Translate

27 novembro 2012

Armadilhas comportamentais do Black Friday

Eis algumas armadilhas comportamentais do Black Friday (aliás, das compras):


But among the most potent reasons no sane person should participate in Black Friday is this: It is carefully designed to make you behave like an idiot.
The big problem with Black Friday, from a behavioral economist's perspective, is that every incentive a consumer could possibly have to participate — the promise of "doorbuster" deals on big-ticket items like TVs and computers, the opportunity to get all your holiday shopping done at once — is either largely illusory or outweighed by a disincentive on the other side. It's a nationwide experiment in consumer irrationality, dressed up as a cheerful holiday add-on.
As Dan Ariely explains in his book, Predictably Irrational, "We all make the same types of mistakes over and over, because of the basic wiring of our brains."
This applies to shopping on the other 364 days of the year, too. But on Black Friday, our rational decision-making faculties are at their weakest, just as stores are trying their hardest to maximize your mistakes. Here are just a few of the behavioral traps you might fall into this Friday:
This applies to shopping on the other 364 days of the year, too. But on Black Friday, our rational decision-making faculties are at their weakest, just as stores are trying their hardest to maximize your mistakes. Here are just a few of the behavioral traps you might fall into this Friday:
The doorbuster: The doorbuster is a big-ticket item (typically, a TV or other consumer electronics item) that retailers advertise at an extremely low cost. (At Best Buy this year, it's this $179.99 Toshiba TV.) We call these things "loss-leaders," but rarely are the items actually sold at a loss. More often, they're sold at or slightly above cost in order to get you in the store, where you'll buy more stuff that is priced at normal, high-margin levels. 
[...]Implied scarcity: This is when a store attempts to drum up interest in an item by claiming "limited quantity" or "maximum two per customer," which makes us think we're getting something valuable when we may not be. It's a staple of deceptive marketing, and at no time in the calendar year is it in wider use than on Black Friday. (There is also actual scarcity on Black Friday — when stores carry only a 50 or 100 of an advertised doorbuster item — which also introduces a risk that you'll be 51st or 101th in line and waste your time entirety. Both are bad.)
Confirmation bias: As Derek Thompson points out, many shoppers neglect to factor in the non-cash costs of their Black Friday trip — gas, parking, warranties, and rebates. (To say nothing of the vacation time lost to waiting in lines.) Shoppers want to believe they save money by going out on Black Friday, so they use only their per-item savings in calculating the benefits of their trip. But on a net basis, it's often not a very good deal.
Irrational escalation: This behavioral quirk is also known as the "sunk cost fallacy," and it means that people are bad at knowing when to give up on unprofitable endeavors. This happens a lot on Black Friday. If you've already made the initial, bad investment of getting up at 2 a.m., driving to the mall, finding parking, and waiting in line for a store to open, you'll be inclined to buy more than you initially came for. (Since, after all, you're already there, and what's another few hundred dollars?)
Pain anesthetization: One of my favorite pieces of shopping-related research is a 2007 paper called "Neural Predictors of Purchases" [PDF] which used fMRI scans of shoppers' brains to show how deeply irrational the purchasing process is. Researchers found that if a shopper saw a price that was lower than expected, his medial prefrontal cortex (the part of the brain responsible for decision-making) lit up, while higher-than-expected prices caused the insula (the pain-registering part) to go wild. That brain activity had a strong correlation to whether or not the shoppers ended up buying the products or not.
Economists typically think of consumer choice as dispassionate cost-benefit analysis by rational market actors — a bunch of people saying to themselves, "Will having this $179.99 TV now create more pleasure than having the $179.99 in my bank account to do other things in the future?" — but the 2007 study shows that shoppers don't actually behave that way at all. In fact, they're choosing between immediate pleasure and immediate pain.
[...]The problem, of course, is that those methods of short-term anesthetization often carry long-term consequences — like astronomically high interest rates and hidden fees.
Post-purchase rationalization: When we've bought something expensive, we tend to overlook its flaws or defects in order to justify our decision. On Black Friday, the investment is more than just financial — we've emotionally invested in the post-holiday ritual of standing in line with friends or family and enduring cold, dark misery for the shot at cheap electronics. 
[...]Of course, just by telling you to stay home on Black Friday, I may be triggering your reactance bias (the tendency to do the opposite of what someone tells you) and making you want to go bargain-hunting even more. In which case, good luck. You'll need it.



Idosos japoneses


The number of elderly criminals being caught by Japanese police has rocketed, the Japanese Justice Ministry said yesterday, with pensioners committing almost 50 times more assaults than two decades ago.
The number of criminals aged 65 or older booked by police last year increased by 475 from the previous year to 48,637, more than six times as many as 20 years ago, the ministry said in its latest white paper on crime.

26 novembro 2012

Rir é o melhor remédio




Sobre não falar inglês

Txto de Juliana Cunha, do blog Já Matei por Menos

Uma parte considerável do meu trabalho atual consiste em escrever sobre pesquisas novas que têm sido feitas nas áreas de saúde e comportamento. A maior parte dessas pesquisas vem de países de língua inglesa por motivos que eu sempre questiono, mas raramente consigo mudar.

Em geral, são os países mais ricos, com mais cultura acadêmica e que mais se empenham em divulgar as pesquisas que fazem. O meio acadêmico brasileiro é, na minha percepção, mais fechado em si mesmo, com mais desprezinho por jornalistas e menos sedução pelo mercado, o que faz com que se importe menos com a imprensa leiga (oi).

Quando me vejo diante de uma dessas pesquisas gringas, meu procedimento é quase sempre o mesmo: tento entrevistar os autores de fora e falar com pesquisadores brasileiros que possam contrapor/reiterar o estudo gringo.
Só recentemente consegui entender por que um trabalho tão simples — enviar o estudo por e-mail aos pesquisadores brasileiros, esperar eles lerem, ligar e conversar com eles — acaba sendo sempre tão complicado.

A imensa maioria dos professores e médicos que eu entrevisto me dá um fora assim que recebe o e-mail com o estudo. Não dá para dizer que é falta de tempo porque eu explico o procedimento logo na primeira conversa, antes de enviar qualquer coisa.

Começo a acreditar que o motivo seja um só: eles não falam inglês e não querem admitir isso para mim.

Para a classe média brasileira, saber inglês deixou de ser uma ferramenta ou uma habilidade. Não é sequer um “diferencial”, como os RHs gostavam de falar. Saber inglês é visto como condição fundamental para que a pessoa seja merecedora do cargo que ocupa. Não falar inglês é humilhante, algo a ser escondido.

Na prática está longe de ser assim. A maior parte das pessoas que eu conheço e que ocupa cargos legais merece estar nesses empregos mesmo tendo um domínio precário do idioma. As pessoas que eu entrevisto — ou tento entrevistar — para o jornal são todas destacadas em seus meios e, se eu estiver certa, poucas delas falam inglês com desenvoltura.

Falar um idioma é uma habilidade como outra qualquer, como cozinhar e jogar tênis, diz uma das minhas melhores professoras da Letras. É uma pena que as pessoas tenham transformado essa habilidade tão legal em um motivo de humilhação mútua e de competição.

Aqui na redação a coisa mais rara do mundo é uma pessoa ter coragem de fazer suas entrevistas em inglês na frente dos colegas. Quase todos recorrem às salinhas reservadas. E quase ninguém admite que ainda estuda o idioma — ou que gostaria de estudar — porque, afinal, são repórteres da Folha, o que vão pensar deles se souberem que não têm um bom inglês?

Fico impressionada que tanta gente no mundo seja ruim de matemática — uma habilidade muito mais básica — e assuma isso até com uma ponta de orgulho enquanto quem não sabe inglês tenha que trazer isso como um segredo sujo, uma mancha no currículo.

O certo não seria meus entrevistados me dizerem: “Oh sua fulana, você trate de traduzir isso pra mim. Meu inglês é péssimo, mas você depende de mim do mesmo jeito porque eu sou é foda naquilo que faço”?

Elaborando uma pesquisa

Escrito por Rodolfo Araújo para o blog PharmaCoaching.

À primeira vista, elaborar uma pesquisa não parece ser das tarefas mais complicadas do mundo. Você tem um assunto em pauta, sobre o qual gostaria de colher algumas informações e tudo o que precisa fazer é organizar algumas perguntas de forma coerente.

Há diversos bons livros sobre o tema para ajudar a escolher o formato, definir escalas e fazer as análises estatísticas. Particularmente, gosto do "Pesquisa de Marketing - Uma Orientação Aplicada", do Naresh Malhotra (Bookman, 2011).

Mas há alguns detalhes importantes que podem ter influência direta não só nos resultados, mas também nas atitudes que os pesquisados podem tomar durante ou imediatamente após responder uma pesquisa. Vejamos o caso da escala, por exemplo:

Suponha que você queira conhecer melhor os hábitos de higiene do seu público, especificamente de higiene bucal. Estão você faz a seguinte pergunta, com a respectiva escala:


Quantas vezes por dia você escova os dentes?
Escala Likert
Salvo engano, a maioria das pessoas ficará nas duas primeiras opções. Agora mudemos o intervalo de tempo da pergunta, mantendo a mesma escala, pare ver o que acontece:
Quantas vezes por semana você escova os dentes?
Escala Likert
Desta vez, é provável que a maioria das pessoas fique nas duas últimas opções - o que provavelmente não muda muita coisa em relação aos dados coletados.
Mas suponha que você seja um dentista e tenha interesse em aumentar a frequência com que seus pacientes marcam consultas para um check-up de rotina. Para isto, logo após esta pergunta você acrescenta outra, que soa quase como um convite, do tipo:
Você gostaria de agendar uma consulta para um check-up?
Qual das opções anteriores você acredita que teria mais influência na decisão do seu futuro paciente? A primeira, na qual ele tem a impressão de estar abaixo da média na escala; ou a segunda, em que ele parece estar acima?


Pesquisa em educação contábil envolvendo as normas internacionais

Tendo em vista a crescente evolução da Contabilidade Internacional, decorrente da globalização, os temas relacionados à harmonização e convergência estão sendo estudados por diversos órgãos de contabilidade e acadêmicos. Com tal interesse, o presente trabalho identifica, através de uma pesquisa descritiva, qualitativa e com o uso de dados secundários, os estudos que estão sendo realizados acerca da educação contábil internacional entre os anos de 2000 e 2010. Foi realizada uma pesquisa nos principais periódicos internacionais de Contabilidade, por meio do Portal de Periódicos da Capes. No total, 79 artigos foram analisados e segregados em três diferentes grupos e em dez subgrupos. Como resultado, identificou-se que a produção científica sobre educação contábil internacional é crescente, sendo que o período de janeiro de 2005 a abril de 2010 representou 60% dos artigos analisados. Além disso, o periódico mais relevante foi o Journal of Accounting Education. Desses grupos, o então chamado curriculum, instrução e métodos de ensino representa 51% dos artigos, sendo seguido por outros dois intitulados de pesquisas acadêmicas e educação em países, que representam 38% e 11%, respectivamente. Por fim, identificou-se que 57% das produções sobre o tema utilizaram uma metodologia empírica/prática, sendo que os artigos teóricos/metodológicos representam 43% do total. Como produção intrinsecamente relacionada à educação contábil internacional, identificou-se um total de 11% dos artigos, demonstrando que existe uma área de pesquisa não muito estudada, e que, logo, podem existir oportunidades de pesquisa inovadoras.

UM ESTUDO SOBRE A PESQUISA EM EDUCAÇÃO CONTÁBIL EM PERIÓDICOS INTERNACIONAIS: TEMÁTICAS ENVOLVENDO AS NORMAS INTERNACIONAIS DE CONTABILIDADE
Eduardo Bona Safe de Matos, Jorge Katsumi Niyama, José Lúcio Tozetti Fernandes, Ducineli Régis Botelho
ConTexto, v. 12, n. 22, 2012.

25 novembro 2012

Rir é o melhor remédio

Como a China tornou-se capitalista?



Os grifos são meus.

Editor's note: Nobel Prize–winning economist Ronald Coase and Professor Ning Wang are the authors of a new book, "How China Became Capitalist." The book outlines China’s 30-year transition from a closed, communist, agrarian economy to a rapidly growing industrial economy. THE AMERICAN Editor-in-Chief Nick Schulz recently asked the authors about the transformation of the Chinese economy, the legacy of the Tiananmen massacre, and why “capitalism with Chinese characteristics is impoverished by the lack of a free market for ideas.”
Nick Schulz: In a famous 1978 communiqué, communist party leaders in China admitted that “one of the serious shortcomings in the structure of economic management is the over-concentration of authority.” What prompted the Chinese leadership to acknowledge this fact and embrace devolving economic authority?
Ronald Coase and Ning Wang: This was not the first time for the Chinese leadership to acknowledge the problem. As early as 1956, even before China’s first Five-Year Plan (1953–1957) ended, Mao realized centralization of power in the Chinese economy had dampened the incentives of local officials as well as those of the state enterprises in cities and communes and production teams in rural areas. Mao pushed decentralization in 1958, but it was quickly absorbed into the “Great Leap Forward,” when more than 30 million Chinese peasants perished in Mao’s great famine. In the eyes of Chinese economic planners, decentralization was the culprit. Afterward, centralization was restored.
By 1978, the Chinese government came back to Mao’s diagnosis, though its prescription went one step further than Mao’s, since it knew that Mao’s did not work. Mao devolved economic authorities only to provincial and sub-provincial local governments. Now, state enterprises were given some autonomy in their operation.
NS: You write that “China became capitalist with marginal revolutions.” What do you mean?
RC & NW: A key empirical finding of our book is that there are actually two Chinese reforms. One was dictated by Beijing. The other resulted from grassroots initiatives. Starving peasants started private farming and township and village enterprises; city residents without a job in the state sector set up the first private businesses in Chinese cities; Shenzhen and other Special Economic Zones were set up as an experiment to co-opt capitalism to save socialism. They all operated outside the protected boundary of socialism.
During the first decade of reform, “marginal revolutions” introduced entrepreneurship and market forces back to the Chinese economy, while the state-led reform was desperately trying to improve the state-owned enterprises and save socialism. In this sense, China became capitalist with marginal revolutions.
NS: You point out that China’s reforms of its state-owned enterprises were a disappointment. What accounted for that?
RC & NW: China’s reforms of state enterprises as the “central link” of the whole reform program lasted for more than two decades, from the very beginning to 2003. Before the mid-1990s, privatization of state enterprises was strictly prohibited, and reform mainly consisted of delegating some economic rights to state enterprises and giving them some incentives. Even though the state enterprises gained more autonomy and better incentive structures, they were never subject to market discipline. For example, poor-performing state enterprises were not allowed to go bankrupt. Not surprisingly, state enterprises were quickly outperformed by private enterprises, which were poorly equipped in terms of financial and human capital but had to face strict market selection.
In the 1990s, increasing competition from the private sector made more and more state enterprises insolvent, adding financial burden to local governments. This led many local authorities to let go of the state enterprises under their jurisdiction. Since the mid-1990s, the Chinese government started to privatize state enterprises, and the number of remaining state enterprises was reduced dramatically.
Today, the central government controls less than 120 state-owned enterprises, but many of them are state monopolies, still not subject to market discipline. As a special interest group, the remaining state enterprises pose a serious challenge to market order.
[...]Universities and even libraries in China were shut down during the Cultural Revolution (1966–1976). Under Deng’s leadership, Chinese universities were reopened in 1977. College students were desperate for new knowledge and new sources of knowledge. It did not take long for them to figure out that the United States had the best to offer.
NS: The Student Movement and the collapse of the Soviet Union led to deep antipathy on the part of China’s communist leaders toward markets. Are you surprised that the Tiananmen massacre did not ultimately lead to a full-scale rejection and reversal of economic reforms?
RC & NW: China’s economic reform was under heavy political and ideological attack from 1989 to 1991. Many market reforms were reversed. The private sector was chastened as the root source of China’s political and economic problems.
Nonetheless, China kept its commitment to opening itself to the West. Even the most conservative Chinese leaders realized that China could not afford a return to isolation, and that China had too much to learn from the West. On November 28, 1990, at the 10th anniversary of the Special Economic Zone, Shenzhen was hailed as “a vanguard in conducting reform and opening up to the outside world.”
Moreover, the first decade of reform had generated many economic gains and improved the lives of so many Chinese that a full-scale rejection of reform would jeopardize further the legitimacy of the government. As long as pragmatism prevailed and the Chinese government continued to “seek truth from facts,” China’s reform and opening up had a great chance to survive.
NS: You write, “The most extraordinary feature of Chinese economic reform is perhaps that the Chinese Communist Party has survived, and indeed thrived, over the three decades of market transformation.” What accounts for this survival and thriving?
RC & NW: After Mao’s death, the Chinese Communist Party quickly distanced itself from a radical revolutionary party committed to fighting capitalism and spreading communism. With the return of Deng Xiaoping in 1978, the new party leadership returned to pragmatism and jettisoned radical ideology. As the fledging private sector outperformed the state sector and the marginal revolutions outshined the state-led reform, the party gradually embraced the market economy.
Even though the Chinese Communist Party still monopolizes political power, it is no longer an ideology-driven political party. Indeed, it is communist only in name. It welcomes global capitalism and claims its legitimacy on peace and prosperity. Its political philosophy is no different from the “Mandate of Heaven.” It is this de-politicization of the party, its continuous adaptation, and self-transformation that has allowed the party to grow with the Chinese market economy.
Today, the Chinese government faces enormous challenges, including corruption from within and the increasing demand for political participation from without. As we have argued in the book, an open market for ideas offers a gradual and viable path for China to further reform its political system.
NS: You note that “capitalism with Chinese characteristics is impoverished by the lack of a free market for ideas.” What hope is there of that changing?
RC & NW: We are cautiously optimistic that China in the coming decades will embrace the market for ideas, just like it embraced the market for goods three decades ago. Our optimism mainly rests on the following three considerations. First, in the early 1980s Steve Cheung predicted that China would go capitalist because the potential economic gains were simply so overwhelming. Today, a similar but stronger argument can be made for China’s move toward a market for ideas. Second, the market for ideas is politically neutral. A market for ideas can work in many different political systems. As long as the Chinese government continues to commit itself to pragmatism, upholding practice as the criterion of testing truth, it will come to realize that an open market for ideas is indispensable for the Chinese people to realize their potential. Third, a free market for ideas has long been respected in China as a political ideal, as captured by the Chinese aphorism, “let a hundred flowers bloom, and a hundred schools of thought contend.” Only an open market for ideas can turn that dream into reality.
NS: You are critical of much modern economics, saying it has been transformed “from a moral science of man creating wealth to a cold logic of choice and resource allocation.” How did this happen? Where did economics go wrong?
RC & NW: Adam Smith, the founding father of modern economics, took economics as a study of “the nature and causes of the wealth of nations.” As late as 1920, Alfred Marshall in the eighth edition of Principles of Economics kept economics as “both a study of wealth and a branch of the study of man.” Barely a dozen years later, Lionel Robbins in hisEssay on the Nature and Significance of Economic Science (1932) reoriented economics as “the science which studies human behavior as a relationship between ends and scarce means which have alternative uses.” Unfortunately, the viewpoint of Robbins has won the day.
The fundamental shift from Smith and Marshall to Robbins is to rid economics of its substance — the working of the social institutions that bind together the economic system. Afterward, economics has turned into a discipline without a subject matter, advocating itself as a study of human choices. This shift has been assisted by what Hayek (1952) criticized as the growing trend of scientism in the study of society, which took mathematical formalism as the only secure route to truth in the pursuit of knowledge. As economists become more and more interested in formalism and related technical sophistication, it becomes secondary whether the substantive questions that they choose to perfect their methods or to illustrate their theoretical models bear any resemblance to the real world economy. By and large, most of our colleagues are not bothered by the fact that what they profess is mainly “blackboard economics.”
[...]


24 novembro 2012

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

Fato da Semana

Fato da Semana:

Fato: A baixa contábil da HP, levantando suspeita sobre o processo de aquisição realizada no passado de uma empresa inglesa, incluindo a empresa de auditoria.

Qual a relevância disto? Mais um escândalo contábil? Ou seria um escândalo da administração da HP, que não possuía um critério mais adequado de comprar empresas? Qualquer que seja a situação, ainda será notícia, pelos próximos dias, a baixa contábil da empresa e o efeito sobre o resultado.

Inicialmente a gestão da HP deixou uma dúvida no ar de que a aquisição da Autonomy foi realizada tendo por base os pareceres sem ressalvas da auditoria. O auditor resolveu não se pronuncia, alegando informações confidenciais. Existe a suspeita que a Autonomy tinha problemas de contabilização das receitas de vendas de software. E que as últimas demonstrações estavam infladas, o que entusiasmou a HP na aquisição.

Mas atitude da direção da HP não foi adequada, já que alguns analistas já tinham uma grande desconfiança sobre a qualidade dos números da Autonomy. Além disto, a aquisição foi aprovada num conselho do qual fazia parte a atual presidenta da empresa.

Em linhas gerais, o nome da HP pode estar ao lado de nomes como Enron, WorldCom, Samtyan, entre outros.

Positivo ou negativo? Ainda parece cedo, já que não sabemos qual o papel do auditor na história. Mas parece que novamente a contabilidade é notícia pelo envolvimento em um escândalo. Ou seja, negativo.

Desdobramento – Alguns aspectos ainda não esclarecidos serão divulgados nos próximos dias. Provavelmente existirá uma grande pressão sobre a atual direção da empresa, que não soube conduzir o processo. Mas também deverá existir uma investigação sobre as práticas contábeis da Autonomy.

Teste da Semana


Este é um teste para verificar se você acompanhou de perto os principais eventos do mundo contábil. As respostas estão nos comentários.

1 – A Petrobras adotou uma medida que está permitindo economizar dinheiro nas suas compras. É uma parceira com

Tribunal de Contas da União
Senado Federal
Instituições financeiras

2 – Na semana passada a França apareceu nas notícias tentando cobrar impostos de multinacionais como Amazon, Google e Starbucks. Esta semana outro país europeu também começou a movimentar no mesmo sentido

Inglaterra
Alemanha
Espanha

3 – Stephen Cougle foi suspenso do seu trabalho como auditor por ter deixado passar um “pequeno” erro de 2 bilhões de dólares

Um passivo de curto prazo foi considerado como de longo prazo
Faltou um lançamento da provisão de devedores duvidosos
Não percebeu receitas adicionais na empresa auditada

4 – Uma pesquisa com investidores dos EUA revelou que

A convergência poderá ser benéfica para o país
A convergência poderá ser maléfica para o país
A convergência não irá afetar a economia daquele país

5 – Um contador foi raptado e exigiu-se um resgate de 35 milhões de euros. Trata-se do

Contador de Berlusconi, ex-primeiro ministro da Itália
Contador do Banco Central da Europa
Contador de Putin, chefão russo

6 – Mary Tokar acaba de ser nomeada para um cargo relevante da contabilidade

Membro do Iasb
Membro do Conselho de Contabilidade da Comunidade Europeia
Presidente da KPMG

7 – O índice estadual de transparência das contas públicas mostrou como primeiro lugar o estado de São Paulo e último

Mato Grosso do Sul
Maranhão
Pará

8 – Especulações sobre a nomeação para este cargo, por parte do presidente Obama, saiu no NY Times

Presidente da SEC
Presidente do Fasb
Coordenador do PCAOB

9 – O investimento em controlada foi objeto de uma minuta por parte

Iasb
CPC
Fasb

10 – Empresa que perdeu 1/3 do valor de mercado esta semana:

Eletrobras
Petrobras
Ambev

Pré-sal


O mandado de segurança impetrado ano passado no Supremo Tribunal Federal (STF) por alguns parlamentares do Rio de Janeiro e Espírito Santo, para impedir a votação do projeto sobre divisão dos royalties do pré-sal, decaiu de seu objeto. Antes da decisão da corte sobre a questão, a matéria foi aprovada por deliberação final do Congresso.
Não está afastada, todavia, a hipótese de o STF ser provocado, ainda uma vez, para decidir sobre a distribuição dos royalties. A previsão concretizar-se-á caso persista a irresignação com o regime distributivo. O recurso ao STF tanto pode proceder dos estados ditos produtores, que exigem a quase totalidade da partilha dos lucros líquidos, quanto dos demais sujeitos a ganhos irrisórios. Há, contudo, questão anterior até agora ignorada, malgrado bastante visível e decisiva para romper o impasse.
Em razão da doutrina constitucionalista a que se filia o Estado brasileiro, há limites para a exploração de atividades estratégicas. Não por outra razão, a Constituição estabelece que "constituem monopólio da União: I — a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos" (art. 177). Diante de regra impositiva, insuscetível de interpretações oportunistas, parece despautério os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo se declararem donos do petróleo produzido nas suas latitudes litorâneas.
Já se disse neste espaço uma vez, mas as circunstâncias recomendam a repetição, que as insurgências de gás e petróleo em águas ultraprofundas situam-se na Zona Econômica Exclusiva (ZEE). Trata-se de espaço marítimo localizado para além das águas territoriais de nações costeiras, onde lhes são facultados direitos à exploração de "recursos vivos e não vivos", entre os quais a lavra de hidrocarbonetos. A concessão restrita ao Estados Nacionais está assentada na Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, celebrada em Montego Bay, Jamaica, em 1982.
[...]Não há, portanto, dúvida nenhuma de que a extração de óleo e gás nas províncias do pré-sal resulta de cessão feita com exclusividade ao Estado Nacional Brasileiro pelo Direito Internacional. Por conseguinte, carecem os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo de jurisdição sobre águas que pertencem ao Estado Nacional. Segue-se daí que, em obediência ao sistema federativo vigente no Brasil, é direito de todos os entes federados, em regime igualitário, participarem dos resultados do pré-sal.


Novas normas

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) editou hoje a deliberação nº 694/12, que atualiza as regras de divulgação de balanço das companhias no que se refere a negócios em conjunto promovidos por joint ventures.

A revisão do documento do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) referente ao Pronunciamento CPC 19 (R2) – Negócios em Conjunto tem como objetivo atualizar o texto das regras brasileiras de divulgação de balanços de acordo com as normas do International Accounting Standards Board (Iasb) e produzir os mesmos reflexos da aplicação das normas internacionais de contabilidade IFRS, neste caso, da IFRS 11 – Joint Arrangements.

“A revisão do CPC 19 contempla ainda a alteração de seu nome original CPC 19 (R1) - Investimento em Empreendimento Controlado em Conjunto (Joint Venture) para CPC 19 (R2) – Negócios em Conjunto, e sua aplicação mandatória se dá a partir de 2013”, afirma a CVM no comunicado enviado ao mercado.

Audiência pública

A CVM colocou em audiência pública hoje duas minutas. A primeira é uma minuta de deliberação que aprova o Pronunciamento Técnico CPC 18 (R2) – Investimento em Coligada, em Controlada e em Empreendimento Controlado em Conjunto, enquanto a segunda é a minuta de deliberação que aprova o Pronunciamento Técnico CPC 33 (R1) – Benefícios a Empregados.

A proposta de revisão do CPC 18 contempla substancialmente as alterações no texto da IAS 28 (Investments in Associates), emitida pelo International Accounting Standards Board (IASB), cuja vigência para fins do IFRS é requerida a partir de 2013.

“O objetivo do Pronunciamento Técnico CPC 18 é prescrever a contabilização de investimentos em coligadas e em controladas e definir os requisitos para a aplicação do método da equivalência patrimonial quando da contabilização de investimentos em coligadas, em controladas e em empreendimentos controlados em conjunto (joint ventures)”, diz a nota divulgada pela CVM.

A proposta de revisão do CPC 33 contempla substancialmente as alterações no texto da IAS 19 (Employee Benefits), emitida pelo Iasb, cuja vigência é requerida a partir de 2013.

“O objetivo do Pronunciamento Técnico CPC 33 é estabelecer a contabilização e a divulgação dos benefícios concedidos aos empregados”, diz a nota divulgada pela CVM, acrescentando que, para tanto, o pronunciamento requer que a entidade reconheça um passivo quando o empregado prestou o serviço em troca de benefícios a serem pagos no futuro e uma despesa quando a entidade se utiliza do benefício econômico proveniente do serviço recebido do empregado em troca de benefícios a esse empregado.

As sugestões e os comentários, por escrito, para ambas as minutas, deverão ser encaminhados, até o dia 5 de dezembro de 2012, à Superintendência de Normas Contábeis e de Auditoria.


CVM atualiza norma sobre negócios em conjunto de joint ventures - 23 de Novembro de 2012 - Valor Online - Luciana Bruno e Rafael Rosas | Valor

HP

Quando a Hewlett-Packard investiu aproximadamente US$ 10 bilhões na compra da empresa de software Autonomy, achava que estava comprando um pedaço do futuro - investindo na tendência dos grandes dados. Mas a aquisição acabou sendo um fracasso. E não só porque a HP amortizou US$ 5 bilhões da compra.

A infeliz união das empresas é uma lição para a HP e outras gigantes do setor de tecnologia, que apostam bilhões de dólares na aquisição de empresas que aparentemente estão mudando o jogo, na tentativa de estabelecer uma base para o futuro.

Nesse futuro, os smartphones e os tablets, conectados a centros de dados de computação em nuvem, são instrumentos essenciais de trabalho. E vastos fluxos de dados são continuamente analisados para encontrar novos padrões e fazer previsões sobre consumidores e produtos. A Autonomy produz software que analisa padrões de marketing e orienta empresas em temas como onde ela deve aumentar seus recursos de marketing.

Essas forças ameaçam empreendimentos mais antigos, como os tradicionais produtos de armazenamento de dados e computação pessoal da HP. Companhias como Oracle, Microsoft e Cisco também enfrentam a pressão. Estão todas tentando comprar o futuro.

Em julho a Microsoft decidiu pagar US$ 1,2 bilhão pela Yammer, que fabrica uma espécie de Facebook para escritório. A Oracle pagou recentemente mais de US$ 3,4 bilhões por duas pequenas empresas que fornecem software para administração de vendas e recursos humanos. No domingo passado, a Cisco fez um acordo de compra, por US$ 1,2 bilhão, da Meraki, que administra o serviço de internet gratuito sem fio na Starbucks. Existem muitos acordos desse tipo.

O ritmo de mudanças é tão rápido que o Google - até recentemente visto como destruidor dos pequenos - pagou US$ 12,5 bilhões pela Motorola Mobility, para fortalecer os smartphones concorrentes da Apple. No início deste ano, o Facebook gastou US$ 750 milhões no Instagram para não perder o que virá em seguida na mídia social.

Mas identificar o que virá no futuro é difícil, disse Jeffrey Sonnenfeld, professor de administração na Yale University. "Aquisições como a da Autonomy têm 40% de chances de sucesso e 60% de fracasso", disse ele. O risco está no fato de que as empresas consideram tais aquisições "vitórias naturais, inevitáveis". Para o professor, elas devem ser vistas "a título de investimento, como no campo da pesquisa e desenvolvimento".

O ritmo de aquisições não chega ao nível observado durante a bolha da internet, nos anos 1990, quando a Cisco pagou US$ 9,6 bilhões por três empresas de rede que os executivos, à época, disseram que não renderiam nenhum benefício. Em 2002, a AOL Time Warner abateu US$ 54 bilhões a título de fundo de comércio relativos à sua atribulada fusão.

Mas houve também sucessos notáveis. A EMC, fabricante de equipamentos de armazenamento de dados, pagou em 2003 US$ 625 milhões pela VMWare, empresa de computação em nuvem. Hoje, a participação da EMC equivale a US$ 30 bilhões.

A Microsoft, que pagou US$ 5,5 bilhões pelo Skype em 2011, informou que a Yammer será incluída no software de produtividade e comunicações da versão premiada do Office sem nenhum custo. Mas não informou se, ou como, a Yammer propriamente dará lucro.

Na verdade, o problema da Autonomy tem a ver menos com as vendas, que são questionáveis, e mais com a sua tecnologia, disse Leslie Owens, que faz análises de dados na Forrester Research. "A HP achou que era uma plataforma inteiramente nova, mas os clientes da Autonomy disseram que ela não é tão boa quanto o produto de busca para empresas do Google", disse ela.

A Autonomy, que foi criada há 16 anos, "baseava-se no uso de algoritmos poderosos", disse Leslie. Mas o software não estava sintonizado com "os novos tipos de sinais de busca, o que seus amigos estão fazendo, que pessoas gostam do que você está fazendo, que outros dados você deve evitar".

Numa demonstração do produto da Autonomy no mês passado, a HP parecia ter resolvido alguns desses problemas, mas outros ficaram. Um aplicativo para ajudar a saber o que pagar por anúncios na internet inicialmente não funcionou, e depois apresentou resultados similares aos de vários outros produtos.

"Continuamos totalmente comprometidos com a Autonomy e sua tecnologia de vanguarda", informou a HP em comunicado. A empresa acusou a Autonomy de contabilizar inadequadamente grande parte das suas vendas nos anos anteriores à compra pela HP. A companhia amortizou a soma de US$ 5 bilhões relacionada ao preço de aquisição da Autonomy.

"Foi muito decepcionante", afirmou a presidente da HP, Meg Whitman, referindo-se à amortização feita. "Nós integramos a tecnologia em vários lugares; e vamos integrá-la ainda mais."


Tropeço da HP mostra o risco de ‘comprar o futuro’ - 22 de Novembro de 2012 - Quentin Hardy, The New York Times

HP 2

No jogo de empurra entre a Hewlett-Packard e a Autonomy, a direção da empresa americana, até o momento, se distanciou muito da responsabilidade e jogou 'lama' sobre as práticas contábeis da Autonomy.

Mas analistas dizem que a HP deveria, em vez disso, se olhar no espelho - suas práticas de avaliação de contas anterior à compra (conhecidas em inglês como "due diligence") estão sendo examinadas de perto depois do anúncio de uma baixa contábil de US$ 8,8 bilhões sobre o valor da Autonomy, e o conselho que votou em favor do negócio ainda está, em grande medida, intacto.

(...) A atual direção pode continuar atuando, disse ela, mas haverá uma análise do processo de aquisição adotado pela HP. A principal executiva, em apuros, sugeriu também que as práticas de avaliação de contas anterior à compra empregadas pela HP antes de ela assumir o posto eram pouco comuns: "As avaliações de contas são agora de responsabilidade do nosso diretor financeiro. Na época, quando cheguei à empresa, fiquei surpresa ao descobrir que avaliações de compras e fusões e aquisições eram de responsabilidade da estratégia, e não do diretor financeiro".

"Nunca vi isso na minha carreira, e essa foi uma decisão que tomei de saída, antes de saber de nada disso."

Ela concluiu jogando a responsabilidade para os auditores: "Mas no final, temos que nos basear nos dados financeiros auditados, e fizemos isso".

Williams diz que o negócio pareceu um ato de desespero da parte da HP, de se reinvertar como uma empresa de software e serviços de crescimento mais acelerado.

"A empresa simplesmente não teve a agilidade suficiente - o mercado é um trem a 130 km por hora, e a HP vai a 50 km por hora - ela simplesmente não consegue alcançar, e continua a dar passos em falso."

Houve também sinais de alerta para a HP sobre as práticas e o potencial de receita da Autonomy antes do surgimento da denúncia sobre a equipe de direção da empresa, em maio. (...)


Problemas na Autonomy despertam críticas à HP - 22 de Novembro de 2012 - Valor Econômico - Chris Nuttall e Richard Waters | Financial Times

Imunidade e Isenção tributária


Para definir o que vem a ser imunidade tomaremos as preciosas lições do mestre Hugo de Brito Machado que ensina que imunidade é o obstáculo criado por uma norma da Constituição que impede a incidência de lei ordinária de tributação sobre determinado fato, ou em detrimento de determinada pessoa, ou categoria de pessoas. É possível dizer-se que a imunidade é uma forma qualificada de não incidência. Realmente, se há imunidade, a lei tributária não incide, porque é impedida de fazê-lo pela norma superior, vale dizer pela norma da Constituição
Assim a Imunidade vem a ser a delimitação negativa de competência dos entes políticos instituidores de tributos, sendo que, ocorre via uma supressão constitucional do poder de tributar, ou seja, a Constituição prevê uma circunstância que impede o ente tributante de fazer incidir a norma sobre um determinado fato.
            A imunidade, diferentemente da isenção, está no plano constitucional.
            Sendo que, a Isenção é a regra jurídica que retira do tributo um dos elementos da regra-matriz de incidência. Trata-se de uma regra de estrutura que introduz mudanças na regra-matriz de incidência, investindo contra algum de seus critérios, inutilizando-o parcialmente. Falar em isenção pressupõe eximir-se o sujeito passivo da constituição do crédito tributário, já que, como elemento excludente, ela impede que o lançamento seja efetivado. A isenção está no plano de legislação ordinária ou complementar.
            Conforme entendimento já exarado, entendo que o artigo 195, § 7º da Constituição elenca hipótese de imunidade, apesar do erro redacional que menciona se tratar de caso de isenção, trata-se de uma norma que impede a tributação de entidades beneficentes de assistência social, as tornando imunes à incidência de contribuições sociais.
Ou ainda, como ensina IVES GANDRA DA SILVA MARTINS, in verbis:
“É interessante notar que, desde 1995, o Supremo Tribunal Federal - em decisões proferidas em processos sob meu patrocínio (ROMS 22.192-9), com base em voto do Ministro Celso de Mello, acompanhado unanimemente pelos demais Ministros integrantes da Primeira Turma e, depois, também adotado pelos integrantes da Segunda (ROMS nº 22360-3) - pacificou entendimento segundo o qual, embora conste do artigo 195 § 7º da CF que as entidades beneficentes são "isentas" de contribuições sociais, na verdade, trata-se de uma autêntica imunidade, pois, quando a Constituição veda a tributação, isso não se confunde com isenção, favor fiscal emanado de lei promulgada pela entidade titular da competência impositiva, cuja natureza é de renúncia fiscal concedida em face de certos objetivos ou situações que entenda conveniente desonerar, por determinado período de tempo.
Desta forma, a "isenção" do art. 195 § 7º é uma autêntica imunidade, não se confundindo com a verdadeira isenção, esta sim caracterizada como renúncia fiscal”.
[...]

23 novembro 2012

Rir é o melhor remédio

Três comerciais de uma mesma empresa:





Gestor e Evidenciação


Um dos principais usuários da informação contábil é o gestor de uma empresa. Aprendemos no curso de graduação que este usuário é tão relevante que a contabilidade criou um conjunto de técnicas para ajudá-lo no processo decisório. Isto inclui a análise custo-volume-lucro, o preço de transferência, a mensuração do resultado interno, entre outras.

Sabemos que este usuário também exerce um profundo efeito sobre a contabilidade da empresa. Para aqueles interessados neste assunto recomendamos o capítulo primeiro do livro Teoria da Contabilidade, deste blogueiro em coautoria com o professor Katsumi, publicado pela Editora Atlas.

Mas algumas verdades que sabemos precisam ser comprovadas na prática. Será que realmente a contabilidade de uma empresa tem o “dedo” do seu presidente? Provar que a resposta desta pergunta é afirmativa é bastante difícil na prática.

Recentemente três professores das universidades da Georgia e de Michigan desenvolveram uma pesquisa tentando mostrar que o estilo do gestor estava presente nas informações voluntárias das empresas. Usando uma série histórica de dez anos, os pesquisadores conseguiram mostrar que as características demográficas do gestor estão refletidas nestas informações. Usando dados de milhares de empresas e seus administradores, os pesquisadores notaram que o fato do gestor ter uma experiência militar, ter cursado um MBA, ter nascido após a segunda guerra mundial ou ter formação em contabilidade ou finanças, modifica esta informação voluntária. Assim, os administradores mais velhos geralmente não emitem opinião sobre previsões.

A pesquisa de Bamber, Jiang e Wang mostra que na prática o administrador tem um papel expressivo nas informações contábeis de uma empresa.

Leia mais
BAMBER, Linda S; JIANG, John; WANG, Isabel. What´s my style? The influence of top managers on voluntary corporate financial disclosure. The Accounting Review, v. 85, n. 4, 2010, p. 1131-1162
NIYAMA, Jorge K.; SILVA, César Augusto Tibúrcio. Teoria da Contabilidade. São Paulo: Atlas; 

Mais sobre a Hewlett-Packard

- Segundo o Livermint, o autor da denúncia sobre as irregularidades na Autonomy poderá receber uma recompensa de 10% a 30% dos valores recolhidos pela SEC e outros reguladores norte-americanos. (Lembram-se da nossa postagem intitulada "Delator"?). São exigidos pré-requisitos, mas acredita-se que todos foram cumpridos: a sanção deve ser superior a um milhão de dólares; as informações devem ser originais, cedidas voluntariamente e previamente apresentadas às autoridades da própria Autonomy. O denunciante só receberá o dinheiro quando o governo norte-americano receber, obviamente.

- A Reuters destacou que o FBI está investigando o caso, mas nem a agência tampouco a HP se pronunciou sobre o assunto.

- Oracle chegou a analisar a Autonomy, mas não se interessou.

Eletrobras: comunicado ao mercado

Ontem a Eletrobras divulgou um comunicado ao mercado em resposta a afirmação (dentre outras) de que a empresa estaria trabalhando com a expectativa de um EBITDA próxima de zero.

“[...] esclarecemos aos senhores acionistas e ao mercado em geral, conforme demonstrado nas Notas Explicativas do ITR do 3T12 e transcrita no Informe aos Investidores, arquivado na CVM no dia 14 de novembro de 2012, (Dados Econômico-Financeiros – Press-release), "Item 9. Eventos Subsequentes (nota 45 do ITR) - Prorrogação das Concessões de Serviço Público de Energia Elétrica", haverá redução substancial das receitas dos segmentos de geração e transmissão de energia.

Estamos trabalhando na identificação e mensuração de outros itens que podem impactar a posição patrimonial e de resultado da Companhia, ao mesmo tempo em que estão sendo elaborados estudos para redimensionamento e adequação da estrutura atual de custos das empresas do Sistema Eletrobras ao novo patamar de receita estabelecido para operação e manutenção dos ativos afetados.

Neste cenário não é possível estabelecer com segurança qual será o novo nível da Receita Operacional e do Ebitda do próximo ano, entretanto, conforme informado na Teleconferência dos resultados do 3T12, esses valores serão substancialmente reduzidos.

É importante ressaltar, entretanto, que dada à relevância da matéria, a mesma será deliberada pela Assembleia de acionistas da Eletrobras, convocada para o dia 03 de dezembro de 2012, não havendo, ainda, como se antecipar qual será a decisão a ser tomada pelos sócios quanto à matéria em debate.

Oportunamente informaremos o resultado desta avaliação bem como as ações que serão
adotadas.”
Espero que o “oportunamente” deles seja dia 4 de dezembro, dia seguinte a Assembleia de acionistas.

IASB publica proposta de emenda ao IAS 28

O IAS 28 (Investimento em Coligada e em Controlada) determina o tratamento a ser dado aos investimentos em coligadas associadas. Ontem (22 de novembro) o IASB publicou a Exposure Draft com propostas de alterações na norma. O objetivo da emenda proposta é fornecer informações adicionais ao IAS 28 quanto à aplicação do método de equivalência. De forma mais específica, procura fornecer instruções quanto a como os investidores devem reconhecer sua participação nas alterações dos ativos líquidos de uma investida que não são reconhecidos da demonstração do resultado e que não são outras distribuições recebidas (outras alterações em ativos).

A Exposure Draft está disponível aqui e os comentários devem ser enviados até o dia 22 de março de 2013.

Nervosismo e Desempenho

Sabemos que o nervosismo afeta o desempenho das pessoas. Ontem tivemos um exemplo interessante desta relação. Está sendo realizado a Copa do Mundo de Xadrez Feminino. As melhores jogadoras de xadrez do mundo (com exceção de Judit Polgar, que é a melhor de todos os tempos e geralmente não participa deste tipo de torneio) estão competindo num sistema de mata-mata. Ou seja, quem perder sai do torneio.

O torneio iniciou com 128 jogadoras e depois de quatro rodadas sobraram somente oito jogadoras. Cada rodada disputavam dois jogos, com cores invertidas: numa partida uma das jogadoras estava com as peças brancas e na segunda partida com as pretas. Existindo empate nas duas partidas ou uma vitória e uma derrota, disputa-se uma nova rodada de duas partidas, até a eliminação de uma das jogadoras.

A partida entre Stefanova e Sebag, a primeira do desempate, foi a seguinte:


Stefanova - Sebag (playoff game 1) 
1. Nf3 d5 2. c4 c6 3. g3 Nf6 4. Bg2 dxc4 5. O-O Nbd7 6. Qc2 Nb6 7. a4 a5 8. Na3 Be6 9. Ng5 Bg410. Nxc4 Bxe2 11. Ne5 Bh5 12. b4 e6 13. b5 Bd6 14. Bb2 O-O 15. bxc6 Rc8 16. Qb1 Bxe517. cxb7 Rc5 18. d4 Bg6 19. Ne4 Rc4 20. Rd1 Bc7 21. Ba3 Re8 22. Nxf6+ gxf6 23. Qb5 Bc224. Re1 Bxa4 25. Qh5 Bc6 26. Qg4+ Kh8 27. Bxc6 Rxc6 28. Rab1 Qd5 29. Qe2 Nc4 30. Bc5 Bd631. Rec1 Bxc5 32. b8=Q Rxb8 33. Rxb8+ Kg7 34. Qxc4 Bxd4 35. Qxc6 Qa2 36. Qf3 f5 37. Rbc8 a438. R8c2 Qb3 39. Qxb3 1-0

Somente para se ter uma ideia, Stefanova (lado esquerdo da foto) tem um rating de 2491 e Sebag (de óculos, na foto) de 2521. Stefanova é bulgara e já foi campeã feminina mundial de xadrez. Sebag, francesa, já ganhou de um ex-campeão de xadrez. Na partida acima, os lances em azul são jogadas normais. Aqueles em cor roxa são lances medianos, existindo alternativas melhores naquele momento. E os lances em vermelho são jogadas ruins, fracas. Foram nove jogadas, de 77 lances, considerados fracos. Ou mais de 10% das jogadas. Num jogo normal, entre dois enxadristas de nível elevado, dois ou três lances fracos podem ocorrer (as vezes não ocorre nenhum).

Segredo de Bangladesh: as mulheres



A despeito do aumento da participação das mulheres no mercado de trabalho de Blangadesh, casos de assédio sexual e discriminação são cada vez mais comuns. Eis um excerto do artigo Urbanisation in Bangladesh proves a double-edged sword for women:

[...]Yet even as urbanisation has galvanised women's march towards greater economic freedom, the equality and safety of Bangladesh's new workers are still major issues.
In the garment industry, women are an easy target for exploitation and discrimination. With an average age of 19, usually unmarried and with little education or training, many women enter urban employment with a comparative disadvantage in terms of pay, working conditions, the possibility of promotion and even getting paid for overtime. They earn 60% of the salary of male colleagues.
According to a 2003 report (pdf) by the Centre for Policy Dialogue and UN Population Fund, there is a clear link between the increased sexual harassment of Bangladeshi women and their improved economic status, increased mobility and newfound visibility away from the home.
2011 War on Want report (pdf) on the Bangladesh garment industry found that 297 out of a total of 998 women workers interviewed reported unwanted sexual advances, while 290 said they had been touched inappropriately. A further 328 reported "threats of being forced to undress", while almost half said they had been beaten and hit in the face by their supervisors.
Sexual harassment of women on the street and in urban schools is on the increase, according to Bangladeshi NGO Brac, which in 2010 launched Mejnin, a project to tackle the increasing harassment of women and girls. 


Quem irá comandar a SEC?

Com a eleição, o presidente Obama precisa definir quem irá ocupar os principais cargos da sua segunda administração. Já se sabe que a atual presidente da SEC não irá permanecer para mais um mandato. Dois candidatos aparecem no momento, segundo Simon Johnson, no New York Times: Mary Miller ou Neil Barofsky. Miller representa o status quo para Wall Street: seria representante da indústria de investimentos e provavelmente não mudaria muita coisa. Barofsky seria o contrário: com um longo histórico na luta contra fraudes, este contador tem o apoio de quem gostaria que o mercado fosse mais honesto.

Caberá ao novo presidente da SEC a definição sobre o rumos da convergência contábil. O texto de Johnson não informa nada sobre a posição dos dois postulantes sobre o assunto.

Notícias da Bolsa


- Ibovespa: ações da Eletrobras continuaram entre as maiores quedas do índice.
Ação ordinária caiu 8,74%, a R$ 6,16.
Ação preferencial caiu 6,89%, a R$ 7,30.

- A Petrobras perdeu para a Ambev o posto de maior empresa brasileira na Bolsa de Valores. As ações da Ambev subiram 1,6% e acumulam valorização de 27% neste ano. O valor de mercado atual, segundo dados da Bloomberg, é de R$ 248,8 bilhões. As ações da Petrobrás caíram mais 2,7%, acumulando desvalorização desde o início do ano de 13,4%. Ela vale agora R$ 247,2 bilhões. Um dos motivos para a queda nas ações foi a empresa estatal não ter compensado a defasagem nos preços dos combustíveis em relação ao mercado externo.

Fonte: Aqui

22 novembro 2012

Rir é o melhor remédio

A fórmula do sucesso de Einstein: Leite (= milk) vezes Coffee (café) ao quadrado

HP


Sobre a fraude contábil na HP: a Deloitte resolveu responder sobre a acusação de omissão por parte da HP com respeito a auditoria da Autonomy. Segundo comunicado da auditoria, não havia conhecimento sobre qualquer fraude e a última auditoria foi de fevereiro de 2011. A empresa evitou discutir o assunto, alegando problemas de confidencialidade. Mas a Deloitte reconhece que era a empresa de auditoria no momento da aquisição.

Uma discussão importante diz respeito ao papel de uma empresa de auditoria. Deveria incluir ou não a detecção de fraude?

A HP não forneceu muitos detalhes do problema contábil. Um analista de fraudes, John Hempton, havia realizado recentemente uma palestra num fórum de investidores, e usou o caso da Autonomy como exemplo. A analise de Hempton indicava que a empresa de software estava gerando muito valores a receber em relação a sua receita. Outro analista comentou que já tinha sinal de problemas com a contabilidade da empresa.

Efeito da contabilidade



Os gráficos mostram o comportamento das ações da Eletrobras e HP no mercado acionário no último mês. A Eletrobras deverá ter uma baixa nos próximos meses, para refletir as recentes medidas do governo. A HP anunciou a descoberta de fraude contábil.