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02 agosto 2012

Meta da Apple não é dinheiro


Durante uma conferência do grupo British Business, que reúne executivos do mundo todo, Sir Jonathan Ive declarou que a Apple está mais comprometida em “criar grandes produtos” do que em ganhar dinheiro.

“Nossa meta não é ganhar dinheiro. Isso pode soar petulante
[Ahn!? Nunca! Ha!], mas é verdade”, disse o chefe de design da empresa. “Nossa meta, e aquilo que nos empolga, é criar grandes produtos. Nós acreditamos que, se tivermos sucesso, as pessoas vão gostar deles, e se formos competentes nas nossas operações, teremos lucro, mas nossa meta é muito clara”.

Levando em conta que o valor estimado da
Apple ultrapassa $550 bilhões (mais de 1 trilhão de reais) e que, atualmente, a empresa está movendo um processo bilionário contra a Samsung, as declarações de Sir Ive devem gerar polêmica.

Crise e foco
Durante sua fala, ele relembrou a época em que entrou para a Apple, em 1992. Era um momento de crise e, segundo ele, de grande aprendizado. “A Apple estava muito perto da falência e da irrelevância, [mas] você aprende muito sobre a vida por meio da morte”, disse.

“Você pensaria que, quando o que há entre você e a falência é dinheiro, seu foco seria ganhar mais dinheiro, mas essa não era a preocupação [de Steve Jobs]“. De acordo com Ive, Jobs concluiu que os produtos da empresa não eram “bons o suficiente”, e que mudar esse quadro poderia evitar o fim da empresa.

Esse alto nível de exigência, curiosamente, quase evitou que o iPhone, um dos produtos mais vendidos da Apple, fosse às lojas. Um dos principais problemas do aparelho era que os usuários poderiam ativar acidentalmente a tela de toque com a orelha enquanto atendiam a uma ligação. Corrigir esta e outras falhas exigiu meses de testes e estudos.

Ive aproveitou para criticar a ideia de que realizar pesquisa de mercado é a chave para o sucesso. “Não fazemos pesquisa de mercado. Não focamos, absolutamente, em grupos. Isso seria uma negação de responsabilidade por parte do designer, e uma busca por política de seguros no caso de algo dar errado”.

Fontes: The Telegraph e HyperScience

2 comentários:

  1. Isso me fez lembrar de uma coluna do Delfin /neto dessa semana.
    http://www1.folha.uol.com.br/colunas/antoniodelfim/1129344-acumulacao.shtml

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  2. Interessantíssimo este post. Mostra o que uma empresa visionária e que sempre busca os melhores resultados em seus produtos é capaz de fazer. O fato de produzir meramente para gerar lucros para a empresa não deveria ser um aspecto relevante, pelo contrário. Por mais que as receitas da Apple sejam exorbitantes e seus produtos relativamente dispendiosos, são itens que aliam tecnologia e design e trazer satisfação para seus consumidores, fato esse que explica o grande volume de pessoas situadas às portas das lojas em busca dos produtos que ainda serão lançados, e só a especulação do lançamento eleva as ações da empresa na bolsa de valores.

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