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13 agosto 2010

Nova GM

Confortável com um lucro em alta, a General Motors anunciou nesta quinta-feira a partida de seu presidente-executivo, Ed Whitacre, em um momento crucial para a maior montadora de automóveis americana, que se prepara para voltar à bolsa.

Ao finalizar a coletiva por telefone que se seguiu à publicação do segundo lucro trimestral consecutivo, depois das perdas acumuladas desde 2007, Ed Whitacre anunciou inesperadamente sua partida. Será substituído por um administrador do grupo, Daniel Akerson.

"Estes resultados mostram claramente que a nova GM está em bom caminho, impulsionada por uma boa dinâmica e para um belo futuro", afirmou Whitacre.

"Isso me dá muita confiança para passar (a empresa) às mãos de uma nova direção", completou.

"Desde o dia em que assumi como presidente-executivo, disse que meu plano era ajudar essa empresa a recuperar sua grandeza e que não ficaria um dia além disso", lembrou.

Em 1º de setembro, abandonará o cargo de presidente-executivo e, no fim do ano, de presidente do conselho de administração, funções nas quais será substituído por Dan Akerson.

Akerson, 61 anos, é um engenheiro e financista apaixonado pelas telecomunicações e um dos dirigentes do poderoso fundo de investimentos Carlyle Group.

Chegou à GM como membro de seu conselho de administração em julho de 2009, nomeado pelo governo que acabava de assumir uma participação de 61% em um grupo que tinha declarado falência.

Akerson foi oficial da Marinha, formado como engenheiro em sua prestigiosa Escola Militar. Completou seus cursos com estudos de finanças e contabilidade na London School of Economics.

"A GM quer mostrar claramente que tem um plano sucessório antes de avançar com a entrada na bolsa", comentou Bill Visnic, analista do site especializado Edmunds.com, questionado pela AFP.

Ed Whitacre, 68 anos, tinha interrompido sua aposentadoria para assumir a direção do conselho de administração no fim de julho de 2009, quando a montadora saía da proteção da lei de falências.

Ex-diretor da operadora telefônica AT&T, tinha sido nomeado pelo Estado - que injetou em torno de 50 bilhões de dólares para ajudar o grupo, então em um mar de dificuldades - e é hoje acionista da empresa com cerca de 61% de seu capital. Whitacre tinha assumido a função de presidente executivo em dezembro passado.

Sua partida ocorre em um momento delicado, quando a GM prepara seu retorno à Bolsa de Nova York, na qual deixou de ser cotada em junho de 2009, ao ser acolhida na lei de falências, depois de integrar o índice Dow Jones desde 1925.

Apesar de a montadora não ter anunciado a data do retorno a Wall Street, vários veículos da imprensa local indicaram que o grupo poderá registrar sua solicitação às autoridades dos mercados de capitais na sexta-feira, com o objetivo de voltar à praça nova-iorquina até novembro.

A GM publicou nesta quinta-feira um lucro de 1,3 bilhão de dólares no segundo trimestre, o melhor em seis anos. Um ano antes, a "velha GM" registrava perdas de cerca de 13 bilhões de dólares. Esses resultados foram qualificados como "impressionantes" pelo site especializado Edmunds.com.


GM confirma lucro e muda de presidente antes de voltar à bolsa - Veronique Dupont - 12 Ago 2010 - Agence France Presse

Royalties do Petróleo


Municípios produtores de petróleo e gás do Espírito Santo estão sendo incentivados pelo Ministério Público do Estado a criar regras para utilização dos royalties.

No final de julho, o órgão apresentou aos prefeitos e presidente das Câmaras Municipais das 15 cidades produtoras uma sugestão de projeto de lei que prevê o uso do dinheiro em programas de desenvolvimento social, ambiental e econômico.

A proposta é o resultado de cinco anos de pesquisa feitas pelo Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional do Ministério Público nos municípios produtores, em que foram mapeadas as necessidades da população e estudados.

O projeto de lei sugerido veta o uso dos royalties para pagamento de dívidas e gastos com pessoal e custeio. Ele propõe a criação de conselhos de Petróleo e Gás, para fazer a fiscalização do uso dos recursos.

Foi proposto também a criação, na contabilidade municipal, de um elemento de despesa único para os royalties, o que dá mais transparência para os gastos.

O Ministério Público propõe também a criação pelos municípios de fundos de reserva, que só poderão ser movimentados com o declínio da exploração petrolífera na região. A projeção é que isso ocorra em 20 ou 30 anos.

Caberá às Câmaras aprovarem ou não a minuta apresentada pela Procuradoria.

A gerente de estudo e pesquisa do centro, Maria do Carmo Varella Serpa, disse que o objetivo é evitar que o dinheiro dos royalties "vá embora".

Estudo feito com base em pesquisas acadêmicas e de órgãos internacionais identificou diversos problemas ambientais, sociais e culturais decorrentes da exploração do petróleo que podem ser minimizados. Serpa cita como exemplo o aumento populacional e de trabalhadores de qualificação, concentração de riquezas e degradação ambiental.

Segundo ela, as prefeituras e Câmaras estão receptivas ao projeto de lei. Houve interesse também de Ministérios Públicos de outros Estados produtores.

A reportagem não conseguiu falar com representantes dos municípios.


Ministério Público quer disciplinar gastos com royalties no ES - Sílvia Freire -
FolhaNews - 12 ago 2010

Este blog já comentou anteriormente sobre a maldição do petróleo (ou maldição dos recursos naturais).

12 agosto 2010

Rir é o melhor remédio


Fonte: aqui

Teste #328

O Tribunal de Contas do Estado (TCE) do Rio Grande do Sul está investigando uma denúncia de que vereadores da cidade de Triunfo usaram, indevidamente, recursos públicos em viagens para cursos. A investigação pode atrasar pois "a contabilidade da Câmara de Triunfo não seguiria o padrão dos órgãos que o TCE costuma auditar". Isto significa que

a contabilidade era feita manualmente
a contabilidade era realizada pelo regime de competência
a contabilidade não exigia os comprovantes dos vereadores

Resposta do Anterior: Contador, pois o termo diz respeito não somente a profissão

Controles internos

A TAM, maior companhia aérea do Brasil, encontrou falhas em seus controles internos para elaboração das demonstrações financeiras de 2009.

Nelson Niero

Os problemas, relacionados com arrendamento de aeronaves e motores, foram identificados pela empresa e sua auditoria externa, a PricewaterhouseCoopers (PwC). A companhia também revelou que teve dificuldades na elaboração dos balanços pelas normas internacionais de contabilidade (IFRS, em inglês).As informações constam de documento enviado ao regulador do mercado de capitais americano (SEC, na sigla em inglês).

As empresas com ações negociadas no mercado americano são obrigadas a avaliar anualmente seus processos de informação para garantir, com "segurança razoável", a consistência dos números do balanço.

A exigência faz parte da Lei Sarbanes-Oxley, de 2002, aprovada em meio à convulsão causada pelas fraudes contábeis do início desta década.

O temido artigo 404 da lei, que trata do assunto, tornou o executivo-chefe e o diretor financeiro diretamente responsáveis pelas informações publicadas.

O Valor fez um levantamento dos documentos - chamados 20-F - enviados pelas empresas brasileiras de 2002 a 2009.

O número de companhias varia em torno de 30 no período (29 em 2002; 32 no ano passado). Do total, dez tiveram algum problema com controles em algum momento, com maior concentração em 2006 - ano em que passou a ser obrigatório para empresas não americanas o relatório sobre controles internos - e em 2008. No ano passado, só a TAM foi reprovada.

O relatório da empresa, que também pode ser encontrado no Formulário de Referência enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), revela que classificação e o reconhecimento dos arrendamentos de aeronaves e equipamentos de voo "não foram realizados com o nível de detalhe ou com o nível de informações necessárias para garantir o devido tratamento contábil".

A área de relações com investidores da companhia aérea informou, por e-mail, que "a forma de contabilização foi mais complexa, fazendo com que o controle ficasse exposto a potenciais fragilidades na classificação das aeronaves".

Segundo a empresa, que divulga amanhã o balanço do segundo trimestre, a falha não causou "qualquer tipo de impacto financeiro". "Estamos revendo todos os mapas de controles de riscos, atualizando normas e focando na melhoria do processo de fechamento contábil e da elaboração das demonstrações financeiras", informou.

A TAM obteve lucro líquido de R$ 1,3 bilhão em 2009, comparado a um prejuízo de R$ 1,5 bilhão no ano anterior.

No "plano de melhoria" que consta da relatório, a empresa diz que vai criar "controles específicos sobre lançamentos contábeis relacionados a mudanças no valor justo dos bens arrendados". No fim de 2009, os arrendamentos financeiros de aeronaves e motores equivaliam a R$ 4,5 bilhões, segundo dados no balanço de 2009.

Com relação aos problemas na elaboração das demonstrações financeiras pelas normas internacionais, a companhia afirmou que vem contratando "profissionais contábeis seniores adicionais com a expertise necessária". Outras medidas incluem "a criação de novos níveis de revisão e [maior] foco na análise das demonstrações financeiras", além de um programa de treinamento em IFRS.


TAM encontra falha nos controles internos - Valor Econômico - 10 Ago 2010 (Fonte: aqui)

Links

Mulheres bonitas são rejeitadas em alguns empregos

O divorcio é contagioso?

Pobres subsidiam os ricos no uso do cartão de crédito

Aversão ao risco, jogo e fome

O aprendizado rápido das crianças

Como ganhar no pedra-papel-tesoura (inclui informação sobre o campeão mundial)

Sexo e usuário


A figura mostra a relação entre o número de parceiros, por tipo de usuários de equipamentos (Android, de azul; Blackberry, de verde; e iPhone, de vermelho). Os usuários do iPhone possuem mais parceiros sexuais.

Dois alertas: os dados não dizem respeito a frequência da atividade sexual, mas ao número de parceiros; e correlação não é causalidade.

Mais aqui e aqui

Evolução



A figura acima, mostra uma típica transparência utilizada no passado por Gates nas suas apresentações. Nada de anormal, mas segundo o sítio Presentation Zen este tipo de transparência não é didático. (Observe como a transparência parece com aquelas que usamos diariamente). Este sítio costuma comparar as apresentações de Gates com as de Jobs. As apresentações do executivo da Apple têm como característica o fato de ser simples e direta.

Recentemente Gates fez uma palestra e usou transparências como esta:



Observe a diferença e a qualidade superior. Nada de muitas palavras, que chame a atenção para a transparência.

Aqui, links sobre powerpoint neste blog

11 agosto 2010

Rir é o melhor remédio



Embalagem criativa

Links

CVM aprova pronunciamentos do CPC

As profissões mais confiáveis do Brasil

Uma forma inteligente de estacionar (vídeo sobre estacionamento em São Francisco)

Um dos problemas matemáticos do milênio solucionado? P vs NP (problema que Charlie, de Numb3rs, tenta resolver) parece que foi solucionado

Teste #327

Quando você faz uma pesquisa no Google, qual o termo que possui maior número de respostas: Contabilidade, Ciência Contábil ou Contador? (A resposta é simples e não é necessário entrar no Google para saber).

Resposta do Anterior: Trata-se do princípio da incerteza, de Heisenberg.

JBS 3

Diante do tratamento privilegiado que a empresa tem recebido do BNDES, uma possibilidade seria um aditivo ao contrato, prorrogando o prazo contratual, por acordo de ambas as partes. Esta alternativa não foi contemplada nos textos dos jornalistas, talvez pelo fato de representar uma quebra de contrato e pelo custo político.

Como curiosidade, apliquei a Lei Newscomb-Benford as demonstrações contábeis da empresa.

A Lei NB diz que o número um tende a aparece mais vezes como o primeiro algarismo. Depois, numa proporção menor, o número 2. O número que deve aparecer menos será o número nove. Nas demonstrações contábeis da empresa o número 1 aparece 28,5% (a lei indica 30,1%). O número dois apareceu, como primeiro dígito, 13,1% das vezes (a lei fala em 17,6%); o número três apresentou maior divergência: apareceu 23,1% das vezes como primeiro dígito dos montantes das demonstrações contábeis da empresa, sendo que a lei sugere 12,5%.

Os valores que obtido foram os seguintes:

1 = 28,5% 30,1%
2 = 13,1% 17,6%
3 = 23,1% 12,5%
4 = 11,5% 9,7%
5 = 5,4% 7,9%
6 = 3,8% 6,7%
7 = 3,8% 5,8%
8 = 3,8% 5,1%
9 = 6,9% 4,6%

Todas as postagens do Blog sobre a Lei, aqui

Finanças dos clubes brasileiros

O mercado de transferência de atletas para o exterior rendeu mais de R$ 2,6 bilhões só nos últimos sete anos, segundo estudo da Crowe Horwath. De acordo com dados da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), 11 mil atletas foram negociados nos últimos 15 anos. Mas alguns dados chamam a atenção.

Um deles é que R$ 1,4 bilhão veio de apenas oito clubes, 56% do total de negócios. Todos os outros clubes nacionais foram responsáveis por 44%. Outro detalhe que chama a atenção é que essa importante fonte está em fase descendente. Enquanto em 2007 respondeu por 37% da receita dos clubes, em 2009 os recursos com atletas chegam a apenas 19% do total levantado.

Dois motivos podem ter influenciado. Um deles é a crise econômica mundial, que fez os negócios com o futebol diminuírem significativamente, especialmente no mercado europeu. Outro é o maior interesse dos grandes times do mundo por jogadores de outros centros.

De acordo com Amir Somoggi, especialista em marketing e gestão no esporte, “esse mercado é suscetível a situações como essa, em que a crise econômica global criou um cenário diferente”. Outro detalhe que influencia diretamente é a cotação cambial. “Com a valorização do real, por exemplo, alguns jogadores que foram vendidos há alguns anos acabam tendo um valor de mercado maior do que alguns negociados recentemente, mas é apenas circunstancial”, explica.

Cadê os cariocas? A pesquisa realizada pela Crowe Horwath chama a atenção pela ausência dos grandes clubes do Rio na lista dos maiores exportadores de craques. Mas, segundo Somoggi, não há nenhum equívoco nisso. O melhor entre os quatro grandes do Rio é o Flamengo, que atingiu pouco mais de R$ 75 milhões com transferência de atletas no período. Esse número provavelmente não o colocaria nem entre os dez maiores. Vasco, Fluminense e Botafogo tiveram desempenho ainda pior.

Custo mais alto. Embora a receita com a transferência de atletas tenha caído nos três últimos anos, o custo dos clubes com o departamento de futebol cresceu R$ 321 milhões na mesma época. Por sorte, outras receitas também foram inseridas, como uma melhor utilização de seus estádios, venda de ingressos com pacotes como sócio-torcedor, licenciamento de produtos com a marca do clube, marketing na camisa, entre outras.

Obviamente, os que mais lucraram com negociações foram os que mais investiram. O líder nesse quesito, no entanto, não é o Inter. O clube gaúcho é o 2.º colocado (R$ 127,7 milhões), atrás do Corinthians (R$ 133,5 milhões), o que mais gastou. O São Paulo é o 3.º (R$ 113,9 milhões). /A.P.



Oito clubes mantêm 56% do mercado - 11 Ago 2010 - O Estado de São Paulo

JBS 2

O segundo texto sobre a JBS:

Faltou combinar com o mercado
Raquel Landim, David Friedlander - 9 Ago 2010 - O Estado de São Paulo

Com o mercado americano sem apetite, todas as opções para cumprir o contrato com o BNDES hoje são ruins para o JBS. Se insistir na oferta de ações nos EUA, vai receber um preço muito abaixo do que planejou. Outro caminho, a conversão do empréstimo do BNDES em ações no Brasil, elevaria a participação do banco estatal no JBS de 17% para perto de 30% - isso seria politicamente complicado para o BNDES, que já é criticado por seu apoio aos frigoríficos - e reduziria a participação da família Batista para menos de 50% em sua própria empresa.

A alternativa que sobrou, por enquanto, é pagar a multa. O mercado especula o que os banqueiros, os advogados e os donos do JBS podem estar planejando para escapar dessa despesa que não estava no roteiro. Na semana passada, circulou um rumor de que a empresa poderia partir para um mecanismo conhecido como “fusão reversa”: ao invés de a JBS USA absorver a Pilgrim’s, esta é que poderia incorporar seu comprador. Assim, não seria necessário abrir o capital da JBS nos Estados Unidos porque a Pilgrim’s já é listada em bolsa.

A companhia negou a especulação. Mesmo que seguisse por esse caminho, teria complicações. Como são donos de 64% da Pilgrim’s, os Batista precisariam convencer os aguerridos minoritários americanos a aceitar a operação. Com 36% da empresa, eles podem cobrar caro para trocar os papéis da Pilgrim’s pelos da nova companhia formada pela fusão entre as duas.
E, dependendo da maneira como o negócio fosse realizado, a participação do BNDES na filial americana poderia acabar diluída, ou seja, a fatia do banco estatal ficaria menor do que os 20% a 25% combinados na operação original - o que seria um golpe para o parceiro dos Batista.

“A questão das debêntures com o BNDES é hoje um dos principais riscos para quem compra papéis do JBS. O problema é que a empresa tem um tempo limitado para fazer a abertura de capital”, disse Gustavo Wigman, analista da Goldman Sachs. “Esse é o grande ponto de interrogação da empresa hoje”, concorda Pedro Herrera, analista do HSBC em Nova York.

Entusiasmo. A encrenca das debêntures aparece num momento em que o mercado finalmente começa a mostrar entusiasmo com o JBS. Nas últimas semanas, as agências de classificação de risco melhoraram as notas da empresa. Espera-se que, com o aparente arrefecimento do processo de aquisições em série, o JBS comece a se beneficiar das sinergias e do poder de mercado que seu tamanho pode proporcionar.

Dos oito analistas de bancos que acompanham o desempenho da JBS, sete recomendam a compra das ações da empresa no Brasil. O oitavo analista é neutro. O maior atrativo, dizem esses profissionais, é que o papel está barato. Vendida a R$ 8 quando estreou na bolsa, em 2007, a ação hoje é cotada a R$ 8,4 apesar de tudo que a empresa cresceu no período. “O papel não se valorizou porque a estratégia deles exige tempo para mostrar resultados. Agora é que a empresa deve começar a colher os frutos”, diz Gabriel Andrade Vaz de Lima, analista do Santander.

Apesar das dificuldades nos Estados Unidos, fora de lá o JBS já recorreu este ano duas vezes ao mercado com sucesso. Em abril, fez uma oferta de ações no Brasil e captou R$ 1,6 bilhão para desenvolver um sistema próprio de distribuição global dos seus produtos. Em junho, vendeu US$ 700 milhões em bônus na Europa para trocar dívidas de curto prazo por títulos de longo prazo.

Quando chegaram aos Estados Unidos, os irmãos Batista assustaram os concorrentes locais com seu estilo agressivo. Depois de cortar custos e sanear as finanças da Swift, primeira empresa comprada no país, partiram para o ataque. Aumentaram a produção, derrubaram os preços e ocuparam o espaço dos tradicionais frigoríficos americanos. A dúvida é quando essa agressividade vai virar lucro e encorajar os investidores americanos a se tornarem sócios dos irmãos Batista.

JBS

Duas reportagens do Estado de São Paulo sobre JBS mostram uma situação interessante: o que fazer diante de um empréstimo concedido pelo BNDES para compra de um frigorífico estrangeiro. Eis o primeiro texto:

O ponto de interrogação do JBS
Raquel Landim, David Friedlander - 9 Ago 2010 - O Estado de São Paulo

Era para ser um negócio de pai para filho: um empréstimo de R$ 3,5 bilhões, sem juros, pagamento de dividendos ou qualquer outro custo durante o prazo de um ano. Com esse dinheiro, fornecido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o frigorífico JBS comprou a americana Pilgrim’s no ano passado e se consolidou como o maior produtor de carne processada do mundo.

Pelo plano original, o JBS abriria em seguida o capital de sua filial nos Estados Unidos - e assim o BNDES transformaria a dívida em ações e a empresa da família Batista começaria a ganhar dinheiro com a operação americana. Faltou combinar com o mercado. O último repique da crise econômica assustou o investidor americano e o JBS já anunciou que não há condições para abrir seu capital este ano.

O tropeço no mercado americano não é culpa do JBS, mas deverá custar à companhia US$ 300 milhões - o equivalente a meio bilhão de reais. Esse é o valor de uma multa prevista no contrato com o BNDES no caso de o JBS não conseguir abrir o capital nos EUA até dezembro. Procurados, o JBS afirmou que está em período de silêncio e o BNDES não quis se pronunciar.

O JBS já adiou duas vezes o plano de lançar ações nos EUA. Seria o arremate do agressivo processo de crescimento internacional que começou com a compra da Swift na Argentina, em 2005. Dois anos depois, a empresa abriu seu capital no Brasil, captou recursos e adquiriu outras dez empresas no exterior, em apenas três anos.

Desde a compra da Pilgrim’s, em setembro, o cenário mudou, tornando as coisas mais difíceis para o JBS. A recuperação da economia global está mais lenta do que se imaginava por causa da crise na Europa. Os preços do milho e da soja, base da ração dos animais, subiram. A Rússia, um dos maiores clientes dos exportadores de frango dos EUA, fechou as portas para o produto. Tudo isso minou o interesse dos investidores americanos por ações de empresas de alimentos.

A compra da Pilgrim’s foi um negócio de ocasião. Como a empresa estava quebrada, suas ações, que chegaram a custar US$ 32 cada, despencaram para US$ 0,40 no auge da crise. O JBS arrematou a empresa pagando US$ 3,5 por ação. Hoje, elas valem o dobro. Além da pechincha, os irmãos Batista (Júnior, Joesley e Wesley) encontraram apoio no BNDES e sua política de criação de multinacionais brasileiras.

O BNDES comprou R$ 3,5 bilhões em debêntures (dívida que pode ser convertida em ações) do JBS. Esse modelo teve duas vantagens para os Batista: ao contrário de um empréstimo normal, não há pagamento de juros; e, como os papéis são convertíveis em ações, não contaminam o balanço da empresa, já muito endividada, com mais débito.

Para não ficar desprotegido, o banco estatal impôs uma condição - a tal abertura de capital nos Estados Unidos, até o fim do ano. Caso isso não aconteça, o BNDES tem direito a receber ações do JBS no Brasil. O frigorífico tem a opção de esticar o prazo até dezembro de 2011. Mas nesse caso é obrigado a pagar uma multa de 15% sobre o valor
da operação - cerca de R$ 520 milhões.

Concentração em Auditoria

Alta concentração - Fernando Torres (Jornal Valor Econômico) - 10.08.2010 (via Claudia Cruz)

Os três maiores contratos do setor garantiram à PricewaterhouseCoopers (PwC) 69% do total de R$ 132,1 milhões que ela faturou fazendo a auditoria de 33 companhias abertas entre as 200 maiores do país em 2009. Isso dá uma ideia de como os grandes clientes são importantes nesse mercado. O Itaú Unibanco foi o que mais gastou com auditoria dos balanços no ano passado: R$ 38,7 milhões. O Bradesco aparece em segundo, com despesa de R$ 31,4 milhões, e é seguido pela mineradora Vale, que desembolsou R$ 21,1 milhões.
Petrobras, auditada pela KPMG, e Santander, pela Deloitte, completam a lista das cinco empresas abertas que mais pagaram aos auditores no ano passado.

Os dados foram obtidos com informações divulgadas pela primeira vez pelas companhias abertas brasileiras e que constam dos Formulários de Referência enviados à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O estudo considera a soma do que as empresas pagaram pela auditoria dos balanços e também em outros serviços.

Antes da divulgação desses dados no formulário, a única informação que havia sobre a divisão do mercado de auditoria era o ranking da CVM, que mostra as maiores do setor por número de clientes, entre as mais de 500 companhias abertas do Brasil.

Os números obtidos com base nos Formulários de Referência mostram que os bancos são destaque em termos de custo de auditoria. Além de terem centenas de bilhões de reais em ativos e milhares de agências, eles ainda demandam serviços específicos por questões regulatórias ligadas à gestão de risco. Há ainda uma certa correlação entre porte e gasto com auditoria, embora haja algumas distorções.

É importante destacar que, entre as instituições financeiras, não existe mais rodízio de auditorias a cada cinco anos [1]. Nas demais empresas abertas, sob fiscalização da CVM, a troca periódica de firmas está suspensa ao menos até o fim do processo de mudança contábil para o padrão internacional, chamado de IFRS.

Além de mostrar concentração maior entre as quatro grandes, o levantamento do Valor aponta uma configuração de mercado diferente daquela que aparece no ranking elaborado pela CVM. Enquanto a KPMG lidera o ranking oficial, com 99 clientes entre as companhias abertas, ela aparece na terceira posição na pesquisa feita pelo jornal. A maior participação de mercado entre as 200 empresas da lista do Valor está com a Deloitte, com 51 contratos. Somada com a Terco, a Ernst & Young encosta na líder, com 50 contas.[2]

Já a PwC, líder em receita, fica no quarto lugar tanto no levantamento do jornal como no da CVM em número de clientes.[3]

No ranking por receita, a Deloitte ficou em segundo por esse quesito, com R$ 89,4 milhões. A KPMG veio em terceiro lugar por esse critério, com R$ 74,6 milhões, mas deve ser superada pela soma da Ernst & Young (R$ 68,7 milhões) com a Terco (R$ 11,1 milhões), que alcança R$ 79,8 milhões.

Segundo Henrique Luz, sócio da PricewaterhouseCoopers, o mercado de capitais ainda incipiente no Brasil tira representatividade do ranking da CVM. "Nos EUA, das 500 maiores empresas, 99% são companhias abertas. No Brasil, das 500 maiores, só 40% são cotadas em bolsa", afirma.[4]

Já Charles Krieck, sócio de auditoria da KPMG, que lidera o ranking da autarquia, tem outra visão. "É claro que não é coisa mais importante do mundo, porque nem todas as empresas são abertas. Mas ele é interessante porque mostra o quanto de experiência você tem nesse mercado e qual foi o crescimento nos últimos anos", afirma.

Sobre o movimento da concorrente Ernst & Young com a Terco, os dois disseram ver a transação como uma consequência da disputa pelo mercado, especialmente do segmento de pequenas e médias empresas, que eles também garantem que estão disputando. "Seria totalmente inaceitável não olhar esse segmento no Brasil emergente", diz Luz, da PwC.

Para Krieck, da KPMG, é uma visão errada achar que as quatro grandes do setor só têm clientes de grande porte. "Mais da metade dos nossos clientes são pequenas e médias", diz o executivo.


[1] Uma argumentação contra o rodízio era o custo elevado. Com as informações não é possível afirmar que isto seria uma desvantagem. Mas existe realmente um custo de preparação inicial de auditoria, o que tornaria o custo final da auditoria muito maior do que os valores atuais.
[2] Em razão da recente aquisição da Terco pela EY
[3] Isto significa que a PWC dependeria mais de poucos clientes e seria, a rigor, mais afetada pelo rodízio.
[4] Mas com a auditoria obrigatória nas grandes empresas fechadas isto não seria um problema.

Valor 2

Continua

Quando se determina um valor de um ativo ou de uma empresa, o processo de avaliação diz respeito a uma data específica. Alterações na empresa e no ambiente externo onde atua pode alterar as projeções realizadas. Assim, quando se procede a uma avaliação, deve-se deixar claro qual da data base da avaliação.

Sétimo, a expressão do valor pode ser adaptada para situações mais simples ou mais complexas. Se o item avaliado tiver vida finita, os fluxos de caixa estimados serão somados até este prazo; se os fluxos e as taxas de descontos foram constantes no tempo, a expressão pode ser substituída pela fórmula da perpetuidade; e em situações onde o custo de estimar o valor é elevado, pode-se utilizar “regras de bolso”, como ocorre com as pequenas empresas.

Oitavo aspecto, deve existir uma relação razoável entre os fluxos gerados e taxas de descontos. Assim, quando existe a possibilidade do risco aumentar num determinado período de tempo, isto provavelmente irá refletir tanto na taxa de desconto quanto no fluxo de caixa.

A relação entre o fluxo e a taxa de desconto também deve ser conceitual. O fluxo de caixa que será gerado para os acionistas deve ser descontado por uma taxa que reflita o custo de oportunidade dos acionistas. Já o fluxo de caixa da empresa deve ter como taxa de desconto o custo médio ponderado do capital empregado. Descontar o fluxo dos acionista pelo custo médio é um grave erro conceitual.

Finalmente, e décimo, a expressão mostra que quanto maior o fluxo de caixa gerado, maior o valor. E quanto menor a taxa de desconto, maior o valor. Estas são as duas variáveis relevantes para o processo de mensuração. Entretanto, estas duas medidas irão refletir um conjunto enorme de aspectos, como carga tributária, tipo de financiamento, incertezas da economia, risco país etc.

Madoff Brasileiro

Justiça decreta prisão de ‘Madoff brasileiro’
Marcelo Portela BELO HORIZONTE - 10 Ago 2010 - O Estado de São Paulo

A Justiça mineira decretou a prisão temporária do empresário Thales Emanuelle Maioline, de 34 anos, um dos donos da empresa Firv Consultoria e Administração de Recursos Financeiros. Ele é investigado por estelionato, falsificação de documentos e falsidade ideológica e é acusado de ter dado golpe no valor de R$ 50 milhões em cerca de 2 mil pessoas que vivem em Belo Horizonte e mais 13 cidades do interior de Minas Gerais.

Maioline teve a prisão decretada por cinco dias, contados a partir de quando ele for encontrado. O suspeito foi visto pela última vez em 23 de julho, ao deixar um hotel em São Paulo em direção ao Terminal Rodoviário Tietê, na zona norte da cidade. A mulher com quem o empresário morava na capital mineira e o filho de pouco menos de dois anos foram deixados para trás. Ela diz não saber onde ele está.

Mailione desapareceu levando todo o dinheiro da Firv. Segundo as investigações da polícia, ele também teria desviado os recursos das contas dos investidores para paraísos fiscais como Suíça e Panamá.

De acordo com o delegado Islande Batista, da Delegacia de Combate às Falsificações e Defraudações da Polícia Civil de Minas, a prisão foi decretada na última sexta-feira. Desde então, há buscas por Maioline em 14 cidades mineiras. Além da capital mineira e de Itabirito, na Região Central de Minas, a polícia não divulgou quais são as outras cidades alegando que as investigações podem ser prejudicadas.

A foto dele e informações sobre o caso também foram encaminhadas à Polícia Interestadual (Polínter) de São Paulo e dos demais Estados para que a busca seja feita em todo o País.

Altos rendimentos. Apesar de não ter autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para operar na Bola de Valores, o empresário se apresentava como gerenciador de fundos de aplicação. Para atrair clientes, ele prometia rendimentos de até 5% ao mês, mais 11% a cada 6 meses - índices bem superiores à média do mercado.

A empresa oferecia cotas que variavam de R$ 2,5 mil a R$ 5 milhões e usava recursos de novos investidores para pagar quem queria resgatar as aplicações. Mas, segundo a polícia, a maioria das vítimas reinvestia o dinheiro, por causa dos altos rendimentos depositados nas datas combinadas.

A polícia recebeu denúncia de pessoas que chegaram a largar o emprego para viver das aplicações. Entre as vítimas estão donos de construtoras, de faculdades e de outros empreendimentos. Em ação proposta por uma dessas vítimas, a Justiça mineira já determinou o bloqueio de bens no valor de R$ 60 mil do empresário e de seus sócios na Firv - a irmã dele, Ianny Márcia Maioline, e o ex-administrador Oséias Marques Ventura, que também afirmam terem sido enganados.

O golpe foi descoberto após um investidor ter solicitado o resgate de R$ 3 milhões. Maioline teria criado obstáculos à devolução e desaparecido logo depois.

10 agosto 2010

Rir é o melhor remédio






Fonte: aqui

Teste #326

O contador, por mensurar eventos de uma entidade, pode influenciar o próprio processo de mensuração. A idéia de que uma pessoa que faz uma medida pode afetar a própria medida não é nova e é proveniente de outra ciência. Quem é o cientista que fez esta inferência?

Francis Galton, da Estatística
Heisenberg, da Física
Marie Curie, da Química

Resposta do Anterior: 100 bilhões de reais. Fonte: A indústria e o BNDES - 9 ago 2010 - O Estado de São Paulo