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17 novembro 2011

Contabilidade e Economia

Será que a decisão contábil pode afetar os rumos da economia? O vínculo entre a contabilidade e economia sempre existiu. Mas recentemente uma discussão apresentada na University of Texas, de Austin, fez uma conciliação entre estes dois campos do conhecimento.

Michael Crawley estudou os efeitos do conservadorismo sobre as políticas macroeconômicas. Usando o modelo de Basu para mensurar o conservadorismo, muito conhecido dos pesquisadores contábeis, Crawley mensurou o lucro agregado das empresas dos Estados Unidos, no período de 1929 a 2007. Neste mesmo período, Crawley usou dados de contas nacionais para verificar a relação entre as variáveis. A ideia é a seguinte: o conservadorismo afeta os resultados mensurados das empresas. Estes resultados, por sua vez, fazem parte do cálculo das contas nacionais, que por sua vez são usadas pelos formuladores de políticas econômicas, em especial o Banco Central.

Crawley demonstrou que este vínculo ocorre e tem influencias relevantes. Segundo sua estimativa, entre 1963 a 2007, o lucro e o produto interno bruto seria em média 114 bilhões a mais por ano na ausência do conservadorismo.

Crawley chama a atenção que entre os usuários da informação contábil deveria ter um especial destaque os reguladores.

Fonte: Macroeconomic consequences of accounting: the effect of accouting conservatism on macroeconomic indicators and the Money supply.  Michael Crawley

Bancos chineses são sólidos, mas as vulnerabilidades trazem riscos



Os bancos chineses são sólidos, mas acumulam vulnerabilidades que podem criar riscos no futuro, alerta o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial (Bird) em documento conjunto que faz um amplo exame do sistema financeiro do país. Os principais riscos são a rápida expansão do crédito, altos preços de imóveis, desintermediação financeira e deficiências no monitoramento do sistema financeiro.

O FMI e o Bird fizeram um teste de estresse incluindo os 17 principais bancos chineses. Eles atravessariam muito bem cenários desfavoráveis como alta da inadimplência, queda nos preços dos imóveis, oscilações na curva de juros ou movimentos na taxa de câmbio. Mas se vários desses eventos ocorrerem ao mesmo tempo, afirmam os organismos, “o sistema bancário será severamente afetado”.

O FMI e o Bird, porém, fazem uma grande ressalva às suas conclusões – elas podem não ser as mais exatas porque seus técnicos não tiveram acesso a todos os dados de que precisavam. Alguns dados são imprecisos, insuficientes ou simplesmente inexistentes. Em alguns casos, a equipe que fez o relatório não teve acesso a informações que as autoridades chinesas consideram confidenciais.

O relatório expõe os desafios de fazer uma análise confiável da solidez do sistema bancário da China, que vem ganhando importância nas últimas décadas e, para muitos analistas econômicos, representa uma fonte relevante de risco à contínua expansão da segunda maior economia do mundo.

O documento, divulgado nesta madrugada, faz parte de uma iniciativa mais ampla do FMI e Bird para analisar a solidez dos bancos dos 25 países considerados sistemicamente importantes – ou seja, cuja quebra poderá repercutir na economia de outros países ou do mundo como um todo. O Brasil faz parte da lista, assim como o México, a Turquia e grande parte das economias desenvolvidas. “Acreditamos que os riscos são administráveis e podem ser gerenciados por reformas”, disse um dos principais autores do relatório, Jonathan Fiechter, do FMI. Ele ponderou que outros países, incluindo os Estados Unidos, deixaram de fornecer dados que consideram sigilosos para as equipes do FMI e do Bird.

As 17 instituições financeiras incluidas no teste de estresse representavam 83% dos bancos comerciais chineses e 66% do sistema bancário no fim de 2010, data que serve de base para os exercícios.

Se o índice de inadimplência, que estava em 1,1% das carteiras em 2010, subir 400%, nenhum dos bancos cairá abaixo dos requerimentos mínimos de capital, de 8%. Houve uma melhora considerável em relação a 2008, quando bancos que representam 25% dos ativos teriam capital abaixo dos níveis exigidos.

De lá para cá, o que melhorou foi basicamente a queda da inadimplência, que passou de 7,5% para 1,1% das carteiras. Esse é o resultado da limpeza no balanço de alguns bancos e também da rápida expansão do crédito. “O rápido crescimento do crédito, porém, poderá resultar numa deterioração na qualidade dos ativos nos próximos anos”, pondera o relatório.

Outra parte do teste de estresse investigou o impacto de uma possivel crise no mercado imobiliário. Foram construídos dois cenários, um deles supondo uma queda de 30% nos preços dos imóveis. O impacto seria relativamente modesto – queda menor que 1 ponto percentual no índice de requerimento de capital.

Segundo o FMI e o Bird, o aperto monetário recente feito na China conseguiu conter a expansão do crédito imobiliário e o avanço dos preços dos imóveis. Os empréstimos imobiliários respondem por apenas 20% dos ativos dos bancos, diz o relatório, índice relativamente pequeno quando comparado com percentuais nos Estados Unidos e Hong Kong, por exemplo.

Mas nesse número não estão considerados empréstimos que usam imóveis como colateral. Nos cinco maiores bancos chineses, eles correspondem por 30% a 45% das carteiras. “Uma grande correção nos preços dos imóveis poderá reduzir o valor dos colaterais e, dessa forma, a recuperação de valores no caso de imadimplência”, afima o relatório.

Os bancos chineses estão vulneráveis, porém, a choques macroeconômicos que afetem diferentes váriaveis ao mesmo tempo, como inadimplência, preços de imóveis, juros e câmbio. Se o crescimento cair a 4% ao ano, mostra o teste de estresse, cerca de 25% dos bancos cairiam abaixo dos níveis mínimos de capital. Para o FMI e o Bird, isso corrobora estimativa anterior feita pelo próprio organismo de que uma queda de um ponto percentual no crescimento da China leva a um aumento de pelo menos 1% na taxa de inadimplência.

Outro risco relevante, aponta o FMI e o Bird, é a crescente desintermediação financeira. A China implementa sua política monetária por meio de limites quantitativos para o crédito. Para driblar os limites, bancos criam veículos financeiros fora de seus balanços para conceder empréstimos.

O relatório aponta também fragilidades na regulação e supervisão. A China não tem, por exemplo, uma autoridade independente com mandato para monitorar o surgimento de riscos sistêmicos. Também falta um sistema de resolução de crises bancárias. A coleta de dados é outra área que precisa melhorar, segundo o FMI e o Bird, incluindo informações sobre o nível de alavancagem, descasamento de prazos entre captações e empréstimos, operações de crédito de grandes volumes e posições financeiras mantidas fora do balanço.

O relatório faz uma série de recomendações às autoridades chinesas, entre elas o uso de taxas de juros como principal instrumento de política monetária. Não há, porém, nenhuma obrigração para a China em implementá-las.

Fonte: Alex Ribeiro Valor Economico

Reconhecimento da Receita

Sobre o reconhecimento da receita (vide também postagem de ontem deste blog), o Valor Econômico também publicou um texto sobre o assunto:

O princípio básico da norma é que a receita deve ser reconhecida quando um bem ou serviço é transferido para o comprador, com a possibilidade de isso ocorrer em um único momento ou ao longo do tempo.

"Não tenho dúvida de que a nova redação resolve a questão das incorporadoras, de que há transferência continuada nos contratos usados no Brasil. A leitura da norma não permite outra interpretação" disse Alexsandro Broedel, diretor da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Ele já entendia que a regra atual provocava o mesmo entendimento, mas admitia que "o texto era ruim", o que permitia interpretações distintas.

Com o aval da CVM e do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), as incorporadoras brasileiras vêm fazendo a contabilização conforme o andamento das obras e dizendo que isso está de acordo com o IFRS, adotado de forma obrigatória no Brasil em 2010.


Mas os auditores dessas empresas pensam de outra forma e, para não ser obrigados a dizer simplesmente que os balanços estão incorretos, vinham afirmando que as informações estavam de acordo com o "IFRS brasileiro". Eles mencionam ainda, em um parágrafo de ênfase, que o Comitê de Interpretações do IFRS (Ifric) está analisando a questão e que, a depender da solução encontrada, as companhias podem ter que rever o método de reconhecimento de receita.

Para as principais firmas de auditoria brasileiras, dentro do padrão internacional de contabilidade conforme ele existe hoje, a receita de venda de um imóvel só seria registrada no momento da entrega das chaves. (...)

A nova norma divide os ativos em dois tipos, um mais parecido com um produto de prateleira e outro com uma encomenda específica, ou seja, que o vendedor não pode vender facilmente para outro cliente, sem ter outros custos.


No primeiro caso entra, por exemplo, um veículo. O comprador escolhe a marca, o modelo e os acessórios, mas a loja não tem a obrigação de entregar um carro com determinado chassi. Se o comprador desiste do negócio, ele pode facilmente ser vendido a outro cliente.


No caso de imóveis no Brasil, o mais comum é que o comprador escolha um apartamento específico, de um determinado bloco e andar. Por exemplo, a unidade 112 do bloco B. A incorporadora não pode entregar um apartamento de outro andar ou bloco ao cliente, mesmo que do mesmo tamanho e com as mesmas características.


Nessa segunda categoria, a proposta de norma diz que é preciso se cumprir apenas uma de três condições para que o reconhecimento da receita seja feito ao longo do tempo: que haja transferência dos benefícios ao comprador ao longo do tempo; que no caso de outra empresa ter que concluir o contrato a partir de determinado ponto ela não tenha que refazer o trabalho da primeira desde o início; que a empresa tenha direito de receber pelo serviço prestado até determinado momento.

Segundo Broedel, há consenso de que as duas primeiras condições existem no Brasil, ainda que bastasse que uma delas fosse atingida. Ao falar do benefício transferido, ele destaca que o comprador de um imóvel no Brasil pode vendê-lo durante a fase da construção e ficar com o lucro, caso ele exista.

FAF & Condorsement

O Financial Accounting Foundation (FAF) é a entidade responsável por estabelecer e melhorar os padrões de contabilidade nos Estados Unidos. Para as empresas de capital aberto, o FAF utiliza o Fasb. Isto significa dizer que o FAF estaria, numa escala hierárquica, acima do Fasb.

Agora o FAF encaminhou uma correspondência para SEC com algumas recomendações sobre o processo de adoção das normas internacionais pelos Estados Unidos, denominada de condorsement (aqui também). O FAF defende que os membros do Fasb possam acompanhar as deliberações do Iasb e participar do processo de implantação de todos os itens da agenda do Iasb.

“A new major international standard should be incorporated into U.S. GAAP if that standard improves the quality of financial reporting already in place in the U.S.,” the letter states. “Other international standards would be incorporated that maintain the quality of financial reporting in the U.S. but also advance global comparability of financial reporting.”

Empresa de Capital Fechado

Comentamos anteriormente no blog que os Estados Unidos estavam estudando a criação de uma entidade responsável pelas normas de contabilidade para empresas de capital fechado. A proposta envolve a participação do Fasb, que teria o comando da nova entidade.

Agora o AICPA resolveu lutar contra o domínio do Fasb, criando uma ferramenta online para que os CPAs encaminhe uma carta protestando contra a falta de dependência da nova entidade.

Estadio Nacional

Nesta semana a seleção da Costa Rica jogou contra a Espanha no novo Estadio Nacional. Este Estadio, com capacidade para 36 mil pessoas, possui dois telões, um museu, pista de atletismo e outras comodidades.

O custo do estádio foi de 105 milhões de dólares, com uma projeção inicial de custo de 88 milhões.

O estádio foi pago pelos chineses. Para isto, a construção foi realizada por trabalhadores e matéria-prima da China, sendo considerado um “presente” para o povo da Costa Rica. Na construção, as leis trabalhistas da Costa Rica não foram observadas pela empresa que construiu o estádio.

Como se diz em finanças, “não existe almoço grátis”. Em troca a Costa Rica cortou relações diplomáticas com Taiwan e assinou um acordo de livre comércio com a China, duas semanas após a inauguração.

16 novembro 2011

Rir é o melhor remédio



Crise na Itália. Fonte: Aqui

Universidades ignoram governança exigida

Menos de 3% das universidades brasileiras oferecem disciplina relacionada à Governança Corporativa nos cursos de contabilidade, segundo estudo realizado pelo pesquisador Angelo Davis, da FEA-RP/USP, em Ribeirão Preto. O levantamento aponta que, das 1.182 instituições brasileiras que podem ministrar o curso de contabilidade, só 33 têm a disciplina. A realidade nas universidades contrasta com a dinâmica do mercado acionário brasileiro, que, através da BM&FBovespa procura sofisticar cada vez mais os instrumentos de governança das empresas a partir de rigoroso regulamento.

O professor de Governança Corporativa da Trevisan Escola de Negócios, Roberto Gonzalez, lembra que a disciplina é sugerida pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC), mas não é objeto do exame de suficiência para os contadores que se formam. "Infelizmente o exame não cobra essa disciplina", diz, lamentando o fato de as universidades estarem formando profissionais que podem se tornar contadores, controladores ou auditores que não vão carregar esses conceitos na bagagem. Gonzalez entende que exigir questões sobre a matéria no exame oficial já seria um bom incentivo para aumentar a abrangência do tema nos cursos de contabilidade.

Davis, autor do estudo, lembra que a existência de uma disciplina específica de Governança Corporativa, além de ser uma solicitação do CFC e da Federação Internacional dos Contadores, também é sugerida pela UNCTAD (Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento).

O conteúdo programático dos cursos de contabilidade conta com um
a grade curricular que contempla atividades relacionas à governança como controle de fraudes, desempenhos operacionais e controladoria. No entanto, cada instituição decide como distribuir o conteúdo na própria grade e como aplicá-lo aos alunos, explica Antonio Miguel Fernandes, vice presidente de registro do CFC. "Não existe uma obrigação porque na verdade o assunto não está relacionado apenas ao curso de ciências da contabilidade. Economistas, administradores, entre outros profissionais também precisam conhecer as normas de governança", diz.

Desde junho de 2010, quando foi sancionada a Lei nº 2249, o CFC tem autonomia para avaliar e renovar autorização junto ao MEC das faculdades de contabilidade. Segundo Fernandes, a exigência com relação a grade curricular acontecerá de uma maneira evolutiva. "A partir do momento que houver uma revisão das grades, as universidades terão que se adequar", afirma.
O estudo também investigou o perfil de professores que ministram disciplinas onde a Governança Corporativa poderia estar inserida e aponta uma deficiência de profissionais capacitados para transmitir aos alunos a prática da matéria. Para Gonzalez, isso poderia ser corrigido com a contratação de professores que trabalham ou trabalharam no mercado.


Ao que parece os profissionais da contabilidade ainda não despertaram para a importância do tema, segundo João Verner Juenemann, coordenador da Comissão de Finanças, Contabilidade e Mercado de Capitais do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC). "A área de contabilidade ainda não acordou para o tema porque não imagina que seja uma atividade também do contador", diz Juenemann, destacando a importância do conselho fiscal, por exemplo, dentro de uma companhia que pretende manter um adequado nível de governança.

Fonte: aqui

Fraudes

Quase 40% das empresas que participou do estudo da consultoria Kroll apontou a complexidade da TI como principal causa da falsificação de dados.

As fraudes custaram às empresas 2,1% dos ganhos nos últimos 12 meses, o que em um ano equivale a uma semana de receita, de acordo com uma pesquisa mundial anual sobre fraudes, realizada pela consultoria Kroll, que envolveu mais de 1.220 executivos sêniores ao redor do mundo.

Essa pesquisa também traz dados positivos: o número de fraudes diminuiu no último ano. Entre os entrevistados, 75% relataram algum tipo de golpe, em contraste com os 88% em 2010.

Entretanto, as fraudes continuam sendo trabalhos internos e essa prática tem aumentado, segundo o estudo. Os dados deste ano mostram que 60% dos casos foram cometidos por funcionários das empresas, contra 55% na última pesquisa.

“É importante lembrar que esse número traz apenas os casos em que o responsável foi descoberto”, afirmou o diretor sênior de Bussiness Intelligence e Investigações da Kroll, Richard Plansky. “Acho que é justo dizer que a porcentagem é significativamente alta quando levamos em conta todos os casos. Pelo que temos observado nos últimos anos, esse número é um reflexo de uma economia que é cada vez mais baseada em informação.”

No geral, a preocupação com fraudes subiu 15% entre os executivos em todo o mundo, liderada pelo roubo de informações, corrupção e suborno. Metade das empresas entrevistadas disse que tem vulnerabilidade média ou alta ao roubo de informações, contra 38% em 2010. A complexidade da TI é a principal causa da exposição crescente das fraudes, citada por 36% dos entrevistados em comparação com 28% no ano passado.

“Em comparação com 10 anos atrás, cada vez mais o valor de uma empresa passa de coisas tangíveis para idéias, e elas tendem a viver em sistemas na forma de dados digitais”, declarou Plansky. “É aí que está o valor das companhias e os funcionários têm um acesso tremendo a essas informações. Este é um caso em que a tecnologia é verdadeiramente uma faca de dois gumes. Estes maravilhosos e sofisticados sistemas de TI dão fácil acesso a dados sensíveis a uma ampla gama de empregados. Isso é o lado positivo e também o negativo”.

De fato, as empresas relataram maior incidência de roubo de informações e dados eletrônicos, incluindo serviços financeiros (29%), tecnologia de mídia e telecomunicações (29%), saúde, produtos farmacêuticos e biotecnologia (22%) e serviços profissionais (23%).

Cerca de uma em cada quatro empresas reportaram ter sofrido roubos físicos de caixa (ativos e inventários ou roubo de informações), porcentagem menor que em 2010. Gestão de conflitos de interesse (21%); fraude de vendedor, fornecedor ou aquisição (20%) e fraude financeira interna (19%), todos apresentaram aumentos notáveis em relação ao ano passado. A incidência de corrupção e suborno quase dobrou, passando de 10% para 19%.


Fonte: Joan Goodchild, CSO (US

PanAmericano precisa de um aporte de R$ 600 milhões

O PanAmericano precisa de um aporte de R$ 600 milhões porque está em um nível considerado “baixíssimo” de capital próprio para manter seu ritmo de concessão de novos financiamentos.

O banco, que pertencia ao apresentador Silvio Santos, quase quebrou no fim de 2010 devido a um esquema de fraudes que o levaram a um rombo de R$ 4,3 bilhões. A Polícia Federal abriu inquérito para apurar as responsabilidades dos dirigentes, que foram afastados pelos controladores. Hoje, o comando é do BTG Pactual -que comprou a parte de Silvio Santos- e da Caixa Econômica Federal, que tem 36%.

Pelas regras do mercado, uma instituição financeira precisa de, pelo menos, 11% de capital próprio para fazer operações de crédito. O PanAmericano está com 11,99% e, por isso, o Banco Central exige um aporte dos sócios.Esse aumento de capital teria de ser feito ainda neste ano, mas há um problema.

A Caixa também é alvo da investigação da PF. O que se apura é se ela teria comprado os 36% do PanAmericano ciente do rombo, cedendo a supostas pressões políticas. O negócio foi fechado em dezembro de 2009 por R$ 740 milhões, um ano antes de o escândalo vir a público.


SAIA JUSTA

Há ainda outra “saia justa”. Márcio Percival, que comanda a CaixaPar -empresa criada em 2009 pela Caixa para compra e venda de ativos-, seria amigo de Rafael Palladino, ex-presidente do PanAmericano, já indiciado pela PF sob a acusação de seis crimes.

A Folha apurou que esses fatores dificultam a liberação de um aporte rápido.

Inicialmente, o BC queria que fosse injetado R$ 1 bilhão no banco, mas, diante da repercussão do caso, os atuais dirigentes do PanAmericano optaram por um aumento mais modesto, de R$ 600 milhões. Isso exigiria da Caixa menos de R$ 250 milhões.

O novo presidente do PanAmericano, José Luiz Acar Pedro, disse que o assunto não é tão urgente e é possível esperar mais algum tempo. Mas ele reconheceu que o tema é “olhado a todo o momento”. “Não podemos descuidar disso”, afirmou.

Para capitalizar o banco, os executivos estudam fazer uma oferta pública de ações no início de 2012. Acredita-se que, até lá, a PF já terá concluído o relatório final das investigações e a Caixa estará livre das atuais pressões internas. Além disso, aposta-se que a crise global vai ceder um pouco no próximo ano.

Apesar da necessidade de enquadramento às exigências de capital próprio, o PanAmericano é considerado uma “máquina de fazer empréstimos” -motivo que justifica a injeção de recursos.

Antes de as fraudes serem descobertas, ele gerava, em média, R$ 80 milhões em negócios por dia, somente com operações de crédito. Agora, são R$ 32 milhões.

Essa habilidade e a aquisição do controle pelo BTG Pactual fizeram as ações do banco subirem 77,3% em 2010, alta suficiente para colocar os papéis de volta ao patamar anterior ao estouro do escândalo. “Já recuperamos tudo”, disse Willy Jordan, diretor de Relações com Investidores.A Caixa Econômica Federal nega que tenha adquirido o PanAmericano ciente do rombo de R$ 4,3 bilhões e não comentou sobre o aporte.

Por meio de sua assessoria de imprensa, o banco afirmou que a compra dos 36% do PanAmericano foi feita com base na capacidade de geração de negócios do banco. “A Caixa reafirma sua convicção na capacidade de o Banco PanAmericano obter retornos financeiros e competitivos por meio da geração de sinergias entre as duas instituições”, diz a nota.

“O PanAmericano expressa parceria entre a Caixa e o BTG Pactual no sentido de garantir a ampliação de seus produtos, serviços e canais à disposição de seus clientes e de toda a sociedade brasileira, contribuindo cada vez mais para a democratização dos serviços bancários.”

Consultado, o diretor-presidente da CaixaPar, Márcio Percival, nega que seja amigo ou que tenha “qualquer ligação profissional ou pessoal” com o ex-presidente do PanAmericano Rafael Palladino.

Fonte: Toni Sciarretta, Julio Wiziack e Flávio Ferreira, Folha de S.Paulo

Contabilidade de bancos

Na Inglaterra cresce a pressão para uma norma mais rígida para os bancos.  Um texto do The Telegraph informa que as normas internacionais do Iasb para bancos (em particular o IAS 39) tem sido criticado até por instituições financeiras: agora o diretor financeiro do Barclays também pede alteração nas normas.

Dois problemas são apontados pelos críticos: o impairment, que permite que os bancos só reconheçam as dívidas podres no último caso, e o valor justo. O atraso do Iasb em discutir tais problemas não contribui para tranquilizar o mercado. Já se fala em adotar a norma anterior do ASB sobre o assunto.

Reconhecimento da Receita

O Iasb (International Accounting Standards Board) e o Fasb (Financial Accounting Standards Board) divulgaram um rascunho sobre as normas internacionais (e dos Estados Unidos) para receita. Segundo o comunicado, o rascunho procura dar uma maior robustez no reconhecimento da receita, eliminar incoerências, melhorar a comparabilidade, melhorar as informações apresentadas aos usuários e simplificar o volume de normas contábeis.

Segundo o comunicado conjunto, o rascunho segue a mesma proposta apresentada em 2010: a entidade deve reconhecer a receita de contratos com clientes quando transfere os bens.

Desde 2010 estas duas entidades receberam mais de mil sugestões e observações, sendo que o projeto original foi alterado, simplificando as questões sobre garantias e a determinação do preço de transação, incluindo o valor do dinheiro no tempo.

O rascunho apresentado pode ser discutido até 13 de março de 2012 e não deve entrar em vigor antes de 2015.

A KPMG, através de um dos seus executivos, afirmou que para algumas empresas a proposta não representa nenhuma novidade. Mas para alguns setores, como telecomunicações, software e engenharia, poderão sofrer alterações, sendo difícil precisar se o reconhecimento da receita será antecipado ou não.

A proposta possui 221 páginas e 26 exemplos.

Estatística

O texto acima, com a fota da Marilyn Monroe, comenta que a mulher é mensurada por coisas que não pode controlar, como idade. Por isto, se uma mulher está sendo medida, que seja por coisas que ela possa controlar. E finaliza, "como toda mulher sabe, as medições são apenas estatísticas e estatística mente"

Olympus

Um banqueiro do setor de investimentos despertou preocupações com a contabilidade dúbia da japonesa Olympus desde os anos 1990, após descobrir que a empresa usava fundos sediados nas Bermudas para "inventar" ativos e maquiar seu balanço fiscal, disse ele à Reuters. (...)


"O regimento contábil japonês naquele tempo era muito estranho", declarou o banqueiro, explicando ter feito questionamentos porque a Olympus explorava uma brecha nas regras contábeis que ludibriava investidores sobre sua verdadeira saúde financeira. (...)


A Olympus, outrora orgulhosa fabricante de câmeras e equipamentos médicos, admitiu na semana passada ter ocultado perdas desde os anos 1990 e usado parte de US$ 1,3 bilhão em pagamentos incomuns em fusões e aquisições para ajudar a acobertá-las. Mas a empresa ainda não disse o quanto escondeu ou como conseguiu fazê-lo durante tanto tempo.


Desde que o escândalo irrompeu um mês atrás, a empresa perdeu 80% de seu valor de mercado por conta das preocupações com seu futuro. A polícia e os órgãos reguladores do Japão estão investigando o caso ao lado do FBI norte-americano.

Fonte: Folha de S Paulo

Buffett

A figura mostra as principais empresas onde o bilionário Warren Buffett faz seus investimentos e o ano de fundação.  A empresa mais recente, a Wal-Mart, foi fundada em 1962, há quase 50 anos. A mais antiga, a Procter-Gamble, é de 1837.

15 novembro 2011

Rir é o melhor remédio

- Na minha cabeça, apenas 30% de vocês, contadores, são um tanto quanto bons.
- E quanto aos outros 60%?

Melhor local para estudar



Pode parecer irrelevante, mas a definição do local de estudos tem um papel fundamental na preparação de um estudante. Primeiramente, é importante que o aluno já tenha esta definição estabelecida de forma prévia, o que é determinante para a garantia de disciplina.

O candidato que sabe aonde vai estudar a cada dia, ao chegar o momento de estudo, já tem um destino a seguir, sendo que aquele que não conta com um local definido estará mais vulnerável ao furo.

Para definir o local de estudos geralmente existem duas opções, as quais correspondem à residência ou à biblioteca, ainda que seja possível a identificação de locais alternativos, como o ambiente de trabalho em horário no qual não exista expediente.

Considerando as duas principais opções existe uma lógica de custo-benefício a ser considerada. Em tese, a biblioteca consiste num local naturalmente adequado ao estudo, contando com diversos fatores que contribuem com a concentração, tal como a adequação do ambiente e o fato de outras pessoas estarem estudando, o que acaba por se traduzir num estímulo externo.

A concentração corresponde a uma função cognitiva primária, a qual se sujeita à lógica de seletividade de estímulos. Assim, se concentrar nos estudos significa ignorar todos os outros estímulos que não sejam os conteúdos estudados. Existem os fatores de desconcentração que se relacionam com o ambiente de estudo.

Neste sentido, teoricamente, a residência pode contar com diversos fatores de desconcentração, como o telefone, a perturbação de vizinhos ou familiares, a geladeira ou mesmo a cama.

No entanto, essa opção exigirá um custo de deslocamento, o que se traduz em tempo e possivelmente custo financeiro. Cada estudante se sente mais adaptado a determinado local, por isso, outro aspecto relevante a ser avaliado, ainda que a escolha se trate da residência, consiste na organização do ambiente.

No caso da biblioteca, teoricamente, isto não exigiria nenhuma intervenção ou cuidado do aluno, pois se trata de ambiente, por definição, voltado aos estudos.

Fonte: Aqui, com adaptações.

14 novembro 2011

Rir é o melhor remédio

Adaptado daqui

Alugar ou comprar filmes?

Aqui no Brasil a gente já tem o serviço do Netflix, que nos permite alugar filmes e séries virtualmente. Você paga uma mensalidade e, assim, tem acesso ao conteúdo deles. Apesar do serviço por aqui ainda não ser dos melhores (filmes antigos e opções escassas de áudio/legenda), nos Estados Unidos já despertou o interesse dos Hollywoodianos. Não em alugar, óbvio, mas sim em fazer com que fique mais atrativo para você, meu caro leitor, comprar o original. E mais ainda: se você não quiser aqueles disquinhos prateados, não há problema! Adquira, para ser sempre seu (legalmente, isso é importante) o conteúdo digital!

[Ah! O bacana é que agora os aparelhos de Blu-Ray vêm com um esqueminha configurado pro NetFlix já viram!? E o Xbox também. Mas a conexão com a internet é mandatória. Para quem tem filhos eu até recomendo porque há vários episódios do Barney e uns outros bichinhos que viram uma ótima babá. Super hipnotizam o meu sobrinho. (Ok. Não sigam os conselhos de uma contadora para a criação dos seus filhos.)]

A Warner, dizem por aí, investiu suas esperanças compre-não-alugue no Flixster, uma pequena rede social para aficionados por filmes, que será a base para um novo serviço de armazenamento intitulado Ultra Violet. Acredita-se que a ideia irá superar o custo-benefício do aluguel. O serviço é grátis (de armazenagem, claro). A estratégia é fazer com que a portabilidade digital dessa compra seja mais atraente que o aluguel. Adicionalmente há tratamentos anti-pirataria.

Foi uma atitute inovadora? Será que a Warner teve escolha?

- A compra gera ao estúdio uma margem três vezes maior que o aluguel.

- O aparecimento de sites que alugam filmes (Netflix, Redbox) impactou seriamente a quantidade de aquisições.

- Em 2006, auge da era DVDs nos Estados Unidos, houve um total de US$ 17,7 bilhões de dólares em vendas. Em 2010... tchan tchan tchan... Houve uma queda de 43%. As vendas foram míseros US$ 7,8 bilhões de dólares. Triste, han!?

Eu, como uma das tais aficionadas, acrescento o seguinte: quando o filme é bom, eu compro. Se o preço estiver razoável. Também não adianta querer me cobrar caro por um disquinho! Não Warner, eu não me compadeço com os seus problemas. Ou eu espero o dia em que o filme (ou série) ficará menos glamoroso para comprar mais barato... ou... né... você aí sabe! Entretanto, quando eu acho o preço compatível com o que é ofertado, como toda boa moça, adquiro e deixo ali, na minha linda estante. E não, eu não empresto. ;)


Eu ainda preciso “ver com as mãos” a minha coleção de DVDs e Blu-Rays. Especialmente os de séries. Mas conheço muita gente que vai amar! O que você acha?

Questionário sobre percepção da inflação

Prezados leitores do blog,

Somos alunas do Mestrado do Programa Multiinstitucional e Inter-Regional de Pós Graduação em Ciências Contábeis UnB/UFPB/UFRN e estamos realizando, por meio de um questionário, uma pesquisa para a disciplina de Teoria dos Ajustamentos Contábeis do Lucro sobre contabilidade ao nível geral de preços.

O questionário elaborado foi estruturado com questões simples e objetivas, de forma que seu total preenchimento dure menos de um minuto, em média. As respostas serão tabuladas e tratadas em conjunto, de forma com que não haverá, em hipótese alguma, identificação dos respondentes.

Assim, solicitamos a gentileza de sua participação, preenchendo o questionário disponível no link abaixo:

https://www.surveymonkey.com/s/inflacao

Enfatizamos que ao finalizar o preenchimento do questionário, é importante clicar sobre o comando “CONCLUÍDO”, visualizado ao final do documento, para o devido armazenamento das respostas.

Caso não queira seguir diretamente o link, basta colar o endereço acima no local apropriado do seu navegador de internet. O referido questionário é preenchido on line não sendo necessário envio via correios ou impressão de documentos.

Sua participação é imprescindível para a realização e antecipadamente agradecemos a sua colaboração, bem como nos colocamos a disposição para eventuais dúvidas e sugestões.

Atenciosamente,

Flávia Siqueira de Carvalho (flscarvalho@hotmail.com)
Lucíola Aor Vasconcelos Barbosa (luaor@yahoo.com.br)
Simone de Mesquita Teixeira Chaves (simonetex@brturbo.com.br)