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21 agosto 2012

Rir é o melhor remédio




Arte na rua

Conselho e o poder de polícia

Os Conselhos Regionais de Contabilidade tem poder de polícia para requisitar informações e documentos com o propósito de verificar a regularidade do exercício da atividade contábil pelos contadores. Além do mais, os documentos e livros da contabilidade da empresa não estão protegidos por nenhum tipo de sigilo e são, inclusive, de apresentação obrigatória por ocasião das atividades de fiscalização.

Com este entendimento, a 6ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região derrubou Mandado de Segurança que desobrigava um escritório de Londrina, no norte paranaense, a apresentar livros e documentos contábeis ao Conselho Regional de Contabilidade do Paraná.

O relator do recurso levado à corte pela autarquia federal paranaense, desembargador federal Luís Alberto D'Azevedo Aurvalle, tomou sua decisão com base nas disposições dos artigos 10 e 25 do Decreto-Lei 9.295/1946, que atribui aos CRCs a fiscalização do exercício da atividade contábil.


Fonte: Conjur, via Alexandre Alcantara. Veja aqui

Crise de 1982


A mãe de todas as crises do Brasil
Autor(es): Por Claudia Safatle De Brasília
Valor Econômico - 10/08/2012

Sexta feira, 13 de agosto de 1982. Na tarde seca de Brasília, o chefe do departamento de operações das reservas internacionais do Banco Central (BC), Carlos Eduardo de Freitas, recebeu um telex de uma agência internacional com a notícia de que o governo do México acabava de decretar a moratória da dívida externa. Com o papel na mão, ele subiu às pressas para a sala do diretor da área internacional do BC, José Carlos Madeira Serrano, abriu a porta e soltou um palavrão: "F...!" O diretor leu o telex e disparou: "PQP! Tenho que avisar o Galvêas!"

A dramaticidade do evento justificava o vocabulário: há 30 anos, o Brasil quebrou. Começou ali a longa e terrível crise da dívida, a "década perdida", o fim do modelo de crescimento vigoroso do país, sustentado no endividamento externo e na substituição de importações. A mãe de todas as crises que o Brasil veio a viver depois. Algo só comparável à agonia dos países da zona do euro hoje.

A moratória mexicana, precedida da Guerra das Malvinas (disputa entre a Argentina e a Inglaterra pelas ilhas Malvinas), contaminou todos os países endividados. O governo brasileiro, no entanto, acreditou que ainda seria possível evitar o desastre. O ministro da Fazenda, Ernane Galvêas, seguiu em setembro para a reunião do Fundo Monetário Internacional (FMI), em Toronto, no Canadá, confiante em que o Fundo decidiria criar uma linha de financiamento emergencial que estava em discussão, de US$ 25 bilhões, e que poderia chegar a US$ 100 bilhões, para socorrer os países afetados pelo endividamento.

A reunião de Toronto foi um fiasco. Nem o FMI nem os bancos privados nem os governos avançaram na construção de saída alguma.

Galvêas só ficou sabendo naquela reunião que o Brasil "era a bola da vez", que quebraria. "Não tínhamos ideia da repercussão da moratória do México. A Polônia já estava em moratória, a Argentina também. Estávamos sentindo os problemas, mas não tínhamos a extensão do prejuízo. Foi quando o Edmond Safra [o banqueiro, morto em 1999] me falou: "Galvêas, você vai levar um tranco pra valer. Se previna, porque os bancos não vão mais lhe dar dinheiro" ".

O clima havia mudado radicalmente. O Brasil não seria mais aquele país que crescia a taxas de "milagre" econômico. O diretor do BC, Serrano, após a reunião de Toronto, comentou com Freitas: "Há um ou dois ano éramos cortejados. Agora somos evitados. A gente chega numa rodinha, num coquetel, e a rodinha se desfaz".

Galvêas saiu à procura dos banqueiros, mas não conseguiu sequer saber se eles estavam no Canadá. Cancelou viagem que faria à Suécia e pegou a mala para Nova York. Lá também ficou a ver navios. Não obteve sucesso na busca dos dirigentes dos principais bancos credores e retornou a Brasília.

A crise, que começou em agosto e evoluiu para o "Setembro Negro" - em referência à desastrosa reunião do FMI/Banco Mundial de Toronto - levou à bancarrota os países da América Latina, do Norte da África e do Leste Europeu. Ou seja, todos que se aproveitaram da enorme liquidez dos petrodólares (gerada pelo aumento de preços do petróleo em 1973) para tomar empréstimos a juros baixos, porém flutuantes, no mercado financeiro internacional e financiar o desenvolvimento.

Só então Galveas relatou o tamanho da encrenca ao presidente da República, general João Batista Figueiredo. Hoje, aos 90 anos, ele rememora a reação do último presidente da era militar: "PQP! E o filho da p... do Geisel me botou aqui por seis anos!" Antes, o ex-ministro explicou: "O Figueiredo gostava de falar palavrões".

O prenúncio do colapso vinha de antes, de 1979, quando houve uma nova rodada de aumento de preços do petróleo - a cotação média do barril/FOB saiu de US$ 12,44 para US$ 34,43 entre 1978 e 1981 - e um salto nos juros internacionais, que subiram de uma média anual de 7,5% em 1977 para 20,18% em 1980.

O baque no balanço de pagamentos do país foi brutal. Os gastos com as importações de petróleo mais do que duplicaram, de US$ 4,1 bilhões em 1978 para US$ 10,6 bilhões em 1981. A conta de juros saiu de US$ 3,3 bilhões em 1978 para US$ 10,3 bilhões em 1981. O déficit em transações correntes subiu de US$ 11,4 bilhões em 1981 para US$ 16,3 bilhões em 1982, equivalentes a 6% do PIB. E a dívida externa brasileira, quase toda contratada a taxas de juros flutuantes, passou de US$ 43,5 bilhões em 1978 para US$ 61,4 bilhões em 1981, US$ 70,2 bilhões em 1982 e US$ 81,3 bilhões em 1983.

Isso ocorreu justamente quando estavam a meio caminho grandes investimentos, financiados com empréstimos internacionais. O governo do general Ernesto Geisel havia optado pelo crescimento com endividamento externo, para enfrentar a primeira onda de choques do petróleo, em 1973. Aquela foi uma decisão polêmica, cuja fatura caiu no colo de Figueiredo, ao mesmo tempo em que ele cumpria o cronograma da abertura democrática que entregaria a Presidência da República a um civil.

A mega-hidrelétrica de Itaipu estava em construção com financiamento externo. O general Costa Cavalcanti, diretor-geral da usina, fazia e refazia os cálculos: com juros que para aquele financiamento já superavam 24% ao ano, ela ficava inviável.

"Ficou muito pesado, realmente", comentou Galvêas. "Teve ano em que pagamos em petróleo e juros mais do que o total das exportações. Não sobrava um tostão para mais nada."

Ao mesmo tempo, a inflação galopava: havia sido de 110,2% em 1980, de 95,2% em 1981 e 99,7% em 1982. Em 1980, o então ministro do Planejamento, Delfim Netto, prefixou a correção monetária e cambial em 50%, numa tentativa malsucedida de administrar as expectativas inflacionárias.

Informado da falência do país, Figueiredo convocou uma reunião do gabinete, a pedido do ministro da Fazenda. Foram chamados os ministros militares e os da área econômica. O presidente tomou uma decisão política. Era preciso recorrer ao FMI para que este avalizasse, com um acordo, a renegociação da dívida com os bancos credores privados. Mas isso só seria anunciado depois das eleições de novembro de 1982, as primeiras diretas para governadores e para o Congresso no regime militar. Recorrer ao FMI era visto como algo danoso demais para a soberania do país.

Galvêas relembra: "Nessa reunião, eu disse: "Estamos muito mal. Estamos quebrados e não temos saída. Temos que desvalorizar o câmbio e suspender os pagamentos"". Para não fazer a mera suspensão dos pagamentos do serviço da dívida, o governo tentou montar uma operação de crédito com Tony Gebauer, do J. P. Morgan, e com Bill Rhodes, do Citibank, mas muitos bancos não desembolsaram os recursos.

Ainda na reunião do gabinete, Galvêas prosseguiu explicando: "Vamos ter que raspar tudo que tivermos. Precisamos importar petróleo, precisamos pagar os diplomatas, tem dívida, tem os juros. Vou negociar com o FMI e com os bancos, mas vamos ter que raspar tudo e até vender ouro".

Após essa comunicação, durante uma audiência para despachos com Galvêas, Figueiredo desabafou: "Largaram os Quatro Ccavaleiros do Apocalipse em cima do meu governo! Eu não mereço isso! Só falta uma praga de gafanhotos!" Galvêas respondeu: "Calma, presidente, a gente vai dar um jeito". O ex-ministro recorda que saiu do Palácio do Planalto, entrou no carro para voltar ao Ministério da Fazenda. "Perguntei ao Maurício, que era meu chofer, se ele tinha um jornal para eu ler. Ele era de Mato Grosso e me deu um jornal de Cuiabá, cuja manchete era algo assim: "Nuvens de gafanhotos da Bolívia invadem o Mato Grosso". Eu disse: "Maurício, vamos voltar ao palácio". Galvêas retornou à sala de Figueiredo e falou: "Presidente, não falta mais nada. O senhor queria uma praga de gafanhotos e ela está aqui". Figueiredo riu.

O pesadelo de Figueiredo começou em 1979, quando o presidente do Federal Reserve, Paul Volcker, deixou a reunião do FMI em Belgrado (ex-Iugoslávia), voltou para os Estados Unidos e deu uma pancada na taxa de juros para conter a inflação americana. Alí o governo viu que a situação do Brasil era periclitante.

Tão logo assumiu, em março de 1979, Figueiredo foi alertado pelo ministro do Planejamento, Mário Henrique Simonsen, de que o país estava à beira da bancarrota; poderia entrar em colapso cambial a qualquer momento. Bastava os bancos internacionais travarem o crédito. Simonsen teria apresentado um duro plano de ajuste a Figueiredo, que não o aprovou, levando o ministro a se demitir.

Delfim Netto conta que, quando foi convidado a deixar a pasta da Agricultura e assumir o comando da economia, em agosto de 1979, em substituição a Simonsen, disse ao presidente da República: "O senhor sabe que o Brasil está quebrado, não é?". Figueiredo teria dito, segundo seu relato: "É, sei. O Geisel fez o pinto botar um ovo de avestruz. Agora vai lá e costura".

Ainda nesse mesmo ano, os bancos credores provocaram um sobressalto no governo ao frear os empréstimos externos ao país. Galvêas teve que negociar um empréstimo-jumbo de US$ 1,2 bilhão durante a reunião do FMI, destinado ao Proálcool. No fim de 1979, o governo fez uma maxidesvalorização do cruzeiro (a moeda da época) de 30%. Desacompanhada de uma política monetária restritiva, essa depreciação se perdeu.

No início de 1980, havia sinais de que a Polônia quebraria, assim como outros países do Leste Europeu. "Eu era chefe de gabinete da diretoria da área externa do Banco Central e conseguimos travar todo o dinheiro novo de financiamento a exportações para a Polônia, que quebraria em 1981", conta Freitas. Ficaram as "polonetas", que só foram quitadas anos depois.

Vivia-se aos solavancos. O mercado financeiro internacional se retraiu, secando os créditos para o Brasil. No Banco Central, pedalava-se uma bicicleta todos os dias e o dia todo. Se a Petrobras tinha uma linha de crédito externo, o BC pegava emprestado. Se havia moeda estrangeira no Banco do Brasil (BB) ou no Eurobras, era lá que Freitas passava o chapéu. "Usamos as linhas de financiamentos da Petrobras, do BB, mas ainda havia alguma captação."

Responsável pelos pagamentos externos e vendo as dificuldades que se avizinhavam, no fim de 1980, Freitas preparou uma nota técnica para a diretoria do BC sobre como atravessar o ano de 1981. "Aí comecei a ser objeto de gozação. Abria a porta do gabinete do Serrano e era enxotado: "Lá vem o urubu", ele dizia."

"Em abril de 1981, a coisa já estava muito ruim. Fiquei em cima do Serrano para que ele fizesse uma linha direta minha com o Eduardo de Castro Neiva, vice-presidente da área externa do BB. Se eu ficasse sem um tostão o BB tinha caixa lá fora. Naquela época, não havia celular, bip nem fax. Era telex. Mostrávamos que o mundo ia acabar, mas o Serrano não me dava bola. Na antevéspera de embarcar para a Europa, ele falou com o Neiva e tudo mais, mas acabou entrando dinheiro."

Em julho de 1981 o país teve o primeiro "AVC". As reservas em moeda estrangeira simplesmente acabaram. Não havia mais dinheiro para dar cobertura cambial. "Fui para a sala do Serrano com minha adjunta, a Ledir de Paula Reis. Ao ouvir que estávamos a zero e percebendo que não tinha me dado ouvidos, ele me deu uma bronca monumental. Dessa vez eu perdi o controle. Ele pediu para a Ledir sair. Eu disse: "Estou te falando há um ano e agora você vem me dizer "ninguém me avisa nada!" Ele era temperamental, mas extremamente bondoso."

Até o início da Guerra das Malvinas, em maio de 1982, o país continuou captando recursos no mercado internacional, mas essas captações eram menores do que os recursos necessários para rolar a dívida.

"Eu manobrava as reservas cambias. Aplicava parte das reservas no Banco do Brasil. Pegava as linhas de crédito que o BB captava no exterior, depositava nele mesmo e girava o dinheiro com velocidade. Como era o conceito de reserva bruta, ela aumentava. Não podíamos deixar transparecer ao mundo que estávamos quebrados. Mas eu não podia sacar tudo do Banco do Brasil. Ele não aguentaria, não fecharia a compensação", contou Freitas.

O Banco do Brasil, no entanto, também começou a ter problemas com o início da guerra. "Aí fizemos um sistema de caixa único com o BB: o que é meu é seu e o que é seu é meu. Se eu tinha dinheiro, passava pra ele. Se ele tinha, passava pra mim. Todo dia eu fechava meu caixa junto com o Antonio Machado de Macedo, que era diretor das agências externas do BB. Eu ficava discutindo com o Macedo, queria o dinheiro dele. Ele dizia que não tinha, que ia quebrar."

Entre junho e julho de 1982, houve uma corrida para os depósitos interbancários dos bancos brasileiros no exterior - sobretudo, os oficiais Banco do Brasil e Banespa. Os bancos brasileiros captavam no mercado externo com prazo de 180 dias e emprestavam para o Brasil a 8 anos. Era uma forma de a instituição estrangeira emprestar para o Brasil, mas constando como sendo risco Estados Unidos.

Nesse momento, já no início do segundo semestre, o governo brasileiro tentou, sem muito sucesso, montar uma operação de financiamento com os principais bancos credores - J.P. Morgan, Citibank. Chemical Bank, Bank of America, Bankers Trust, com o inglês Lloyds Bank.

Amigo de Jesuz Herzog, ministro das Finanças do México, com quem estudou nos anos 1950, Galvêas mantinha estreito contato com ele. "Eu falava com o Herzog todos os dias e ele me dizia: "Vocês se preparem aí, que nós estamos em grandes dificuldades. Falei com o Bill Rodhes e ele recomendou: "Não façam moratória de jeito nenhum, vamos arranjar um jeito, entra no Fundo Monetário" ". Quando decidiu pela moratória, porém, Herzog não avisou Galvêas.

O FMI acompanhava de perto toda essa situação. No início de julho, quando uma missão técnica do Fundo preparava sua vinda ao Brasil, o vice-diretor gerente do FMI, William Dale, num "briefing paper", salientou que o prognóstico para o Brasil começava a ficar "sinistro". Mas, para tudo o que se fosse fazer, era preciso esperar as eleições de novembro.

A ordem do governo para o Banco Central era não demonstrar fragilidade. Os funcionários da casa saiam pelo mundo para descontar papéis e trazer moeda estrangeira. Numa dessas viagens, o chefe do departamento jurídico do BC, Diógenes Setti Sobreira, foi para Chicago para, junto ao First Chicago, descontar um título da Cacex (Carteira de Comércio Exterior do BB). Não conseguiu.

Telefonou para o chefe do departamento de operações de reservas internacionais, que contava com aquele dinheiro para fazer pagamentos, e contou que não havia conseguido. "Eu disse: "Sobreira, você tem que fazer"", contou Freitas. Ele retrucou: "Carlos, agora só se eu assaltar o banco". Eram papéis que não faziam sucesso algum. Por exemplo, um financiamento à exportação da Embraer para a América Central, para a África. "Naquela época, tinhamos que mostrar que aquele negócio que nós produzíamos voava", lembrou Freitas.

À mingua e a espera das eleições, o governo contava com dinheiro de empréstimos-ponte dos bancos, que não vinham. O Lloyds Bank - o maior credor fora dos Estados Unidos - dizia às autoridades americanas que ajudaria, mas só quando o Brasil tivesse um acordo com o FMI. O Citibank - o maior credor do país - ameaçava pular fora, retirar todos os seus recursos do Brasil.

Anthony Solomon, presidente do Federal Reserve de Nova York, chamou os principais banqueiros para uma reunião em seu apartamento na Park Avenue, em Manhattan. Lá estavam Paul Volcker, presidente do Fed, Lewis Preston e Tony Gebauer, do Morgan Guaranty, Walter Wriston e William Rhodes, do Citi, Beryl Sprinkel, do Tesouro, e Jacques de Larosière, diretor-gerente do FMI. Segundo documento do FMI, o governo americano começou a agir porque temia que uma ação precipitada e caótica dos bancos privados desencadeasse uma crise sistêmica. Os banqueiros foram aconselhados a participar de um "advisory committee", para tentar estabilizar os fluxos de recursos para o Brasil.

Passadas as eleições - em que a oposição teve um desempenho espetacular - o governo anunciou oficialmente que negociaria um acordo com o FMI. Ao mesmo tempo, buscava um empréstimo de curto prazo com os bancos privados credores, de US$ 2,4 bilhões. Os banqueiros ainda estavam relutantes.

Em outubro e novembro daquele ano, o Tesouro americano fez, secretamente, um adiantamento de US$ 1,25 bilhão ao Brasil. Em dezembro, foram mais US$ 250 milhões. O governo americano tomou a frente e também convenceu o Banco de Compensações Internacionais (BIS) a comparecer com US$ 1,2 bilhão, a título de empréstimo-ponte, até que se concluísse as negociações com o FMI e este liberasse o empréstimo. Em 12 de dezembro, o Banco do Brasil em Nova York não conseguiu fechar a compensação. Faltaram US$ 50 milhões. Foi uma correria, para juntar os dólares rateados entre o Citibank, o Morgan e o Bankers Trust.

"Me lembro que, um dia, liguei para o Orlando Galvão, que era o chefe da área financeira da Petrobras, e comecei com a conversa de "cash flow" ", relatou Freitas. "Disse a ele que essa época do ano era a pior para mim, por que não sei o quê... E ele falou: "Carlos Eduardo, para. A pior fase pra você é o ano todo". Essa frase ficou na minha cabeça."

A negociação de um acordo com o FMI (uma "extended fund facility") era a premissa que abriria as portas para um pacote de socorro financeiro de cerca de US$ 12,7 bilhões, em 1983.

No dia 6 de janeiro daquele ano, Galvêas e Carlos Geraldo Langoni, presidente do Banco Central, assinaram a carta de intenção em que se requeria, formalmente, o apoio do FMI a um programa de ajustes. Para o governo brasileiro, a principal meta era aumentar o superávit comercial de menos de US$ 1 bilhão em 1982 para US$ 6 bilhões em 1983. O FMI queria o compromisso do governo de reduzir a inflação de 100% em 1982 para 70% em 1983 e para 40% em 1984; a redução do déficit público de 14% do PIB em 1982 para 8% do PIB em 83; corte dos subsídios; aumento da taxa de juros e desindexação dos salários para controlar a inflação.

O centro das preocupações do governo era o balanço de pagamentos. A inflação, em 1982, medida pelo IGP-DI, fechou em 99,7%. Com o sistema de indexação geral, o FMI não via como combater a inflação e insistia no corte do regime de correção para os salários. Diante da pressão, o governo editou, em meados de 1983, o decreto 2.045, limitando a indexação salarial a 80% da inflação.

Para acompanhar o debate da política salarial no Congresso, o FMI quis enviar um representante que moraria em Brasília. O governo não aceitou a ideia, por que daria mais munição à oposição, já vitoriosa nas eleições de 1982.

Era preciso desvalorizar o cruzeiro novamente, para equilibrar as contas do balanço de pagamentos, mas foi uma peleja arrancar a maxidesvalorização de 30% do presidente Figueiredo. Galvêas disse: "O Figueiredo não queria fazer a desvalorização, porque ia aumentar o preço do trigo. O Delfim defendia só 10%, que era o máximo que o Figueiredo aceitava. Pedi ao Delfim para termos um encontro no Rio, durante a semana, e chamei o Serrano. Tínhamos que fazer alguma coisa. A reunião foi no gabinete do Delfim. Ele me disse que já tinha falado com o Figueiredo e que ele não aceitava a maxidesvalorização de 30%. Eu insisti que tinha que ser 30%, que só 10% não daria um choque pra valer".

Em 1979, quando Paul Volcker elevou os juros para conter a inflação, já se sabia no governo que a situação do Brasil era periclitante

No sábado, Galvêas teve um encontro com o presidente, na Granja do Torto, em Brasília, e argumentou: "Presidente, não tem saída". Figueiredo reagiu:

- Você e o Delfim só fazem coisas pra arrasar com o meu governo!

-Nós vamos juntos, presidente. Vamos juntos, respondeu o ministro.

Segundo Galvêas, Figueiredo acabou concordando: "Você e o Delfim decidem".

Em fevereiro de 1983, houve a desvalorização de 30% do cruzeiro. "Você vai ver pelas estatísticas como é desesperador reduzir as importações à metade, de US$ 22 bi para US$ 10 bi. É um negócio trágico", comentou o ex-ministro da Fazenda.

O acordo com o FMI já estava assinado quando foi decretada a maxidesvalorização. O Fundo não foi informado da decisão e o acordo, recém-celebrado, já não valia nada. O ex-ministro do Planejamento, Delfim Netto, explicou ao Valor: "Eu não avisaria sobre o que faríamos com o câmbio porque o Fundo avisaria os outros. Eles são especuladores. Compram papéis".

Em 1983, a inflação chegou a 211%, fazendo descarrilar as demais metas acertadas com o FMI. Foram muitas idas e vindas para renegociar o acordo firmado em fevereiro. Com os bancos, as conversas prosseguiam.

"Assinamos o acordo com o FMI e com os bancos credores, envolvendo apenas as amortizações da dívida externa vincenda em 1983. Esse acordo não resolvia nada, porque não tinha dinheiro novo", comentou Freitas.

Exatamente quando as autoridades da área econômica do governo estavam em Washington, para assinar formalmente a carta de intenção com o Fundo, em fevereiro de 1983, as reservas cambiais secaram e o BC teve que atrasar os pagamentos externos. Eram pagamentos de importação e de linhas de crédito. Não havia mais crédito para ninguém. Nem para o BB nem para o Banespa em Nova York.

Era preciso organizar uma fila de pagamentos externos. À medida que fossem entrando recursos, o BC faria os desembolsos para os credores internacionais. Foi feita, então, a centralização do câmbio, instituída pela resolução 851, de 29 de junho de 1983. As dívidas que as empresas privadas tinham no exterior foram "estatizadas". Elas pagavam ao BC e este só fazia as remessas aos credores se tivesse moeda estrangeira. "Estávamos em uma moratória branca", admitiu Galvêas

Os bancos credores criaram o "liaison committee" (comitê de ligação), que faria o elo com os 650 bancos credores do país. Esse comitê marcou um encontro em Londres para discutir a crise brasileira. Era preciso que uma autoridade do governo comparecesse. Delfim Netto não poderia ir. Galvêas também não iria. Langoni, presidente do BC, não podia comparecer, nem o diretor Serrano.

"Fomos eu, o Alberto Furuguem, chefe do departamento econômico do BC, Hélio Rebello, também do BC, e um diretor da Cacex. Passamos em Nova York para fazer um ensaio geral da exposição ao Citibank e ao Morgan. Éramos o terceiro time", contou Freitas.

Na sala de convenções do Hotel Dorchester, em Londres, Freitas apresentou uma projeção realista do balanço de pagamentos e mostrou a premente necessidade de dinheiro novo. Aquela missão ganhou uma crônica divertida de Carlos Eduardo Novaes, com o título "Os Irmãos Máxis", que Freitas guarda até hoje.

"Me lembro que um banqueiro me disse: "Olha, o que o senhor nos disse hoje não é agradável de se ouvir. Mas é melhor termos a dimensão clara do problema, que faça sentido, para não acharmos que é muito pior" ".

Faltava, porém, uma organização melhor dos bancos credores. Como estava, o processo não evoluia. O presidente do Banco Central da Inglaterra, Gordon Richardson, sugeriu que Bill Rhodes, do Citibank e velho conhecido do governo brasileiro, coordenasse um novo grupo, o "advisory committe" (comitê assessor) que assumiria as rédeas das negociações com o Brasil até o fim. No dia 15 de junho de 1983, esse comitê fez sua primeira reunião em Nova York.

O presidente Figueiredo: "Largaram os Quatro Cavaleiros do Apocalipse em cima do meu governo! Eu não mereço isso!", bradou, quando Galvêas lhe disse que era preciso "raspar tudo e até vender ouro"

Enquanto isso, Delfim Netto foi a Paris conversar com De Larosière. Disse ao diretor-gerente do FMI que, além dos recursos do Fundo, o Brasil precisava de mais US$ 9 bilhões para fechar as contas do balanço de pagamentos naquele ano. De Larosière falou com Bill Rhodes, que avisou: os bancos privados não chegariam a um aporte nem próximo daquele valor.

No fim de 1982, o Fed teve que entrar pesado para o BB não quebrar. O Citi e o Morgan passaram a gerenciar uma rede de segurança para que nenhum banco brasileiro quebrasse na compensação. Na hora da dificuldade, o Fed persuadia os bancos a aportarem recursos. "Paul Volcker tinha no bolso do paletó o fluxo de caixa do Brasil", registrou Freitas. O presidente do Fed acompanhou cada passo e manobrou com habilidade para evitar problemas maiores para os bancos americanos.

Como o dinheiro que entrava no país não era suficiente para o governo pagar seus compromissos no exterior, Galvêas foi a Nova York para uma conversa com os bancos. "Fizemos a rede de segurança. Dez bancos americanos entraram, cada um, com US$ 40 milhões, renováveis todos os dias. Era com isso que fechávamos a câmara de compensação do Banco do Brasil em Nova York."

Naquele ano, o Brasil obteve cerca de US$ 3,7 bilhões em empréstimos-ponte, sendo US$ 2 bilhões dos bancos comerciais e o restante de fontes oficiais.

Em dezembro de 1982, o governo brasileiro pediu aos bancos comerciais o comprometimento com o programa de financiamento do Brasil para o exercício seguinte. Era uma estratégia de adesão voluntária, que abarcava quatro projetos. O projeto 1 envolvia novos empréstimos em moeda, no valor de US$ 4,4 bilhões; o projeto 2, amortização da dívida externa, em 1983, no valor de US$ 4,3 bilhões; o projeto 3 correspondia a linhas de crédito comercial de curto prazo; e o projeto 4, a linhas de crédito interbancário. Nesses dois últimos, que somavam US$ 10,4 bilhões e US$ 6 bilhões, respectivamente, não houve acordo formal. Foram adesões por telex.

Numa avaliação equivocada de que aquela era uma crise de liquidez, imaginou-se que essa seria a solução decisiva para vencê-la. Como o país não cumpriu as metas do acordo com o FMI logo no início de 1983, não recebeu os desembolsos no prazo esperado. Essa foi a fase I do programa de financiamento. Viriam várias outras.

Um dia, Wriston, presidente do Citi, disse que os bancos não continuariam com aquela rede de segurança, que estava ficando um negócio longo demais, o Brasil não encontrava uma solução, e determinou a Rhodes que a suspendesse. Galvêas estava em Nova York. "Saí feito um desesperado atrás do Wriston. Fui atrás da secretária dele, o Rhodes também foi procurá-lo e descobrimos que ele estaria num coquetel às 17 horas, em Long Island. Conseguimos o telefone do local, ele atendeu e eu disse: "Wriston, nós estamos no meio do processo. Se interrompê-lo, você será responsabilizado. Você é apenas um dos dez bancos e não pode sair". Depois de muito apelo, ele respondeu: "Fale com o Bill Rhodes. Se ele concordar, tudo bem". Estávamos no gabinete do BB, o Rhodes ao meu lado. Eu olhei pra ele e disse: "Olha aí, ele disse que, se você concordar, continua". Veja a que ponto chegou! Eu estava desesperado! E a situação só piorava!", completou o ministro.

O empréstimo de US$ 1,2 bilhão que o BIS fez ao Brasil em fins de 1982 vencia no primeiro semestre de 1983 e deveria ser pago com uma parte do empréstimo do FMI.

Freitas estava em Paris, tentando descontar alguns títulos do Finex (Fundo de Financiamento à Exportação), quando recebeu uma ligação de Langoni, que disse: "Aproveita que você está aí, vá até a Basileia e avisa ao BIS que não temos como pagar". Freitas telefonou para sua contraparte no BIS e falou que gostaria de fazer uma visita. "Ele organizou um almoço com um dos diretores do BIS. Eu comecei com a minha velha conversa de "cash flow", veja bem... na verdade..., as exportações neste mês foram uma frustração". A reação do diretor foi péssima. Disse que o país era irresponsável, inconsequente. Eu, diplomaticamente, fiz cara de paisagem. Depois, pagamos direitinho", relatou Freitas.

As conversas com o FMI prosseguiram e chegou-se a um novo acordo em setembro de 1983. A recessão se instalou no país e a inflação só crescia. Em agosto, numa das reuniões com a missão técnica do Fundo, os economistas brasileiros defenderam a adoção do déficit operacional em lugar do déficit nominal das contas consolidadas do setor público. A inflação era alta demais e não cairia abruptamente num curto espaço de tempo. No conceito operacional, os efeitos da inflação sobre as contas públicas seriam subtraídos.

No dia 1º de setembro, Langoni deixou o BC e foi substituído por Afonso Celso Pastore. No dia 6, a Igreja Católica, em São Paulo, convocou uma grande manifestação popular "contra a exploração" do FMI. O terremoto econômico aumentava o fosso entre a sociedade e o regime de 1964. Mas não comprometeu o curso da abertura política.

Acordos com o FMI para ajustes da economia levaram à transferência para o exterior de cerca de 15% do PIB, de 1983 a 1985

Pastore retornava de uma viagem a seis países para conversar com os bancos credores do Brasil quando o Congresso derrubou o decreto 2.045, que desindexava parcialmente os salários. Essa era uma peça-chave dos entendimentos com o FMI. Em 20 de outubro, o presidente Figueiredo enviou uma versão mais moderada da medida e Pastore voltou a Washington para renegociar as metas do programa com o Fundo. De Larosière aceitou a nova versão da desindexação salarial, mas pediu mais aperto monetário e mais medidas de restrição fiscal.

O governo fez uma contraoferta: se comprometeria com um superávit operacional de 0,3% do PIB para 1984. Metodologia e meta de déficit operacional foram aceitas pelo Fundo. Em 22 de novembro, a carta de intenção revisada é aprovada pela direção do FMI. No dia 23, o Clube de Paris - onde se renegociam as dívidas de governo a governo - reescalonou US$ 2,7 bilhões em dívidas brasileiras e estava fechado o pacote de US$ 6,5 bilhões dos bancos privados, depois de muito esforço. Foi detida a hemorragia.

O governo Figueiredo não poupou cartas de intenção e pedidos de "waiver" ao FMI. Na verdade, todos sabiam que os critérios de performance arrancados do governo brasileiro pelo FMI eram impossíveis de ser cumpridos. O fundo sabia, o governo americano sabia e o brasileiro, também. Mas era importante manter os sucessivos acordos. Com eles, os bancos estrangeiros teriam uma fundamentação legal para não provisionar aquelas dívidas.

Hoje, Delfim Netto diz que tirou um ensinamento desse processo: "Você tem que levar as coisas até a beirada do abismo. No fim sai um acordo razoável".

O custo desse ajuste para o país foi cavalar. De 1983 a 1985, o Brasil transferiu em recursos reais para o exterior cerca de 15% do PIB. Foram 2,7% do PIB em 1983, 6,24% em 84 e 5,54% em 85. A taxa de câmbio desvalorizada foi crucial para virar as contas externas. Na balança comercial, que em 1982 teve um superávit de US$ 780 milhões, em 1983 o saldo subiu para US$ 6,47 bilhões e em 1984 dobrou para US$ 13,09 bilhões.

O déficit em transações correntes que atingiu US$ 16,27 bilhões em 1982, praticamente zerou: caiu para US$ 94,9 milhões em 1984. As reservas cambiais voltaram para US$ 12 bilhões.

"Fizemos das tripas coração", respirou aliviado o ex-ministro da Fazenda, ao fim da conversa com o Valor, no seu gabinete na Confederação Nacional do Comércio, no Rio, onde ainda trabalha.

No governo Figueiredo, o Brasil ficou mais pobre. O divórcio entre o setor privado e a tecnocracia se aprofundou. Os movimentos de massa, que haviam emergido no governo Geisel, saíram às ruas. E tudo isso convergiu para a campanha das "Diretas Já" em 1984.

Em 25 de janeiro de 1984, na Praça da Sé, em São Paulo, um milhão de pessoas reuniram-se num comício exigindo eleições diretas para a Presidência da República, previstas na proposta de emenda constitucional Dante de Oliveira. Em votação no Congresso, em 25 de abril, a emenda foi rejeitada.

Tancredo Neves foi eleito presidente da República em 15 de janeiro de 1985, pelo colégio eleitoral. As contas externas do país estavam mais equilibradas e a economia voltava a crescer. Após a retração de 2,93% em 1983, o PIB cresceu 5,4% em 1984 e 7,85% em 1985. A inflação, porém, alcançava 220% em 12 meses.

"Ninguém passou o governo para o Tancredo. Quem passou o governo para o Tancredo fui eu, na casa do Dornelles (Francisco Dornelles, sobrinho do presidente eleito e ministro da Fazenda do novo governo) em Brasília", disse Galvêas. "Nós nos reunimos e eu passei tudo que tínhamos, os contratos, o acordo com o Fundo Monetário. Ele queria me dar uma carta, dizendo que cumpriria todos os acordos que nós fizéssemos com o FMI, com os bancos privados. Disse que seria importante ele indicar um ministro para fazer essa negociação. De Larosière estava em Estocolmo e receberia essa pessoa. Ele apontou: "Vai o Dornelles". Aí vi que o Dornelles seria o ministro da Fazenda."

Para evitar o assédio da imprensa, Dornelles preferiu esperar o diretor- gerente do FMI retornar a Paris. "Tenho uma filha lá e vou visitá-la", explicou.

Galvêas com Tancredo: "Quem passou o governo para o Tancredo fui eu. Nós nos reunimos e eu passei tudo que tínhamos, os contratos, o acordo com o FMI", diz o ex-ministro

Dornelles conversou com De Larosière, assegurou que o governo daria sequência aos acordos, pediu que ele mantivesse o programa com o Brasil e os quatro projetos com os bancos privados, dos quais era o fiador. Era compromisso do novo governo. "Vou pensar", respondeu De Larosière. Pouco depois, ele suspendeu os entendimentos e disse que tinha que aguardar o novo governo - atitude que irritou os bancos privados, o governo que saía e o que assumiria.

"Ele resolveu aguardar o Tancredo e o Tancredo não veio nunca", comentou Galvêas.

Passaram-se muitos anos até o país conseguir reestruturar a dívida externa e voltar ao mercado financeiro internacional. A morte de Tancredo Neves e a posse do vice-presidente José Sarney levaram o Brasil a outro rumo. O Plano Cruzado desembocou na moratória unilateral da dívida, em fevereiro de 1987.

Carlos Eduardo de Freitas era diretor da área externa do Banco Central durante a gestão de Dilson Funaro no Ministério da Fazenda. "A moratória tornou-se imperativa, porque não havia vontade política de fazer sacrifício interno para poder pagar a dívida externa", disse Freitas.

Depois de Dornelles e Funaro, o governo Sarney teve mais dois ministros da Fazenda: Luiz Carlos Bresser Pereira e Maílson da Nóbrega, que conseguiu firmar um contrato "stand-by" com o FMI por 19 meses, e teve que fazer uma moratória "não declarada" da dívida em julho de 1989.

No fim de um governo que produziu o Plano Cruzado, o Plano Bresser, o Plano Verão e a moratória, a inflação, medida pelo IGP-DI, acumulava variação de 1.783%, jogando o déficit nominal consolidado do setor público para 83,1% do PIB. Foram tempos caóticos.

A Constituição de 1988, por outro lado, tinha como principal direção o resgate da dívida social que o país acumulava ao longo de sua história.

Em março de 1989, o governo americano apresentou uma proposta que apontava a saída para a crise da dívida. O secretário do Tesouro, Nicholas Brady, colocou na mesa a securitização da dívida, numa operação que envolveria o desconto de cerca de 30% no valor dos débitos.

Doze anos após a moratória mexicana, o governo brasileiro conseguiu assinar, em abril de 1994, o acordo de renegociação da dívida com os bancos credores, com desconto e prazo de pagamento de 30 anos. Desta vez, sem acordo com o FMI, que não quis dar suporte ao Plano Real. O longo período de agonia foi uma solução para o provisionamento dos bancos credores. Em 1995, depois de longa ausência, o Brasil voltou ao mercado financeiro internacional para captar recursos.

Uma sequência de crises internacionais - novamente o México, em 1994, a Ásia em 1997, a Rússia em 1998, além da Argentina, produziu forte redução dos créditos externos ao país, que teve que bater às portas do FMI, mais uma vez, em outubro de 1998. Com as negociações concluídas, o Brasil recebeu em novembro o maior plano de socorro então elaborado pela instituição: US$ 41,5 bilhões.

Em agosto de 2002, diante das incertezas decorrentes das eleições presidenciais no Brasil, o governo de Fernando Henrique Cardoso, de comum acordo com os candidatos à sua sucessão, solicitou o cancelamento do acordo em vigência, que terminaria em dezembro, e negociou um novo "stand-by", de 15 meses de duração, deixando US$ 30 bilhões à disposição do novo presidente. Luiz Inácio Lula da Silva assume e, no fim do acordo então em curso, negocia um outro entendimento com o FMI, a título de precaução.

Foram sete acordos com o FMI, entre o último governo militar e Lula. Em 28 de março de 2005, Lula anunciou que não renovaria o acordo com o FMI e em dezembro pagou antecipadamente a dívida de US$ 15,5 bilhões com a instituição. Em janeiro de 2008, o Brasil passou a ser credor líquido externo, com reservas cambiais superiores à dívida externa.

O Brasil, hoje, é outro país. Não sofre as vulnerabilidades daquele tempo. Mas, desde então, não conseguiu encontrar o caminho do crescimento sustentado que, atualmente, esbarra na baixa expansão da oferta.

Figueiredo deixou a Presidência em março de 1985, pedindo ao povo que o esquecesse. Com o naufrágio da economia, a democratização do país foi seu passaporte para a história.

Frase

Na maioria dos casos, o conselho [PCAOB] concluiu que a empresa de auditoria não conseguiu fazer o trabalho necessário para garantir que as demonstrações financeiras eram precisas ou que as empresas tinham capital suficiente.

Regulator Says Broker Audits Fail to Include Required Work - FLOYD NORRIS - NY Times

Aqui um texto onde informa que o conselho encontrou 100% de problemas nas auditorias de Brokers e Dealers.

Apple

A Apple bateu um recorde nesta semana: a empresa aberta mais valiosa de todos os tempos, segundo o NY Times. Há 16 anos a empresa quase quebrou.

Na história, a valorização da Microsoft chegou a 616 bilhões de dólares no final de 1999. Na segunda, a Apple chegou a 624 bilhões.

Lixo e Economia

O gráfico mostra, em vermelho, o comportamento da economia dos Estados Unidos. Em azul, lixo. É interessante notar a elevada correlação entre as variáveis: quando a economia vai bem, mais lixo; economia em recessão, menos lixo. O lixo é decorrente do que está ocorrendo na economia. Como a relação é significativa e os dados do lixo possuem periodicidade semanal, usar o comportamento do lixo pode ajudar a acompanhar mais de perto o que está ocorrendo na economia.

(Um artigo sobre o assunto foi escolhido como um dos melhores do ano pelo Journal of Finance recentemente)

Manchester

O famoso investidor George Soros adquiriu 7,85% das ações da equipe de futebol Manchester United, da Inglaterra. Isto corresponde a 3,1 milhões de ações. Apesar da quantidade, a participação de Soros será passiva, conforme informou o New York Times.

O Manchester já ganhou 19 vezes o título inglês e no dia 10 de agosto lançou ações na bolsa de Nova Iorque. As ações foram lançadas por $14 e atualmente estão cotadas perto de 13 dólares (vide gráfico). Ou seja, apesar do sucesso nos campos, o desempenho das ações do clube está abaixo do esperado: afinal, as ações não pagam dividendos e não possuem poder de voto. Isto significa dizer que as ações da equipe beneficiam mais os donos, a família Glazer, que detém o poder do clube.

O Manchester gera 532 milhões de receita, com mais de 600 milhões de fãs. (foto: Jogador Andesron [?] prepara para entrar em campo pelo United, aqui)

Custo do Default

Seis dos dez maiores falências corporativas da história ocorreram desde o final de 2008 - e dez do dez maiores se você incluir empresas que escaparam falência por ter sido socorrida. Os nomes estão gravados em nossas memórias: Lehman Brothers, General Motors, Chrysler, AIG, Fannie Mae e Freddie Mac.

No entanto, os custos reais de inadimplência corporativa e falência permanecem obscuros e misteriosos. Cálculos sobre o risco de inadimplência está por trás de quase todas as decisões por parte dos investidores e estrategistas corporativos. Eles afetam quanto custa para uma empresa tomar emprestado, como ela estrutura suas finanças e que ela faz se estivesse perto do abismo.

É óbvio que a declaração de falência tem um custo enorme. (...) Tudo é rapidamente refletida nas ações de uma empresa atingida e nos preços dos títulos.

Mas é difícil de desvendar o custo de um padrão a partir do custo de tudo que estava acontecendo com valorizações de ações e títulos. Problemas de caixa e perdas operacionais muitas vezes se sobrepõem e se reforçam mutuamente, mas eles têm diferentes causas e conseqüências. (...)

Ilya A. Strebulaev, professor de finanças da Escola de Negócios de Stanford, diz que os custos são mais elevados do que o previsto. Em um novo trabalho, em co-autoria com Sergei A. Davydenko e Zhao Xiaofei, da Universidade de Toronto, Strebulaev combinaram dados históricos sobre inadimplência corporativa com um novo modelo analítico para provocar as reações dos investidores a um padrão antes e depois do evento.

Sua conclusão: padrão provoca um declínio muito maior em valor de mercado da empresa do que geralmente se supõe. Eles estimam que a inadimplência(...) terá, em média, reduzido o valor de uma empresa no mercado total em 21,7%. Para os "anjos caídos" - empresas que começaram com grau de investimento - classificação padrão vai destruir cerca de 30% do valor do ativo total.

Até agora, a melhor estimativa era de que os padrões corporativos custar às empresas cerca de 20% de seu valor.


Fonte: Aqui

20 agosto 2012

Rir é o melhor remédio

É raro um comercial sobre contabilidade. Os dois comerciais da Renault mostram a importância de calcular os custos antes de uma decisão. O primeiro, no casamento, antes do sim ou não do noivo



O segundo é do nascimento do filho:

Profissão Contador 2

Amplo mercado de trabalho e oferta limitada de profissionais. Para complicar esse quadro, há baixo preparo dos recém-formados na área.

A situação preocupante das ciências contábeis pode ser avaliada pelos resultados do exame de suficiência em contabilidade e do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade).

Desde o início de 2011, a aprovação no exame de suficiência é exigida para obter o registro profissional e atuar legalmente na área. Promovida pelo Conselho Federal de Contabilidade, a última edição da prova, realizada em março, teve índice de aprovação de 47,2% para bacharel em ciências contábeis e 35,4% para técnico em contabilidade.

De acordo com o presidente do Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo (CRC-SP), Luiz Fernando Nóbrega, o índice aceitável de aprovação seria de 70%.

Prazos. "É um reflexo da qualidade do ensino e do empenho do aluno", diz. Para ele, o fato de a obrigatoriedade do exame ter menos de dois anos de implementação, leva muitos estudantes a só se preocupar a se empenhar com seriedade já no meio do curso, quando é tarde demais.

Na opinião do coordenador do curso de graduação em ciências contábeis da FEA-USP, Márcio Luiz Borinelli, ainda é cedo para tirar conclusões, já que o exame é recente. "No entanto, certamente temos, na média geral, uma deficiência na formação desse profissional", diz.

O último dado do Enade divulgado pelo Ministério da Educação sobre a formação em ciências contábeis diz respeito ao exame de 2009.

Do total de 6.804 graduações oferecidas no País, apenas nove apresentaram conceito 5, nota máxima na avaliação. Os cursos que ganharam notas 1 ou 2, consideradas insatisfatórias, representam 31% do total. Nóbrega acredita que parte do problema está na guerra de preços entre as faculdades.

"O importante não é só o preço do curso, mas a qualidade. Nós que somos da área contábil sabemos que há um limite para baixar o custo. Chega-se a um ponto que cai a qualidade. Duvide de um preço muito baixo, talvez a qualidade não seja satisfatória", afirma.


Você está em Economia - Ciência contábil é mal avaliada no Enade
Também os resultados do exame de suficiência, obrigatório para obter registro, revelam problemas na preparação - 19 de agosto de 2012

Profissão contador

A carreira de contador vive um bom momento. Segundo entidades do setor, a maioria dos graduados é absorvida pelo mercado de trabalho imediatamente após a formatura. Aumento de investimentos estrangeiros e a adoção de regras internacionais de contabilidade estão provocando aumento na demanda por profissionais. Como consequência, os salários também estão ficando mais altos.

Divulgada na última semana, a 5ª Edição do Guia salarial da Robert Half, empresa de recrutamento especializado, mostra que os salários de profissionais com cargos de gerência na área de contabilidade e finanças tiveram valorização de 15% a 20% no último ano. O piso salarial de um coordenador contábil, por exemplo, pode chegar a R$ 13 mil.

Os setores mais aquecidos com relação à demanda desses profissionais são os de bens de capital, construção civil, petróleo e gás. "O atual momento do Brasil e investimentos para Olimpíadas e Copa do Mundo fazem com que esses segmentos demandem mais profissionais", diz a gerente de recrutamento da Robert Half, Marcela Esteves.

Segundo o presidente do Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo (CRC-SP), Luiz Fernando Nóbrega, um recém-graduado com boa formação entra no mercado com remuneração de ao menos R$ 2 mil. "Vivemos um excelente momento. Surgem muitas vagas e se formam poucos profissionais. Falta mão de obra", afirma ele. O CRC estima em 15 mil o número de contadores que se formam anualmente, mas não possui dados sobre a falta de profissionais. Oficialmente, são 500 mil registrados no Brasil, sendo 140 mil no Estado de São Paulo.

Para o coordenador do curso de graduação em ciências contábeis da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), Márcio Luiz Borinelli, a boa fase pode ser explicada por um conjunto de fatores.

"Cada vez mais há investidores estrangeiros chegando ao Brasil. Nesse sentido, as empresas crescem ou mudam de configuração, sendo então obrigadas a cumprir exigências contábeis. Para isso, precisam de contadores", diz o professor.

A estudante Viviane Rinaldi vai se formar no fim do ano, mas já foi efetivada. "O mercado está aquecido", observa. Ela, porém, diz que esse quadro não é garantia de sucesso. "É fácil encontrar trabalho. Mas para ficar e crescer, tem de trabalhar muito. É preciso ter dedicação total, porque as leis mudam muito."

Viviane conta que chegou a receber uma proposta por semana. Recebia convites de conhecidos, ligações de empresas, e-mails para entrevistas, além de informações de processos seletivos de grandes companhias. Para ela, isso pode ser um canal de negociação para melhorias de salário. Na empresa onde trabalha (Viviane pediu para não identificar), se um profissional de qualidade recebe uma oferta de emprego, é muito provável que haja uma contraproposta de promoção ou aumento salarial.

Reguenild Kartnaller da Costa acaba de se formar e vivencia um cenário parecido. Mesmo enquanto era estudante, recebia diversas propostas. "Eu estava em uma empresa da indústria moveleira. Ligaram para mim de outra companhia com uma proposta e acabaram me levando. Não tive nem tempo de respirar", afirma. Hoje, ela trabalha em uma grande companhia de aviação.

Reguenild acredita que o segredo está na dedicação. "Não é porque sai de uma faculdade, que está totalmente preparada. Tem de estudar muito", diz. Para ela, um profissional desatualizado vai encontrar dificuldades para conseguir um emprego.

Foi buscando essa atualização que Geoge Sussumu Chinen resolveu cursar ciências contábeis. Formado em administração, ele era gerente financeiro da organização onde trabalha, mas viu a necessidade de iniciar o segundo curso ao precisar fazer diversas atividades de contador. Para ele, é importante ter contato com as áreas de atuação para depois decidir qual rumo seguir.

De acordo com Nóbrega, são várias as opções de áreas com grande crescimento. O campo de auditoria é crescente e o de perícia contábil oferece bons salários. "No terceiro setor também há oportunidades promissoras. Elas têm contabilidade bastante específica e rígida por precisarem fazer prestação de contas", conta. Apesar disso, cerca de 30% das contratações estão nos tradicionais escritórios de contabilidade.

Desafios. O mercado brasileiro de ciências contábeis passa por grandes mudanças. Em 2005, o País aderiu às normas internacionais de contabilidade. Houve prazo de adaptação até que em 2010 as empresas tiveram de fechar suas planilhas de contabilidade dentro das novas regras.

De acordo com Borinelli, o profissional formado no Brasil ganhou mais visibilidade e pode até atuar fora do País. Apesar disso, ainda falta profissional com conhecimento das normas internacionais. "Conheço coordenadores de RH de grandes empresas que demoraram até um ano para encontrar esse tipo de profissional."

Oportunidades para quem é bom de conta - Profissão de contador está em alta. Há oferta de trabalho, no entanto só consegue seguir na carreira quem se atualiza constantemente - BERNARDO CARAM, ESPECIAL PARA O ESTADO - O Estado de S.Paulo - 19 de Agosto de 2012

Entrevista com Olavo de Carvalho


Em um país onde a hipocrisia reina, ter coragem para divulgar e ainda discutir ideias que muitas vezes não são combatidas é quase uma agressão física. Mas para o filósofo Olavo de Carvalho isso não é regra. Homem de grande capacidade intelectual, é um crítico do modo como a política é tramada, não só nacionalmente como no expectro internacional. Para o mesmo,o presidente dos Estados Unidos Barack Obama,não passa de um semi-analfabeto à altura do ex-presidente Lula. Diz também que o deputado mais burro do Parlamento Europeu,comparado aos nossos ministros, deputados e senadores é um Aristóteles redivivo.

Quando perguntado se a grande mídia é de direita, ele afirmou que no máximo ela é tucana, e essa afirmação ele não faz como um leigo no assunto, pois já trabalhou em orgãos da imprensa gigante e mandatária entre os quais podemos distacar a revista 'Bravo!', a extinta 'Primeira Leitura', além dos jornais 'O Globo', 'Zero Hora', 'Jornal do Brasil' e revista 'Época' (desses últimos quatro, ele diz que não foi mandado embora mais sim chutado).

Atualmente ele mora em uma zona rural de Richmond, cidade que fica no estado da Virgínia nos EUA, de lá ele é um dos mentores do site Mídia Sem Máscara (que recebe apoio financeiro da Associação Comercial de São Paulo) (Nota: equívoco do jornalista. O MSM não recebe nenhum apoio financeiro da ACSP), mantém o seu programa periódico de rádio em streaming pela internet, denominado True Outspeak ou traduzido para o bom português 'Sinceridade de Fato', com participação do público por telefone, Volp ou email, além de colaborar também com o jornal mineiro Diário do Comércio, onde atua como correspondente internacional.

Escreveu prefácios e posfácios de grandes pensadores como Otto Maria Carpeaux, Mário Ferreira dos Santos entre outros.

Leia a partir de agora,a entrevista desse senhor que é um dos poucos brasileiros que são capazes de criticar o músico e compositor Chico Buarque de Hollanda,endeusado pela maioria do povo brasileiro e que desperta a ira de antigos pares,como o economista Rodrigo Constantino que o chamou de vaidoso,e do jornalista Sebastião Nery, que afirma que ele jamais poderia ser chamado de filósofo, pois lhe falta o diploma dessa ciência.


Panorama Mercantil - Existem muitos charlatães no meio acadêmico brasileiro?

Olavo de Carvalho - Sim, creio que eles são mesmo predominantes nesse meio. Só para lhe dar um exemplo: é quase impossível encontrar hoje em dia uma tese de mestrado ou de doutorado que não venha carregada de erros de português os mais grosseiros e escabrosos. Um sujeito que não domina o próprio idioma não pode, por definição, dominar nenhuma disciplina acadêmica. Deveria ser enviado de volta ao ginásio ou mesmo ao curso primário. Um ministro da Educação que não sabe soletrar a palavra "cabeçalho", um chefe de departamento universitário que escreve "Getulio" com LH, são exemplares típicos da corja de vigaristas e farsantes que hoje domina o ensino superior no Brasil. Se essa amostragem lhe parece muito pequena, lembre-se do "Dicionário Crítico do Pensamento da Direita", obra de cento e tantos professores tidos como alguns do melhores nas suas especialidades, onde cada um demonstrou um meticuloso desconhecimento do assunto.
Há, é claro, alguma distância entre a mera incompetência e o charlatanismo. Mas a epidemia de incompetência veio junto com um aumento terrível do poder e da autoridade dos professores universitários, que hoje reinam como déspotas sobre multidões de alunos devotos e atemorizados - algo que, para quem chegou à vida adulta nos anos 60, parece de um ridículo sem fim. A incompetência, quando aliada à arrogância e à presunção, não se distingue mais do charlatanismo. Isso é regra geral no Brasil. As poucas pessoas sérias que restam no meio universitário sentem-se isoladas e impotentes, sonhando em sair do país.

Panorama - Os nossos políticos são piores ou iguais aos do exterior?

Carvalho - Não há comparação possível. Só para lhe dar um exemplo: desses ministros, deputados e senadores brasileiros que vêm aos EUA, nenhum sabe falar inglês nem o bastante para pedir um cachorro-quente na lanchonete da esquina. Nosso alto funcionalismo público já foi um dos mais competentes do mundo, mas hoje é uma desgraça. Nos EUA, a exigência de boa formação cultural para os líderes políticos é tão implacável, que Barack Obama, um semi-analfabeto digno de competir com o Lula, teve de falsificar um currículo universitário e posar de autor de um livro escrito por William Ayers para poder ser aceito como candidato. Na Europa, então, nem se fala. O deputado mais burro do Parlamento Europeu, comparado aos nossos ministros e senadores, é um Aristóteles redivivo. A diferença é tão vasta, tão abissal, que ela escapa ao horizonte de visão dos brasileiros, até mesmo de classe alta.
Ninguém aí percebe o oceano de ignorância, de inépcia e de incompetência em que o Brasil mergulhou, porque, quando o nível baixa, o critério de julgamento baixa mais ainda, ao ponto de considerarem que Dilma Rousseff é "uma mulher culta". A diferença, de tão imensa, se tornou inapreensível.

Panorama - O senhor talvez seja um dos poucos brasileiros que dizem que o cantor Chico Buarque é tão significativo antropologicamente quanto à extinta Banheira do Gugu. Como chegou a essa conclusão?

Carvalho - Chico Buarque de Hollanda é um sambista que encontrou um dicionário de rimas na biblioteca do pai e fez umas letras que, na terra do Teixeirinha, pareciam sofisticadas. Isso é tudo. Não é um poeta de maneira alguma; está, rigorosamente, fora da literatura. Para perceber isso, é preciso ter lido Mallarmé, Saint-John Perse, Ungaretti, Yeats e, de modo geral, a grande poesia universal. Ele mesmo disse, numa de suas letras de samba: "Quem não conhece não pode reconhecer." Ele escreve para um público que não tem a menor experiência da grande poesia e que, por isso mesmo, o aceita como poeta. A importância desmedida que se dá a seus escritos é mais um sinal da miséria cultural brasileira, mas essa mesma miséria impede que as pessoas a percebam. Diga você mesmo, sinceramente, se tem a formação literária requerida para distinguir entre poesia e pseudo-poesia. O provincianismo brasileiro chegou àquele ponto em que o caipira não consegue imaginar nada fora da sua província e acha que está em Atenas. O Brasil simplesmente já não tem uma elite intelectual capaz de perceber as coisas com suas devidas proporções.



19 agosto 2012

Rir é o melhor remédio

Enquanto isto, no banco do time inglês Liverpool ...

E & Y

Eis uma notícia da Isto é Dinheiro:

Dos 12 escritórios regionais que a multinacional de auditoria e consultoria Ernst & Young Terco tem no Brasil, o de Fortaleza é o que mais cresce. Nos últimos 12 meses, conquistou 60% do market share no Estado, incluindo 95% das companhias fiscais. Além do mercado local, a equipe cearense atende o Rio Grande do Norte, Piauí e Maranhão, e a região Norte. O escritório tem como política de RH só contratar trabalhadores da região. “Em um ano, a rotatividade de profissionais foi zero”, diz Carlos Mota, responsável pelo escritório da EYT em Fortaleza.

Segurança em hotéis

A empresa Onity é fabricante de fechaduras em quartos de hotéis. Segundo uma estimativa, entre quatro e cinco milhões de portas em hotéis em todo o mundo possuem dispositivos da empresa instalados.

Recentemente ficou demonstrado, por um engenheiro de software chamado Brocious, que com alguns truques é possível ter acesso ao quarto e a sua chave. Brocious disse que falou com alguns hackers e todos foram capazes de replicar o acesso aos quartos como ele fez.

A empresa agora informou que é possível consertar os problemas, desde que sejam feitas mudanças no hardware. Segundo a Forbes, a empresa deseja que os clientes paguem pelo conserto na segurança das chaves.

Ibracon

O Ibracon – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil emitiu nesta quinta-feira (16), o Comunicado Técnico (CT) 7/2012, com o objetivo de orientar os auditores independentes sobre a execução de trabalhos e emissão de relatórios de asseguração sobre Informações relacionadas com sustentabilidade e responsabilidade social, objetivando prover um mínimo de alinhamento e uniformidade na aplicação dos procedimentos de revisão e na emissão dos relatórios de asseguração sobre esses temas, divulgado em um Balanço Social, Demonstração de Informações de Natureza Social e Ambiental, Relatório de Sustentabilidade ou em outras partes do Relatório Anual da Administração

Via Blog do Lino

18 agosto 2012

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

Fato da Semana


Fato da Semana: Resultado trimestral das empresas abertas brasileiras.

Qual a importância disto? A divulgação das demonstrações contábeis com resultado negativo mostrou os efeitos do câmbio e do baixo crescimento da economia. O reflexo apareceu nos resultados das empresas. Seis grandes empresas (Petrobras, Vale, Braskem, Fibria, Suzano e Marfrig) tiveram despesa financeira de 16 bilhões de reais. De 153 empresas, 43 apresentaram prejuízo. De 241 empresas o lucro somado foi de 13,7 bilhões. Isto significou uma redução de 22 bilhões em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Positivo ou negativo? É sempre positivo o destaque dado pela imprensa para os resultados das empresas, principalmente quando utilizam medidas contábeis adequadas, como o lucro líquido (e não “coisas” como Ebitda). Entretanto, alguns textos fizeram questão de destacar que a conta financeira das empresas é “contábil”, não representando um desembolso de caixa.

Desdobramentos – Haverá uma expectativa quanto aos resultados do terceiro trimestre. 

Teste da Semana

Eis um teste para verificar se você estava atento ao que ocorreu na contabilidade esta semana:


1 - Uma empresa japonesa teve sua auditoria, realizada pela PwC, reprovada por um órgão regulador:
Financial Services Authority (FSA) do Japão
Ministério das Finanças japonês
PCAOB dos EUA

2 – Qual o nome da empresa japonesa da questão anterior?
Nissan
Sony
Toyota

3 – A safra de balanços das empresas de capital aberto do Brasil revelou um desempenho abaixo do ano anterior. A principal causa, segundo os jornais econômicos, foi:
Aumento das despesas com pessoal
Comportamento do dólar
Redução nas receitas financeiras com títulos públicos

4 – O Chairman desta entidade afirmou que não haverá novidades sobre a convergência para normas internacionais nos EUA até as eleições presidenciais:
AICPA
Fasb
Iasb

5 – Um executivo do frigorífico Minerva foi condenado por divulgar informações indevidas. O balanço onde isto ocorreu era do exercício social encerrado em 31 de dezembro de:
2008
2009
2010

6 – Jana Ryan é esposa do candidato a vice-presidência pelo partido republicano. Descobriu-se que Jana tem um vínculo com a contabilidade:
É filha de um contador famoso, Hendricksen Ryan
Tem o CPA, que permite fazer contabilidade nos EUA
Trabalhou como lobista na PwC

7 – Anunciou-se o tamanho do rombo do banco Cruzeiro do Sul. É de
2,23 bilhões
3,1 bilhões
8,9 bilhões

8 – Esta famosa cantora está envolvida numa confusão com seus antigos contadores. Esta semana os contadores resolveram comprar briga com:
Lady Gaga
Madonna
Rihana

9 – Esta semana o prefeito do Rio de Janeiro informou sobre o orçamento do Rio 2016:
Que não existe orçamento atualizado
Que o orçamento foi reajustado para 15 bilhões de dólares
Que os custos serão menores que anteriormente divulgados

10 – A Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, resolveu incorrer na falácia do custo perdido, investindo 36 milhões de reais num empreendimento que tem apresentado uma grande história de prejuízo:
Costa do Sauípe
Perdigão
Valec

Verifique a resposta nos comentários. 
Acertou de 9 a 10 = parabéns. Medalha de Ouro
7 ou 8 questões certas = está no caminho. Prata
5 ou 6 questões = quem sabe um dia você chega ao ouro.
Abaixo de 5 questões = não desanime. 

17 agosto 2012

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

Teste 578

Mycroft é o nome de um personagem fictício das artes. Trabalhando como auditor governamental, ele aparentemente é mais inteligente, observador e perspicaz que seu famoso irmão que é

Gregory House
Hercule Poirot
Sherlock Holmes

Auditoria da Sony

Nos Estados Unidos existe uma entidade que fiscaliza as empresas de auditoria. Trata-se do Public Company Accounting Oversight Board (PCAOB), que foi criado após os escândalos contábeis do início do milênio.

O PCAOB faz inspeção nas empresas de auditoria e nos seus trabalhos realizados. Esta inspeção é publicada, mas no relatório não se informa o nome da empresa auditada.

Esta semana o PCAOB divulgou um relatório sobre uma filial da PwC, uma das Big Four, as maiores empresas de auditoria do mundo. A filial inspecionada foi a do Japão. E o relatório de inspeção revela que a auditoria da PwC Aarata, a filial japonesa da PwC, possui sérias deficiências.

Apesar do PCAOB não divulgar o nome da empresa onde a auditoria da PwC Aarata foi inadequada, o jornalista Jonathan Weil, da Bloomberg, descobriu que se trata da Sony. Entre os problemas da auditoria encontrados pelo PCAOB estão falhas nos testes de receitas e investimento. Segundo o relatório, os problemas são tão expressivos que não existe competência suficiente para dar o parecer opinativo sobre a qualidade da contabilidade da Sony. Como diz Weil, "Caramba".

A Sony pagou cerca de 52,6 milhões de dólares para a auditoria de 2010.

Costa do Sauípe

Segundo informações da imprensa, o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil irá investir 14 milhões de reais para construção de um novo centro de eventos na Costa do Sauípe. A Costa do Sauípe é um complexo turístico perto de Salvador que desde que foi concebido é um grande elefante branco. Além deste valor, a Previ está investindo 21,8 milhões para preparar o complexo para venda. A Previ espera que este ano "o balanço financeiro (?) feche com resultado positivo".

Em 2011 o prejuízo foi de 11,5 milhões e em 2010 foi de 17,9 milhões.

O investimento anunciado revela que o fundo de pensão não conhece um conceito elementar: custo perdido. A decisão pode aumentar o valor futuro de venda - se ocorrer - mas provavelmente não irá agregar muito em termos do preço de negociação.

Lucro do Trimestre 2

Compare o texto do Estado de S Paulo e do Valor (publicado aqui ontem) com o seguinte, da Folha:

O segundo trimestre foi marcado por anúncios de prejuízos -alguns bilionários- em várias empresas do país.

Só ontem, sete entre as maiores companhias que divulgaram seus balanços tiveram resultado negativo no período. Embora não haja uma causa comum apontada para as perdas, juntas, elas somaram ontem R$ 3,6 bilhões.

A Braskem teve prejuízo R$ 1 bilhão, por causa do impacto de R$ 2,1 bilhões do resultado financeiro, prejudicado pela apreciação do dólar, disse a empresa. A CSN teve perda de R$ 1 bilhão, afetada pela reclassificação contábil, segundo a companhia.

A OGX, empresa de petróleo do grupo EBX, do empresário Eike Batista, teve prejuízo líquido de R$ 398,6 milhões no período.

No mesmo grupo, a MPX, de energia, encerrou o trimestre com prejuízo de R$ 135,2 milhões. A MMX, de mineração, teve perda de R$ 391,6 milhões, devido a quedas na produção e nas vendas das duas minas. A LLX, de logística, fechou o período com R$ 6,89 milhões negativos.

O prejuízo da Gol dobrou, impactado pela desvalorização do real e pelos custos altos com combustível.

Dias atrás, outras empresas já haviam registrado perdas no segundo trimestre.

A da Petrobras foi de R$ 1,3 bilhão. Outras foram TAM, PanAmericano, Usiminas, HRT, OSX e CCX.


MARIA PAULA AUTRAN E RICARDO SCHWARZ - Empresas anunciam prejuízos bilionários - 15 Agosto de 2012 - Folha de S Paulo

Lucro do Trimestre

A safra de balanços do segundo trimestre mostra que a crise econômica refletiu nas empresas brasileiras. O lucro líquido das 241 companhias não financeiras que divulgaram seus resultados até ontem de manhã diminuiu 61,8% em relação ao registrado no segundo trimestre de 2011, segundo levantamento da consultoria Economática. A queda nos ganhos das empresas reflete a desvalorização do real e a desaceleração da economia.

As empresas somaram um lucro líquido de R$ 13,7 bilhões, uma redução de R$ 22 bilhões em relação aos R$ 35,9 bilhões registrados no segundo trimestre do ano passado. Os balanços ruins de Vale e Petrobrás, que concentram cerca de um terço da receita das 241 empresas avaliadas, impactaram o resultado.

A Petrobrás registrou no segundo trimestre seu primeiro prejuízo líquido em dez anos, de R$ 1,3 bilhão, revertendo o lucro de R$ 10,9 bilhões que alcançou entre abril e junho de 2011. A Vale ainda ficou no azul, mas seus ganhos no segundo trimestre deste ano - de R$ 5,3 bilhões - foram metade dos registrados no mesmo período de 2011.

A queda nos lucros, no entanto, foi generalizada. Sem Vale e Petrobrás, as empresas não financeiras que já divulgaram seus balanços lucraram 33,6% menos no segundo trimestre deste ano, segundo a Economática.

Câmbio. O maior impacto no resultado foi provocado pela valorização do dólar no período. A moeda americana se apreciou 10,9% ante o real entre abril e junho e essa variação cambial pesou no resultado financeiro das empresas: as 241 companhias avaliadas perderam R$ 25 bilhões no segundo trimestre, 29 vezes mais do que no mesmo período de 2011. "Muitas empresas têm dívida em dólar e a mudança cambial fez com que ela ficasse maior", disse o presidente da Economática, Fernando Exel.

A conta financeira é considerada "contábil" e não significa desembolso de caixa. Mas, se o câmbio se mantiver estável, o endividamento em dólar pode se tornar um problema para as empresas, disse o economista-chefe do banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves. "Muitas companhias aproveitaram o dólar baixo entre 2010 e 2011 para captar crédito no exterior. Agora, terão de gastar mais reais para pagar a mesma dívida em dólar."

O que preocupa os economistas é que o lucro operacional também foi ruim no segundo trimestre. O lucro operacional das 241 companhias avaliadas caiu para R$ 40,5 bilhões, 20,8% menos do que no segundo trimestre de 2011, segundo a Economática.

"Quase todos os indicadores de atividade econômica estão ruins. As empresas estão sentindo a desaceleração da economia", disse Gonçalves.

Os piores resultados operacionais no trimestre estão nos setores de construção (87% de queda), petróleo (-61%) e siderurgia (-29%). Já as empresas com melhor desempenho estão nos setores têxtil (41%), de varejo (18%) e alimentos e bebidas (14%).

"As empresas mais dependentes do mercado externo e ligadas a commodities tendem a sofrer mais do que as que são alimentadas pelo consumo interno", disse o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini. Para ele, os balanços do segundo semestre ainda devem carregar números negativos. "Vamos continuar a ver lucros menores e mais empresas com prejuízos", disse.

As empresas já começam a traçar planos para enfrentar um cenário externo que deve continuar adverso nos próximos meses. Empresas como Usiminas, CSN e Gerdau vão recorrer a medidas como redução de custos e disciplina de alocação de capital, para melhorar a rentabilidade.

O pacote de estímulo a economia divulgado ontem pelo governo deve começar a surtir efeito só em 2013. "No curto prazo, há uma melhora na confiança das empresas. Mas há um 'delay' até gerar um investimento que aqueça a economia", diz Agostini. / COM AGÊNCIA ESTADO


Lucro de empresas de capital aberto cai 61,8% no trimestre - 16 de Agosto de 2012 - O Estado de São Paulo - MARINA GAZZONI

Negociação e governança

Um estudo realizado pelo professor Antonio Zoratto Sanvicente, do Insper - Instituto de Ensino e Pesquisa, mostra que o chamado "custo total de negociação" das ações, que envolve desde os gastos com corretagem até os prêmios ou descontos exigidos pelos aplicadores nas transações, vem caindo ao longo dos anos. E o principal motivo é o nível de governança de um grupo de companhias, que se reflete em menor volatilidade para determinados papéis.

Sanvicente avaliou dados diários relativos a dez anos, de 1999 a 2009, intervalo no qual o custo médio total de transação recuou de 2,95% para 1,22%. O acompanhamento revela que o efeito se acentuou a partir de 2004, ano que marca o início de um período fértil para o mercado de capitais, que teve seu ápice em 2007, quando uma forte onda de estreias no Novo Mercado deu novos contornos para a bolsa paulista.

"Fica claro que as ações de empresas listadas em segmentos de governança (níveis 1 e 2 e Novo Mercado da BM&FBovespa), nos quais se exige maior transparência na divulgação de informações, são negociadas a custos mais baixos", destaca o especialista. Segundo ele, as conclusões gerais valem para os dias de hoje, pois mesmo computando dados dos dois últimos anos não haveria mudanças estatísticas relevantes. No acompanhamento, foram considerados somente papéis com transações em pelo menos 100 dos cerca de 250 pregões existentes a cada ano. (...)

Sanvicente explica que o cálculo do custo de transação de ações abrange uma série de gastos. Ele classifica como "explícitos" aqueles decorrentes de despesas com taxas de corretagem e da bolsa, além de impostos, como o IOF (incidente sobre operações financeiras). São considerados também custos resultantes da assimetria de informações entre compradores e vendedores, refletidos no prêmio ou desconto exigido por uma das partes para fechar a transação. Estes últimos, no entanto, não são diretamente observáveis, portanto o acadêmico os caracteriza como "implícitos". A combinação dos dois gera a média final. (...)

Nível de governança reduz custo de negociação na bolsa - 16 de Agosto de 2012 - Valor Econômico - Márcio Anaya

CVM

A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) aceitou proposta de pagamento de R$ 70 mil do ex-diretor financeiro e de Relações com Investidores do frigorífico Minerva, Carlos Watanabe, para encerrar processo na autarquia.

O executivo foi acusado de ser o responsável de elaborar e divulgar, no balanço anual de 2008, informações indevidas relativas a créditos de PIS/Cofins.

Segundo a CVM, estas informações referiam-se ao ativo contingente contabilizado oriundo de "atualização monetária referente à taxa Selic" sobre estes créditos.

Fonte: Aqui

16 agosto 2012

Dicas para o fim de semana


A cultura está com uma promoção em que a cada 48h são ofertados 50 livros com 50% de desconto e frete grátis – até o dia 19/8. (Lembrem-se: fazemos parte do programa Espalhe Cultura).

Já comentei aqui que adoro o C. S. Lewis e não pude deixar de dar a dica (em promoção por mais 30 horas):
Crônicas de Nárnia – Versão Normal (R$ 49,50) ou Ilustrada (R$ 56,05).
A Abolição do Homem (R$ 15,40).

"Quando o homem disse Isto é sublime, ele parecia fazer um comentário sobre a cachoeira... Na verdade... ele não estava falando da cachoeira, mas dos seus próprios sentimentos. O que ele realmente disse foi Eu tenho um sentimento que minha mente associa à palavra 'Sublime'... Essa confusão está sempre presente na nossa linguagem. Aparentamos dizer algo muito importante sobre alguma coisa, e na verdade estamos apenas dizendo algo sobre nossos próprios sentimentos". [A Aboliçào do Homem, C. S. Lewis]

Rir é o melhor remédio

O primeiro vídeo é da música Call Me Maybe


Aí a Price de Cingapura decidiu fazer um clique para convocar potenciais auditores para a empresa. Eis como ficou:


Isto não poderia ficar assim. Abaixo uma paródia da propaganda



Rir ou chorar?

AICPA e a Convergência

Numa palestra em Orlando, Florida, o chairman da AICPA, Gregory Anton, afirmou não esperar nenhuma novidade até as eleições presidenciais, quando o assunto é a convergência dos EUA às normas internacionais.

Anton destacou que a AICPA apoia a opção de usar as IFRS, mas que a adoção deve levar no mínimo cinco anos.

Balanços Trimestrais 2

Sempre que o dólar registra fortes variações de curto prazo - o que não é raro no Brasil [1] -, a história se repete: o câmbio afeta de forma significativa o resultado financeiro de diversas grandes empresas que não usam instrumentos de proteção para o passivo em moeda estrangeira - ou ao menos não totalmente.

Nesse grupo estão companhias como Petrobras, Vale, Braskem, Fibria, Suzano e Marfrig.

Como no segundo trimestre o dólar subiu 11%, apenas essas seis empresas tiveram despesa financeira somada de R$ 16,3 bilhões.

Mas a companhias que sofrem esse efeito têm a prática recorrente de minimizar essas perdas decorrentes do câmbio. E os três argumentos usados por elas são: a despesa que derruba o lucro não significa desembolso de caixa [2]; a dívida em dólar é de longo prazo [3]; e a companhia está naturalmente protegida, por ter receita atrelada ao dólar [4].

Isso de fato é verdadeiro, mas não significa que a alta do valor contábil da dívida não tenha consequências negativas.

Quando as variações são bruscas e rápidas, a dívida das empresas sobe de forma imediata após a alta do dólar, enquanto as receitas dolarizadas só aumentam o resultado operacional ao longo dos trimestres, num prazo mais dilatado.

Esse descasamento afeta um dos principais índices de endividamento observados pelo mercado, que é a razão entre a dívida líquida e o Ebitda [5] de uma empresa. (Ebitda é a sigla em inglês para o lucro antes do resultado financeiro, dos impostos sobre o lucro, da depreciação e da amortização) (...)

Dólar caro provoca efeito bilionário - Valor Econômico - 15/08/2012

[1] Não somente. Isto é normal em qualquer economia.
[2] No longo prazo o regime de competência é igual ao regime de caixa.
[3] Mas o efeito é agora. Além disto, a falta de instrumento de proteção pode sinalizar, para o mercado, uma gestão financeira ruim. Além de maior risco.
[4] Para algumas empresas, como a Vale, isto está correto.
[5] Mas o Ebitda seria influenciado positivamente. Bom, de qualquer forma, o Ebitda não é um índice a ser levado a "sério" por uma analista, certo? Além disto, este índice é esdruxulo demais para ser considerado.