 mil.

“Portanto, além de cobrir as faturas pagas via fundo partidário — por uma questão contábil de prazo de vencimento —, a arrecadação da festa ainda gerou um saldo positivo de R$167,7 mil”, disse a nota enviada ao GLOBO pelo PT. (...)


PT alega ‘questão contábil de prazo’ - O Globo 2/3/2008

Nova lei


O principal objetivo da mudança é transformar a contabilidade usada no Brasil. Hoje, essa contabilidade é registrada pelo custo histórico. Com a mudança, a contabilidade vai priorizar o valor justo, ou seja, demonstrar a posição patrimonial da empresa a um valor mais próximo ao de mercado.

(...) A maior conquista dos contabilistas com a nova lei está na possibilidade de fazer os ajustes necessários para harmonizar as práticas contábeis adotadas no Brasil com aquelas internacionalmente aceitas sem efeitos tributários. Isso significa o preparo de demonstrações contábeis dentro de técnicas internacionais, sem medo das garras do leão. (...)


A Lei das S/A determina mais transparência
Gazeta Mercantil - 3/3/2008 - Caderno A - Pág. 3
André Viola Ferreira e Fernando R. de Medeiros

Bancos Oficiais

BB e Caixa ainda devem R$ 18 bi aos cofres públicos
Sheila D´Amorim - Folha de São Paulo - 3/3/2008

Apesar do lucro registrado nos últimos anos, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal ainda estão em dívida com o Tesouro Nacional e, juntos, devem R$ 18 bilhões aos cofres públicos. As duas instituições controladas pela União não deram retorno suficiente para compensar o dinheiro público gasto para saneá-las.

Doze anos depois de receber R$ 8 bilhões do governo, o total devolvido pelo Banco do Brasil à sociedade com repasses de dividendos e juros sobre o capital próprio ao Tesouro corresponde a apenas metade do investimento original corrigido a valores de hoje.

Já a Caixa Econômica Federal, em sete anos, deu retorno para o Tesouro equivalente a um terço dos R$ 9,3 bilhões atualizados também com base no IPCA.

Em junho de 1996, o governo gastou R$ 8 bilhões para capitalizar o Banco do Brasil. Essa quantia, corrigida a valores de hoje, chega a quase R$ 17 bilhões. Desde então, o BB deixou para trás a era de prejuízos e gerou lucros anuais que somam R$ 32,7 bilhões corrigidos pela inflação.

Isso rendeu aos cofres públicos R$ 8,764 bilhões em juros e dividendos, 52% do valor aplicado inicialmente. Resta algo próximo a R$ 8,2 bilhões.

O cálculo não inclui o subsídio implícito numa outra operação de troca de títulos realizada em junho de 2001 com o Tesouro para retirar da contabilidade do banco papéis e créditos ruins e substituí-los por outros de maior rentabilidade. Na época, essa operação envolveu R$ 12,5 bilhões.

Na engenharia financeira montada em 2001 para sanear os bancos federais, a CEF movimentou outros R$ 87 bilhões que envolveram troca de títulos, compra de créditos e substituição de empréstimos de má qualidade, a valores da época e cujo custo para o Tesouro não foi divulgado.

Além disso, a instituição recebeu dos cofres públicos para reforçar seu caixa R$ 9,3 bilhões, cujo valor atualizado chega perto de R$ 15 bilhões.

De lá para cá, o banco controlado 100% pela União gerou lucros de R$ 12,441 bilhões a valores de hoje e isso representou um repasse de R$ 5,138 bilhões para o Tesouro a título de juros e dividendos. Ainda faltam quase R$ 10 bilhões para dar retorno à sociedade.

(...) Como eles podem pagar isso? Primeiro não dando prejuízo, depois provando que são viáveis e gerando dividendos para o governo. Por isso, a discussão sobre a lucratividade dos bancos públicos e a compatibilização de resultados com a função pública gera polêmica dentro da própria equipe econômica.

Na última semana, o resultado do BB em 2007 surpreendeu negativamente o mercado. As ações do banco caíram porque se esperava um lucro mais compatível com seus concorrentes privados -a instituição ganhou R$ 5,06 bilhões, contra R$ 8,01 bilhões do Bradesco e R$ 8,47 bilhões do Itaú. A Caixa garantiu R$ 2,5 bilhões de lucro líquido no ano passado graças a R$ 1,4 bilhão em créditos tributários que foram registrados.

Vice-presidente de Finanças do BB, Aldo Luiz Mendes argumenta que a capitalização do banco, em 1996, e a troca de títulos e créditos, em 2001, foram um acerto de contas do passado. "Durante anos o BB assumiu obrigações do Tesouro, financiou dívidas do governo. A capitalização foi uma forma de explicitar todos os passivos do governo."

Além disso, ele defende que o retorno para o Tesouro não deve ser avaliado só com base nos dividendos pagos, mas é preciso considerar a valorização do banco. "Hoje o valor de mercado do BB é de R$ 75 bilhões, lá atrás não era de R$ 7 bilhões."

Segundo o vice-presidente da Caixa, o patrimônio do banco desde a capitalização subiu 159%, de R$ 4,1 bilhões para R$ 10,5 bilhões, e a rentabilidade foi superior à variação da Selic.

02 março 2008

Iasb e o Valor Justo

O Iasb está propondo uma discussão sobre a mensuração do valor justo (aqui). A proposta deverá ser concluída em 2010. Atualmente as normas internacionais de contabilidade exigem que alguns ativos, passivos e instrumentos financeiros sejam mensurados pelo valor justo. Entretanto, esta norma já tem alguns anos e o Board decidiu unificar e esclarecer certos itens. As normas estão dispersas e não são consistentes, conforme o próprio Iasb afirma. A proposta envolve, portanto, unificar as normas, mas também melhorar a definição de valor justo.

01 março 2008

Educação na Finlândia

Trechos extraídos de uma reportagem do WSJ:

Aqui, estudantes de nível médio raramente têm mais de meia hora de dever de casa.

Quase não há exames padronizados, poucos pais arrancam os cabelos pensando na faculdade e as crianças só começam a ir à escola aos 7 anos.

Logo cedo, as crianças fazem muitas coisas sem a supervisão de adultos.

E os professores criam lições sob medida para seus estudantes.

Educadores finlandeses acreditam que obtêm melhores resultados quando se concentram nos estudantes mais fracos do que se ficarem cutucando os mais dotados para se destacarem dos demais. A idéia é que estudantes brilhantes podem ajudar os medíocres sem prejuízo de seu próprio progresso.

Professores e estudantes referem-se uns aos outros pelo primeiro nome. É proibido usar celular, iPods ou chapéus — e essa é praticamente a única regra da classe.

É preciso mestrado para ser professor e a profissão é concorrida. Mais de 40 pessoas podem se candidatar para a mesma vaga.

Os salários estão no nível do Primeiro Mundo, mas em geral eles têm mais liberdade na Finlândia. Professores finlandeses escolhem livros e adaptam as lições para levar os estudantes aos padrões nacionais. "Na maioria dos países, educação parece uma fábrica de carros. Na Finlândia, os professores são empreendedores", diz Schleicher, da Pisa, que tem sede em Paris e começou a fazer os testes em 2000.

Uma explicação para o sucesso finlandês é sua paixão por leitura. O governo dá um pacote para os pais de recém-nascidos que inclui um livro de figuras. Algumas bibliotecas são anexas a shopping centers e há sempre uma biblioteca ambulante em todos os bairros.

A língua local só é falada aqui e até os livros em inglês mais vendidos são traduzidos muito depois do lançamento. Muitas crianças se esforçaram para ler o último Harry Potter em inglês porque tinham medo de que alguém lhes contasse o final antes que chegasse a versão em finlandês. Filmes e programas de TV têm legendas em vez de dublagem. Uma estudante universitária diz que se tornou uma leitora veloz na infância quando ficou viciada no seriado "Barrados no Baile".

A população do país, de 5,3 milhões, é bastante homogênea e há pouca disparidade de educação e renda. O governo gasta, em média, US$ 7.500 por estudante. Os impostos são altos, mas o nível de renda permite às crianças se dedicar aos estudos sem precisar trabalhar. Faculdades são gratuitas. O padrão de vida é um dos mais altos do mundo.


O que torna os adolescentes finlandeses tão inteligentes?
29/2/2008
Por Ellen Gamermanvia Enriquez
The Wall Street Journal, de Helsinque, Finlândia

29 fevereiro 2008

Rir é o melhor remédio


Sobre a multa que a Microsoft levou da Comunidade Européia. Enquanto recebe a multa, a Microsoft esmaga seus concorrentes. Fonte: The Economist

Brasil é o décimo mercado do mundo


O Brasil possui o décimo valor de mercado do mundo, atrás dos Estados Unidos, Inglaterra, Japão, França, Canadá, Alemanha, Suiça, Austrália e Espanha. Fonte: Aqui

Para estudantes de custos


O custo da matéria-prima (farinha, açúcar, melhorante, sal e fermento( no preço final de um pão com 40 gramas que custa 10 cêntimos é de 2,5 cêntimos, revela um estudo da Associação do Comércio e da Indústria de Panificação.

Os custos com pessoal pesam 2,9 cêntimos e os com a energia, dois cêntimos. Mais 2,6 cêntimos para instalações e equipamentos, 0,4 cêntimos para impostos e 0,3 cêntimos para consultadoria,em que se inclui desinfestação e higiene de instalações e viaturas. A margem comercial é 30% e o IVA 5 %, ou seja, mais 0,65 cêntimos. A carcaça fica por 13,7 cêntimos
Estudo faz contas ao fabrico do pão - Jornal de Notícias - 29/2/2008

Resultados


O Banco Central registrou um prejuízo de R$ 47 bilhões em 2007, provocado sobretudo pela valorização do câmbio, segundo balanço divulgado ontem pela instituição. O resultado negativo representa mais do que o triplo do prejuízo de R$ 13 bilhões de 2006. O BC perde com a valorização da taxa de câmbio porque tem posição ativa em moeda estrangeira.
Banco Central tem prejuízo de R$ 47 bi - Valor Econômico - 29/2/2008

A Companhia Vale do Rio Doce (Vale) alcançou no ano passado lucro histórico de R$ 20 bilhões - mais que o orçamento de alguns ministérios do governo federal e o suficiente para quase dobrar o Bolsa-Família. Os números divulgados ontem à noite pela maior produtora de minério de ferro do mundo estavam dentro do que esperava o mercado. O lucro cresceu 49% em relação ao resultado de 2006. Os recordes de produção de nove produtos, entre os quais minério de ferro, cobre, níquel e bauxita, compensaram o expressivo aumento dos custos de exploração das reservas minerais.
(...) Os sucessivos aumentos do preço do minério, além do crescimento da produção, explicam como a Vale cresceu nos últimos cinco anos. A receita da companhia triplicou desde 2003.

Lucro líquido da Vale sobe 49%, para R$ 20 bilhões - Gazeta Mercantil - 29/2/2008

O dinheiro levantado pelas companhias nos últimos anos, com a revitalização do mercado de capitais, está puxando o lucro líquido para números recordes e ajudando a esconder a pressão dos aumentos de custos.

Os balanços de 2007 mostram que a margem da atividade, que exclui as despesas financeiras, é a menor dos últimos quatro anos: caiu de 20,7% para 17,2%, de 2004 para o ano passado.

Lucros e vendas são recordes, mas custos já pressionam resultados - Valor Econômico - 29/2/2008

28 fevereiro 2008

Links



1. Dezenas de países estão desenvolvendo sistemas de governança corporativa

2. O outro lado dos testes de Stress - O acordo da Basiléia reforçou a necessidade de ferramentas de riscos. Estas ferramentas precisam de testes, antes de serem aprovadas. Um dos limites é a sensibilidade dos parâmetros de inputs.

3. O medo de perder é maior que a vontade de ganhar.

Confronte

Analistas esperam que a Vale anuncie nesta quinta-feira, após o fechamento dos mercados de ações, um lucro anual em reais recorde em 2007. O aumento segundo as previsões são de mais de 40%, mas é preciso ressaltar que, em 2006, os ganhos da canadense Inco, comprada pela mineradora brasileira naquele ano, só entraram nos resultados da Vale no quarto trimestre. (Analistas prevêem que Vale anunciará nesta quinta lucro recorde em 2007 - Claudio de Souza - O Globo Online)

Preços e produção maiores devem garantir um quarto trimestre favorável para a Vale , mas sem recordes. O resultado foi contido por preços menores para alguns produtos não-ferrosos e pela valorização do real. (PRÉVIA-Lucro da VALE deve subir no 4o tri, mas sem recordes - Por Denise Luna )

Auditores


Já que a contabilidade está deixando as regras padronizadas e caminhando para os princípios (clique aqui ou leia abaixo), como fica a auditoria? Um texto interessante sobre isto aqui


Accounting experts could spend days on end debating which is better: a more prescriptive set of rules (like U.S. GAAP) or rules that seem to allow more judgment (international financial reporting standards, or IFRS). What's indisputable is that standard-setters and regulators — any debate notwithstanding — have pushed hard for years to move the U.S. toward what they consider a more principles-based financial reporting system. (...)

On one hand, the specifics of any plan is almost certain to create dissention. But on the other, there's general agreement among the experts that achieving a more principles-based system will require the behavior of the financial-statement preparers and auditors to change.

Putting Auditor Judgments under a Microscope
Sarah Johnson - CFO.com | US - 27/2/2008
February 27, 2008

Balanços mais subjetivos

Balanços ficarão mais subjetivos
De São Paulo
27/02/2008

A vida dos contadores e dos auditores vai ficar mais emocionante. A convergência da legislação contábil brasileira aos padrões internacionais do IFRS significa que esses profissionais terão de exercitar mais a capacidade de julgamento na sua atividade. "O contador vai ter que sair de sua cadeira confortável e olhar o mundo", enfatizou o professor da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi), Eliseu Martins.

O motivo da necessidade de julgamento deve-se ao fato de o IFRS, padrão para o qual o Brasil está convergindo, ser baseado em princípios gerais e não em regras rígidas. Por enquanto, porém, os profissionais não estão achando a vida mais emocionante. Estão temerosos, achando o simples exercício de sua profissão mais arriscado.

Durante seminário realizado ontem na Fipecafi, os professores Eliseu Martins e Ariovaldo dos Santos foram alvo de muitas dúvidas, em especial sobre como tomar decisões em relação a normas e diretrizes pouco exatas que falam em efeitos "materialmente relevantes", "significativos", "importantes", "substanciais" a serem descritos pelas empresas.

Diante dos questionamentos, Nelson Carvalho, presidente do conselho consultivo do Comitê Internacional de Normas de Contabilidade (Iasb , na sigla em inglês), que estava na platéia, tomou o microfone. "O mundo inteiro, não só o Brasil, clama por percentuais", disse ele, referindo-se a parâmetros que poderiam ser fornecidos para orientar a aplicação das normas.

Porém, Carvalho pôs fim às esperanças dos adeptos das "regrinhas de bolso", citando o presidente do Iasb, David Tweed: "Estamos marchando para uma contabilidade baseada em princípios e não em regras. Se dermos percentuais, voltaremos às regras".

Eliseu Martins destacou que os grandes escândalos da contabilidade internacional, como o da Enron, não aconteceram por erro de julgamento e sim por uso de brechas nas regras.

Para Ariovaldo dos Santos, o professor destacou que será normal a existência de erros durante a fase de transição das normas brasileiras ao padrão internacional. "Mas isso é só por um ano ou dois", brincou ele. Santos enfatizou que quando a companhia não souber como proceder pode buscar orientação nas normas do Iasb para o IFRS, pois é o para onde o país está rumando. "É necessária uma completa mudança de atitude." (GV e NN)
Valor Econômico

Enviado por Ricardo Viana

Fraude do Click cresceu?

Anteriormente, postagem sobre o aumento na fraude do clique. Aqui o argumento da Google afirmando que não.

Iasb muda IAS 32


O International Accounting Standards Board (IASB) iniciou uma discussão para alterar o IAS 32 sobre a distinção entre equity financial instruments e other financial instruments (non-equity instruments).

Na apresentação da alteração, o IASB reconhece que os princípios do IAS 32 são difíceis de serem aplicados e que a sua aplicação pode levar a classificação errônea.

Clique aqui

27 fevereiro 2008


Um artigo interessante sobre finanças comportamentais foi publicado na revista New Yorker . O que a princípio seria um comentário sobre o livro de Dan Ariely, Predictably Irrational: The Hidden Forces That Shape Our Decisions, torna-se um painel muito interessante da área de finanças comportamentais. Aqui, o endereço de Ariely. Aqui o link para o texto.

Links do WSJ


1. O anúncio nos tempos dos programas gravados

2. Babaçu e água de alga doce podem ser combustível de avião

3. Abertura de capital da Visa

Oscar e filmes


O gráfico mostra a relação existente entre o número de pessoas que assistiram a entrega do Oscar e a bilheteria dos filmes em cada ano. 2008 foi o ano recente com menor público para o Oscar. Fonte: Aqui

Mudança no Fasb

Foi aprovada uma mudança na estrutura do Financial Accounting Standards Board (Fasb), entidade responsável pelas normas contábeis nos Estados Unidos. O Board terá cinco membros (hoje são sete) e o poder do Chairman irá aumentar.

Clique aqui, aqui e aqui.

26 fevereiro 2008

Estantes

Para quem gosta de livros, diversos tipos de estantes











A melhor de todas: no teto

Cartão de Crédito


A figura mostra o crescimento do gasto com cartão de crédito no Brasil. Apesar do aumento, o consumo por cartão é baixo (comparado com Rússia e China). Na média existem 2,5 pessoas por cartão (versus 5 cartões por pessoa, nos EUA ou 65 pessoas por cartão na Índia). Fonte: Aqui

Cigarros


A revista The Economist , na sua edição de 9 de fevereiro, apresenta esta figura interessante. Do lado esquerdo, a percentagem de fumantes no mundo por país. A China, país mais populoso do mundo, possui quase 30% dos fumantes. Já a Índia, que também possui uma população próxima a da China, tem cerca de 10% dos fumantes do mundo. O Brasil é o 7o. país do mundo em termos de número de fumantes. O lado esquerdo mostra a evolução da produção e consumo de cigarros em países em desenvolvimento. Na década de 70 ficava abaixo dos 50%. Hoje, 70% dos fumantes (e da produção) de cigarros localiza-se nos países em desenvolvimento.

Fraude do Click cresceu


Os dados mostram um crescimento na fraude do click. O gráfico mostra os países onde é mais comum: quanto mais próximo do vermelho, maior a importância da fraude.

Moçambique


Em Moçambique, transportadores de passageiros paralisaram as atividades como um protesto contra o governo. A Agência Lusa apresentou apresentou a justificativa: a falta de contabilidade das empresas. Segue o trecho:

Na origem do arrastamento das negociações entre o Governo e os representantes dos transportadores está o facto de a maioria dos beneficiários da compensação governamental não dispor de contabilidade organizada.

"Estamos colectivamente organizados, mas em termos individuais, estamos a falar de milhares de operadores sem contabilidade organizada. Há uma série de levantamentos que têm de ser feitos", admitiu recentemente Rogério Manuel, presidente da Federação Moçambicana de Transportadores Rodoviários.

A decisão do Governo de cobrir uma parte dos custos de combustível dos operadores privados de passageiros é um desafio para o sector, "pois nunca se relacionou com o Governo a este nível", referiu então.

Moçambique: Transportadores justificam paralisação com cansaço por arrastamento de negociações
Agência Lusa - Serviço Internacional - 25/2/2008

Eliseu Martins

Uma entrevista com Eliseu Martins sobre a nova lei.

"País está mais bem preparado para a mudança"
Valor Econômico - 26/2/2008

O professor Eliseu Martins está preocupado. Ao receber o Valor, não aguentou esperar as perguntas começarem. Saiu logo dizendo que as reportagens sobre a nova lei contábil mostram que os profissionais consultados, no geral, estão muito mal informados. E o que é ainda pior: são pessoas, em sua grande maioria, que atuam em grandes instituições e empresas. A celeuma toda é sobre o tamanho do impacto tributário - um trauma não só para as empresas, mas para os contadores. O Fisco tem um longo histórico de interferência na contabilidade, o que acabou desviando os nossos balanços da tendência de harmonização contábil internacional.

Agora, o ambiente é muito mais receptivo, acredita Martins. A adoção pela União Européia dos chamados padrões internacionais de demonstrações financeiras (IFRS, na sigla em inglês) e os recentes avanços nas discussões com os Estados Unidos deram peso ao tema.

Nesse contexto, o governo, e em especial a Receita Federal, estariam mais receptivos a resolver as questões em conjunto. Dono de uma experiência que poucos tiveram a chance de acumular, o professor da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi) e da Faculdade de Economia, Contabilidade e Administração (FEA) da USP, ex-diretor do Banco Central e ex-diretor da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), continua à frente das mudanças contábeis do país. É vice-coordenador técnico do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC). Leia a seguir trechos da entrevista:

Valor: O sr. acha que o país perdeu com a demora na aprovação da nova lei contábil?
Eliseu Martins: É claro que se tivéssemos começado lá atrás estaríamos numa situação melhor. Mas também não fico lamentando. Acredito que ainda está em tempo. Podíamos ter feito um trabalho com mais calma, de melhor qualidade e treinado melhor as pessoas, mas não acho que foi um desastre. Hoje, estamos todos mais maduros do que estávamos em 2000, quando o projeto de lei foi mandado para o legislativo. Na época, não tinha nem o acordo da União Européia [2002], que obrigava a publicação pelo IFRS em 2005. Nós éramos considerados meio malucos. O ambiente para aceitação, por parte das empresas, da implementação das normas é completamente diferente do que era em 2000. Então, por esse lado, houve uma melhora no ambiente empresarial. Tanto que hoje não se vê ninguém reclamando.

Valor: Toda essa confusão para entender a lei não traz receio de que possa haver erros na aplicação?
Martins: Vou responder essa com a experiência de quem participou da aplicação da Lei das Sociedades Anônimas, lá em 1976. Levou pelo menos uns cinco anos para as coisas começarem a ser feitas do jeito que deveriam. Então, não pense que vai sair a lei e no fim do ano vai estar tudo certo. É um processo que não muda. Desde os europeus. Lá os balanços também não saíram todos certos em 2005. Teve muita gente acertando balanço depois.

Valor: Como treinar e preparar todas as pessoas envolvidas com as mudanças contábeis?
Martins: Estamos procurando produzir o máximo de material possível. A CVM tem um projeto de educação. Além disso, o CPC está pleiteando um financiamento junto ao Banco Mundial (Bird). Eles já financiaram Chile, Costa Rica, entre outros, para incentivar no treinamento e educação. Buscamos de US$ 1,5 milhão a US$ 2,0 milhões. Mas é preciso vencer questões burocráticas antes. O CPC é um comitê e não possui personalidade jurídica própria. É preciso ver qual dos membros vai pegar o dinheiro. Mas já estão sendo formadas equipes de trabalho, com alunos de mestrado e doutorado. A Vale do Rio Doce e a Gerdau deram dinheiro voluntariamente para esse projeto: R$ 100 mil cada uma.

Valor: A lei tem impacto fiscal?
Martins: Olha, eu não posso falar pela Receita Federal, está certo? Mas a idéia, quando o projeto nasceu, era que não houvesse impacto tributário. Nem para cima, nem para baixo. O ideal é que haja um posicionamento oficial. Mas o que eu posso dizer é que nunca antes a Receita teve um envolvimento tão grande com o tema.

Valor: Quando o projeto de lei foi ao Senado, já estava claro que as companhias fechadas de grande porte não teriam que publicar balanço, pois o artigo 289, que previa a divulgação, caiu ainda na Câmara. Mas após a sanção presidencial esse debate recomeçou. O sr. acha a discussão pertinente ?
Martins: Eu acho. Não tenho dúvida. Ficou um negócio perneta. A empresa tem que fazer de acordo com a regra, seguir uma auditoria do mais alto nível, que é dos auditores registrados na CVM, e guardar o balanço na gaveta. Dá para perceber que tem algo que não está lógico. Na hora de montar a lei, ninguém se preocupou em colocar tudo num único parágrafo: tem que fazer, auditar e publicar. Colocaram a regra de fazer e auditar em um artigo e a de publicar, em outro. Aí, tiraram o artigo que obrigava a divulgação e deixaram o outro. A questão é um entrave ao desenvolvimento do mercado acionário. Tem muita empresa que não abre o capital porque não quer expor os números à concorrência fechada. Mas se todos publicassem balanço acabava a discussão.

Valor: Parece que há um outro projeto sendo feito sobre isso...
Martins: Isso. Tem. Ouvi dizer também. Mas não sei de quem e nem que pé estaria. Mas seria algo para tapar esse buraco.

Valor: Na questão da reavaliação de ativos para baixa contábil ["impairment"], como a empresa decide o que precisa ser reavaliado?
Martins: Quando a empresa vai bem e produz lucro não tem que pensar em fazer teste de impairment. Se a companhia dá lucro é porque está sendo capaz de recuperar o valor do ativo. Mas é possível que haja problema em um produto ou uma linha específica. A empresa tem monte de possíveis luzinhas amarelas para seguir. Só vai ter teste para baixa contábil quando essas luzinhas estão acendendo. A companhia tem que olhar o painel.

Valor: Mas é uma decisão livre da própria empresa?
Martins: Sim. Ela tem que ter esse olhar geral.

Valor: E o laudo usado pelas companhias para essa reavaliação não é um instrumento subjetivo?
Martins: Os testes não são laudos no sentido de serem contratados por terceiros. A própria empresa pode fazer. Além disso, ao contrário dos outros laudos, esse tem que ser auditado. E isso é uma diferença enorme. O auditor vai verificar, inclusive, as premissas, os cálculos e, consequentemente, todas as conclusões. Também é importante dizer que a figura do impairment, em teoria contábil, é coisa de mais de dois séculos atrás. O ativo se não for capaz de ter o saldo contábil recuperado ou pela venda ou pelo uso, tem que ser baixado. É regra antiqüíssima. As boas e grandes companhias já faziam isso, apesar de no Brasil existir um problema de falta de norma até a recente resolução da CVM e CPC.

Valor: Por conta da falta de normas para essa questão, nós temos muito esqueleto no armário?
Martins: Não. Por causa da tributação e de controladores interessados em pagar menos impostos, sempre se depreciou e baixou tudo o que era permitido e o mais rápido possível. Se desse para reduzir imposto, os controladores faziam. Não ficavam guardando esqueleto no armário.

Valor: O sr. acha que a regra que obriga a marcação por valor de mercado de instrumentos financeiros ativos e passivos pode trazer volatilidade ao balanço de empresas?
Martins: Essa é uma regra que já existe para bancos e seguradoras. E não houve grande volatilidade nos balanços dessas instituições, comparado aos patrimônios. Não será nas empresas não financeiras que estarão os problemas. A volatilidade no lucro e patrimônio pode existir forte nos lucros de bancos e seguradoras. Foi por isso que a Europa optou por não seguir integralmente essa regra do IFRS, o IAS 39. Eles [europeus] seriam os grandes afetados, pois aplicam em derivativos muito mais do que os nossos bancos. Além disso, empresa não financeira para apresentar volatilidade é preciso ter muito caixa aplicado em derivativos, que são instáveis. São casos poucos. Aqui, a CVM já declarou que vai usar primeiro a regra do Banco Central, que hoje atende aos bancos, para as demais companhias abertas. Só depois de alguns anos é que passará a normatizar a questão aproximando-a da norma estrangeira (IAS 39). (GV e NN)

25 fevereiro 2008

A questão da metodologia de Finanças Comportamentais


Um dos problemas interessantes de FC é a questão metodológica. Boa parte dos artigos desenvolvidos neste campo tem sua origem em situações experimentais. Geralmente um questionário com uma situação problema é aplicado e solicita-se ao respondente que escolha uma alternativa. Este tipo de metodologia tem recebido críticas - apesar de ter sido coroado recentemente com um Nobel em economia - por não expressar a realidade. Como testar o comportamento dos indivíduos diante de situações reais?

O texto a seguir reconhece os limites dos experimentos em laboratórios e afirma que as evidências sugerem que as anomalias de comportamento são menos pronunciadas na prática do que previamente observada em laboratório.

"Homo Economicus Evolves"

Steven D. Levitt and John A. List on behavioral economics. This is from Science:

Homo economicus Evolves Steven D. Levitt and John A. List, Science 15 February 2008: Vol. 319. no. 5865, pp. 909 - 910 DOI: 10.1126/science.1153640: ...The discipline of economics is built on the shoulders of the mythical species Homo economicus. Unlike his uncle, Homo sapiens, H. economicus is unswervingly rational, completely selfish, and can effortlessly solve even the most difficult optimization problems. This rational paradigm has served economics well, providing a coherent framework for modeling human behavior. However, a small but vocal movement in economics has sought to dethrone H. economicus, replacing him with someone who acts "more human." This insurgent branch, commonly referred to as behavioral economics, argues that actual human behavior deviates from the rational model in predictable ways. Incorporating these features into economic models, proponents argue, should improve our ability to explain observed behavior. ...

Perhaps the greatest challenge facing behavioral economics is demonstrating its applicability in the real world. In nearly every instance, the strongest empirical evidence in favor of behavioral anomalies emerges from the lab. Yet, there are many reasons to suspect that these laboratory findings might fail to generalize to real markets. We have recently discussed [11] several factors, ranging from the properties of the situation--such as the nature and extent of scrutiny--to individual expectations and the type of actor involved. For example, the competitive nature of markets encourages individualistic behavior and selects for participants with those tendencies. Compared to lab behavior, therefore, the combination of market forces and experience might lessen the importance of these qualities in everyday markets.

Recognizing the limits of laboratory experiments, researchers have turned to "field experiments" to test behavioral models [12]. Field experiments ... avoid many of the important obstacles to generalizability faced by lab experiments.

Some evidence thus far suggests that behavioral anomalies are less pronounced than was previously observed in the lab [13] . For example, sports card dealers in a laboratory setting are driven strongly by positive reciprocity, i.e., the seller provides a higher quality of good than is necessary, especially when the buyer offers to pay a generous price. This is true even though the buyer has no recourse when the seller delivers low quality in the lab experiment. Yet, this same set of sports card traders in a natural field experiment behaves far more selfishly. They provide far lower quality on average when faced with the same buyer offers and increase quality little in response to a generous offer from the buyer. ...

Stigler (16) wrote that economic theories should be judged by three criteria: generality, congruence with reality, and tractability. We view the most recent surge in behavioral economics as adding fruitful insights--it makes sense to pay attention to good psychology. At the very least, psychological insights induce new ways to conceptualize problems and provide interesting avenues of research. In their finest form, such insights provide a deeper means to describe and even shape behaviors. One important practical example involves savings decisions, where it has been shown that decision-makers have a strong tendency to adhere to whatever plan is presented to them as the default option, regardless of its characteristics. ... The changes in behavior induced by changing default rules dwarf more "rational" approaches to influence choice such as information provision or financial education.

Behavioral economics stands today at a crossroads. On the modeling side, researchers should integrate the existing behavioral models and empirical results into a unified theory rather than a collection of interesting insights, allowing the enterprise to fulfill its enormous potential. To be empirically relevant, the anomalies that arise so frequently and powerfully in the laboratory must also manifest themselves in naturally occurring settings of interest. Further exploring how markets and market experience influence behavior represents an important line of future inquiry. ...


Grifo meu.

Escândalo da Volks: primeiro condenado


El escándalo Volkswagen de doble contabilidad, pago de viajes de lujo y servicios sexuales en aras de la paz social en la empresa ya tiene su primera víctima carcelaria, el ex presidente del comité de empresa Klaus Volkert, pero sus abogados advirtieron ayer que «no es la última palabra» y que recurrirán denunciando un «llamativo caso de doble rasero de la Justicia» alemana.

Volkert fue ayer condenado a dos años y nueve meses de prisión por corrupción. Según confirma la sentencia, el antiguo líder del comité de empresa habría aceptado «pagos» por valor de dos millones de euros, al tiempo que su amante, la brasileña Adriana Barros, recibía costosos «regalos» en joyas y viajes. Muchos otros sindicalistas también se habrían beneficiado de estos servicios de lujo y sexo.

Los abogados de Volkert, que ya han anunciado que recurrirán la sentencia, aseguran que el hombre que autorizaba esos pagos, Peter Hartz, entonces responsable de recursos humanos de Volkswagen, miembro del Partido Socialdemócrata (SPD) y del poderoso sindicato IG Metall, fue condenado a dos años de libertad condicional y al pago de una multa de 576.000 euros a finales de 2007.

El mismo Hartz, amigo personal del ex canciller Gerhard Schröder y colaborador fiel en su reforma laboral -que incluso fue rebautizada con su nombre-, se habría beneficiado de los servicios que ofrecía a los sindicalistas.

Junto a Volkert era también juzgado en Braunschweig (Baja Sajonia) el ex jefe de personal Klaus-Joachim Gebauer, el hombre que pagaba y organizaba los excesos de Hartz, y de los sindicalistas para facilitar las «buenas relaciones» laborales. Ha sido condenado a un año de libertad condicional.

En noviembre último el fiscal de Braunschweig afirmó que Ferdinand Piëch, cerebro del grupo Volkswagen y hoy jefe de su consejo de vigilancia, debía tener conocimiento de estas actividades, aunque el patrón de Porsche siempre lo ha negado. En total, el caso habría costado a la compañía alemana unos cinco millones de euros.

Klaus Volkert, primer implicado en el escándalo VW que pisará la cárcel - Carlos Alvaro Roldan - El Mundo - 23/2/2008