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10 outubro 2022

Internet está mudando a língua e como a moderação do algoritmo tem seu papel

 

A presença de "controles" nos sites mais populares está mudando como as pessoas estão se comunicando. Os algoritmos de moderação do TipTok, do Facebook e de outras plataformas foram programados para evitar certos debates. Para o usuário esta regra significa tentar dizer algo, evitando certas palavras, para não ser banido ou excluído. 

As empresas tem interesse em alinhar ao poder, para evitar um questionamento regulatório que seja ruim para seus negócios. Esta escolhe envolve a moderação de conteúdos considerados polêmicos. Esta postura provoca uma reação nos usuários em reinventar as palavras para expressar o que deseja. Veja um exemplo simples: na China os usuários são punidos se falarem mal de Xi. Para fugir da restrição, os chineses começaram a substituir Xi pelo Ursinho Pooh - já que o personagem tem a aparência de Xi. Depois de algum tempo, falar do personagem também foi objeto de censura. 

A mudança da língua sempre ocorreu. Mas com a internet parece que a dinâmica é bem mais veloz. Um texto publicado no site Mashable sinaliza que realmente isto ocorre nos dias atuais. Assim como no passado os religiosos evitavam o termo "diabo" e usavam, no lugar, derivações como "tinhoso", nos dias atuais é impossível controlar a criação de novos termos para evitar a seletividade dos algoritmos. Isto torna a linguagem mais sutil, acredito, e mais complexa. Basicamente as pessoas procuram substitutos para comunicar algo que usando os termos diretos seriam barrados nos sites. 

Na metade do texto eis que encontro o seguinte:

No TikTok as pessoas dizem SA em vez de "agressão sexual" e "berinjela picante" em vez de "vibrador"; as profissionais do sexo se tornaram "contadoras" (...)





Criatividade resolve um problema contábil do Barcelona

 Do Trivela:

La Liga oficializou nesta sexta-feira o teto salarial de cada um dos clubes das duas primeiras divisões do Campeonato Espanhol. E o número que mais chama atenção é o salto do Barcelona: o limite se multiplicou em relação à temporada passada. Após o mercado de inverno, no início de 2022, o Barça tinha como teto -€144 milhões em salários anuais – sim, valores negativos, tamanho era o rombo. Graças às famosas “alavancas” acionadas nesse verão, o valor chega a €656 milhões e acomoda a atual folha salarial do clube.

O Barcelona havia extrapolado o teto salarial anterior, o que atravancava novas contratações e escancarava a crise financeira. Caso um clube ultrapasse o limite salarial, como aconteceu com o Barça, La Liga pode impor sanções sobre as contratações e impedir novas inscrições. Caso punidos, os clubes só podem gastar 25% das receitas que conseguirem. Foi o que se notou quando os catalães precisaram limitar seus reforços a aquisições sem custos e ainda vendiam jogadores para melhorar as finanças.

Mais recentemente, para garantir novas possibilidades financeiras, o Barcelona acionou vários mecanismos – as tão aclamadas alavancas. Os blaugranas venderam direitos televisivos dos próximos anos e direitos de marketing sobre o clube, além dos naming rights do Camp Nou. Também negociaram uma série de jogadores sem espaço. Com isso, melhoraram substancialmente a situação econômica no curto prazo e criaram garantias para contratações. Foi o que tornou possível as muitas aquisições do recente mercado e também as inscrições no campeonato, só garantidas em caso de respeito ao teto salarial.



O teto salarial de La Liga é estipulado automaticamente, a partir de um cálculo que leva em conta receitas e despesas. Por conta disso, os limites são diferentes para cada clube. Os salários incluídos na conta não são apenas dos jogadores profissionais, mas também da comissão técnica, das filiais e das categorias de base. O cálculo se baseia também a partir de impostos, gastos de aquisição e amortizações. Por conta da pandemia, La Liga ofereceu algumas facilidades em relação aos prejuízos das temporadas recentes. (...)

A venda realizada pode permitir uma maior liberdade de contratação agora, mas compromete o teto futuro de gasto. 

Foto: Almos Bechtold

Educação financeira superestimada

 

Pesquisadores, em um estudo recente, descobriram que muitas pessoas não apenas superestimam sua alfabetização financeira - o número dessas pessoas cresceu ao longo dos anos. Os autores do estudo (da Ohio State University, da Universidade do Alabama e da York University em Toronto) examinaram os dados da Estudo Nacional de Capacidade Financeira, que entrevista americanos de todos os estados, a cada três anos, sobre seu conhecimento e comportamento financeiro. A pesquisa fez cinco perguntas de múltipla escolha para medir o conhecimento financeiro objetivo. As questões estão relacionadas a taxas de juros, inflação, preços de títulos, hipotecas e riscos financeiros.

Os pesquisadores analisaram especificamente os dados das pesquisas de 2009, 2012, 2015 e 2018, cada uma das quais incluiu entre 25.000 e 29.000 americanos. O que eles descobriram foi que as pontuações médias dos testes diminuíram constantemente entre 2009 e 2018.

Fonte: aqui

09 outubro 2022

Conselhos de livros famosos de Finanças Pessoais versus Teoria

Eis o resumo 

Examino os conselhos dados pelos cinquenta livros de finanças pessoais mais populares e comparo-os às prescrições de modelos econômicos acadêmicos normativos. O aconselhamento popular freqüentemente se afasta dos princípios normativos derivados da teoria econômica, que devem motivar novas hipóteses sobre por que as famílias fazem as escolhas financeiras que fazem, bem como quais escolhas financeiras as famílias devem fazer. Às vezes, o aconselhamento popular é impulsionado por falácias, mas tenta levar em consideração a força de vontade limitada que os indivíduos precisam para seguir um plano financeiro, e suas ações recomendadas costumam ser facilmente computáveis por indivíduos comuns. Considero conselhos sobre taxas de poupança, a conveniência de ser um consumidor rico, alocação de ativos, gerenciamento de dívidas não hipotecárias, manutenção simultânea de dívidas com juros altos e economias com juros baixos e opções de hipotecas.

Veja que a ideia é interessante. Muitos acadêmicos não gostam de livros populares - e muitos deles são realmente ruins. Mas pode existir uma razão para o consenso popular nos livros e o conselho da teoria. A tabela 1 faz um ótimo resumo da dicotomia:

Acho que é uma referência relevante para quem leciona finanças pessoais. 




Rir é o melhor remédio

 

mais cinco minutos

08 outubro 2022

IAC propõe reformar a normatização contábil dos Estados Unidos


O Investor Advisory Committee foi estabelecido pela lei Dobb-Frank de 2010. Este comitê pode apresentar recomendações para a Comissão de Valores Mobiliários (SEC) dos Estados Unidos. Não tem poder decisório, mas sua posição pode levar a SEC a fazer alterações na maneira como conduz diferentes assuntos relacionados com o mercado de capitais.

No dia 14 de setembro tornou-se público um documento de nove páginas onde o IAC apresenta uma posição sobre a modernização da contabilidade dos Estados Unidos. E isto passa por melhorar a definição de padrões que hoje é realizada pelo Financial Accounting Foundation e o Financial Accounting Standards Board (FASB).

O documento é composto por uma introdução com uma contextualização, um background, um item onde o foco da reforma seria o investidor e três itens de reforma. As propostas são abrangentes e tocam em assuntos polêmicos. O IAC estaria insatisfeito com a informação que o investidor está atualmente recebendo para o processo de avaliação das empresas. A filosofia é que os padrões contábeis devem priorizar as necessidades dos investidores e permitir a análise e o entendimento das empresas no mundo atual.

Em termos históricos, o FASB é a terceira entidade da história contábil dos Estados Unidos responsável pela emissão de padrões contábeis. Anteriormente existiram o Committee on Accounting Procedure (CAP) e o Accounting Principles Board (APB). Nos anos 60, duas propostas do APB foram desconsideradas pela SEC: do crédito diferido (1965) e da contabilidade em ambientes inflacionários (1969). Diante destes acontecimentos, o AICPA criou dois comitês para estudar a questão dos relatórios financeiros. Um deles, Wheat Committee, sugeriu a criação de uma entidade independente de elaboração de normas que seria o sucessor do APB. O Fasb foi a primeira entidade de normatização de dedicação exclusiva do mundo.

A dedicação exclusiva permitiu que o Fasb atendesse a demanda de diversas normas. Entretanto, nos últimos anos, o Fasb tem sido criticado pela sua inação. E este termo está no documento do IAC. O documento lembra que nos últimos 20 anos o Fasb completou somente três grandes projetos: reconhecimento da receita, arrendamento e provisão para perda de crédito. Um parênteses importante: esta informação não é verídica, já que ocorreram alterações na estrutura conceitual e atualmente as normas do Fasb não obedecem uma numeração sequencial. Além disto, durante boa parte dos vinte anos, o Fasb tentou, sem sucesso, buscar uma convergência com as normas do Iasb.

De qualquer forma, na página três do documento do IAC há uma crítica forte a inação da entidade. Além disto, o Fasb tem sido criticado por focar na simplificação. Segundo um dado de Jack Ciesielski, 30% dos ASU (Accounting Standards Updates) entre 2013 a 2021 estavam relacionados com a simplificação. O problema é que existem muitas questões que mereciam a atenção do FASB, segundo o IAC: fluxo de caixa, intangíveis, apresentação, relatório por segmento, impacto do clima e contabilidade de custo do trabalho, são citados. O documento foca nos dois primeiros itens para mostrar que há problemas urgentes a serem tratados pelo Fasb. A questão do intangível é importante demais: inicialmente apareceu na agenda do Fasb em 2001; depois de vinte anos, o projeto permanece na agenda.

Diante deste cenário, o IAC propõe três pontos. O primeiro é solicitar que a SEC constitua um Comitê Consultivo sobre Modernização Contábil para ajudar o FASB na definição de padrões. Neste item é lembrado que recentemente uma norma criou uma alíquota sobre lucro corporativo. O documento lembra que isto inclui a questão da infraestrutura de dados.

O segundo ponto é exigir que o Fasb leve em consideração o custo do atraso na promulgação de tópicos críticos e que incorpore os custos nas suas atividades. A regra de arrendamento entrou na agenda em 2006 e só foi finalizada em 2016, para entrar em vigor em 2018. O processo de aprovação de normas no Fasb é demorado e consome muito tempo. Mas há um custo neste processo: o custo do atraso.

Finalmente, o IAC solicita que exista uma ampliação ao acesso às normas da FASB, incitando a FASB a criar um banco de dados que estaria livremente disponível ao público. O documento cita que hoje para ter acesso aos documentos do Fasb é necessário um pagamento de 1.197 dólares e esta seria a assinatura básica. O PCAOB são gratuitos e uma subscrição do IASB custa 295 euros.

No dia 21 de setembro o IAC votou a recomendação. Logo depois, a Reuters lembrou que anteriormente o presidente da FASB, Richard Jones, disse durante uma reunião da FAF em agosto afirmou que "não há nenhum órgão eleito que tenha o direito de falar em nome dos investidores" ou "de qualquer de nossas outras partes interessadas". Jones observou, então, que nem todos os investidores têm as mesmas opiniões, e o conselho tenta reunir todas as diferentes opiniões durante a divulgação.

Foto: Juliane Mergener

Rir é o melhor remédio

Um jovem contador, acaba de sair da universidade, vai para entrevista de emprego. O entrevistado pergunta qual o salário inicial que ele desejaria. 

 - Trinta mil reais, mais os benefícios, responde o jovem 

O entrevistador fala: 

- Que tal 45 dias de férias anuais, fundo de pensão, despesas de alimentação reembolsável, conta do telefone pagas pela empresa, carro da empresa… Carro, não. Merceder conversível. Sem trabalho nos finais de semana. 

 O jovem fica atento às palavras do entrevistador e para não parecer impressionado fala: 

- Você está brincando? 

O entrevistador responde: 

- Sim, mas você começou. 

Adaptado daqui

07 outubro 2022

Imposto, Crime e Paz: Ales Bialiatski


Gostamos de lembrar que a fraude tributário foi responsável pela prisão de Al Capone. De forma simplista, a contabilidade conseguiu prender o criminoso, que outras provas não foram capaz. 

No anúncio do Prêmio Nobel de hoje, para Ales Bialiatski (juntamente com a entidade Memorial Center for Civil Liberties) mostra que o "crime tributário" também pode ser usado para prender pessoas que lutam pela paz. Bialiatski foi preso em 2021 - e continua até hoje - por crimes tributários:

On October 6, 2021, Bialiatski was charged with tax evasion with a maximum penalty of 7 years in prison. As of January 1, 2022, he was still in prison.

Johnson e Johnson usa falência para reduzir seu passivo

A revista New Yorker traz um história sobre a empresa Johnson & Johnson e as ações judiciais relacionadas com o talco que a empresa produz e vende. 

A Johnson ou J&J é uma empresa bastante conhecida em todo mundo. Seus produtos incluem o Band-Aid, Tylenol e o popular talco, que segundo a própria empresa, foi usado por metade dos bebês nascidos entre 1930 e 1990 nos Estados Unidos. Mas desde 1971 já existe uma desconfiança que os elementos usados na produção do talco, por conter amianto, pode ser cancerígeno. A empresa sempre insistiu que seu produto era seguro para o público externo, embora internamente os cientistas sabiam que isto não seria verdade. 


Mas as evidências levaram um grande número de consumidores a processarem a empresa. Diante de um potencial passivo, de grandes proporções, a empresa usou o mecanismo de falência. Isto é maquiavélico, mas interessante. 

Diante das provas existentes que o talco da empresa poderia provocar câncer, a empresa criou uma subsidiária, denominado LTL (uma sigla para algo como "Lítigio do Legado do Talco"). Esta empresa absorveu todo o passivo judicial relacionado com o talco. Mais ainda, a empresa escolheu, de forma criteriosa, uma sede onde o processo judicial fosse favorável, no caso a Carolina do Norte. Logo a seguir, a empresa entrou com um pedido de falência. Por conta deste fato, as 40 mil ações judiciais - é este o número listado na New Yorker, mas a Wikipedia indica 26 mil - estão sob a decisão de um juiz somente, o responsável pelo processo de falência. 

A LTL nunca teve um escritório ou funcionário. Foi criada em 11 de outubro de 2021 e no dia 14 de outubro, dois dias após ser transferida para Carolina do Norte, pediu falência. 

Foto: Marius Teodorescu e Wesley Tingey

Conselho de Administração e a participação de mulheres

Segundo a época

O porcentual de mulheres nos Conselhos de Administração das empresas brasileiras aumentou, porém, há espaço para melhorias quando o assunto é diversidade nas cadeiras de conselhos. Segundo a pesquisa Brasil Board Index 2021, da empresa de consultoria Spencer Stuart, as mulheres ocupam 14,3% das cadeiras dos Conselhos de Administração no Brasil. No ano passado, o contingente correspondia a 11,5% das cadeiras. A pesquisa também mostra que, neste ano, 65% dos conselhos têm ao menos uma representante mulher, em 2020 o índice era de 57%.

O mapeamento da Brasil Board Index contou com 211 empresas listadas na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) em segmentos diferentes de governança corporativa. (...) Já de acordo com o estudo “Retrato da Conselheira no Brasil”, publicado pelo Women Corporate Directors (WCD), as mulheres que ocupam a função de conselheiras são brancas (97%), entre 51 e 60 anos (45%), mães (82%), cisgêneros (88%), heterossexuais (98%) e residentes no Estado de São Paulo (74%).

Para aumentar a diversidade nas empresas de capital aberto, a Bolsa de Valores de São Paulo (B3) pretende exigir que as companhias cumpram uma meta de inclusão de mulheres e pessoas pretas, trabalhadores LGBTQIA+ e pessoas com deficiência, em conselhos e diretorias. Caso a norma seja aprovada, o prazo para cumprimento é até 2026 e, as empresas que descumprirem poderão sofrer consequências, inclusive abertura de processo para a "deslistagem".

A presença de mulheres pode ser interessante não somente pelo "marketing" da inclusão, mas pelo fato de que geralmente as mulheres são mais avessas ao risco. Sobre a B3 ... Anteriormente mostramos que ela não é a mais indicada para falar sobre o assunto. E ameaçar de "deslistagem" realmente não ajuda.

Envelhecimento e Finanças

 

Investir, sob um certo ponto de vista, nada mais é do que avaliar todas as incertezas no horizonte. Que hoje em dia não são poucas: as eleições presidenciais no Brasil, a guerra da Rússia com a Ucrânia, a pandemia, a escalada global da inflação, o risco de recessões mundo afora e por aí vai. O que muita gente esquece é que, na hora de investir, as certezas também precisam ser levadas em conta – por mais incertas que sejam. E uma das certezas que impactam diretamente a economia é essa: a expectativa de vida das pessoas está aumentando.

O que é longevidade financeira?

Daí o sucesso, cada vez maior, da chamada longevidade financeira. Já ouviu falar? Nada mais é do que a capacidade de se contar com renda suficiente para envelhecer com equilíbrio financeiro, independente dos percalços pelo caminho.

O aumento da expectativa de vida demanda atenção muito maior nas finanças – e cada vez mais cedo. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), a turma que nasceu na década de 1940 tinha expectativa de viver até os 45 anos, mais ou menos – sim, muito quarentão já podia ser chamado de “senhorzinho”. Em 2019, antes da pandemia virar o mundo do avesso, a previsão aumentou para 76 anos.

No ano passado, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, conduzida pelo IBGE, 14,7% da população brasileira era formada por idosos. De um total de 212 milhões de pessoas, 31,2 milhões estavam acima dos 60 anos. Em 2100, estima o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 40,3% da população terá mais do que 60 anos.

Tudo isso para falar que o Instituto de Longevidade MAG, cujo nome já diz a que veio, acaba de lançar um guia sobre o assunto. Com dicas práticas de especialistas, te ajuda a fazer com que seu dinheiro também viva por mais tempo. Para atingir esse objetivo, vale dizer, é necessário cuidar também da saúde, do trabalho, da aposentadoria e de diversos outros aspectos que impactam a qualidade de vida.

“Poupar é um dos pilares necessários para garantir longevidade financeira, mas não basta apenas poupar”, diz o educador financeiro Thiago Martello, que contribuiu com a elaboração desse guia. “É preciso investir bem o dinheiro para fazer com que ele trabalhe por você.”

Deixar o dinheiro na poupança, todo mundo sabe, é uma das piores decisões. “Os juros sobre juros são uma das grandes forças do universo”, diz o especialista. “Podemos usá-los para o nosso bem, quando se tratam de rendimentos de investimentos, ou para o mal, quando entramos em dívidas.”

Guia de como fazer o dinheiro render (e durar)

O acesso ao guia do Instituto de Longevidade MAG é gratuito (basta acessar o site https://institutodelongevidademag.org/ e fazer um cadastro). “O guia traz orientações que têm como base cinco pilares: gastar bem, poupar certo, ganhar mais, investir melhor e proteger capital”, resume Arnaldo Lima, o diretor do instituto.

“Pense que você viverá pelo menos 100 anos e a única certeza é que estará consumindo recursos financeiros durante todo esse tempo", aconselha Thiago Lauria, especialista em planejamento financeiro. Muito provavelmente, acrescenta ele, você não estará produzindo o montante suficiente para garantir a sua sustentabilidade financeira.

Ele recomenda que você pare de estabelecer objetivos de curto, médio e longo prazo. “Você tem apenas um objetivo: viver bem até o último dia da sua vida de forma sustentável, patrimonial e financeiramente”, defende.

Segundo o especialista, é preciso levar em conta, em primeiro lugar, as inevitáveis transições ao longo do anos, que envolvem carreira/negócios, filhos, moradia e casamento. Todas as decisões relacionadas a esses tópicos, obviamente, vão impactar no seu patrimônio lá na frente.

Depois é preciso ter em mente o estilo de vida que você persegue. Suas preferências, afinal, estão diretamente ligadas ao tamanho do patrimônio que precisa ser construído. “Cada família deve ter o seu mapa, que contemple a jornada de onde está, os pontos de parada, e o ponto de chegada”, recomenda Lauria. É uma das bases para a longevidade financeira.

Fonte: aqui

Rir é o melhor remédio

 

Sobre a privatização da empresa aérea portuguesa TAP. Um resumo da história está aqui

06 outubro 2022

Mídias sociais, clima e narrativa positiva

 Um extenso relatório sobre como empresas de automóveis, combustíveis e avião trabalham nas mídias sociais sobre a questão ambiental. O resumo está a seguir:

We report the results of a pilot study as a first step towards establishing a major new research initiative that will monitor, analyze, and expose digital climate discourse and deception. This initiative will be directed by Dr. Geoffrey Supran at the University of Miami in collaboration with computer scientists at the Algorithmic Transparency Institute (ATI), a project of the National Conference on Citizenship.

We perform a textual and visual content analysis of 2,325 organic social media posts generated by 22 major European Union-based fossil fuel producers, car manufacturers, and airlines on Facebook, Instagram, TikTok, Twitter, and YouTube during the summer of 2022. This yields the following insights:

• Climate silence: During a summer of unprecedented European heat waves, droughts, and wildfires, only a negligible handful of posts made any explicit reference to climate change or global heating.

• Greenwashing: Two-thirds of oil and gas (72%), auto (60%), and airline (60%) companies’ social media posts paint a ‘Green Innovation’ narrative sheen on their ‘Business-as-usual’ operations, which are given less air time. This ratio of ‘green-to-dirty’ in each industry’s public communications (3-to-1, 4-to-1, and 1.2-to-1, respectively) misrepresents their contemporary commitments to decarbonization, implying that at least some of their social media content constitutes greenwashing. We interpret greenwashing by the fossil fuel industry to be most blatant, whereas that by airlines is notably subtle.

Misdirection: One-in-five oil and gas (23%), auto (22%), and airline (15%) company posts feature sports, social causes, and/or fashion. The overarching theme of this narrative of ‘Misdirection’ is to focus the audience’s attention on engaging topics unrelated to companies’ core business operations. This can variously (1) legitimize fossil fuel interests’ social license to operate; (2) distract attention away from firms’ core business roles, responsibilities, and contributions to the climate crisis; and (3) market brands as exclusive, desirable, and relevant.

• Nature-rinsing (formally termed ‘executional greenwashing’): Statistical analysis reveals fossil fuel interests’ systematic use of nature-evoking imagery to enhance the ‘greenness’ of their brand image on social media. To our knowledge, this subtle intentionality to fossil fuel interests’ ‘green’ messaging has never previously been quantified. 

• Demographic greening and misdirection: Statistical tests show that companies (particularly car manufacturers) variously leverage not just the imagery of nature, but also of female-presenting people, non-binary-presenting people, non-Caucasian-presenting people, young people, experts, sportspeople, and celebrities to reinforce their messages of ‘Green Innovation’ and/or ‘Misdirection’

Um exemplo do relato, com as empresas de automóveis:

A dica está em Skeptical Science. Lá também tem um artigo sobre projetos espetaculares de alguns países que tenta promover uma narrativa positiva de um país. Obviamente que os veículos tradicionais de comunicação não irão divulgar este tipo de relato. 

Musk recua e entrega documento afirmando a intenção de comprar o Twitter

Em abril deste ano, o bilionário Elon Musk divulgou que compraria o Twitter por 44 bilhões de dólares. Depois disto, Musk fingiu que estava encontrando problemas com a aquisição por culpa da empresa de mídia social. Em julho, em um longo artigo, Matt Levine mostra que os argumentos eram fracos. 

Na segunda desta semana, o Twitter recebeu uma correspondência dos advogados de Musk e rapidamente entregou o documento no Tribunal de Delaware, onde a questão está sendo analisada. A juíza responsável pelo caso chamou os dois lados para tentar entender o que estava ocorrendo. 

O Twitter está desconfiado em parar o litígio somente com a correspondência. Não confia em Musk, segundo o Deal Book, do New York Times. Está considerando a possibilidade de ter uma supervisão para o fechamento do negócio e cobrar juros de Musk. Segundo a mesma fonte, não se sabe a razão da mudança de ideia de Musk. Pode ser uma análise sobre suas chances no julgamento e as consequências de continuar a via judicial. 

O Verge escutou especialista e pelo menos um deles disse que a mera correspondência de Musk não é suficiente para parar o processo. 

A principal alegação de Musk é que o Twitter entregou informações inconsistentes da empresa, especialmente o número de usuários bots. Pelas contas do Twitter isto corresponde a 5% do total, mas Musk chegou a alegar que o percentual seria de 20%, um valor muito questionável. 

Para que o negócio se concretizado, Musk precisa fechar o financiamento. Há dúvidas, neste momento, se as instituições financeiras teriam interesse em fechar o negócio. Pelo pouco que conhece, os bancos podem ter perdas caso sejam demandados em termos de dinheiro. Musk não consegue vender rapidamente as ações que possui em empresas como a Tesla sem criar outros problemas.  

... Musk tenta se livrar do acordo de compra e da multa rescisório de US$ 1 bilhão, estipulada em contrato em caso de desistência do negócio

Mesmo os planos futuros de Musk para o Twitter já estão recebendo críticas. De qualquer forma, e como mostra o gráfico, a correspondência de Musk já fez disparar o preço das ações da empresa. 

Endividamento de um país

O endividamento de uma empresa ou de uma pessoa é sempre um índice importante sobre a saúde financeira. Isto também é válido para um país. Países endividados são também nações que podem ter problemas no futuro. Além da análise comparativa, a evolução ao longo do tempo pode ser uma informação importante para analisar a saúde financeira de um país. 

O gráfico mostra que muitos países aumentaram a dívida ao longo do tempo. No gráfico é usada a relação entre dívida e riqueza gerada, medida pelo PIB. Um pais com uma relação igual a cem significa que a dívida do governo corresponde a um ano de produção da economia. Neste sentido, a dívida japonesa corresponde a mais de duas vezes e meia a sua produção. Os países com maior dívida relativa, na ordem, são: Venezuela, Japão, Grécia, Itália, Portugal e Estados Unidos. 

A análise histórica também é importante. Veja que a China, em 1995, tinha uma relação correspondente a um quarto. Vinte e cinco anos depois a relação subiu para 68 ou dois terços. Um crescimento rápido demais na dívida pode ligar um alerta. 

A relação brasileira é de 98,9%, abaixo de várias economias mundiais. Mas em 2001, o último ano completo do governo FHC, era de 67%. Em 2015 era de 72% e aumentou bastante nos anos seguintes. 

Assim como em uma empresa ou para uma pessoa, o nível de endividamento sozinho não explica tudo. É preciso olhar a capacidade de gerenciamento da dívida. Em 2018 a dívida da Venezuela era de 180% do PIB. Dois anos depois o índice chegou a 304%. Isto não é uma evolução boa. 

Rir é o melhor remédio

 

Mensagem para o filho. Quem nunca mandou uma mensagem para uma pessoa que está alguns metros de você? 

05 outubro 2022

Padronização de carregador de celular na Europa

 


Do Boing Boing

A União Europeia votou hoje para tornar o USB-C o padrão obrigatório para carregar portas em dispositivos de consumo, na esperança de reduzir o desperdício eletrônico e agradar os consumidores cansados de ter que ter carregadores especiais para cada um [dos eletrônicos]. Os modelos mais populares já mudaram nas versões recentes, com uma exceção proeminente: o iPhone da Apple, ainda usando o conector Lightning, de propriedade da empresa. A lei (...) isenta pequenos dispositivos, como relógios e rastreadores de fitness.

Parece razoável, mas é sempre questionar se faz sentido. E se o carregador da Apple for mais eficiente? O burocrata em Bruxelas decidiu que todos devem aceitar sua escolha? 

NFT e a destruição de uma obra de Frida Kahlo

Eis uma história surreal:

(...) um milionário resolveu colocar fogo em uma obra da pintora mexicana Frida Kahlo (1907-1954) depois de digitalizar a imagem, transformada em 10 mil tokens não fungíveis (NFTs).

O episódio, que aconteceu em Miami (EUA) e foi publicado no final de julho no YouTube, além de gerar uma enxurrada de críticas dos internautas, é objeto de uma investigação aberta pelo Instituto Nacional de Belas Artes e Literatura (INBAL) do México, que tenta descobrir se a pintura queimada por Martin Mobarak é mesmo o original da obra "Fantasmones Siniestros" (fantasmas sinistros), de 1944, avaliada em 10 milhões de euros, R$ 51,5 milhões pela cotação da moeda europeia na última terça-feira, 27. [foto]

Segundo o magnata mexicano, que detém, ou detinha, a obra desde 2015, e que se autoproclama “alquimista de arte”, “visionário”, “líder filantropo” e “transformador NFT” em sua página no LinkedIn, o objetivo da transformação da obra em NFTs é criar “pedaços” que possam crescer “na eternidade.” Mobarak disse ainda que os fundos arrecadados pela venda dos NFTs serão destinados a entidades ligadas à saúde infantil, à Casa Museu Frida Kahlo e à Escola de Belas Artes Mexicana, e a Escola Nacional de Artes Plásticas, entre outros beneficiários.

A queima de uma obra de arte, na contabilidade, teria um tratamento semelhante a uma perda, um furto ou desaparecimento de um objeto. Ao criar NFT da obra, o empresa poderia estar calculando o valor digital que obteria. Mas quem compraria um arquivo digital sabendo que Mobarak fez o que fez? 

Trump e os impostos

Um novo livro sobre o ex-presidente Trump revela alguns fatos curiosos. Sobre a questão dos tributos:


Em um avião durante a campanha em 2016, Trump foi convidado por seu gerente de campanha Corey Lewandowski e sua secretária de imprensa Hope Hicks para tratar de sua recusa em divulgar suas declarações fiscais — uma questão que eles viram como um problema para a candidatura de Trump à Casa Branca.

Haberman escreve que Trump respondeu inclinando-se para trás antes de ter um pensamento repentino: "Bem, você sabe que meus impostos estão sob auditoria, eu sempre sou auditado", disse ele.

"Então, o que quero dizer é, bem, eu poderia apenas dizer: 'Vou liberá-los quando não estiver mais sob auditoria. Porque nunca deixarei de estar sob auditoria."

Desde Richard Nixon, todos os presidentes dos EUA liberaram voluntariamente suas declarações de impostos. Desde então, uma investigação do New York Times de 2020 revelou que Trump pagou US$ 750 (cerca de R$ 4 mil) em impostos federais no ano em que se tornou presidente.

Rir é o melhor remédio

 

Vi este cartoon no site da New Yorker e pareceu um pouco a figura de certos contadores e seu trabalho. Assim, o termo "contabilidade" foi acrescido pelo blog. 

04 outubro 2022

Fisco inglês fiscalizando os clubes de futebol

O HMRC (algo como Receita e Alfândega de Sua Majestade) é o fisco do Reino Unido. Com mais de 60 mil empregados, o HMRC é responsável pela fiscalização no pagamento de impostos. Em 2021, o HMRC fez diversas investigações em clubes de futebol que renderam um imposto adicional de 59 milhões de libras. Segundo informações o foco da investigação foram as taxas pagas aos agentes e os pagamentos de hotéis e voos para amigos e familiares de jogadores.

Entre os clubes que já foram investigados pelo HMRC estão os Rangers, Newcastle, Manchester United e, mais recentemente, o West Ham. O ex-técnico do City, Manuel Pellegrini, já foi multado em 343 mil libras. Um dos focos do HMRC são os benefícios em espécie, quando o clube paga passagens e estadia para a família de um jogador. Usualmente o clube não declara como pagamento ao jogador, o que evita pagamentos previdênciários.

Multa para influenciadora digital Kardashian


A mega influenciadora Kim Kardashian terá de pagar US$ 1,26 milhão (equivalente a R$ 6,6 milhões) à Comissão de Valores Mobiliários (SEC, na sigla em inglês) depois de uma ação de publicidade com criptomoedas. Segundo a SEC, Kardashian infringiu as regras do país ao divulgar um token criptográfico sem revelar que foi paga para isso.

De acordo com a agência federal norte-americana, a influenciadora e estrela de reality shows recebeu US$ 250.000 (R$ 1,3 milhão) para postar em sua conta do Instagram um conteúdo sobre os tokens EMAX, um ativo criptográfico oferecido pela EthereumMax. Segundo a Bloomberg, ela não admitiu ou negou as alegações, mas concordou em não divulgar nenhum ativo digital por três anos.

“Este caso é um lembrete de que, quando celebridades ou influenciadores endossam oportunidades de investimento, incluindo títulos de criptoativos, isso não significa que esses produtos de investimento sejam adequados para todos os investidores”, afirmou Gary Gensler, presidente da SEC, em comunicado. [vide acima] “Encorajamos os investidores a considerar os potenciais riscos e oportunidades de um investimento à luz de seus próprios objetivos financeiros.”

Anteriormente, o órgão regulador já havia alertado que famosos divulgando criptomoedas consideradas títulos precisam deixar claro se são pagos pelo apoio. Em 2018, multas foram aplicadas ao boxeador Floyd Mayweather e ao produtor musical DJ Khaled por esta razão.

Fonte: Época. Veja também aqui

EY e a separação da consultoria

Francine McKenna argumenta que o plano da EY em separar a área de auditoria do braço de consultoria é fruto de uma posição de fraqueza da entidade. No processo de separação, há um acordo de não concorrência, onde a empresa focada na auditoria ficará fora da área de consultoria por um período inicial. 


Eis um trecho interessante:

Finalmente, como as empresas de auditoria dos EUA não publicam demonstrações financeiras auditadas, o público não tem idéia se as empresas são financeiramente viáveis, principalmente quando a empresa se depara com ela perdas de litígios potencialmente catastróficas.

Vimos isso repetidamente até os queixosos têm dificuldade em extrair informações financeiras das empresas ao processá-los, mesmo que o objetivo seja avaliar quanto uma empresa poderá pagar, se vencer.

Neste sentido

A EY está enfrentando ações judiciais de uma série de auditorias recentes fracassadas, incluindo reivindicações legais de bilhões de dólares na Alemanha e no Reino Unido por causa de suas auditorias supostamente fracassadas na Wirecard AG e no operador hospitalar NMC Health PLC.

Foto: Sven Piper

Política e Excesso de mortes na pandemia



Political affiliation has emerged as a potential risk factor for COVID-19, amid evidence that Republican-leaning counties have had higher COVID-19 death rates than Democrat- leaning counties and evidence of a link between political party affiliation and vaccination views. This study constructs an individual-level dataset with political affiliation and excess death rates during the COVID-19 pandemic via a linkage of 2017 voter registration in Ohio and Florida to mortality data from 2018 to 2021. We estimate substantially higher excess death rates for registered Republicans when compared to registered Democrats, with almost all of the difference concentrated in the period after vaccines were widely available in our study states. Overall, the excess death rate for Republicans was 5.4 percentage points (pp), or 76%, higher than the excess death rate for Democrats. Post- vaccines, the excess death rate gap between Republicans and Democrats widened from 1.6 pp (22% of the Democrat excess death rate) to 10.4 pp (153% of the Democrat excess death rate). The gap in excess death rates between Republicans and Democrats is concentrated in counties with low vaccination rates and only materializes after vaccines became widely available.

Fonte: aqui

Rir é o melhor remédio

 

Escritor referência do século XX. Mudei os nomes do cartoon original (muito enviesado) para minhas referências. 

03 outubro 2022

FRC, Carillion e KPMG

Aqui é possível obter um documento com mais de 100 páginas sobre a atuação da KPMG durante a auditoria na Carillion. A acusação pesada aparece logo no início do documento:

Each of the Second to Sixth Respondents, on one or more occasions during those inspections, was involved in the creation of false and/or misleading documents, either with the intention that the FRC would be misled into accepting those documents as genuine, or alternatively, being reckless as to whether the FRC would be so misled. 

Achei curioso que no final o documento afirma:

we have considerable sympathy for Mr Paw. We gave reasons for that sympathy. He was a young man, able but not yet qualified, recruited and instructed by more senior accountants who should not have committed Misconduct, and should not have involved him in it. He was led to commit his Misconduct by his desire to assist his seniors. 

Accountancy Daily chama a atenção para o fato da KPMG ter criado "atas" de reuniões fictícias. 

A empresa Carillion apresentou dificuldades, sem que sua auditoria manifestasse nenhuma preocupação com a continuidade. 

Encontro de reguladores sobre sustentabilidade

Um encontro entre reguladores aconteceu em Londres, no final do mês passado. Segundo o Iasplus ocorreu a apresentação: (a) do EFRAG, entidade européia que está desenvolvendo diversos documentos na área, entre eles o ESRS E1 Climate Change, que foi objeto de discussão; (b) do International Public Sector Accounting Standards Board (IPSASB), que apresentou um relatório de sustentabilidade para o setor público; e (c) a SEC, dos EUA, que trouxe o The Enhancement and Standardization of Climate-Related Disclosures for Investors. 

A Austrália anunciou que irá usar os padrões ISSB, mas poderá existir itens específicos. A presença de vários padrões é uma preocupação, já que isto poderia ser um obstáculo para a internacionalização. E isto pode conduzir os padrões do ISSB para uma maior flexibilidade, o que, obviamente, dificulta a comparabilidade. 

Solução da questão climática passa pelos investidores

Gernot Wagner traz algumas considerações interessantes sobre a questão do risco climático. Seria como estarmos jogando com um baralho onde não sabemos o número exato de coringas que existe. A questão do clima, seus riscos e as probabilidades envolvidas, ainda é uma incógnita para a ciência. Mas é inegável que existe aqui um problema. Ao final do texto, sobre a contabilidade, um resumo da atual caminho escolhido pelos reguladores contábeis: 


As regras propostas pela Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos paras as divulgações relacionadas ao clima obrigariam as empresas a padronizar e relatar o impacto de suas operações no clima e os riscos que as mudanças climáticas representam para essas operações. O esforço da SEC deixa de pedir a todos os poluidores que paguem por sua própria poluição; em vez disso, cabe aos investidores decidir o que fazer com as novas informações. 

Estamos jogando a responsabilidade nos investidores. Será suficiente para resolver o problema? 

02 outubro 2022

The 32nd First Annual Ig Nobel Prize Ceremony

Cerimônia do IgNobel. A pesquisa da USP está no minuto 24:50 até 30. Gostei muito da reação humorada dos pesquisadores brasileiros. Afinal, uma boa divulgação da pesquisa. Amanhã começa a divulgação do Nobel

Rir é o melhor remédio


 

30 setembro 2022

Limitação para publicação

Do Statmodeling:

O consultor internacional de biotecnologia Glenn Begley, que está em campanha por vínculos mais significativos entre a academia e a indústria, disse que a fraude na pesquisa é uma história de incentivos perversos. Ele quer que os pesquisadores sejam proibidos de produzir mais de dois ou três trabalhos por ano, para garantir que o foco permaneça na qualidade e não na quantidade.


No começo, pensei que era uma ideia horrível. Alguns de nós têm mais de duas ou três coisas para dizer em um ano Begley está tentando nos silenciar!

Mas então pensei, com certeza, que tudo depende apenas de como você define “artigos de periódicos.”Em vez de publicar 20 artigos de periódicos em um ano, eu poderia colocar 20 artigos no Arxiv e escolher apenas três deles para publicar em periódicos. Isso seria bom pois, na verdade, pouparia meus colaboradores e eu de enormes esforços para lidar com relatórios de revisão, papelada de periódicos e assim por diante. Meus colaboradores e eu poderíamos escrever o quanto sempre escrevemos, apenas com muito mais eficiência.

Então, eu estou de acordo com a proposta de Begley. Não tenho certeza de como isso seria aplicado e não pretendo fazê-lo unilateralmente, mas estou começando a gostar disso como uma política geral.

Então, novamente, você poderá continuar publicando 20 ou mais artigos por ano, mas há uma lógica para dizer que apenas 2 ou 3 podem estar em "jornais".”Ainda existem alguns detalhes que precisam ser elaborados, como contar artigos de coautoria e pensar em publicações não-jornais, como o arxiv.

A Capes, no Brasil, tentou fazer algo sobre isto - provavelmente não intencionalmente - reforçando uma análise somente na produção mais "relevante".

Código de ética do IESBA

Encontra-se disponível o 2021 Handbook do "The International Code of Ethics for Professional Accountants", publicado pelo IESBA, do IFAC. 

A edição de 2021 contém revisão de alguns itens do código anterior. Em língua inglesa o código pode ser encontrado aqui. São mais de 300 páginas, embora boa parte é uma descrição das mudanças ocorridas. 

Gráficos

Três gráficos descrevem o mundo atual. O primeiro, a seguir, mostra a influência do Covid no turismo europeu. Se em 2019 a Europa recebeu 579 milhões de turistas, em 2020 o número caiu para menos de um terço. O gráfico destaca a epidemia SARS e a crise financeira, que não afetaram o setor. 

O segundo gráfico é o quanto custa um influencer no Instagram. No passado, Cristiano Ronaldo retirou duas garrafas de Coca em uma conferência de imprensa afetou em 4 bilhões o valor de mercado da empresa. Ronaldo sabe do seu peso e dos 400 milhões de seguidores. E cobra por isto. Segundo HQ Hopper, cada postagem patrocinada dele custa 2,4 milhões de dólares. 

Como as pessoas usam o transporte. Nos EUA o destaque é o automóvel próprio. Na China, o uso de veículo compartilhado. A Coréia tem uma forte participação do transporte público. E o Brasil é a motocicleta. 
A democracia está em crise? Uma evolução histórica  de longo prazo mostra que não.Mas no curto prazo a situação piorou. As democracias foram classificadas como eleitoral e liberal. A segunda não somente tem eleições livres, mas leis e processos equitativos. Em 2016 existiam 97 democracias no mundo e no ano passado o número caiu para 89. O número de pessoas vivendo em uma democracia também caiu de 3,9 bilhões para 2,3 bilhões. 

O comércio online entre países posiciona os americanos e japoneses entre os maiores compradores online. Os brasileiros compram bem menos:


Rir é o melhor remédio

 

contra a propaganda em excesso

29 setembro 2022

Padrões do ISSB escaláveis


Após fazer uma proposta dos primeiros padrões sobre sustentabilidade e receber centenas de respostas, o ISSB (International Sustainability Standards Board) pretende tornar o padrão mais "escalável".  Esta decisão foi fruto de uma reunião de quatro dias em Frankfurt, onde fica a sede do ISSB. 

O ISSB estaria reconhecendo que diferentes entidades possuem capacidades e preparo distintas para aplicar as normas. Isto passa por questões como aplicação da materialidade e frequência dos relatórios. A decisão afeta a transição para os novos relatórios.

Custo da Copa do Mundo

 

Somando todos os custos, a Copa do Mundo do Catar será a mais cara de todos os tempos (em valores nominais). Isto inclui infraestrutura. Os 15 bilhões que o Brasil gastou em 2014 serão multiplicados por mais de dez vezes: 220 bilhões. Só os custos dos novos estádios estão em um intervalo que vai de 6,5 bilhões a 10 bilhões, 4 bilhões acima do planejado. Os demais gastos, como hotéis, metrô e aeroportos, poderão ter outra utilidade. 

Google cancela projetos

A notícia geral é que o Google estaria cortando alguns projetos, para ser uma empresa mais eficiente. Entre os cortes:


Um dos cortes é o Qaya, serviço que oferece vitrines na web para criadores digitais lançado no final do ano passado. Semelhante ao Linktree, o Qaya está integrado à Pesquisa do Google e ao Google Shopping. Ele também pode ser vinculado a uma estante de produtos do YouTube para promover os produtos e serviços do criador.

Os outros seis projetos cancelados ainda não foram lançados e estavam relacionados a: contabilidade financeira para o Planilhas Google, compras, análise para realidade aumentada e realidade virtual, além de três que envolviam a temática do clima. Esses últimos se dedicavam a mapas de carregamento de veículos elétricos com roteamento, contabilidade de carbono para TI e medição de carbono de florestas.

Foto: Firmbee.com

Evolução da preocupação com o clima no mundo

A ciência já sabia que a questão ambiental seria um problema para a humanidade há mais de um século.  Um artigo de 1917 já associava a queda do império romano ao declínio da agricultura e mudança do clima. Mas como isto tem evoluído ao longo do tempo? Eis um conjunto de respostas:

O gráfico acima mostra o assunto clima em 12 jornais europeus. Veja que o assunto aparece com mais frequência agora. 
E aqui a palavra nos discursos do presidentes de banco central da Europa. 
Mas nem tudo é preocupação. A tabela acima mostra o assunto "clima" em cinco periódicos de economia. Só para finalizar, o termo "clima" no Google Trends:




Quem deve pagar por um serviço público: o usuário ou deveria ser gratuito (e todos os contribuintes pagarem). O Caso do Integra

Eis uma discussão interessante: afinal quem paga por um serviço público prestado para o usuário.

A Integra Contador permite o acesso automatizado a um conjunto de informações que só estavam disponíveis por consulta individualizada no Centro Virtual de Atendimento da Receita Federal (e-CAC). A ferramenta oferece, inicialmente, 27 serviços em sete APIs (Application Programming Interface). Dentre os principais, estão os relacionados ao Simples Nacional e MEI, consulta e transmissão de DCTFWeb, consulta de pagamentos realizados, emissão de DARF, dentre outros.





"O acesso a essas informações é primordial ao profissional contábil que necessita entregar as obrigações acessórias dos seus clientes no prazo legal. As empresas contábeis tratam diariamente de centenas de dados fiscais de seus clientes, e apesar de todo o corpo técnico qualificado da empresa contábil, não é difícil de se encontrar dificuldade no cumprimento das obrigações fiscais causadas por sistemas da Administração Pública que por vezes não suporta o volume dos dados transmitidos", diz o manifesto assinado pelas entidades que trabalham junto a todas as categorias econômicas.

Ainda segundo as entidades, a mercantilização da plataforma é uma situação que está em total desacordo com o que é defendido por dois principais motivos. "Primeiro que a criação da plataforma é feita por empresa pública e com intuito de facilitar o acesso a transmissões de dados obrigatórios pelo contribuinte (ou seu contador), ou seja, a API é um meio para que os contribuintes - pessoa física ou jurídica, cumpram com suas obrigações fiscais; segundo que os custos financeiros para uso dessa plataforma recairão diretamente ao contribuinte, que já arca com grandes dispêndios financeiros para custear o cumprimento das suas obrigações acessórias. É de se ressaltar que não pode ser transferido ao contribuinte o ônus da ineficiência na prestação dos serviços online que são obrigatórios ao próprio contribuinte", reitera o comunicado. (...)

Parece que a defesa é tornar o acesso gratuito. Mas veja que o pagamento é socialmente mais justo, já que o acesso gratuito significa que todos os contribuintes, independente de usarem ou não o serviço, irão pagar. É algo similar ao pedágio de uma estrada: apesar das pessoas não gostarem, o pedágio é muito mais razoável socialmente, pois quem usa paga. Este parece ser o caso.

Veja que o texto em negrito é um argumento que parece inadequado. 

Foto: Towfiqu barbhuiya

Rir é o melhor remédio

 

curva de aprendizado

28 setembro 2022

SEC multa Oracle por corrupção

Corrupção e controle interno:

As subsidiárias da Oracle na Índia, Turquia e Emirados Árabes Unidos usaram fundos escassos para pagar funcionários e patrocinar funcionários e as viagens de suas famílias a conferências de tecnologia e à Califórnia entre 2016 e 2019, de acordo com a SEC.

A empresa pagará uma multa de US $ 15 milhões e retornará cerca de US $ 8 milhões em lucros ilícitos.

A Oracle não admitiu ou negou as alegações como parte do acordo

(...) Charles Cain, chefe da unidade de aplicação da Lei de Práticas de Corrupção no Exterior da SEC, observou em comunicado na terça-feira que as violações da Oracle destacam "a necessidade crítica de controles contábeis internos eficazes em toda a totalidade das operações de uma empresa."

Processo contra cantora Shakira tem andamento

Sobre o processo de fraude fiscal de Shakira: 


Um tribunal espanhol ordenou formalmente hoje (27) que a estrela colombiana Shakira seja julgada por acusações de que ela não pagou € 14,5 milhões (R$ 74,6 milhões) em impostos, mostrou um documento judicial divulgado.

A cantora de 45 anos, cujo nome completo é Shakira Isabel Mebarak Ripoll, rejeitou em julho um acordo para encerrar o caso, o que significava que ela teria que ser julgada em um caso que poderia levá-la à prisão por oito anos.

O tribunal de Esplugues de Llobregat confirmou nesta terça-feira que o julgamento será realizado em data ainda a ser anunciada.

A promotoria pede uma pena de oito anos de prisão para a cantora, acusada de não pagar impostos entre 2012 e 2014, período em que ela disse que levava uma “vida nômade” por causa de seu trabalho.

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