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23 abril 2010

Convergência no momento da verdade

No ápice da crise financeira mundial em 2008, o sossegado presidente do Conselho de Padrões de Contabilidade Financeira (Fasb), Bob Herz, viu-se no centro dos holofotes, com furgões das equipes de TV se amontoando do lado de fora da sede do órgão responsável pelas regras contábeis nos Estados Unidos, na normalmente sonolenta cidade de Norwalk, Connecticut.
De uma hora para outra, as atenções haviam se voltado para o tratamento contábil misterioso dado a alguns ativos obscuros em mãos de bancos de investimento de Wall Street, papéis que estavam sendo cada vez mais considerados culpados de exacerbar a crise.
Desde então, a questão ainda não se esgotou. No início de maio, Herz deverá voltar ao tema quando apresentar as propostas do Fasb sobre o grau de uso que o controverso parâmetro do "valor justo" - também conhecido como "marcação a mercado" - deveria ter para a determinação do preço de derivativos e outros instrumentos nos livros dos bancos.
Seu pronunciamento atenderá a um pedido do Grupo dos 20 principais países industrializados e em desenvolvimento, que em setembro colocou a contabilidade entre os itens de sua agenda. O grupo pediu ao Fasb e ao Conselho de Padrões de Contabilidade Internacional (Iasb, na sigla em inglês), com sede em Londres, para preparar um padrão contábil mundial de alta qualidade - uma forma única de medir todas as companhias do mundo.
A questão é tensa - e precede, há um longo tempo, a recente crise. Desde o século XVI, quando Luca Paciola, monge franciscano itinerante amigo de Leonardo da Vinci, inventou [1] a contabilidade moderna nas montanhas da Toscana, há discussões sobre seu significado e propósito.A contabilidade é uma construção social, apenas uma entre várias formas de ver o mundo, ou praticamente uma ciência, baseada em fatos precisos? [2]
Nos tempos modernos, a capacidade de comparar [3] contas em diferentes fronteiras tornou-se o santo graal dos contadores do mundo, assim como de muitos investidores e analistas financeiros. Eles argumentam que essa uniformidade [3] significa que o capital poderia ser alocado de uma forma mais eficiente, que haveria menos facilidade para as companhias provocarem os reguladores e serem processadas e até que escândalos contábeis com os de Enron, WorldCom e Parmalat ocorreriam com menos frequência.
As turbulências financeiras mundiais, no entanto, centraram as atenções em uma questão fundamental: como calcular quanto vale um ativo. O motivo é que durante o pânico do mercado, os preços dos produtos financeiros mais complexos, como os derivativos, despencaram enquanto os mercados se congelavam [4] - um declínio praticamente independente da qualidade de créditos dos ativos que estavam por trás, sustentando esses derivativos. Para alguns, a situação proporcionou pechinchas, compradas rapidamente. Para a maioria dos bancos e fundos hedge, no entanto, levou a buracos devastadores em seus balanços patrimoniais, por causa da prática de marcar os ativos pelos preços atuais de mercado.
As baixas contábeis criaram um círculo vicioso no qual a queda dos valores levou as instituições de crédito a pedir mais garantias para conceder empréstimos, o que por sua vez obrigou grupos demasiado alavancados a vender ativos, empurrando os preços ainda mais para baixo. [5] Como resultado, as autoridades monetárias começaram a ver procedimentos alternativos com interesse renovado: permitir que administradores julgassem os valores ou os contabilizassem pelo que custaram originalmente e pelo dinheiro que supostamente gerarão antes de sua venda.
A opinião de que a contabilidade de "valor justo" enfraquece a estabilidade financeira e econômica persiste entre muitos políticos e autoridades reguladoras, especialmente na Europa, mas também na Ásia. Alguns investidores, contudo, mais notavelmente nos EUA, continuam convictos na defesa do valor justo, pois o consideram mais transparente. Daí a vontade do G-20 em ver um padrão único até junho de 2011.
Dependendo de como as investigações dos responsáveis por determinar as regras prosseguirem, a Securities and Exchange Commission (SEC, a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA) pretende decidir até este mês se todas as companhias americanas deveriam deixar de usar o padrão contábil americano (US Gaap), atual sistema em vigência no país, e aderir aos padrões internacionais de contabilidade (IFRS), do Iasb, usado na maior parte do mundo.
Os investidores, em sua maioria [6], são a favor da convergência, mas alguns temem que, na pressa para cumprir o prazo do G-20, possam ser cometidos erros que criariam problemas futuros para a contabilidade das empresas. "A coisa mais importante para os investidores é que sejam padrões de alta qualidade e que atendam as demandas dos acionistas e da comunidade de investimentos em geral - e é um equívoco sugerir que a convergência é mais importante do que isso", diz Michael McKersie, da Associação de Seguradoras Britânicas (ABI, na sigla em inglês), um poderoso grupo de investidores do Reino Unido.
A decisão da SEC será crucial, já que sem o apoio do maior mercado de capitais do mundo, qualquer padrão global seria assim apenas no nome. Com a aproximação do fim do prazo, as inevitáveis diferenças culturais, divergências e rivalidades que acabam surgindo com uma tarefa global desse tamanho - e que afetam os debates contábeis há séculos - ameaçam interromper o processo. Apesar de meses de negociações, há sinais de que o Fasb e o Iasb não conseguirão chegar a um consenso sobre até que ponto o valor justo dever ser usado para determinar o valor dos instrumentos financeiros. De acordo com um encarregado de determinar os padrões, o sonho do G-20 de harmonia contábil mundial depara-se com a real possibilidade de "explodir".
A história de como a contabilidade se tornou um viveiro de ressentimentos que confrontam autoridades reguladoras, contadores, investidores e executivos tem suas raízes nas semanas anteriores ao desmoronamento do Lehman Brothers, em setembro de 2008. No fim de agosto daquele ano, o projeto para criar um padrão único mundial, congregando EUA e resto do mundo, chegou ao que ainda é seu ponto mais alto até hoje.
Christopher Cox, então presidente da SEC, anunciou um acordo tentativo segundo o qual, até 2014, todas as empresas americanas estariam cumprindo o IFRS. O raciocínio de Cox, bem recebido por contadores [6], foi o de que a "crescente aceitação em todo o mundo - e o cada vez maior controle de companhias estrangeiras por investidores americanos - deixam claro que se nada fizermos, e simplesmente deixarmos essas tendências se desenvolverem, a comparabilidade e a transparência diminuirão para investidores e emissores americanos".
Tornando cada vez mais viável a implementação da visão de contadores - a prática de "uma norma única" -, naquele ano mais de cem outros países adotaram ou concordaram em adotar o IFRS [7]. Mas após a implosão do Lehman muitos governos voltaram a procurar garantir a sua "soberania contábil". [8]
Poucas semanas depois do colapso do Lehman, Cox foi substituído por Mary Schapiro [9], nome pertencente ao novo governo do presidente Barack Obama. Durante as audiências de confirmação no cargo, Schapiro disse que "não estaria disposta a delegar a definição de padrões ou responsabilidade pela supervisão ao Iasb".
Enquanto o afável Herz, no Fasb, enfrentava as equipes de televisão à frente de seu escritório, David Tweedie, o combativo escocês e ex-sócio da KPMG que comanda o Iasb, tinha de lidar com seus próprios problemas no outro lado do Atlântico. Em outubro de 2008, pressões da UE forçaram a publicação de uma regra que foi amplamente considerada como uma diminuição na qualidade de informação - mas que pode ter poupado alguns bancos europeus do colapso. As mudanças permitiram que os bancos reclassificassem carteiras inteiras, inclusive produtos estruturados complexos, e avaliassem de forma mais favorável com base no custo dos empréstimos e títulos que lastreavam os papéis. Tweedie, cujo desejo de precisão contábil por vezes conflitava com a visão tradicional dos formuladores de normas contábeis da Europa Continental como elaboração social e instrumento de estabilidade econômica, mais tarde disse quase ter se demitido devido ao incidente.
Então, em julho, o Fasb e o Iasb anunciaram não ter conseguido chegar a uma abordagem comum sobre como valorar instrumentos financeiros. Por isso, foi preciso a intervenção do G-20 para aumentar as esperanças de que a convergência estava de novo no bom caminho. Mas, exatamente quando os EUA pareciam mais próximos, a Europa divergiu. Em novembro, a UE recusou-se a considerar a adoção da primeira fase do IFRS 9, norma do Iasb relacionada à valoração de instrumentos financeiros, alegando que ela defende o uso excessivo de valor justo.
Tweedie seguiu em frente e publicou o IFRS 9 para uso em mais de 110 países que haviam adotado ou estavam em vias de adotar o IFRS, mas sem o apoio de seu principal patrocinador [10]. A convergência foi avançando a partir de então, mas com crescente intervenções por parte de agências reguladoras e de formuladores de políticas, particularmente na Europa.
Michel Barnier, novo comissário para mercado interno da UE, pareceu, recentemente, ter criado um novo conflito, ao sugerir que verbas futuras para manutenção do Iasb dependeriam de a organização ceder a pressões de Bruxelas no sentido de admitir mais quadros de agências reguladoras em seu conselho diretor. A SEC disse que a independência do Iasb é necessária para que avalie submeter as empresas americanas aos IFRS. No entanto, dizem especialistas, duas coisas podem contribuir para impedir o que recentemente parecia um desfecho mais provável: a criação de blocos contábeis regionais, ou seja, EUA, Europa e Ásia.
Um fator em jogo é o apoio ao Iasb na Ásia. Embora a Europa pareça estar se distanciando, o Japão, segundo maior mercado de capitais no mundo, convergiu um pouco mais. Noriaki Shimazaki, da Sumitomo Corporation e curador do Iasb, diz acreditar que o Japão está a caminho de tornar o IFRS obrigatório para as empresas japonesas já a partir de 2016. À medida que os fluxos de capital deslocam-se para a Ásia, o peso dos países asiáticos deve influenciar mais o processo de normatização, diz Mohandas Pai, da Infosys, segunda maior exportadora indiana de serviços de tecnologia. Entretanto, China, Índia e Japão estão apoiando o desenvolvimento dos IFRS entre si para promover o comércio intrarregional.
O segundo fator envolve o Lehman. O evento, que fez descarrilhar a convergência, ainda poderá levá-la a se concretizar.
Quando Anton Valukas, procurador de Chicago, publicou no mês passado seu relatório condenando as práticas que resultaram na maior falência empresarial na história, uma das revelações foi a "arbitragem regulatória" utilizada pelo banco para tratar as operações de uma maneira que "embelezavam" temporariamente seu balanço. As hoje infames operações Repo 105, que permitiram ao Lehman lançar US$ 49 bilhões fora de seus livros em um trimestre, eram permitidas nos termos do padrão americano US Gaap. Mas se a contabilidade obedecesse ao IFRS, acabariam permanecendo no balanço e bem à vista dos investidores.
Estando as audiências do Congresso que discutirão o relatório sobre o Lehman previstas para o início desta semana, os contabilistas esperam que a convergência receba um impulso favorável em função dessas revelações. "É a melhor razão que até agora já vi para que a convergência progrida", diz um alto executivo de uma das maiores firmas de contabilidade americanas.
Se isso não ocorrer, a uma próxima geração de contabilistas, em meio a uma futura crise, poderá ser legada a tarefa de prosseguir o debate.

Fonte: Valor Econômico, via Análise de Balanços - IFRS: Ainda sobre o valor "justo" - Contabilidade: Paralisada pela crise, convergência global está em risco.
Padrão global de balanços enfrenta sua hora da verdade - Por Rachel Sanderson e Jennifer Hughes, Financial Times, de Londres - 22/04/2010

[1] Um erro comum considerar Pacioli o "inventor". Na realidade foi o divulgador.

[2] A ciência não significa necessariamente que seja baseada em fatos precisos. Talvez o melhor fosse fazer a contraposição entre ciência exata e ciência social.

[3] Aqui faltou um pouco de precisão técnica. Na contabilidade uniformidade é diferente de comparabilidade.

[4] Ou seja, faltou liquidez.

[5] Mas conduziu a ganhos com a perda de valor dos passivos.

[6] Há controvérsias...

[7] Na realidade a adoção da IFRS não garante uma "norma única"

[8] A normatização é uma atividade política. Isto foi refletido nesta atitude.

[9] O fato de Cox ter sido um burocrata com um trabalho ruim na SEC não ajudou.

[10] Talvez o termo correto seja "apoiador". O principal patrocinador do Iasb é o grupo das maiores empresas de auditoria.

22 abril 2010

Rir é o melhor remédio



Fonte: aqui
O Bar Aurora Boteco Ferraz fez uma campanha institucional interessante, que mistura custo e alerta sobre o uso da bebida. Os clientes recebem a conta que incorpora as despesas hospitalares caso dirijam bêbados e tenham acidentes de trânsito. O vídeo mostra a reação dos clientes ao receberem a conta. (Via Design you Trust).

Belo Monte

Consórcios mudaram lances por Belo Monte após Eletrobras impor lucratividade menor

Publicada em 21/04/2010 às 23h39m

Gustavo Paul, Mônica Tavares e Ronaldo D'Ercole

BRASÍLIA e SÃO PAULO - O governo jogou pesado para que o consórcio Norte Energia, liderado pela Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) fosse o vencedor da concorrência para construção da usina de Belo Monte. Pouco antes do leilão, a Eletrobras mandou um recado para os dois consórcios em disputa, determinando [1] que a taxa de retorno do empreendimento deveria ser de apenas 8%, bem abaixo dos 12% esperados pelas empresas privadas. Diante dessa exigência e temendo prejuízos com a obra, o consórcio Belo Monte Energia, liderado pela construtora Andrade Gutierrez, decidiu por uma proposta conservadora, enquanto a estatal Chesf apostou na rentabilidade menor.

O governo determinou a redução dessa taxa de retorno argumentando que o financiamento dado pelo BNDES já prevê juros subsidiados de 4% ao ano, por um período de três décadas. Esse e os outros benefícios concedidos na véspera seriam suficientes para compensar os custos dos empreendedores. Mas, as empresas privadas queriam que o retorno financeiro fosse de pelo menos 12% ao ano, percentual considerado razoável dentro de um cenário em que a taxa básica de juros anual está em 8,75% e os riscos inerentes ao empreendimento são gigantescos. [2]

A ordem [1] dada de última hora levou os consórcios a refazer suas contas pouco antes do leilão. Uma fonte do mercado de energia conta que até o meio dia o grupo da Andrade Gutierrez ainda estava revendo seus cálculos. A partir daí, os dois consórcios seguiram caminhos diferentes.

Petrobras poderá integrar consórcio

O mais conservador, liderado pelas empresas privadas e contando com a Votorantim e a Vale decidiu puxar o freio e apostou, segundo informações não oficiais, em uma tarifa de apenas R$ 82,90 o megawatt/hora (MWh), pouco abaixo da preço teto, estabelecido em R$ 83. Uma taxa de retorno tão baixa foi considerada inexequível pelos empresários. Eles temem que os riscos da obra reduzam os ganhos para próximo de zero. As estatais Furnas e Eletrosul [3] não tiveram como reverter essa posição.

Do outro lado, o consórcio da estatal Chesf seguiu a vontade do seu controlador e apostou na tarifa de R$ 77,97 o MWh, para levar o leilão em uma tacada só. Essa foi a razão do deságio de 6,02%. A decisão foi tomada por Eletrobras e Chesf, mas contou com a concordância dos demais sócios. Segundo fontes do setor, as empresas privadas não puderam reagir contra a redução da rentabilidade, exigida pelo sócio maior.

Ainda de acordo com fontes, o governo também não queria mais ficar refém das grandes construtoras. Nos últimos meses, o Palácio do Planalto estava se sentindo chantageado pelas empreiteiras. O episódio da desistência da Odebrecht e da Camargo Corrêa de participar do leilão causou irritação, a ponto de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter vindo a público anunciar que a obra sairia de qualquer forma [3]. Também estão na lembrança do governo os conflitos que envolveram as empreiteiras nas licitações das usinas de Jirau e Santo Antonio, no Rio Madeira.

[1] Este termo mostra como o governo fez a intervenção numa disputa que deveria ser na iniciativa privada.

[2] A dificuldade de fazer o leilão mostra que o risco pode ser elevado. O governo não conseguiu garantir um ambiente seguro para o investimento.

[3] Dinheiro do contribuinte.

21 abril 2010

Rir é o melhor remédio


Fonte: aqui

Por que a bebida é tão cara num restaurante?

A diferença do preço cobrado por uma bebida num restaurante, para seu preço num supermercado, é razoavelmente significativa. Existem algumas razões para isto, entre as quais o custo de estocagem mais elevado do restaurante, a economia de escala existente num supermercado e o custo adicional existente num restaurante com o garçom. Entretanto, existe uma outra razão importante, apontada por John R. Lott Jr., em Freedomnomics (p. 43):

"Além do custo da comida, o preço de uma refeição tem que cobrir o aluguel da mesa. Quanto mais relaxado for o ritmo em que as pessoas desfrutam de uma refeição, mais dinheiro perde um restaurante por não vender refeições adicionais para clientes nessa mesa. Qualquer indivíduo que freqüente restaurantes com regularidade certamente já encontrou garçons que sutilmente tentam apressar seus clientes com pequenas manobras, tais como limpar a mesa antes de todos os clientes terem sequer terminado sua refeição. No negócio de restaurantes, tempo é dinheiro.

O custo da mesa também explica por que certos tipos de bebidas são muito mais caros nos restaurantes do que nas lojas. Os restaurantes cobram preços particularmente elevados por bebidas como café, chá e vinho ou porque as pessoas se demoram por mais tempo quando consomem estes itens ou porque se demoram mais em refeições que os incluem."

20 abril 2010

Rir é o melhor remédio

Num dia lindo e ensolarado, o coelho saiu de sua toca com o notebook e pôs-se a trabalhar, bem concentrado. Pouco depois, passou por ali a raposa e viu aquele suculento coelhinho, tão distraído, que chegou a salivar. No entanto, ela ficou intrigada com a atividade do coelho e aproximou-se, curiosa:
R - Coelhinho, o que você está fazendo aí tão concentrado?
C - Estou redigindo a minha tese de doutorado - disse o coelho sem tirar os olhos do trabalho.
R - Humm .. . e qual é o tema da sua tese?
C - Ah, é uma teoria provando que os coelhos são os verdadeiros predadores naturais de animais como as raposas.
A raposa fica indignada:
R - Ora! Isso é ridículo! Nos é que somos os predadores dos coelhos!
C - Absolutamente! Venha comigo à minha toca que eu mostro a minha prova experimental.
O coelho e a raposa entram na toca. Poucos instantes depois ouvem-se alguns ruídos indecifráveis, alguns poucos grunhidos e depois silêncio. Em seguida o coelho volta, sozinho, e mais uma vez retoma os trabalhos da sua tese, como se nada tivesse acontecido. Meia hora depois passa um lobo. Ao ver o apetitoso coelhinho tão distraído, agradece mentalmente à cadeia alimentar por estar com o seu jantar garantido. No entanto, o lobo também acha muito curioso um coelho trabalhando naquela concentração toda. O lobo então resolve saber do que se trata aquilo tudo, antes de devorar o coelhinho:
L - Olá, jovem coelhinho. O que o faz trabalhar tão arduamente?
C - Minha tese de doutorado, seu lobo. É uma teoria que venho desenvolvendo há algum tempo e que prova que nós, coelhos, somos os grandes predadores naturais de vários animais carnívoros, inclusive dos lobos.
O lobo não se contém e cai na gargalhada com a petulância do coelho.
L - Apetitoso coelhinho! Isto é um despropósito. Nós, os lobos, é que somos os genuínos predadores naturais dos coelhos. Aliás, chega de conversa...
C - Desculpe-me, mas se você quiser eu posso apresentar a minha prova. Você gostaria de me acompanhar à minha toca?
O lobo não consegue acreditar na sua boa sorte. Ambos desaparecem toca adentro. Alguns instantes depois ouvem-se uivos desesperados, ruídos de mastigação e ... silêncio. Mais uma vez o coelho retorna sozinho, impassível, e volta ao trabalho de redação da sua tese, como se nada tivesse acontecido... Dentro da toca do coelho vê-se uma enorme pilha de ossos ensanguentados e pelancas de diversas ex-raposas e, ao lado desta, outra pilha ainda maior de ossos e restos mortais daquilo que um dia foram lobos. Ao centro das duas pilhas de ossos, um enorme LEÃO, satisfeito, bem alimentado e sonolento, a palitar os dentes.

MORAL DA HISTORIA:

- Não importa quão absurdo é o tema de sua tese.
- Não importa se você não tem o mínimo fundamento científico.
- Não importa se os seus experimentos nunca cheguem a provar sua teoria.
- Não importa nem mesmo se suas idéias vão contra o mais óbvio dos conceitos lógicos...
- o que importa é QUEM É O SEU ORIENTADOR...


Enviado por Isabel Henriques (grato)

Teste #265

A gestão da falência da Lehman Brothers é de responsabilidade da Price (PwC). Dividindo o valor cobrado (312 milhões de dólares) pelo número de horas de trabalho, isto significa um valor de:


 

1.000 dólares a hora de trabalho

24.000 dólares a hora de trabalho

100.000 dólares a hora de trabalho


 

Resposta do Anterior: Todas as datas estão corretas. A idéia do fax é de 1843 e foi patenteada. Em 1926, surgiu a idéia da junção entre fax e telefone. O primeiro aparelho foi criado em 1947.

Valor da árvore

Um aspecto inusitado do inédito censo arbóreo do Parque do Ibirapuera é que agora se pode atribuir valor a cada árvore, utilizando como base suas características físicas. Sabe-se, assim, que um autêntico cedro rosa de 18 metros de altura, bem fornido de copa, com caule sadio, folhas "abundantes" e estado geral "vigoroso" vale exatos (1) R$ 21.478,24. Trata-se da árvore mais valiosa, entre todas as 15.026 existentes no parque.

(...) Hoje, sabe-se que as árvores do parque, de 366 espécies diferentes, valem somadas R$ 310 milhões. "E isso porque não levamos em consideração a frequência das árvores (2), se não haveria espécies que ocorrem somente uma vez no parque, por exemplo, e que valeriam sozinhas mais de R$ 1 milhão (3)", contou o pesquisador. "Sem levar em conta essa frequência, o cálculo fica mais verossímil."

Árvores do Ibirapuera valem R$ 310 milhões - Vitor Hugo Brandalise - O Estado de S.Paulo


 

  1. O texto não informa como os valores foram obtidos. A incerteza neste tipo de avaliação leva-nos a duvidar da precisão dos centavos do valor atribuído ao cedro
  2. Também isto não está claro no texto
  3. Os valores são duvidosos em razão da incerteza metodológica deste tipo de avaliação

Arte com fita cassete








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Goldman Sachs:

A defesa do GS

A investigação da SEC era material? Necessitava ser divulgada nas notas explicativas? Foi divulgada? Sim, sim e não

Os vencedores e perdedores da acusação do GS

SEC começou investigar em 2008

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Os efeitos da demografia nas flutuações do mercado acionário

Os professores querem alunos criativos em sala? Não

Amigos da natureza não são mais honestos (pelo contrário)

Faleceu Prahalad, co-autor com Hamel de Competindo pelo futuro

19 abril 2010

Rir é o melhor remédio



Fonte: aqui

Teste #264

O telefone provavelmente foi inventado em 1860, aproximadamente. E o fax? Ele teria sido criado em 


 

1843

1926

1947


 

Resposta do Anterior: a rigor não, pois falta ainda considerar os custos de pesquisa e desenvolvimento, custos de desenho, custos dos programas etc. Fonte: Ars Tecnhica, iSuppli: $499 iPad components estimated at $260.

Reputação

Sobre a questão da fraude do Goldman Sachs, a principal perda do banco será na sua reputação. Aqui uma opinião de que o processo contra o Goldman Sachs parece fraco. Neste outro texto comenta-se que o Goldman Sachs representa tudo que a imprensa e a opinião pública odeia em Wall Street. Entretanto, mesmo que o mesmo não resulte em condenação ou multa, a instituição financeira já sofreu perdas no seu goodwill. Abaixo uma opinião de que isto é muito mais relevante do que as multas ou condenações:

"As penalidades associadas à reputação sofridas por uma empresa acusada de fraude são substanciais, antes mesmo de a empresa ser condenada. O valor de mercado das empresas acusadas de fraude caiu US$61 milhões durante a década de 1980. Em média, apenas 6,5% deste declínio reflete os custos judiciais; e apenas 1,4% devem-se a penalidade e multas. O restante do decréscimo reflete as expectativas de uma diminuição das vendas e dos ganhos. Essa situação contrasta fortemente com a queda nos preços das ações quando uma empresa é acusada de prática de crimes ambientasi, em que quase a totalidade das perdas reflete os custos judiciais e as penalidades da empresa. Em sua essência, as sanções reputacionais por um crime ambiental são, em média, inexistentes. As pessoas podem não gostar de ouvir, durante as audiências, que uma empresa polui; mas, no geral, elas simplesmente não deixarão de comprar os produtos dessa empresa com base em ações ambientais inadequadas.

Assim, é essencialmente o receio de sanções legais, e não de sanções reputacionais, que dissuade a prática de crimes ambientais. Mas não é este o caso com a fraude corporativa."

John R Lott Jr, Freedomnomics, Saraiva, p. 105-106

Empresas aéreas

O texto abaixo é interessante para área de custos, gerenciamento de receitas e teoria dos jogos:

Primeiro, as companhias aéreas impuseram uma tarifa para a segunda mala, em 2005. Depois, começaram a cobrar também pela primeira mala. Agora, a Spirit Airlines disse que vai cobrar até US$ 45 por bagagens de mão que sejam grandes demais para caber embaixo do assento.


 

É verdade que a Spirit é uma pequena empresa e nenhuma das grandes companhias de aviação indicou na terça-feira, após o anúncio da Spirit, que seguiria o exemplo. Mas já está claro que as tarifas que os viajantes aéreos pagam para levar bagagem na maioria dos voos tiveram mais impacto nos resultados financeiros das empresas do que elas talvez esperassem. A taxa para bagagem de mão só ressalta a nova realidade financeira das empresas: todos, e tudo, num avião, devem pagar pelo transporte.

"Ninguém leva seus pacotes à FedEx ou à UPS e espera que elas os despachem de graça", disse Ben Baldanza, presidente executivo da Spirit Airlines. O total das taxas de bagagem coletado pelas companhias cresceu expressivamente desde que as taxas foram inicialmente impostas. Segundo estatísticas do Departamento de Transportes, o valor total das taxas subiu de US$ 464 milhões em 2007 para quase US$ 2 bilhões nos nove primeiros meses do ano passado.

Ao mesmo tempo, os passageiros agora estão levando malas mais leves e em menor quantidade para evitar taxas extras por malas pesadas (1). Por conseguinte, as companhias não estão perdendo tantas malas e os encarregados de bagagens parecem estar sofrendo menos lesões (2). Ademais, as companhias aéreas agora têm mais espaço disponível para carga, que é vendido a um preço mais alto que o de uma bagagem de viajante (3). "O frete dá uma contribuição significativa para os resultados de uma empresa de transporte de passageiros", disse Ulrich Ogiermann, chairman da International Air Cargo Association. A receita potencial "se passageiros levarem menos malas para evitar as taxas de bagagem não pode ser ignorada", acrescentou.

Opção. Um relatório sobre bagagens divulgado no mês passado pela SITA, uma empresa de tecnologia da informação em aviação que estuda tendências em bagagens de passageiros, revelou que um em cada quatro passageiros optou por não levar malas no ano passado, contra um em cada seis em 2008 ? o primeiro ano em que virtualmente todas as principais companhias aéreas impuseram taxas. O decréscimo do número de malas verificado no ano passado, que o relatório também atribuiu a uma queda no número de pessoas voando, resultou numa redução de 24% na quantidade de malas mal manejadas mundialmente ? tanto danificadas como perdidas. Isso, por sua vez, economizou US$ 460 milhões para o setor global de aviação comercial, segundo o relatório.

Joseph Pascarella, que trabalhou como encarregado de bagagem em Tampa, Flórida, por 37 anos, disse que havia notado a diferença. "Antes das taxas de bagagem, nós lidávamos com uma média de 250 malas num voo. Agora está mais perto de 150 a 175. As pessoas estão pensando duas vezes em levar mala extra."

Se os passageiros forem mais conscientes sobre o que embalam, os benefícios podem ser amplos, disse Catherine Mayer, vice-presidente da SITA. "Haverá menos estresse na empresa aérea, menos custos de manuseio." As companhias, porém, não são tão rápidas em reconhecer isso. United Airlines, Delta Air Lines e American Airlines dizem que não estão analisando a relação entre taxas de bagagem e as outras economias (4).

Empresas aéreas lucram com bagagens - Christine Negroni - O Estado de S.Paulo - THE NEW YORK TIMES / TRADUÇÃO DE CELSO M. PACIORNIK

  1. Exemplo de como as pessoas reagem aos incentivos.
  2. Impacto sobre os custos das empresas.
  3. E nas receitas também
  4. A influencia sobre as grandes companhias é um caso interessante da Teoria de Jogos em equilíbrio. Mas ao quebrar este equilíbrio, a Spirit, uma pequena empresa, pode, futuramente, conduzir a um novo equilíbrio, onde a cobrança sobre bagagens será universal.

Links

Nacionais:

Prazo da convergência sob ameaça

Decisão do CNJ acaba com contabilidade criativa na área publica

PME: contabilização de ativos

Revolução digital nos escritórios contábeis

18 abril 2010

Rir é o melhor remédio


Em lugar de "Goldman Sachs", o cartoon usa "Gold in Sacks" (ouro em sacos). Um dos observadores cometa que a mudança de nome faz jus a situação real.

Fonte: aqui

Goldman Sachs e a Contabilidade

Qual a relevância dos problemas do Goldman Sachs para Contabilidade? São vários aspectos, mas podemos listar o seguinte

  1. No relatório de 2009, o GS afirmou que não jogava contra seus clientes. Parece que esta afirmação não era verdadeira;
  2. Uma das acusações da SEC é que o GS ocultou informações;
  3. A intervenção da SEC diz respeito à questão da regulamentação no mercado de capitais, assunto que interessa de perto a contabilidade. É o tipo de caso que inclui aspectos como o papel do estado na economia e influência da Sarbox.
  4. O problema do GS está relacionado com uma crise financeira. É bom lembrar que algumas dos avanços da contabilidade ocorreram em períodos de crise, como a criação da SEC após a crise de 1929 e a Sarbox, após os problemas da Enron. Pode ser que novas reformas sejam aprovadas, que inclui interferências sobre a contabilidade, nos Estados Unidos. E tudo leva a crer que as acusações são bombásticas, já que envolvem uma grande instituição financeira e um ex-secretário do Tesouro. Além disto, a grande cobertura da imprensa mostra que o assunto é extremamente relevante.
  5. Certamente a crise deverá influenciar diretamente na reputação do GS, no seu intangível mais relevante.
  6. Uma das acusações centrais é que o GS não tratou de maneira igualitária seus clientes. Os pequenos clientes foram prejudicados. Isto poderá induzir um maior foco da informação contábil para o cliente. É bom lembrar que a contabilidade dos EUA geralmente está focada no investidor acionista.
  7. A controvérsia sobre a qualidade da denúncia, associado com a intensa cobertura da imprensa, pode emergir um grande debate na imprensa especializada, incluindo aqui o papel da contabilidade.

Goldman Sachs

A principal notícia da semana é a acusação de fraude do Goldman Sachs. Uma das maiores instituições financeiras do mundo, fundada em 1869, o banco escapou da crise financeira. Suspeita-se que graças a ligação do então secretário do Tesouro, Henry Paulson, com a entidade.

A denúncia vem da SEC, o órgão de regula o mercado de capitais dos Estados Unidos. Basicamente o problema é o seguinte:

A operação, de acordo com a SEC, foi elaborada pelo francês Fabrice Tourre, vice-presidente do banco em Nova York - o cargo é intermediário na hierarquia do banco. Tudo começou quando o funcionário especializado no mercado de derivativos teria recebido um pedido do megainvestidor John Paulson para criar produtos derivados das hipotecas subprime (com elevadíssimo risco de calote). Para o serviço, ele pagou US$ 15 milhões para a Goldman. Na avaliação de Paulson, no início de 2007, a bolha imobiliária, que estava no auge, iria explodir. Outros clientes preferenciais, além do próprio banco, foram aconselhados a apostar contra o novo produto, denominado Abacus-2007-AC1.

Ao mesmo tempo, a Goldman vendeu o Abacus-2007-AC1 para clientes comuns. Até esse ponto, não há nada de errado. O problema é que, segundo a SEC, o banco informou esses clientes que uma terceira parte independente teria organizado o Abacus-2007-AC1, e não a própria Goldman junto com Paulson. Isto é, de acordo com a SEC, os clientes comuns foram enganados para o favorecimento de preferenciais, como Paulson, e do próprio banco - o investidor não foi acusado pela SEC por supostamente não ter conhecimento da fraude.

    Goldman Sachs é acusado de FraudeEstado de São Paulo – 17 de abril de 2010

O GS refutou a acusação e disse que perdeu dinheiro com a operação. Entretanto, a empresa tem sido comparada a um grande vampiro (aqui).

16 abril 2010

Rir é o melhor remédio




O Museu de História Natural possui mensagens de ódio de crianças, inconformadas com o fato de Plutão não ser mais planeta. A mensagem acima, de uma criança de nome Will, mostra inclusive a "foto" do planeta, feita pelo próprio Will.

Fonte: aqui

Teste #263

Novamente o caso da Apple e seu Ipad. Com um custo de produção do hardware de 259 dólares, e um preço de venda de $499, o produto da empresa poderia ser vendido por 260 dólares com lucro?

 
 

Resposta do Anterior: Margem bruta

Estoque e economia



Em postagem anterior comentei que a informação de estoque é relevante para entender a situação da economia. Infelizmente não conheço esta informação sendo coletada para o Brasil, mas os dois gráficos abaixo mostram a situação para os Estados Unidos. Percebe-se que a quantidade de estoque está reduzindo com o passar do tempo, mas que em 2009 ocorre uma reversão. Neste momento o volume de estoque aumenta, indicando a recessão.

Agora, o nível volta ao padrão normal, aparentemente indicando o fim da crise.

Adolescência e o poder do grupo

Um estudo realizado com adolescente mostrou a importância do medo da rejeição social entre esta faixa etária. E ajudou a explicar a razão pela qual os jovens gostam, e compram, dos discos de Miley Cyrus ou Justin Brieber.

Os pesquisadores pretendiam descobrir a influencia social sobre as preferências das pessoas. Para isto utilizaram as músicas e os jovens para fazer avaliação. Num primeiro momento, adolescentes foram convidados a escutar um pequeno trecho de uma musica, marcando sua preferência. Posteriormente, o trecho foi tocado novamente, mostrando a popularidade através do número de downloads.

Com a informação sobre a popularidade da música, muitos jovens mudaram sua avaliação da música. Em finanças comportamentais isto significa que eles seguiram a manada.

De certa forma a pesquisa mostra que o comportamento dos adolescentes é fortemente influenciado pelo grupo. Assim, a popularidade de Brieber, um jovem cantor canadense adolescente, pode ser conseqüência disto.

15 abril 2010

Rir é o melhor remédio


Fonte: aqui

Teste #262

Recentemente a empresa Apple lançou o produto iPad. O preço de venda é de 499 dólares para o aparelho com 16 GB. Uma pesquisa mostrou que o custo do hardware é de 259 dólares, aproximadamente. Pergunta-se: Qual o conceito que expressa, de forma mais aproximada, a relação entre 259 dólares e o preço de venda?


 

Resposta do Anterior: Urânio Fonte: aqui


 

Decisão, aversão à perda e competição

Uma pesquisa de Christer Gerdes e Patrik Gränsmark analisou 1,4 milhão de jogos de xadrez num período de onze anos. A análise é interessante, pois no xadrez é possível determinar qual o adversário mais forte – através de uma medida chamada Elo – e, com os computadores, avaliar a qualidade do jogo. Os resultados são interessantes já que dizem respeito ao processo decisório. Mais especificamente, a questão da aversão à perda e da competição entre homens e mulheres:

Em consonância com pesquisa anterior, descobrimos que as mulheres são mais avessas ao risco do que os homens. A conclusão do assunto é que os homens optaram por estratégias mais agressivas quando jogavam contra oponentes do sexo feminino, embora quando esta estratégia reduz a sua probabilidade de ganhar.

Terceirização 3

Telecomunicação e energia possuem leis específicas

As concessionárias de energia e de telefonia também enfrentam centenas de ações ajuizadas pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). No entanto, o debate travado no Poder Judiciário no caso desses setores é bem diferente dos demais. Isso porque as atividades possuem leis específicas: a Lei Geral de Telecomunicações (LGT) - Lei nº 9.472, de 1997 - e a Lei de Concessões - Lei nº 8.987, de 1995. Essas normas autorizam a terceirização de forma bem mais ampla. No ano passado, ao julgar um caso envolvendo a Celg, a distribuidora de energia elétrica de Goiás, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) restringiu a contratação de trabalhadores terceirizados.

No caso da Celg, os ministros do TST consideraram irregular a contratação de terceirizados na instalação e manutenção de cabos de energia. Mas há decisões nos dois sentidos, tanto no TST quanto nas instâncias inferiores. As normas que regulamentam o setor de telefonia e de energia permitem a terceirização nas atividades consideradas "inerentes" ao setor.

As empresas interpretam a expressão de forma mais ampla do que o Ministério Público do Trabalho (MPT), que defende, por sua vez, que as leis não poderiam se sobrepor aos valores trabalhistas. "As leis são de natureza econômica, e não se coadunam com princípios da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT)", diz Fábio Leal, presidente da Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT). Segundo ele, há ainda o princípio da isonomia, pois esses setores não poderiam ter um tratamento diferenciado dos demais, com maior possibilidade de terceirização. De acordo com ele, a matéria está longe de ser pacificada pela Justiça. (LC) – Valor Econômico – 14/4/2010

Terceirização 2

Fiscalizações abrangem hospitais

Em alguns Estados, como o Rio de Janeiro e o Rio Grande do Sul, a campanha do Ministério Público do Trabalho (MPT) está focada no setor de serviços. Segundo o procurador do Trabalho no Estado do Rio de Janeiro, Cássio Casagrande, o órgão tem proposto ações contra hospitais privados e públicos que terceirizam médicos, enfermeiras e até as UTIs. "Os hospitais perdem o controle da qualidade do serviço e do processo produtivo, pois muitas vezes ocorrem até quarteirizações", afirma Casagrande.

Segundo a advogada trabalhista Vânia Aleixo Pereira, do Aleixo Pereira Advogados, para detectar se a terceirização é fraudulenta, um dos critérios que o Judiciário utiliza é verificar se há subordinação direta dos empregados terceirizados à empresa tomadora de mão de obra. No entanto, diz, em um dos casos no qual o escritório atuou, na defesa de uma empresa do setor da saúde, o magistrado fundamentou a decisão no inquérito apresentado pelo MPT, e não nas provas apresentadas pela empresa no processo.

No Rio Grande do Sul, além dos hospitais, há também ações ajuizadas contra empresas do setor calçadista, em áreas como a fabricação de solas de sapato. Nesse caso, o Ministério Público entende que a área seria uma atividade-fim da empresa. Desde 2008, o MPT gaúcho abriu 200 inquéritos e firmou 118 termos de ajustamento de conduta relativos à terceirização. (LC) – Valor Econômico – 14/4/2010

Terceirização

Uma reportagem do Valor Econômico comenta a questão da terceirização.

Cada vez mais usada no processo produtivo como forma de baratear o custo da mão de obra, a prática da terceirização tem levado centenas de empresas a responder a ações civis públicas propostas em todo o país pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). O combate à terceirização que considera ilícita é hoje uma das principais bandeiras do órgão. Os procuradores elegeram como alvo os setores econômicos mais importantes de cada Estado. Em Minas Gerais, as atenções estão voltadas para as siderúrgicas. Na Bahia, o Polo Petroquímico de Camaçari, na região metropolitana de Salvador. E no interior de São Paulo, multinacionais instaladas no Vale do Paraíba. Em muitos casos, já há liminares determinando que as companhias parem de terceirizar determinadas atividades. O tema já chegou, inclusive, no Supremo Tribunal Federal (STF), por meio de um recurso ajuizado pela ArcelorMittal.

O Ministério Público alega nas ações que essas empresas terceirizam atividades-fim para pagar menos encargos trabalhistas. A Lei nº 7.102, de 1983, autoriza a terceirização nos serviços de vigilância e limpeza. No entanto, não existe no país uma legislação específica sobre o assunto para as demais atividades. Por esse motivo, hoje o principal parâmetro adotado é a Súmula nº 331 do Tribunal Superior do Trabalho (TST). Por essa orientação, a terceirização pela companhia de serviços especializados ligados à atividade-meio poderia ocorrer, desde que não exista subordinação direta do funcionário com o tomador de serviços. O conceito de atividade-meio, porém, gera inúmeras interpretações na Justiça do Trabalho e também entre advogados. "O empregado terceirizado tem menos direitos trabalhistas e geralmente faz o mesmo serviço que o funcionário contratado", afirma Fábio Leal, presidente da Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT). "As terceirizações ilícitas criam um empregado de segunda classe."

O Ministério Público do Trabalho só ajuiza ações civis públicas depois de verificar a existência de inúmeras demandas individuais de trabalhadores terceirizados contra os tomadores de serviço. Os procuradores têm priorizado os grandes centros industriais do país. No interior de São Paulo, que abrange 599 municípios, o MPT da 15ª Região propôs 24 ações civis públicas e firmou 104 Termos de Ajustamento de Conduta (TACs) nos últimos dois anos. Os municípios de Campinas, São José dos Campos e São Carlos, que abrigam diversas multinacionais, foram alvo das principais ações. Em um processo contra a Volkswagen, em São Carlos, o MPT obteve uma liminar, em primeira instância, proibindo a terceirização na fabricação de motores. Por meio de sua assessoria de imprensa, a montadora informou que não comenta assuntos que estão sub judice.

Em janeiro, o Ministério Público ajuizou uma ação contra a Basf na Vara do Trabalho de Guaratinguetá. A discussão envolve trabalhadores contratados por uma empresa terceirizada como "ajudantes gerais" de empregados da linha de produção de embalagens da Basf. Os procuradores alegam que, neste caso, há discriminação salarial entre empregados e terceirizados de mesma categoria profissional. "No Brasil, a terceirização é estratégia para baixar custos à custa dos direitos trabalhistas", afirma o procurador do Trabalho em São José dos Campos Luiz Carlos Fabre. De acordo com ele, atualmente não há mais como delimitar de forma precisa o que seria atividade-fim. O procurador diz que o Judiciário tem considerado mais a questão da precarização do ambiente de trabalho. Procurada pelo Valor, a Basf informou que não terceiriza os serviços de sua atividade fim. Segundo a empresa, a terceirização utilizada em seu processo produtivo atende completamente a legislação em vigor.

Em Minas Gerais, o trabalho do MPT está voltado para as siderúrgicas, na terceirização do processo produtivo de carvão e reflorestamento. O Ministério Público da 3ª Região entende que esses setores estariam diretamente relacionados à atividade-fim das companhias, pois o carvão seria a principal fonte de produção do ferro-gusa, aço e outros metais. Já a produção de carvão seria garantida pelas atividades de reflorestamento desenvolvidas pelas empresas. Nos últimos oito anos, o órgão ajuizou 23 ações civis públicas contra cerca de 40 empresas da área. Uma dessas discussões judiciais envolve a ArcelorMittal - antiga Belgo Mineira. A procuradora do trabalho da 3ª Região, Adriana Augusta de Moura Souza, afirma que foram verificadas péssimas condições de higiene nos alojamentos dos trabalhadores, submetidos a jornadas estafantes. Em 2005, o TST determinou que a empresa extinguisse a terceirização naqueles setores. Da decisão, a Arcelor recorreu para o Supremo Tribunal Federal (STF), mas o processo está ainda pendente de julgamento.

Outro grande polo industrial que tem motivado investigações do MPT é o de Camaçari, na Bahia. Desde 2008, o órgão firmou 23 TACs com empresas e ajuizou seis ações. Os processos que envolvem os maiores valores foram ajuizados contra Brasken, DuPont e Oxiteno e tramitam em duas varas de Camaçari. Em agosto, o Ministério Público obteve liminar que determinava à Brasken o término da terceirização de atividades-fim por meio de cooperativas ou de outras empresas. De acordo com a procuradora do trabalho da 5ª Região Virgínia Sena, a terceirização ilícita ocorreria no setor de manutenção. Por meio de sua assessoria de imprensa, a Braskem informou que recorreu da decisão no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da Bahia e obteve uma decisão favorável que permite continuar com a terceirização no setor de manutenção. A empresa entende que a área é uma atividade-meio da empresa, cuja finalidade é a produção e comercialização de produtos petroquímicos.

As ações ajuizadas contra a Oxiteno e a DuPont ainda não foram julgadas. Procurada pelo Valor, a DuPont informou estar certa de não existir fato que comprove a precarização dos direitos trabalhistas, e "reforça o seu compromisso, respeito e o cumprimento da legislação". A ArcelorMitall não retornou aos pedidos de entrevista. E a Oxiteno informou que não irá se manifestar sobre o assunto.

Empresas respondem a centenas de processos contra terceirização - Luiza de Carvalho, de Brasília – Valor Econômico - 14/04/2010

 
 

14 abril 2010

Rir é o melhor remédio


Adaptado daqui

Teste #261


O mapa acima mostra as instalações existentes no mundo para fabricação de algo muito polêmico. Você saberia dizer o que é?


 

Resposta do Anterior: agências de ratings

Links

De finanças comportamentais:

Incentivos financeiros para alunos de escolas públicas

Mesmo quando estão se divertindo no jogging, muitos não permitem ser ultrapassados

As limitações da informação de calorias

O efeito das emoções nas decisões: uma experiência de Dan Ariely

Falar a verdade não é bom para padrastos

A questão da velocidade nas estradas

Regras para a Extração Mineral

O International Accounting Standards Board (IASB) está discutindo a evidenciação de informações contábeis na indústria extrativa. Isto inclui maior evidenciação sobre os custos das empresas e a publicação de demonstrações contábeis por país. A idéia é que os investidores estão interessados em conhecer os riscos dos investimentos em nações ricas em recursos minerais, mas corruptas, já que a evidenciação incluiria: royalties e impostos pagos em dinheiro; dividendos; bônus; e taxas de concessão. Evidenciando

"país por país" poderia expor a corrupção e fornecer informações úteis ao mercado, conforme a minuta do Iasb.

"Geralmente, quanto maior o nível de corrupção, maior a preocupação do investidor com a integridade do governo e seu empenho em honrar os termos e condições existentes relativas à entidade e as operações nesse país ", afirma o documento de discussão. 

Corrupt Regime Reform Through Accouting? – Malcom McKay

Auditoria no Google

O juiz Luís Fernando Cirillo, da 31.ª Vara Cível de São Paulo, determinou a realização de auditoria no serviço de links pagos – os chamados AdWords – do site de buscas Google Brasil. A decisão, tomada com base em uma ação movida pela agência de publicidade digital Hotlist Web Marketing Ltda., atinge o ramo mais lucrativo do Google, responsável por 97% do faturamento de US$ 23,6 bilhões registrado em 2009.

O litígio entre a Hotlist e o Google teve início em 2007. À época, a agência reconhecia dívida de R$ 2,2 milhões com o site por cliques feitos nos links de seus clientes. Ainda assim, se recusava a quitar os débitos, sob a alegação de que o Google "envia como fato gerador das notas fiscais (...) números de cliques arbitrariamente lançados e o valor correspondente a ser pago, sem permitir que seja feita qualquer verificação de sua exatidão".

No decorrer da ação, o advogado José Maria Trepat Cases, que defende a agência, obteve liminar que proibia o Google de inserir o nome da Hotlist nos serviços de proteção ao crédito, como Serasa e SPC. O advogado pede ainda o pagamento de comissão de 20% sobre as faturas para a agência, como prevê o contrato com o site e normas que regulamentam a publicidade no País.

"Essa decisão é inédita no mundo e representa um duro golpe para o Google", diz Cases. "Para que se faça essa auditoria, será preciso que a empresa dê acesso ao código fonte do site. É mais ou menos como pedir a fórmula da Coca-cola." 

O Google chegou a recorrer da decisão – o argumento era de que a auditoria representava "quebra de segredo de negócio" –, mas não teve sucesso. No entendimento do juiz, a perícia não traz prejuízos ao site, uma vez que todas as informações e dados que serão auditados estão, segundo próprio Google, à disposição dos anunciantes.

Além disso, escreveu o juiz, o site "não pode se furtar ao risco que decorre do fato de aceitar as parcerias". O analista de sistemas Francisco Banchieri Junior foi nomeado para auditar os cliques. A perícia contábil, que vai apurar o exato valor da dívida da agência com o site, ficará a cargo de Valdir de Souza José. Embora a auditoria se restrinja aos links de anunciantes intermediados pela Hotlist, a medida desperta o interesse de todo o mercado de publicidade digital pelos eventuais efeitos que um resultado "inesperado" pode gerar.

Outro lado. Procurada na segunda-feira, 12, a assessoria de imprensa do Google informou que o site ainda não tinha sido notificado oficialmente da decisão e, portanto, não tinha subsídios suficientes para manifestar-se publicamente sobre o assunto.

Cliques do Google terão auditoria – Estado de São Paulo – 14/4/2010

Previ versus Banco do Brasil

Em meio ao processo de sucessão administrativa, a Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, enfrenta este ano a disposição da patrocinadora de capturar parte de seus lucros. O banco quer fazer valer uma regra do Conselho de Gestão de Previdência Complementar (CGPC), de setembro de 2008, que determina a distribuição de parte de seu superávit acumulado sempre que ele completar três anos consecutivos no azul.

Mas a questão está longe de ser resolvida rapidamente. Para o diretor de investimentos da Previ, Fábio Moser, o tema é polêmico e ainda está em fase inicial de análise técnica na fundação. A dúvida gira em torno do fato de o fundo ter registrado déficit de R$ 26 bilhões em 2008, apesar de manter o saldo acumulado positivo. Já o Banco do Brasil dá a questão como certa e até lançou parte dessas receitas em seus balanços financeiros de 2008 e 2009. Ao todo, essa cifra melhorou o patrimônio do banco em cerca de R$ 8 bilhões, o que permitiu ampliar a sua capacidade de empréstimos.

"O principal é que o fundo não pode correr risco. Nossa obrigação principal é pagar benefícios e garantir as aposentadorias", explicou Moser. E completou: "Acho que ninguém pensa, nem o banco, nem os participantes, em fazer a coisa de qualquer jeito e trazer prejuízo ao fundo", explicou o diretor.


Banco do Brasil quer parte dos lucros da Previ – Estado de São Paulo – 13/4/2010

13 abril 2010

Rir é o melhor remédio





Sofás para sogras (Enviado por Matias, grato)

Preço


A imagem mostra o preço de um mesmo livro – o excelente Blink, de Gladwell, na mesma livraria, com dois preços: o livro importado custa quase metade do preço do custo do livro nacional. A única justificativa seria a economia de escala.

Links

Alexandre Alcantara: União Européia ameaça a convergência

Softwares de estatística

Manobra contábil reduziu a dívida de bancos

Lehman criou um alter-ego

Propaganda estranha

A empresa dedicou a parte de trás da caixinha para falar de sustentabilidade. Mas a disposição dos elementos acabou passando uma mensagem totalmente confusa — para dizer o mínimo.

Reparem na imagem abaixo. Pelo sentido da leitura e hierarquia das fontes (ou letras), o "Desmatando florestas" vem logo em seguida ao "É divertido ajudar o planeta". Ou seja, a mensagem transmitida é oposta ao que se pretende. Nosso primeiro impulso é ler "É divertido ajudar o planeta desmatando florestas". Incompreensível e lamentável. 

    A Pepsi errou na nova embalagem de Toddynho? – Espirro Propaganda



Sim

Pedágios


"Dois anos após a concessão para a iniciativa privada, duas das principais rodovias do País, a Fernão Dias (BR-381) e a Régis Bittencourt (BR-116), continuam em estado precário. O preço baixo do pedágio fixado pelo governo federal não possibilita que a concessionária, o grupo OHL, faça os investimentos necessários para melhorar as condições de tráfego e as obras se resumem a tapa-buracos." (Concessão Federal apenas tapa buraco, Estado de S Paulo, 11 de abril de 2010, p. C6)

Quando ocorreu o leilão, as rodovias eram apontadas como modelos de transferência para o setor privado sem onerar, de maneira excessiva, o bolso do usuário. O contraponto seriam os caros pedágios das rodovias paulistas – aqui a comparação tinha, claro, um motivo político. Entretanto, a razão econômica é muito forte: baixa remuneração dos serviços é igual a baixa qualidade.



Foto: Ricardo SEP

12 abril 2010

Rir é o melhor remédio


Fonte: New Yorker

Links

Nove notícias hilárias

Sensação da música contrata um profissional que ensina a andar com malandragem

Prejuízo de 16 bilhões com Sudam e Sudene

Agências de Rating

A incerteza gerada pelas eleições e o aumento de gastos que costuma preceder este período permite induzir que provavelmente o país não terá um aumento de grau de investimento nos próximos meses.

O papel das agências de ratings está dissecada neste texto de Leandro Modé, Estado de São Paulo, 11 de abril de 2010, p. B5:

As agências de classificação de risco são sistematicamente criticadas por levarem tempo demais para promover ou rebaixar a nota de um país, de uma empresa ou de um banco. Elas não conseguiram se antecipar à crise da Ásia, na década de 90, e à crise das hipotecas de alto risco (subprime) nos Estados Unidos .

Na atual turbulência que envolve a Grécia, as agências também reagiram depois do mercado financeiro. Na sexta-feira, a Standard & Poor"s (S&P) diminuiu a nota grega para o nível BBB-, igual ao do Brasil. Por aqui, as críticas decorreram da percepção de que as melhorias da economia brasileira foram reconhecidas tardiamente.

Ainda assim, sua avaliação é seguida à risca por grande parte dos investidores. Por isso, o mercado continua a monitorar a nota do Brasil, à espera de nova promoção - que, por ora, parece distante. "Para subirmos mais degraus, precisamos fazer mais coisas: reforçar a parte fiscal e promover as reformas estruturais", diz a chefe de análise da Fator Corretora, Lika Takahashi, referindo-se às reformas tributária, previdenciária e trabalhista.

O economista-chefe do Grupo Santander Brasil, Alexandre Schwartsman, também mostra cautela em relação a uma nova melhora da nota brasileira. "As agências de rating costumam olhar de perto a relação entre dívida pública bruta e o Produto Interno Bruto, que, no Brasil, não tem apresentado melhora substancial nos últimos anos."

Segundo ele, no início do governo Lula, essa relação estava 65%. Chegou ao pico de 70% em 2003 e depois começou a cair. Na mínima dos últimos anos, foi a 56% em julho de 2008. De lá até novembro de 2009, subiu de novo. Hoje, está em 63%. "Basicamente, voltamos para onde estávamos em 2007", observa.

A relação entre a dívida e o PIB revela a capacidade de o País gerar caixa para honrar seus compromissos. Em geral, as empresas de rating consideram adequado um nível abaixo de 40%.

As agências não costumam falar sobre perspectivas para uma nota. Mas, em recentes declarações à Agência Estado, profissionais da Moody"s, da S &P e da Fitch mostraram desconforto com a evolução do endividamento público brasileiro.

Se serve de consolo, a situação fiscal piorou no mundo inteiro. Para combater a crise, os países despejaram dinheiro dos contribuintes na economia. Nos EUA, por exemplo, a relação dívida/PIB pode superar 100% nos próximos anos. Na Itália e no Japão, já está acima disso há anos.

Grau de investimento

(...) "O grau de investimento trouxe mudanças substanciais para o Brasil", afirma o copresidente do banco Credit Suisse no País, Marcelo Kayath. "Em várias operações recentes que fizemos, tanto de renda fixa quanto de ações, percebemos a participação de investidores que antes não compravam ativos do País."

O chefe de análise da SLW Corretora, Pedro Galdi, emenda: "O principal ponto do investment grade (nome em inglês) foi mesmo abrir a possibilidade de grandes fundos virem para cá." (...)

Grau de investimento ampliou mercado, dizem analistas – Estado de S Paulo, 11 de abril de 2010, B4 – Leandro Modé

Algumas entidades no exterior só aplicam num país com determinada nota. No caso, a nota de investimento abre a possibilidade de mais investimentos estrangeiros, pois estaríamos num patamar de risco menor.

Teste #260

Sabemos que a Grécia representa um perigo para a Comunidade Européia em razão do seu elevado endividamento e do risco que isto pode representar para os outros países em razão do contágio. Também temos que reconhecer que o Brasil saiu-se relativamente bem com a crise, apesar do baixo crescimento econômico e da política externa confusa. Entretanto, o Brasil e a Grécia estão no mesmo nível para


 

as agências de ratings

o Fundo Monetário Internacional

a ONU


 

Resposta do anterior: 17 milhões. Ou 10% x 30 dólares x 5.543.643 = 16.630.929. Fonte: aqui . Além disto, o Código Da Vinci vendeu mais 750 mil exemplares e Anjos e Demonios mais de 500 mil. 


 

Por que liquidez baixa pode não ser ruim?

Numa postagem anterior mostramos que o endividamento elevado pode, em certos casos, ser bom para empresa. Da mesma forma, alguns livros insistem em dizer que "quanto maior a liquidez, melhor". Isto também não é verdadeiro e o uso desta regra no dia a dia pode levar a decisões errôneas.

É preciso esclarecer que o uso de liquidez é muito difundido na vida empresarial. Uma possível razão é a associação entre baixa liquidez e o risco. Assim, acredita-se que uma empresa possui um volume reduzido de ativos de curto prazo em relação as dívidas de curto prazo deveria estar em dificuldades financeiras. Ao final do exercício, o volume de recursos de curto prazo seria insuficiente para quitar as obrigações de curto prazo.

Entretanto, a situação prática é mais dinâmica. Nem sempre a dívida de curto prazo precisa ser quitada no final do exercício. Um exemplo são alguns empréstimos de curto prazo que são automaticamente renovados pelas instituições financeiras. Mais ainda, a situação financeira de uma empresa é muito dinâmica, e a liquidez geralmente mede a situação numa determinada data do tempo. Assim, medir a liquidez de uma empresa que vende muito no período natalino pode mostrar baixos estoques, elevado caixa e valores a receber.

Uma liquidez elevada pode ser sinal de ineficiência. Alguns livros chegam a dizer o absurdo que o ideal de uma liquidez de uma empresa é uma relação de duas vezes dos ativos de curto prazo em relação aos passivos de curto prazo. Além de ensinarem errado, colocam em risco os negócios das empresas. Considere um supermercado. Para ser eficiente, um supermercado tem que girar rápido seus estoques, tentar vendar à vista e conseguir o maior prazo possível dos seus fornecedores. Ou seja, o ativo de curto prazo deve ser reduzido (baixo estoque e valores a receber) e os passivos de curto prazo podem ser elevados (alto volume de fornecedores). Um supermercado eficiente deve ter baixa liquidez, não o contrário.

Assim, uma liquidez baixa pode ser bom ou ruim, dependendo da situação.

10 abril 2010

Rir é o melhor remédio



Fonte: aqui

Bulgária


Bulgária admite fraude ao ingressar na Zona do Euro

Brasil Econômico   - Por Margarida Vaqueiro Lopes do Diário Económico (Portugal) 
09/04/10 13:27


 

Foram encontradas irregularidades na candidatura da Bulgária à Zona Euro. A revisão do déficit depois da descoberta sobe para 3,7%, o maior da última década.


 

À semelhança da Grécia, a Bulgária cometeu irregularidades na apresentação das contas públicas. A diferença é que enquanto a Grécia já se encontrava na Zona Euro, o objetivo da Bulgária era conseguir adotar a moeda única europeia.

O governo, que tinha apresentado um déficit de 0,8% para 2009, foi obrigado a rever as contas e apresentou agora um saldo negativo de 3,7% do Produto Interno Bruto (PIB), o maior da última década.

O aumento seria relativo a não contabilização de algumas das obras públicas efetuadas durante os dois anos anteriores a 2009.

As irregularidades foram admitidas hoje pelo ministro das Finanças e pelo primeiro-ministro búlgaros numa conferência de imprensa em Sofia. "Nós, de fato, mentimos aos nossos colegas europeus sobre estarmos preparados para entrar na Zona Euro, para que não dessem conta desta armadilha", admitiu o primeiro-ministro Boiko Borissov, citado pela Blomberg. Esta notícia pode, à semelhança do que aconteceu com a Grécia, aumentar a desconfiança dos investidores nos países e na economia da União Europeia.

Esta notícia apresenta um título usando o termo "fraude", depois utiliza "irregularidades" (duas vezes) e no final a declaração de Borissov reconhecendo que "mentiram". Afinal, encaixa-se na definição de fraude ou não? Observe que a diferença de 0,8% positivio plara 3,7% negativo é significativa. O PIB da Bulgária é de quase 100 bilhões dólares. A diferença seria entre 800 milhões e 3,7 bilhões de dólares. Ou 4,5 bilhões de dólares não contabilizados.



Imagem: Flickr

Caixa da Apple


O gráfico mostra a série histórica do caixa da empresa Apple, de 2003 a 2010. A partir do gráfico, o analista Rosenman (em Apple´s Cash Trajectory) traçou uma curva com a projeção do caixa futuro da empresa. Para o analista, e baseado nos dados passados, a curva é ascendente, mostrando que o caixa da empresa irá aumentar de forma expressiva nos próximos anos, atingindo a quase 70 bilhões de dólares em 2012.

Tenho dúvidas da análise de Rosenman; provavelmente no futuro haverá uma grande pressão dos acionistas para distribuição do caixa ou investimentos em outros negócios. Algo próximo que aconteceu com a Microsoft no passado, que terminou fazendo uma grande distribuição de dividendos.