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19 maio 2007

Estados Unidos deveriam realmente seguir a Inglaterra?

Anteriormente publicamos a opinião do presidente do FED de que os Estados Unidos deveriam adotar uma contabilidade mais próxima da existente na Inglaterra. Ou seja, baseada em princípios, não em regras (clique aqui).

No Wall Street Journal de 19/05/2007 (clique aqui para ler), Robert Pozen considera isto uma falsa dicotomia. Para Pozen, apesar dos princípios do Financial Services Authority (FSA) da Inglaterra ter menos que 200 palavras, seu livro de regras tem mais de 8 mil páginas.

Na sua opinião, uma regulação contábil precisa ter um misto de princípios e regras detalhadas. Os princípios gerais acomodam os novos instrumentos financeiros e servem de guia. Mas regras detalhadas também possuem vantagem: consistência entre empresas, reduz tempo e esforço para resolver problemas e protegem as pessoas (incluindo os executivos).

Já a The Economist (Speaking in tongues - International accounting, 19/05/2007) destaca a consolidação do IFRS na harmonização contábil (clique aqui). Mas lembra dos problemas, principalmente as diferentes versões de suas normas e o fato de que regras internacionais baseadas em princípios são mais difíceis de serem implementadas.

Esta semana foi muito rica em discussão contábil produtiva (clique aqui para ler mais).

Princípios ou regras

A reportagem do Wall Street Journal sobre as mudanças na contabilidade (clique aqui para postagem anterior) foi a quarta mais vista no jornal esta semana (The Most Popular Stories on the Web, 19/05/2007)

18 maio 2007

Rir é o melhor remédio

BAIANO DESESPERADO.

A REAÇÃO DE UM BAIANO DURANTE UM TIROTEIO

Imagine a reação de um baiano que está visitando algum parente na Favela da Rocinha no Rio, quando tem início um tiroteio terrível.

De um lado bandidos.
Do outro, a polícia.
E ele bem no meio do fogo cruzado.

Na foto pode se ver

a angústia

o desespero

a adrenalina

e o estresse

do cidadão baiano.



(Enviado por Maxwell, RN)

Complexidade, novamente

Um artigo de STELLA FEARNLEY e SHYAM SUNDER, este um autor de livros na área contábil, defende a necessidade de reduzir a complexidade da contabilidade (clique aqui para ler, em inglês

Os autores citam o caso das demonstrações do HSBC, com 454 páginas e peso de 3 pounds. E perguntam: quem irá ler?

Uma das questões é o monopólio na elaboração das normas! Muito interessante, pois os autores defendem que em lugar da convergência, o FASB e IASB deveriam competir.

Além disto, os autores lembram que não ocorreu nenhuma consulta para decisão de convergência em 2002.

A proposta é simples, para os autores: aumentar a competição pode ajudar a reduzir a complexidade e simplificar a contabilidade.

Provocante, pelo menos.

Comentários do Secretário do Tesouro Norte-Americano sobre a Contabilidade

Um texto onde Secretário do Tesouro Norte-Americano afirma a importância da contabilidade financeira, da profissão do auditor, da complexidade da contabilidade atual (inclui SOX) e da necessidade de manter o mercado norte-americano confiável e competitivo.

The key test of accurate financial reporting is trust.
By HENRY PAULSON
Financial Times - 17/05/2007
Page 15

Accurate and transparent financial reporting is vital to the integrity of our capital markets and the strength of the US economy. In an address last November, I spoke about the importance of strong capital markets, pointing out that capital markets rely on trust. That trust is based on financial information presumed to be accurate and to reflect economic reality.

Our capital markets are the best in the world and so is our financial reporting system. We must work to keep them that way. Today, the Treasury department is announcing several important steps to ensure we preserve an efficient financial reporting system that provides reliable information, is supported by a sustainable auditing industry, and has enhanced compatibility with foreign reporting standards.

In March, Christopher Cox, the Securities and Exchange Commission chairman, and I co-chaired a conference on capital markets competitiveness. Financial reporting was one of the main topics of discussion.

A strong auditing profession is essential for a well-functioning reporting system. The auditor's role is key: to examine financial statements and express an opinion that conveys reasonable, but not absolute, assurance as to the truth and fairness of those statements. The Sarbanes-Oxley Act of 2002 enhanced financial reporting integrity, including mandating major changes affecting the auditing profession. The act created the Public Company Accounting Oversight Board to replace self-regulation, and mandated auditor independence requirements. As these changes took effect, new challenges arose. We now have fewer major accounting firms, and legitimate questions about the sustainability of the auditing profession's business model.

These new challenges require understanding and solutions. To achieve this, the Treasury has asked Arthur Levitt, former SEC chairman, and Donald Nicolaisen, former SEC chief accountant, to serve as co-chairs of a non-partisan committee to address auditing industry concentration, and to consider options available to strengthen the industry's financial soundness and its ability to attract and retain qualified personnel. Through this public forum, investors, advocates, and companies can present a wide range of views, engage in informed debate and provide recommendations.

In addition to changes in the auditing profession, Section 404 of Sarbox appropriately emphasised the importance of internal controls over financial reporting. However, implementation has proven more costly and burdensome than originally anticipated. Mr Cox, Mark Olson, PCAOB chairman,and their commissioners and board members have sought to improve the application of Section 404. A more risk-based implementation will be a positive step.

Another emerging challenge is the soaring number of financial restatements over the past decade. In 1997, there were 116 restatements; in 2006, there were 1,876, or more than 10 per cent of public companies. Restatements pose significant costs on our capital markets. They have the potential to confuse investors and erode public confidence in financial reporting. Some of these restatements might not be material to investors, and others may simply reflect new accounting standards interpretations.

This volume of restatements reflects, in part, the complexity of our financial reporting system. Mr Cox and Robert Herz, Financial Accounting Standard Board chairman, are to be commended for their efforts to reduce that complexity. To complement this move, the Treasury intends to commission a rigorous analysis of factors driving financial restatements, and their impact on investors and the capital markets.

The increasing globalisation of our markets also means that we must enhance the comparability of foreign company financial statements. Mr Cox's leadership has been instrumental. He has taken positive steps towards the convergence of US GAAP and International Financial Reporting Standards, and eliminating the US GAAP reconciliation requirements for IFRS-reporting foreign companies by 2009.

As the SEC has said, its actions are key steps "toward a future regulatory framework in which IFRS may be used on a stand-alone basis by foreign private issuers and possibly also by US issuers." When fully implemented, this will enhance financial statement consistency and facilitate cross-border transactions and cash flows.

We will pursue each of these initiatives, and other steps that will be part of the broader competitiveness discussion, to ensure that US capital markets remain efficient, innovative and continue to drive capital to its most productive uses. Our markets must retain the integrity and efficiency that has contributed greatly to prosperity in America and around the globe.

Exemplo

Segundo o Diário Econômico, de Portugal (18/05/2007, Temos de gerar 630 milhões) o Tribunal de Contas Britânico (National Audit Office) possui uma regra interessante: para cada libra gasta nas auditorias é necessário gerar 9 libras em poupança para os contribuintes.

Não seria um exemplo interessante para ser seguido?

CVM: Brasil adotará padrões internacionais até 2010

Segundo a CVM, o Brasil deverá adotar as normas internacionais até 2010. A notícia é tão importante para a contabilidade que reproduzo as reportagens do VAlor Econômico e Gazeta Mercantil:

CVM quer regras internacionais até 2010
Valor Econômico - 18/05/2007

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) estipulou o ano de 2010 como marco para que as companhias abertas passem a adotar suas demonstrações financeiras anuais consolidadas no padrão contábil internacional estipulado pelo Conselho de Padrões de Contabilidade Internacionais (Iasb, na sigla em inglês). As companhias que quiserem adotar, antes de 2010, o padrão contábil internacional - já em vigor na União Européia - também poderão fazer essa opção. Essas regras estão contidas numa minuta de instrução divulgada ontem e que vai ficar em audiência pública até o dia 30 de junho, para que os participantes do mercado enviem suas sugestões.A nova instrução faz parte de um esforço de convergência entre os padrões contábeis locais e internacionais para que investidores e analistas possam ter parâmetros de comparação unificados, diz a CVM, em nota. A autarquia afirma que o projeto de lei 3.741, em análise há vários anos pelo Congresso, é outra frente nesse sentido.

Ao reformar aspectos da Lei das S.A., um dos objetivos nesse projeto seria aproximar os padrões contábeis usados no Brasil dos critérios dos padrões internacionais. Caso o texto original proposto para a nova instrução venha a ser mantido, as companhias passam a ter de adotar os padrões ditados pelo Iasb a partir do exercício encerrado em 2010. Essa nova regra porém, valerá apenas para as demonstrações financeiras anuais consolidadas, conforme explicou o superintendente de normas contábeis da CVM, Antônio Carlos Santana. "Na regra que está sendo proposta as demonstrações individuais, assim como as trimestrais, continuam a ser feitas no padrão contábil local", diz Santana. Para conciliar essa diferença entre o padrão local e o internacional será preciso fazer uma nota explicativa. "Hoje já existe uma nota de conciliação sobre as diferenças entre o balanço consolidado e o individual, agora será feita uma nota sobre as diferenças entre o padrão internacional e o brasileiro", explica o superintendente da CVM. "O objetivo agora é colocar a idéia e fazer o debate, o texto poderá mudar em função disso", diz Santana. Ele acredita que a indicação para usar os padrões do Iasb no balanço consolidado é uma forma de começar a avançar na convergência das regras e criar uma nova cultura, dentro dos parâmetros permitidos e da competência da CVM. Na opinião do superintendente, o esforço do projeto de lei que tramita no congresso não se torna menos importante. "Ao contrário, ele trata dos padrões locais e é muito importante para as regras das demonstrações financeiras individuais. Nós temos esperança de que até a vigência dessas novas regras que estamos propondo o projeto já tenha sido aprovado no Congresso", diz Santana. Para Reginaldo Alexandre, vice-presidente da Apimec-SP, as novidades introduzidas pela CVM são muito bem-vindas. "Os estrangeiros compram cada vez mais ativos brasileiros e o mercado está cada vez mais global. Ter um padrão unificado facilita muito a vida de analistas e investidores", afirma, lembrando que o mercado americano vai facultar às empresas estrangeiras listadas a contabilidade pelos padrões do Iasb e não pelos padrões dos EUA. "A tendência é a convergência de padrões. Acredito que no médio prazo essa mudança que vai ocorrer no Brasil possa até ter impacto sobre o custo de capital, pois uma das coisas mais difíceis de explicar são as diferenças nos números. O interesse pelos ativos locais pode aumentar", conclui Alexandre.


Agora da Gazeta:

CVM dá mais um passo para adoção do padrão internacional
Gazeta Mercantil - 18/05/2007

São Paulo, 18 de Maio de 2007 - A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) colocou, ontem, em audiência pública, a minuta de instrução que dispõe sobre a elaboração e divulgação das demonstrações financeiras consolidadas, com base no padrão contábil internacional, seguindo as normas do International Accounting Standard Board (IASB).

A instrução faz parte do processo de convergência com essas normas internacionais ao mesmo tempo em que permite, durante o período de 2007 a 2009, a opção de apresentar as demonstrações já consolidadas pelo IASB e fixa o exercício findo em 2010 para que as companhias abertas brasileiras adotem obrigatoriamente o padrão internacional.

Segundo comunicado da CVM, as demonstrações financeiras consolidadas representam uma visão mais ampla da posição financeira do conjunto formado pela empresa controladora e suas controladas. Por isso, esse tipo de informação tem a preferencia dos analistas de mercado. No mercado de capitais internacional essas demonstrações são utilizadas como a única informação relevante para tomada de decisão pelos analistas e investidores.(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 4)(Lucia Rebouças)

17 maio 2007

Rigidez no Preço

O preço de uma Coca-cola era de 5 centavos do dólar em 1886, o que corresponde a um dólar de hoje. Este preço demorou mais de 60 anos para se alterar. Isto é um típico caso de rigidez nos preços.

Esta rigidez tem uma explicação, mesmo sabendo que os custos de fabricação da Coca-Cola tenha se alterado em sessenta anos (para se ter uma idéia, o preço do açúcar triplicou na primeira guerra). Não foram os concorrentes, mas o custo de substituir as máquinas de venda de Coca-Cola, que só aceitavam “nickels”.

A Coca-Cola tentou várias alternativas, conforme relata Tim Harford, num artigo publicado na Financial Times Magazine (12/5/2007, For better or worth When it comes to price adjustment, there is, it seems, a lesson to be learnt from both Coca-Cola's rigidity and Amazon's flexibility - Clique aqui para outra endereço do artigo). Em 1953 o presidente da Coca-Cola escreveu para o presidente Eisenhower sugerindo a criação da moeda de 7,5 centavos.

Harford informa que um estudo detalhado de custos de um supermercado revelou que o custo para mudar um preço de um produto era de 52 centavos. Logicamente que a tecnologia torna isto mais fácil, com o código de barras, sítios na internet e menu. Hoje a Coca-Cola possui máquinas onde é fácil programar seu preço.

Mas mesmo assim, a variação de preço de uma Coca-Cola é muito menor que os preços dos livros da Amazon.

Clique aqui para ler mais

Links

1. Petrobrás perdeu em 3 rounds - sobre a negociação das refinarias

2. Loterias, perda de tempo - Um bilhete de loteria seria um ativo? Não, pois não satisfaz o requisito de gerar um benefício futuro esperado. A probabilidade é tão reduzida que não deve ser um ativo.

3. Na China tem mais menino que menina: preconceito ou Hepatite?

4. Quem lucrou com o acordo Daimler Chrysler? Os Advogados...

Estados Unidos seguem a Inglaterra na Contabilidade?

Segundo o Financial Times de 16/05/2007, p. 1, Ben Bernanke, presidente do Banco Central Norte-Americano (FED), os Estados Unidos deveriam seguir a abordagem baseada em princípios da Inglaterra.

Bernanke calls for US to follow UK's 'principles-based' approach.
By JEREMY GRANT

Ben Bernanke yesterday urged US financial watchdogs to look at the UK as a model for the way markets might be better regulated, weighing in behind the adoption of Britain's "principles-based, risk-focused" supervision.

The Federal Reserve chairman's comments are the clearest sign yet that senior US policymakers believe that there could be merits in copying some elements of the UK's use of more flexible regulations, a factor that is seen as having helped London attract business from the US.

His remarks come amid gathering concern that US capital markets risk slipping behind the rest of the world if the country does not integrate international accounting standards, reformits litigation system andsimplify duplicated regulations.(...)

Um novo nome para Caixa 2

Mais um novo nome para o caixa dois: "saco azul". Em continuidade ao escândalo contábil do Vitória Guimarães, clube da primeira divisão do futebol português (clique aqui), o Jornal de Notícias (nome interessante para um jornal) apresenta a seguinte reportagem (17/maio/2007):

Ex-director explica "saco azul" para ilibar Pimenta
Jornal de Notícias

O ex-director dos serviços administrativos do Vitória de Guimarães, Paulo Antero Sousa Pereira, confirmou ontem nas Varas Mistas de Guimarães, a existência de um "saco azul", alegadamente criado por Pimenta Machado para fugir ao Fisco e à Segurança Social, nos pagamentos dos salários dos futebolistas.

Na continuação do depoimento iniciado anteontem com perguntas do procurador do Ministério Público, a testemunha referiu que o "saco azul" era alimentado, maioritariamente, com verbas oriundas das quotas dos associados, mas também de outras proveniências, como sucedeu com um cheque emitido pelo Sporting aquando da venda dos jogadores Pedro Barbosa e Pedro Martins.

Segundo o antigo homem de confiança do ex-presidente, o "saco azul" funcionava em duas contas bancárias e funcionava de forma paralela à contabilidade oficial do clube.

Tal situação levou o juiz-presidente a constatar que, para se saber qual a verdadeira situação real das contas do clube, "haveria que somar as duas parcelas", o que a testemunha confirmou.

A sessão da manhã incidiu, assim, nos pormenores técnicos das movimentações financeiras do "saco azul" e suas alegadas ligações com o processo em que Pimenta Machado e Vale e Azevedo estão a ser julgados no tribunal de Guimarães.

Pimenta Machado está a ser julgado por quatro crimes de peculato e dois de falsificação de documentos, enquanto o ex-dirigente do Benfica, Vale e Azevedo - que só hoje deverá regressar ao julgamento, por ter sido dispensado das restantes sessões - responde por dois ilícitos de falsificação de documentos.

Pimenta anunciou já que iria prestar declarações e desmontar "a cabala" contra ele montada e nega que se tenha apropriado daquelas verbas tendo dito.

O ex-dirigente explica, na contestação à acusação, que retirou uma parte da verbas provenientes das transferências de Pedro Barbosa e Pedro Martins - um cheque de 75 mil euros - porque o clube lhe devia dinheiro, e que o restante foi gasto em despesas do clube ou transferido para as suas contas bancárias.

O depoimento de Antero está a ser aproveitado pela acusação para tentar provar os crimes, enquanto o advogado de defesa de Pimenta Machado, José António Barreiros, tenta demonstrar que havia dinheiros movimentados pelo arguido, que não constam da contabilidade, mas que passavam pelo denominado "saco azul", não havendo, por isso, prejuízos para o Guimarães. )

Repsol e SEC

Segundo informação do Expansión, jornal espanhol, a SEC obrigou a empresa de petróleo Repsol a fazer uma correção na informação financeira. Eis um extrato da notícia:


La SEC da un correctivo a la información financiera de Repsol
Por Roberto Casado

Entre otras cuestiones, Repsol YPF se ha visto obligada a dar más información sobre los riesgos políticos en Latinoamérica, sobre los métodos de registro de sus reservas, sobre el trabajo que realizan los auditores de sus yacimientos, sobre sus costes de producción de hidrocarburos y sobre su adaptación a las normas internacionales de contabilidad. Además, la compañía que preside Antonio Brufau se compromete, a partir de la memoria de 2006 (todavía sin registrar en la SEC), a detallar el funcionamiento de sus sistemas de control interno y a incluir datos sobre la tarea de las firmas de ingeniería que certifican las reservas de los yacimientos.

La investigación no ha afectado a los resultados de la empresa española.

La revisión de los estados financieros de Repsol YPF comenzó el 28 de septiembre de 2006, cuando H. Roger Schwall, directivo de la división de finanzas corporativas de la SEC [área que se encarga de que los inversores dispongan de la información adecuada para tomar sus decisiones], envió un cuestionario a Fernando Ramírez, director de Finanzas de Repsol YPF, en el que exigía 51 aclaraciones y correcciones sobre la información de la memoria anual de 2005. La SEC, en alerta por la rebaja extraordinaria del 25% en las reservas de crudo anunciada por Repsol YPF en enero de 2006 e incluida en el citado informe, había detectado diversas lagunas en la memoria (el formulario denominado 20-F), tras someterla a un análisis concienzudo.

"El propósito de esta revisión", explicaba Schwall a Ramírez al comienzo de esa misiva, "es asistirle en el cumplimiento de los requisitos de información". Pero al final de la carta, advertía a Ramírez que la "división de investigación de la SEC [que trata las posibles violaciones de la normativa del mercado de valores] tendrá acceso a toda la información que proporcione", por lo que exigía una veracidad total.

Al final, no ha hecho falta la intervención de los temidos investigadores de la SEC, ya que Repsol YPF ha satisfecho las peticiones del supervisor bursátil, no sin reticencias. Después de la respuesta de la petrolera al primer cuestionario de la SEC, este organismo envió otras dos cartas en diciembre de 2006 y febrero de 2007 para reclamar más aclaraciones.

Especialmente intenso fue la discusión sobre la eficacia de los sistemas de control internos de Repsol YPF, que esta empresa calificó de "efectivos" al final de 2005. "Dado el ajuste de reservas realizado, no está claro cómo su presidente ejecutivo y su responsable financiero han concluido que los procedimientos de control son efectivos", dice la SEC a la petrolera, que intenta explicar que el problema de la contabilización de los barriles se generó por errores previos a 2004.

La empresa española también detalla la situación de sus operaciones en Bolivia, Argentina y Venezuela. Repsol YPF explica los motivos por los que ha tenido que reducir drásticamente sus reservas al final de 2006 en Bolivia tras la nacionalización de los yacimientos.

(...)
Fuentes de Repsol YPF quitaron ayer importancia a la revisión de su memoria anual efectuada por la SEC estadounidense. "No es una cuestión particular que afecte a Repsol YPF. En el último año, la SEC ha estado muy encima de las empresas europeas para analizar la aplicación de las nuevas normas internacionales de contabilidad (IFRS)". Esta regulación financiera empezó a determinar las cuentas de las empresas europeas en 2005. Las firmas norteamericanas se guían por sus propias normas (US GAAP). De hecho, según la petrolera, "de las 51 cuestiones planteadas por la SEC en su carta inicial, más de treinta corresponden a dudas sobre la implantación de los criterios de las IFRS". Además, Repsol YPF asegura que "cada tres años, la SEC efectúa un análisis más exhaustivo de los estados financieros de las compañías, y ahora nos tocaba". En la empresa que preside Antonio Brufau sí reconocen que "como el ajuste extraordinario de las reservas de hidrocarburos se registró en el informe de 2005, la SEC también ha preguntado sobre esta operación".

Brufau, en la junta de accionistas de Repsol YPF celebrada la semana pasada en Madrid, destacó que "el episodio de las reservas está a punto de cerrarse de manera ejemplar". Para ello, la empresa ultima un acuerdo con los inversores que presentaron denuncias en Estados Unidos por la revisión de reservas, que provocó una caída de la cotización. El presidente de Repsol YPF también destacó que la empresa ha recibido un premio como la petrolera más transparente.

Audiência Pública

Notícia da Gazeta de 17/05/2007 informa que:

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) aprovou o processo de audiência pública conjunta com o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC). O objetivo da medida é eliminar duplicidade no processo de discussão pública dos pronunciamentos contábeis que tem como referência as normas do International Accounting Standard Board (IASB).


Mesmo assim, o processo de harmonização com as normas internacionais está atrasado.

16 maio 2007

Chute


Existe uma regra informal de que num exame objetivo uma boa estratégia é escolher uma única opção, geralmente a opção “C”. O teste aplicado para um aluno de Introdução a Comunicação levou a uma nota zero. Clique aqui para ler mais

Regra dos cinco segundos

Existe uma regra dos cinco segundos, muito difundida entre a população. Por esta regra, quando uma comida caiu no chão, pode-se comer sem susto se ficou no chão somente cinco segundos.

Uma pesquisa feita por Jillian Clarke, que ganhou o Ig Nobel por este motivo, 50% dos homens e 70% das mulheres conhecem a regra dos cinco segundos e muitos a seguem.

Os pesquisadores da Clemson University encontraram que esta regra não é verdadeira. Um pedaço de pão que ficou cinco segundos no chão estará contaminado com bactérias (de 150 a 8 mil, neste tempo).

Tulipamania: mito ou realidade


Na história mundial, entre as diversas situações de bolha econômica, a crise da Tulipa, que ocorreu na Holanda, é sempre citada. No século XVII o preço da tulipa aumentou de forma astronômica, caindo logo depois.

Um livro está reescrevendo alguns dos mitos desta crise. O livro chama-se Tulipmania, de Anne Goldgar, da University of Chicago. Uma discussão interessante do assunto encontra-se num artigo do Financial Times (clique aqui). Alguns trechos selecionados deste artigo:

Tulipamania é lembrada como a primeira bolha do mercado. Tem sido usado como analogia para crises subseqüentes, mais recentemente durante o boom das ações ponto com. (...) Muito do que nos escutamos não é verdade. Por exemplo, Goldgar não conseguiu achar nenhuma pessoa que faliu com a tulipamania.

(...) A melhor analogia para a tulipamania não é o boom “ponto com”, mas o mercado atual de artes, em que um trabalho de um jovem artista pode custar o valor de flat em Londres.

(...) Muitas das lendas da tulipa (...) são baseadas em um ou duas peças contemporânea de propaganda e um grande volume de plágio. (...)

Os efeitos foram modestos. É um mito que a tulipamania devastou a economia holandesa. Não seria possível, quando tão poucas pessoas comercializavam tulipas? Mesmo estas, sobreviveram a crise. (...)

Duas histórias de avaliação

Duas histórias interessantes de avaliação. Na primeira, um nome da internet foi vendido por 9 milhões de dólares.

Na segunda, informa que a venda da Chrysler pela Daimler foi, na verdade, um pagamento da Daimler para a Cerberus, para se livrar o passivo trabalhista de 18 bilhões. Ou seja, a transação para Daimler representou uma prejuízo muito maior do que o divulgado.

Custo menor com a Sox

Segundo o Wall Street Journal de 16/05/2007 (Moving the Market: Costs Fall Again for Firms To Comply With Sarbanes, por Kara Scannell) os custos de compliance para a Sox cairam em 2006. A justificativa é a redução do tempo que os administradores gastam, conforme uma pesquisa com executivos revelou. Apesar da boa notícia, 78% dos 200 executivos entrevistados dizeram que o custo com a Seção 404 ainda é maior que o benefício (eram 88% no ano anterior).

Assim, o custo total de compliance em 2006 foi de 2,92 milhões por empresa, 35% a menos do que no primeiro ano, quando a média foi de 4,51 milhões. A fonte das informações é o Financial Executives International.

Passivo

Um artigo na Gazeta Mercantil faz um comentário sobre o passivo fiscal:

Um risco a ser levado em conta

16 de Maio de 2007 - A reavaliação dos riscos tributários pode surpreender as empresas na hora de abrir capital. Devido ao mercado competitivo em que atuamos hoje e à busca por melhores práticas de governança corporativa, grande parte das empresas está passando por um processo de reavaliação dos riscos tributários existentes, principalmente as organizações que estão se preparando para abrir capital.

Algumas dessas companhias estão sendo pegas de surpresa ao revisitar suas contabilidades fiscais, pois os pontos que eram considerados apenas possíveis riscos - e não contabilizados nos balanços - acabam, após uma análise mais aprofundada, se convertendo em passivos, que devem ser registrados e recolhidos.

Mas o que vem preocupando as empresas é que essa diferença impacta significativamente o seu valor de mercado, bem como o patrimônio líquido.

A demanda de solicitações por empresas de auxílio de recálculo tributário vem crescendo principalmente por causa das exigências criadas pela lei americana Sarbanes-Oxley (SOX) e pela análise do Financial Accounting Standards Board (Fasb) n 48 sobre avaliação de incertezas voltadas a tributos, emitida em junho do ano passado.

Além disso, em janeiro deste ano, a adoção desses preceitos contidos no Fasb foi sugerida em ofício circular da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

É bastante comum notar a dificuldade que encontram profissionais para distinguir um passivo de um eventual risco. Afinal, nem sempre a lei é suficientemente clara e para aplicá-la é necessário desenvolver uma interpretação que, muitas vezes, é realizada por diferentes especialistas da mesma organização.

Anteriormente às normas de 2006, quando se constava qualquer incompatibilidade com a legislação era colocada como risco de contingência fiscal, não havendo, até então, preocupação quanto à apropriada classificação entre passivo e risco fiscal.

Tal distinção pode parecer simples, mas num ambiente tributário como o nosso, cheio de leis que mudam a cada dia e uma legislação nem sempre tão objetiva, tudo isso se torna uma tarefa bastante árida aos consultores e administradores.

Logo, não basta contar somente com a assessoria, é fundamental que as empresas tenham uma perfeita integração das áreas jurídica, fiscal e contábil; critérios de monitoramento; mensuração e atualização não apenas quantitativa, mas qualitativa, de cada processo e sua integração às demonstrações financeiras. Portanto, é importante que as companhias disponham de informações analíticas para ter controles tributários eficientes na avaliação de seus passivos e riscos fiscais.

Isso tudo pode parecer mais uma tarefa burocrática, mas certamente visa corrigir um antigo conceito que, muitas vezes, minimizava questões tributárias relevantes, mas que atualmente vem à tona, impactando diretamente os resultados das empresas.

(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 3)(Fernando Lima - Gerente sênior da KPMG Tax Advisors)

15 maio 2007

Links

1. Aversão a perda

2. Terceirizando notícias locais - O Pasadena Now, um sítio de notícias de Pasadena, Estados Unidos, está contratando dois repórteres na Índia para cobrir notícias em Pasadena. Clique aqui também

3. Morreu Alfred Chandler - O autor renomado que estudou a história dos negócios. Sua obra ficou famosa entre os contadores com o livro RelevÂncia Perdida, que utilizava, de forma intensiva, as pesquisas realizadas por Chandler. Clique aqui também

4. Terrorismo de Estado na Internet? - a grande quantidade de ataque aos sítios da internet da Estônia nas últimas semanas levaram seu governo a levantar a suspeita que tais ataques estavam sendo promovidos pelo governo russo.

5. Ilusão Fotográfica - o termo diz tudo

6. Perdendo valor com a Chrysler