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28 fevereiro 2017

Gates, Musk e Hawking estão errados

Para o autor do texto, as máquinas não vão eliminar tantos trabalhos como várias pessoas imaginam.






Quincy Larson quotes Bill Gates, Elon Musk and Stephen Hawking as he warns


There’s a rising chorus of concern about how quickly robots are taking away human jobs.

He also cites an Oxford U. study


In 2013, policy makers largely ignored two Oxford economists who suggested that 45% of all US jobs could be automated away within the next 20 years. But today that sounds all but inevitable.

Gates, Musk and Hawking are the smartest humans in the world and I have cited them early and often in my innovation blogs and books. But, no disrespect, but none of them is a full time market watcher. We should take much more detailed studies from Oxford, Gartner (my former employer), McKinsey and other market watchers a bit more seriously.

Unless their studies are flawed.

In researching my recent book, Silicon Collar I found many flaws. Here are a couple in the Oxford study from my book


Nobody appears to have mapped the Oxford report to actual employment trends in the job categories they analyzed. The professors had calculated a high 0.79 “susceptibility to computerisation factor” (with 1.0 being the highest) to heavy truck and tractor-trailer drivers. This, when the U.S. trucking industry says driver shortages could reach as high as 175,000 positions by 2024 (even if the industry adopts autonomous trucks, regulations will likely require a driver as a backup). The professors had assigned an even higher factor of 0.84 to cartographers and photogrammetrists (who deduce measurements from images), which the BLS projects as one of the fastest growing occupations over the next decade. They had assigned a yet higher 0.94 factor to accountants and auditors, whereas hiring at U.S. public accounting firms jumped to reach record levels in 2013–2014.


Similarly, few appear to have asked the Oxford professors whether it is all doom and gloom. What about new jobs from the automation and new digital businesses? J.P. Gownder, an analyst at the research firm Forrester, is one of the few to have analyzed the Oxford work, and he estimated that “new automation will cause a net loss of only 9.1 million U.S. jobs by 2025.” His numbers are well under the roughly 70 million jobs that Frey and Osbourne believe to be in danger of vaporization.

Many of the jobs the Oxford study analyzed require combinations of finger dexterity, crawling capability, visual acumen, social grace, or cognitive and many other human skills. Of course, you can point to individual technologies that can match humans on each skill but show me a systems integrator which has put such a “Frankensoft” machine together for each of the 800 occupations the Bureau of Labor Statistics tracks? And when they do, how long before it matures? (before you answer, check what version of OS you are on after decades of evolution of the PC) And what will it cost to be competitive with a human?

In 2014, Gartner predicted “one in three jobs will be converted to software, robots and smart machines by 2025…New digital businesses require less labor; machines will make sense of data faster than humans can. By 2018, digital business will require 50% fewer business process workers.”

The fact is that Gartner issues hundreds of similar predictions each year and rarely audits them for future accuracy. It usually assigns a probability to them, as an indicator of its confidence in such a prediction, and this statement did not indicate any such hedge.

[...]

You can go back every few decades all the way back to the Luddites and you find similar panic attacks. The Luddites, of course, had the ultimate panic attack. They were bands of English workers in the 1810s who destroyed newly introduced machinery, especially in cotton and woolen mills, fearing their jobs would be lost.

Studying the history of automation allows you to calmly assess what I call in this article “circuit breakers” that slow down societal adoption of automation

Agriculture has gradually been automated for centuries and we are still not done as we enter a phase of “precision agriculture” where GPS, drones and other technology allow for highly customized farm care. Ditto with manufacturing where we are moving to a new stage of robotics, wearables, 3D printing and other technology which is allowing cities like Greenville, SC to be reborn from a textile mill town to one which makes BMW SUVs for the world.

UPC scanners which started showing up in grocery stores in the 1970s have decades later not killed checkout clerk jobs. ATM machines and mobile banking have still not killed teller jobs (you may be shocked to hear we still have 90,000 bank branches with human employees in the US, and many times that around the world) Email and e-commerce may have reduced the demand for the delivery of letters, but they have not killed off the U.S. Postal Service. In fact, e-commerce has created an entirely new category of postal jobs related to delivering items ordered online. The robots at the mail marketing company Valpak and those at the distribution centers of Amazon and other companies help keep more than 600,000 postal employees busy.

[...]

Fonte: aqui

Fnac: operações descontinuadas

A Fnac publicou o seu relatório anual nesta terça-feira e informou que deixará o Brasil. A subsidiária brasileira foi classificada como operação descontinuada:

"La filiale brésilienne a été classée en activités non poursuivies (IFRS 5), le Groupe ayant entamé un processus actif de recherche de partenaire pouvant mener à un désengagement de ce pays."

Saiu no Valor:

A companhia apresentou a linha final do balanço zerada em 2016, ante um lucro consolidado de 48 milhões de euros (R$ 157,2 milhões) em 2015, com os resultados daquele ano já ajustados para a reclassificação do Brasil como operação descontinuada. O lucro das operações continuadas da Fnac Darty somou 22 milhões de euros em 2016, enquanto as operações descontinuadas registraram prejuízo idêntico, de 22 milhões de euros, levando ao resultado final nulo no ano passado. Desconsideradas despesas com a aquisição da Darty, a companhia calcula que o lucro das suas operações continuadas seria de 74 milhões de euros, alta de 37% na comparação anual.

As receitas da empresa somaram 5,37 bilhões de euros em 2016, uma alta de 43,6% em relação a 2015, também considerada a base ajustada. Em base pró-forma, que considera o efeito da consolidação da Darty a partir de janeiro de 2015, as receitas cresceram 1,9%, segundo a companhia.



Regulamentação na Telefonia

Estudamos como fatores políticos moldam a concorrência no setor de telecomunicações móveis. Mostramos que a forma como um governo concebe as regras do jogo tem um impacto sobre a concentração, a concorrência e os preços. A regulamentação favorável à concorrência reduz os preços, mas não prejudica a qualidade dos serviços ou dos investimentos. Governos mais democráticos tendem a projetar regras mais competitivas, enquanto que países com empresas com ligações políticas são capazes de distorcer as regras em seu favor, restringindo a concorrência. A intervenção governamental tem grandes efeitos redistributivos: os consumidores norte-americanos ganhariam US $ 65 bilhões por ano se os preços dos serviços móveis dos EUA estivessem em linha com os alemães e US $ 44 bilhões se estivessem em linha com os dinamarqueses.

Political Determinants of Competition in the Mobile Telecommunication Industry - Mara Faccio, Luigi Zingales

Superávit do setor público

O setor público apresentou no mês de janeiro de 2017 um superávit de 37 bilhões de reais. Trata-se do melhor resultado desde 2002. Em janeiro do ano passado o governo tinha obtido um superávit de 28 bilhões. O resultado foi possível graças ao superávit do governo central.

O resultado positivo já era esperado, mas o valor foi acima do previsto. Em dezembro, o déficit tinha ficado em 71 bilhões, enquanto novembro foi de 39 bilhões. Além disto, o ano de 2018 é um ano eleitoral, quando existe um relaxamento nas despesas.

Links

O erro no Oscar ameaça a reputação da Price (que faz este trabalho há 83 anos).  Erro Tipo I ou II? 

E o funcionário da PwC usou as redes sociais antes do erro

Sempre teremos Casablanca


O poder do xadrez: ensinando o jogo numa prisão da Itália

Os Simpsons e o xadrez

Rir é o melhor remédio


27 fevereiro 2017

Links

Referencial de Combate a Fraude e Corrupção na área pública

The Economist: previdência brasileira é generosidade geriátrica

Trump e a nova SEC

Estado do Rio de Janeiro descumpre a LRF, não evidencia suas contas e informa caixa de menos 10 bilhões

O outro erro do Oscar 

Desempenho das empresas em 2016


Mais de uma centena de empresas de capital aberto já evidenciaram suas demonstrações contábeis. Isto corresponde a quase um sexto do total, mas já é possível ter uma visão dos efeitos da crise política e econômica nos resultados.

Usando estas informações, fizemos uma medida bem simples de desempenho das empresas. Comparamos o valor de um exercício com o anterior para verificar se foi maior ou não. Usamos o ativo total, patrimônio líquido, receita e lucro líquido. Esta forma de medir desempenho talvez não seja sofisticada, mas indica se na maioria das empresas ocorreu um aumento ou redução nos valores dos quatro itens das demonstrações contábeis. Outro aspecto é que cada empresa tem o mesmo peso. Assim, se um Banco do Brasil teve um aumento no lucro, o peso será o mesmo de uma entidade de menor porte. Finalmente, usamos quatro medidas razoavelmente comuns entre as empresas, independente do setor, e que geralmente não são manipuladas.

Existem vantagens e desvantagens nesta escolha, mas acreditamos que a medida reflita razoavelmente bem o que foi o ano de 2016 para as empresas. Não entram as empresas que não divulgaram as informações em algum dos anos ou tiveram zero em algumas das medidas. A medida que obtivemos na sexta incluía 103 empresas. Quando comparamos o ativo destas empresas em 31 de dezembro de 2016 com 31 de dezembro de 2015 verificamos que 60 empresas apresentaram crescimento no total do ativo, o que representa 58% do total. Ou 42% das empresas reduziram seu ativo. No ano anterior, o percentual de crescimento de ativo foi de 84% e em 2014, em relação a 2013, foi 73%.

O ano de 2016 mostrou, até agora, uma melhoria no capital próprio. Quase dois terços ou 64% das empresas aumentaram o patrimônio líquido, bem melhor que 58% do ano anterior, mas inferior aso 67%. Já a receita piorou nos últimos anos; enquanto 73% das empresas aumentaram suas receitas em 2014, este percentual diminuiu para 67% em 2015 e 53% em 2015. O resultado líquido melhorou: em 2015, somente 41% tiveram lucro líquido; no ano passado 56% tiveram lucro.

Assim, parece que a redução na receita foi acompanhada por um enxugamento dos ativos e melhoria na participação do capital próprio e no resultado líquido.

PwC pede desculpas pelo fiasco no Oscar

O monólogo inicial e a apresentação dos auditores são alguns dos meus momentos favoritos em qualquer premiação. Nenhuma foi melhor que a do Emmy com a participação do The Big Bang Theory em 2012 (leia postagem aqui). A de 2013 com a participação do Bob Newhart também foi bem legal. Em um mundo cheio de glamour e riqueza, lá estão os contadores para garantir que tudo saia bem na votação e divulgação dos resultados.

Ontem houve a apresentação do Oscar. Em um dos momentos mais esperados da noite - a apresentação do melhor filme, foi anunciada a vitória para La La Land quando, na verdade, o vencedor foi Moonlight. Houve um problema com os envelopes.

A equipe responsável pelo Oscar não emitiu nenhuma declaração. A PwC, por sua vez, emitiu um pedido de desculpas e afirmou que irá investigar o erro.

Quem será a próxima equipe de auditoria contratada pela Academia? Evidentemente cabeças irão rolar e acredito que a da PwC será a principal. E agora não apenas os viciados em contabilidade ficarão de olho na apresentação da equipe de auditoria responsável pelos envelopes...

O vídeo da PwC publicado em 20 de fevereiro sobre a sua participação do Oscar, inicialmente muito interessante, agora deveria estar no Rir É O Melhor Remédio... 

Agradeço à Flavia Carvalho pelo envio do link da reportagem no The Guardian, que escreveu: PwC, uma das empresas de contabilidade mais conhecidas do mundo, supervisionou a contagem dos votos e os anúncios na maioria das premiações da Academia. Os auditores esperam nas alas durante a cerimônia e passam os resultados aos apresentadores. A humilhante falha no sistema que deveria ser à prova de erros, checado e duplamente checado repetidamente, não poderia ser mais pública – assistida por todas as estrelas de Hollywood e milhões de pessoas pelo mundo televisivo.

25 fevereiro 2017

Naturalmente errado

A leitura das demonstrações contábeis pode proporcionar ao analista algumas surpresas interessantes. Algumas empresas são cuidadosas e capricham em produzir informações uteis e relevantes. Em alguns casos, aprendemos bastantes com demonstrações típicas de certos setores. E em menor escala, encontramos problemas.

Mas quando encontramos problemas em empresas que são consideradas referências na sua contabilidade...

Vejam, a seguir a demonstração do resultado de uma delas, a Natura.

A Natura é uma das empresas mais inovadoras na sua contabilidade. No seu relatório referente ao exercício findo de 31 de dezembro de 2016 a empresa apresentou uma correspondência dos fundadores, uma mensagem do conselho executivo e a informação que a empresa aplica, de forma voluntária, as normas do International Integrated Reporting Council (IIRC) nos relatórios. É realmente impressionante a qualidade das informações. Mas será que é mesmo?

O título deste texto já induz algo: naturalmente errado. Volte agora a demonstração do resultado. Há algo incomodo na informação apresentada e que pode passar desapercebido de uma análise. Tome a linha de “despesas com vendas, marketing e logística” e as três linhas seguidas. Observe agora as duas últimas colunas. Os valores são iguais. Quais as chances de isto ocorrer? Muito próximo de zero. Provavelmente a empresa usou o Control C e Control V para digitar a demonstração do resultado.

A forma de comprovar isto é verificar se o valor do lucro operacional antes do resultado financeiro está correto. Ou seja,

Lucro Operacional Antes do Resultado Financeiro = Lucro Bruto – Despesas com Vendas, Marketing e Logística – Despesas Administrativas – Resultado da equivalência patrimonial + Outras receitas operacionais líquidas

Se o resultado estiver correto talvez seja realmente uma coincidência os valores serem iguais nos dois anos.

Em 2016:
1.082.868 = 5.465.705 - 3.110.169 – 1.327.093 + 54425

Em 2015
1.256.769 = 5.483.012 - 3.110.169 – 1.327.093 + 54425 (o que não é verdade)

Errado. Naturalmente errado.

Fato da Semana: Bankia

Fato: Executivos do Bankia condenados na Espanha

Data: 23 de fevereiro

Contextualização
Após a crise de 2008, as autoridades espanholas decidiram criar um banco a partir da junção de diversas instituições municipais, sob a liderança da Caja de Madrid. O Bankia nasceu com problemas e existia claramente uma recomendação da área técnica para não fazer esta operação. Os reguladores não somente ignoraram a recomendação, como usaram muito dinheiro público na operação. Estão sendo processados por isto.

Um jornal espanhol descobriu que alguns executivos do Bankia e da Caja de Madrid usaram de maneira inapropriada cartões de créditos corporativos. O que fez a justiça espanhola? Resolveu esquecer a denúncia e concentrar no forma como a informação foi obtida.

O Bankia começou uma investigação interna e descobriu que realmente existiu problemas na utilização dos cartões. Levou o caso para a justiça, que desta vez condenou os executivos. Entre eles, o ex-diretor-geral do FMI, de sobrenome Rato.

Relevância
A condenação de executivos será sempre relevante para melhorar os controles internos e permitir que os pesquisadores estudem melhor a relação principal-agente. A inclusão do ex-diretor-geral do FMI indica que burocratas poderosos devem responder pela utilização do patrimônio da entidade que paga o seu salário.

Notícia boa para contabilidade?
Sim. Podemos aperfeiçoar os sistemas de controles internos. Além disto, é agradável saber que os problemas de abuso de autoridade existem também em países desenvolvidos.

Desdobramentos
Os acusados afirmaram que estavam sendo tratados desta forma em razão de outra investigação - sobre um esportista, casado com alguém da família real espanhola. No caso, a ira da justiça era para compensar a futura absolvição do queridinho do ex-rei Juan Carlos. Pode ser verdade.

Mas a semana só teve isto?
Semana com muitos acontecimentos: a morte de Kenneth Arrow, o anúncio que a Vale pode ser uma empresa sem controle definido e as demonstrações contábeis foram outras notícias da semana.