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20 março 2021

Efeito dotação e mensuração ambiental


O termo "efeito de dotação" foi cunhado por Thaler em seu trabalho de 1980, descrevendo várias anomalias no comportamento do consumidor. Este efeito logo chamou a atenção dos economistas ambientais. 

Os economistas que estudam questões envolvendo a política ambiental frequentemente precisam encontrar um valor para bens que não podem ser comercializados no mercado. Assim, eles podem precisar determinar o valor para os consumidores locais de um novo shopping a fim de determinar se vale a pena os custos ambientais. Aos consumidores em potencial poderia ser solicitada sua disposição de pagar pelo novo shopping. Alternativamente, aqueles que possuem casas muito próximas do local podem perder uma vista espetacular quando o shopping sobe, além de precisar lidar com o tráfego adicional, o ruído e o brilho luzes em todas as horas da noite. A estas pessoas pode ser solicitada sua disposição para aceitar estes inconvenientes. Então o economista poderia determinar se o shopping melhoraria ou diminuiria o bem-estar, examinando se aqueles que querem o shopping poderiam potencialmente pagar aqueles que não o querem para compensá-los. No início, havia sido observado que as respostas de aceitar pareciam estar infladas em relação à vontade de pagar. 

(...) O efeito de doação coloca em questão muitas das técnicas que têm sido utilizadas para determinar o valor de bens ambientais - um campo fértil para a aplicação de comportamentos econômicos nos modelos.

David Just, Behavioral Economics, p. 88

09 novembro 2017

Efeito propriedade





A repórter tenta comprar os bilhetes de loteria das pessoas na rua. Oferece até o dobro do que elas pagaram. E elas não querem vender. É um interessante exemplo do efeito propriedade.

20 dezembro 2010

Fazenda da Vasp

Após várias tentativas frustradas, a Fazenda Piratininga, do empresário Wagner Canhedo, ex-dono da falida Vasp, foi vendida ontem por R$ 310 milhões. O imóvel era avaliado em R$ 615 milhões. O comprador é o grupo ligado à família Limírio Gonçalves, que há um ano vendeu a fabricante de remédios genéricos e similares Neo Química ao grupo Hypermarcas, um negócio de R$ 1,3 bilhão.

No fim ano passado, o grupo, que tem como um dos sócios Marcelo Limírio Gonçalves Filho, também arrematou, em leilão, o tradicional Hotel Nacional, no Rio de Janeiro, por R$ 85 milhões. Hoje, o grupo que tem sede em Goiás, Estado onde está situada a Fazenda Piratininga, fará um depósito no valor de R$ 60 milhões como sinal, e o restante será dividido em cinco parcelas anuais de R$ 50 milhões.

O dinheiro será usado para o pagamento de parte das dívidas trabalhistas da Vasp com cerca de 7 mil ex-funcionários, estimada em R$ 1,5 bilhão, valor acrescido de juros e correção monetária, segundo cálculos de advogados que acompanham o caso. Em janeiro de 2008, a dívida era de R$ 1,013 bilhão


Ex-donos da Neo Química compram fazenda de Canhedo - Por AE

Qual a razão para uma fazenda avaliada em R$615 milhões ter sido vendida por R$310 milhões? (Na realidade o valor de venda, considerando um custo de oportunidade de 15% ao ano, foi de 227 milhões de reais). Isto significa 37% do valor avaliado.

Quatro possíveis explicações:

a) a avaliação foi feita de maneira inadequada, valorizando em excesso o imóvel;

b) a avaliação foi realizada num determinado momento e as condições se alteraram no momento da realização do leilão. Por exemplo, o risco assumido no laudo de avaliação foi menor do que o risco percebido pelos participantes do leilão;

c) como o texto não permite tecer consideração sobre quem fez a avaliação de 615 milhões, e assumindo que este valor tenha sido dado pelo antigo dono (por exemplo, como garantia de um empréstimo, o dono estimou o valor da fazenda neste montante), o valor pode estar superestimado em razão do efeito propriedade.

d) o leilão não expressou o mercado. Por alguma razão, o processo de leilão não apresentou as condições ideais para que muitos participantes pudessem fazer seus lances. Em geral, leilões tendem a gerar a "maldição do ganhador" (ou "vitória de pirro"), um conceito muito conhecido nas finanças comportamentais onde o ganhador geralmente pagou muito acima do que seria razoável.

14 julho 2010

Economia Irracional

O livro Economia Irracional é decepcionante. Nem a presença de autores conhecidos como Akerlof, Arrow, Schelling, Shiller, Slovic e Sunstein, sendo os três primeiros ganhadores do Nobel de Economia, salva a obra. É uma junção de artigos, com assuntos como risco, superstição e racionalidade. Mas tudo muito superficial, com pouco vínculo entre os assuntos.

O artigo de superstição, de Shelling, discute a questão do número treze, da falácia de Monte Carlo, dos jogos contra natureza e de religião. Mas quatro páginas e meia não apresenta nada de novo. Na realidade, dos trinta capítulos, gostei somente de dois deles. Ambos discutem a questão da reação aos desastres naturais. O primeiro, O problema do Roubo, de Kip Viscusi, apresenta o caso interessante da cidade de Nova Orleans, que foi destruída pelo Katrina, um furação, em 2005. Apesar de muitos economistas questionarem a ajuda para reconstruir a cidade, em razão dos riscos ainda presentes de novas tragédias, a cidade está sendo reconstruída. Viscusi enxerga aqui o efeito propriedade, um problema estudado em finanças comportamentais, onde as pessoas costumam atribuir um valor exagerado aos seus bens.

O segundo artigo interessante é A Peculiar Política Americana da Administração de Desastres, de David Moss. O autor escreve sobre o comportamento do governo diante de situações de risco extremo, como é o próprio caso do Katrina. Em lugar de usar um “seguro”, o governo tem financiado estas situações com receitas orçamentárias emergenciais. Moss faz um retrospecto histórico mostrando que nem sempre isto foi assim: no passado, a assistência de grandes desastres era principalmente de entidades como a Cruz Vermelha, e cobriam somente uma pequena parcela dos dados estimados. Em 1927, um enchente no Misssissipi teve uma assistência de 3,3% dos danos coberta pelo governo e 5,8% pela Cruz Vermelha. Em 1993, um nova enchente no mesmo rio trouxe uma ajuda governamental de 52,5% do total dos danos, enquanto a Cruz Vermelha ajudou somente 0,4%. Moss acredita que a diferença entre as duas tragédias deve-se a atuação da imprensa e seus efeitos sobre a opinião pública. Cenas dramáticas das tragédias tendem a sensibilizar os políticos, inclusive os congressistas que irão aprovar o destino das verbas públicas. Além disto, as reportagens tendem a enfatizar as perdas (de vida ou de objetos materiais), deixando de lado as ações preventivas que poderiam ter sido realizadas.

Dois textos interessantes, mas pouco para uma obra cujo subtítulo é “Como tomar as decisões certas em tempos de incerteza”.

Economia Irracional. Organizado por Erwann Michel-Kerjan e Paul Slovic, Elsevier, 2010.

30 abril 2010

Por que carro, não caixa?

Um experimento mostrou que a produtividade dos trabalhadores é afetada pelo prêmio recebido: caixa x não caixa. Um prêmio não monetário (casa, televisão etc) possui efeito positivo sobre a produtividade. Mas o mesmo prêmio em caixa é pouco efetivo. Uma possível razão está no efeito propriedade (endowment effect): um trabalhador que recebe mil reais sob a forma de uma televisão, ele ganhou uma televisão somente para ele. Se ele recebe em dinheiro, provavelmente terá "dividir" o prêmio com a família e amigos.

27 julho 2009

Efeito propriedade

O efeito propriedade é um bem estudado subproduto da aversão a perda, que é o fato que perder algo provoca sofrimente desproporcional. (em outras palavras, a perda gera mais pesar que o sabor de um ganho). Primeiro diagnosticado por Richard Thaler e Daniel Kahneman, o efeito propriedade estipula que uma vez que a pessoa é dona de algo ela deve estabelecer ou imaginar um “direito de propriedade” para o objeto que dramaticamente aumenta o valor subjetivo.

The Endowment Effect, 22/6/2009, Jonah Lehrer

Uma pesquisa recente mostrou que os donos de imóveis tendem a estimar seu imóvel por um valor de 5 a 10% acima do mercado. É a comprovação do efeito propriedade.

22 janeiro 2009

Efeito propriedade e o Comportamento em situações críticas

O efeito propriedade refere-se ao fato de valorizarmos mais o que possuímos. Um estudo parece sugerir que tocar num produto na prateleira pode criar uma vontade de pagar mais por ele. As pessoas sentem proprietários de um determinado item antes de comprá-lo. O estudo da Ohio State parece indicar que o efeito propriedade funciona 30 segundos antes do primeiro toque no objeto. (Via Marginal Revolution )

Outro texto interessante trata do Titanic e a tentativa de estabelecer uma regra que determina quem sobreviveu ao desastre:

Este texto explora os determinantes da sobrevivência em situações de vida ou morte criadas por um choque externo e não previsto. Nós estamos interessados em verificar se um comportamento social em situações extremas. Nós focalizamos o afundamento do RMS Titanic como um experimento quase-natural para ter evidencia do comportamento que é raro em um evento controle e de ameaça de vida. Os resultados empíricos mostram que normas sociais tais como “mulheres e crianças” sobrevivem em tais ambientes. Nós também observamos que mulheres em idades reprodutivas possuem maior probabilidade de sobrevivência entre as mulheres. Por outro lado, nós observamos que membros da tripulação usam sua vantagem de informação e seu melhor acesso a recursos (isto é, botes de salva-vidas) para gerar uma maior probabilidade de sobrevivência.

Fonte: Marginal Revolution

07 julho 2008

Efeito Propriedade



O efeito propriedade é um dos conceitos mais conhecidos das Finanças Comportamentais. As pessoas valorizam os bens que são de sua propriedade. O experimento mais conhecido é a da proposta de trocar chocolate por café, onde os participantes que receberam uma barra não aceitam a troca mesmo não tendo um gosto especial por chocolate.
O efeito propriedade tem sérios efeitos sobre a avaliação de ativos e ao mercado de troca. No passado já se provou que o efeito também ocorre em macacos (vide aqui). Segundo a The Economist de 19/junho (Mankind’s inner chimpanzee refuses to let go. This matters to everything from economics to law) um estudo recente mostrou como o efeito propriedade age no cérebro

19 março 2008

Efeito propriedade


O efeito propriedade diz respeito a valorizar mais o que é de nossa propriedade. Assim, o dono de um imóvel costuma acreditar que o mesmo vale mais do que o mercado deseja pagar por ele.

Recentemente a Microsof ofertou cerca de 45 bilhões pela Yahoo!. A Yahoo! não deseja ser adquirida pela Microsoft (aqui).

Conforme notícia divulgada no New York Times, a Yahoo! apresentou uma estimativa sobre seu desempenho no futuro muito acima do que seria a projeção dos analistas. Isto faz com que a empresa tenha um valor acima do que seria esperado.

Seria um exemplo de efeito propriedade?