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15 junho 2014

Um exemplo a ser seguido: Deme

Demetrio de Macedo Pepice, 1º Colocado Nacional no AFRF/2005. Foram 269 pontos em 300! Isso mesmo, acredite! O Demetrio, 1º colocado nacional no AFRF/2005, conseguiu essa marca histórica: 269 pontos em um total de 300! Um show de bola!

[...].

O meu intuito nesta entrevista é repassar a vocês, visitantes do Ponto, parte da experiência de preparação do Demetrio, que certamente será um incentivo para aqueles que continuarão na árdua luta, rumo à aprovação em um bom concurso.

O Demetrio residia em São Paulo (SP) e era engenheiro mecânico. Começou a estudar no ano de 2003, preparando-se para o concurso de Técnico da Receita Federal - TRF. No meio da preparação, saiu o concurso da Comissão de Valores Mobiliários - CVM. Decidiu estudar as disciplinas específicas do concurso da CVM, e acabou sendo aprovado nos dois concursos. Decidiu, então, abrir mão do concurso de TRF, e sequer fez a matrícula no curso de formação deste concurso, para não tirar uma vaga de outro candidato.

Pois é, tudo certo, não? Não, de jeito nenhum! Em razão de uma ação ajuizada pelo Ministério Público, o desfecho do concurso da CVM foi suspenso por um ano, e o Demetrio ficou, durante todo esse período, sem a CVM e sem TRF! E mais: no final de 2004, decidiu-se pela anulação da prova de redação do concurso da CVM, e o Demetrio teve que fazer nova prova. Moral da história: só foi nomeado para o cargo na CVM no início de 2005!

[...]

[Demétrio] já estudando, diuturnamente, para o concurso de Fiscal de São Paulo, que tem provas previstas para abril de 2006. [...] Bem, atrapalhando um pouco os estudos do Demetrio para o Fiscal de São Paulo, fiz a ele as seguintes perguntas:

Vicente Paulo: Sabe, Demetrio, você um dia, muito antes da divulgação do resultado do AFRF, já foi motivo de conversa na minha casa. Estava em casa tentando animar uma candidata ao AFRF, dizendo a ela que ainda havia chance de ser aprovada (e, de fato, ela acabou sendo aprovada!), e ela estressou-se comigo: “puxa, pára de me enganar, você sabe que eu não tenho chances, olha só, vi num ranking da internet que tem um tal de ‘Deme’ que fez, antes dos recursos, quase 260 pontos; como eu vou passar, com menos de 200 pontos?” Disse a ela, então: “se isso for verdade, ele será o primeiro colocado nacional no concurso, pode ter certeza”. E você, já pensava nesse primeiro lugar nacional antes da divulgação do resultado?

Demetrio: Acho que não. Com certeza eu não esperava esse resultado quando terminei de fazer a última prova. Eu lembro que quando saí do local de prova, enquanto voltava para casa, a única coisa que passava pela minha cabeça era que eu tinha chutado 9 questões de matemática financeira e estatística, todas na mesma alternativa. Não me conformava, achei que tinha sido eliminado justo na matéria em que eu achava que iria melhor. Não estava me sentindo nem um pouco seguro. Pensava assim: “essa prova foi muito maluca, o pessoal da ESAF ficou louco”. Com certeza muita gente também se sentiu assim porque nesse concurso o formato das questões foi muito diferente daquele que a ESAF adotou nas provas anteriores.

No dia seguinte quando conferi o gabarito vi que tinha conseguido acertar exatamente 6 questões de matemática e estatística, ou seja, tinha feito exatamente a nota mínima para não ser eliminado nesta matéria. Isso foi um alívio enorme. Mas eu tive a maior surpresa quando conferi o gabarito das outras matérias: não esperava ir tão bem assim. Fiquei tão contente que comecei a falar para todos os colegas do trabalho, para os amigos, foi a maior festa.

Vicente Paulo: Você me parece uma pessoa extremamente determinada. Intensificou os estudos quando tudo deu errado no concurso da CVM, em 2004. Agora, mal passou para o AFRF, e já está pensando no Fiscal de São Paulo. De onde você tira tanta disciplina?

Demetrio: Na verdade acho que não sou tão disciplinado assim, uma coisa que me ajudou muito foi ter ficado bastante motivado. Uma coisa fundamental nos concursos públicos é a motivação: quando uma pessoa está muito motivada a passar, quando ela sente que a aprovação vai melhorar muito sua vida e a de sua família, ela consegue fazer sacrifícios enormes para atingir esse objetivo. Acho que foi o que aconteceu comigo.

Eu comecei a estudar para concursos em 2003. Durante esses 3 anos de estudo, em diversas ocasiões eu me senti desanimado, pensei em parar e fazer outras coisas. Mas essas fases não duravam muito tempo, logo eu recomeçava a estudar. Acho que isso é muito importante no ramo dos concursos: a pessoa não pode desistir, tem que aprender a ser sempre capaz de recomeçar. Por exemplo, eu tinha alguns amigos que estudavam para o cargo de AFPS. Quando saiu a unificação da Receita com a Previdência, essas pessoas ficaram numa situação horrível pois haviam gasto anos se preparando para uma prova que não iria mais acontecer. Muitos foram perseverantes, não se deixaram abater pelo desânimo. Faltando poucos meses para a prova de AFRF elas tiveram que estudar do zero várias matérias novas (como a famigerada matemática financeira e estatística), além de se adaptar ao estilo de questões da ESAF. No fim muitas dessas pessoas conseguiram ser aprovadas no AFRF.

Esse último concurso de AFRF foi muito atrapalhado, sem dúvida. Faltando menos de 60 dias para a prova o formato do edital mudou completamente, entraram 6 matérias inéditas. As questões da prova foram atípicas e cheias de erros. Por isso muitas pessoas que vinham se preparando para esse concurso há bastante tempo foram muito prejudicadas pelas trapalhadas da ESAF e não conseguiram passar. Para essas pessoas o que eu digo é que não parem de estudar, recomecem o mais rápido possível [...].

Em 2003 eu consegui passar no concurso da CVM, cargo que ocupo hoje. Só que não pude tomar posse porque a prova de redação foi questionada na justiça. E o pior, depois de quase 1 ano de espera o judiciário resolveu anular a prova de redação e chamar todos candidatos para fazê-la novamente. Isso me deixou muito chateado. Mas o importante é que durante todo esse tempo de espera eu consegui me manter estudando, se não fosse por isso hoje eu não teria sido aprovado no concurso de AFRF.

Vicente Paulo: Digo sempre em sala de aula: inteligência não é o maior diferencial em concurso, disciplina é tudo. Você concorda com isso?

Demetrio: Concordo. Durante esse tempo em que me preparei para concursos percebi que o estudo para uma prova desse porte não é semelhante a uma corrida de velocidade, mas sim a uma corrida de resistência. Não adianta nada a pessoa passar dois meses estudando 14 horas por dia, o conhecimento precisa ser adquirido aos poucos em um período longo de tempo para ser bem digerido e assimilado. Quando você pega uma prova da ESAF e percebe que o candidato deve memorizar o texto literal da constituição, do CTN e de uma infinidade de outras leis, dá para perceber que é quase impossível adquirir todo esse conhecimento em apenas alguns meses. É por isso que a maior arma do concurseiro é a disciplina, a capacidade de investir todos os dias um pouco no seu objetivo, de fazer uma preparação de longo prazo.

Além disso acho que o candidato que conta muito com a sua inteligência é justamente aquele que subestima a complexidade das matérias e a importância de estar sempre revisando os principais pontos das disciplinas. Ele é uma vítima do excesso de autoconfiança. É muito importante que a pessoa seja muito humilde no estudo. No meu caso, por exemplo, sou formado em engenharia e por isso estudei na faculdade matérias de cálculo super complicadas, mas na prova de AFRF quase fui eliminado em matemática financeira porque não fui rápido para fazer contas de divisão sem calculadora. Tem muita gente que fez Direito, Economia ou Contabilidade e que acha que só por isso já estão “garantidas” nas matérias que estudaram na faculdade. Mas na realidade o estudo para concursos é totalmente diferente do estudo acadêmico, por isso ainda que o candidato tenha base ele deve sempre começar o estudo de uma matéria de concurso usando um material bem didático, com muita humildade. E depois de atingir um bom nível de conhecimento ele não deve confiar totalmente na sua memória, é importante manter uma rotina de revisões periódicas. Deve-se procurar ficar sempre tendo algum contato com aquela matéria, fazendo e refazendo exercícios, nem que seja só uma vez por semana.

Vicente Paulo: A preparação para o AFRF foi um tanto quanto tensa, com muitas incertezas e mudanças para os candidatos (unificação do concurso, novas disciplinas, “Super Receita” etc.). Como manter o equilíbrio nesse período que antecede as provas?

Demetrio: Acho que é essencial a pessoa tentar sempre olhar para a sua situação da maneira mais otimista possível. Sempre olhar para as vantagens da posição na qual ela sem encontra. Por exemplo, eu vinha me preparando para o concurso de AFRF na àrea de Auditoria, por isso nunca tinha tido contato com Comércio Internacional. Quando saiu o edital, ao invés de ficar o tempo todo pensando que eu estava em uma posição de desvantagem em relação aos candidatos que já tinham uma bagagem nessa àrea, escolhi ver as coisas da seguinte forma: os meus concorrentes que estudavam para a área de Aduana já estavam há pelo menos um ano sem ter nenhum contato com Comércio Internacional, por isso já tinham esquecido muita coisa. Eu iria estudar aquela matéria a partir daquele momento e chegar no dia da prova com o conhecimento fresco na cabeça. Por isso as nossas chances de ter um bom desempenho na prova se igualavam. Procurei pensar assim em relação a todas as matérias novas. Se não tivesse feito isso acho que teria tido uma crise de nervos...

Outra coisa importante foi ter sempre ter em mente que nos concursos nenhum estudo é perdido: mesmo que, em um primeiro momento, o estudo de uma matéria incerta pareça ser algo muito arriscado, sempre nós aproveitamos o conhecimento de alguma forma. No ano de 2005, antes da publicação do edital, eu cheguei a estudar informática, contabilidade avançada e um pouco de direito previdenciário, mesmo quando havia a possibilidade de essas matérias não serem cobradas na prova. Isso me ajudou bastante depois da publicação do edital, me poupou tempo. Por outro lado acabei estudando duas matérias que não foram cobradas, como Auditoria, Ética e Organização do ministério da fazenda.

Nesses períodos de incerteza acho que o importante tentar manter o equilíbrio emocional, sempre procurar fazer o melhor que possa ser feito com as informações que temos à disposição naquele momento. Parece loucura estudar uma matéria que você nem tem certeza de que será cobrada na prova, mas às vezes é o único modo de ficar em situação de igualdade com seus concorrentes. Uma vez li em um texto do Rodrigo Luz que “estudar para um concurso é como aplicar em ações, deve-se comprar na baixa para vender na alta”, ou seja, procurar sempre que possível estudar a matéria com antecedência, quando não há edital, para depois ficar em uma situação confortável quando o edital for publicado. Muitas pessoas são contra isso, pois o candidato estaria sacrificando um tempo que poderia ser usado para as matérias certas. Mas o problema é que depois de estudar durante muito tempo uma matéria, a pessoa chega em um nível muito alto de conhecimento em que ela já leu todos os livros, fez e refez todas as provas antigas... E aí há o perigo de ela se acomodar, já que não há mais nenhum desafio pela frente... nesse momento eu acho que é válido combinar a revisão das matérias tradicionais com o estudo de matérias novas, tanto matérias certas de outros concursos como matérias incertas do cargo para o qual ela se prepara.

Vicente Paulo: Quais foram os seus maiores acertos, aqueles pontos decisivos, na preparação para o AFRF/2005?

Demetrio: Acho que muitas coisas contribuíram para o meu sucesso nesse concurso. Em primeiro lugar, eu tive a sorte de conhecer diversas pessoas pela internet que, assim como eu, estudavam para esse concurso da Receita Federal. Elas me ajudaram muito a descobrir o material certo para estudar, os melhores professores e principalmente, me deram a motivação necessária para perseguir esse objetivo durante um período de tempo tão longo. Fiz grandes amigos através da Internet, primeiro no Fórum do CorreioWeb, depois no Fórum dos Concurseiros. Eu passei a conviver com outras pessoas que tinham os mesmos objetivos que eu, as mesmas dúvidas, os mesmos problemas. Acho que isso me deu um estímulo muito grande para que eu sempre tentasse superar minhas dificuldades.

Em segundo lugar, também tive a sorte de logo descobrir os livros direcionados para concursos: os livros da Editora Impetus/Campus e da Editora Ferreira. Sem esse material eu teria demorado muito mais tempo para adquirir o conhecimento necessário para fazer uma boa prova. E, por último, foi muito importante eu ter lido uma entrevista do professor Gustavo Barchet em que ele explicava como tinha sido aprovado em diversos concursos estudando através das questões de provas antigas. No ano de 2005 eu procurei incorporar essa metodologia à minha preparação, e com certeza esse foi um fator essencial para o meu bom desempenho na prova de AFRF.

Vicente Paulo: Agora, vamos inverter a pergunta: o que você fez, mas não faria novamente em uma nova preparação para concursos?

Demetrio: Acho que eu não teria feito um curso básico, estilo “pacotão”, com aulas de todas as matérias. Também não teria começado o meu estudo pelas apostilas, mesmo que de boa qualidade. Logo quando comecei a estudar, procurei conversar com pessoas que já tinham passado por essa experiência de concursos. Minha mãe foi aprovada no AFTN de março de 94, então é claro que fui bastante influenciado pela experiência dela. Mas acho que hoje o mundo dos concursos é muito diferente do que era naquela época, pois com a internet e com as editoras especializadas os candidatos têm acesso a um material com qualidade muito superior ao que existia 11 anos atrás. Hoje o nível dos candidatos é altíssimo, é comum ver pessoas gabaritando provas de português, direito tributário e contabilidade. Eu demorei algum tempo para perceber essa realidade, hoje sei que durante o meu primeiro ano de preparação (2003) meu estudo foi muito superficial. Uma pessoa que comece a estudar hoje para um concurso do porte de um AFRF deve ter em mente que será necessário estudar no mínimo de 100 a 200 horas cada matéria básica, pois com certeza é o que seus concorrentes farão.

Vicente Paulo: Você sempre estudou sozinho, ou gostava de estudar com outros colegas?

Demetrio: Eu sempre gostei de estudar sozinho, isso porque eu preciso me concentrar muito quando estou lendo uma matéria pela primeira vez, acho difícil fazer isso junto com outra pessoa. Mas, depois de estudar um assunto, gosto de sentar com outras pessoas para discutir as dúvidas e resolver exercícios difíceis. Eu fiz muito disso através da internet, com meus amigos virtuais do fórum. Eu achava que esse tipo de estudo era muito importante para me manter sempre motivado, principalmente quando não havia notícias do edital de AFRF. Há muitas pessoas que acham que o estudo em grupo é pouco produtivo, mas acho que ele pode ser bastante útil desde que seja complementado com muito estudo individual.

Vicente Paulo: Você faria resumos das disciplinas, ou acha isso perda de tempo? Que dica você daria para os candidatos sobre esse ponto (fazer ou não fazer resumos)?

Demetrio: Quando eu comecei a estudar fazia resumos de todas as matérias. Eu fixava melhor o conhecimento desta maneira. Fazia resumos à mão mesmo, sem computador. Isso porque eu sentia que os conceitos ficavam mais marcados na minha memória quando eu mesmo escrevia os resumos. Eu usava lápis para poder alterá-los depois se fosse necessário. Mas com o tempo fui percebendo que esse era um processo muito demorado, fiz tantos resumos que eu não conseguia mais ler todos eles quando precisava revisar. Quando comecei a trabalhar na CVM ficou impossível continuar assim. Então eu mudei o meu método de estudo. Ao invés de fazer resumos, passei a grifar as partes mais importantes dos livros e a reler esses grifos quando precisava fazer uma revisão. Se por um lado eu não fixava tão bem as informações, acho que meu estudo avançava mais depressa dessa forma.

Acho o seguinte: se a pessoa está estudando uma matéria pela primeira vez, com bastante tempo disponível, fazer um resumo é uma coisa bem legal, com certeza assim ela fixará melhor o conhecimento. Mas se o tempo estiver curto, acho desnecessário fazer resumos. Em algumas matérias de direito, pode-se usar a própria lei como um resumo: por exemplo, em direito tributário, eu fiz um resumo de 50 páginas do livro do João Marcelo Rocha, só que o próprio CTN tinha 50 páginas, então na hora de revisar eu nem lia o meu resumo, lia o próprio CTN. Quando eu lia algum artigo do CTN com redação confusa, lembrava da explicação que já tinha visto no livro. Em contabilidade meu resumo eram algumas provas antigas da ESAF, sempre que eu tinha que revisar eu refazia essas provas mais uma vez, isso era mais eficiente do que ler novamente a teoria.

Vicente Paulo: Você fez muitos exercícios de concursos anteriores, ou dedica-se somente ao estudo da teoria?

Demetrio: Depende da fase do estudo. Quando eu estava estudando as matérias básicas pela primeira vez eu passava 70% do meu tempo estudando a teoria e 30% fazendo exercícios. Mas conforme eu fui avançando no estudo dessas matérias, fui deixando cada vez mais a teoria de lado e passei a dedicar 100% do tempo aos exercícios. Eu procurava estudar através das questões de prova, seguindo o método do professor Gustavo Barchet (vi esse método na entrevista dele no vemconcursos e na aula zero de administrativo que estava disponível no site do ponto): lia a questão e procurava comentá-la mentalmente, fundamentando todas as respostas no material que eu tinha estudado. Se a questão copiava algum artigo de lei, eu pegava essa lei e dava uma lida rápida no artigo para refrescar a memória. Esse era o tipo de estudo que eu considerava mais importante para a prova: eu já não tinha mais como objetivo aprender novos conceitos, o que eu queria era automatizar o conhecimento que tinha adquirido, dar agilidade ao raciocínio.

Isso é o que considero mais importante na hora da prova: ter muita velocidade, agilidade para resolver os testes e ter feito infinitas vezes exercícios parecidos com as questões que forem cobradas. Só para mostrar como esse tipo de estudo foi importante: quando fiz a prova de direito administrativo de AFRF, lembro que eu tive a sensação de que já sabia a resposta de várias questões sem nem precisar ler as perguntas até o final. Depois, quando cheguei em casa, comparei essa prova de AFRF com as provas antigas da ESAF que eu tinha feito e vi que, daquelas 20 questões, 16 delas tinham sido copiadas de provas antigas, de forma literal. E eu acertei todas, pois como já tinha feito essas provas várias vezes eu sabia exatamente quais eram as respostas.

Vicente Paulo: Você fez cursinhos com vários professores, até me citou aqueles que, segundo você, fizeram a diferença na hora da prova. Como aproveitar melhor as aulas dos cursinhos? Eu sempre estudava previamente a disciplina, antes de freqüentar o cursinho. Você acha que esse é um bom caminho para aproveitar melhor as aulas?

Demetrio: Eu acho que a melhor maneira de aproveitar as aulas é tentar, na medida do possível, estudar o básico daquela matéria antes de freqüentar o cursinho. Isso porque quando assistimos uma aula mais aprofundada, em que o professor entra bastante nos detalhes, é quase impossível absorver tudo se não temos uma base anterior naquela matéria. Além disso, se o aluno já tem alguma noção da matéria ele consegue perceber com mais facilidade se aquela aula realmente vale a pena ou se o professor só está “enrolando”. Em 2004 eu tive muita sorte pois logo após ter terminado a leitura dos livros básicos eu tive a chance de fazer vários cursos excelentes aqui em São Paulo, justo dessas matérias que tinha acabado de estudar sozinho. Então o aproveitamento das aulas foi total.

Mas se não for possível estudar a matéria com antecedência, uma coisa bastante interessante a se fazer é gravar a aula para ouvir depois. Eu fiz isso com a aula de previdenciário do professor Fábio Zambitte: em 2004 fiz o curso teórico com ele porque também pensava em prestar o AFPS. Como esse concurso não era meu objetivo principal, acabei deixando essa matéria de lado, e por isso meu aproveitamento nesse curso foi muito baixo. Mas em 2005, quando tive que estudar direito previdenciário para o AFRF, logo após de estudar essa matéria pelos livros eu ouvi novamente a gravação do curso que havia feito, aí sim tive uma boa assimilação.

Outra coisa importante é o candidato sempre ter em mente que para cada hora de aula que ele assiste será necessário que ele estude sozinho mais 3 ou 4 horas para assimilar aquelas informações. Por mais que a aula no cursinho seja importante, com certeza o que faz a pessoa passar é o estudo individual, as horas de bunda na cadeira... Vi muita gente nos cursinhos passavam o dia todo só fazendo aulas, pois achavam que as aulas iam fazer com que fossem aprovados. Na realidade eu acho que o curso só é responsável por 10% da aprovação, o resto depende do próprio candidato.

Acho que só vale a pena assistir aulas se a pessoa tiver tempo de se dedicar sozinha em casa por pelo menos 3 vezes o tempo que gastará naquele curso. Quando saiu o edital de AFRF-2005, eu lembro de que como eu trabalhava e não poderia tirar férias, escolhi fazer um curso apenas: Comércio Internacional com o professor Rodrigo Luz. Eu já sabia que ele era um professor excelente e que seria difícil estudar essa matéria sozinho, já que quase não havia material direcionado para concursos. Decidi não fazer nenhum curso das outras matérias novas, pois sabia que não teria tempo para assistir aulas e estudar em casa também. Preferi estudar economia, finanças públicas, e direito internacional apenas por livros.

Vicente Paulo: Que tipo de cursinho você aconselharia no início e no término de uma preparação?

Demetrio: Quando eu comecei a estudar fiz um curso básico, estilo “pacotão”, com todas as matérias. Mas não aconselho ninguém a fazer o mesmo. Hoje acho que o ideal é o candidato começar a sua preparação estudando sozinho, com um material de boa qualidade e direcionado para concursos. E, logo em seguida, após ter uma noção básica das matérias, ele pode procurar se informar com outros concurseiros quais são os melhores professores de cada matéria e fazer um curso em módulos, em que ele só fará as disciplinas que quiser e com os professores que escolher. Sempre é bom se informar com os outros concurseiros sobre quais são os cursos que valem a pena, tentar assistir uma aula gratuita para ver se o professor é bom mesmo, e ,se for possível, gravar as aulas para ouvi-las novamente depois de ter estudado a matéria com profundidade. No término de uma preparação o ideal é fazer somente as aulas estritamente necessárias, como por exemplo as das matérias que são novidades e para as quais não existe um material de boa qualidade para o estudo autodidata.

Vicente Paulo: Se em vez de estudar para o concurso de Fiscal de São Paulo, você recebesse hoje a incumbência de orientar os estudos de um candidato que está iniciando os estudos na área fiscal, quais seriam as suas orientações? (fique à vontade para escrever, pode escrever quantas linhas/páginas quiser, acho essa pergunta uma das mais importantes desta entrevista)

Demetrio: Bem, antes de tudo eu aconselharia o candidato a ler o livro “como passar em provas e concursos” do Willian Douglas. Essa foi a primeira coisa que eu fiz quando comecei a estudar, e com certeza fui bastante influenciado por algumas idéias que li neste livro. Algumas das dicas não serviram para mim, mas a maior parte do que li acabou sendo incorporado de alguma forma à minha rotina de preparação.

Eu montei um quadro com todas as matérias que eu planejava estudar, com uma meta de horas de estudo de cada uma, assim como um espaço para preencher com as horas que tinha efetivamente conseguido estudar. Sempre estudava com um relógio digital ao lado, marcava a hora exata em que tinha começado e terminado, descontava os minutos que tinha perdido indo ao banheiro, atendendo telefone e com outras distrações. Só registrava naquele quadro as horas “líquidas” de estudo de cada matéria. Isso era bom porque me mostrava a realidade: às vezes eu tinha ficado “estudando” das 8:00 às 22:00, mas só tinha realmente estudado umas 6 horas. Com isso passei a me policiar mais para aproveitar melhor o tempo. Ao mesmo tempo, com esse quadro eu sabia exatamente quanto eu tinha me dedicado para cada matéria, se tinha deixado alguma de lado, etc...

Sempre procurei estudar mais de uma matéria de cada vez. Criava um ciclo com 5 ou 6 matérias e estudava 1:30h cada uma, procurando fazer um intervalo de 10 a 15 minutos entre uma matéria e outra. Há pessoas que preferem estudar somente uma matéria por vez, mas eu não conseguia ficar muitas horas estudando a mesma coisa com concentração total. Com certeza essa é uma forma de chegar mais rápido no final do livro, mas isso não quer dizer que a pessoa assimilou tudo. Alternando as matérias eu conseguia ficar estudando com alta concentração por até 13 horas seguidas.

Hoje eu percebo claramente como a preparação para a área fiscal envolve várias fases diferentes. Num primeiro momento, o objetivo do candidato é aprender as 5 matérias básicas: direito constitucional, administrativo, tributário, português e contabilidade geral. Nessa fase o estudo é muito mais teórico e voltado para a parte conceitual das matérias. É quando ele irá fazer os resumos, as aulas nos cursos preparatórios. Essa é a fase mais demorada e que consome 50% do tempo de toda a preparação, pois essas são as matérias mais complexas da prova e com conteúdo muito amplo. Além disso, é preciso que o candidato estude essas 5 matérias como se ele tivesse querendo gabaritar as provas, pois hoje a maioria dos candidatos aprovados acerta de 70 a 80% nessas disciplinas, então é preciso garantir ao menos essa pontuação.

A segunda fase é aquela em que o candidato já tem uma boa base nas 5 matérias básicas, então seu estudo dessas matérias passa a ser muito menos conceitual e muito mais decorativo, voltado para fazer as questões de provas e leitura da lei seca. É um estudo de revisão e aprofundamento, que ocupa cerca de 30% do seu tempo. Nos outros 70% ele irá estudar as matérias específicas (inglês, matemática financeira, estatística, informática, economia, previdenciário, DIP), que são matérias de menor complexidade e com menos peso na prova. Nessas matérias ele não precisa se preocupar em gabaritar, porque não são elas que decidem a aprovação. Apenas é preciso ter um desempenho razoável para passar (60 a 70% de acertos em cada).

Na terceira fase o candidato terminou de estudar todas as matérias (as básicas e as específicas), então deve procurar concentrar 100% do tempo para resolver questões de provas e decorar a legislação. Nesse ponto aquilo que era a maior dificuldade no início dos estudos, a parte conceitual, deixa de ser um problema. Dificilmente o concurseiro erra uma questão porque não sabe um conceito. É mais fácil ele errar uma questão que pede um artigo totalmente inútil da lei do SIMPLES ou da lei de licitações, por exemplo. Ou alguma coisa que está na parte final da Constituição Federal. Então o que ele deve procurar fazer é resolver todas as provas antigas de concurso, anotando todas as pegadinhas que ele for encontrando, prestando atenção de onde a ESAF tira as perguntas (se é do texto de alguma lei, se é de súmula, etc...). Nessa terceira fase o candidato não aprende mais nada de novo, o que ele faz é automatizar o conhecimento que ele já adquiriu: ele se torna uma máquina de resolver testes, consegue fazer uma prova complicada de português ou contabilidade na metade do tempo que levaria na fase dois. E dificilmente ele erra uma questão que transcreve alguma legislação de forma literal, mesmo que seja um artigo inútil. Essa é a parte mais gostosa do estudo, em que o concurseiro começa a ver o resultado de tudo o que fez até então, começa acertar 80%, 90% das provas. Ele percebe que mesmo que tiver azar no dia da prova (caso a prova seja atípica, ele fique nervoso, com dor de barriga, etc...) ele vai conseguir ser aprovado. Isso porque ele atingiu um nível de conhecimento tão alto que, mesmo que seja prejudicado por esses fatores aleatórios, é impossível que ele não passe.

Essas são as minhas impressões mais genéricas sobre a preparação para a área fiscal. Isso se aplica a qualquer prova de concurso de múltipla escolha, de qualquer banca examinadora, e por isso mesmo já está comentado em vários livros de técnicas de estudo. Mas eu também gostaria de transmitir para aqueles que estão começando a estudar alguma coisa mais específica, isto é, quais são os melhores livros para estudar, quais são as manhas para estudar cada uma das matérias que compõem o programa de AFRF, a que pontos se deve dar mais importância, etc... Isso é algo que só quem estudou recentemente para esse concurso pode dizer, e é claro que envolve um lado muito subjetivo, provavelmente alguns livros que agradam muito algumas pessoas são odiados por outras...

[...]

Vicente Paulo: Deme (falaram-me que você é conhecido na web assim!), foi uma grande satisfação ter mantido esse contato contigo. Considero-me uma pessoa razoavelmente disciplinada, determinada, e tenho uma grande admiração por pessoas como você, jovem, que pensa grande, que não se acomoda, que vai à luta, na concretização de sonhos. Muito obrigado por esta entrevista, pelo respeito dispensado ao meu trabalho (e ao de outros professores do site). Tenho certeza de que suas palavras “viajarão” pelas mentes de muitos concursandos desse imenso País, de norte a sul, como um grande incentivo para continuarem na luta, para não se entregarem ao desânimo. Muitas realizações, a você e a todos os seus próximos, que têm a felicidade de conviver com uma pessoa tão positiva! É isso, Deme, pessoas como você merecem ir longe, e eu tenho certeza de que você irá, sei que ainda ouvirei falar muito nesse tal “Deme” por aí...

Infelizmente o Deme faleceu em 2011.

Por um mês sejamos todos fãs de 'fútbol'

Comercial da Kia: Por um mês sejamos todos fãs de 'fútbol'.




O site BrainStorm9 publicou:

Para os norte-americanos, futebol é aquele (estranhamente) que é jogado predominantemente com as mãos. É o futebol do touchdown, da NFL, do Super Bowl… Já por aqui – e em diversos outros países do mundo – futebol é bola no pé, com raros casos de bola na mão. Maradona que o diga.

E é esse futebol moleque e cheio de gingado que Adriana Lima tenta ensinar aos gringos em três novos filmes da Kia, que é parceira oficial da FIFA. Com criação da David&Goliath de Los Angeles e produção da MJZ, a modelo invade ambientes masculinos para explicar o que é o futebol em seu país, de um jeitinho bem convincente.






14 junho 2014

Rir é o melhor remédio



Essa vai especialmente para a minha amiga de desespero, Lu Miyuki. *.* Somos a prova viva: quando o mestrado acabar, você esperará alguns anos e depois conseguirá rir um pouquinho de todo o aperto que passou! ;) Então engole o choro e vai estudar!

Teste da semana


Este é um teste para verificar se o leitor está atento ao que foi notícia sobre a contabilidade:

1) Foi publicada uma lista com os profissionais mais difíceis de se encontrar. Contador ficou em



12º

2) Lemos o resultado de algumas investigações publicadas pelo Estado de São Paulo envolvendo uma empresa, paraísos fiscais e quem seriam seus reais acionários. A empresa em questão é a
Bertin
Blessed
JBS
Petrobras

3) Aprendemos também que os tributos a recuperar
estão sendo cada vez mais utilizados por empresas importadoras de eletrônicos
estão relacionados com as exportações das empresas
são passivos devidos ao governo que têm apresentado alto grau de inadimplência
serão acrescentados à Demonstração do Resultado Abrangente

4) A princípio pessoas possuem assinaturas, mas empresas não. Curiosamente pudemos uma exceção no relatório anual da Sonae Sierra Brasil. Isso porque a empresa de auditoria _____ assinou o parecer.
Boucinhas & Campos
Deloitte Touche Tohmatsu
Lopes, Machado
Moore Stephens

5) O blogueiro e amigo Vladmir Almeida nos chamou a atenção para algumas publicações do CFC. Qual não está entre elas?
A publicação de um livro sobre eleições transparentes
Norma sobre relatório do auditor independente em instituição financeira
Nova identidade visual do sistema CRC
Relatório de auditoria do evento Copa do Mundo

6) A Demonstração dos Fluxos de Caixa está classificada em três grandes grupos: ______ mostra se a empresa está conseguindo obter recursos com os seus ativos; _____ apresenta a relação com aqueles que fornecem os recursos financeiros para a empresa; _______ mostra as aplicações em máquinas, equipamentos, terrenos etc.
Financiamentos, Investimentos, Operacional
Investimentos, Financiamentos, Operacional
Operacional, Financeiro, Investimentos
Operacional, Investimentos, Financeiros

7) Esta semana foi sancionada a lei:
que reserva aos negros 20% das vagas de concursos públicos federais do Poder Executivo
da Palmada
do marco civil da internet
Azeredo e Carolina Dieckmann

8) A Lei 12.741 foi sancionada pela presidente Dilma Rousseff em dezembro de 2012 e entraria em vigor a partir de junho do ano passado. O prazo foi prorrogado por um ano e, agora, por mais seis meses. Do que trata esta lei:
concede incentivos fiscais a empresas ambientalmente responsáveis
institui e reconhece a carreira de pesquisador no Brasil
prevê a informação do valor aproximado de ICMS, IPI, ISS, PIS/Cofins, IOF e Cide
regulamentação da profissão de contador público

9) O carro mais econômico testado pelo Inmetro é o
Peugeot 206
Renault Clio
Smart Fortwo
Volkswagen Up!

10) O Brasil fez quantos gols no jogo de estreia da Copa:Brasil x Croácia?
1
2
3
4

1)12; 2)JBS; 3) exportações; 4) Deloitte; 5) Copa do Mundo 6) Operacional, Financeiro, Investimentos; 7) cotas 8) valor aproximado dos impostos; 9) Clio 10) depende do ponto de vista.

Se acertou 9 ou 10 = bom leitor e boa memória; 7 ou 8 = sem muita preocupação com o que acontece de importante no mundo contábil; 6 ou 5 = sorte ou azar?

IPO: Isenção de impostos para pequenas empresas

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciará na próxima segunda-feira [16/06] medidas para incentivar o acesso de empresas de médio porte ao mercado de capitais. [...] O pacote, há tempos aguardado pelo mercado, incluirá benefícios tributários a empresas e investidores que aderirem ao programa. [...]

O alvo das medidas são empresas com faturamento anual de até 400 milhões de reais.

As medidas são resultado de meses de discussão entre entidades do mercado e do governo para facilitar a captação de recursos do mercado por empresas sem porte para fazê-lo por meio de instrumentos mais conhecidos, como as ofertas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês) ou debêntures.

[...]

Para facilitar a listagem das companhias, a bolsa paulista apresentará regras mais flexíveis de free float mínimo*. O mínimo para empresas do Novo Mercado, mais alto nível de governança da bolsa, é de 25 por cento.

O Bovespa Mais, segmento de acesso criado pela bolsa para empresas menores, tem apenas nove companhias listadas e nem todas fizeram ofertas de ações. 



Listagem Bovespa Mais (clique na imagem para ampliá-la)

No evento sobre mercado de capitais na BM&FBovespa, na segunda-feira, Mantega também anunciará a regulamentação dos ETFs (Exchange Traded Funds), de renda fixa. Os ETFs são cotas de fundos que espelham índices e que são negociados no mercado. Os índices de renda fixa acompanham o desempenho dos títulos públicos.

"Os principais assuntos são as small caps e os ETFs de renda fixa", afirmou a fonte à Reuters.

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) aprovou em setembro passado a norma que permite a criação de ETFs de renda fixa, permitindo que gestores usem estratégias que reflitam o comportamento de índices de renda fixa no desempenho do fundo.

Fonte: Exame
Imagem: BM&FBovespa

Leia também: IPO numa empresa familiar

*Free float é a quantidade percentual de ações livres à negociação no mercado - não pertencem a acionistas estratégicos - como: controladores e diretores da companhia e acionistas que detenham mais de 5% do capital total da empresa.

Som Sabadell flashmob

Comemoração de 130 anos da fundação do Banco de Sabadell


13 junho 2014

Rir é o melhor remédio


Viaa @Estadao

Curso de Contabilidade Básica: Impostos a Recuperar

É sempre estranho imaginar que podemos ter um ativo chamado “impostos”. Parece brincadeira, mas é verdade. Uma situação onde isto acontece é quando se exporta um produto e o governo, para melhorar a balança comercial, concede um “prêmio” para a empresa da seguinte forma: na próxima vez que você pagar imposto, você poderá reduzir o que tem a pagar pela exportação que foi realizada.

Suponha um exemplo bem simples: a empresa exportou produtos com o custo de $100, sendo $10 de impostos. O governo permite que numa venda interna você possa abater do imposto que a empresa iria pagar o valor de $10. Assim, este valor é um ativo da empresa.

Em algumas empresas o valor desta conta de ativo é expressivo. É o caso da Minerva S/A, um frigorífico. Nesta empresa o valor de “impostos a recuperar” de curto prazo representou 11% do ativo no último trimestre. Mas já chegou a 16% no passado. De qualquer forma, são 560 milhões de reais de tributos a recuperar de curto prazo. Se somarmos o longo prazo este percentual é de quase 20% ou 920 milhões de reais.

São valores expressivos. Ao verificar as demonstrações da empresa o leitor poderá observar o seguinte trecho:



Ou seja, os tributos a recuperar estão relacionados com a exportação da empresa. Quanto maior a exportação, maior o saldo de impostos a recuperar. Para verificar isto, o gráfico abaixo tem plotados a receita de exportação trimestral e o saldo de tributos a recuperar. Realmente os dois valores apresentam um comportamento próximo ao longo do tempo. (A correlação, que mede a relação estatística entre as duas variáveis, é de 0,86)

Assinatura

As pessoas possuem assinatura. Mas uma empresa tem "assinatura"? A resposta óbvia seria "não". Mas veja o Relatório sobre a Revisão de Informações Trimestrais da Sonae Sierra Brasil referente ao primeiro trimestre de 2014:

Posicionamento do Blog sobre cotas

Caro Leitor Anônimo,

Em duas postagens sobre cotas, o senhor utilizou argumentum ad hominem para responder a Isabel, autora deste blog. Se o senhor é a favor de cotas para negros, utilize contextos e palavras respeitosas para defender seu posicionamento. Entendemos a cota aos deficientes físicos. Apoiamos. Apresente as suas justificativas para as cotas raciais e aí, quem sabe, mudemos de opinião. 

Mas não aceitaremos que a nossa página, como ocorre em outras, vire palco para desrespeito e debates de baixa qualidade argumentativa. Nós postamos o que condiz com a nossa opinião. Não é o nosso objetivo mostrar as diversas nuances de cada assunto aqui tratado. O mundo não é preto e branco. Não o enxergamos assim. Não escreveremos dissertações com parágrafo a favor, um segundo contra, finalizando com um parágrafo conclusivo. Leia outro veículo se é isso que espera.

Não ataque, intimidade ou ameace os nossos blogueiros. Entrar neste espaço para desqualificar ou humilhar os autores do Blog Contabilidade Financeira- um empreendimento de propagação de informação, cultura e entretenimento- é extremamente  desrespeitoso e abusivo. O Blog é fruto de muito trabalho e dedicação. Respeitamos todos os leitores e não destratamos ninguém. Estamos abertos ao debate, mas por favor, faça-o com modos ou não o faça.

Por fim, ressaltamos que, até o momento, o Blog Contabilidade Financeira é contra cotas para negros.




Cientistas Lego

The 84-year-old toy brand releases its first all-female scientists minifigure set this summer.


A Lego set featuring a female astronomer, a female paleontologist, and a female chemist will be released in August.

Fonte: National Geographic

12 junho 2014

Notícias do CFC

Vladmir Almeida publica três notícias do CFC: (1) a publicação de um livro sobre eleições transparentes; (2) norma sobre relatório do auditor independente em instituição financeira; (3) nova identidade visual do sistema CRC

Rir é o melhor remédio


Curso de Contabilidade Básica: Ativos Financeiros mensurados a valor justo

É muito comum nas empresas que a grande maioria dos ativos esteve concentrada em duas ou três contas. Nestas situações, o usuário deve tomar um cuidado redobrado com estes itens e com aqueles índices onde estas contas aparecem. E se uma conta representar 80% do ativo? Neste caso, o cuidado deve ainda ser maior.

Esta é a situação da Multiplus. No último balanço, o valor de “ativos financeiros mensurados ao valor justo” foi de 1,25 bilhão para um ativo de 1,54 bilhão. Isto representa 81% do ativo (em 2012 era 65%):

Observe o leitor que ao lado do nome da conta tem uma indicação de uma nota explicativa. Diante da elevada percentagem é quase obrigatório à leitura desta nota. Vamos ao seu texto:

Esta parte inicial é para mostrar como são calculados os instrumentos financeiros. No nível 1 estão os instrumentos que possuem mercados ativos e seu valor é fácil de identificar. No nível 3 são os ativos que são estimados de maneira mais “precária”. Assim, devemos ficar mais tranquilos com a mensuração do nível 1, mas não tão tranquilos com o nível 3. A empresa informa qual a parcela de ativos estão em cada nível através de uma tabela. Destacamos os valores do final de 2013:

É possível notar que a esmagadora maioria são investimentos do nível 1, ou seja, aqueles onde é fácil fazer a estimativa. Mas o que seriam os “fundos de investimento restrito”. A própria tabela informa que são “aplicações em títulos públicos, privados e CDBs”. Só isto. 80% do ativo de uma empresa aplicados num ativo sem muita informação.
A empresa, neste caso, deveria detalhar qual a parcela aplicada em cada um destes itens. Mais recentemente, no primeiro trimestre de 2014, a empresa apresentou a seguinte informação sobre estes ativos (que representam ainda 80% do ativo):


Melhorou? Honestamente não.


Frase

Cada vez que você ver a palavra EBITDA substitua pelas palavras "bulls*it earnings´

Charlie Munger - Fonte: Aqui

Mais sobre cotas e educação

“Nada tão permanente como um programa temporário de governo”, dizia Milton Friedman. Duas piadas de mau gosto são repetidas há anos quando o assunto é cotas raciais: que se trata de uma medida temporária para combater injustiças históricas, e que se limitarão à ajuda básica para nivelar as oportunidades.

Qual governante vai ter a coragem de retirar um privilégio concedido a um grupo organizado? Nenhum. A medida será permanente, segregando o país entre “negros” e “brancos” para sempre. E quem disse que as cotas ficarão restritas ao apoio básico para igualar oportunidades? Nada disso. O governo vai arrombar cada vez mais espaços para estender tais privilégios, pois quando se dá a mão, logo se pede o braço todo.

Primeiro, cotas para universidades, pois o ensino básico é ruim. Não resolvem nada? Os universitários cotistas saem sem condições de igualdade para participar de concursos? Então cotas para concursos públicos! De quanto? 20%. Por quanto tempo? 10 anos. As piadas sem graça…

O Frei David Santos, da ONG Educafro, um dos grandes defensores das cotas para concursos públicos, a ponto de ter sido convidado pela presidente Dilma para a assinatura da medida, agora já começa a criticar a regra. Os 20% são muito pouco, diz ele. Tem que ser 35%! E quem vai julgar? 

Pode haver abuso. É preciso, portanto, criar um “tribunal racial” para verificar quem é negro mesmo: Se não tivermos uma fiscalização no critério da autodeclaração, haverá uma enxurrada de processos. Essa lei precisa ser emendada logo. Em um mundo ideal, onde todos agissem de boa-fé, não precisaria haver comissão. Não é o caso.

Fiscalizadores da raça! Eis o que essa gente vai instaurar no Brasil, e que remete aos tempos nazistas. Teremos um tribunal cobrando provas dos ancestrais? Teremos burocratas comparando fenótipos e determinando quem pode ser visto como negro, em um país miscigenado em que 40% se declara pardo?

Seria o caso de perguntar, como quem não quer nada: por acaso o próprio Frei David Santos passaria por esse critério subjetivo? Não esqueço de um Fórum da Liberdade em Porto Alegre, em que ele defendia as cotas para negros, enquanto o outro palestrante, Franklin Cudjoe, africano de Gana e realmente negro, com pele bem mais escura do que o frei mulato, atacava com veemência a medida que segrega a única raça existente, a humana, em dois grupos distintos. O contraste era digno de uma propaganda da Benetton…

Rodrigo Constantino

Perfil de Sucesso: Simon Pitel

Hoje eu orgulhosamente vou puxar sardinha para alguém sensacional. Um exemplo para quem quer se aventurar no mundo dos negócios heim. Além de gerenciar o histórico restaurante Roma, o Simon Pitel é Cidadão Honorário de Brasília!

Repostando uma publicação do Eu Estudante, CorreioWeb: "Perfis de Sucesso", por Mariana Niederauer

Tudo pelo freguês
À frente do restaurante Roma, uma tradição da W3 Sul, empresário recebe de 4 a 5 mil clientes por mês

 (Ana Rayssa/Esp. CB/D.A Press)

O belga Simon Pitel chegou a Brasília em 1958. Jovem, ele fez de tudo um pouco para se sustentar na capital que nem havia sido inaugurada. Trabalhou como camelô durante dois meses e chegou a abrir a própria loja de roupas, no Núcleo Bandeirante — que na época ainda se chamava Cidade Livre. Mas foi em março de 1964 que ele investiu no empreendimento que marcaria sua vida: comprou, do italiano Luigi Brandi, o restaurante Roma. Cinquenta anos depois, Simon continua no comando da casa mais tradicional da W3. “Hoje, o Roma é um hobby para mim. Tenho muito amor pelo local”, conta.

Carinho que é compartilhado pelos brasilienses também, e graças a uma das escolhas mais difíceis que o empresário precisou tomar à frente do estabelecimento. O Roma foi inaugurado dias antes da capital, em 15 de abril de 1960 e, por volta da década de 1970, ainda era das poucas opções de gastronomia da cidade. Por isso, passou a receber visitas de ministros, deputados e senadores. “O Roma nunca foi um restaurante de classe alta, sempre foi três estrelas. Então, ou eu subia de categoria ou eles desciam a escada. Eu fui obrigado a optar”, conta.

O empresário decidiu manter as características originais do restaurante e não se arrependeu. “Acho que fiz uma boa escolha, pois mantive a minha freguesia, que é muito mais ampla. Hoje, estou sobrevivendo razoavelmente bem em uma W3 deserta por conta dessa aposta e da tradição que eu criei”, orgulha-se. E a tradição, para ele, não se resume aos arcos da fachada, ao bar da entrada ou aos dois salões que completam o espaço. Os principais componentes, na opinião do dono, são a qualidade da comida, o respeito ao consumidor e a fartura: um casal que vai ao Roma gasta, em média, R$ 100 na refeição, pois o prato permite que duas pessoas comam, e tudo isso com o mesmo custo operacional.

Os cerca de 30 funcionários do estabelecimento têm tempo médio de 15 a 20 anos de casa e atendem de 4 a 5 mil clientes por mês, principalmente nos fins de semana. Para Simon, que nunca havia visitado um restaurante pela cozinha antes de comprar o Roma, um dos principais aprendizados foi justamente saber ouvir e observar o freguês. “É preciso saber se ele come com satisfação, se ele se despede calorosamente. Isso tudo tem um significado. O cliente não tem que agradecer, porque não faço mais do que a minha obrigação, mas se, mesmo assim, ele agradece, é sinal de que fizemos algo certo.”

Aprendizado
Simon chegou a ter três restaurantes à la carte na W3 e ainda criou uma rede de fast-food com sete lojas, o King’s Burguer. Hoje, ele mantém apenas o Roma e avalia que a expansão não foi a melhor opção. “Eu devia ter planejado melhor e ter criado um capital de reserva maior. A expansão precisa ser feita com investimento próprio”, sugere.

Outra dica do empresário para quem pretende ter o próprio negócio é ponderar muito a decisão, pois não é fácil abrir ou manter um restaurante na cidade, em razão do investimento necessário. No início, ele lembra que a situação era bem diferente e que as pessoas confiavam umas nas outras em Brasília. Bastava boa vontade para abrir um negócio. “Tivemos o privilégio de ser pioneiros e, como a cidade era pequena, não precisávamos lidar com grandes investimentos.”

11 junho 2014

Rir é o melhor remédio


Curso de Contabilidade Básica: Observando o fluxo de caixa ao longo do tempo

A Demonstração dos Fluxos de Caixa está classificada em três grandes grupos: o caixa oriundo das atividades operacionais mostra se a empresa está conseguindo obter recursos com os seus ativos; o caixa de financiamento apresenta a relação com aqueles que fornecem os recursos financeiros para a empresa; e o caixa de investimento mostra as aplicações em máquinas, equipamentos, terrenos etc. No longo prazo, o caixa das atividades operacionais deve ser positivo e os dois outros grupos podem apresentar variação conforme as decisões tomadas pelos gestores da empresa.

Vamos mostrar o exemplo da Multiplus. Esta empresa apresenta uma receita de quase dois bilhões de reais vendendo pontos de programa de fidelidade. A figura a seguir apresenta os valos da DFC de 2010 até o primeiro trimestre de 2014.

A linha azul mostra o Fluxo de Caixa das Operações. Durante todo o período o seu valor foi positivo, exceto no primeiro trimestre de 2010, no terceiro trimestre de 2011 (um valor reduzido) e no primeiro trimestre de 2013. O fluxo de caixa de investimento, a linha vermelha, é muito próximo do eixo horizontal, indicando que seus valores são reduzidos. A empresa funciona com menos de duzentos funcionários e seu ativo imobilizado é de 9 milhões somente. Já o fluxo de financiamentos também variou pouco no período com duas importantes exceções: o primeiro trimestre de 2010 e o segundo trimestre de 2011. Vamos olhar para o que ocorreu nestas duas datas. No primeiro trimestre de 2010 a empresa teve aumento de capital em razão da oferta de ações na bolsa de valores. O valor deste aumento foi de quase 700 milhões. Na mesma data, a empresa reduziu os “adiantamentos a fornecedores” em 600 milhões e isto explica o comportamento do fluxo das operações. No segundo trimestre de 2011 a empresa reduziu o seu capital em quase 600 milhões. Esta é uma operação pouco comum de ocorrer e teve efeitos sobre o fluxo de financiamento, com o pagamento a acionistas.

Só para finalizar, no primeiro trimestre de 2013 o fluxo das operações foi negativo em razão da redução dos “adiantamentos a fornecedores”.


Lei de Cotas


A ministra da Secretaria de Promoção de Políticas de Igualdade Racial (Seppir), Luiza Bairros, disse hoje (9) que vai emitir um documento garantindo a interpretação requerida pela lei que dispõe sobre cotas no serviço público, sancionada nesta segunda-feira (9) pela presidenta Dilma Rousseff. O parecer vai permitir, segundo a ministra, que a lei seja aplicada igualmente pelas várias empresas e instituições da administração pública federal, além dos ministérios.

“O que nós fazemos com essa atitude é não subestimar a vontade de setores conservadores de impedir que a lei seja aplicada, ou de desmoralizar o seu processo de aplicação”, disse Luiza Bairros. “Não tenham nenhum temor com relação à possibilidade de que se crie algum tipo de instância que pejorativamente tem sido chamada de tribunal racial”, afirmou. A declaração foi feita em referência à previsão da lei de que o candidato será eliminado do concurso caso seja constatado que declarou de maneira falsa a sua cor.

Segundo a ministra, esse tipo de análise será feito com base em exemplos concretos à medida em que vier à tona, mas há a perspectiva de aproveitar o que já tem sido utilizado pelas universidades, cujas cotas para alunos de escolas públicas preveem que parte das vagas seja destinada aos negros. “O que temos agora é que consultar os ministérios públicos que receberam denúncias apresentadas por alguma pessoa da sociedade [sobre as cotas nas universidades], coletar um pouco das práticas para que essa experiência também seja bem aproveitada no governo federal”, disse.

“Nunca houve no Brasil nenhum questionamento quando se trata de usar pertencimento racial para discriminar negativamente os negros”, afirmou Luiza Bairros, sobre os casos históricos de racismo. “Essa postura de questionar a autodeclaração quando se trata de uma discriminação positiva nada mais é do que a reação de setores, que são residuais, mas que ainda existem na sociedade brasileira, e que querem tumultuar o processo de aplicação dessa medida”, declarou a ministra.

Luiza Bairros negou que seja um contrassenso o fato de o governo federal criar esse tipo de ações afirmativas, sendo que a proporção dos ministros é de pouca participação de negros. Para ela, essa será uma mudança gradual, à medida em que a própria Lei de Cotas no serviço público passe a ser aplicada.  [1]

“Você não chega a um cargo de ministro [2]sem que tenha acumulado, seja do ponto de vista técnico, seja do ponto político-partidário, uma presença que tenha algum peso dentro daquela área que você trabalha”, disse, explicando que esse tipo de contradição se reflete em vários setores da sociedade, onde a maioria das pessoas com cargos elevados é branca.


Da Agência Brasil, via Papo de Concurseiro

[1] Eu reli esse parágrafo várias vezes, incrédula. Não tenho comentários. Só coloquei a marcação para vocês revirarem os olhos novamente. 
[2] Só existe ministro agora! Não votamos em prefeitos-celebridade, deputados semi-analfabetos? Vamos colocar quota para tudo então, já que existe discriminação! Ou então vamos procurar aí uma justificativa plausível que não nos faça sentir mais idiot4s do que já estamos nos sentindo com tudo o quem vem acontecendo...



Homenagem à nata da malandragem




Analisando minha vida de estudante em colégios públicos durante os longos anos de ditadura militar no Brasil, tento não concluir que os militares decretaram suas quedas quando investiram pesado em educação como forma de promover o cantado milagre brasileiro do “este é um Brasil que vai pra frente”. O que os militares não imaginavam era que educando o povo eles estavam fortalecendo os ideais de liberdade e os movimentos sociais, políticos e estudantis, que foram fundamentais na queda do próprio regime em 1985, com Tancredo Neves eleito presidente do Brasil pelo voto indireto.

Diferentemente dos militares golpistas de 64, os novos ditadores sabem que a ignorância adestra, desmotiva e desmobiliza.

A infeliz realidade é que trocamos as baionetas pelas canetas que manipulam a classe política fomentando e implantando a ditadura da ignorância.
De diferente na área de educação nesses 25 anos, somente a tentativa frustrada do professor Darcy Ribeiro, que 1982 a 1986 no governo Leonel Brizola tentou passar a mensagem de que era necessário investir no ensino público de qualidade, principalmente, na base em fortalecimento da cidadania.
Ao invés de investir no ensino público os novos ditadores acenam ao povo com cotas racistas e centros vocacionais erguidos sobre as estruturas das concorrências fraudulentas, dos superfaturamentos escandalosos e da desvalorização e quase desintegração ou derretimento dos profissionais de educação.

Meus professores no regime militar são considerados hoje baluartes do magistério no Brasil.

Hoje tenho amigos envergonhados de dizer que são professores.

Mas, o que o Chico Buarque tem com este comentário?

Nada, o Chico só está meio perdido, desmobilizado, completamente sem motivos para protestar.
Foi-se a inspiração.

Bye Bye Brasil, a última ficha caiu no Brasil do orelhão.

Falta concentração nos estudos?

Tormento para a maioria dos candidatos, a falta de concentração quase nunca é um problema real, que dependa de tratamento. Em geral, a dificuldade é decorrente de questões simples e, felizmente, de fácil solução. O desafio de se concentrar pode ser ainda maior na preparação para concursos, por se tratar de um projeto de médio/longo prazo que, por isso, requer muita disciplina.

três fatores que atrapalham bastante a capacidade de manter o foco no estudo. O primeiro deles são necessidades fisiológicas não satisfeitas: fome, sede, sono, calor etc. De nada adianta iniciar o estudo com outras demandas desviando o foco. O ideal é criar uma organização para que esteja tudo em ordem no horário estabelecido para estudar, mas, em casos imprevistos, é preferível fazer uma pausa, resolver o desconforto e retornar com mais qualidade.

Como encontrar tempo para estudar
Outro fato que costuma comprometer o estudo é a dificuldade de afastar o pensamento de outras tarefas do dia a dia, ou seja, convencer o cérebro de qual é a prioridade do momento. Isso costuma ser solucionado a partir da definição precisa dos horários de estudo (com início e fim) e a distribuição de matérias que serão estudadas a cada dia. É muito útil elaborar um quadro/calendário do mês e ali colocar horários e tarefas de cada dia, não só referentes ao estudo, mas também às outras obrigações, os intervalos, o dia livre.

A partir disso, o candidato pode distribuir as disciplinas a serem estudadas, reservando mais tempo para as mais difíceis e menos para aquelas em que tem mais domínio. O planejamento mensal permite traçar metas de médio prazo – equilibradas e possíveis - e observar o aprofundamento do conhecimento em relação a cada conteúdo/disciplina. A cada mês, o candidato deve reexaminar sua situação diante dos conteúdos a serem estudados e ajustar a programação para o mês seguinte.

Dinamize o estudo
Por fim, um dos principais vilões da concentração, não só no estudo, é a monotonia. Já percebeu como uma conversa arrastada, em que a pessoa fala sempre no mesmo tom de voz, sem gesticular, faz com que a gente imediatamente comece a pensar em outras coisas? O mesmo acontece com o estudo. Se o candidato se limita a ler anotações ou livros, a tendência é que o sono apareça ou, no mínimo, os pensamentos ganhem “vida própria”.

O estudo torna-se bem mais interessante e produtivo quando se adota uma postura ativa diante da tarefa. A leitura da teoria seguida – a cada novo ponto – da resolução de exercícios didáticos com consulta àquele assunto facilita a compreensão e a fixação gradativa dos conteúdos, por causa do manuseio das informações.

É importante lembrar que a memorização ocorre a partir da repetição; então, no caso dos concursos, o candidato deverá retornar ao início de cada matéria diversas vezes, sempre que chegar ao fim dos conteúdos, até a sua aprovação. Assim, naturalmente, as informações ficarão guardadas na memória. Escrever fichas-resumo pode ser uma ajuda para revisões futuras.

Por Lia Salgado

Listas: Os Carros mais Econômicos

Fonte: Aqui

10 junho 2014

Rir é o melhor remédio

Copa do mundo é tempo de aprender geografia. Ou rir dos erros de geografia dos jornalistas. Eis o mapa do periódico L´Equipe:
Notaram o erro?

Curso de Contabilidade Básica: Informações adicionais sobre Empréstimos e Financiamentos

Os empréstimos e financiamentos representam uma fonte inestimável de recursos para as empresas. Mas representa também uma fonte de preocupação: afinal, grandes volumes de passivos onerosos, caso destes itens, aumentam o risco da empresa. Numa empresa, é comum que além das informações sobre os montantes de empréstimos e financiamentos também sejam apresentadas dados adicionais para melhorar a análise do usuário.

Vejamos o caso da Via Varejo, a empresa que abriga duas das marcas mais conhecidas do Brasil, o Ponto Frio e as Casas Bahia. A figura a seguir apresenta o balanço patrimonial trimestral:
 

É possível notar que os recursos de terceiros de curto prazo representam 57% do ativo. Destes, 3,1 bilhões e 0,7 bilhão são de empréstimos e financiamentos, de curto e longo prazo. Isto significa que 29% do ativo são financiados com recursos onerosos de terceiros. Nas notas explicativas da empresa existem algumas informações adicionais que são importantes para uma análise mais aprofundada. Vamos destacar duas delas. A primeira é a movimentação dos empréstimos. Esta pequena tabela mostra o que ocorreu de movimentação para justificar o comportamento dos empréstimos da empresa.

A tabela mostra que a empresa captou 1,2 bilhão de reais de empréstimos. Mas amortizou 1,35 bilhão. A outra informação que destacamos aqui é o cronograma de vencimento de empréstimos e financiamentos classificados como não circulantes.

É possível notar que a maior parte do valor irá vencer em 2015. Ou seja, o passivo não circulante, de “looongoo prazo” não é tão “looongoo” assim.