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16 novembro 2014

Vítima

Uma das defesas da gestão atual da Petrobras é que a empresa foi vítima. Mas a empresa não tinha instrumentos adequados de controle interno para impedir que estes fatos acontecessem. Um texto do WSJ discute esta questão:

(...) Lima [procurador da República] disse que os promotores brasileiros consideram a Petrobras como uma vítima de executivos desonestos da empresa agindo de forma independente, do suposto cartel das construtoras e de políticos corruptos.

"Funcionários da Petrobras foram subornados, mas a empresa em si não pagou nada", disse Lima. "Foram as empreiteiras que pagaram."

A Petrobras concorda com essa interpretação do escândalo.

"A Petrobras reforça, por fim, que está sendo reconhecida oficialmente pelas autoridades públicas como vítima", afirmou a empresa num comunicado à imprensa no mês passado. Ela prometeu realizar uma investigação interna rigorosa e colaborar com as autoridades brasileiras sobre o caso.

Mas, de acordo com as diretrizes do Departamento de Justiça americano para processar organizações empresariais, "uma empresa só pode agir através de" indivíduos e pode ser responsabilizada pela conduta imprópria dos seus funcionários. A confissão de Costa de que recebeu propinas de empresas do alegado cartel e tinha conhecimento dos pagamentos a políticos pode tornar a Petrobras passível de um processo por agências americanas de fiscalização, de acordo com especialistas.

(...) Tom Fox, consultor da FCPA de Houston, no Texas, que vem acompanhando o caso da Petrobras, não tem certeza se as autoridades americanas considerariam a empresa brasileira responsável pelos alegados pagamentos de propinas.

"É isso que torna esse caso tão interessante, porque normalmente os EUA não investigam a empresa que recebeu o suborno", diz Fox. "Ao abrir uma investigação, eles estão sinalizando que talvez haja ali algo que nós ainda nem sabemos ainda."




Frase

Sem uma sinalização do governo de que vai mudar a política de preços dos combustíveis, a cotação do dólar passou a ser uma variável tão sensível para os resultados da Petrobras que um analista chegou a classificar a ação da estatal hoje como um "derivativo cambial".

(Cláudia Schüffner e Fernando Torres, Valor Econômico, 13 nov 2014)

... e com uma taxa de administração elevada.

Listas: Países sem exército

1. Andorra
2. Costa Rica
3. Dominica
4. Grenada
5. Haiti
6. Islândia
7. Kiribati
8. Liechtenstein
9. Ilhas Marshall
10. Maurício
11. Micronésia
12. Monaco
13. Nauru
14. Palau
15. Panamá
16. St. Lucia
17. São Vicente e Granadas
18. Samoa
19. San Marino
20. Ilhas Salomão
21. Tuvalu
22. Vanuatu
23. Cidade do Vaticano

Fonte: Aqui

15 novembro 2014

Cegueira

A disputa pelo título de campeão mundial de xadrez está ocorrendo em Sochi, Rússia, entre o atual campeão, o jovem norueguês e atual campeão Carlsen e o indiano e ex-campeão Anand. O jogador que atingir 6,5 pontos primeiro será considerado campeão, num total de 12 partidas, sendo que cada vitória vale um ponto, o empate meio ponto e a derrota zero. Os dois primeiros jogos terminaram em empate, mas no terceiro Carlsen venceu. Parecia que o melhor jogador de todos os tempos seria novamente o vencedor, mas na partida seguinte Anand jogou rapidamente o início do jogo, o que pressionou o tempo que Carlsen tinha. O resultado foi a vitória de Anand, empatando a disputa em dois pontos para cada jogador. Depois, na sexta, empate.

No sábado os jogadores voltaram a enfrentar. Carlsen jogou rapidamente o início do jogo e no 26º. Lance tinha mais de uma hora para fazer mais 14 lances; Anand tinha somente 44 minutos e estava pressionado pelo tempo. Neste momento o jogador norueguês jogou o rei na segunda fileira. Nas anotações do xadrez é normal marcar jogadas boas com uma exclamação (“!”) ou duas; e as jogadas ruins com uma interrogação (“?”) ou duas quando for realmente ruim. A jogada do melhor jogador do mundo levou duas interrogações. O sítio Chessbomb comentou: um terrível erro e marcou de vermelho, indicando jogada ruim.

Assim, de uma situação favorável, o jogo mudava, com boas possibilidades para Anand. E quando um grande jogador comete um erro grave, provavelmente isto deve refletir nas partidas restantes.
Durante a conferência para imprensa após o jogo, Carlsen confessou que logo após ter feito a movida percebeu sua bobagem. E esperou.

Numa disputa do título mundial cada jogador tem duas horas para fazer 40 movimentos. Isto significa 3 minutos para cada movimento. Os primeiros movimentos são jogados rapidamente, já que os jogadores estudam o início e sabem das possibilidades. Neste jogo, por exemplo, Anand gastou 4 minutos para fazer os dez primeiros movimentos. O tempo economizado é gasto no meio do jogo. Assim, neste momento Anand tinha 40 minutos para fazer 14 movimentos ou quase 3 minutos por movimento. Mas o tempo para jogar depende da quantidade de peças ainda existente no tabuleiro (ainda estavam no jogo 22 peças de um total de 32), da posição e do adversário. Carlsen é conhecido por lutar até o fim num jogo e não ajudaria muito. A posição não era muito complicada, já que as damas já tinham saído do jogo, mas não era também simples.

Diante da jogada ruim de Carlsen, Anand resolveu jogar rápido e movimentou um peão da coluna da torre. Incrível, mas outro erro grave. Novamente duas interrogações indicando que foi realmente uma jogada muito ruim. Enquanto Carlsen gastou cerca de um minuto para fazer seu movimento, Anand levou também pouco tempo.

No restante do jogo, Carlsen consolidou sua vantagem e não cometeu mais erros. Anand jogou dois lances abaixo da melhor opção e o seu 37º. Lance foi considerado também um erro, abandonando logo depois.

Um grande jogador atual perguntou para o ex-campeão Krammik: “como se recupera deste erro?”. “Não recupera”, afirmou Krammik. Na conferência, diante de um Carlsen aliviado, Anand revelou que percebeu seu erro logo depois de mexer seu peão. E que isto afetou o restante do jogo. Ele disse que “quando você não está esperando um presente, você recebe”.

O vídeo a seguir mostra a reação da transmissão espanhola: um erro brutal, não creio, mãe do céu, coisa de louco, não viu, entre outras. Veja a reação para perceber o tamanho dos erros.


Rir é o melhor remédio

Controle remoto: botões disponíveis e que você usa

Fato da Semana

Fato da Semana: A Petrobrás divulga que não irá cumprir o prazo para divulgar suas demonstrações contábeis em razão da recusa da empresa de auditoria em assinar o balanço. Ao mesmo tempo uma investigação na Holanda mostra que ocorreram pagamentos para pessoas acertarem negócios na empresa. E na sexta a Polícia Federal prendeu executivos de construtoras que participaram de esquemas de corrupção relacionados com a empresa. Ou seja, não tivemos na semana UM fato.

Qual a Relevância disto? O que está ocorrendo no Brasil pode mudar substancialmente a forma de fazer negócio e política. As imagens de ex-diretor da empresa, de presidente de construtora (foto) e de executivos importantes sendo presos devem entrar para história do Brasil. Para a contabilidade, uma empresa de auditoria que de maneira corajosa resolveu negar assinar um balanço de um cliente tão importante é um marco. Isto poderá permitir uma discussão sobre o papel da auditoria, a relevância dos controles internos, a discussão sobre competência nos cargos de empresas públicas, entre outros pontos.

Positivo ou negativo? Positivo. E muito positivo se crimes forem punidos.

Desdobramentos: Haverá naturalmente uma discussão sobre o papel da auditoria. Talvez uma tentativa de melhorar os controles internos. A empresa Petrobras irá sofrer muito e ficará estigmatizada. No curto prazo, ainda teremos a divulgação do balanço, a decisão de reconhecimento das despesas de corrupção, a discussão sobre a gestão atual da empresa, etc.

Candidato a fato da semana: a semana seria ideal para termos como fato da semana a aproximação dos EUA com o Iasb.

Teste da Semana

Este é um teste para verificar se o leitor está atento ao que foi notícia sobre a contabilidade:

1 - As empresas de auditoria que trabalharam na Petrobras estão com receio de
Perder credibilidade
Perderem o registro do CFC
Serem punidas pela CVM

2 – Das empresas abaixo, duas auditaram a Petrobras nos anos recentes. Qual a empresa que não fez auditoria nesta empresa?
Andersen
KPMG
PwC

3 – A Alemanha ultrapassou os EUA como a nação com maior “marca” do mundo. A principal razão para isto foi
A conquista da Copa do Mundo
A polarização política dos EUA
O Déficit comercial dos EUA

4 – A data estimada para Petrobras divulgar suas demonstrações contábeis é
12 de dezembro de 2014
12 de janeiro de 2015
12 de fevereiro de 2015

5 – Estas demonstrações referem-se ao
Primeiro semestre de 2014
Segundo semestre de 2014
Terceiro Trimestre de 2014

6 – Nesta semana o STJ considerou legal
O desconto de cheque pré-datado
O sistema de pontuação de crédito
O uso de juros compostos em empréstimos

7 – O The Telegraph anunciou que alguém roubou uma letra do nome desta empresa de auditoria na sua sede em Londres
Andersen
KPMG
PwC

8 – As empresas que estão fazendo acordo com a justiça brasileira referente a operação lava jato não irão fazer o lançamento contábil na assinatura do contrato em razão
Da possibilidade de um tribunal superior suspender o acordo
Do sigilo do acordo de delação premiada
Do valor não estimado da multa

9 – O contador chefe da SEC deu uma declaração sobre a convergência com as normas internacionais. Esta declaração
Aumenta a chance dos EUA fazer a convergência
Não altera a chance dos EUA fazer a convergência
Reduz a chance dos EUA fazer a convergência

10- A Grant Thornton fez auditoria nesta equipe e questionou a continuidade
Force India, da Fórmula 1
Manchester City, do futebol inglês
Seleção de Rugbi da Escócia

Respostas: (1) credibilidade; (2) Andersen; (3) Copa do Mundo; (4) 12 de dezembro; (5) Terceiro Trimestre; (6) pontuação de crédito; (7) PwC; (8) sigilo; (9) Aumenta (10) Force India

Se obteve de 9 a 10 acertos, você é um Hamilton; de 7 a 8 acertos, Bottas; de 5 a 6 acertos, precisa melhorar Rubinho.

Produtividade dos PHDs em Economia



“IF THE objective of graduate training in top-ranked [economics] departments is to produce successful research economists, then these graduate programmes are largely failing.” That’s the startling message from a recent paper published in the Journal of Economic Perspectives.

How did the authors of this paper reach such a pessimistic conclusion? They look at a 14,300 people who received an economics PhD from 154 American and Canadian institutions. They then find a massive database of academic papers published over a two-decade period. From that, they are able to tell how many papers each PhD graduate has produced in the six years after leaving graduate school. (Six years, by the way, is about the average time it takes for a newly-minted PhD to get tenure).

Of course, quantity is not the only measure of success. One great paper is worth more than three bad ones. So the authors create an index that adjusts the number of publications by the quality of the journal it appears in. The authors end up with what they call the "American Economic Review­-equivalent". To get published in the AER is a dream for any economist and so other journals are indexed in relation to it. An article in the Journal of Political Economy, for instance, is worth 0.67 papers in AER. A paper in Economic Theory is worth a quarter.

Some of the results are not terribly surprising. Graduates from the big-hitting universities can be extremely productive. The graduate in the 99th percentile from Harvard or MIT—that is, right at the very top of the graduating class—produces over 4 AER-equivalent papers over six years.

But the vast majority of PhD students, even at top universities, produce nowhere near that much (see chart). The number of AER-equivalent papers of the median PhD student, six years after graduation, is below 0.2 for all universities. Yes, all—even Harvard, MIT and Chicago. The 50th percentile at almost all universities has a score of 0.1. That’s equivalent to publishing one paper in a second-tier field journal over six years. 

AER-equivalent score, by percentile of graduates, after six years

What are the implications of these results? Even if you have been accepted into a top economics department, there is no guarantee that you will be a successful researcher. In fact top researchers come from a range of institutions, not just the best ones. The researcher in the 99th percentile of the typical “non-top-30” institution—that is, the 124 other universities in the authors’ sample—is better than her equivalent from a range of big-hitting institutions like Penn State and the University of Texas at Austin.

The paper probably says something about how economics PhD programmes are taught. Professors may give a disproportionate amount of time to the students that they think are most naturally gifted, while leaving the majority behind. As a result that lucky student is much more likely to have a successful publication record.

Now: the crucial question is whether economics PhD students want to be successful researchers. The authors see this as self-evident:


Our experience suggests that most students, especially at the better programs, enter graduate school planning to seek academic jobs, or at any rate, jobs that require research.

I'm not so sure: many econ PhDs that I know have no intention of becoming an academic but instead want to work for government or an NGO. And lots of people working in the upper echelons of business and government may produce research, but may not publish it in a peer-reviewed journal. Take economists at the IMF, for example, who produce working papers that may never become "proper" academic articles. The same goes for government employees who produce policy analysis.

For the vast majority of economics PhDs there is little point in being more productive. As we have shown before, there are far more PhDs produced each year than there are job openings. America produced more than 100,000 doctoral degrees between 2005 and 2009; in the same period there were just 16,000 new professorships. What's the point in killing yourself to be a productive researcher when finding an academic job is so hard?

Fonte: aqui

Gráfico

O que está sob seus pés: ao contrário do que você pensa, estamos pisando sob no Oceano Pacífico

Fifa

A Fifa confirmou que a Copa do Mundo de 2022 será mesmo no Catar. O relatório divulgado pela entidade nesta quinta-feira diz que as violações às regras eram de “alcance muito limitado”. Há irregularidades nas candidaturas, mas, segundo o relatório, nada que implique em uma nova votação. O relatório feito a partir da investigação do ex-promotor de Nova York, Michael Garcia e concluído pelo juiz de ética da Fifa, Joachim Eckbert, diz que não há provas suficientes para justificar tirar a Copa do Mundo da Rússia ou do Catar e fazer uma nova votação. Isso não seria nenhum problema se o relatório não apresentasse tantos indícios na direção oposta.

Continue lendo aqui. Outro texto sobre o mesmo assunto pode ser encontrado aqui  (e este aqui também)

Listas: As empresas mais inovadoras

1. Apple
2. Google
3. Samsung
4. Microsoft
5. IBM
6. Amazon
7. Tesla Motors
8. Toyota
9. Facebook
10. Sony
11. HP
12. General Electric
13. Intel
14. Cisco Systems
15. Siemens
16. Coca-Cola
17. LG Electronics
18. BMW
19. Ford
20. Dell

Fonte: Aqui

14 novembro 2014

Rir é o melhor remédio



Fonte: Aqui

Rir é o melhor remédio




Fonte: Aqui

Curso de Contabilidade Básica: Período Comparativo

Quando uma empresa divulga seus resultados é razoável colocar pelo menos duas colunas no seu balanço patrimonial: a primeira, nesta ordem, com as informações do período encerrado e a segunda com outro período para fins de comparação. Quando é a DRE a empresa pode colocar os valores do período e logo após de igual período anterior. Se a DRE é de um trimestre as possibilidades são maiores: somente os valores do trimestre ou os valores acumulados até o final daquele trimestre, mas a coluna comparativa é sempre sobre idêntico período do ano anterior.

As palavras sublinhadas são relevantes para nortear a divulgação, em qualquer tipo de demonstração. Ou seja, o melhor dado para comparar um desempenho de um período encerrado neste ano é o período anterior. A razão disto é simples: evita-se o problema da sazonalidade. Se uma empresa de aviação comercial encerrou seu terceiro trimestre, a comparação deverá ser com o terceiro trimestre do ano anterior. Comparar o desempenho do terceiro trimestre deste ano com o final do ano anterior é equivocado, já que no final do ano deve ocorrer um grande aumento nas viagens.

Parece óbvio para aqueles mais experientes, mas se estamos escrevendo sobre isto é que talvez não seja tão simples assim. Veja o caso da companhia aérea Gol, cujo balanço reproduzimos a seguir:

Na primeira coluna dos dados a informação “3T14” indicando o terceiro trimestre de 2014 (o correto, obviamente, seria 30 de setembro de 2014, já que não existe um balanço do terceiro trimestre). A coluna seguinte, para comparar, apresenta-se “4t13” ou 31 de dezembro de 2014. A comparação é prejudicial ao usuário. Nestes casos, o usuário deveria buscar o balanço de 30 de setembro de 2013 para fazer a comparação.

Confesso que quando olhei este balanço achei que era um erro da empresa. Mas é isto mesmo. Para aqueles curiosos em fazer a comparação com igual período do ano anterior, como deve ser, eis as informações:

Popularidade

Eles mostram evidências sólidas de que, em períodos longos, as ações que poderíamos chamar de menos populares, na verdade, se saem melhor do que as que são mais admiradas ou procuradas, por vários critérios. Em certo aspecto, isso é essencialmente outra versão para aquela velha máxima do mercado, de que quando um gestor de fundos ou um corretor é o convidado mais popular de uma festa, então simplesmente pode ser a hora de começar a vender.


Fonte: aqui

Dilema do prisioneiro

O dilema do prisioneiro é um problema clássico da teoria dos jogos. Em resumo o problema é o seguinte: dois larápios são presos e separados para o interrogatório. A eles são dadas duas alternativas: confessar ou não. Se nenhum dos dois confessarem, eles pegaram uma pena leve, digamos um ano de reclusão. Se um dos prisioneiros confessar e o outro não, aquele que contribuiu com a justiça verá “o sol nascer quadrado” por dois anos, enquanto seu parceiro ficará dez anos preso. Finalmente, se os dois confessarem serão cinco anos para cada.

O dilema é: qual a melhor estratégia? Se você é um dos prisioneiros e acredita seu parceiro de crime será um dedo duro, a opção é denunciar; mas se você acredita que ele não irá denunciar, a melhor opção é ficar calado. Mas a questão é que você não “combinou” com seu parceiro o que fazer. Vale a pena arriscar?

A situação atual dos executivos envolvidos na operação lava-jato parece com a situação do dilema do prisioneiro. Com uma pequena diferença: já se sabe que alguns executivos estão confessando. O que provocou isto, já que no passado os corruptores geralmente não abriam a boca. Três aspectos podem ajudar a entender a situação. Em primeiro lugar, a nova lei contra a corrupção pune pesadamente o corruptor. O valor pode chegar a 20% do faturamento e isto é muito dinheiro. O segundo ponto é que a empresa prejudicada com a corrupção tem ações negociadas na bolsa no exterior. Neste caso, isto significa que acionistas minoritários destes mercados foram prejudicados. E eles podem não ficar quietos. Além disto, o julgamento não ficará restrito a justiça brasileira. O terceiro aspecto é a política, que incentivou o interesse por este escândalo e sua divulgação por parte da imprensa. Além disto, diante dos holofotes, os investigadores sentiram prestigiados em fazer seu trabalho. Finalmente, é inegável o beneficio do julgamento do mensalão, onde empresários foram e continuam presos, enquanto os políticos já se safaram, parcialmente.

Como o “outro” prisioneiro denunciou, a estratégia pode ser confessar também, para reduzir a pena. Isto explica o grande número de executivos interessados em ajudar nas investigações.

Afinal, para que serve a auditoria?

Um pequeno texto do jornal Estado de São Paulo (Empresas que auditaram contas estão sob tensão, Fernanda Nunes e Mariana Durão, 12 de novembro de 2014, A6) discute o papel das auditorias:

Empresas de auditoria que atestaram resultados financeiros da Petrobras [ou seja KPMG e Pw] nos últimos anos temem perde credibilidade com os desdobramentos das investigações da Polícia Federal na Operação Lava Jato.

A história lembrada é o caso da Andersen, que auditou a Enron e por conta de um escândalo contábil faliu. As auditorias deram parecer limpo para uma empresa com projetos superfaturados e, provavelmente, com problemas no registro contábil do não circulante (vide aqui para uma explicação didática sobre o assunto). O problema, segundo o texto, é a “perda de credibilidade”. Para defender os auditores o texto escutou Idésio da Silva Coelho do Ibracon

diz ser impossível para uma auditoria perceber desvios de recursos.

Esta é uma questão polêmica. Os auditores sempre tentam eximir de culpa nestes casos. Não acredito que seja impossível, já que testes de controle interno podem ser um indicio. De igual forma, quando nomeações para cargos técnicos são preenchidas por políticos seria estranho esperar que haverá desvio?

Listas: Nações como marca

1. Alemanha
2. Estados Unidos
3. Reino Unido
4. França
5. Canadá
6. Japão
7. Itália
8. Suíça
9. Austrália
10. Suécia

É o Nation Brands Index. O interessante é que no ano passado a Alemanha estava em segundo lugar. A razão para a melhoria: A Copa do Mundo! O Brasil foi uma das nações citadas, mas não foi divulgado a posição.

13 novembro 2014

PwC não irá assinar 2

A Petrobras soltou um fato relevante comunicando que não irá divulgar suas demonstrações amanhã, como estava previsto. Eis o comunicado:

A Petrobras informa que não arquivará junto à Comissão de Valores Mobiliários – CVM as demonstrações contábeis do terceiro trimestre de 2014 (ITR 3T14) com o relatório de revisão dos seus Auditores Externos, PricewaterhouseCoopers (PwC), no prazo previsto na Instrução CVM 480/09, pelas razões expostas a seguir.

Como é de conhecimento público, a Petrobras passa por um momento único em sua história, em face das denúncias e investigações decorrentes da “Operação Lava Jato” conduzida pela Polícia Federal, na qual o ex-diretor de Abastecimento da Companhia, Paulo Roberto Costa, foi denunciado pelos crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa e está sendo investigado pelos crimes de corrupção, peculato, dentre outros.

Diante de tal cenário, e considerando o teor do depoimento do ex-diretor de Abastecimento da Companhia, Paulo Roberto Costa à Justiça Federal em 08/10/2014, quando fez declarações que, se verdadeiras, podem impactar potencialmente as demonstrações contábeis da Companhia, a Petrobras vem adotando diversas providências que visam ao aprofundamento das investigações.

Nesse contexto, a Petrobras celebrou contratos, em 24/10/2014 e 25/10/2014, com dois escritórios de advocacia independentes especializados em investigação, um brasileiro, Trench, Rossi e Watanabe Advogados e, outro norte-americano, Gibson, Dunn & Crutcher LLP, tendo por objetivo apurar a natureza, a extensão e os impactos dos atos que porventura tenham sido cometidos no contexto das alegações feitas pelo ex-diretor de Abastecimento da Companhia, Paulo Roberto Costa, bem como apurar fatos e circunstâncias correlatos que tenham impacto relevante sobre os negócios da Companhia. Tal contratação foi recomendada pelo Comitê de Auditoria em conformidade com as melhores práticas internacionais e autorizada pela Diretoria Executiva da Petrobras.

Entretanto, em decorrência do tempo necessário para (i) se obter maior aprofundamento nas investigações em curso pelos escritórios contratados (ii) proceder aos possíveis ajustes nas demonstrações contábeis com base nas denúncias e investigações relacionadas à “Operaçao Lava Jato”; e (iii) avaliar a necessidade de melhorias nos controles internos, a Companhia não está pronta para divulgar as demonstrações contábeis referentes ao terceiro trimestre de 2014 nesta data.

Por conseguinte, em observância ao princípio da transparência, a Petrobras estima divulgar, no dia 12 de dezembro de 2014, informações contábeis relativas ao terceiro trimestre de 2014 ainda não revisadas pelos Auditores Externos, refletindo a sua situação patrimonial à luz dos fatos conhecidos até essa data.

A Petrobras está empenhada em divulgar as informações do 3º ITR revisadas pelos Auditores Externos o mais breve possível e tão logo haja uma definição sobre a data da conclusão dos trabalhos a Companhia comunicará ao mercado, com antecedência mínima de 15 dias, a data para a sua divulgação.

PwC não irá assinar

Segundo informação do Estado de S Paulo, a PwC não vai assinar as informações trimestrais do balanço da empresa Petrobras. A previsão é que a empresa entregue amanhã estas informações. A PwC irá esperar a conclusão das investigações.

Rir é o melhor remédio





Fonte: Aqui via aqui

Curso de Contabilidade Básica: Aplicado e Gerado

Os termos “aplicado” e “gerado” apresentam uma ideia de oposição. Na contabilidade é comum o uso deste dois termos na Demonstração dos Fluxos de Caixa para apresentar a ideia de “saída” de caixa, com o termo “aplicado”, e “entrada”, para o termo “gerado”. Assim, quando uma empresa recebe de seu cliente tem-se uma entrada de caixa ou uma geração de caixa. Quando utiliza dinheiro para pagar uma conta de energia elétrica tem-se a saída de caixa ou aplicação de caixa.

Na Demonstração dos Fluxos de Caixa ao termo aplicado associa-se o sinal negativo, enquanto o termo gerado tem-se o sinal positivo. Veja o caso da empresa Tereos, um produtor de açúcar. Durante o terceiro trimestre de 2014 a empresa aplicou caixa nas atividades operacionais, no valor de R$ 201 milhões. Em outras palavras, saiu mais dinheiro desta atividade do que entrou. Mas observe que o uso do termo “aplicado” faz com que o desempenho ruim tenha uma carga menos negativa.
Na figura também temos o caixa gerado pelas atividades de financiamento. Corresponde aos novos empréstimos superiores aos pagamentos dos juros, principal, dividendos e outros itens.

Como mentir com índices de performance internacional


“CROOKS already know these tricks. Honest men must learn them in self-defence,” wrote Darrell Huff in 1954 in “How to Lie With Statistics”, a guide to getting figures to say whatever you want them to. Sadly, Huff needs updating.

The latest way to bamboozle with numbers is the “performance index”, which weaves data on lots of measures into a single easy-to-understand international ranking. From human suffering to perceptions of corruption, from freedom to children’s happiness, nowadays no social problem or public policy lacks one (see article). Governments, think-tanks and campaigners love an index’s simplicity and clarity; when well done, it can illuminate failures, suggest solutions and goad the complacent into action. But there are problems. Competing indices jostle in the intellectual marketplace: the World Economic Forum’s Global Gender Gap ranking, published last week, goes head to head with the UN’s Gender Inequality Index, the Index of Women’s Power from Big Think, an internet forum—and even The Economist’s own Glass Ceiling Index. Worse, some indices are pointless or downright misleading.


As easy as 1, 2, 3

Which to trust, and which to ignore? In the spirit of Huff, here is our guide to concocting a spurious index. Use it to guard against guile—or follow it to shape public perceptions and government policies armed only with a catchy title, patchy data and an agenda.

First, banish pedantry and make life easier for yourself by using whatever figures are to hand, whether they are old, drawn from small or biased samples, or mixed and matched from wildly differing sources. Are figures for a country lacking? Use a “comparator”, no matter how dubious; one index of slavery, short of numbers for Ireland and Iceland, uses British figures for both (aren’t all island nations alike?). If the numbers point in the wrong direction, find tame academics and businessfolk to produce more convenient ones, and call their guesses “expert opinion”. If all that still fails to produce what you want, tweak the weighting of the elements to suit.

Get the presentation right. Leaving your methodology unpublished looks dodgy. Instead, bury a brief but baffling description in an obscure corner of your website, and reserve the home page for celebrity endorsements. Get headlines by hamming up small differences; minor year-on-year moves in the rankings may be statistical noise, but they make great copy.

Above all, remember that you can choose what to put in your index—so you define the problem and dictate the solution. Rankings of business-friendliness may favour countries with strict laws; don’t worry if they are never enforced. Measures of democracy that rely on turnout ignore the ability of autocrats to get out the vote. Indices of women’s status built on education levels forget that, in Saudi Arabia, women outnumber men in universities because they are allowed to do little else but study. If you want prostitution banned, count sex workers who cross borders illegally, but willingly, as “trafficking victims”. Criticism can always be dismissed as sour grapes and special pleading. The numbers, after all, are on your side. You’ve made sure of that.


Fonte: aqui
From the print edition: Leaders

Inteligência e Música

Quando uma pessoa aparece escutando aquela música insuportável no mais alto volume, você deve chamá-lo, intimamente, de “idiota”. Tudo leva a crer que você tem razão: existe uma relação entre a música que as pessoas escutam e o nível de inteligência.

Tomando por base os resultados do SAT, um tipo de teste acadêmico existente nos Estados Unidos, um pesquisador comparou com o que as pessoas diziam sobre seu gosto musical no Facebook. Os alunos da Cal Tech, um prestigiosa universidade dos Estados Unidos, possuem um SAT médio de 1520. Eles gostam de Radiohead. As pessoas muito, muito inteligentes geralmente gostam de Beethoven. Aqueles com um nível alto de SAT ouvem Sufjan Stevens, U2, Radiohead, Bob Dylan, Ben Folds e Counting Crows. Você escuta alguns deles?

As pessoas que tiraram as piores notas no SAT ouvem Lil Wayne, Soca, Gospel, Beyonce, T.I, Reggae, Jazz, Pop, Justin Timberlake, Hip Hop, Rap, entre outros.

Veja o gráfico a seguir. Quanto mais à direita, maior o nível no SAT.


Sistema de Pontuação

Uma boa notícia: o STJ considerou legal o sistema de pontuação de crédito. Em postagem nesta semana comentamos como era idiota proibir este sistema. Mostramos que isto poderia prejudicar todos os consumidores.

A decisão abriu a possibilidade do cliente ter acesso ao seu escore. Segundo o Estado de S Paulo existem 250 mil ações no Brasil sobre este tema, apesar da discussão do tribunal corresponder a um caso específico

Listas: Prosperidade

De verde no mapa

1. Noruega
2. Suíça
3. Nova Zelândia
4. Dinamarca
5. Canadá
6. Suécia
7. Austrália
8. Finlândia
9. Holanda
10. Estados Unidos

30. Uruguai

A partir deste ponto, amarelo no mapa

31. Chile
46. Brasil (melhorou uma posição de 2009 para 2014)

O destaque do Brasil é a liberdade. As piores avaliações: Educação e Segurança.

Fonte: Aqui

12 novembro 2014

Rir é o melhor remédio

Deu no The Telegraph:

Alguém roubou o "P" da placa da empresa PwC na Inglaterra, deixando "WC".

Curso de Contabilidade Básica: Passivo



Ao estudarmos o passivo de uma empresa – objeto de um dos capítulos do livro que pretendemos lançar no próximo ano – trabalhamos com exemplos simples, mas que apresentam uma visão adequada da contabilidade deste grupo. Fazemos um lançamento aumentando o passivo de uma empresa quando existir um evento que aumenta ou cria uma obrigação. Quando a empresa compra uma mercadoria a prazo isto gera um passivo; se o funcionário cumpre regularmente suas horas de trabalho, também dá ensejo a um passivo.

Existem algumas situações onde a empresa pode hesitar em fazer o lançamento do passivo: quando existir dúvida sobre o montante da obrigação. Um exemplo para esclarecer esta situação: ocorre um desastre ambiental e sabe-se que isto irá gerar uma multa. Como ainda o valor da multa não foi apresentado, pode-se atrasar em alguns dias o lançamento contábil para que o mesmo seja feito com maior precisão.

Mas nossos textos são práticos, com exemplos do mundo real. E vamos discutir um assunto polêmico: a operação lava-jato. Esta operação policial prendeu algumas pessoas e gerou denúncias de corrupção em empresas do governo federal. Os fornecedores pagavam propina para que as compras fossem feitas. O leitor mais atento já deve lembrar que comentamos sobre o assunto empostagem anterior, quando mostramos a diferença entre investimento e despesa na Petrobras. Nosso foco agora é do outro lado: as empresas corruptoras. Estas empresas estão sendo ameaçadas de sofrerem uma multa que pode chegar a 20% do faturamento. Para o grupo Camargo Correa, um dos envolvidos, isto pode representar R$ 5 bilhões, além da prisão de executivos.

O Valor Econômico http://www.valor.com.br/politica/3774246/empreiteiras-deverao-pagar-multas-acima-de-r-1-bilhao informou que alguns executivos estão pensando em assinar acordos, que incluiria as empresas onde trabalham. Estes acordos envolveria o Ministério Público, o Cade e a CGU. A lei estabelece algumas vantagens que podem garantir esta assinatura, mas permanecem algumas punições, como multas.

Vamos supor que se tenha um acordo entre uma empresa e o Ministério Público. Assim o passivo deveria ser registrado na assinatura do acordo, onde se terá o valor do passivo. Nesta data se a empresa for de capital aberto deve divulgar o fato relevante, com o lançamento contábil, debitando resultado e creditando passivo.

Não terminamos. Existe um grande problema neste caso:

Os textos dos acordos serão mantidos sob sigilo enquanto as investigações estiverem em curso. O objetivo é proteger as informações prestadas pelas companhias e, com base nelas, fazer novas diligências. Os textos só serão revelados quando houver a abertura de ação penal contra os suspeitos, o que só deve ocorrer no ano que vem.

Assim, não é possível fazer o lançamento e divulgação na data da assinatura. Este é um caso onde a regra “Essência sob a Forma” não vale. A forma predomina. 



Comerciais








Três comerciais da Filipinas (é isto mesmo) sobre contabilidade, controle de estoque e folha de pagamento. Colocando medo no empresário...