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20 agosto 2006

O segredo do óleo negro


Qual a maior empresa de petróleo do mundo? A Exxon Mobil é a maior empresa em faturamento e em valor de mercado, com $412 milhões. Mas considerando a quantitade de reserva que a empresa possui, a Exxon é a 14a, muito distante da primeira colocada. Todas as 13 empresas com maiores reservas que a Exxon são National Oil Companies (NOCS), termo para designar empresas sob a influencia de um país. Estas empresas controlam 90% de óleo e gás do mundo e são responsáveis pela influencia nos preços. Apesar de terem maiores reservas e influenciarem o preço, as NOCS são mal gerenciadas, não sabem investir, sofrem influencia política e corrupção.

Um exemplo de um NOCS é a PDVSA, a empresa que controla o petróleo da Venezuela. A Venezuela exporta óleo desde o século XVI e nos anos de 1930 o país já era o segundo maior produtor do mundo. Na década de 1970 a Venezuela nacionalizou sua indústria. Entretanto, como os campos da Venezuela são difíceis de serem mantidos, o produto tem menor qualidade.

Outro problema da PDVSA é a influência política, em especial do atual governo Chávez. Isto torna a empresa ineficiente em relação a outras empresas. Nem todas NOCS possuem este problema mas em alguns países a dificuldade é séria. A Indonésia, por exemplo, tornou-se importadora de óleo em razão dos problemas da Pertamina.

São exemplos de bom desempenho, segundo a revista The Economist, as empresas da Malasia e do Brasil. Os dois países já possuiam uma economia forte e diversificada antes da descoberta de petróleo. Além disto, a revista considera que a competição ajuda muito. No caso da Petrobrás, mesmo com competição, como a empresa conhece mais as condições e geologia do solo brasileira, ainda assim existe uma grande vantagem em relação a outras empresas. Mas a presença de multinacionais ajuda a desenvolver parcerias e disseminar novas tecnologias e idéias.

Tanto o Brasil quanto a Malásia são citados como exemplos de países onde a existência de uma NOC não atrapalhou o desenvolvimento do petróleo. (Talvez a revista tenha esquecido os problemas da Petros na sua análise). Conforme a revista muito do óleo da Petrobrás vem dos campos da costa do Atlântico. Isto tem ajudado nas concorrências internacionais com outros países. A existência de muito petróleo não parece, portanto, requisito para competência. Pelo contrário, pode ajudar a criar a incompetência.

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