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31 maio 2007

Ranking dos jogadores de futebol

O ranking é comum em diversos esportes. No xadrez, por exemplo, cada jogador tem um ranking que é atualizado periodicamente com as partidas disputadas.

No futebol as tentativas de ranking são imperfeitas e toscas. O conceituado Times de Londres usou a matemática para chegar aos maiores talentos da liga inglesa. O resultado a seguir (na ordem: jogador, clube, posição e duas medidas de desempenho)

1 C Ronaldo - Manchester United - meia - 85.12% 19.12

2 F Lampard - Chelsea - Meia - 97.31% 16.24

3 Gilberto - Arsenal Meia 88.14% 16.01 P

4 - Cech - Chelsea - Goleiro 50.15% 14.41

5 - J Lehmann Arsenal - Goleiro 97.30% 13.94

6 - P Scholes Man Utd Meia - 79.10% 13.50

7 T Howard - Everton - Goleiro, 94.59% 12.96

8 N Vidic - Man Utd - Defensor 66.11% 10.48

9 B McCarthy Blackburn - 88.98% 9.91

10 A Hleb Arsenal - Meia 68.14% 9.87

Propinas e contabilidade

Um texto na Folha de S. Paulo de 31/05/2007 sobre a história da propina no Brasil.

Propinas: passado e presente
Folha de São Paulo

KENNETH MAXWELL

NO BRASIL, a propina tem uma história venerável. As lucrativas e íntimas interconexões entre o abuso de poder governamental, as quantias substanciais propiciadas pelos contratos e os empresários que recebem do Estado esses contratos não é novidade nenhuma.

Nas Minas Gerais da era colonial, propinas generosas eram formalmente incorporadas ao custo dos contratos concedidos pelo governo. O governador da Província e os funcionários do Judiciário recebiam adicionais aos seus salários oficiais conhecidos como "propinas", o que explica a origem do uso dessa palavra para descrever tal forma de pagamento no Brasil.

Em 1780, por exemplo, o governador de Minas Gerais recebeu, além do seu salário oficial, adicionais de cerca de 50% em forma de propinas, consideradas legais e que constavam das contas oficiais do governo. Os magistrados e outros funcionários locais recebiam suplementos salariais semelhantes, se bem que menos generosos.

As propinas vinham de empreiteiros que haviam recebido contratos para arrecadar em nome do governo a maior parte das receitas do Estado. De fato, o Estado havia privatizado a função básica de recolher impostos muito antes da década do neoliberalismo.

Os contratos que envolviam arrecadar impostos de importação e de exportação para o território da Província e tributos sobre a produção, uso de estradas e venda de produtos costumavam ser concedidos aos mais importantes empresários locais. O sistema gerava muitos abusos, e reformá-lo era virtualmente impossível. De fato, quando, em 1784, um oficial da contabilidade recomenda a reforma tributária, dizendo que esse método de contratação era prejudicial para o Estado, o governador e o chefe de Judiciário foram ambos totalmente contra qualquer mudança, apesar de serem inimigos e de discordarem sobre tudo. O que fica claro é que gente demais no interior do sistema lucrava com a maneira pela qual ele operava, embora o povo, evidentemente, não se beneficiasse. O povo se via forçado a pagar impostos pelos coletores, que desejavam extrair o máximo lucro de seus contratos com as autoridades.

Quanto mais impostos eles arrecadassem para além do montante prometido ao governo, mais dinheiro sobrava para eles. Foi Joaquim José da Silva Xavier que definiu a situação da melhor maneira: "Os governadores... cada três anos vinham... e todos iam cheios de dinheiro, que traziam uma machina de creados, e que cada um delles ia à proporção cheio".

Tiradentes estava falando, é claro, sobre governadores e criados vindos de Lisboa, e não sobre aqueles que hoje vivem em Brasília.

TRADUÇÃO DE PAULO MIGLIACCI

Links

1. Como o mercado acionário chinês é afetado pela crença na sorte e azar

2. Neuroeconomia, emoções e decisões morais

3. Como a escolha do título do livro de administração é importante. Reportagem do Valor Econômico de hoje

30 maio 2007

Pequenas notícias

1. A Transportation Security Administration perdeu um drive com dados (número do social security, datas de nascimentos, conta de bancos) de 100 mil empregados. (clique aqui)

2. Um estudo encontrou que uma criança escuta do professor uma média de 2.150 palavras por hora. E 620 na família. aqui

27 maio 2007

Rir é o melhor remédio



Enviada por José Matias Pereira

Cinema hoje e ontem



A figura ao lado mostra o desempenho de dois filmes. De cor mais clara, Indiana Jones, lançado em 1989, que produziu 186 milhões de dólares em nove semanas; de cor mais escura, X-Man, lançado em 2006, que gerou 190 milhões de dólares nas mesmas nove semanas. Ou seja a receita é aproximadamente igual. Entretanto, Indiana Jones levou mais tempo para chegar ao valor, enquanto X-Man teve sua receita concentrada nos primeiros dias.

Existem algumas razões para esta mudança de comportamento, conforme aponta a The Economist (28/04/2007, Endless Summer, de onde foi extraída a figura, p. 73 e 74). A primeira, é o crescimento da capacidade. O número de cinemas cresceu, nos Estados Unidos, de 29.700 para 39.700, entre 1996 e 2006. Outra razão é o crescimento da receita proveniente da tela pequena, incluindo TV, TV a cabo e DVD. Neste caso, os primeiros dias é um preditor das vendas de DVD e TV, além das propagandas acopladas ao filme.

Os grandes filmes tem algumas vantagens, como a concentração de esforços na promoção e grande número de público assistindo os trailers. Entretanto, como alerta a The Economist, a venda para tela pequena tem apontado uma tendência de queda, o que pode significar uma falência no modelo. Outro aspecto, é que os estúdios estão enfrentando uma batalha mais difícil com os artistas, cinemas e outros na divisão do bolo.

A pirataria e a divulgação rápida de informação na internet (inclusive opiniões desfavoráveis) também são fatores importantes. Isto tudo faz com que a chance de um estúdio cometer um erro, investindo num fracasso de público, tenha aumentado.

Clique aqui para ler mais e aqui também

26 maio 2007

Contabilidade Pública é diferente

Ao estudarmos a contabilidade pública pode-se perceber a grande diferença com a contabilidade financeira. Estas diferenças estão desde o tipo de demonstração utilizada até o processo contábil.

Existem diversas razões para a existência destas divergências, entre as quais é possível citar as características do governo; características dos serviços prestados; as características do processo administrativo do governo; o volume expressivo de investimento em ativos que não produzem receita; a natureza do processo decisório; o uso das informações contábeis; os usuários das informações; e a ênfase na teoria do fundo, em detrimento da teoria da entidade e do proprietário. Discutem-se cada um destes aspectos a seguir.

Características do Governo
O governo é oriundo da autoridade que é delegada pelos cidadãos. A organização do governo é completamente diferente de uma empresa ou uma entidade sem fins lucrativos. Um governo está dividido em poderes, geralmente executivo, legislativo e judiciário. O governo pode assumir a forma de uma monarquia ou república e ter divisões administrativas diversas (estados, municípios, vilas, etc.).
Existem pelo menos cinco características básicas exclusivas do governo em termos no seu aspecto econômico. Em primeiro lugar, a fonte de receita pode ser ou não obrigatória, como é o caso de um tributo; enquanto isto numa empresa a fonte de receita é opcional, resultado da vontade do cliente. Em segundo lugar, a receita do governo pode ser baseada nas características do serviço prestado, nas características do contribuinte ou em outros fatores. No setor privado, o único critério para determinação do preço é o valor dos serviços colocados a disposição. Terceiro não existe, no governo, uma relação direta e clara entre o pagamento e o serviço recebido. Uma pessoa pode consumir um bem do estado sem ter feito nenhum pagamento de imposto. Em quarto lugar, o governo é geralmente monopolista nos serviços que fornece a população. Este monopólio não é questionado, ao contrário do que ocorre com a iniciativa privada. Finalmente, e em virtude do exposto anteriormente, é difícil de medir a qualidade e quantidade dos serviços prestados pelo governo.

A forma de organização do governo é única e não encontra paralelo nas empresas. Admitindo que a contabilidade adapta-se ao ambiente na qual está inserido, é natural admitir que a contabilidade pública seja única também.

Características dos Serviços Prestados

O governo atua em áreas da economia e sociedade como segurança, educação, saúde, entre outros. Além disto, cabe ao governo estruturar e permitir o funcionamento da sociedade de maneira adequada, através da manutenção de uma infra-estrutura administrativa e de sistema legal. Em outras palavras, alguns dos serviços prestados pelo governo formam a base da estrutura da sociedade, o que gera uma necessidade de alocação em certas atividades que irão compor o serviço público.

Costuma-se dizer que as atribuições do governo estão divididas em três grandes grupos: função distributiva, alocativa e estabilizadora. Na função distributiva, o governo pode utilizar de programas sociais para permitir melhores condições de vida para população mais pobre. Na função alocativa, a vocação do governo é colocar a disposição de parcela da população certos serviços, como saúde e educação. Finalmente, a função estabilizadora mantém a sociedade funcionando através da segurança pública e de um banco central.

Características do Processo Administrativo

O processo administrativo de uma organização é composto pelo planejamento, execução e controle. Numa empresa privada, a execução é o destaque, sendo a mensuração do fluxo dos recursos econômico relevante. Na contabilidade pública existe um foco no controle, que domina o processo administrativo. Em termos do processo de gestão financeira, este está focado no orçamento público, que é elaborado e executado tendo em vista o controle dos recursos financeiros por parte do poder legislativo e dos órgãos de controle do executivo. O ciclo orçamentário governamental geralmente exige uma elaboração e aprovação anual de despesas e receitas, onde a execução está condicionada a esta autorização prévia dada pelo orçamento. Por conseqüência, o controle do orçamento é feito através da relação entre o orçado e o realizado, e será o instrumento mais importante na avaliação de uma gestão pública.

Investimento em Ativos que não produzem receita

O governo aplica uma substancial quantia de recursos em ativos permanentes, como prédios, equipamentos, veículos, parques, pontes, estradas e outros. Ao fazer estes investimentos, não existe uma preocupação que os mesmos venham produzem uma receita. Uma definição de ativo associada a geração de riqueza no futuro. As decisões de aplicação de recursos nos ativos no setor público não possuem esta preocupação com o retorno econômico. É muito comum, na área pública, o uso do termo “aplicar recurso a fundo perdido”, indicando justamente a pouca preocupação com o retorno do investimento.

Natureza do Processo Decisório

O processo decisório no governo é um processo político, onde estão presentes jogos de interesse, conflitos de opiniões, negociações, atendimento a demandas de comunidades mais organizadas, entre outros aspectos. Conforme comentado anteriormente, o orçamento é peça fundamental no processo de gestão financeira do setor público. A inclusão de um serviço ou obra no orçamento geralmente ocorre através do processo político. Assim, a inclusão de uma obra no orçamento pode ser feita através de uma proposta de um parlamentar (deputado ou vereador). Sua aprovação no legislativo dependerá da negociação com os outros parlamentares e com o poder executivo.

Uso da Contabilidade

Por tudo que foi comentado anteriormente, é possível perceber que o uso da contabilidade na avaliação de desempenho possui uma preocupação legalista e voltada para o controle dos gastos públicos. A contabilidade pública deve procurar responder se a execução orçamentária esteve de acordo com as normas, em especial a lei que aprovou o orçamento. Somente nos últimos anos, tem ocorrido uma maior preocupação com usar a contabilidade para mensurar índices que possam refletir a qualidade da gestão.

Usuários da Contabilidade Pública

Os usuários das informações contábeis do governo são diferentes das empresas privadas. A rigor, o usuário final da contabilidade pública são os cidadãos, sejam eles contribuintes ou não. O interesse é verificar a qualidade da administração pública. Além deste usuário é necessário destacar a imprensa e os grupos de pressão (conhecidos também como lobbies), o poder legislativo e os órgãos de controle externo, entre outros.

Justamente pelo fato do usuário preferencial da contabilidade pública ser o cidadão, deveria existir uma preocupação com o acesso e compreensão deste usuário as informações que são produzidas.

Ênfase na Teoria dos Fundos

Entre as diversas teorias do patrimônio líquido, a Teoria do Fundo é mais aplicada a ao setor público, e em menor grau as entidades sem fins lucrativos do terceiro setor, onde as necessidades de informações são diferentes do setor privado com fins lucrativos. No setor privado prevalece a teoria do proprietário ou a teoria da entidade.

25 maio 2007

História Econômica do Brasil




Joana Naritomi, Rodrigo Soares e Juliano Assunção, da PUC-Rio e University of Maryland, analisaram a história do Brasil e as implicações para as atuais instituições, em particular, as instituições municipais. O que aconteceu no Brasil colonial ainda tem influencia sobre a estrutura socioeconômica atual. Municípios com vínculo no ciclo da cana de açúcar (figura 5, extraída do artigo Rent Seeking and the Unveiling of “De Facto” Institutions: Development and Colonial Heritage within Brazil) possuem problemas maiores de distribuição de terra. Municípios ligados ao ciclo do ouro (figura 6) possuem problemas de governança e menos acesso a justiça.



Os autores mostraram que o problema de acesso a justiça está relacionado com aspectos de longo prazo. Duas figuras interessantes, e também do texto dos autores: A figura 1 mostra a renda per capita dos países e sua distância do Equador. Quanto mais distante estiver do Equador, maior a renda per capita. A segunda figura mostra o mesmo calculo para os municípios brasileiros. Novamente, os locais mais distantes do Equador possuem maior renda per capita.

24 maio 2007

Regras e comportamento

As pessoas reagem as regras. Esta é uma verdade que tem sido comprovada diariamente. Um estudo interessante mostra uma aplicação disto nas corridas da Nascar


Clique aqui para ler

Oferta Pública de Ação

Os especialistas enfatizam que a excelência em governança não garante a existência de um bom empreendimento empresarial. [grifo meu]


Do jornal Valor Econômico de 24/05/2007, sobre as recentes operações de lançamento de ações na bolsa. Clique aqui para ler integral

Nova regra da SEC facilita obediência de empresas menores à Sox

Gazeta Mercantil - 24/05/2007

Washington, 24 de Maio de 2007 - A Securities and Exchange Commission (SEC), a CVM dos EUA, decidiu ontem facilitar para os executivos de pequenas companhias o cumprimento da lei de responsabilidade corporativa da lei Sarbanes-Oxley. A medida é vista como, um pré-requisito para a aplicação plena da lei para milhares de empresas de pequeno porte. Por cinco votos a zero, a SEC aprovou a regra que permite aos executivos para adaptar suas avaliações à complexidade de suas atividades. A orientação "visa a classificar corretamente os esforços de avaliação da diretoria, e pretende fazer isso para as empresas de todos os portes", disse o chairman da SEC, Christopher Cox.

Os reguladores esperam que a orientação, combinada com uma medida suplementar que pode ser aprovada hoje pelo Conselho Supervisor de Contabilidade de Empresas de Capital Aberto, reduzirá os custos o suficiente para que as empresas pequenas acatem a lei de provisão de controles internos de 2002. As pequenas empresas de capital aberto (cerca de 60% do total) hoje são isentas de cumprir a lei porque os reguladores adiaram a implementação das regras até os regulamentos serem reduzidos.

Os auditores dizem que uma das maiores reduções de custo virá de um regra separada que a SEC aprovou ontem. Pela regra, os auditores fornecerão uma opinião única sobre os controles internos corporativos de demonstrativos financeiros. Eles têm fornecido duas opiniões separadas, uma sobre os próprios controles e uma sobre o processo da gerência para avaliar esses controles.(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 4)(Dow Jones Newswires)

Morte da vovó

Um trabalho de Mike Adams, da Eastern Connecticut State University, chama atenção para um aspecto curioso: a avó de um aluno tem mais possibilidade de morrer subitamente antes do aluno fazer o exame do que em outro momento do ano.

A tabela talvez ajude a explicar o que Adams descobriu. As notas dos alunos são de A (a melhor nota) até F (a pior nota). São três exames: inicial, do meio e final. A tabela apresenta o número de mortes das vovós por cem alunos. Observe o número 1,04 da tabela (no lado direito, embaixo). Isto significa que em média 1,04 avós de alunos que estão fazendo o exame final morrem. Quando não existe nenhum exame esta média é de 0,054; se o exame é do meio, o índice de mortalidade é de 0,574.



Outro aspecto interessante é que a mortalidade aumenta quando a nota do estudante é pior. Observe a última linha da tabela: para o bom aluno (com nota atual A) o índice de mortalidade é 0,09; para o aluno ruim (nota F) o índice é de 2,18.

Outra constatação da tabela: quanto mais importante o exame, maior o índice de mortalidade.

(clique aqui também)