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28 setembro 2019

Convergência no Setor Público

Segundo a contagem do CFC, são 21 NBC TSP convergidas, além duas outras sem nenhuma relação. Parece muito. Mas o quadro abaixo mostra que o número de normas do IFAC é maior: 37 segundo um resumo recente publicado pelo próprio IFAC. "Faltariam" 16 normas.
A primeira coluna mostra a NBC. A segunda coluna, o ano de publicação. O nome da norma está na terceira coluna. A numeração correspondente, para a norma do IFAC está a seguir. A relação da norma do IFAC com a norma do IASB está logo a seguir. Esta relação foi retirada do documento do IFAC. E na última coluna, a especificidade da norma.
Outra forma de ver a tabela está a seguir:
Com respeito a especificidade, a legenda é a seguinte: **** = trata-se de norma específica do setor público, sem nenhuma relação com norma do IASB; *** = é uma norma predominantemente específica do setor público; ** = norma com acréscimos relacionados com o setor público; * = norma do Iasb com poucos acréscimos específicos do setor público.

O quadro a seguir tem somente as normas que já foram convergidas:

E agora as normas que faltam a convergência no Brasil:

27 setembro 2019

Emprego no Setor Contábil em Agosto

Em mais uma rodada de divulgação do número de empregos formais no Brasil, os resultados continuam mostrando que a economia está em recuperação, mas o setor contábil não. Eis um gráfico com a série histórica:
Iniciando em 2014, o gráfico mostra que a crise reduziu o número de empregos na economia (linha vermelha) e no setor contábil (linha azul). Os números foram ajustados para fins de comparação. A partir de um determinado período, a economia começa um processo de recuperação. Mas o setor contábil continuou em crise de empresa. Veja que a linha azul se descola da linha vermelha.

Agosto teve seguiu esta tendência. Enquanto que o número de vagas do setor formal aumentou (+121 mil vagas), no setor contábil o número de demissões foi maior (572). Na contabilidade, o mês de agosto é ruim: desde 2014, em nenhum mês de agosto o saldo foi positivo.

Algumas das estatísticas estão a seguir:
Próximo mês: setembro é muito melhor que agosto. Em 2018, o número de vagas aumentou, assim como em setembro de 2014. Assim, o resultado pode ser positivo.

Porta giratória na regulação contábil

A seguir um texto crítico, de Eleanor Eagan, sobre o fato de funcionários de agências reguladoras serem contratados por empresas de auditoria.

Em maio, Wesley Bricker, contador-chefe da Comissão de Valores Mobiliários (SEC), anunciou que estava deixando o cargo. No início do mês passado, soubemos onde ele havia ido: PricewaterhouseCoopers (PwC), uma das auditorias "Big Four", como vice-presidente e líder de garantia para os EUA e o México. Com esse movimento, Bricker completou sua quarta volta pela porta giratória entre a PwC e a SEC. Embora aparentemente notável, sua trajetória de carreira é emblemática das linhas quase inexistentes entre reguladores e aqueles que eles são encarregados de regular. Como esse exemplo deixa claro, agências como a SEC, para que trabalhem para o bem público, não serão apenas uma questão de escolher bons funcionários, mas também de mudar a cultura e as expectativas do pessoal em todos os escalões dessas entidades.

Para entender por que a decisão da Bricker nos preocupa, é preciso investigar brevemente o mundo das auditorias corporativas. Embora a maioria das pessoas associe a SEC à aplicação de informações privilegiadas, a Comissão também desempenha um papel importante para garantir que as empresas sejam honestas sobre sua situação financeira, ajudando a evitar fracassos no estilo da Enron.

Então, como isso se desenrola? As empresas de capital aberto devem passar por uma auditoria externa de suas finanças e controles internos a cada ano. Essas auditorias são realizadas por empresas privadas supostamente independentes, geralmente uma das “Big Four” (PwC, KPMG, Deloitte ou Ernst  Young). As auditorias dos auditores são, por sua vez, auditadas periodicamente pelo Conselho de Supervisão Contábil de Empresa Pública (PCAOB) , uma empresa sem fins lucrativos que se reporta à SEC.

O problema está na suposta independência dos auditores privados. Os auditores são pagos por seus clientes - as empresas que eles investigam - por seu trabalho. Portanto, eles dependem de relacionamentos positivos com aqueles que estão auditando para criar clientes recorrentes. Destacar os erros de uma empresa com muita freqüência pode levar a outros caminhos e é por isso que os auditores geralmente corrigem, em vez de reportar , os erros de uma empresa.

O PCAOB e a SEC devem impedir que os auditores se comportem dessa maneira. No entanto, como muitas pessoas já trabalharam (e parece que provavelmente trabalharão novamente) para os quatro grandes auditores em questão, sua capacidade de agir como uma salvaguarda robusta contra abusos desenfreados gera ceticismo.

Isso nos leva de volta ao funcionário em questão, Wesley Bricker. Como contador-chefe , Bricker tinha um grande poder para influenciar os padrões contábeis e determinar o escopo e a severidade da aplicação. Dada sua vasta experiência trabalhando para uma das entidades que ele foi encarregado de regular, no entanto, é difícil acreditar que ele tenha se dedicado totalmente a esse trabalho.

Mesmo se ele tivesse, no entanto, sua decisão de retornar à PwC justifica uma preocupação por si só. Em seu tempo como contador-chefe, Bricker, sem dúvida, adquiriu um conhecimento íntimo dos pontos fortes e fracos da SEC. Ele está, atualmente, em uma posição sem dúvida melhor do que qualquer pessoa no mundo para ajudar os auditores a evitar um escrutínio regulatório. Talvez por isso, a PwC esteja tão feliz por tê-lo de volta.

A integridade das auditorias financeiras pode parecer um assunto sem graça, mas tem implicações importantes para os trabalhadores. O colapso da Enron tirou milhares de pessoas do emprego e destruiu suas economias de aposentadoria. Os auditores das "Grandes Quatro" negligenciaram grande parte da fraude que ajudou a travar a economia em 2007.

Idealmente, poderíamos confiar que os reguladores de todo o sistema estavam trabalhando firmemente para avançar e defender o interesse público. Como a trajetória de carreira de Bricker demonstra, no entanto, essa confiança pode ser irracional.

Fonte: SEC Chief Accountant's Trip(s) through the Revolving Door are Emblematic of a Broader Problem, Eleanor Eagan, Center for Economic and Policy Research (CEPR)

26 setembro 2019

Escondendo dinheiro do fisco e do cônjuge

Alguns milionários canadenses criaram, no final do século passado, um esquema para reduzir a tributação e, ao mesmo tempo, esconder seu dinheiro do cônjuge. O esquema incluía transferência de dinheiro para um paraíso fiscal (Ilhas de Man) e doação para entidades do terceiro setor, como museus.

O esquema vazou e as autoridades fiscais do Canadá determinaram que os documentos relacionados com a investigação fossem “preservados”. Isto ocorreu em outubro de 2012. Um mês depois, as empresas de fachada criadas na Ilha de Man aprovaram uma resolução onde os documentos seriam destruídos.

Desde então, o governo do Canadá tenta reconstituir a contabilidade destas empresas. Mesmo solicitando a documentação, alguns dos envolvidos alegaram segredo da relação entre advogado e cliente.

A história foi contada pelo GoingConcern por Adrienne Gonzalez. Um detalhe importante: o esquema de evasão de impostos e ocultação de riqueza do cônjuge foi criado e mantido por uma empresa de auditoria: a KPMG do Canadá. Isto inclui as empresas de fachadas, criadas pela KPMG.

Benefícios do xadrez

The study compares the standardized test performance of “chess kids” versus their peers. The comparison of score gains to non-chess peers (same grade and same academic percentile) attempts to eliminate the chicken-and-egg issue that often muddles this topic, that is, does chess make kids smarter or do smart kids simply prefer chess. The data indeed confirm that chess players are generally of higher academic standing (chess kids are smart), but more importantly it statistically shows that learning chess increases a student’s academic performance (chess makes them smarter). The evaluation then digs deeper, by comparing kids who have learned perhaps a little chess (coming to chess club only) versus those that are more serious and play in U.S. Chess Federation (USCF)-rated tournaments. A variety of comparisons are made which show that the benefits of chess are strongly tied to “learning” the game; the more you learn, the more you benefit. Kids who come only to chess club receive a small (5%-10%) benefit in Math, whereas kids who play in rated tournaments gain substantially in Math (30%-50%) and significantly in Reading (10%-20%). The benefits also continue to grow as kids play more tournaments and/or increase their USCF chess rating.

The Effect of Chess on Standardized Test Score Gains
David Poston & Kathryn Vandenkieboom
SAGE Open, August 2019
via aqui

Rir é o melhor remédio


25 setembro 2019

Valor de um jogador de futebol

É difícil apurar o valor contabilístico dos jogadores da formação e até é possível que não tenham valor nenhum ou então apenas um valor residual. A probabilidade de João Félix ter valido contabilisticamente para o Benfica menos de dois milhões de euros é, por isso, muito forte.

O ativo da Sport Lisboa e Benfica – SAD com maior valor de mercado será, por ventura, o plantel da equipa principal de futebol. Bastará pensar, por exemplo, na venda de João Félix [foto] que, em julho, trocou Lisboa pela capital espanhola para jogar no Atlético de Madrid, a troco de 126 milhões de euros.

Apesar desta transferência milionária, a SAD benfiquista avaliou, no balanço, o plantel do ano passado em 80,246 milhões de euros, segundo o relatório e contas relativo ao exercício da época desportiva de 2018-2019, divulgado esta quarta-feira em comunicado na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, tal como se pode ver logo na terceira página do documento, na rubrica “Ativos intangíveis – jogadores de futebol”.

Naturalmente, qualquer adepto de futebol poderá questionar-se sobre este valor. Mas a contabilidade explica.

Como são avaliados contabilisticamente os jogadores de futebol?

De acordo com a Norma Contabilística e de Relato Financeiro 6 (NCRF 6) é considerado como um ativo intangível aquele que é “não monetário identificável sem substância física”. Isto é, não é o jogador físico que é o ativo, mas antes o seu passe.

Além disso, a NCRF 6 exige que os ativos intangíveis reunam três características. Têm de ser identificáveis, isto é, passíveis de identificação de forma a serem diferenciáveis de qualquer outro ativo, sob pena de não se poderem exercer sobre eles direitos de propriedade (os passes dos jogadores são da propriedade da Benfica SAD).

Devem ainda existir e ter proteção legal, e gerar benefícios económicos futuros, como por exemplo, créditos obtidos através de uma futura venda.

Uma vez reunidos estas características, os ativos intangíveis devem ser reconhecidos e mensurados no balanço da empresa. No caso da SAD do Benfica – e de qualquer outra sociedade desportiva que compre e venda passes de jogadores – o departamento de contabilidade deve registar o valor do passe do jogador.

No caso de aquisição de um ativo intangível, leia-se, no caso de compra de um jogador de futebol, é este o valor a reconhecer no balanço. Assim, por exemplo, quando o SL Benfica oficializou a compra do avançado Raúl de Tomás por 20 milhões de euros, deve reconhecê-lo com esse montante. A isto se chama de reconhecimento inicial.

Mas, regra geral, o ativo intangível terá de ser amortizado de forma a registar as perdas dos benefícios económicos que lhe estão associados. Salvo exceções previstas na NCRF 6, a amortização do passe dos jogadores de futebol segue o método da linha reta. Este método consiste em dividir o custo de aquisição deduzido do valor residual pelo número de períodos correspondente à sua vida útil.

Por exemplo, em julho a SAD do Benfica comprou o passe de Raúl de Tomás por 20 milhões de euros, que se comprometeu por cinco épocas, até 2024. Ao longo da duração do contrato, contabilisticamente, o passe do jogador vai sendo reduzido em quatro milhões de euros (20 milhões / 5 anos) todos os anos. Na segunda época, valerá 16 milhões, na terceira valerá 12 milhões, e assim por diante.

Os jogadores oriundos da formação têm, no entanto, um tratamento contabilístico dos jogadores comprados, porque são ativos gerados internamente pelo clube.

Regra geral, o valor dos jogadores da formação que são reconhecidos como ativos intangíveis deverá ser igual ao respectivo custo de produção, ou seja, o montante de todas as despesas incorridas desde a data em que é reconhecido no balanço, algo que é subjetivo.

É difícil apurar o valor contabilístico dos jogadores da formação e até é possível que não tenham valor nenhum ou então apenas um valor residual. A probabilidade de João Félix ter valido contabilisticamente para o Benfica menos de dois milhões de euros é, por isso, muito forte.


Fonte: Antônio Vasconcelos Moreira, Jornal Econômico

24 setembro 2019

Rir é o melhor remédio

Segredo do sucesso

Ig Nobel

Final do ano é tempo do Ig Nobel. Os vencedores já foram anunciados. Eis a lista de 2019, com destaque para o prêmio de economia:

Medicine: Silvano Gallus, for collecting evidence that pizza might protect against illness and death, if the pizza is made and eaten in Italy.
Medical Education: Karen Pryor and Theresa McKeon, for using a simple animal-training technique— called “clicker training” —to train surgeons to perform orthopedic surgery.
Biology: Ling-Jun Kong, Herbert Crepaz, Agnieszka Górecka, Aleksandra Urbanek, Rainer Dumke, and Tomasz Paterek, for discovering that dead magnetized cockroaches behave differently than living magnetized cockroaches.
Anatomy: Roger Mieusset and Bourras Bengoudifa, for measuring scrotal temperature asymmetry in naked and clothed postmen in France.
Chemistry: Shigeru Watanabe, Mineko Ohnishi, Kaori Imai, Eiji Kawano, and Seiji Igarashi, for estimating the total saliva volume produced per day by a typical five-year-old child.
Engineering: Iman Farahbakhsh, for inventing a diaper-changing machine for use on human infants.
Economics: Habip Gedik, Timothy A. Voss, and Andreas Voss, for testing which country’s paper money is best at transmitting dangerous bacteria.
Peace: Ghada A. bin Saif, Alexandru Papoiu, Liliana Banari, Francis McGlone, Shawn G. Kwatra, Yiong-Huak Chan, and Gil Yosipovitch, for trying to measure the pleasurability of scratching an itch.
Psychology: Fritz Strack, for discovering that holding a pen in one’s mouth makes one smile, which makes one happier — and for then discovering that it does not.
Physics: Patricia Yang, Alexander Lee, Miles Chan, Alynn Martin, Ashley Edwards, Scott Carver, and David Hu, for studying how, and why, wombats make cube-shaped poo.

23 setembro 2019

Normas, normas e normas

A partir de amanhã e até quinta, o IASB terá uma reunião em Londres para discutir 15 (quinze) tópicos. Eis os assuntos que serão tratados:

Contratos onerosos
Classificação de passivo em corrente e não corrente
Combinação de negócio com controle comum
Atividades reguladas
Relatório da Administração
Iniciativa de evidenciação
Demonstrações financeiras primárias
Revisão e melhoria nos padrões de PME
Atividades extrativas
Instrumentos financeiras com características de PL

entre outros itens. A Deloitte fez um resumo aqui

O Brasil não vai crescer 3% ao ano

Para Marcos Lisboa, sem bônus demográfico e com produtividade estagnada, única saída para o país é acelerar a agenda de reformas.

Marcos Lisboa: para o presidente do Insper, economia brasileira não vai mais repetir números superiores a 3% no PIB (YouTube/Reprodução)


As reformas estruturantes do país estão andando devagar — daí a lentidão na recuperação econômica —, e a única medida que o governo pode tomar para que o PIB cresça de forma mais expressiva é acelerar essa agenda. Ainda assim, a economia brasileira não vai mais repetir números superiores a 3%, pois a população não cresce mais como antes, segundo o economista Marcos Lisboa, presidente do Insper.

“Tudo indica que o Brasil não vai voltar a crescer 3% de forma sustentável. O que aprendemos no passado é que, se a gente consegue sinalizar que o Brasil está enfrentando com rigor a questão fiscal, isso dará maior segurança sobre o futuro da economia”, diz ele, que foi secretário de política econômica entre 2003 e 2005.


Com mais velocidade nas reformas, sairemos da estagnação?

Tem de fazer muita reforma. Primeiro: o Brasil vai crescer menos daqui para frente. O Brasil tinha uma população que crescia 4% ao ano. Agora, cresce menos de 1%. Se você quer crescer 3%, a produtividade tem de crescer 2%. A produtividade do Brasil não cresce isso há 40 anos. Uma série de intervenções pioraram a produtividade. A incerteza sobre os investimentos aumentou. Você começa o projeto e não sabe quais serão suas obrigações.

Olha o fracasso das concessões dos aeroportos no governo Dilma. A área de infraestrutura não consegue investir hoje no Brasil. Segundo: desde o segundo governo Lula, você voltou a fechar a economia. Terceiro: em vez de fazer reforma da Previdência lá atrás, o Brasil começou a inventar maneiras de aumentar a arrecadação para fechar as contas.

Em vez de se fazer reformas para corrigir problemas estruturais e de aceitar as regras da competição – que é melhor ter acesso a máquinas mais eficientes do exterior, porque isso ajuda a produtividade interna -, fomos pelo caminho oportunista. O problema foi ficando maior e o ambiente de negócios, pior.

Mas aumentar a velocidade das reformas é suficiente para o Brasil crescer mais?

A sociedade não quer fazer reforma. A culpa é nossa. Como não fizemos a reforma da Previdência dos Estados agora? A parte tributária: o setor privado resiste, porque grupos isolados têm receio de pagar mais. Abertura comercial: setores de bens de capital resistem.

Se há necessidade de reformas, mas a sociedade resiste, o PIB poderá crescer mais de 1%?

Não vou fazer previsão. Se o País quiser um crescimento de 3% sustentável, tem de fazer reformas, o que implica perdas para alguns grupos. O Brasil hoje é o resultado de uma sociedade que acha normal a distribuição de benefícios: política de proteção regional, barreiras comerciais, incentivos tributários… A boa notícia é: não tem problema novo. Todos esses problemas já existiam antes, alguns há 20 anos, como o da Previdência.

Quanto mais demora, pior a situação fiscal. A conversa de abertura comercial começou, mas não andou. Tem muitas medidas que estão na mão do secretário de Comércio Exterior (Marcos Troyjo) que poderiam estar sendo tomadas, como redução de restrições não tarifárias.

A agenda micro está parada?

Isso podia estar andando. A grande degradação do País é (nas áreas) tributária, de comércio exterior e de previsibilidade para investimento em infraestrutura. A da infraestrutura está andando mais. O ministro Tarcísio de Freitas está fazendo um trabalho de normalizar o processo. Se acertar, vai ser um salto para o País.

Mas as concessões devem demorar para impulsionar o PIB, não?

Nada é rápido. Esse tipo de agenda de reforma para crescimento demora muitos anos. A Inglaterra fez a reforma rápido, com (a primeira-ministra Margaret) Thatcher. Foram três anos de sofrimento, mas depois o crescimento foi rápido. Austrália e Nova Zelândia preferiram fazer essa agenda lentamente para não criar muita dor no caminho. Mas tiveram seis, oito anos de crescimento medíocre.

Para aliviar essa situação no curto prazo, não se deve adotar alguma medida?

Deve-se acelerar a agenda de reformas.

Mas as reformas não vão ter impacto já. Enquanto isso, há 13 milhões de desempregados…

Não sei o que fazer nesse caso. Estamos atrapalhando a redução do desemprego ao demorar para fazer o ajuste. Consigo imaginar várias medidas de estímulo no curto prazo, mas que vão piorar a economia no médio prazo.

Liberação do FGTS prejudica no curto prazo?

Está batendo um pouco de ansiedade porque o diagnóstico estava otimista. Tudo indica que o Brasil não vai voltar a crescer 3% de forma sustentável nos próximos anos. O que aprendemos no passado é que, se a gente consegue sinalizar que o Brasil está enfrentando com rigor a questão fiscal, reduzindo gastos obrigatórios e enfrentando a situação dos Estados, isso dá maior segurança sobre o futuro da economia. Isso auxilia a retomada da produção e do emprego.

Fonte: aqui

Rir é o melhor remédio