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17 maio 2012

Morte ao VaR

O VaR é um modelo de mensuração de risco que ficou bastante popular no final do século passado e início deste. Livros e artigos foram escritos sobre o assunto, inclusive a obra mais famosa, o livro de Jorion, traduzido para língua portuguesa em 2004.

Este modelo trabalha com algumas suposições, sendo que a mais criticada delas é o fato de usar a curva normal. A crise financeira de 2007/2008, assim como as críticas feitas ao modelo, em especial de Taleb em Cisne Negro, contribuíram para perda de prestígio. O principal ponto é que o VaR, ao assumir a curva normal (gaussiana do cartoon ao lado), subestimava os efeitos da crise (fat tails)

Agora o Financial Times, em Killing VaR (Joseph Cotterill, 3 de maio de 2012) informa que o Comitê da Basileia está sugerindo sua troca na determinação do capital das instituições financeiras. Segundo o Comitê

Um certo número de deficiências foram identificadas com o uso de valor em risco (VaR) para determinar os requisitos de capital regulamentar, incluindo a sua incapacidade de captar o "risco de cauda". Por esta razão, o Comitê considerou medidas de risco alternativas, em especial déficit esperado (ES). ES mede o grau de risco de uma posição, considerando tanto o tamanho quanto a probabilidade de perdas acima de um determinado nível de confiança. Em outras palavras, é o valor esperado de essas perdas para além de um determinado nível de confiança. O Comité reconhece que a mudança para ES poderia acarretar certos desafios operacionais; no entanto ele acredita que estes são compensados ​​pelos benefícios da substituição de VaR com uma medida que o risco de melhor captura os fat tails (caudas longas). Assim, o Comité propõe o uso de ES para a abordagem baseada em modelos internos e também pretende determinar as ponderações de risco para a abordagem padronizada através de uma metodologia ES.


Em termos práticos isto pode significar o seguinte: aumento no capital regulamentar exigido para as instituições financeiras.

08 fevereiro 2012

Risco

No recém-lançado relatório anual do Credit Suisse Global Investment Returns Yearbook 2012 (via aqui) o gráfico acima mostra o apetite pelo risco e os eventos mundiais, desde 1981 (clique na imagem para ver melhor). Nos últimos meses o rebaixamento das notas de países europeus aumentou a aversão ao risco, atingindo um ponto mínimo que no período tem níveis precedentes com a crise do default do México no início da década de oitenta, o estouro da bolha no início do século e o default do Lehman. 

17 janeiro 2012

Europa e Rating

Se alguém realmente pensou que a dívida soberana francesa era livre de risco ou que Portugal, com as suas dívidas de dez anos rendendo mais de 1.000 pontos era grau de investimento, então certamente tem vivido como uma pedra nos últimos anos. (...)


A Europa é um continente de risco; S & P é simplesmente fez este fato um pouco mais óbvio. Em um mundo ideal, as opiniões S & P não poderia carregar mais peso ou importância do que de qualquer outra pessoa. Mas este não é um mundo ideal e eles fazem.


Felix Salmon, aqui

14 janeiro 2012

Projeção 2

Ainda sobre projeção, o gráfico mostra a mesma questão para o SP500, o índice do mercado financeiro dos Estados Unidos. A série histórica é interessante (desde 1953), onde a projeção está na linha pontilhada e o valor real na linha contínua. É fácil de notar que o mundo real é muito mais instável do que o mundo das projeções. Os analistas tendem a achar que o risco do mercado é menor do que irá ocorrer.

Fonte da Imagem: Aqui

30 dezembro 2011

Ouro e Risco


O gráfico mostra duas variáveis: o índice de volatilidade da bolsa dos EUA (uma medida de risco) e a quantidade de pesquisa no Google para o termo "gold price". Observem a correlação próxima dos dois termos. Historicamente o ouro tem sido considerado uma reserva contra as crises financeiras. 

Fonte: The Economist, via aqui

23 dezembro 2011

Risco

O gráfico mostra o comportamento do risco brasileiro, de 1995 até os dias de hoje. Sob FHC os primeiros anos foram turbulentos, com a crise do México, a crise russa, a questão do câmbio. Depois que Arminio Fraga assumiu o Banco Central, o risco reduz bastante. No governo Luis Inácio o risco aumenta durante a "marolinha", o reflexo no Brasil da crise financeira.

Os dados são do Ibovespa, usando a metodologia Riskmetrics.

18 novembro 2011

Bancos Brasileiros e Europa

O bancos brasileiros tem 16 bilhões em ativos vinculados a zona do Euro. Boa parte refere-se a relação do Santander com sua matriz.

Só com Portugal, Espanha e Itália, os bancos brasileiros tinham "a receber", respectivamente, US$ 1,542 bilhão, US$ 1,690 bilhão e US$ 525 milhões em junho deste ano, último dado do BIS. (...)


Com a Grécia, que terá calote de 50% de sua dívida, os bancos brasileiros têm só US$ 7 milhões. Somando todos os Piigs, os bancos do Brasil têm US$ 3,772 bilhões "a receber".

(Fonte: Folha de São Paulo) Isto representa 0,14% dos ativos dos bancos.

12 agosto 2011

Risco


O comportamento recente do mercado acionário indica claramente que o risco aumentou. Isto é perceptível no índice do Riskmetrics (*), na figura abaixo:

O gráfico mostra o comportamento do risco brasileiro de 1994 até quarta desta semana. O País teve momentos de grave crise logo após o plano Real, que inclui a crise russa, a ajuda do FMI antes das eleições de 98 e a maxidesvalorização da moeda em janeiro de 99. Após este período, a maior crise ocorreu justamente na “marolinha”, conforme apelidou o ex-presidente, em 2008. Naquele momento, o risco atingiu patamares próximos ao da crise russa.

O gráfico abaixo considera o risco somente durante os governos Lula e Dilma. A crise de 2008 novamente se destaca, mas observe que podemos estar no início de um aumento no risco.

30 junho 2011

Risco

A Previ, maior fundo de pensão do país, acha que os cerca de R$ 4 bilhões em títulos privados que têm em carteira hoje podem crescer mais R$ 15 bilhões em cinco anos. Até hoje foi possível bater metas atuariais só com títulos públicos, mas o diretor de investimentos da fundação, Renê Sanda, diz que isso vai acabar nos próximos anos. Basta que o juro fique em patamar próximo ao de outros países emergentes que você já está numa situação de ter que correr mais riscos. (Previ e Petros vão em busca de investimentos com mais risco - Marcelo Mota – Valor Economico – 24 jun 2011 – p. A1

É interessante a lógica do parágrafo. Se hoje o título público brasileiro paga um juro mais elevado a causa decorre do seu risco. Se no futuro a taxa de juros reduz é que provavelmente o risco reduziu. Assim, quando o risco do título público reduzir (e sua remuneração), a entidade irá trocar por um título com mais rentabilidade, mas que provavelmente possui um risco próximo aquele do título público.

Figura, aqui

02 maio 2011

Crise Financeira

Por Pedro Correia



Robert Shiller argumenta que as crises financeiras poderão tornar-se previsíveis, se novas formas de mensuração do risco sistêmico forem criadas. Durantes os anos 1920 vários avisos foram feitos quanto a iminência de uma crise financeira.Na década passada alguns afirmaram que uma crise estava próxima. Ambas tornaram-se previsões de Cassandra.Assim, segundo Shiller é fácil concluir que, por não sermos capazes de ver estes eventos se aproximando, isto não significa que nada pode ser feito para evitá-los.

Alguns afirmaram que a recente crise financeira foi mais um "cisne negro"- expressão consagrada por Nassim Talleb. De fato, pessoas inteligentes não conseguiram exergar a bolha imobiliária e a instabilidade do setor financeiro norte-americano. No entanto, de acordo com o autor do livro "Exuberância Racional", a característica extraordinária desses eventos não pode impede que sejam previstos.Por exemplo, os furacões eram "cisnes-negro", mas agora são previsíveis. Robert afirma que vários destes eventos podem ser previstos, mas isto só será possível se as perguntas certas forem feitas e melhores dados forem utilizados. Em suma, ele entende que é necessário uma revolução nos modelos de de mensuração do risco.

Em 2010 foi divulgado artigo de autoria de economistas do FED que afirma que, a crise não foi antecipada,pois o órgão não tinha informações confiáveis em determinadas variáveis.

Outrossim,em 1929 a falta de informações corretas foi indicada como uma das causas da crise.Desse modo, houve na época uma melhora nos sistemas de mensuração.Um dos exemplos foi o surgimento do "Produto Nacional Bruto", da conta de Renda e Produção e da conta de fluxos de capitais. Todas estas integrantes da "nova contabilidade nacional".Estes avanços possibilitaram a criação de modelos macroeconômicos com um incrível poder de previsão e que facilitaram o entendimento das instabilidades macroeconômicas.

No entanto, desde os anos de 1950 não ocorreu uma revolução nos modelos de mensuração.Nas últimas décadas, as instituições financeiras assumiram riscos sistêmicos e o uso crescente de alavancagem e derivativos não aparecem em seus relátórios financeiros .Assim,alguns economistas começaram a sugerir alguns tipos de medidas de alavancagem e liquidez, que poderiam ser coletados.Shiller afirma que precisamos de outra revolução como a mensuração do PIB e fluxo de capitais.

Uma das tentativas de "revolução" é o trabalho de Markus Brunnermeier,Gary Gorton Arvind Krishnamurthy, que estão desenvolvendo o que chamam de: "Topografia do Risco".Eles explicam como a moderna teoria de finanças pode nos guiar na coleta de dados que, possam promover uma visão esclarecedora de potenciais problemas econômicos de grande magnitude.

Rober entende que : "Hoje, a nossa prosperidade depende das finanças,que está associada as disciplinas da contabilidade e da macroeconomia. A crise financeira não não apresentou a "debáclê" destas, como diriam alguns. Nós devemos responder da mesma forma que na Grande Depressão, iniciando o longo processo de redefinição de nossos modelos de mensuração para que possamos entender melhor o risco de um novo choque financeiro."

Fonte: The New York Times

21 abril 2011

A importância da contabilidade e da previsão para o capitalismo

Por Pedro Correia




"...O comércio também é um negócio arriscado.À medida que o crescimento do comércio transformou os princípios do jogo em geração de riqueza, o resultado inevitável foi o capitalismo, a epítome de correr riscos. Mas o capitalismo não poderia ter florescido sem duas novas atividades que haviam sido desnecessários, enquanto o futuro fora uma questão de acaso ou vontade divina. A primeira foi a contabilidade, atividade humana humilde mas que encorajou a disseminação de novas técnicas de numeração e contagem. A outra foi a previsão, uma atividade bem menos humilde e bem mais desafiadora que associa assumir riscos com compensações diretas. "





Fonte: Desafio aos Deuses: a fascinante história do risco.pp.21- Peter Bernstein

11 março 2011

As instituições financeiras sistematicamente importantes

As instituições financeiras sistematicamentes importantes- Postado por Pedro Correia

A lei Dodd–Frank Wall Street Reform criou o Conselho de Supervisão da Estabilidade Financeira que tem como uma das tarefas definir quais instituições financeiras são sistemicamente importantes.
Antes da úlitma crise as empresas geraram muito risco sitêmico sem ter que arcar com nenhuma penalidade. Assim, percebe-se que a identificação de instituições finaceiras que possam difundir riscos sitêmicos é fundamental para evitar novas crises. No entanto, o presidente do Conselho de Supervisão da Estabilidade Financeira e secretário Tesouro Americano, Timothy Geithner,acredita que: não é possível criar critérios eficazes puramente objetivos para avaliar o risco sistêmico.

Não obstante, os pesquisadores da NYU, Acharya, Viral V, Thomas F. Cooley e Matthew P. Richardson, afirmam que isso não é verdade, pois o conselho esquece qual é o elemento crítico na avaliação de risco. Esse elemento é o grau de correlação entre o risco de uma empresa e todo o setor financeiro. O foco principal do Conselho está no tamanho das instituições, designando as empresas com mais de 50 bilhões de ativos como sistematicamente importantes. Os autores acreditam que o ponto crítico não é o tamanho, mas o quão próximo o risco de uma firma está para o resto do setor financeiro.

O grau de correlação entre o risco de uma empresa e todo o setor financeiro pode identificar a maioria das empresas que elevam o risco sistêmico . Se algumas forem esquecidas segundo esse critério, o Conselho pode adicionar informações mais subjetivas de modo à indentificá-las.

Apesar da crise financeira ter iniciado em meados de 2007, o risco sistêmico emergiu plenamente apenas em setembro de 2008. Nessa época, a Fannie Mae, Freddie Mac, Lehman Brothers, AIG, Wachovia, Washington Mutual e Merrill Lynch e Citigroup, tiveram graves problemas. Esse risco não era apenas dessas instituições financeiras, mas também foi gerado por outros grandes bancos, bancos de investimento e companhias de seguros, que estavam com dificuldades.

De modo a classificar as 10 instituições financeiras sistematicamente mais importantes, os eminentes acadêmicos da New York University's Stern School of Business utilizaram ferramentas da teoria econômica para montar o seguinte ranking:


O principal fator do ranking é a Contribuição para Risco Sistêmico, SRISK%, que é o percentual de insuficiência de capital do setor financeiro que seria vivida por esta empresa em caso de crise. As empresas com uma elevada percentagem de déficit de capital em caso de crise, não são apenas os maiores perdedores, mas também são as empresas que criam ou ampliam a crise.

Atualmente, as instituição que mais contribui para o risco é o Bank of America e as cinco instituições mais arriscadas representam mais de 70% do risco. Os autores afirmam que esse método teria produzido um top dez em julho de 2007, incluindo Citigroup, Merrill Lynch, Freddie Mac, Fannie Mae, Bear Stearns e Lehman Brothers.

As informações foram retiradas do seguinte paper : A tax on systemic risk

06 outubro 2010

Risco financeiro

O sistema financeiro continua sendo o calcanhar de Aquiles da recuperação econômica mundial, disse ontem o diretor do Departamento dos Mercados Monetário e de Capitais do FMI, Jose Vinãls. Essa é, acrescentou, a principal mensagem do novo Relatório de Estabilidade Financeira Global.

Os bancos atingidos pela turbulência terão de rolar US$ 4 trilhões de débitos nos próximos dois anos, o endividamento dos governos chegou a níveis sem precedentes e a crise de confiança permanece nos mercados financeiros. Para os países emergentes, grandes fluxos de capital volátil são a principal ameaça. A nova medida do governo brasileiro contra essa ameaça é um aumento de imposto sobre o ingresso de capitais (leia a avaliação de Viñals na pág. B3.).

Os governos do mundo rico terão de conciliar o ajuste das contas públicas e o crescimento econômico, segundo os autores do relatório. Se os governos não iniciarem um ajuste confiável, a insegurança poderá aumentar, os bancos diminuirão de novo suas operações e novos danos à economia serão causados. Em contrapartida, se o crescimento econômico for muito lento, a relação entre a dívida pública e o Produto Interno Bruto (PIB) poderá tornar-se insustentável. O desafio é conciliar as duas linhas de ação.

Nos países afetados pela crise, as perdas bancárias a partir de 2007 são agora estimadas em US$ 2,2 trilhões, US$ 100 bilhões abaixo do valor divulgado na reunião de abril do Fundo Monetário Internacional. Os bancos já reconheceram pouco mais de três quartos dessas perdas em sua contabilidade e essa é uma das poucas novidades positivas.


Risco financeiro continua alto, diz FMI - Rolf Kuntz - 6 out 2010 - O Estado de São Paulo

04 outubro 2010

Risco e seguro

A frente de baixa pressão que provocou inundações na cidade de Görlitz, na fronteira oriental da Alemanha com a Polônia, se desenvolveu no Mediterrâneo, contornou o flanco oriental dos Alpes, dirigiu-se para a Polônia e finalmente fez uma parada em Erzgebirge, ao longo da fronteira entre Alemanha e República Checa. Mas Angelika Wirtz ainda não estava preocupada.

Quando as chuvas tombaram o longo do Rio Neisse, ela começou a ficar mais atenta. Görlitz foi inundada na noite de 7 de agosto, quando as águas do rio subiram quatro metros em três horas. Quando Angelika recebeu a notícia, fez algumas anotações no computador, mas não muito longas - já tinha visto coisa pior.

No fim de semana das inundações em Görlitz, o Paquistão foi assolado por chuvas de dimensões apocalípticas; na Rússia, houve notícias de mais de 800 focos de incêndio; um temporal na Finlândia deixou 70 mil pessoas sem eletricidade; e pelo menos 80 pessoas morreram e centenas estavam desaparecidas devido a deslizamentos de terra na China.

Angelika Wirz colocou todas essas informações no seu computador na manhã de 9 de agosto. Ela está habituada às provações que a vida prepara para os seres humanos. Há 17 anos dirige a chamada “célula de crise” da Munich Re, a maior empresa de resseguros do mundo.

O banco de dados da Munich Re contém informações sobre desastres que já ocorreram e também sobre os que estão começando ou podem ocorrer no futuro. Dados de todos os terremotos e tremores na crosta terrestre, sobre a altura das ondas oceânicas, temperaturas do ar e da água, e sobre a direção e velocidades das correntes. Informações sobre o derretimento das geleiras no Himalaia e nevascas no Ártico e Antártida também estão documentadas.

Os novos conhecimentos nas áreas de nanotecnologia, incineração de lixo, produção de petróleo, construção naval, os avanços no campo médico dos transplantes e da reprodução também estão armazenados nos computadores.

Essa oferta ilimitada de dados, provavelmente sem paralelo em tamanho e profundidade, flui de cada continente para um grupo de prédios ao lado do Jardim Inglês em Munique. A Munich Re é uma seguradora das companhias de seguros. Ela assume os riscos que são grandes demais para gigantes do setor, como a Allianz ou a alemã Gothaer.

Probabilidades. Contando com suas subsidiárias, a empresa tem 47 mil funcionários em todos os continentes, e mais de um quarto da população do mundo, cerca de dois bilhões de pessoas, está indiretamente garantido por meio dela. As decisões tomadas por essas pessoas, os acidentes que elas sofrem, as circunstâncias do seu nascimento e morte, todas essas informações são transmitidas para a Munich Re. O objetivo é encontrar padrões dentro do caos e probabilidade no que é improvável.

Até onde vai o risco de um acidente com um cargueiro no Midland Canal, na Alemanha, provocar um apagão na Itália? Quanto pode custar para assegurar toda a cadeia logística de uma montadora internacional, um total de quatro mil empresas espalhadas por todos os continentes, contra qualquer problema concebível na entrega dos veículos, desde greves até erupções vulcânicas? Esses são os tipos de pergunta que os pesquisadores da Munich Re têm de responder. A tarefa deles é avaliar os riscos o maior cuidado possível, porque o nível de risco vai determinar o quão frequentemente um prejuízo pode ocorrer. E a frequência desses prejuízos, ou pedidos de indenização, é que vai determinar o valor do prêmio a ser pago. Por exemplo, se uma determinada casa tem risco de ser inundada por um rio uma vez por ano, o prêmio do seguro vai corresponder ao valor da casa.


Munich Re, a central de riscos do mundo - Uwe Buse SPIEGEL ONLINE - 4 Out 2010 - O Estado de São Paulo - TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO

As previsões dos técnicos da Munich Re nem sempre são acertadas. Interações que não foram levadas em conta, condições que mudaram muito rapidamente ou o impossível se tornou possível são algumas das causas de riscos mal avaliados.

Os atentados de 11 de setembro em Nova York são um bom exemplo. Os matemáticos da Munich Re tinham calculado o custo de um incêndio em dez andares de uma das Torres Gêmeas provocado pelo choque de um avião contra o edifício. Mas parecia impossível que dois aviões com os tanques repletos de gasolina intencionalmente se espatifassem nas duas torres. Calcularam o custo de Nova Orleans ser diretamente atingida por um furacão e estavam cientes também das consequências de uma grande inundação na cidade. Mas não calcularam o custo de um furacão atingindo a cidade e o colapso dos diques ao mesmo tempo.


Nem toda tragédia pode ser prevista - 4 Out 2010 - O Estado de São Paulo

Qual a possibilidade de a histórica Cidade Velha de Colônia ser inundada uma segunda vez no próximo ano? 10%. Ou de San Francisco ser atingida por um terremoto este ano? 1%. E qual seria a possibilidade de a Copa do Mundo na África do Sul ter sido cancelada por causa de um ataque terrorista? Essa probabilidade, segundo estimativas dos analistas de risco da Munich Re, era de 1% também.

Há 130 anos, analistas da companhia colocam a teoria em prática na sede da central de risco global. O trabalho deles é adaptar os modelos dos matemáticos a casos individuais e se manter informados sobre estratégias de segurança, a força dos muros corta-fogo, o desempenho de sistemas de combate a incêndio e a estabilidade de governos nacionais. Eles veem o mundo como uma coleção de riscos e tentam quantificar esses riscos. Usam um método indutivo com base no qual enfocam o desconhecido, o que significa tirar conclusões gerais a partir de incidentes isolados.

Desvios da norma são calculados e levados em conta. No final, depois que tudo foi pesado e medido, aparece o prêmio a ser pago. É assim que os riscos do mundo são dissecados e avaliados na Munich Re. É uma tentativa ambiciosa de oferecer uma rede de proteção para o capitalismo global, usando todas as ferramentas do comércio e sem intervenção do governo.


A complexa matemática dos desastres - 4 Out 2010 - O Estado de São Paulo

20 setembro 2010

Basiléia III, Iasc e Fasb

Basilea III no es perfecto. Es posible que acabe generando una carrera de las entidades financieras por limitar sus controles. Para ello tienen varias opciones. La más obvia es el arbitraje regulatorio, o sea, trasladar sus operaciones a países cuyos reguladores apliquen las normas con más suavidad, sobre todo las referentes al colchón anticíclico voluntario del 2,5%, cuya puesta en práctica es opcional. O disimulando el riesgo de los activos.

Pero no hay una forma unificada de medir el riesgo de los activos. De hecho, hay dos estándares diferentes. Uno es el del Comité de Estándares de Contabilidad Internacional (en inglés IASC [sic]), cuyos criterios, que empezaron en Europa, se están imponiendo lentamente, pero que todavía distan de tener una aceptación generalizada. Estados Unidos, por ejemplo, aplica las normas del Comité de Estándares de Contabilidad Financiera (FASB, según sus siglas en inglés). En todo caso, ninguno de los dos es fiable al 100%. Y, como muestra, un botón: el IASC, la organización privada que elabora los criterios vigentes en Europa [sic], pasó por serias dificultades financieras hace un año, cuando dos de sus más destacados miembros, los bancos de inversión estadounidenses Bear Stearns y Lehman Brothers, dejaron de existir y de pagar sus cuotas [sic].


Los paraísos bancarios; Los países que apliquen Basilea III con más suavidad se convertirán en destino preferente de la banca. - PABLO PARDO - 19 Set 2010 - El Mundo

20 julho 2010

Risco no Relatório da Administração


O estudo objetiva identificar as categorias de riscos evidenciadas no Relatório da Administração (RA), relativa ao ano de 2007, das empresas brasileiras com emissão de American Depositary Receipt (ADRs). A pesquisa caracteriza-se como descritiva, realizada por meio de análise documental. A amostra compreende 28 empresas brasileiras com emissão de ADRs na Bolsa de Valores de Nova Iorque (EUA). Consideraram-se sete categorias de riscos corporativos, identificadas a partir da metodologia do Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway Commission (COSO, 2004): riscos estratégicos, riscos de mercado, riscos de crédito, riscos de liquidez, riscos operacionais, riscos legais e riscos de imagem. Os resultados da pesquisa mostram que, em geral, não há uma padronização quanto aos tipos de riscos evidenciados pelas empresas. Ao todo foram identificados 14 tipos de riscos. A categoria predominante na evidenciação foi risco operacional, com 20,72% das observações. Não foi encontrada evidenciação de riscos de imagem nos RA das empresas pesquisadas. Constatou-se que 19 empresas evidenciam algum tipo de risco a que a empresa está exposta, o que representa 67,86% da amostra. Por outro lado, nove empresas (32,14%) não evidenciaram nenhum tipo de risco.


Categorias de Riscos Evidenciadas nos Relatórios da Administração de Empresas Brasileiras com ADRs - Vinícius Costa da Silva Zonatto & Ilse Maria Beuren - RBGN, v. 12, n. 35, 2010.

Imagem: Fffound!

18 junho 2010

Petrobras e nota de risco

O diretor da agência de classificação de risco Fitch, José Luis Villanueva, disse ontem que "é mais provável" a Petrobras ter um rebaixamento de sua nota de risco após a aprovação das novas regras para exploração de petróleo e por conta do aumento da dívida da companhia.

(...)Uma das principais preocupações da Petrobras ao lançar seu plano de capitalização foi justamente evitar o rebaixamento de sua nota de risco, hoje em nível de investimento -o que abre espaço para uma gama maior de investidores comprarem ações e títulos de dívida.

Isso porque o endividamento da companhia como proporção de seu valor de mercado está perto do teto de 35% definido pelas agências de classificação de risco para empresas grau de investimento. A relação bateu em 32% no primeiro trimestre. O endividamento total da companhia foi a R$ 61 bilhões.

Com a aprovação do Congresso, a estatal espera obter entre US$ 50 bilhões e US$ 60 bilhões no mercado -já com a fatia aportada pela União, por meio das reservas inexploradas do pré-sal.

Outro receio do mercado é a imposição do novo marco legal para o pré-sal -de que a Petrobras seja detentora de, pelo menos, 30% de todos os blocos-, o que aumentará muito a necessidade de captação de recursos para investimento e poderá afetar os indicadores de solvência da companhia.

Agência ameaça baixar nota da Petrobras - Folha de São Paulo - 18/6/2010 - Pedro Soares

28 maio 2010

Variação da Receita e Risco

O analista Saj Karsan chama a atenção (Understanding Risk on the Revenue Side: Wal-Mart vs. Apple) para a importância da receita estável na avaliação do risco de uma empresa.

1) As empresas que são influenciadas por ciclos econômicos podem apresentar maior risco. Imagine se ocorrer uma recessão prolongada; seus os efeitos serão piores nestas empresas.

2) As empresas que conseguem proteger-se da competição possuem receitas mais estáveis. Neste caso, receitas seriam sintomas desta vantagem. Isto inclui situações onde a empresa não depende de um produto.

3) Provavelmente receitas estáveis representam uma capacidade de manutenção de criatividade.

Karsan faz uma comparação entre a Apple e a Wal-Mart. A estabilidade da receita da Wal-Mart seria uma garantia de menor risco. Para Karsan, o desempenho futuro da Apple depende de inovação constante.