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12 junho 2008

Rir é o melhor remédio


Salários e Lucros (imitando Escher)

Links

1. Dicas para escrever (em inglês)

2. Biquinis, desejo, e comportamento do consumidor

3. SEC propõe regras para as agências de rating

4. Inbev oferece 46 bilhões de dólares pela Anheuser-Busch

5. Como ser verde e ajudar o planeta: pequenas medidas

6. Firefox 3 no dia 17 de junho

Lei 11.638 e Tributação

Receita põe lei contábil em xeque
Valor Econômico - 12/6/2008

Uma resposta da Receita Federal a consulta de uma companhia gaúcha, publicada ontem no Diário Oficial da União, revela que não há garantia de neutralidade fiscal à aplicação da nova lei contábil. A crença na ausência de impacto tributário é um dos pilares da reforma da legislação brasileira e foi o que permitiu o apoio das companhias à mudança da lei, cujo principal objetivo foi colocar o país na rota da convergência aos padrões internacionais de contabilidade. Na consulta, a superintendência da Receita do Rio Grande do Sul manifestou-se a respeito de um dos pontos polêmicos da Lei 11.638, que trata das doações e das subvenções de investimentos ou incentivos fiscais. Até os balanços de 2007, esses benefícios eram registrados na conta de patrimônio e não passavam pelo resultado da companhia. O resultado prático disso é que esses incentivos ficavam livres da incidência de 34% de Imposto de Renda (IR) e Contribuição Social Sobre Lucro Líquido (CSLL).

Com a mudança da lei contábil, de dezembro de 2007, esse tipo de economia obtida pelas empresas passou a ser registrada no balanço. Portanto, agora impactam o lucro do exercício.A dúvida da companhia enviada à Receita era se tal alteração resultaria na inclusão dos valores incentivados no lucro que serve como base de cálculo dos impostos. Surpreendentemente, a resposta da Receita foi de que não se trata de um ajuste meramente contábil.

"Num primeiro momento houve manifestações de vários segmentos no sentido de que a nova lei não traria reflexo contábil, mas entendemos que, com a mudança da legislação, não há mais nenhum dispositivo que garanta a exclusão das doações e dos incentivos da base de cálculo do IR", disse Vera Lúcia Ribeiro Conde, chefe da divisão de tributação da Receita Federal no Rio Grande do Sul. Ela informa que a fiscalização gaúcha será orientada a exigir o pagamento do IR sobre os incentivos, a partir de 1º de janeiro deste ano. A interpretação será mantida até que haja uma manifestação da coordenação da Receita, em Brasília. Vera Lúcia diz que a questão das doações e incentivos foi o primeiro assunto da nova lei analisado pela Receita local.

Em razão de sigilo fiscal, o nome da empresa que fez a consulta não é divulgado. Procurada, a assessoria do órgão na capital federal informou que a nova lei ainda está sendo estudada e, por enquanto, não há conclusões.O entendimento da delegacia gaúcha pode não ser compartilhado pelas demais regiões, mas abre um precedente para que outros pontos polêmicos da nova lei também resultem em impacto fiscal. Entre elas estão o leasing, os prêmios no lançamento de debêntures e, segundo alguns especialistas, a amortização de ágio em operações societárias.

As alterações no tratamento de todos esses itens têm grande potencial de resultar em aumento do lucro, o que poderia significar uma mordida maior da Receita."A resposta a consulta da Receita revela que a neutralidade tributária não é algo pacífico e poderá ser alvo de muita discussão entre o Fisco e as empresas", diz o Gustavo Haddad, sócio do Lefosse Advogados. O consultor Pedro César da Silva, sócio da ASPR Auditoria e Consultoria, receia que a discussão será longa. "Será necessário esperar uma outra delegacia da Receita ter entendimento contrário ao assunto para obrigar o Fisco a uniformizar a interpretação. Enquanto isso, as empresas poderão sofrer autuações fiscais." O assunto deverão gerar discussões administrativas e até levar empresas à Justiça.O vice-presidente da Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca), Alfred Plöger, foi enfático ao lembrar que o compromisso com a neutralidade fiscal foi o que determinou que a associação apoiaria a reforma contábil. "Fui eu quem estava lá [na presidência da Abrasca], na época dessa discussão, e deixei isso muito claro."Os especialistas em tributação acreditam que a interpretação da Receita não será aceita de forma pacífica pelas empresas. "Há uma garantia de que não há efeito fiscal em um dos artigos da nova lei", argumenta Silva. Para ele, a falta de manifestação do Fisco gera insegurança. Ele lembra que os precedentes não são bons. "Em 1976, quando houve uma grande mudança contábil, a Receita demorou dois anos para regular as alterações."

Lei 11.638 e Tributação

Abrasca levará discussão "às últimas conseqüências"
Valor Econômico - 12/6/2008

A Associação Brasileira das Companhias Abertas pretende ir "às últimas conseqüências" para evitar o efeito fiscal sobre as novas regras contábeis, em vigor neste ano. "Não levaremos isso na maciota", afirmou Alfred Plöger, vice-presidente da (Abrasca). Mais do que posição da Receita no Rio Grande do Sul, que interpretou há aumento de impostos, Plöger mostrou-se preocupado com a idéia de que há dificuldade de se garantir a ausência de impacto tributário sobre as mudanças inseridas pela Lei 11.638. Essa interpretação vem ganhando força nas discussões da questão. Plöger disse que irá à Justiça, se preciso. A interpretação da delegacia gaúcha a respeito dos incentivos fiscais contribui para o já tumultuado contexto em que a reforma da legislação contábil brasileira está inserida. A aprovação da lei no apagar das luzes de 2007, para garantir vigência a partir deste ano, trouxe muita complicação ao processo de convergência das regras.

O prazo para a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) normatizarem as diretrizes fornecidas pela lei ficou apertado. Além disso, não houve tempo para a Receita Federal se posicionar previamente. Para o tributarista Gustavo Haddad, do Lefosse Advogados, o ideal seria que a nova lei contábil surtisse efeitos somente a partir de 2009. "Dessa forma, tanto auditorias, empresas e Receita teriam tempo para analisar o texto e se preparar." Como não houve esse período para estudar a legislação, as empresas ficaram sujeitas a surpresas.

Reina, portanto, um clima de incerteza e temor de que o Fisco consiga morder uma fatia maior dos ganhos das companhias, já que diversas alterações na contabilidade têm efeito potencialmente positivo sobre o lucro. Caso haja reflexos fiscais da aplicação da nova lei, é possível que algumas empresas também paguem menos impostos, se os lucros forem reduzidos pelos ajustes às novas normas. "Não queremos isso. O combinado era nem aumentar, nem diminuir", ressaltou Plöger.

Haroldo Levy, vice-coordenador de relações institucionais do CPC, afirmou que, de fato, os debates com a Receita Federal vêm mostrando que o tema é mais complexo do que se imaginava. "Há uma certa decepção por essa falha da análise legal prévia."

Ele disse que somente o órgão federal poderá responder em definitivo sobre o assunto. No entanto, contou que aumentam as chances de que neste ano ocorram alguns efeitos da troca de legislação sobre o pagamento de impostos. Levy disse que parece haver necessidade de procedimentos legais para garantir a tão aguardada neutralidade fiscal, para os quais não há tempo hábil em 2008. "Não é o que a gente queria, mas esperamos que seja conjuntural."

Ele enfatizou, porém, que há sinais de que a Receita Federal continua trabalhando para minimizar os efeitos da nova lei.O texto da Lei 11.638 afirma que não haverá tributação sobre os chamados "ajustes de harmonização" com as regras internacionais. Porém, não deixa claro se tal tratamento é para todas as alterações necessárias e abre espaço para questionamentos. Além disso, o emaranhado de regras e leis tributárias dificultam um consenso simples para o tema.

Antônio Carlos Santana, superintende de normas contábeis da CVM, afirmou que a decisão da delegacia gaúcha e mesmo a ausência de uma posição da Receita não interferem no processo de normatização. A autarquia continua trabalhando para cumprir o cronograma, estabelecido em conjunto com o CPC, de regular as mudanças inseridas pela lei ainda durante este ano. Plöger disse que uma conseqüência possível, caso não haja garantia de ausência de impacto fiscal, é que as companhias optem por não ajustar alguns números do balanço, temendo pagar mais impostos. Essas empresas teriam ressalva nos balanços, feitas pelos auditores independentes. No entanto, caso haja uma grande quantidade de casos iguais, a ressalva ficará banalizada. "Não terá nenhum valor."O ambiente de incerteza gerado pela falta de uma posição da Receita já trouxe efeitos para os balanços do primeiro trimestre. Houve companhias que, já temendo esse cenário, acabaram por levar uma canetada dos auditores.

Além disso, as empresas mostram desconforto em falar de um possível aumento de sua lucratividade - justamente por temerem chamar atenção do Fisco. Mesmo as empresas que estimaram, em nota explicativa, possível aumento no lucro, preferiram não dar publicidade ao assunto. A maioria, entretanto, não apresentou nenhum tipo de cálculo prévio.

Peso e preço da gasolina

Cada vez que você acredita que um pesquisador foi longe, sempre surge uma nova pesquisa para desmentir sua crença. Desde 1960 os estadunidenses engordaram 24 pounds (1 pound = 0.45359237 kg). Esse aumento de peso provocou, como conseqüência, uma aumento no consumo da gasolina. Segundo uma pesquisa, 1 bilhão de galão (1 galão = 3.785411784 litros) a mais por ano, além do que as companhias aéreas estão consumindo. Maior demanda significa maior preço, é a velha lei da economia. (Talvez aqui esteja a razão do preço do barril a 130$). A revista Business Weeek traz uma entrevista (Popcorn and Other Pricing Puzzles) com o autor desse descoberta. Clique aqui para ler

Livro de Teoria Lançado no CFC

Aqui o link (grato Alexandre Alcantara)

Livro Teoria da Contabilidade é lançado no CFC

Assessoria de Comunicação
Os professores da Universidade de Brasília (UnB) e do Programa Multiinstitucional em Contabilidade (UnB, Universidade Federal da Paraíba e Universidade Federal do Rio Grande do Norte) Jorge Katsumi Niyama e César Augusto Tibúrcio Silva lançaram, no dia 29 de maio, no auditório do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), o livro Teoria da Contabilidade. Ao lado do vice-presidente de Desenvolvimento Profissional do CFC, José Martonio Alves Coelho, e do gerente da Editora Atlas, Silvério Corrêa dos Santos, os autores apresentaram a obra a cerca de cem pessoas presentes, incluindo-se conselheiros do CFC, professores, estudantes e profissionais da Contabilidade.

Segundo os professores, o estudo da teoria contábil está passando por um momento de transição, uma mudança que significa uma revolução na forma como se pensa a teoria contábil, hoje não mais um assunto meramente filosófico, longe da realidade, focado apenas em terminologias e correntes de pensamento. Para eles, o livro é um trabalho inovador por incorporar mudanças estruturais ocorridas no cenário internacional, como a atual tendência mundial de convergência às normas internacionais de contabilidade; o desenvolvimento do mercado de capitais; o fortalecimento de pesquisas acadêmicas; a aprovação das mudanças na Lei no 6.404/76; e a criação do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), entre outros temas.

Jorge Katsumi Niyama e César Augusto Tibúrcio Silva destacaram que não se trata somente um livro de teoria contábil, mas de teoria aplicada à sua realidade prática, incluindo aspectos de normatização contábil, sob o enfoque das normas internacionais e norte-americanas, além de tópicos específicos sobre contabilidade de leasing, contabilidade pública e do terceiro setor.

O livro é indicado para a disciplina de Teoria de Contabilidade dos cursos de graduação em Ciências Contábeis, além de cursos de curta duração e de especialização. Também pode ser usado como ponto inicial de discussão em cursos de mestrado. É leitura complementar para as disciplinas Contabilidade Avançada, Contabilidade Internacional, Tópicos Contemporâneos em Contabilidade, Contabilidade Pública e Auditoria.


UnB Contábil

A UnB Contábil passa a ser online, conforme comunicado divulgado ontem:

Informamos que a Revista UnB Contábil está migrando para versão online, deixando de ser impressa a partir do volume 11, número 1. Diante disso, pedimos a gentileza de que se cadastrarem no novo site da revista: www.unbcontabil.com . Após acessar o site, clique em “cadastro” na parte superior da página. Caso haja alguma dúvida, podem acessar o link de “ajuda” ou enviar um e-mail para unbcontabil@unb.br .
Aproveitamos a oportunidade para informar que a versão impressa da Revista UnB Contábil referente ao volume 10, número 1, será enviada ao seu endereço assim que o cadastro seja feito, assim como serão enviadas as declarações de avaliação ainda pendentes. Para tanto, é necessário que nos informem no cadastro citado acima os dados atualizados, no campo “endereço postal”.
Agradecemos a sua contribuição para o sucesso do periódico.
Atenciosamente,
Brunna Sena
Assistente da Revista UnB Contábil

O que é melhor para o sono?

Segundo pesquisadores da Loughborough University. (ver aqui, em Naps vs. caffeine vs. more night sleep e aqui) a soneca de alguns poucos minutos é a melhor forma de passar o sono. O estudo comparou cafeína, sono pela manhã e um soneca de 20 minutos para verificar quanto tempo o voluntário demorava a dormir. Quem tinha optado pela "soneca" levou o dobro de tempo para conseguir dormir.

11 junho 2008

Links

1. Reduzindo a complexidade da contabilidade de instrumentos financeiros

2. Powerpoint e a estupidez humana

3. Álcool e tabaco são produtos complementares. Ou seja, menos fumo = menos álcool

4. Efeito da televisão: influencia do CSI nos julgamentos

5,. Como a Apple conseguiu cortar os custos do iphone

Artigos científicos e ranqueados

Uma das características da nossa sociedade é a popularização de sistemas de opinião pública sobre um determinado assunto ou determinada obra. As pessoas podem opinar sobre um disco, um livro ou um filme. Até os recentes testes que coloquei no blog também podem ser classificados.

Agora o sistema está chegando na academia, através da adoção do sistema de pontuação no Social Science Research Network, um endereço que possui mais de 150 mil textos para download da área acadêmica. O SSRN possui mais de 550 mil usuários registrados que agora podem também classificados.

“We are interested in creating a site that would allow authors and papers to get a reputation and give information to readers on what to devote their scarce time to,” diz Michael Jensen (aquele economista, da Teoria da Agência), para uma reportagem no New York Times (Now Professors get Their Star Rankings, too, 9/6/2008,
Mas até que ponto isso será útil para ciência? Até que ponto isso não irá influenciar a forma como os cientistas escrevem? Será que esse sistema não poderá ser manipulável?
Talvez isso não seja tão preocupante, na medida em que existia uma classificação informal dos artigos, pelo número de downloads.

Custo da Olimpiada

Em 1908 os Estados Unidos gastaram 325 dólares para enviar cada atleta para as olimpíadas de Londres, segundo o New York Times de 9 de junho de 1908 (The cost of an Olympian c. 1908). A preços de 2006 isso representa 7345 dólares.

O custo da beleza

Eu estudei o mercado de empréstimo online em que 7321 devedores solicitaram 11957 pedidos de empréstimos que incluía informações financeiras verificáveis, fotos e taxas de juros. Devedores com uma aparência acima da média eram 1,41% mais provável de obter o empréstimo e, dado o empréstimo, pagar 0,81% menos que a média. (...)

Entretanto não é por que aqueles de boa aparência possuem menor risco de crédito. Exatamente o oposto, os belos são três vezes mais prováveis de serem maus pagadores.

Isso mostra, claramente, uma discriminação. (Fonte: The cost of beauty, 11/03/2008)

Siglas

A sopa de letrinhas das finanças e dos investimentos
Alexandre E. Santo – Valor
29/05/2008

(...)
- Alfa: medida usada para avaliar a eficiência do gestor de uma carteira de investimentos ou fundo. De forma simples, o quanto sua gestão contribui além do retorno esperado. O ideal é que a carteira tenha um alfa elevado, com risco baixo, maximizando a relação entre esses dois. Em determinados tipos de produtos, como os fundos long/short, por exemplo, existe o chamado duplo-alfa, uma espécie de duplicação do retorno, via posições compradas e vendidas.

- Beta: é a correlação entre a variação do preço da ação e o retorno de mercado. Pode-se dizer que é a parcela de risco não diversificável que uma ação carrega consigo. O beta indica o perfil de comportamento da ação em comparação a um indicador de referência (Ibovespa, IBrX, etc.). Se o beta é superior à unidade, esse ativo será considerado agressivo, pois terá um desempenho melhor do que o índice. Se for inferior, diz-se que o ativo tem perfil conservador ou defensivo e ,caso seja igual à unidade, será um ativo neutro. A analogia é total em relação ao beta de uma carteira/fundo calculado por média ponderada. Há diversos softwares no mercado que disponibilizam o beta histórico das ações.

- Delta: é a mudança no preço da opção em relação à mudança no preço do ativo objeto. Por exemplo, se o preço de uma ação sobe R$ 1 e a opção valoriza-se R$ 0,4, então o delta da opção será de 40% (R$ 0,4/R$ 1). O delta, entretanto, não é um número estático. Ele oscila dependendo de variações nos preços do ativo. Para essa variação destacamos outra letra grega, o Gama;

- EV/EBITDA: múltiplo que relaciona o valor da empresa, incluindo sua dívida líquida (EV), com seu resultado operacional (EBITDA). É um indicador do tempo de retorno (anual) para se reaver o investimento feito na ação. Em minha opinião, é o múltiplo mais interessante de se analisar, pois possui a qualidade de se estar com um número mais adequado no denominador.

- P/L: múltiplo que relaciona preço em bolsa com o lucro da empresa. Tal qual o EV/EBITDA, é o tempo de retorno que se leva para reaver o investimento na ação, só que em termos de lucro. É o indicador mais usado pelos analistas;

- Rô: mede a variação no prêmio da opção em relação à taxa de juros. Se os juros aumentam ou diminuem, isso causa impacto sobre o prêmio, para cima ou para baixo, supondo demais variáveis constantes.

- Theta: mensura o quanto variará o prêmio da opção ao se aproximar o exercício da mesma. Suponha uma opção com preço de exercício de R$ 50 e que seu ativo objeto esteja negociado no mercado à vista por R$ 52. Se seu prêmio estiver negociando em bolsa por R$ 3, o valor temporal da mesma será R$ 1.

- VaR: o Value at Risk é o máximo valor possível de perda para uma carteira de investimentos, dado um nível de significância estatístico estipulado (em geral 95%), em condições de não estresse. São nos outros 5% que podem ocorrer prejuízos superiores, originados, por exemplo, das crises sistêmicas.

- Vega: um ativo oscila ao longo do tempo. Esse sobe e desce influi no prêmio da opção, que deriva daquele ativo. O vega é justamente essa mudança no preço da opção em função da mudança na volatilidade.

- WACC: custo médio ponderado do capital. Uma empresa pode captar recursos de duas fontes: de seus acionistas e/ou via empréstimos. Cada uma dessas fontes possui um custo associado a ela. Chega-se ao WACC da empresa ponderando o custo do capital próprio e o capital de terceiros, considerando o benefício fiscal sobre esse último. Serve, dentre outras coisas, como taxa de desconto para cálculo do preço justo de uma empresa.

Enviado por Ricardo Viana (grato)

Canadá, IFRS e uma defesa dos padrões nacionais

Em Unaccountable accounting standards; Investors need protection of a national regulator, National Post de 11/6/2008, FP11, Al Rosen defende a necessidade do Canadá (que recentemente optou pelo IFRS) ter um conjunto de normas contábeis do próprio país:

IFRS is deficient compared with current Canadian standards on numerous fronts. IFRS contains loopholes not present in Canadian standards. IFRS is silent on specific prohibitions that have been built into Canadian accounting over the years. IFRS does not address specific industries critical to our economy. And IFRS opens up our accounting standards to political influence from abroad.

Custo do Combustivel








10 junho 2008

Rir é o melhor remédio

Coisas da tecnologia

Links

1. Aqui um comentário sobre a pesquisa de políticos brasileiros (aqui postagem anterior)

2. Behavioural targeting – usando o conhecimento do cliente para fornecer o que ele quer – “Not necessarily a bad idea – behavioural targeting – The Economist, 7/6/2008

3. Recentemente a área desmatada do Brasil foi manchete de jornais. Entretanto, por trás dos números, existem sérios problemas de mensuração – Spot the rancher – Measuring deforestation – The Economist 7/6/2008

4. Problemas com celulares? Uma nova pesquisa mostra que os sinais emitidos por celulares podem alterar as ondas celebrais. E também podem afetar o comportamento humano. Entretanto, o efeito – em especial sobre o sono – equivale a uma xícara de café. Fonte: aqui

5. 64 = 65? Uma curiosidade matemática

6. Você conhece a Lei 11638? Um teste sobre esse assunto.

7. Um teste sobre a contabilidade do Vasco

8. Origamis (aqui e aqui) (fotos)


Custo do combustível

Combustível consome mais de 50% da receita de passagens aéreas nos EUA
Scott McCartney, The Wall Street Journal - 10/6/2008 - The Wall Street Journal Americas - 1

Pode-se voar entre Nova York e Los Angeles, uma viagem de cinco horas, por meros US$ 400, ida-e-volta, mais impostos e tarifas de governo. Desses US$ 400, quanto você acha que a companhia aérea vai gastar em combustível?

Quase US$ 300 por passageiro, aos preços atuais. Só o aumento de US$ 10,75 no preço do barril de petróleo na sexta-feira elevaria os custos para a aérea JetBlue em quase US$ 24.

Embora a maioria das pessoas saiba quanto custa para abastecer seus carros, poucos têm idéia de quanto pagam pelo combustível quando pegam o avião de uma companhia aérea. E é um valor chocantemente alto aos preços atuais — nos Estados Unidos, bem mais que 50% do preço médio das passagens em muitas rotas.

Isso não deixa muito dinheiro para cobrir todos os outros custos de uma companhia aérea — mão-de-obra, aviões, manutenção, seguro, tarifas de uso do aeroporto, instalações e administração. E ajuda a explicar por que voar virou um tal sofrimento, com companhias aéreas cortando serviços, aumentando preços, cobrando uma pilha de tarifas e regulando várias outras coisas.

Antes da invenção da turbina a jato, o combustível era a grande despesa das companhias aéreas. Mas os jatos eram muito mais econômicos e a mão-de-obra passou a ocupar a posição de maior despesa. Agora o setor deu meia-volta, com o combustível de novo como maior despesa, diz Andrew Watterson, sócio da consultoria Oliver Wyman Group, uma divisão da Marsh & McLennan Cos.

“Se esta situação perdurar, a viagem de avião vai se tornar uma empreitada bem mais cara”, diz Watterson. As companhias aéreas, observa, cortaram os custos o suficiente para lucrar no ano passado, quando os preços do petróleo estavam em torno de US$ 70 por barril. Mas a US$ 135 ou mais por barril a situação “está drasticamente diferente”.

A Oliver Wyman analisou números das companhias aéreas americanas e encontrou uma média de custo do combustível por passageiro, considerando o que seria um vôo ida-e- volta médio num avião médio, de US$ 137,60 para o petróleo a US$ 135 por barril. A média de passagem ida-e-volta para os vôos domésticos nos EUA é estimada em US$ 263, sem incluir impostos e outras tarifas do governo. Na média das aéreas americanas, mais de metade do preço da passagem é gasto para comprar combustível.

É uma quantia impressionante quando se considera que apenas quatro anos atrás as despesas com combustível consumiam só 10% a 20% das passagens. Para cobrir a alta dos preços do combustível este ano, as empresas precisam conseguir cerca de US$ 60 a mais em média por passageiro — daí a enxurrada de tarifas de bagagem, alta no custo da passagem e outras tentativas de arrancar mais dinheiro dos clientes.

Um vôo como o de Nova York a Los Angeles, que é a rota longa de maior tráfego nos EUA, mostra o impacto do combustível por passageiro de maneira bem clara.

As companhias aéreas não divulgam publicamente a rentabilidade de rotas específicas, mas têm de informar vários dados operacionais ao governo americano. A JetBlue, por exemplo, informou em seus relatórios ao governo que seus A320 queimam em média 2.919 litros de combustível por hora, de modo que a conta total para uma viagem de ida e volta entre os aeroportos de Nova York e Long Beach, na região de Los Angeles, chega a mais de US$ 35.000 se o querosene de aviação estiver a US$ 1,06 por litro, o preço quando o barril de petróleo está em torno de US$ 135. Divida isso pelo número médio de passageiros da JetBlue, e o custo de combustível por passageiro fica em US$ 290.

Considere-se que a tarifa média da JetBlue nessa rota, no quarto trimestre, era de US$ 376, sem impostos. As passagens subiram este ano, mas não o suficiente para compensar a alta de US$ 140 na conta de combustível por passageiro desde o ano passado.

As estimativas não levam em conta outras receitas que as empresas recebem, de carga, venda de milhas e sobretaxas por bagagem ou multas por troca de passagem, por exemplo, e não incluem os hedges (coberturas no mercado futuro) de combustível que podem reduzir quanto uma aérea realmente paga pelo querosene de aviação. Mas um porta- voz da JetBlue confirma que aqueles números estão próximos das contas atuais da empresa.

A American, que opera jatos Boeing 767-200 entre os aeroportos de Nova York e Los Angeles, consegue uma receita média maior por passageiros que a JetBlue porque transporta mais viajantes a negócios e oferece assentos de executiva e primeira classe nessa rota. No quarto trimestre, seu preço médio na rota era de US$ 610.

Mas, se as passagens são mais caras, a conta de combustível também é. Um 767-200 da American queima em média 60.498 litros de querosene de aviação numa viagem ida-e- volta entre as duas cidades, segundo informes da empresa ao governo. Isso representa uma conta por passageiro de US$ 484, presumindo que os vôos tenham ocupação de 79%, a média da empresa.

A American afirma não divulgar números específicos por questões de concorrência, mas informa que essas estimativas estão “decididamente próximas” dos números naquela rota.

Goodwill

(...) Rulemakers' attention has recently focused on so-called "identifiable intangibles" - things such as customer lists and brands that can be valued. Acquirers are now required to report "qualitative descriptions" of these. For example, the value of its brands does not appear in Coca-Cola's books but any buyer would have to put a number on them.

The net effect, as more of goodwill is explained, should be its shrinking, but it is proving a tough asset to break up. According to research by the Intangible Business consultancy, almost half the value of deals done by top European and US companies in recent years is still accounted for under goodwill.

Its point is that more could be explained, some intangibles can be reliably valued, and companies should be making the effort to do just that. Mumblings about expected synergies is no longer enough.

But do investors really care? The answer seems to be: "Not that much."

"Acquirers don't look at businesses as a bucket of assets and liabilities," said Peter Elwin of Cazenove. "The value of the deal is about future activity: cash flows from combining what you have with what you're buying, and access to new markets."

Mr Elwin is a member of the Corporate Reporting Users' Forum, a group of accounting analysts. "We're really not that keen on getting goodwill as small as possible if it simply results in new intangible assets that then get amortised."

Analysts usually add back amortisations (gradual write-offs that cover the depreciating value of assets over time) as an accounting adjustment that means nothing in the real world. Adding more of these only complicates that task. (...)

Little value in making goodwill even more intangible.
By JENNIFER HUGHES - 8 May 2008 - Financial Times - Asia Ed1 - Page 20

Pfizer e dividendos

A Pfizer Inc., já às voltas com a estagnação de vendas e lucros e a dificuldade para encontrar novas drogas, tem agora mais uma dor de cabeça: como manter seus generosos dividendos. (...)

À primeira vista, caixa não deveria ser um problema para a Pfizer. No fim do ano passado, ela tinha US$ 25 milhões em dinheiro e investimentos de curto prazo. Mas a maior parte disso está fora dos EUA e a Pfizer teria uma grande despesa tributária para repatriá-la, o que poderia prejudicar o lucro, diz David Risinger, um analista da Merrill Lynch. (...)

Farmacêuticas como a Pfizer há muito exploram as leis tributárias que lhes permitem registrar propriedade intelectual de remédios em outros países com alíquotas de imposto menores, diz Gary McGill, um especialista em tributação da Universidade da Flórida. Isso lhes permite evitar o imposto de pessoa jurídica de 35% sobre a maior parte de suas receitas. No ano passado, a alíquota ajustada da Pfizer foi de 21%.

O problema é que seus dividendos têm de ser pagos em dólares que estão nos EUA. A analista Jami Rubin, do Morgan Stanley, estima que mais de três quartos do caixa da Pfizer estão fora dos EUA, número que a empresa não confirma.

Lucro maior fora dos EUA põe em xeque dividendos da Pfizer
Avery Johnson e Joann S. Lublin, The Wall Street Journal - 3 June 2008
The Wall Street Journal Americas - 1