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23 janeiro 2011

Mercado de Trabalho

No Brasil, o principal motivo para que as empresas aumentem as contratações é o crescimento dos negócios - razão apontada por 62% dos entrevistados. De acordo com a especialista em recrutamento da Robert Half Marcela Esteves, este não é, entretanto, o único motivo. A demanda por executivos de finanças e contabilidade é impulsionada também pela entrada de empresas internacionais no país- elas buscam profissionais que, além de entender o sistema fiscal e tributário brasileiro, sejam responsáveis pelas primeiras ações dessas companhias no mercado local. "Normalmente são empresas que, antes de pensar em uma estrutura organizacional, buscam os executivos da área financeira. Isso porque eles organizam contratos, negociam com bancos e lidam com fornecedores, por exemplo".

(...) O contador, segundo a especialista, é uma peça-chave também para empresas que estão iniciando as operações no país. "Como o Brasil é muito complexo em termos fiscais e tributários, os profissionais dessa área têm bastante trabalho em explicar para os estrangeiros a alta carga de impostos e a exigência tão grande de controles, por exemplo", afirma. (Empresas procuram mais executivos para área contábil – Valor Econômico – 29 dez 2010)

É interessante notar que em nenhum momento comentou-se sobre a adoção das normas internacionais de contabilidade como uma variável que impulsiona o mercado de trabalho dos contadores. Duas explicações: ou realmente a adoção das normas não criou um mercado de trabalho para os contadores ou as pessoas entrevistadas esqueceram este aspecto.

Frase

Daqui para frente, destaca ele [José Carlos Bezerra, gerente de normas contábeis da CVM], a tarefa será participar ativamente do processo de discussão das normas que estão em revisão pelo próprio Iasb - e que não são poucas. "Seremos ativos nesse sentido", diz Bezerra, dizendo que o foro de discussão dessas normas no país deve ser o CPC. Concluída agenda de normas para balanços de 2010 - Fonte: Valor Econômico – 5 jan 2011

O que Bezerra diz é que uma norma do Iasb deve ser discutida no CPC. Considere a situação onde o Iasb coloque uma revisão de norma em audiência pública. Se uma empresa, uma universidade ou uma entidade desejar contribuir ou dar sua opinião sobre a futura norma deve fazê-lo através do CPC. Mas isto contraria o espírito da audiência pública, onde a participação deve ser a mais ampla possível

Mais sobre o projeto de pesquisa

Após a postagem “para começar o projeto de pesquisa”, senti a necessidade de acrescentar mais algumas informações presentes no livro de Nicholas Walliman “Your Research Project”. Isso porque na empolgação do momento embolada com a areia escorrendo pela ampulheta, esquecemos-nos de nos atentar a pontos óbvios e importantes do nosso trabalho.

Para quem esta se iniciando no mundo acadêmico, essa postagem serve como uma rapidíssima aula de metodologia. Para os mais experientes, cairá como uma lista de checagem do que foi utilizado, ou não. Vamos lá!

Título: tem a função de agregar a essência do trabalho. Use poucas palavras: duas linhas bastam. Evite frases com “uma investigação sobre”, “um estudo de”, “aspectos da”, já que são atributos óbvios de uma pesquisa.

Lembre-se: O título será a vitrine do seu trabalho. Com ele, seu público-alvo saberá o que esperar daquela leitura.

Objetivos: são uma introdução ao coração do projeto. Saiba explicar em algumas linhas o que você fará em seu trabalho. Não exagere. Disponha de tempo para que o resultado final não precise ser alcançado em apenas alguns minutos. Permita-se experimentar novas formas, trocar as frases, buscar outras abordagens até que se decida pelos objetivos mais apropriados.

Escolha apenas um objetivo geral. Mais que um significa múltiplas pesquisas. Ao apontar os objetivos específicos, utilize apenas ações principais para a sua pesquisa. “Baixar os dados da amostra”, por exemplo, não deverá ser considerado um objetivo específico. Isso deverá ser descrito na metodologia da pesquisa.

Referencial teórico: é necessário explicar ao leitor a sua proposta e o contexto no qual o problema de pesquisa surge. Você deverá demonstrar que está ciente dos fatores mais importantes que cercam o seu problema e da literatura que significativamente relata isso.
  • Não conclua que seu leitor conhece bem o assunto discutido;
  • Não simplesmente jogue as citações em forma de parágrafos. Saiba tornar o texto fluido e agradável. Utilize uma estrutura lógica.
  • Use as referências de forma eficiente. Não exagere. Seu projeto deve ter em torno de 25 páginas ao todo.
Problema de pesquisa: deve ser o foco da sua proposta, o ponto mais importante. Assim, evite perguntas muito genéricas cujas respostas sejam simplesmente “sim” ou “não”. Saiba valorizar o seu trabalho elaborando uma questão definida e delimitada de forma precisa.

Delineamento da metodologia: essa parte da proposta explica de forma breve o que você pretende fazer para desenvolver sua pesquisa. Pode ser importante que você descreva como terá acesso a certos tipos de informação. Se há problemas de acesso, descreva como serão solucionados. Se você recebeu acesso privilegiado a informações restritas ou obscuras, isso deverá ser reportado.
Cada pesquisa é diferente em sua descrição da metodologia, tendo em vista ser tecida especificamente para a coleta e análise de dados de um problema específico.

Resultados possíveis: o seu projeto é algo como um contrato no qual você se compromete a realizar determinadas tarefas com propósitos definidos. Portanto, controle a sua vontade de exagerar as promessas na tentativa de valorizar o seu trabalho. Apesar de você não conseguir prever quais serão os resultados exatos (se pudesse, pouca razão haveria em continuar a pesquisa), você deverá tentar ser relativamente preciso quanto a natureza e a extensão dos resultados. Certifique-se que os resultados se relacionam diretamente aos objetivos de pesquisa que você relatou no início do projeto. Você poderá ser mais genérico quando descrever o significado geral dos resultados


Lembretes adicionais:
- Sempre verifique as regras formais do seu programa de pós-graduação.

- Preste atenção nos tempos verbais. Seja consistente.

- Peça para que outros colegas de confiança leiam seu trabalho. Comentários diferentes são essenciais, desde que você saiba filtrar corretamente.

- O título, o objetivo e o problema de pesquisa têm necessariamente que estar alinhados entre si.

- Não desperdice tempo. Escreva o seu projeto de uma forma com que ele possa ser utilizado na dissertação sem trabalhos adicionais.

22 janeiro 2011

Rir é o melhor remédio


Fonte: aqui

Operação Geleira

Um grupo formado por sete prefeitos, dois ex-prefeitos, servidores públicos municipais e empresários do Piauí foi preso, ontem, pela Polícia Federal (PF) no estado, acusado de desviar pelo menos R$ 3,7 milhões da União. Os suspeitos especializaram-se em comercializar notas fiscais frias — por essa razão, a operação da PF, que contou com a parceria da Controladoria-Geral da União (CGU) e do Ministério Público Federal (MPF), recebeu o nome de Geleira. (Correio Braziliense – 20 jan 2011 – PF prende 30 por emissão de notas frias)


 

O esquema envolvia 33 empresas que emitiam notas fiscais frias e comercializava com as prefeituras. As empresas que vendiam cobravam 15% do valor. Por este link parece que a maioria eram donos de escritórios de contabilidade.

Hábito

Imagine com seria a vida se você não fosse capaz de se acostumar. O décimo bombom seria tão saboroso quanto o primeiro. O calor sentido ao entrar em um local abafado continuaria a incomodar após horas de exposição. Isso só não ocorre porque nosso cérebro tem uma capacidade enorme de se acostumar. Os cientistas chamam esse processo de habituação.

Quando recebemos um estímulo de maneira repetitiva em um período curto, a resposta que ele provoca diminui: nos acostumamos. O processo de habituação ameniza sentimentos tão distintos quanto o prazer de ingerir alimentos ou a revolta com o baixo reajuste do nosso salário.

Até hoje se acreditava que a habituação dependia de o cérebro receber estímulos diretamente dos sentidos, sejam receptores gustativos ativados ao ingerirmos um bombom ou o sistema visual ao ver impresso o valor do salário. A novidade é que experimentos demonstraram que é possível obter a habituação sem que o cérebro receba estímulo dos sentidos. Basta que imaginemos diversas vezes o estímulo para que o cérebro diminua sua resposta.

O experimento foi feito com cerca de 50 voluntários e usando os doces M&Ms. Um grupo foi instruído a imaginar por 30 vezes o ato de retirar o doce de um frasco, colocar na boca, mastigar e engolir. Outro foi instruído a imaginar 27 vezes o ato de retirar uma moeda de um frasco e colocá-la em um caça-níquel e em seguida imaginar por 3 vezes que retirava uma bala de um frasco, colocava na boca, mastigava e engolia. O terceiro foi instruído a imaginar 30 vezes que retirava uma moeda de um frasco e a colocava em um caça-níquel.

Balança. Após os exercícios, todos eram postos frente a um pote de M&Ms e informados de que deveriam aguardar até serem chamados. Não era informado se deviam ou não comê-los. Os cientistas queriam saber quantos doces as pessoas de cada grupo comeriam. Isso era determinado quando os voluntários deixavam a sala e a quantidade de M&Ms consumida era determinada com uma balança. Os resultados mostram que os voluntários que imaginaram 30 vezes que estavam comendo M&Ms ingeriam em média 2,21 gramas, enquanto as que imaginaram que manipulavam moedas 30 vezes ou 27 vezes comeram 4,1 gramas. Isso mostra que imaginar que você come M&Ms é suficiente para provocar a habituação, ou seja, diminuir a vontade de ingeri-los.

O experimento foi repetido pedindo a outros voluntários que imaginassem estar trocando os M&Ms de um pote para outro sem levá-los à boca. Nesse caso, quando colocados na frente dos doces, todos (manipuladores de moedas ou doces) ingeriram por volta de 4 gramas.

Em um terceiro experimento, as pessoas eram estimuladas a se imaginar colocando M&Ms no caça-níquel e a ingerir queijo. Quando colocadas em frente ao queijo e aos M&Ms, a habituação ocorria somente em relação ao queijo. Diversas combinações foram testadas e em todos os casos a habituação só ocorria quando a pessoa imaginava o ato de comer.

O fenômeno de habituação, obtido com o ato de imaginar o consumo de alimentos diversas vezes, é o oposto do que ocorre quando se pede para a pessoa imaginar um alimento saboroso (poucas vezes e sem imaginar a ingestão). Nesse caso, ocorre o que os cientistas chamam de sensitização, um fenômeno que leva a um aumento no consumo dos alimentos. É o que ocorre quando observamos a foto de um alimento delicioso: nossa vontade de comer aumenta a ponto de salivarmos. A sensitização explica o sucesso das propagandas.

A descoberta de que a habituação pode ser induzida pela imaginação sugere novas estratégias para reduzir o apetite e permitir a perda de peso. Antes do jantar, vá à cozinha, veja o que vai ser servido, volte para a sala, imagine 30 vezes o ato de ingerir os alimentos, e só depois se sente para comer. O mais interessante é que a descoberta talvez ajude a explicar porque imaginar de maneira repetitiva um determinado comportamento pode reduzir nossa resposta quando nos defrontamos com ele.

Fernando Reinach - O Estado de S.Paulo – 20 jan 2010 – Biólogo - MAIS INFORMAÇÕES: THOUGHT FOR FOOD: IMAGINED CONSUMPTION REDUCES ACTUAL CONSUMPTION. SCIENCE, VOL. 330 

21 janeiro 2011

Rir é o melhor remédio

Hotéis: Fotos da Propaganda e a Realidade







Por que as pessoas acham que contador é bom em matemática?

Quando falo que sou professor de contabilidade, eu escuto que devo "ser bom em matemática". Por que as pessoas associam o contador com alguém que é bom em matemática? Observe que isto está presente até na própria definição de contabilidade. Meu dicionário Houaiss informa que a contabilidade é a ciência que estuda os métodos de cálculo ou que a contabilidade, no seu uso informal, é o cálculo e planejamento de despesas e ganhos.

Existem três possíveis respostas para esta pergunta. Em primeiro lugar, as pessoas não sabem o que faz um contador. Para não fazer feio, fazem uma associação imediata entre "conta" e a profissão, imaginando que só fazemos contas. Acho esta uma boa explicação para o nosso mistério.

Outra resposta possível decorre da história da contabilidade. A primeira obra publicada com o método das partidas dobradas era um livro de matemática. Durante décadas este livro serviu para propagar e ensinar o método das partidas dobradas. No século passado, uma das primeiras aplicações dos computadores era para ajudar na contabilidade nos cálculos necessários dos lançamentos contábeis. Assim, a contabilidade sempre esteve muito próxima da matemática, a tal ponto que algumas pessoas acreditam que ambas sejam ciências exatas.

Terceiro lugar, talvez as pessoas estejam certas e para ser contador é necessário saber um pouco de matemática. Podemos descobrir isto através de pesquisas, verificando se os bons contadores possuem uma habilidade com números acima da média. Na universidade onde trabalho, eu não consigo distinguir os alunos, e futuros profissionais, como substancialmente melhores em métodos quantitativos. Além disto, conforme uma postagem anterior, sobre um estudo no exterior, mostra que o contador possui uma habilidade quantitativa intermediária. Por isto, talvez esta resposta não esteja correta e devamos conformar com as duas anteriores: ou as pessoas não sabem o que faz um contador ou decorre da vinculação histórica com a matemática.

Contabilidade e Relacionamento

Anteriormente postei sobre uma piada velha sobre a contabilidade. O texto a seguir, de autoria da Claudia Cruz, mostra que é possível ser engraçado e original. Fantástico:

Se você está começando uma relação nova, deve observar a norma CPC 43/IFRS 1 - Adoção Inicial e adotar muita prudência no reconhecimento de ativos e passivos.

Se os dois estão mesmo apaixonados, essa situação deve ser evidenciada com base na norma CPC 04/IAS 38 - Ativo Intangível, porque a paixão não tem substância física, mas faz uma diferença enorme para o "negócio".

Mas é bom lembrar que em todo negócio sempre há risco. Por isso, mesmo com muitos intangíveis contabilizados, melhor fazer Contratos de Seguro (CPC 11/IFRS 4), para evitar perdas maiores no futuro.

Se o casal está percebendo que ambos estão crescendo com a relação, há uma norma a ser observada: CPC 09 - Demonstração do Valor Adicionado. O que cada um tem adicionado à vida do outro?

Se o casal acha que deve oficializar a relação, no processo de reconhecimento, trata-se de uma Combinação de Negócios (CPC 15/ IFRS 3).

Em relação à evidenciação, precisam avisar a todas as partes interessadas no negócio/casamento (amigos e familiares), então adota-se a norma CPC 05/ IAS 24 - Divulgação sobre Partes Relacionadas.

Mas deve-se reconhecer que o casamento tem um custo a ser partilhado, por isso é imprescindível adotar a norma CPC 08/IAS 39 - Custos de Transação e Prêmios na Emissão de Títulos e Valores Mobiliários.

Porém, se resolverem apenas morar juntos, talvez se deva adotar outra norma: CPC 18/IAS 28 - Investimento em Coligada e em Controlada (vai depender de quem controla quem e em que medida).

Se forem morar juntos, mas a relação for aberta, é necessário observar a norma CPC 19/IAS 31- Investimento em Empreendimento Controlado em Conjunto (Joint Venture).

Em todo o caso, como a essência prevalece sobre a forma legal, casando ou morando juntos, alguma estrutura deve ser criada para a convivência ou andamento do negócio, daí algumas normas são necessárias: CPC 27/IAS 16 - Ativo Imobilizado, CPC 28/IAS 40 - Propriedade para Investimento, CPC 16/IAS 2 - Estoques, CPC 30/IAS 18 - Receitas e CPC 20/IAS 23 - Custos de Empréstimos, que foram tomados para as aquisições.

A evidenciação vai depender do regime de partilha adotado (comunhão total, parcial ou separação de bens): CPC 36/IAS 27 - Demonstrações Consolidadas no primeiro caso e CPC 35/IAS 27 - Demonstrações Separadas, nos demais.

Se a relação estiver rotineira, tem que dar um upgrade, tentar evidenciar o verdadeiro valor de tudo que está envolvido, então se resgata o custo histórico e se efetua um Ajuste a Valor Presente (CPC 12).

Se houver contribuição de terceiros [amigos, familiares, psicólogos] para assegurar a continuidade do negócio, deve-se reconhecer por meio da adoção da norma CPC 07/IAS 20 - Subvenção e Assistência Governamentais.

Se mesmo com upgrades e benefícios negociados [CPC 10/IFRS 2 - Pagamento Baseado em Ações], o negócio/casamento estiver com sua continuidade ameaçada, outras normas devem ser adotadas, porque a maioria das normas é adotada no pressuposto da continuidade.

Se houver negociações favoráveis na tentativa de manter o curso normal das atividades [do casamento], devem ser consideradas as seguintes normas: CPC 23/IAS 8 - Políticas Contábeis, Mudanças de Estimativa e Retificação de Erros e CPC 24/IAS 10 - Eventos Subsequentes.

Caso se conclua que a continuidade do negócio está realmente ameaçada, as partes devem ser prudentes e, mesmo que não seja exatamente o fim do exercício, levantar Demonstrações Intermediárias (CPC 21/IAS 34) de todos os ativos e passivos adquiridos durante o curso normal do casamento e também buscar Informações por Segmento (CPC 22/IFRS 8) a fim de que nenhum passivo ou despesa do negócio fique de fora do inventário.

Após o levantamento dos ativos e passivos conjuntos, para a partilha é muito provável que as partes sejam prudentes e adotem a norma CPC 25/IAS 37 - Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes, provisionando as prováveis perdas.

No processo de separação propriamente dita, há várias normas a serem observadas: CPC 01/IAS 36 - Redução ao Valor Recuperável de Ativos, para que nenhuma das partes seja forçada a um negócio que não seja feito com base no valor justo dos ativos e passivos envolvidos; CPC 03/IAS 7 - Demonstração dos Fluxos de Caixa, que evidencia quem de fato gerou e/ou consumiu o caixa e equivalentes de caixa do negócio. Por fim, deve ser adotada a norma CPC 31/IFRS 5 - Ativo Não Circulante Mantido para Venda e Operação Descontinuada.

Após a realização da separação oficial, se uma das partes toma conhecimento de que a outra parte está tentando constituir um novo negócio, deve procurar a terceira parte envolvida e assinar com ela um Contrato de Concessão, nos termos da norma ICPC 01/IFRIC 12. Porém não deve esquecer-se de excluir a cláusula que diz que ao final no prazo da concessão, os ativos retornam ao poder concedente. Lembrete: Na norma que rege os contratos de concessão o que prevalece é o que está no contrato e não a essência!

Links

Previsões para 2011: inclui a compra do Facebook pela Apple 

A tragédia do Rio e a falta de transparência nas doações 

O banheiro de Gaspin, ex-executivo da NBC, que custou 200 mil dólares 

Visita a fábrica de guitarras Fender em 1959: observem o processo de produção  

Capa da Time e o mercado acionário 

A crise dos blogs: aumenta o número de pessoas que desistem de blogar 

Finanças pessoais: uma entrevista interessante com o ex-tenista Boris Becker 

Universidades 2


Mas observe que o gráfico mostra que a produção científica dos Estados Unidos na área de economia tem-se reduzido com o passar do tempo.

Universidades



O gráfico mostra a distribuição dos prêmios Nobeis em ciências pelos países. Os Estados Unidos ganharam 209 prêmios, bem acima da Alemanha (com menos de 80) e Inglaterra. Mas observe que o quarto colocado é a Universidade de Harvard, que possui mais prêmios que a França. Cambridge, com mais de vinte prêmios, tem está na frente da Rússia. A explicação deste desempenho está na segunda figura, que mostra que Harvard possui um orçamento de 25 bilhões de dólares.

Para se ter uma idéia, somente o orçamento de Harvard corresponde a 60% do orçamento total do Ministério da Educação e Cultura.

Carro elétrico

A BBC, querendo promover o carro elétrico, promoveu uma viagem de Londres a Edimburgo. O tempo da viagem foi de quatro dias, com nove paradas de dez horas para recarregar as baterias do Mini elétrico. Na década de 1830 uma diligência fazia o mesmo percurso na metade do tempo, com cinqüenta paradas para mudar os cavalos, cada parada com tempo de dois minutos.

Casa de Banqueiro

O ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira, que controlava o Banco Santos, foi despejado da casa em que morava no Morumbi, na zona sul de São Paulo. Ele não pagava o aluguel mensal de R$ 20 mil desde 2004. A dívida já alcançara R$ 1,727 milhão. (Ex-dono do Banco Santos é despejado de casa do Morumbi por dever aluguel – Mário César Carvalho – Folha de São Paulo)

O incrível é a lentidão da justiça nestes casos. E a notícia comprova isto duplamente. Em primeiro lugar, o longo tempo em que ele não pagava aluguel (desde 2004) e somente agora, sete anos depois, foi executado. Em segundo lugar, a gestão da massa falida, que leva anos para finalizar o processo.

Melhores empresas para se trabalhar

A revista Fortune divulgou a lista das melhores empresas para se trabalhar. Entre as empresas de contabilidade, uma surpresa: Plante & Moran ocupou a 26ª. posição. Deloitte, em 63ª., Price em 73ª. , Ernst em 77ª e KPMB em 86ª. também estão na lista.

A Plante & Moran é uma pequena empresa, com 1.478 empregados (compare com os 38.493 da Deloitte, os 28.168 da Price, os 23.102 da Ernst ou os 19.892 da KPMG). Uma informação importante é que a Plante não paga maiores salários. Pelo contrário. Enquanto um assessor de auditoria recebe 64,3 mil dólares na Plante, um administrador da Ernst ganha 102,6 mil dólares.


 

20 janeiro 2011

Rir é o melhor remédio


A agonia de ficar ao lado de quem não entende de computador

Teste 414

A falecida esposa de Charles Munger, principal assessor de Warren Buffett, deixou como herança 25 ações da Berkshire Hathaway para a Henry E Huntington Library & Art Gallery. Lembrando que uma das características da empresa Berkshire é não fazer split das ações, o valor aproximado da doação é de:

3 dólares
3 mil dólares
3 milhões de dólares


 

Resposta do anterior: O imposto sobre alma é criação de Pedro, da Rússia, que não acreditava em almas; o imposto sobre tatuagem é cobrado no Arkansas desde 2005; o imposto sobre vendas de substâncias ilegais foi cobrado no Tennessee entre 2005 a 2009. Fonte: aqui

Links

A solução do Fasb para Repo irá funcionar?

Como explicar o sucesso de Freakonomics?

Como explicar o APT?

As partes valem mais que o todo?

O Twitter pode ser usado para especular no mercado? O caso do rapper

Quais os melhores salários no futebol?

Um estrangeiro entende o conceito de "motel" brasileiro?

Quais foram as principais multas e acordos da CVM?

Por que a DRE termina no lucro líquido e não no lucro operacional?

O lucro operacional é o resultado obtido pela entidade, antes da distribuição da remuneração do capital de terceiros (despesas financeiras) e capital próprio. Se estivermos interessados no resultado da entidade, o lucro operacional é a parte mais importante da demonstração do resultado do exercício. Entretanto, as pessoas não olham o lucro operacional e sim o lucro líquido. Qual seria a explicação para isto?

Duas respostas que se complementam. Em primeiro lugar é importante relembrar que quando o método das partidas dobradas foi divulgado por Pacioli a principal finalidade era apurar o resultado do empreendimento. Como na época o financiamento por terceiros não era tão relevante, isto significava determinar o resultado do proprietário. Devemos lembrar que o contador era um empregado do dono do negócio e seu trabalho era considerado um segredo. Assim, por tradição, a apuração do lucro líquido tem sido mais relevante que o lucro operacional por séculos. Mudar isto leva muito tempo.

Em segundo lugar o lucro operacional é mais controverso que o lucro líquido. Devemos incluir ou não as receitas financeiras? E os resultados de atividades não recorrentes? Tanto é assim que modernamente tem-se enfatizado mais a dicotomia resultado recorrente versus não recorrente. No Brasil especificamente tivemos uma "contribuição" da Lei 6404, que considerava como parte do lucro operacional as despesas financeiras. Isto tornou difícil considerar o lucro operacional uma medida confiável. Além disto, convencer as pessoas que o lucro operacional não deveria incluir as despesas financeiras é mais difícil ainda.

Condorsement

O Financial Times (2011 is the year of accounting 'condorsement,' Fitch says; Tracy Alloway, 19 jan 2011) discute a questão da convergência contábil. Lembrando que em 2011 países como Canadá, Coréia e Índia devem implementar as IFRS, o Financial Times afirma que o relevante é a questão "Estados Unidos".

Questões importantes, como a contabilidade de valor justo, ainda provocam sérias divergências entre o Fasb e o Iasb. Mas a Fitch Ratings acredita num meio termo. Segundo um relatório publicado na terça-feira, a Fitch de dois aspectos favoráveis a convergência dos Estados Unidos. Primeiro, existe uma boa vontade dos Estados Unidos em adotar as IFRS e isto incluiria a possibilidade de empresas estrangeiras com ações negociadas na bolsa naquele país usarem as normas internacionais. A própria SEC tem defendido a convergência há anos. O segundo aspecto diz respeito à importante participação dos Estados Unidos no Iasb: quatro membros da diretoria do IASB e cinco membros do conselho de administração, de um total de 15 e 17 membros, são representantes estadunidenses.

Para resolver o problema da convergência do maior mercado acionário do mundo existe a palavra condorsement, junção de convergência (convergence) e aprovação (endorsement). Na prática isto significaria preservar os US GAAP e a IFRS ao longo do tempo, enquanto a convergência ocorre ao longo do tempo. Depois da convergência, o Fasb aprovaria um a um as IFRS, num processo semelhante ao da Comunidade Européia e do CPC, no Brasil. Isto manteria um controle dos padrões que seria adotados nos Estados Unidos.

Ao mesmo tempo que no longo prazo os Estados Unidos poderão estar convergentes, ao manter uma forte participação no Iasb preserva a qualidade das normas.

Distribuição da GS

O Goldman Sachs informou que pagou 15,38 bilhões de dólares em compensações e benefícios aos funcionários em 2010. Apesar deste valor significar uma redução de 5% em relação ao ano anterior, o valor representa 39,3% da receita, um dos menores valores da sua história. Por empregado, segundo informação do Wall Street Journal, isto representa quase 500 mil dólares, uma redução de 14% quando se compara com 2009. Entretanto, o valor médio, como qualquer média, deve ser tomado com cuidado: afinal, os 475 partners devem receber milhões de dólares.

Apesar da redução, a BBC lembra que o lucro também caiu (38%), assim como as receitas (13%). O anúncio do Goldman poderá provocar uma reação em outras instituições financeiras, que serão pressionadas a remunerar melhor seus executivos.

Entretanto, o Wall Street Journal critica a transparência do resultado da instituição. O jornal compara o Goldman com o Morgan: enquanto as informações contábeis do Goldman somam 15 páginas, a do Morgan chega a 23 páginas, com mais detalhes sobre a receita regional, o setor de crédito corporativo, por exemplo.

Caixa da Apple


Ao final do quarto trimestre de 2010 a Apple tinha em caixa e equivalentes 10 bilhões de dólares. Somando a este valor as aplicações de curto prazo e de longo prazo tem-se 60 bilhões de dólares disponíveis para investimentos futuros. Em relação ao final de 2009 ocorreu um acréscimo de 20 bilhões de dólares (figura). Neste ritmo, ao final de 2011 a Apple poderá ter 100 bilhões de dólares. Na realidade, como o acréscimo de recursos aumentou nos últimos trimestres, talvez a empresa atinja esta marca antes do final do ano.

Os 60 bilhões em caixa, equivalentes e aplicações financeiras são superiores ao valor de mercado de empresas como Visa (60 bilhões), Boeing (53 bilhões), Nike (40 bilhões) e Nokia (40 bilhões).

O valor levanta a questão: a empresa deve fazer distribuição do dinheiro para os acionistas? Afinal 60 bilhões é muito dinheiro, acima das necessidades para investimento da empresa.

Isto depende do cenário futuro da empresa. Se os recursos forem aplicados e gerarem um acréscimo de valor na empresa, é coerente a retenção do dinheiro. Entretanto, dinheiro parado ou com rentabilidade reduzida pode implicar, no médio prazo, na destruição do valor. Veja a posição de Damodaran aqui.

Fatos sobre o Brasil

O índice de desenvolvimento humano da ONU, que mede os padrões de vida com fatores como acesso à educação e saúde, do Complexo do Alemão é próximo ao do Gabão, um dos mais baixos da escala, Em comparação, o índice de desenvolvimento de bairros de luxo do Rio como Gávea e Leblon são maiores do que o da Noruega, o topo no ranking dos países. (via Marginal Revolution)

19 janeiro 2011

Lançamento

Rir é o melhor remédio


Redução de custo

Teste 413

Os governos são inventidos quando o assunto é criar impostos. Da lista abaixo, diga qual situação não é verdadeira:

Imposto sobre Alma - Mesmo se você não acredita na existência da alma, você deveria pagar
Imposto sobre tatuagem
Imposto sobre vendas de substâncias ilegais


 

Resposta do Anterior: 100 libras por dois autores em dez anos. Isto significa dizer que para cada ano de trabalho os autores pagaram 5 libras esterlinas. Fonte: Aqui

Por que falamos “estou em débito com você”?

Em contabilidade, a palavra débito corresponde a um termo neutro. Quando uma empresa compra uma mercadoria, debita estoques e credita bancos, indicando que uma aplicação dos recursos em estoques. Quando se paga uma dívida com o banco, debita empréstimos e credita bancos, mostrando que recursos foram destinados a redução da dívida. Se a empresa obteve receita, debita bancos e credita receita, indicando que valores apareceram na conta corrente da empresa em razão das receitas geradas. Assim, no método das partidas dobradas, o termo é uso de uma maneira neutra, referindo o destino dos recursos. (Para uma explicação mais detalhada, vide o livro de minha co-autoria "Contabilidade Básica".)

Entretanto no senso popular é comum as pessoas falarem: "estou em débito com você". Neste caso, indica que estaria em dívida com alguém. O sentido do termo débito é negativo na linguagem popular. Qual a razão para que isto ocorra?

O dicionário registra que a origem do termo deve-se ao latim debitum que corresponde a uma dívida especial de dinheiro. Do latim existe a palavra debere que corresponde a dever, estar obrigado a alguma coisa. O Houaiss informa que o termo aparece na língua portuguesa em 1485, nove anos antes da publicação do livro de Luca Pacioli. Isto indicaria que o termo já existia antes de ser incorporado pela contabilidade. Assim, talvez o problema esteja no fato da contabilidade ter usado uma palavra errada para referir-se a destino.

Mas o fato de ainda hoje permanecer usando "débito" com o sentido negativo pode ter uma explicação. As pessoas geralmente usam conta corrente numa instituição financeira. Quando um banco retira dinheiro da conta corrente do cliente, em virtude de um pagamento feito com um cheque, aparece no extrato um débito. Observe que neste caso o banco está informando a transação sob sua ótica: saiu dinheiro da conta corrente do cliente e conseqüentemente saiu dinheiro do banco. Assim, as pessoas quando retiram seu extrato observam que ocorreu um "débito" quando o dinheiro saiu da sua conta, que é um evento negativo.

Links em Finanças Comportamentais

Escrever sobre as preocupações com as provas pode ajudar nas notas 


 

As fêmeas das borboletas podem tomar a iniciativa e o fator decisivo parece ser as condições em que eles cresceram como larvas 


 

Mulheres lésbicas recebem mais que mulheres heterosexuais e ninguém sabe explicar 


 

CEOS nervosos assumem menos riscos 


 

Radar na Suécia para os motoristas (via bilhete de loteria) para não dirigirem rápido demais 


 

Foreign Policy lista Thaler e Sendhil Mullainathan como pensadores do ano


 

A ginástica é contagiosa


 

O conceito de information cascade (próximo ao do efeito manada)


 

Procriar como um vício


 

A forma do pedido influencia na quantidade doada


 

Sete jovens economistas comportamentais 


 

Tabela periódica do irracional 


 

Fontes mais rebuscadas podem ajudar a reter mais informação 


 

A morte dos pais traz poucos efeitos cognitivos para os filhos 


 

As pessoas talvez não sejam avessas ao risco: Las Vegas 


 

A felicidade tem uma parcela genética 

Arte com livros



Fonte: aqui

O Valor do Chefe

Steve Jobs, da Apple, anunciou seu afastamento da empresa e, como conseqüência, as ações da empresa caíram 8,3%. Isto significa que o anúncio trouxe uma perda de 26,5 bilhões de dólares em valor da empresa. Como Jobs tem um salário de 1 dólar, isto mostraria que o trabalho do executivo na empresa é uma grande barganha para os acionistas.

Mas sabemos que nem todos os executivos trazem, na sua remuneração, um valor adequado para seu trabalho. Existem diversos exemplos de elevadas remunerações e baixo nível de retorno para os acionistas.

O blog Stumbling and Mumbling lembra uma forma interessante de mensurar se a remuneração dos executivos está superestimada ou subestimada: verificando como o mercado reagem quando aparece uma notícia súbita da morte do administrador. Recentemente, no Brasil, tivemos o caso do presidente da Copel, onde o mercado acionário trouxe um aumento na cotação das ações nos dias seguintes à notícia.

As pesquisas mostram que esta parece ser a regra geral. Ou seja, quando subitamente um executivo morre, ocorre uma valorização das ações. Mas o blog Stumbling and Mumbling lembra que este tipo de pesquisa deve ser considerado com ressalvas pois a amostra é reduzida e existem outras questões envolvidas.

Número da Internet

107 trilhões - O número de e-mails enviados pela Internet em 2010.

294 000 000 000 - número médio de mensagens de e-mail por dia.

1 880 000 000 - O número de usuários de e-mail em todo o mundo.

480 milhões - os novos usuários de e-mail desde o ano anterior.

89,1% - A proporção de e-mails que eram spam.

262 000 000 000 - O número de spams por dia (supondo que 89% são spam).

2 900 000 000 - O número de contas de e-mail em todo o mundo.

25% - Percentagem de contas de email que são corporativos.

Sites

255 milhões - O número de sites em dezembro de 2010.

21 400 000 - Novos sites em 2010.

Os nomes de domínio

88 800 000 - nomes de domínio .COM no final de 2010.

13 200 000 - nomes de domínio .NET no final de 2010.

8,6 milhões - nomes de domínio .ORG no final de 2010.

Usuários da Internet

1 970 000 000 - usuários da Internet no mundo inteiro (junho 2010).

14% - Aumento de usuários da Internet desde o ano anterior.

825 100 000 - Usuários da Internet na Ásia.

475 100 000 - Usuários da Internet na Europa.

266 200 000 - usuários de Internet na América do Norte.

204 700 000 - Usuários da Internet na América Latina / Caribe.

110 900 000 - Usuários da Internet na África.

63 200 000 - usuários de internet no Oriente Médio.

21 300 000 - usuários de Internet na Oceania / Austrália.

As mídias sociais

152 milhões - O número de blogs na internet.

25 000 000 000 - Número de tweets enviados no Twitter em 2010

100 milhões - Novas contas adicionadas no Twitter em 2010

175 000 000 - Pessoas no Twitter a partir de setembro 2010

7 700 000 - Pessoas seguintes @ ladygaga (Lady Gaga, a maior conta seguida no Twitter).

600 milhões - Pessoas no Facebook, no final de 2010.

250 milhões - Novas pessoas no Facebook, em 2010.

30 000 000 000 - Pedaços de conteúdo (links, notas, fotos, etc) compartilhada no Facebook por mês.

Vídeos

2 000 000 000 - O número de vídeos vistos por dia no YouTube.

35 - Horas de vídeos enviados ao YouTube a cada minuto.

84% - Percentagem de usuários da Internet que assistem vídeos on-line (EUA).

2 + bilhões - O número de vídeos vistos por mês no Facebook.

20 milhões - Os vídeos enviados ao Facebook por mês.

Imagens

5 000 000 000 - Fotos hospedado pelo Flickr (setembro 2010).

3 000 + - As fotos enviadas por minuto para o Flickr.


 

Fonte: aqui

UBS

O banco suíço UBS acredita que a primeira impressão é a que fica. Para seus funcionários, o UBS fez um código de 43 páginas sobre como se comportar. Isto inclui como seus funcionários devem vestir, preferindo roupas cinza escuro, azul, preto ou azul marinho. Para as mulheres, as saias devem chegar no joelho. Os homens devem guardar o terno de forma adequada para preservar o vinco e cortar regularmente o cabelo.

Além do que se deve fazer, o código inclui o que não fazer: comer alho e cebola, fumar, vestir camisas de manga curta, meias curtas que mostram a pele quando sentado, pintar o cabelo entre outras coisas.

Leia mais em Dress to Impress, UBS Tells Staff – Wall Street Journal – 14 dez 2010 – Elena Berton

Deloitte, CVM, Aracruz e o acordo

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) decidiu levar a julgamento a empresa de auditoria Deloitte Touche Tohmatsu e seu sócio e responsável técnico José Carlos Monteiro no caso ligado à perda de cerca de R$ 2 bilhões sofrida pela Aracruz Celulose em 2008, por causa de operações com derivativos cambiais.

O caso discute a responsabilidade dos envolvidos sobre o negócio que pôs em risco a própria sobrevivência da empresa e gerou prejuízo a seus acionistas. As operações escolhidas pela empresa eram mais baratas do que outras opções no mercado, mas dependia de estabilidade cambial. Com a crise de 2008 e a valorização súbita do dólar em relação ao real, a empresa teve perdas bilionárias.

Monteiro e a Deloitte, responsáveis pela auditoria das contas, tentaram um acordo com a autarquia para encerrar processo, sem presunção de culpa, mas tiveram sua proposta negada pelo comitê da CVM responsável por avaliar a questão. Ontem, a Deloitte esclareceu ter desistido da negociação por achar excessivo e desproporcional o valor sugerido pela autarquia. Disse ainda acreditar que seus procedimentos foram adequados e que levou em consideração exclusivamente o tempo e os custos advocatícios envolvidos na defesa para formular uma proposta. Monteiro e a Deloitte chegaram a oferecer R$ 150 mil e R$ 300 mil, respectivamente.

Mas o comitê inicialmente considerou os valores baixos, dado o "contexto em que se verificaram as infrações imputadas aos proponentes, a especial gravidade das condutas consideradas ilícitas e o histórico de ocorrências da empresa de auditoria". O comitê propôs então elevar os valores para R$ 800 mil a Monteiro e R$ 1,7 milhão à Deloitte. "A contraproposta financeira feita pela CVM foi considerada excessiva e desproporcional ao questionamento em si, razão pela qual decidimos não aceitá-la", disse a Deloitte em nota. A CVM então sorteou um relator para o caso, o que significa que a discussão segue para julgamento, ainda sem data marcada.

Deloitte vai a julgamento na CVM pelo caso Aracruz - Por Agência Estado

A CVM já sinalizou que irá endurecer com os problemas do mercado. A Deloitte, diante dos seguidos problemas, sabe que capitular agora poderá indicar que estaria disposta a aceitar multas maiores no outros casos que estava envolvida. Apesar da melhoria no papel da CVM, ainda é longo o tempo em que um processo leva para ser finalizado.

Fundo Partidário

O Fundo Partidário será, em 2011, de R$ 301 milhões. Isso porque, foi aprovado a nove dias do fim do ano o reforço de R$ 100 milhões. Deste valor, R$ 265 milhões são oriundos do Orçamento da União e R$ 36 milhões referentes à arrecadação de multas previstas na legislação eleitoral.

Mas, afinal, qual a razão para se aumentar de forma tão extraordinária a dotação dos partidos? Muito simples: a necessidade de eles pagarem as dívidas de campanha.

Evidentemente, R$ 300 milhões é um custo irrisório para a consolidação da democracia. No entanto, a questão é mais complexa. O fundo partidário é utilizado de forma pouco transparente e, algumas vezes, desviado dos propósitos originais de fortalecimento do partido.

Murillo Aragão – Brasil Econômico – 18 jan 2010

IFRS na Índia

Os jornais anunciaram que a Índia está pensando em não adotar as normas internacionais de contabilidade:

a Federação das Câmaras de Comércio e Indústria Indianas, um dos lobbies empresariais mais poderosos no país, pediu recentemente que a data de efetivação seja adiada, argumentando que o momento era "extremamente inviável e injusto".

Patentes na Universidade

(...) a maior participação das universidades [no registro de patentes] indica uma nova postura das instituições de ensino. "As universidades perceberam que poderiam ganhar dinheiro com as patentes, que antes eram registradas individualmente pelos próprios pesquisadores", diz [Ricardo Camargo Mendes, sócio da Prospectiva Consultoria].

Por outro lado, a perda de participação da iniciativa privada reflete retração da cultura inovadora no país. "A aversão a risco leva ao baixo número de patentes. Há poucas empresas que apostam no modelo de negócios baseado na inovação pura" afirma Mendes.

Universidades superam empresas em patentes - Paulo Justus – Brasil Econômico – 18 jan 2011-01-18

Observe que o número de patentes registradas no Brasil é, proporcionalmente ao tamanho da nossa economia, reduzido. Assim, um aumento, mesmo que reduzido, tende a gerar um efeito expressivo no valor total. Mas acrescento o texto outra justificativa em decorrência do período de tempo analisado (1992 a 2000 versus 2001 a 2009): o crescimento de entidades vinculadas as instituições de ensino, como as fundações de apoio, que trouxe uma visão mais empresarial para universidade (apesar do mau humor dos órgãos de controle e do judiciário.

18 janeiro 2011

Rir é o melhor remédio


Obituário: Novos Tempos

Por que o nome é “passivo”?

As obrigações de uma entidade são denominadas de "passivo". Mas na linguagem popular o termo "passivo" diz respeito a algo "sem ação". Certamente os credores da empresa estão longe de serem indiferentes ao que ocorre com o seu dinheiro. Outro significado do termo, derivado da filosofia, é "possuído pela paixão". Novamente é difícil imaginar uma instituição financeira ou um fornecedor apaixonado pela empresa.

Em gramática, o termo passivo aproxima-se da concepção original: refere-se de quem não pratica a ação do verbo. Observe que o termo já está mais próximo da concepção contábil: o governo não pratica a ação de gerir a empresa, mas as obrigações tributárias existem. Aqueles que emprestaram dinheiro para empresa, após aportarem os recursos, ficam pacientemente aguardando que a gestão da entidade faça bom uso do mesmo e possa, ao final do contrato, devolver os seus recursos. Agem assim de forma paciente, de maneira passiva, sem intrometer nos negócios da empresa.

A origem da palavra refere-se ao latim, conforme explica o dicionário Houaiss de "suscetível de paixão". Além disto, o verbo está associado ao "sofrer".

Desafios da Nova Contabilidade

Cinco desafios das novas regras de contabilidade

Dar valores a árvores, bois e outros "ativos vivos" é um dos desafios das empresas para adotar o padrão internacional, o IFRS

Olívia Alonso, iG São Paulo | 18/01/2011 05:15


 

Como medir o valor de uma árvore que está envelhecendo, ou de um bezerro que está engordando? O cálculo desses itens, que são chamados ativos biológicos, está entre os principais desafios do padrão internacional de contabilidade, o IFRS, que começa a ser obrigatório este ano para empresas brasileiras. Outros pontos que estão gerando discussões no momento, segundo especialistas, são contratos de construção imobiliária, bens de concessões do governo, instrumentos financeiros e os chamados ativos imobilizados, bens tangíveis que empresas necessitam para realizar suas atividades, como máquinas.

Das 100 maiores companhias brasileiras com ações em bolsa de valores, 28 já reportaram resultados referentes ao terceiro trimestre ou outros períodos de acordo com as novas normas, mesmo não sendo obrigatório ainda. Entre elas, estão Vale, Petrobras, Klabin, Cielo, OGX, Suzano e Net. A partir de agora, todas as empresas listadas em bolsa, ou que tenham faturamento superior a R$ 300 milhões (ou ativos que superem R$ 240 milhões), precisam se adequar ao padrão internacional quando reportarem seus números fechados referentes ao ano passado.

A partir dos problemas já apontados pelas companhias – tanto por aquelas que se anteciparam, como por diversas outras que estão preparando suas demonstrações - consultores da Ernst&Young identificaram cinco principais desafios. Com a ajuda desses consultores e outros especialistas, o iG mostra abaixo exemplos e pontos críticos de cada um.

Ativos Vivos

Os chamados ativos biológicos, que são bens "vivos" detidos pelas empresas, estão entre os principais desafios apontados pelos especialistas. A nova norma exige que florestas, gado, cana-de-açúcar, entre outros itens biológicos ou agrícolas sejam avaliados periodicamente e contabilizados nos balanços das companhias de acordo com o valor de mercado ("valor justo") que possuem, ou seja, o "preço" pelo qual seriam vendidos na data atual.

A grande dificuldade é a mensuração desses ativos, pois as empresas precisam seguir parâmetros, que muitas vezes não existem e ainda precisam ser criados.

"Imagine que uma empresa, como um frigorífico, por exemplo, tenha comprado um bezerro, que foi engordando ao longo do tempo, mas ainda não foi abatido. Pela nova contabilidade, será preciso avaliar a valorização do animal periodicamente, o que as companhias ainda não têm costume de fazer", diz Bruno Salotti, professor de contabilidade da Universidade de São Paulo (USP).

Outro setor afetado é o de papel e celulose. Pela nova regra, as companhias precisam medir o valor de uma árvore que está crescendo, por exemplo. "O padrão deixa de ser o quanto a empresa pagou pela árvore e passa a ser o valor de mercado do ativo", diz Reginaldo Alexandre, presidente da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais de São Paulo (Apimec SP).

Apesar do desafio, Paul Sutcliffe, sócio-líder de mercado de IFRS da Ernst&Young, afirma que o Brasil deverá se tornar referência mundial neste quesito, pois diversas empresas brasileiras lidam com ativos biológicos. Salotti concorda. "No começo, as empresas devem buscar avaliadores externos, mas a tendência é que passem a desenvolver maneiras de fazer os cálculos internamente e que passem a ser referência", diz o professor.

Segundo a Ernst&Young, as empresas que possuem ativos biológicos e que já apresentaram dados nos novo padrão tiveram mudanças significativas em seus resultados. Metalúrgica Gerdau e da Klabin, por exemplo, viram seu patrimônio líquido crescer 80%. Fibria e Suzano Papel e Celulose tiveram o patrimônio aumentado em cerca de 70% em função das novas regras.

Instrumentos financeiros

O desafio mais complexo na visão dos especialistas está ligado a mudanças em instrumentos financeiros, como derivativos e contratos de câmbio. As novas regras trazem uma série de modificações envolvendo a maneira de contabilizar esses ativos. Sutcliffe afirma que as normas para instrumentos financeiros já eram as mais complexas antes do IFRS. Agora, as dificuldades são multiplicadas. "São centenas e centenas de páginas de alterações que estão dando trabalho às empresas."

De todas, o ponto mais crítico é a atribuição do valor de mercado ("valor justo") a esses instrumentos, ou seja, o "preço" pelo qual seriam vendidos na data no mercado. Antes do IFRS, os ativos financeiros eram contabilizados a custo histórico, que é o valor pago por eles quando foram adquiridos. Agora, passa a ser necessária a avaliação periódica dos valores para nova marcação, mesma exigência dos ativos biológicos.

Alexandre lembra, porém, que diversas mudanças relacionadas aos instrumentos financeiros ainda estão em discussão e muitas delas só estarão vigentes a partir de 2013. A sugestão dos especialistas é que as companhias busquem a ajuda de profissionais com profundos conhecimentos das regras que envolvem esses ativos, pelo menos para a elaboração dos primeiros balanços com os novos padrões.

Ativos imobilizados

Os ativos imobilizados são o conjunto de bens e direitos que as empresas precisam ter para manter suas atividades. São bens tangíveis, ou seja, que podem ser tocados, como edifícios e máquinas. Também entram nos balanços como imobilizado os custos de melhorias feitos em bens alugados ou arrendados.

Na regra antiga, as empresas atribuíam os valores de ativos imobilizados de acordo com o custo, ou seja, o quanto pagaram por eles. Além disso, a depreciação dos bens era calculada de uma forma chamada "regra fiscal", que considera que o item "envelhece" após dez anos de vida. Com o IFRS, tudo muda. A partir de agora, as companhias precisam avaliar o quanto o ativo depreciou a cada ano. Esse novo valor é chamado "custo atribuído".

"O IFRS corrige um erro", diz Salotti. Como as regras fiscais estabeleciam que a vida útil de uma máquina era de dez anos, passado este período, a empresa considerava que o ativo valia zero. "No entanto, o maquinário ainda está funcionando e tem seu valor", afirma o professor.

O grande desafio neste ponto é a avaliação constante dos ativos. "As empresas têm que verificar sempre se seus bens continuam capazes de gerar valores ou não", diz Alexandre. Caso sejam, é preciso atribuir o valor que merecem. Caso contrário, as companhias têm que fazer uma reavaliação para baixo, que é chamada de "impairment", segundo o presidente da Apimec SP. Como exemplo, ele cita a Cesp, que no ano passado reavaliou várias de suas usinas. "A empresa fez um ajuste para baixo dos valores de várias unidades, e a diferença foi um número considerável."

Contratos imobiliários

Outro desafio que vem gerando discussões são os contratos do setor imobiliário. Diante de recorrentes dúvidas das empresas, o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), a entidade brasileira criada para adequar as normas à realidade do País, elaborou em dezembro de 2010 uma orientação para ajudá-las a entender as novas regras. Antes disso, as companhias tinham grande dificuldade para interpretar as leis, que não deixavam claro como as receitas com venda de imóveis devem ser contabilizadas.

A dúvida das construtoras era o momento em que a receita deveria ser contabilizada: na hora da entrega das chaves ou antes? Uma possível interpretação da nova norma era de que a ocasião certa é aquela em que o imóvel é recebido pelo novo dono. Mas uma outra leitura da norma levava à conclusão de que a receita deveria ser reconhecida durante o andamento da obra. Os especialistas dizem que as duas interpretações eram possíveis. Mas, segundo eles, após a orientação, as empresas passaram a entender que o correto é a contabilização da receita enquanto o projeto está em andamento.como é o brasileiro?

Apesar dos desafios, o presidente da Apimec SP acredita que as companhias vão conseguir apresentar seus resultados de acordo com as novas regras este ano, sem atrasos. Sutcliffe, por sua vez, diz que a partir do segundo trimestre deste ano as empresas terão maior facilidade, pois poderão comparar suas demonstrações financeiras com as das concorrentes. "Elas passarão a ter referências, o que vai ajudá-las", afirma.

Concessionárias

As empresas que possuem concessões do Estado, como de transmissão e distribuição de energia elétrica, também estão diante de um grande desafio: a mudança da classificação dos chamados "bens de concessão", que são conjuntos de ativos que as empresas recebem do governo para realizar suas atividades.

Antes do IFRS, esses bens eram considerados "ativos imobilizados", cuja depreciação era calculada de acordo com a vida útil. A partir das novas regras, as companhias precisam apresentar esses itens em seus balanços de forma diferente: como "ativos intangíveis" ou "ativos financeiros", dependendo de alguns critérios, como a atividade da empresa, o uso do bem e o retorno que ele traz. Mas, para essas duas categorias, a depreciação é calculada de uma forma mais complexa, que depende do chamado "teste de recuperabilidade", que identifica o valor real de um ativo.

"As empresas não têm que apenas depreciar o bem, mas precisam também amortizar pelo prazo da concessão e fazer o teste para avaliar o valor deste bem", diz Joanília Neide de Sales, professora de Contabilidade da Universidade de São Paulo (USP) e da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi). Segundo ela, a mudança traz uma dificuldade a mais, pois o cálculo da depreciação dos ativos financeiros e intangíveis exige do contador mais conhecimentos de finanças e do negócio da empresa.

Teste 412


A figura mostra uma página do livro Principia Mathematica, de B. Russell e Alfred N Whitehead. Os dois matemáticos ingleses levaram dez anos para escrever um livro que pretendia transformar a matemática em lógica pura. O volume I da primeira edição teve uma tiragem de 750 cópias. Em razão do número de páginas e da complexidade da obra, a editora estimava uma perda de 600 libras para publicar a obra. Os editores fixaram uma perda máxima de 300 libras; Russell e Whitehead conseguiram 200 libras de doação da Royal Society. A diferença teve que ser paga do próprio bolso dos autores. Qual o prejuízo anual que os cientistas tiveram?


 

Resposta do Anterior: o governo da Bolívia diz que irá fazer uma auditoria para verificar a razão do aumento de preço da Coca-Cola, de 12%.

17 janeiro 2011

Rir é o melhor remédio


Fonte: aqui

Links

Arquivo com todas as dissertações do mestrado UnB-UFRN-UFPB

Educação financeira nas escolas

Bolsa de Portugal aumenta com as notícias da contabilidade pública (o inusitado está no título da matéria)

O custo da maternidade é muito grande

Teste 411

Coca-Cola, Bolíva e Auditoria. O que faz com que estas três palavras estejam vinculadas? É uma notícia recente.


 

Resposta do Anterior: Os deputados ingleses são pouco gananciosos. Chaytor pediu reembolso de 22 mil euros, somente. Fonte: Antigo Deputado Condenado a 18 meses de prisão. Diário de Notícias, 7 de janeiro de 2011

Por que toda vez que a polícia encontra um caderno de um traficante, diz que encontrou a “contabilidade” do tráfico?

Você já percebeu que toda vez que ocorre uma batida policial e o servidor da lei encontra um caderno com anotações dos "clientes" do traficante, diz-se que encontrou a "contabilidade" do tráfico. Qual a razão para isto ocorrer?

Tenho duas possíveis explicações. Primeiro lugar, a palavra contabilidade é muito usada como sinônimo de conta. Mas isto não muito sentido quando verificamos o significado da palavra num dicionário: além da ciência, do curso, da atividade do contador (escrituração no meu dicionário Houaiss), do local numa empresa onde o contador faz seu trabalho o dicionário traz dois significados próximos. O primeiro: conjunto de documentos e dos livros para o contabilista fazer a escrituração; o segundo: cálculo e planejamento de despesas e ganhos. Mas é difícil imaginar que sejam estes os significados já que os "livros" apreendidos geralmente são muito mais próximos de listas dos clientes e dos estoques dos produtos do que uma escrituração. Ou seja, a minha primeira possível explicação não é adequada.

A segunda possível explicação eu denomino de "meliante". Um delegado, em lugar de chamar um suspeito de "traficante" e "bandido", utiliza o termo "meliante" ou algo próximo. A palavra "meliante" demonstra muito mais cultura do que usar o termo "suspeito" ou algo do gênero. De igual forma, falar em "listagem de clientes" ou "anotações" é muito simplório; já o termo "contabilidade do tráfico" possui um poder de impressionar maior.