Translate

24 fevereiro 2009

Rir é o melhor remédio


Depois da devastação, o que sobra: economistas

Rir é o melhor remédio


Tarefas de Obama

Prestígio de Obama

Links

Blog de Kanitz (Dica de Alexandre Alcantara)

Dez cidades do mundo que são Sin Cities (inclui Rio de Janeiro) (Sin City = cidade da graphic novel de Franck Miller, onde reina a corrupção, drogas e prostituição)

Um dia na Abbey Road: filme mostra turistas na faixa de pedestre mais famosa do mundo

Sushi com Obama

Novo escândalo e novamente auditoria

O escândalo da instituição Stanford revela, novamente, a fragilidade da auditoria como uma aliada dos fraudadores. Segundo o The Times (Hunt for Stanford and his billions as regulators unravel 'worldwide fraud', Suzy Jagger, Christine Seib, David Brown, Laura Dixon, 19/2/2009, 1, 6,7)

“uma pequena empresa contábil na Antigua [CAS Hewlett & Co] é responsável pela auditoria do multibilionária carteira de investimento. A comissão [SEC] tentou contato por telefone, mas ninguém respondeu.”

Fraude e Tempos Difíceis

A fraude de empregados – através de esquemas que incluem o roubo do caixa pequeno – tende a aumentar durante os períodos econômicos difíceis, quando os empregados sentem pressão financeira na sua vida pessoal, especialistas dizem. E pequenas empresas são especialmente vulneráveis por causa dos problemas com controle interno para prevenir fraude. Algumas vezes, administradores das empresas afetadas atribuem às perdas as vendas menores – não suspeitando do golpe.

(…) “Pessoas desperadas fazem coisas desesperadas”, ele [Jeffrey Sklar, da firma de contabilidade Sklar, Heyman & Company LLP] diz.


Building Your Business: Today's Topic: Dealing With Dishonesty --- Confronting the issue of stealing as economy sinks - Simona Covel – 19/2/2009 - The Wall Street Journal - B5

Imparidade e Balanço da Vale

Um primeiro exemplo da aplicação da imparidade no balanço da Vale:

Vale faz baixa de R$ 2,4 bilhões na Inco
20/2/2009 - Valor Econômico

A Vale reduziu em R$ 2,4 bilhões o valor de sua subsidiária canadense Inco, adquirida em 2006, por US$ 18 bilhões. O ajuste foi feito por conta da nova lei contábil, em vigor desde 2008, que obriga a avaliação regular dos ativos das companhias.

Esse impacto é reflexo da adoção de uma das regras da nova lei contábil brasileira, o chamado teste de "impairment", ou "valor recuperável" dos ativos. Na prática, isso nada mais é do que a companhia provar que ela consegue transformar o valor de seus ativos em lucro, seja com pela operação ou pela venda do negócio. A partir do balanço anual de 2008, as empresas são obrigadas a fazer testes e estudos para verificar a eficiência de seus registros.

A mineradora informou um lucro líquido de R$ 10,4 bilhões no último trimestre de 2008, que não inclui a baixa contábil da Inco. A Vale só fez o desconto no resultado anual, que são os dados oficiais enviados à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

(...) A Inco causou pouco estrago perto do que a Xstrata poderia ter feito ao balanço da Vale. Em março, a empresa desistiu do negócio, que poderia chegar a US$ 90 bilhões.

O valor de mercado da Xstrata atualmente é da ordem de 10% do negociado pela Vale. A companhia brasileira, na atual situação de mercado, perderia o valor do ativo com baixa contábil similar a da Inco, mas ficaria com a dívida.

Defesa do Valor Justo

O artigo a seguir mostra uma rara defesa do valor justo no setor financeiro. O artigo, que foca na gestão de risco, enfatiza a importância da contabilidade a valor justo como instrumento gerencial:

O setor financeiro precisa aprimorar a gestão de risco
20/2/2009
Lloyd Blankfein é executivo-chefe do Goldman Sachs
Valor Econômico

(...) À medida que formuladores de política e reguladores começarem a considerar as ações a serem tomadas para lidar com as deficiências, parece-me que será útil refletir sobre algumas lições aprendidas com essa crise.

A primeira é que a gestão de risco não deve se basear inteiramente em dados históricos. (...)

Em segundo lugar, um número grande demais de instituições financeiras e investidores terceirizou a sua gestão de risco. (...)

A terceira é que tamanho é documento. Por exemplo, se uma pessoa detém US$ 50 bilhões de dívida super sênior de (supostamente) baixo risco num CDO, a probabilidade de perdas era, proporcionalmente, a mesma. Mas as consequências de um erro de cálculo eram obviamente muito maiores se a pessoa tivesse uma exposição de US$ 50 bilhões.

A quarta é que muitos modelos de risco presumiram que as posições podiam ser plenamente protegidas. (...)

A quinta é que os modelos de risco não conseguiram capturar o risco inerente em atividades não contabilizadas nos balanços patrimoniais, como os veículos de instrumentos estruturados. (...)

Sexta, a complexidade levou o que tínhamos de melhor. O setor deixou o crescimento nos novos instrumentos superar a capacidade operacional de gerenciá-los. Consequentemente, o risco operacional aumentou dramaticamente e isso teve um efeito direto sobre a estabilidade geral do sistema financeiro.

Por último, e talvez mais importante, as instituições financeiras não prestaram contas sobre os valores dos ativos de forma suficientemente precisa. Ouvi algumas pessoas argumentarem que a contabilidade pelo valor justo - que atribui valores atuais a ativos e passivos financeiros - é um dos principais fatores que agravam a crise de crédito. Eu vejo isso de forma diferente. Se mais instituições tivessem avaliado adequadamente as suas posições e obrigações desde o começo, elas estariam muito melhor posicionadas para reduzir as suas exposições.

Para o Goldman Sachs, a marcação diária de posições a preços de mercado correntes foi um elemento-chave que contribuiu para a nossa decisão de reduzir riscos num estágio relativamente inicial nos mercados e em instrumentos que estavam se deteriorando. Esse processo pode ser difícil e algumas vezes penoso, mas acredito que esta é uma disciplina que deve definir as instituições financeiras.

Aprendendo com a História

No inicio dos anos 70, Detroit concordou que seus trabalhadores aposentassem com pensão e benefícios completos depois de 30 anos de trabalho, independente da idade. Na prática isto significava que um trabalhador poderia começar com a idade de 18 e aposentar com 48, e gastar muito mais anos com a pensão e o plano de saúde que ele ou ela realmente gastaram. (...) O programa de 30 anos persiste – uma parte que inflou a estrutura de custos que tornou não lucrativo para Detroit fazer pequenos carros nos EUA. Outro exemplo: cada fábrica de Detroit possui ainda dezenas de comitês de sindicatos (...) que realmente são pagos pelas empresas de automóveis.
Paul Ingrassia no Wall Street Journal via MJ Perry (Start at 18, Retire at 48, Spend More Yrs. Getting Pension, Free Health Care Than Yrs. Working)


Isto lembra alguma coisa? Será que não estamos cometendo o mesmo erro com nossa previdência pública?

23 fevereiro 2009

Evidenciação

Cobrada para abrir de uma vez por todas a caixa-preta dos gastos dos deputados que a Câmara devolve até o limite de R$ 15 mil mensais - a chamada verba indenizatória, já de si uma extravagância -, a direção da Casa resolveu aplicar a lei. A lei de Delúbio, bem entendido. Em abril de 2004, quando um desavisado companheiro propôs, em nome da transparência, que o PT publicasse periodicamente na internet a contabilidade de suas campanhas, com as doações recebidas e as despesas efetuadas, o então tesoureiro da legenda, Delúbio Soares, fulminou a ideia com um argumento irrespondível: "Transparência assim já é burrice." Entre outros motivos, alegou, porque a prestação de contas "poderia causar mal-estar aos doadores".

Sob a lei do Delúbio - Estado de S. Paulo - 19/2/2009

22 fevereiro 2009

Rir é o melhor remédio


A charge da revista The Economist da semana trata do apoio que Chavez obteve na Venezuela. E brinca que este apoio depende do preço do barril

Rir é o melhor remédio


Fonte: Aqui

Contabilidade Pública

Economia
Nova ferramenta de gestão dará mais transparência às contas públicas
19/2/2009 - Agência Jornal do Brasil

O Ministério da Fazenda quer implantar, em 2009, uma nova ferramenta de gestão pública para medir os custos dos principais gastos de custeio da máquina administrativa e dos serviços prestados ao cidadão. Ele está amparado na Lei 11.638, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em dezembro do ano passado. A lei dá flexibilidade ao setor público e às empresas privadas para adoção do padrão internacional de contabilidade, mas abre espaço para maior transparência das informações.

As empresas deixarão de seguir diversas regras de contabilidade estabelecidas pela Receita Federal. No entanto, terão que apresentar demonstração de fluxo de caixa, entre outras medidas.

As mudanças na contabilidade pública, que envolve os estados e municípios, deverá ter foco na avaliação da evolução patrimonial: ativos e passivos. A maior alteração deverá ocorrer no processo de análise de eficácia do gasto público.

O secretário executivo do Ministério da Fazenda e ex-ministro da Previdência Social, Nelson Machado, acha que é hora de estabelecer um mecanismo para medir os custos do governo, a fim de avaliar a eficácia da administração pública e dos programas e serviços prestados à sociedade, em vez de olhar apenas o comportamento das despesas de custeio do governo.

- É para melhorar a qualidade da informação e permitir que a sociedade possa acompanhar mais de perto o trabalho do governo para poder cobrar mais 'efetividade' dos gestores públicos - disse Nelson Machado à Agência Brasil.

O secretário admite, no entanto, que essa melhoria vai provocar resistências dentro do próprio governo, mas a determinação é essa mesmo: permitir que o cidadão saiba quanto custam os serviços que ele recebe. - É complicado para fazer, pois todo mundo espera que você já nasça como o Macunaíma [personagem-título de um romance do escritor Mário de Andrade, marco do modernismo no país]: grande, andando e arteiro - disse Machado.

Novas Normas

IFRS: Normas ainda trarão à tona muita polêmica
19/2/2007 - Gazeta Mercantil News (Tempo Real)

SÃO PAULO, 19 de fevereiro de 2009 - O ciclo de debates iniciado ontem pela Gazeta Mercantil em parceria com a KPMG trouxe à tona mais do que os principais benefícios que o processo de convergência contábil trará às empresas brasileiras. As palestras também deixaram claras as dificuldades a serem enfrentadas até 2010. Esse é o prazo que as companhias listadas em bolsa e as de grande porte têm para preparar seus demonstrativos contábeis consolidados utilizando o modelo International Financial Reporting Standards (IFRS).

O seminário serviu para evidenciar que as dificuldades não se limitam à contabilidade. Como as normas IFRS se baseiam em princípios de transações e negócios para definir a forma de contabilização, haverá mudanças radicais. "É o fim da expressão meramente contábil", disse no evento Eliseu Martins, da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Não é mera retórica. Com tantas novidades para serem colocadas em prática - e em meio à crise internacional -, os contadores são apenas uma parte atingida pela convergência. Analistas, auditores e profissionais de relações com investidores estão entre aqueles que já percebem os efeitos das alterações. Aumentou a necessidade de conhecer, em profundidade, o tema. A nova safra de balanços já traz empresas que incorporaram alguns pronunciamentos aprovados pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis e pela CVM.

A atenção de analistas estará voltada para uma das principais alterações do IFRS em relação às normas contábeis locais: o conceito de fluxo de caixa futuro. A métrica é utilizada por investidores em suas decisões de aplicação em ativos e empresas.

Se não são os únicos atores do processo de convergência à lei 11.638, que alinha o modelo contábil doméstico ao IFRS, os contabilistas verão sua profissão ser valorizada e ganhar um novo status. No entanto, a capacitação dessa mão-de-obra está sendo colocada em xeque no País. "Estamos muito atrasados no que diz respeito ao ensino de contabilidade internacional no Brasil. No Canadá, os profissionais já saem das universidades treinados pelas normas do IFRS", comparou Vania Borgerth, vice-presidente do Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (Ibri), que também ocupa o cargo de contadora-chefe do BNDES.

Segundo a executiva, o processo de adaptação às normas IFRS foi adiado por diversas empresas ao longo do ano passado. As desculpas foram da piora da crise internacional à indefinição da Receita Federal, que somente no final de 2008 publicou uma Medida Provisória garantindo a neutralidade tributária das companhias que adotassem o IFRS.

Mais trabalho

O calendário de normatização das normas internacionais no País será apertado. São cerca de 30 novas normas a serem colocadas em audiência pública. Entre elas as que tratam de imobilizados e propriedades para investimento.

(Luciano Feltrin - Gazeta Mercantil)

Goodwill

HEARD ON THE STREET: Fondo comercio da mal resultado Asia-Pacífico
Andrew Peaple – 19/2/2009 - Dow Jones en Espanol

El término contable "fondo de comercio" parece bastante inofensivo. Pero está a punto de dar más de un quebradero de cabeza a las empresas de la región Asia-Pacífico.

En el balance de una empresa, el fondo de comercio es la prima que esa compañía paga por una adquisición, por encima del valor de mercado de lo que está comprando. El valor contable neto está sujeto a un test anual de depreciación. Si la perspectiva de generación futura de efectivo para un negocio subyacente se ha reducido significativamente, las empresas podrían verse obligadas a rebajar el valor del activo, lo que daña sus beneficios.

En Asia-Pacífico, donde en los últimos años se ha visto una floreciente actividad de adquisiciones, esto preocupa especialmente. Los volúmenes de compra entre 2004 y 2007 más que se duplicaron, para recortarse ligeramente el pasado año. Entonces, los niveles medios de las primas rondaban el 16% y los niveles generales del fondo de comercio han crecido, según demuestra el análisis de Macquarie Research.

Ahora que las condiciones de efectuar adquisiciones se están dificultando, parece que esos activos de fondo de comercio registrarán fuertes depreciaciones en breve.

(…) Con todo, la contabilidad del fondo de comercio deja mucho margen para las opiniones. Se trata de un cargo no en efectivo que no tiene por qué dañar necesariamente al entorno operativo de un negocio. (…)

21 fevereiro 2009

Rir é o melhor remédio


Fonte: Aqui

Problemas

Referente aos problemas que tive com minha internet, eis um texto interessante que mostra como você lidar com o telemarketing

Como driblar o telemarketing?

Em 1880, apenas 4 anos após Graham Bell patentear o telefone, um confeiteiro alemão descobriu que poderia usar o aparelho para oferecer suas iguarias. Montou um cadastro de clientes e, sem saber, inventou o telemarketing. Maldito confeiteiro alemão!

Contra o telemarketing receptivo (quando é você que liga)
Digite *, # ou 0 repetidas vezes.
Muitas URAs – aquele sistema em que você é guiado por uma gravação – são programadas para encaminhar a ligação a um atendente humano, se quem ligar não digitar uma seqüência "aceitável".

Passe por poliglota.
Muitas empresas oferecem atendimento em outros idiomas. Solicitá-lo é uma ótima forma de furar fila em centrais congestionadas. Nem precisa conhecer outro idioma: os operadores são sempre bilíngües.

Xingue deus e o mundo.
O truque só vale para atendimentos em que você responde para uma máquina. Alguns sistemas reconhecem entonações na voz – inclusive sinais de irritação. Se você gritar, a ligação é encaminhada para o operador.

Tenha piedade.
Operadores de telemarketing são destratados por nós 24 horas por dia, 7 dias por semana. Se você for cordial, encontrará um atendente disposto a ajudar o único cliente simpático do dia. Costuma dar certo.

Contra o telemarketing ativo (quando é a empresa que liga)
Finja-se de gago. Operadores têm metas a cumprir. Não é vantagem para eles prolongar conversas desarticuladas. Outra saída é se fingir de criança. O código de ética do telemarketing (ele existe!) proíbe vendas a menores de idade.

Negue que você é você.
Ligações de telemarketing não são aleatórias. As empresas sabem o alvo do ataque – que raramente é o motorista ou a faxineira. Assim, negue ser o dono da casa – mas cuidado para não se entregar no primeiro alô).

Diga não, obrigado.
Muita gente acha que dizer não é chato e passa horas ouvindo blablablá mesmo sem interesse em comprar algo. Aí vai a notícia: operadores preferem ouvir não logo de cara para ir rapidamente atrás da próxima vítima.

Carreira de Auditor

Vantagens e desafios da área de auditoria
Leandro Alvares
O Estado de São Paulo - 22/2/2009

Profissão garante bons salários, mas exige muito comprometimento com viagens, prazos e vários cursos

Há alguns anos, anunciar em qualquer empresa a visita de um auditor contábil era sinônimo de pânico e temor para a “vítima” desse profissional, cuja função é averiguar se os registros e demonstrativos contábeis estão sendo executados de forma correta.

Mas, por conta da crise financeira global e, principalmente, das mudanças aplicadas na área de contabilidade com a vigência da lei nº 11.638, as organizações passaram a compreender melhor a importância de serem inspecionadas pelo já não mais intitulado bicho papão.

Com a nova norma, sancionada pelo governo federal no fim de 2007, os princípios contábeis do País tiveram a necessidade de seguir a base internacional do setor. Para tanto, foi divulgada uma série de regulamentos, entre os quais encontra-se a obrigatoriedade das companhias de grande porte de serem auditadas anualmente e apresentar balanços cada vez mais transparentes.

“A profissão neste cenário tornou-se ainda mais importante e valorizada. A procura pelo serviço aumentou, mas também as responsabilidades para quem quiser se destacar no novo contexto”, afirma João César Lima, sócio da Price Waterhouse Coopers (PWC), especializada em auditoria.

Para ele, a maior evidência do cargo fará com que muitos estudantes tenham melhor noção do que realmente faz um auditor e, consequentemente, conheçam as vantagens de seguir essa carreira.

“A ascensão profissional e os bons salários são alguns dos atrativos. Um trainee costuma receber ajuda de custo em torno de R$ 1.300, além de benefícios como o custeio da faculdade”, destaca.

André Viola Ferreira, um dos sócios da auditoria e consultoria Terco Grant Thornton, ressalta o forte desenvolvimento intelectual que o emprego possibilita. “Não só agora, com a nova lei, mas sempre estamos em processo de reciclagem, pois são inúmeros preceitos e diretrizes a serem seguidos. É preciso ter conhecimento amplo para atuar em diversas áreas, liderar equipes e executar tarefas na maioria das vezes com uma forte pressão de prazos curtos e, claro, dos clientes.”

O comprometimento exigido, porém, não assusta quem realmente sente prazer em ser auditor. Fernando Oliveira (foto), por exemplo, não se arrepende da escolha pelo curso. Aos 27 anos, já ocupa a função de gerente na PWC.

“Graças à profissão, conheço países e culturas que dificilmente conseguiria visitar se tivesse optado por outra área”, diz.

Para se adequar às novidades previstas na lei nº 11.638, Oliveira participou de um intercâmbio em Londres, onde desenvolveu diversos projetos com as normas atuais. De volta ao Brasil, ele foi convocado para treinar colegas de profissão, incluindo pessoas de cargos superiores ao seu.

“Acabou sendo mais uma responsabilidade entre as várias outras que temos, mas ao mesmo tempo foi um considerável reforço de conhecimento para algo que estamos começando a desenvolver em nosso País. Ajudar os clientes a seguir o caminho correto e alcançar uma maior transparência nos balanços é o que de melhor pode acontecer, pois demonstra uma maior seriedade do mercado e acentua o papel do auditor”, acredita.

FORMAÇÃO

Para ser um auditor contábil, é imprescindível ter o diploma de ciências contábeis, cinco anos de experiência e aprovação em um exame na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Entretanto, graduações como administração de empresas, direito e economia, além de pós-graduação e MBA, são bem-vindas à formação deste profissional.

“O domínio de línguas estrangeiras, em especial inglês e espanhol, são outros diferenciais, já que agora - em busca de uma convergência - estamos em contato direto com os padrões contábeis internacionais”, salienta Oliveira.

Na opinião dele, qualquer curso é válido para agregar sabedoria e acelerar o processo de ascensão da carreira. “Para chegar a sócio, são aproximadamente 12 anos, considerando um desenvolvimento bem rápido. Um tempo bem curto, se comparado ao de outras áreas.”

Os benefícios, obviamente, são ainda mais interessantes quando se chega ao topo da pirâmide. “Além do salário, que não é ruim, há a participação nos lucros da empresa”, afirma Marcelo Gonçalves, diretor de RH da Terco Grant Thornton.

A precisão de quanto se pode ganhar não foi revelada por nenhum dos entrevistados; apenas uma pequena exemplificação: “Dependendo da empresa, um gerente recebe entre R$ 8 mil e R$ 12 mil”, revela Mauro Ambrósio, sócio-diretor da BDO Trevisan.

COBRANÇAS

De acordo com os especialistas, as novas normas do setor farão com que cada vez mais as decisões das empresas passem pela área contábil, com destaque para os auditores.

“A carga de treinamentos será cada vez maior para todos os níveis de carreira; seja trainee, sênior, gerente, diretor ou sócio”, avisa Ambrósio.

“Auditoria é sinônimo de educação continuada e requer muita dedicação, além de extremo compromisso. A opinão do auditor é referência para muitas pessoas. Portanto, é uma enorme responsabilidade”.

O excesso de trabalho também faz parte do perfil de carreira. “Reuniões até altas horas da noite, finais de semana comprometidos com o serviço, viagens e muito, mas muito estudo”, reitera o sócio-diretor.

Vale a pena então seguir essa profissão? “Na balança, as vantagens superam facilmente aquilo que sequer chamo de dificuldades, mas de desafios”, responde.

PROCESSOS

Para atender à demanda de bons profissionais, muitas empresas de auditoria realizam processos anuais de seleção de novos talentos.

A jornada para se tornar um trainee se inicia com a inscrição pelo site, passando por uma triagem de currículo, testes on-line, dinâmica de grupo e entrevistas.

“No ano passado contratamos 120 iniciantes, número que devemos manter em 2009”, declara Marcelo Gonçalves, da Terco Grant Thornton.

Na BDO Trevisan e Price Waterhouse Coopers, os números de novas contratações serão maiores: 150 e 400, respectivamente.

19 fevereiro 2009

Problemas

Peço desculpas, mas ainda estou com problemas na internet.

Teste #24

1. Moonitz poderia ter encontrado com Henry Gantt?
2. Arthur Andersen poderia ter usado uma camisa de raiom?
3. James Mckinsey teria assistido o Brasil ganhar a primeira copa do mundo?

Resposta do Anterior: Ativo

Executivos e a crise


Finanças
Demitidos ainda desfrutam de benesses nos bancos

18 February 2009
Valor Econômico

Procurando por Charles "Chuck" Prince, demitido há 15 meses do cargo de presidente-executivo do Citigroup? É só ligar para o seu ramal no banco, que ainda paga o aluguel de seu escritório e secretária no centro de Manhattan.

O ex-presidente da divisão de banco de investimento do Citigroup Michael Klein também tem um escritório e secretária gratuitos, depois de receber um pacote de US$ 34,3 milhões quando saiu do banco em julho de 2008. John Reed, 70, que não trabalha no Citi desde que abriu mão do cargo de presidente-executivo adjunto em 2000, com uma bonificação de saída de US$ 5 milhões, tem direito a um escritório e secretária pelo tempo que quiser.

Sandord I. "Sandy" Weill, que se aposentou como presidente do conselho de administração em 2006, termina em abril um contrato de consultoria de dez anos com o banco, depois de apenas três anos. O acordo deu a ele milhões de dólares em benefícios, incluindo um escritório, carro com motorista e o uso do avião da companhia, do qual ele abriu mão em fevereiro.

Os bancos que receberam socorro do governo americano vêm sendo criticados pelo presidente Barack Obama, o Congresso e a população por gastos opulentos com remuneração e benefícios a altos executivos. Os bancos continuam distribuindo benefícios, incluindo a antiga prática de escritórios gratuitos e ajuda com secretárias para ex-presidentes. Alguns dos beneficiados são acusados de terem contribuído para a crise financeira.

(...)

O Citigroup não está sozinho na concessão de espaço de escritório, secretárias e outros benefícios para ex-executivos. O Merrill Lynch, que teve de ser vendido no ano passado para o Bank of America, está fornecendo um escritório e um auxiliar para o ex-presidente-executivo Stan O'Neal por três anos, a contar de sua saída do banco em outubro de 2007, segundo documentos enviados à Securities and Exchange Commission (SEC). Esses custos são absorvidos pelo Bank of America, que recebeu um socorro do governo de US$ 45 bilhões e US$ 118 bilhões em garantias de ativos.

Kennedy Thompson, que deixou o cargo de presidente executivo do Wachovia Corp. no ano passado, recebeu um escritório e um assistente por três anos, segundo documentos enviados à SEC. O Wells Fargo de San Francisco, que recebeu US$ 25 bilhões do governo, está bancando o escritório desde que comprou o Wachovia em 31 de dezembro, segundo afirmou a porta-voz Mary Eshet. "Este é um item contratual que permanece após a aquisição", disse Eshet.

Prince, 59, aposentou-se em novembro de 2007, quando as perdas do Citigroup com as hipotecas subprime se aproximavam do recorde de US$ 9,83 bilhões no quarto trimestre daquele ano. Após pagar a ele um total de US$ 66,8 milhões nos três anos anteriores, o Citigroup lhe deu uma bonificação de US$ 10,4 milhões por seus dez últimos meses no cargo, segundo documentos que estão na SEC.

Ele também recebeu benefícios de cerca de US$ 1,5 milhão por ano, incluindo um escritório, assistente, carro com motorista e o pagamento do imposto de renda referente a esses benefícios. De acordo com os documentos na SEC, esses benefícios têm a duração de cinco anos ou até que ele consiga um outro emprego em período integral.

Weill, 75, construiu o Citigroup através de aquisições realizadas num período de 17 anos, incluindo a fusão em 1998 do seu Travelers Group com o Citicorp de John Reed. Weill e Reed dividiram as responsabilidades de presidente-executivo, até que Weill venceu uma disputa no conselho em fevereiro de 2000.

Reed recebeu uma bonificação de saída de US$ 5 milhões naquele ano e um "benefício de aposentadoria" anual de US$ 2 milhões. Ele também recebeu serviços de planejamento financeiro por até cinco anos, um carro com motorista, um escritório com secretária "pelo período que você considerar adequado", segundo o Citigroup. Uma mensagem deixada pela Bloomberg no escritório de Reed no Citigroup foi retornada por um assistente que disse que Reed não está dando entrevistas.

Weill recebeu um escritório e uma secretária sob o contrato de consultoria concedido a ele quando deixou o cargo de presidente do conselho de administração em 2006, segundo documentos enviados pelo Citigroup à SEC. Ele também recebeu uma aposentadoria de US$ 1 milhão por ano, honorários de consultoria de US$ 3.846 por dia por até 45 dias por ano, um carro com motorista, segurança pessoal, honorários de planejamento financeiro e cobertura médica e dentária.

O banco concordou em reembolsá-lo pelo imposto de renda que ele teve de pagar sobre os benefícios. Ele recebeu US$ 69 milhões em salários, bonificações e outros pagamentos durante seus três últimos anos de trabalho no banco, segundo os documentos.

Em agosto de 2008, Weill disse ao Citigroup que queria encerrar o contrato, decorridos menos de três anos. Os benefícios foram interrompidos em abril. Prince, Klein e Weill não responderam a mensagens deixadas pela Bloomberg.